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AUDITORIA EXTERNAEXTERNAL AUDIT
Letícia Fernanda Giareta – [email protected] de Pós Graduação Lato Sensu em Gerencia Contábil, financeira e Auditoria
Prof.ª Ma. Rosiane C. S. Gouvea – [email protected] – UniSalesiano
RESUMO
A Auditoria é uma das aplicações dos princípios científicos da contabilidade,baseada na verificação dos registros patrimoniais das entidades, para observar-lhessua exatidão, consiste em controlar situações que evitem fraudes, desfalques e subornos. Diante da evolução contábil a necessidade da auditoria foi se tornando cada vez mais um instrumento de mera observação, orientação, interpretação e de previsão de fatos em constante evolução, o que proporciona com eficácia o controle de qualidade de qualquer entidade auditada. Pretende-se mostrar com o trabalho, através de uma pesquisa bibliográfica descritiva, a importância da auditoria externa, as atribuições e responsabilidades do auditor e o quanto a auditoria externa faz-se extremamente importante e eficaz para as organizações que buscam a excelência e como um instrumento de gestão aos sócios e acionistas, possibilitando informações mais detalhadas e concretas sobre a situação da empresa e assim favorecer para as tomadas de decisões.
Palavras-chave: Auditoria. Contabilidade. Decisões.
ABSTRACT
Auditing is one of the applications of the scientific principles of accounting, based on the verification of the patrimonial records of the entities, to observe them its correctness, is to control situations that prevent fraud, embezzlement and bribes. In view of the accounting evolution, the need for auditing has become increasingly an instrument of mere observation, guidance, interpretation and prediction of events in constant evolution, which effectively provides the quality control of any audited entity. The purpose of this paper is to show, through a descriptive bibliographic research, the importance of external auditing, the attributions and responsibilities of the auditor, and how external auditing is extremely important and effective for organizations that seek excellence and as a management instrument to shareholders and shareholders, enabling more detailed and concrete information about the company's situation and thus favoring decision-making.
Keywords: Audit. Accounting. Decisions.
1
INTRODUÇÃO
A realização desse artigo foi através de uma Pesquisa bibliográfica descritiva
com pesquisa de campo, realizada com Auditores e Contadores da cidade de Lins /
SP, teve como principais objetivos descrever as atribuições e responsabilidades do
auditor externo, perante as demonstrações contábeis.
Pretende-se mostrar com o trabalho, a importância da auditoria externa dentro
das empresas, as atribuições e responsabilidades do auditor perante as
demonstrações contábeis e o quanto a auditoria externa, faz-se extremamente
importante e eficaz para as organizações que buscam a excelência em seus
serviços e produtos, evitando fraudes; e como um instrumento de gestão aos sócios
e acionistas, possibilitando informações mais detalhadas e concretas sobre a real
situação econômica e financeira da empresa, favorecendo para as tomadas de
decisões.
Com base nas atribuições e responsabilidade dos auditores, o processo de
auditoria pode ser utilizado para a tomada de decisões?
As atribuições e responsabilidades do auditor externo, através de parecer
agrega credibilidade e confiabilidade às demonstrações contábeis, pode ser utilizado
por gestores frente a tomadas de decisões, dentro da organização.
1 CONCEITO DE AUDITORIA
A Auditoria é uma das aplicações dos princípios científicos da contabilidade,
baseada na verificação dos registros patrimoniais das entidades, para observar-lhes
sua exatidão.
Segundo Crepaldi (2004) de forma bastante simples, pode-se definir auditoria
como o levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações,
procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma
entidade.
Ainda Crepaldi (2004) a auditoria das demonstrações contábeis constitui o
conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer
sobre adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e
pertinente a legislação especifica.
2
A auditoria consiste em controlar nas empresas situações que evitem fraudes,
desfalques e subornos, através de controles externos ou internos de cada
organização.
O desenvolvimento da profissão do contador na atividade de auditoria foi
estruturado, fundamentalmente, na necessidade que tinham os usuários da
informação contábil de contar com uma opinião independente e objetiva que
agregasse credibilidade e confiabilidade as manifestações que a gerencia faz, por
meio das demonstrações contábeis, sobre a situação econômica e financeira da
entidade.
Conforme Sá (2002) a auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao
sistemático exame de registros, demonstrações e de quais quer informes ou
elementos de consideração contábil, visando e apresentando opiniões, conclusões,
criticas e orientações sobre situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza
aziendal, pública ou privada, quer ocorridos, quer por ocorres ou prospectados ou
diagnosticados.
