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Resumo elaborado pela equipe de monitores. Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a

reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento.

Turma e Ano: Turma Regular Master B (2015)

Matéria / Aula: Direito Administrativo

Professor: Luiz Jungstedt

Monitora: Fernanda Helena

Aula 05

Processo Administrativo Disciplinar (continuação)

Duração do afastamento preventivo do servidor X Duração do PAD

Aparente contradição entre os arts. 152 e 147, p.ú. da lei 8.112/90.

Art. 152, Lei 8.112/90. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.

§ 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.

§ 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as deliberações adotadas.

Art. 147, Lei 8.112/90. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

Indagação quanto ao art. 147, p. ú, lei 8.112/90: Como não estaria concluído o processo do PAD, se o administrador os mesmos 60 dias + 60 dias? Resp: Os prazos nos processos administrativos não são fatais, mas sim indicativos para a máquina (art. 169, §1º, lei 8.112/90). Entretanto, expirados os prazo máximo de 120 dias (se houver prorrogação) de afastamento preventivo, o servidor retorna ao trabalho.

Art. 169, Lei 8.112/90. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração de novo processo. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.

OBS: Em regra, os prazos para a administração não são fatais. Já para o cidadão, os prazos são, em regra, fatais (ex: Prazo para recursos). Ultrapassado o prazo de término do PAD pelo administrador, nada impede a instauração de um novo PAD para averiguar eventual irregularidades (ex: desídia) da comissão de inquérito na condução do processo. Caso haja motivação para a extrapolação do prazo, o PAD contra a comissão de inquérito será arquivado.

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O prazo, para a máquina, apenas será fatal quando houver previsão expressa. Ex: Processo administrativo para atos de concentração de mercado, que ocorre no CADE. Havia previsão expressa na lei antiga (lei 8.884/94) a previsão de que se ele não fosse concluído em 6 meses, a operação estava automaticamente autorizada.

A nova lei do CADE (Lei 12.529/11) não repetiu a previsão. Contudo, o art. 133 do RECADE (Regimento do CADE), traz essa previsão, remetendo aos prazos da lei 12.529/11.

Art. 133 do RECADE. O descumprimento dos prazos previstos nos §§ 2º e 9º do art. 88 da Lei nº 12.529, de 2011, implica a aprovação tácita do ato de concentração econômica.

Art. 88, lei 12.529/11. Serão submetidos ao Cade pelas partes envolvidas na operação os atos de concentração econômica em que, cumulativamente:

I - pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais); e

II - pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais).

§ 2º O controle dos atos de concentração de que trata o caput deste artigo será prévio e realizado em, no máximo, 240 (duzentos e quarenta) dias, a contar do protocolo de petição ou de sua emenda.

§ 9º O prazo mencionado no § 2o deste artigo somente poderá ser dilatado:

I - por até 60 (sessenta) dias, improrrogáveis, mediante requisição das partes envolvidas na operação; ou

II - por até 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada do Tribunal, em que sejam especificados as razões para a extensão, o prazo da prorrogação, que será não renovável, e as providências cuja realização seja necessária para o julgamento do processo.

Observe que o afastamento preventivo é determinado pela autoridade instauradora do processo. Caso ocorra o início do PAD sem o afastamento preventivo do servidor, a comissão de inquérito inicie a segunda fase (inquérito) para a apuração e o servidor começar a atrapalhar a apuração, a comissão de inquérito não mais poderá afastá-lo diretamente, sendo necessário solicitar à autoridade instauradora que o afaste. Ou seja, sempre será a autoridade instauradora do PAD que deverá afastar o servidor, no início ou ao longo do processo, inclusive a pedido da Comissão de inquérito, o que reforça o fato de os 120 dias de afastamento prévio não corresponder com o prazo de processo disciplinar, que pode iniciar antes do afastamento.

A fase do Inquérito se subdivide em instrução, defesa e relatório e é comandada pela Comissão de Inquérito.

A fase de instrução é a fase de apuração, que não é necessariamente a fase de acusação tendo em vista que o relatório pode, inclusive, pedir a absolvição do servidor. Terminada a instrução, a comissão indiciará o servidor caso conclua que, realmente, houve o crime ou infração administrativa, capitulando a infração e citando o servidor para que ele apresente a fase de defesa.

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Defesa pós-88: Passa-se a exigir a ampla defesa no processo administrativo, seja ele qual for com base no art. 5º, LV da CF. O art. 164 da lei 8.112/90 traz a ampla defesa, ainda que o réu seja revel, o que, para o professor, é um exagero vez que, apesar de regularmente citado, o servidor optou por não exercê-la. É fruto do grande impacto da ampla defesa que houve no direito administrativo.

Art. 164, lei 8.112/90. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal.

§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa.

§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Na administração federal, existem as comissões permanentes de inquérito, que serão elaboradas no mesmo órgão onde ocorreu a infração e será composta por 3 servidores. Ou seja, ademais dos infratores e da comissão, caso haja revelia, será necessária a convocação de outro servidor para defendê-lo, o que acarreta prejuízo na produtividade do órgão.

A comissão encerra seu trabalho com o relatório, indicando a sua opinião (conclusivo).

Art. 165, Lei 8.112/90. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção.

§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor.

§ 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.

O relatório é encaminhado para julgamento, sendo que, normalmente, no contexto de uma infração simples, a autoridade julgadora será a instauradora do PAD. Contudo, nem sempre será assim vez que todo estatuto funcional, inclusive na lei 8.112/90 (art. 141), existe uma tabela que determina a autoridade julgadora de acordo com a gravidade da sanção.

Ex: Demissão, o chefe encaminhará ao Presidente da República, à governadoria do Estado ou ao Gabinete do Prefeito vez que, em caso de sanção máxima, é necessário a decisão de autoridade hierárquica máxima.

Art. 141, Lei 8.112/90. As penalidades disciplinares serão aplicadas:

I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;

II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;

III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;

IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão.

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Prova Federal: Presidente delega sua atribuição através do Decreto 3035/99. Professor entende que se trata de atribuição exclusiva (art. 13, III, lei 9784/99), que não comportaria delegação. Contudo, essa delegação foi objeto de MS no STF, onde foi alegado ilegalidade, e o STF não concedeu liminar.

Art. 1º, Lei 9784/99: Fica delegada competência aos Ministros de Estado e ao Advogado-Geral da União, vedada a subdelegação, para, no âmbito dos órgãos da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional que lhes são subordinados ou vinculados, observadas as disposições legais e regulamentares, especialmente a manifestação prévia e indispensável do órgão de assessoramento jurídico, praticar os seguintes atos:

I - julgar processos administrativos disciplinares e aplicar penalidades, nas hipóteses de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidores;

II - exonerar de ofício os servidores ocupantes de cargos de provimento efetivo ou converter a exoneração em demissão;

III - destituir ou converter a exoneração em destituição de cargo em comissão de integrantes do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, níveis 5 e 6, e de Chefe de Assessoria Parlamentar, código DAS-101.4;

IV - reintegrar ex-servidores em cumprimento de decisão judicial. (Redação dada pelo Decreto nº 8.468, de 2015)

§ 1o O Chefe da Casa Civil da Presidência da República exercerá a delegação de competência prevista neste artigo relativamente às Secretarias de Estado de Comunicação de Governo e Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República. (Redação dada pelo Decreto nº 4.071, de 3.1.2002)

§ 2o O disposto neste artigo não se aplica ao ocupante de cargo de natureza especial e ao titular de autarquia ou fundação pública.

§ 3o A vedação de que trata o caput não se aplica à subdelegação de competência pelo Ministro de Estado da Educação aos dirigentes das instituições federais de ensino vinculadas àquele Ministério, nos termos da legislação aplicável. (Incluído pelo Decreto nº 6.097, de 2007).

Art. 13, lei 9784/99: Não podem ser objeto de delegação:

III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

No Rio ainda é o Governador quem demite, pois não fez delegação.

Autoridade julgadora pode contrariar os termos do relatório da comissão (ex: concluiu pela não demissão e a autoridade demite tendo em vista a hierarquia. Contudo, é necessário fundamentar sua decisão, folhear os autos do processo para verificar se a comissão contraria as provas dos autos. Acaba sendo bem mais comum que a autoridade chancele o relatório, hipótese prevista no art. 168, lei 8.112/90.

Art. 168, Lei 8.112/90. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas dos autos.

Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.

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Tomada a decisão, cabem os recursos administrativos:

• Pedido de reconsideração e recurso hierárquico - Não são exclusivos do processo disciplinar e podem ser utilizados ainda que não se tratem de penalidades (ex: remoção);

• Revisão – Sempre foi afirmado que tratava-se de recurso específico do PAD, que gera sanção para o servidor. Contudo, com a lei 9784/99 (Lei de processos administrativos), passou a ser prevista a revisão nos processos punitivos, que gera sanção para o cidadão. Portanto, o professor afirma que a revisão é um recurso exclusivo para os processos punitivos, inclusive o PAD (art. 174 e ss da lei 8.112/90).

o A revisão pode ser feita a qualquer tempo desde que ocorra fato novo, sendo vedada o agravamento da penalidade.