Pereira; Souza (2004) afirmam que a auditoria, é a técnica contábil composta
por um conjunto de normas e procedimentos específicos, utilizada por profissional
qualificado (contador - portador do diploma de ciências contábeis), que visa
sobretudo demonstrar a fidedignidade dos resultados econômicos e financeiros
indicados nas demonstrações financeiras de uma entidade em determinado período
e se os princípios fundamentais da contabilidade foram observados em base
uniforme.
2 EVOLUÇÃO DA AUDITORIA
Segundo Perez Junior (2004) em 1581 em Veneza-Itália, foi constituído o
primeiro colégio de Contadores e a prática da auditoria surgiu por volta do século XV
ou XVI também na Itália onde nessa época o clero italiano era o responsável pelos
empreendimentos estruturados na Europa moderna ou medieval.
Almeida (1996) afirma que com a evolução do sistema capitalista houve a
necessidade de ampliar e investir no desenvolvimento tecnológico e aprimoramentos
dos procedimentos e controles internos das empresas; onde surgiu a auditoria
independente ou externa. Dessa forma os investidores junto aos seus acionistas
identificaram que o patrimônio financeiro da empresa além de ter que ser entendidos
3
e controlados por ele deveria ter um profissional apenas para esse tipo de função,
onde foi denominado o auditor que examina tais demonstrações financeiras.
Para Perez Junior (2004) foi diante da evolução contábil a necessidade da
auditoria foi se tornando cada vez mais um instrumento de mera observação,
orientação, interpretação e de previsão de fatos em constante evolução, o que
proporciona com eficácia o controle de qualidade patrimonial de qualquer entidade
auditada.
2.1 Evolução da auditoria externa no Brasil
A auditoria externa ou Independente surgiu no Brasil no século XX com a
entrada das empresas internacionais, principalmente as Norte Americanas.
Segundo Crepaldi (2004) apesar de formalmente organizada em 26 de março
de 1957, quando formado o Instituto dos Contadores Públicos do Brasil, em São
Paulo, a auditoria foi oficialmente reconhecida apenas em 1968, pelo ato do Banco
Central do Brasil. O fortalecimento da atividade, todavia, ocorreu em 1972 por
regulamentação do Banco Central do Brasil, do Conselho Federal de Contabilidade
e pela formação de um órgão nacional para a congregação e autodisciplinação dos
profissionais, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.
Somente em 1965, pela lei 4.728, (disciplinou o mercado de capitais e
estabeleceu medidas para seu desenvolvimento), foi mencionada pela primeira vez
na legislação brasileira a expressão Auditores Independentes. Mais recentemente, a
Lei das Sociedade por Ações (Lei 6.404/76, artigo 77) determinou que as
demonstrações financeiras ou contábeis das companhias abertas (Ações
negociadas em Bolsa de Valores) serão obrigatoriamente auditadas por auditores
independentes registrados na Comissão de Valores Imobiliários (CVM) criada pela
Lei nº 6.385 de 7 e dezembro de 1976. (CREPALDI, 2004)
3 RESPONSABILIDADE DO AUDITOR
Crepaldi (2004) afirma que é de inteira responsabilidade do auditor
independente seja interno ou externo, confiar às informações a ele repassadas de
forma que a empresa não seja prejudicada. Essa questão levará a serias
preocupações, uma vez que não só o papel do auditor esta em risco, mas também
4
as demonstrações financeiras a ele constituídas. Diante disso, é compulsoriamente
que a empresa estabeleça um contrato de serviço ao profissional da área para
melhor segurança de ambas as partes.
Crepaldi (2004) afirma também que é de grande valia o trabalho da auditoria
contábil, pois proporciona a redução de ineficiência, negligencia, improbidade de
empregados e administradores, desvios de pagamentos e despesas indevidas,
opina sobre adequação em meio às mudanças de mercado, assegura maior
correção e fiscalização nos controles internos, resguardando todo o patrimônio
contra multas, sonegação fiscal, falhas e muito mais.
4 A DIFERENÇA DA AUDITORIA EXTERNA E AUDITORIA INTERNA
Conforme Crepaldi (2004) mesmo que identificado o interesse comum no
trabalho do auditor interno e do auditor externo, devemos salientar que existem
diferenças fundamentais. Os trabalhos de ambos são efetuados em geral por
métodos idênticos. O auditor interno segue mais as rotinas de cunho interno, ou
seja, observa o cumprimento rígido das normas internas, pois ele tem domínio da
cultura da empresa, enquanto o auditor externo observa mais o cumprimento das
normas associadas as leis de forma bem ampla, ele tem melhor domínio dos
aspectos de interesse coletivo.
Como exemplo cita-se que:
a) Exame do sistema contábil e de controle interno, a fim de verificar o conceito
dos princípios adotados e sua eficiência em operação;
b) Exame de registros contábeis;
c) Verificação de ativos e passivos;
d) Observação, pesquisa, confronto de dados e uso de outros processos
técnicos de comprovação julgados necessários;
Conforme Crepaldi (2004) comparando-se os dois tipos de auditoria, podem-
se traçar as seguintes características marcantes:
a) Auditor externo é independente, contratado para determinada tarefa de
auditoria, enquanto o auditor externo é empregado da empresa, sem
independência;
5
b) As tarefas do auditor externo são delimitadas no contrato, enquanto as tarefas
do auditor interno são tão abrangentes quanto forem as operações da
empresa;
c) A auditoria externa é eventual, enquanto a auditoria interna é periódica;
d) Processo utilizado em ambas é o analítico e as técnicas assemelham-se;
e) As bases em que se assentam os exames são as mesmas; a escrituração, os
documentos e os controles;
f) Os resultados assemelham-se.
O que é distinção fundamental, todavia, entre os dois tipos, é o grau de
independência de um, contra a total dependência do outro. No último caso, a
confiabilidade de terceiros nos resultados fica comprometida. Não em função da
pessoa do auditor, como fator de descrédito, mas por sua total submissão a
empresa. Se a diretriz dos patrões for a de sonegar informações, mesmo que estas
acarretem prejuízos a terceiros, seguramente o auditor interno participara da
sonegação.
Já isso não pode e não deve acontecer com o auditor externo que tem
independência; este age desinteressadamente comprometido exclusivamente com o
contrato, a ética e a opinião pública.
Pode-se resumir as diferenças entre auditoria interna e auditoria externa, no
seguinte quadro:
Quadro 1: Diferenças da Auditoria Externa e Auditoria Interna
Elementos Auditoria Externa Auditoria Interna
Sujeito Profissional Independente Auditor interno
(funcionário da empresa)
Ação e objetivo Exame das
demonstrações
financeiras
Exame dos controles
operacionais
Finalidade Opinar sobre as
demonstrações
financeiras
Promover melhorias nos
controles operacionais
Relatório Principal Parecer Recomendações de
controle interno e
6
eficiência administrativa
Grau de independência Mais amplo Menos amplo
Interessados no trabalho A empresa e o publico em
geral
A empresa
Responsabilidade Profissional, civil e
criminal
Trabalhista
Número de áreas
cobertas pelo exame
durante um período
Maior Menor
Intensidade dos trabalhos
em cada área
Menor Maior
Continuidade do trabalho Periódico Contínuo
Fonte: CREPALDI, 2004.
5 AUDITORIA EXTERNA
A auditoria externa possui como objetivo a comprovação da exatidão dos
registros contábeis, propor soluções e melhorias para o aperfeiçoamento dos
controles e sistemas da empresa contratante, verificação da correta apresentação e
divulgação das demonstrações contábeis no período, emissão de parecer sobre os
processos auditados, ele age de forma a averiguar todos os procedimentos internos
e politicas definidas pela empresa, tornando possível perceber se os sistemas
contábeis e os de controle internos estão sendo realizados dentro dos critérios da
empresa.
A auditoria externa é realizada através de um profissional independente, sem
vínculo empregatício, e sua atenção esta voltada para a confiabilidade dos registros
contábeis. Em algumas empresas o auditor externo trabalha em parceria com o
auditor interno, para testar a eficiência dos sistemas utilizados.
O trabalho de verificação da situação patrimonial e financeira das empresas é
de extrema importância para os futuros aplicadores de recursos e demais parcerias
empresariais. Como medida de segurança contra a possibilidade de manipulação de
informações, os futuros investidores exigem que essas demonstrações sejam
7
examinadas por um profissional independente da empresa e de reconhecida
capacidade técnica.
6 O AUDITOR EXTERNO OU INDEPENDENTE
Segundo as Normas Profissionais de Auditor Independente – NBC (2017), o
auditor deve ser independente, não podendo deixa-se influenciar por fatores
inconvenientes que resultem perda; o mesmo está impedido de executar o trabalho
de auditoria independente no período da execução dos serviços onde tenha tido:
a) Vínculo conjugal ou de parentesco consanguíneo, até o 3º grau e por afinidade
até o 2º grau, com administradores, acionistas, sócios ou com empregados que
tenham ingerência na sua administração ou nos negócios ou que sejam
responsáveis por sua contabilidade;
b) Relação de trabalho com o empregado, administrador ou colaborador
assalariado, ainda que esta relação seja indireta, nos dois últimos anos;
c) Participação direta ou indireta como acionista ou sócio;
d) Interesse financeiro direto, imediato ou mediato, ou substancial, compreendido
a intermediação de negócios de qualquer tipo e a realização de
empreendimentos conjuntos;
e) Função ou cargo incompatível com a atividade de auditoria independente;
f) Fixado honorários condicionais ou incompatíveis com a natureza do trabalho
contratado; e
g) Qualquer outra situação de conflito de interesses no exercício da auditoria
independente, na forma que vier a ser definida pelos órgãos reguladores e
fiscalizadores.
O auditor deve recusar o trabalho ou renunciar a função na ocorrência de
qualquer das hipóteses de conflitos de interesses previstos acima.
7 PENALIDADES ADMINISTRATIVAS DO AUDITOR EXTERNO
Conforme Crepaldi (2004) o auditor independente – pessoa física, o auditor
independente – pessoa jurídica, e seus responsáveis técnicos poderão ser
advertidos, multados, ou ter seu registro na Comissão de Valores Mobiliários
suspenso ou cancelado, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis quando:
8
a) Atuarem em desacordo com as normas legais e regulamentares que
disciplinam o mercado de valores mobiliários;
b) Realizarem auditoria inepta ou fraudulenta, falsearem dados ou somente
informações que sejam de seu valor revelar;
c) Utilizarem, em beneficio próprio ou de terceiros, informações a que tenham tido
acesso em decorrência do exercício da atividade de auditoria.
8 O QUE LEVA UMA EMPRESA A CONTRATAR UM AUDITOR EXTERNO
Para Almeida (1996), os principais motivos que levam uma empresa a
contratar um auditor externo ou independente são os seguintes:
a) Obrigação legal;
b) Como medida de controle interno tomada pelos acionistas, proprietários ou
administradores da empresa;
c) Imposição de um banco para ceder empréstimos;
d) Imposição de um fornecedor para financiar a compra de matéria-prima;
e) A fim de atender as exigências do próprio estatuto ou contrato social da
companhia ou empresa;
f) Para efeito de compra da empresa (o futuro comprador necessita de uma
auditoria a fim de determinar o valor contábil correto do patrimônio liquido da
empresa a ser comprada);
g) Para efeito de incorporação da empresa (é a operação pela qual a empresa é
absorvida por outra, que lhe sucede em todos os direitos e obrigações);
h) Para efeito de fusão de empresas (é a operação pela qual se unem duas ou
mais empresas para formar uma nova sociedade, que lhe sucede em todo os
direitos e obrigações);
i) Para fins de cisão da empresa (é a operação pela qual a empresa transfere
parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para fim
ou já existentes, extinguindo-se a empresa cindida, se houver versão de todo
seu patrimônio, ou dividindo-se seu capital, se parcial a distribuição);
j) Para fins de consolidação das demonstrações contábeis (a consolidação é
obrigatória para a companhia aberta que tiver mais de 30% do valor de seu
patrimônio liquido representado por investimentos em sociedades controladas).
9
9 PAPÉIS DE TRABALHO
Uma das Normas de Auditoria estabelece que o auditor deve colher
elementos comprobatórios suficientes a fim de apoiar seu parecer sobre as
demonstrações financeiras. Para atender a norma o auditor prepara papéis de
trabalho que representa todas as evidências coligidas ao longo da execução do
serviço de auditoria.
Attie (1998) afirma que os papéis de trabalho formam o conjunto de
formulários e documentos que contem as informações e apontamentos obtidos pelo
auditor durante seu exame, bem como as provas e descrições dessas realizações;
constituem a evidencia do trabalho executado e o fundamento de sua opinião.
A elaboração dos papeis de trabalho relata o exame praticado pelo auditor,
propiciando um registro escrito, de forma permanente, quanto as informações
obtidas e o julgamento profissional, por ele adotado, na execução e identificação de
seus objetivos.
10 DA GUARDA DOS DOCUMENTOS AUDITADOS
Para a segurança de fiscalização do exercício do profissional do auditor e
também da entidade auditada, é dever do mesmo conservar pelo prazo de 5 (cinco)
anos, a partir da data da emissão de seu parecer, todas as documentações e
relatórios dos seus serviços realizados. (CONTABILIDADE, 2017).
11 SIGILO DO AUDITOR
Durante todo o serviço prestado a organização, o auditor deve respeitar e
assegurar o sigilo relativamente as informações obtidas não as divulgando sob
nenhuma circunstancia, sem autorização expressa da entidade, salvo quando
houver obrigação legal, ou seja, caso seja autorizado, por escrito, pela
administração da entidade, com poderes que contenha de forma clara e objetiva os
limites das informações que forem julgadas necessárias, sob pena de infringir o
sigilo profissional. (CONTABILIDADE, 2017).
No sigilo profissional deve ser observado:
a) a relação entre o auditor e a entidade auditada;
10
b) a relação entre os auditores;
c) a relação entre os auditores e os órgãos reguladores e fiscalizadores e;
d) a relação entre o auditor e demais terceiros.
O sigilo é a base da própria sobrevivência para o profissional auditor.
12 O PARECER DO AUDITOR EXTERNO
O parecer é de exclusiva responsabilidade de contador registrado no
Conselho Regional de Contabilidade, denominado auditor.
O Parecer do Auditor Independente é o documento mediante o qual o auditor
expressa sua opinião, de forma clara e objetiva, sobre as demonstrações contábeis
nele indicadas. Destinado aos acionistas, cotistas ou sócios, nele deve
indicar as demonstrações contábeis sobre as quais o auditor está
expressando sua opinião, com nome da entidade, as datas e os períodos a que
correspondem, datado e assinado pelo contador responsável pelos trabalhos e
conter o seu número de registro no Conselho Regional de Contabilidade - CRC,
caso o trabalho tenha sido realizado por empresa de auditoria, o nome e o número
de registro cadastral no Conselho Regional de Contabilidade também devem constar
do parecer; a data do parecer deve corresponder ao dia do encerramento dos
trabalhos de auditoria na entidade.
Conforme Attie (1998) o parecer do auditor, em condições normais, contem
três parágrafos:
1º parágrafo: determina a referencia o propósito de trabalho do auditor e a
responsabilidade por ele assumida.
2º parágrafo: determina a abrangência do trabalho de auditoria e a forma pelo
qual o trabalho foi direcionado.
3º parágrafo: determina a opinião do auditor sobre o trabalho realizado.
12.1 Tipos de parecer do auditor externo
Conforme Attie (1998) são assim apresentados os tipos de parecer do auditor
externo:
1) Parecer sem ressalva: é emitido quando as demonstrações financeiras da
empresa examinada pelo auditor representam adequadamente a posição
11
patrimonial e financeira e o resultado das operações de acordo com os
princípios fundamentais de contabilidade. O parecer sem ressalva indica que
o auditor está convencido de que as demonstrações financeiras foram
elaboradas consoante a Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação
específica em todos os seus aspectos relevantes. O auditor, quando emite um
parecer sem ressalva, afirma que não há efeitos relevantes que afetem a
demonstração financeira, uma vez que foram estes avaliados e considerados
não significativos em relação as demonstrações financeiras tomadas em
conjunto.
2) Parecer com ressalva: é emitido quando um ou mais de um valor nas
demonstrações financeiras não refletem adequadamente a posição correta,
de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade, ou quando o
auditor não consegue obter evidencias adequadas que permitam a
comprovação desses valores. Via de regra, os motivos de ressalva estão
relacionados a não obediência aos princípios fundamentais de contabilidade
ou a inconsistência na aplicação dos mesmos e por claras limitações
impostas ao auditor, não lhe sendo concedidas alternativas para o exame
integral das demonstrações financeiras. Se o auditor pretende emitir o parecer
com ressalva, o paragrafo da opinião precisa ser modificado de maneira a
deixar clara a natureza da ressalva
3) Parecer adverso: é emitido quando o auditor verificar efeitos e condições que
em sua opinião, comprometem substancialmente as demonstrações
financeiras examinadas, a ponto de não ser suficiente a simples ressalva no
parecer. O parecer adverso exprime a opinião do auditor de que as
demonstrações financeiras não representam adequadamente a posição
patrimonial e financeira e/ou o resultado das operações e/ou mutações
patrimoniais, e/ou origens e aplicação dos recursos de acordo com os
princípios fundamentais de contabilidade. Sempre que o auditor emitir um
parecer adverso, é recomendável a explicação de todas as razões
ponderáveis que o levaram a assim proceder, referindo-se, normalmente, ao
paragrafo adicional, no qual ele descreve as circunstancias.
4) Parecer com abstenção de opinião: é emitido quando o auditor não conseguir
obter comprovação suficiente para fundamentar sua opinião sobre as
demonstrações financeiras tomadas em conjunto, ele deve declarar que esta
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impossibilitado de expressar sua opinião sobre estas. Como regra geral, esta
impossibilidade de expressão de opinião do auditor é resultante dos seguintes
aspectos: limitação imposta ao objetivo do exame; existência de fato que
afete consideravelmente a posição patrimonial e financeira ou resultado das
operações; existência de incerteza substancial em relação ao montante de um
item, impedindo ao auditor a formação de opinião sobre as demonstrações
financeiras tomadas em conjunto; e preparação de demonstrações financeiras
não auditadas.
13 ÓRGAOS RELACIONADOS COM OS AUDITORES
O Conselho Federal de Contabilidade – CFC, através da Resolução nº
321/72, aprovou as normas e os procedimentos de auditoria, as quais foram
elaboradas pelo instituto dos auditores independentes do Brasil - IBRACON.
Já em 1976, com a edição da Lei nº 6.404, ficou determinado que as
demonstrações financeiras ou contábeis das companhias abertas seriam
obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na CVM.
a) Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
b) Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon);
c) Conselho Federal de Contabilidade (CFC);
d) Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs).
14 AS ENTREVISTAS REALIZADAS COM AUDITORES
As entrevistas foram realizadas no mês de Setembro/2017, com quatro
contadores e auditores, foi constatado que a palavra auditoria gera desconforto nas
empresas. Basta falar a um profissional que o seu serviço será auditado e
imediatamente ele se perguntará se o serviço foi realizado corretamente. Por outro
lado, a auditoria é uma ferramenta de segurança para todas as empresas, visto que
todos os serviços realizados por intervenção humana estão sujeitos a erros. No
entanto, ao longo dos trabalhos os funcionários acabam se acostumando e se
adaptando aos procedimentos da auditoria.
Quanto ao material solicitado nas auditorias nota-se certa demora na entrega
dos documentos, talvez por medo e insegurança dos profissionais que executam os
13
trabalhos.
A maior dificuldade encontrada na auditoria externa é a resistência por parte
de gerentes, funcionários e até por diretores para realização dos trabalhos, pois se
trata de rever e relatar se os procedimentos realizados estão ou não de acordo com
as normas da empresa e dentro das normas brasileiras de contabilidade.
A responsabilidade do auditor deve restringir-se a emissão de um parecer que
contém sua opinião profissional, em relação a aplicação dos princípios fundamentais
de contabilidade, ou também incluir a necessidade de informações.
CONCLUSÃO
Ao final do presente trabalho, com extensa pesquisa acerca do tema central,
a auditoria externa, as atribuições e responsabilidade dos auditores e o processo de
auditoria, concluí-se que diante da evolução contábil a necessidade da auditoria foi
se tornando cada vez mais um instrumento de mera observação, orientação,
interpretação e de previsão de fatos em constante crescimento no interior da
empresa, o que proporciona a eficácia no controle de qualidade patrimonial,
econômico e financeiro.
Em suma, o trabalho mostrou-se como às atribuições e responsabilidades do
auditor externo, através de opiniões firmadas em parecer agrega credibilidade e
confiabilidade às demonstrações contábeis. Assim sendo, o processo de auditoria
pode ser utilizado por gestores frente a tomadas de decisões dentro da organização.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
ATTIE, W. Auditoria: Conceitos e aplicações. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
CONTABILIDADE, P. Normas profissionais do auditor independente. 2017. São Paulo. Disponível em <http://www.portaldacontabilidade.com.br/nbc> Acesso em: 01 set. 2017.
14
HILÁRIO, F.; MARRA, E. Auditoria contábil: normas de auditoria. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
PEREIRA, A. C.; SOUZA, B. F. Auditoria contábil: Abordagem prática e operacional. São Paulo: Atlas, 2004.
PEREZ JUNIOR, J. H. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
SÁ, A. L. Curso de auditoria. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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