Art. 65, lei 9784/99. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.

Art. 182, lei 8.112/90. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, que será convertida em exoneração.

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.

OBS: Carvalhinho entende que a vedação para o agravamento da penalidade em caso de revisão é tão somente para impossibilitar uma reavaliação subjetiva da autoridade (ex: a reavaliação faz com que a autoridade pense que aplicou sanção branda demais). Contudo, se o fato novo provar para a autoridade que aplicou a sanção errada, como não é possível conviver com a ilegalidade, seria possível alterar a sanção. Os outros autores não fazem essa ponderação.

Pergunta importante: A demissão impedirá o servidor de retornar ao serviço público por novo concurso público? Resp: Cada estatuto funcional deve trabalhar o tema. Na lei 8.112/90 há essa preocupação no art. 137.

Art. 137, lei 8.112/90. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

OBS: O requisito “por infringência do art. 117, incisos IX e XI” refere-se tão somente à destituição de cargo em comissão e não à demissão, que pode ser qualquer uma.

Art. 132, lei 8.112/90. A demissão será aplicada nos seguintes casos:

I - crime contra a administração pública;

IV - improbidade administrativa;

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VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;

X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;

XI - corrupção;

Nesses casos, nunca mais poderá o ex-servidor retornar ao serviço público. É o que muitos estatutos chamam de demissão a bem do serviço público (infração radical). Sendo que não adianta fundamentar que a CF não admitiu pena perpétua, pois o caso em tela não se trata de pena, mas sim de sanção administrativa.

O tema ficou famoso quando a CGU, em processo disciplinar, puniu com destituição de cargo em comissão funcionária que empregou filho em agência reguladora, incorrendo em improbidade administrativa. Nunca mais ela poderá retornar ao serviço público federal, pois sanção administrativa é válida para o ente da federação que a aplicou. Ex: Poderá prestar concurso ou ocupar cargo em comissão na esfera Estadual, caso não possua embaraços na investigação social (se houver).

Isso porque, teoricamente as sanções administrativas se limitam ao ente que a aplicou por força da autonomia política administrativa (art. 18, CF). Por isso que há preocupação quando a lei anticorrupção cria um cadastro nacional de empresas inidôneas, pois a sanção de um ente implicaria sanção em todos e, por vezes, acarretaria o fechamento da empresa, que não mais poderia licitar em nenhum ente federativo. Professor faz a ressalva à previsão, ainda que seja incoerente uma empresa ser inidônea em um Município e não em um Estado.

APOSENTADORIA (3ª Vacância)

O art. 40 da CF deve ser a referência para o estudo e não estatuto funcional algum, nem a lei 8.112/90, pois todos eles são anteriores as emendas constitucionais nº 20/98, 41/03 e 47/05. Com atenção para a EC 41/03, focada no servidor público.

Existem 2 regimes de aposentadoria no país:

• Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) – Para o servidor público (art. 40, CF); • Regime Geral de Previdência Social (RGPS) – Para o Celetista, regulado pelo INSS e estudado

pelo Direito Previdenciário.

Art. 40, CF. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

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O §12 do art. 40, CF diz que aplicar-se-á as regras do Regime Geral de Previdência Social no que couber.

Será regulado pelo regime próprio o servidor público EFETIVO (estatutário). Possuem cargo público efetivo os funcionários abarcados pelo regime jurídico único (RJU), ou seja, integrantes da administração direta, autárquica e fundacional.

A regra do cargo efetivo estende-se ao vitalício e, portanto, Magistratura (art. 93, VI, CF), MP (art. 129, §4º, CF) e Tribunal de contas (art. 73, §3º, CF – Ministros e Conselheiros) não tem mais distinção do cargo efetivo (estável) – art. 93, VI da CF.

Art. 93, CF. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Art. 129, CF. São funções institucionais do Ministério Público:

§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 73, CF. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.

§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Ou seja, são regidos pelo Regime próprio os que possuem:

• Cargo efetivo – Administração direta, autárquica e fundacional; +

• Vitalícios

Contudo, existem 3 figuras que, ainda que próximas, não são atingidas pelo regime próprio (Art. 40, §13º, CF): particular de cargo em comissão, “servidor” celetista (se é que é possível chamar de servidor), contratado temporariamente. Estes contribuirão para o RGPS (Regime Geral), para o INSS, e não para o Regime próprio.

Art. 40, § 13, CF - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Contudo, atenção, servidor público (com cargo efetivo) que ocupe cargo em comissão contribuirá para o regime próprio, pois ele tem um vínculo com a administração que justifica a contribuição para o RPPS.

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A aposentadoria do servidor público, poderá ser de 3 tipos (art. 40, §1º, CF):

Art. 40, § 1º, CF: Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

a) Invalidez – Em regra, proventos proporcionais. Exceção (art. 40, §1º, I, CF): decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional, doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

b) Compulsória – Aposentadoria por Idade (75 anos ou 70) com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. A lei complementar afirmará quem deverá observar os 70 anos e quem atenderá a regra dos 75 anos, mas a tendência, segundo o professor, é que haja generalização para os 75 anos; Enquanto não há LC, foi adicionado o art. 100 da ADCT para determinar que a aposentadoria será compulsória aos 75 anos para os seguintes cargos: Ministros do STF, dos Tribunais Superiores e do TCU. Para o restante da população, trata-se de norma de eficácia contida, dependendo da LC definindo os requisitos.

Art. 100 do ADCT: Até que entre em vigor a lei complementar de que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)

c) Facultativa ou Voluntária – Idade + Tempo de Contribuição. É a visada, pois é a que oferece o maior valor possível dos proventos e não “proventos integrais”, expressão que vem sendo abandonada no Direito Previdenciário. Requisitos cumulativos:

a. 10 anos no efetivo serviço público i. Podem ser, por exemplo, 2 anos no Município+ 3 no Estado e 5 na União.

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b. 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria; i. É possível fazer concurso após os 65 anos de idade. O que acontece, tão somente,

é que não poderá se aposentar voluntariamente, apenas compulsoriamente.

c. Idade + Contribuição i. Provento máximo do possível: 60 anos de idade + 35 anos de contribuição, se

homem; 55 anos de idade + 30 de contribuição, se mulher. ii. Proventos proporcionais ao tempo de contribuição: 65 anos de idade, se homem;

60 anos, se mulher;

Para o professor, o que mudou não foi a existência do provento integral, mas sim o cálculo da integralidade, que atualmente não é mais ou que já fora depois da EC 41/03 (art. 40, §3º, CF). Mas, para evitar problemas, é melhor não utilizar a expressão “proventos integrais”.

Art. 40, § 3º, CF: Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

A lei 10.887/04 foi criada para regulamentar a EC 41/03 e diz que hoje, em substituição aos proventos integrais, os cálculos dos proventos do servidor passaram a se dar através de uma média aritmética das remunerações que pautaram as suas contribuições.

Art. 1º, Lei 10.887/04: No cálculo dos proventos de aposentadoria dos servidores titulares de cargo efetivo de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, previsto no § 3o do art. 40 da Constituição Federal e no art. 2o da Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, será considerada a média aritmética simples das maiores remunerações, utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela competência.

Para o professor, o provento integral continua, mas antes ele era equiparado ao último vencimento e hoje ele é feito a partir da média aritmética das remunerações que pautaram as suas contribuições.

Cabe ressaltar que a CF/88 não exigiu que os entes cobrassem contribuições de seus servidores já que antes da CF/88, por trata-se de um serviço prestado para o bem de toda a sociedade, a aposentadoria era integralmente custeada por ela, sem qualquer necessidade de contribuição dos servidores públicos. A obrigatoriedade de cobrança de contribuições dos servidores públicos somente adveio com a EC 41/03 (art. 149, §1º da CF).

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de

Page 10: CAM - MASTER B 2015 Administrativo 05tribcast-midia.s3-sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2015/... · nada impede a instauração de um novo PAD para averiguar eventual irregularidades

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sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

O art. 6º da EC 41/03, regra de transição, determina proventos integrais para quem já estava nos servidor público para quem tivesse matrícula funcional até Dezembro de 2003, estaria garantido o provimento integral, mesmo que preste novo concurso público ou mude de ente da federação.

Art. 6º, EC 41/03: Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas pelo art. 40 da Constituição Federal ou pelas regras estabelecidas pelo art. 2º desta Emenda, o servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até a data de publicação desta Emenda poderá aposentar-se com proventos integrais, que corresponderão à totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, na forma da lei, quando, observadas as reduções de idade e tempo de contribuição contidas no § 5º do art. 40 da Constituição Federal, vier a preencher, cumulativamente, as seguintes condições:

I - sessenta anos de idade, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade, se mulher;

II - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;

III - vinte anos de efetivo exercício no serviço público; e

IV - dez anos de carreira e cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria.