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CARACTERIZAÇÃO DO SOLO NO VAZADOURO DE LIXO DO MUNICÍPIO DE ARARUAMA Gisela Kloc Kloc lopes, Flávia Targa Martins, Roberta Mendiondo Nunes, Sharon Augusta Rangel (Universidade Veiga de Almeida - campus Cabo Frio) Resumo: O destino dos resíduos descartados pelas populações vem se tornado um grave problema social e ambiental. Em Araruama, o destino do lixo urbano se encontra até 2013 em uma área considerada de mata atlântica e parcialmente desgastada pela extração do mineral basalto. Parte dessa área, considerada de uso comunitário era ocupada pelos resíduos sólidos provenientes de coleta domiciliar e pública que são depositados e aterrados no solo. O presente trabalho teve atuação antes do lixão ser deasativado pela prefeitura e teve como objetivo analisar características físicas e químicas das amostras coletadas do solo. Os resultados mostrarm que o lixo está contaminando o solo das localidades avaliadas, contribuindo para uma degradação ambiental e um decréscimo na qualidade de vida de todos das proximidades. Palavras-chaves: meio ambiente, resíduos sólidos, chorume ISSN 1984-9354

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CARACTERIZAÇÃO DO SOLO NO VAZADOURO DE LIXO DO MUNICÍPIO DE ARARUAMA

Gisela Kloc Kloc lopes, Flávia Targa Martins, Roberta Mendiondo Nunes, Sharon

Augusta Rangel (Universidade Veiga de Almeida - campus Cabo Frio)

Resumo: O destino dos resíduos descartados pelas populações vem se tornado um grave problema social e ambiental. Em Araruama, o destino do lixo urbano se encontra até 2013 em uma área considerada de mata atlântica e parcialmente desgastada pela extração do mineral basalto. Parte dessa área, considerada de uso comunitário era ocupada pelos resíduos sólidos provenientes de coleta domiciliar e pública que são depositados e aterrados no solo. O presente trabalho teve atuação antes do lixão ser deasativado pela prefeitura e teve como objetivo analisar características físicas e químicas das amostras coletadas do solo. Os resultados mostrarm que o lixo está contaminando o solo das localidades avaliadas, contribuindo para uma degradação ambiental e um decréscimo na qualidade de vida de todos das proximidades.

Palavras-chaves: meio ambiente, resíduos sólidos, chorume

ISSN 1984-9354

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INTRODUÇÃO

No passado, a produção de lixo pela população não causava o impacto sobre o meio

ambiente que pode ser visto hoje, uma vez que a maioria dos resíduos produzidos era de natureza

orgânica e, portanto, mais fácil de ser degradada. Além disso, restos de comida, frutas e legumes

eram utilizados na alimentação de animais domésticos, o que também contribuía para diminuir o

volume dos resíduos sólidos (Cavalcante, 2002).

A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra em 1779, desencadeou o processo de urbanização

(Dias, 2002), mudando significativamente a vida das pessoas. O elevado índice de urbanização e o

sistema capitalista de produção são características marcantes da sociedade moderna. Nessa

perspectiva, o consumismo se incorporou ao modo de pensar e agir das pessoas. Segundo Dias

(2002), os centros urbanos são pontos de indução de alterações ambientais, ocupando apenas 2%

da superfície terrestre; porém, consumindo 75% dos seus recursos.

A utilização excessiva de embalagens na comercialização de produtos, tem sido outra

característica do modo industrial vigente. Embalagens múltiplas são utilizadas para proteção dos

produtos, distribuição, e promoção de vendas, conferindo praticidade e atratividade, mas ao

mesmo tempo aumentando a produção de resíduos sólidos (Gradvohl, 2001). Na agitação do dia-

a-dia vivido pela maioria das pessoas que vivem nas grandes cidades, há uma grande valorização

dos produtos práticos e descartáveis, o que aumenta ainda mais o volume do lixo produzido.

Produtos duradouros e reutilizáveis, considerados de boa qualidade até algum tempo atrás,

perderam terreno para os descartáveis (Gradvohl, 2001). Nas palavras de Rodrigues (1998): Um

grande problema, da intensificação da produção/destrutiva, senão o maior, está no que se

convencionou chamar de problemática ambiental, na criação de novas necessidades que não

satisfazem necessidades humanas enriquecedoras, mas apenas correspondem a modos de vida da

sociedade do descartável. E, na sociedade do descartável, o tempo e o espaço são tidos como

separados, produzem-se cada vez mais e mais mercadorias — que duram cada vez menos —, e

utiliza-se de forma intensiva o espaço para produzir mais.

O destino dos resíduos descartados pelas populações vem se tornado um grave problema social e

ambiental. No Brasil, são produzidos cerca de 47.450 mil toneladas de lixo por ano. Nos, últimos

anos, tem sido verificado um aumento desse volume superior a 10% ano, chegando a 40% em

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Salvador e 22% no Rio de Janeiro e Curitiba. A Pesquisa nacional de Saneamento Básico 2000

revelou uma melhoria na situação da destinação final do lixo no país. Este estudo verificou que em

2000, 47,1% do lixo produzido era destinado a aterros sanitários, 22,3 % a aterros controlados e

apenas 30,5 % a lixões (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2002). Em relação

à problemática do lixo no Brasil, a falta de espaço para a sua disposição final é outro fator

agravante, que está relacionado com a rápida saturação dos aterros sanitários.

Os famosos lixões, sem qualquer cuidado ou técnica especial representando sérios riscos sanitários

e ambientais para as pessoas. Mesmo quando localizados distantes da área habitada, os lixões

contaminam as água, o solo e o ar. Além disso, os lixões não possuem condições higiênicas

adequadas, contribuindo para proliferação de vetores potenciais, como ratos, moscas, baratas e

outros animais transmissores de doenças. Nos aterros sanitários, o lixo é compactado no solo em

camadas periodicamente cobertas com terra ou outro material inerte. No entanto, como a água

circula pelos aterros, os reservatórios subterrâneos de água podem sem contaminados pelas

substâncias poluentes desses locais. Normalmente, o lixo doméstico tem certa quantidade de água,

proveniente da umidade e da matéria orgânica em decomposição. Quando a água circula pelos

lixões e aterros sanitários, várias substâncias poluentes são dissolvidas nela. Essa água

extremamente poluída é denominada de chorume e sua composição de pende de fatores como: tipo

de resíduos depositados sobre o solo, forma como o aterro foi construído, sua posição em relação

ao lençol freático, solo da região, quantidade de oxigênio presente, umidade, etc. Ao passar pelo

solo, o chorume, pode arrastar nitratos, fosfatos, metais pesados e microorganismos. Quando

atinge o lençol freático, o chorume contamina a água dos reservatórios subterrâneos. Por sua vez,

ao serem abastecidas pelo lençol freático, água superficiais (minas, lagos, rios) também são

contaminadas.

Há várias maneiras de diminuir o volume de lixo destinado aos aterros como incineração, digestão

anaeróbia, compostagem, coleta seletiva ou separação pós-coleta. A reciclagem de materiais

usados constitui-se em uma das principais soluções (Bianchini, 2001). Apesar de ser um processo

caro, apresenta muitos benefícios, que são destacados por Grippi (2001): A reciclagem já é uma

realidade no país, atingindo índices invejáveis para alguns produtos, como latas de alumínio

95,7% (Compromisso Empresarial para Reciclagem – CEMPRE, 2006c); papel ondulado 79%

(CEMPRE, 2006b); vidro 46% (CEMPRE, 2006d); garrafas PET 48% (CEMPRE, 2006e); papel

de escritório 33% (CEMPRE, 2006a). Um processo de extrema importância para o sucesso da

reciclagem é a coleta seletiva de lixo, que compreende a separação e coleta de materiais

recicláveis na fonte geradora (Vilhena & D’Almeida, 2000). Segundo Neiva (2001), o principal

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problema enfrentado para o crescimento da reciclagem dos diversos tipos de materiais é a

inexistência ou a ineficiência de programas de coleta seletiva. Esses programas devem propiciar a

separação do lixo em papel, plástico, vidro, metal e matéria orgânica, assegurando melhor

qualidade desses materiais e facilitando a sua reciclagem. Para o seu sucesso, a separação do lixo

em cada categoria deve começar nas próprias residências com cada um exercendo seu papel de

cidadão.

Em Araruama, município do Rio de Janeiro, situado na região dos Lagos, a prefeitura

junto com a secretaria do meio ambiente já deu inicio ao Programa de Coleta

Seletiva Solidária (PCCS). O programa foi lançado no Fórum de Coleta Seletiva

Solidária, realizado em agosto de 2012 e contou com várias medidas, tendo como o

objetivo a extinção do Lixão Municipal de Araruama. Segundo a prefeitura da

cidade, a quantidade de lixo produzida pelos moradores de Araruama é de 80

toneladas por dia, mas na alta temporada o número chega a 300 toneladas. A

vegetação no local onde funcionava o lixão foi completamente prejudicada. A

forma de manejo no local era contrária à Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Em meados de 2013, a prefeitura determinou a desativação do lixão com o

trabalho de adequação do lixo determinando que todo o lixo deverá ser

compactado e aterrado. Outra medida adotada é a proibição do despejo de

entulhos e galhos no local que vai ser destinado exclusivamente para o lixo

doméstico (Jornal O CIDADÃO)

Sem qualquer cuidado ou técnica especial, os lixões, em geral, representam sérios riscos sanitários

e ambientais para as pessoas. Mesmo localizados distantes da área habitada, os lixões contaminam

a água, o solo e o ar. Dessa forma, o presente trabalho buscou uma metodologia para analisar

características físicas e químicas das amostras coletadas do solo no vazadouro de lixo do

município de Araruama para ser avaliado o grau de contaminação do local que ocorre pelo lixo.

OBJETIVO

Obter junto com a Prefeitura Municipal de Araruama e a Secretaria Municipal de Ambiente

dados sobre a localidade, a situação fundiária e o tamanho da área ocupada pelo lixo no vazadouro

do município de Araruama. Em seguida, mapear a área com a determinação com os pontos de

coleta. Coletar amostras do solo da área em estudo afim de analisar características físicas e

químicas das amostras coletadas do solo. O presente trabalho foi realizado no ano de 2012, antes

da interdição do local.

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METODOLOGIA

Levantamento de dados da área

O projeto envolveu trabalho de campo, junto à secretaria do meio ambiente do município, para

levantamento de dados; tais como situação fundiária e o tamanho da área ocupada.

Mapeamento na área de coleta

A propriedade foi divida em áreas uniformes de até 10 hectares, para a retirada de amostras. Cada

uma dessas áreas estava uniforme quanto a cor, a topografia e a textura.

Cada uma das áreas escolhidas foi percorrida em zig-zag, retirando-se com um trado, amostras de

15 a 20 pontos diferentes, que foram colocadas juntas em um balde limpo. Todas as amostras

individuais de uma mesma área uniforme foram muito bem misturadas dentro do balde, retirando-

se uma amostra final, em torno de 500 g.

As amostras foram retiradas da camada superficial do solo, até a profundidade de 20 cm, tendo

antes o cuidado de limpar a superfície dos locais escolhidos, removendo detritos. Não foi retirado

amostras de locais próximos de formigueiros, depósitos de adubo e etc. ou quando o terreno estava

encharcado.

As amostras foram identificadas perfeitamente relacionando com o local da área em que a amostra

foi removida.

Granulometria

Para o reconhecimento do tamanho dos grãos de um solo foi realizada a análise granulométrica,

que consiste, em geral, de duas fases: peneiramento e sedimentação. O peso do material que passa

em cada peneira, referido ao peso seco da amostra, foi considerado como a “percentagem que

passa”. A abertura nominal da peneira foi considerada como o “diâmetro” das partículas. Trata-se,

evidentemente, de um “diâmetro equivalente”, pois as partículas não são esféricas. A análise por

peneiramento tem como limitação a abertura da malha das peneiras, que não pode ser tão pequena

quanto o diâmetro de interesse. A menor peneira empregada foi a de nº 200, cuja abertura é de

0,075 mm.

Determinação do pH

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Para a determinação de pH pesou-se 2,5 g de solo foi transferida esta quantidade para um béquer

de 50 mL, no qual 25 mL de água destilada e deionizada foram adicionadas. Após a agitação por 5

min, com a ajuda de um agitador magnético, o conjunto foi deixado em repouso por 20 min e

agitado novamente por mais 5 min. Foram realizadas 3 leituras de pH com a utilização de fita de

pH (Merck). A determinação da análise foi realizada em triplicada.

Determinação do teor de umidade

Para determinar o teor de umidade foi pesado inicialmente cerca de 1,0 g da amostra do solo em

cadinho de porcelana tarado a 550ºC. Em seguida, o material foi levado à estufa a 100-110ºC, por

2 horas. Após resfriamento em dessecador, o conjunto cadinho e amostra seca foram pesados. O

resultado da perda de massa como umidade à temperatura do teste foi obtido.

Determinação da matéria orgânica

Para a determinação da matéria orgânica, foi utilizado o método da perda por ignição a 550ºC.

Aproveitou-se o mesmo cadinho e material contido na determinação de umidade.

O cadinho e o material foram levados à mufla para a amostra ser aquecida lentamente, de modo a

ser queimada sem se inflamar. Uma vez atingido 550ºC, manteve-se a amostra nessa temperatura

por mais 1 hora. Em seguida, o cadinho foi esfriado em dessecador e, então, pesado. O resultado

da perda de massa como matéria orgânica foi obtido.

Determinação do carbono total

A porcentagem de carbono total foi determinada a partir da matéria orgânica. O valor é

encontrado dividindo-se o resultado obtido para a matéria orgânica pelo fator 1,8. Este fator é

utilizado em virtude de se admitir que, na composição média da matéria orgânica do solo, o

carbono participa com 58%.

RESULTADOS

Levantamento de dados da área

Araruama é um município do Rio de Janeiro situado na região dos Lagos, com uma população de

112.028 habitantes, produz aproximadamente 100 toneladas de lixo/dia. Os resíduos do município

foram destinados há mais de dez anos para o lixão da cidade, localizado no bairro da fazendinha a

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aproximadamente 8,6 km do centro da cidade, conforme os dados fornecidos pela Secretaria do

Meio Ambiente do Município.

Segundo a Secretaria do meio ambiente de Araruama pode-se classificar a localidade do

vazadouro como uma zona de vegetação primária e secundária de mata atlântica. A área do

vazadouro com 881.846 m2 é rica em basalto e tem seu solo parcialmente desgastado pela extração

do mineral. Parte dessa área, com 35.000 m2 é ocupada por resíduos sólidos provenientes de coleta

domiciliar e pública. A Figura 1 mostra a vista  panorâmica da  área do  vazadouro do  lixo do 

Município de que foram coletadas as amostras.

Figura 1: Vista panorâmica da área do vazadouro do lixo do Município de Araruama

Mapeamento na área de coleta

Os pontos de amostragens foram a área do vazadouro e adjacentes. Submostras foram coletadas

em três pontos de cada área, em uma profundidade de 20 cm do solo. Após a homogeneização das

subamostras, foi retirada uma amostra composta, totalizando cinco pontos de coleta com a

descrição das áreas.

Área 1: área plana nas partes adjacentes sem depósito de lixo no solo com apenas alguns detritos

que chegam devido a ação do vento. O local apresenta vegetação rasteira e algumas árvores

(Figura 2).

Área 2: área ligeiramente plana com a maior concentração de lixo, tanto aterrado e como na

superfície do solo (Figura 3).

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Área 3: área próxima a um declínio de relevo do depósito, ainda com resíduos no solo e na

superfície (Figura 4).

Área 4: área nas partes adjacentes, após declínio de relevo, próximo à mata sem depósito de lixo

no solo, com apenas alguns detritos na superfície, que chegam devido a ação do vento. O local

apresenta vegetação rasteira e algumas árvores (Figura 5).

Área 5: área plana situada na entrada do depósito, em partes adjacentes do depósito, com

vegetação rasteira, próxima a área de extração do basalto. O local apresenta depósito de lixo

aterrado e na superfície do solo, que também chegam devido a ação do vento (Figura 6).

Figura 2: Área 1, local plano nas partes adjacentes

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Figura 3: Área 2, local ligeiramente plano com a maior concentração de lixo

Figura 4: Área 3, local próximo a um declínio de relevo do depósito

Figura 5: Área 4, local nas partes adjacentes, após declínio de relevo, próximo à mata

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Figura 6: Área 5, local plano situado na entrada do depósito, em partes adjacentes

Granulometria

As amostras 1 e 4 retiradas das áreas adjacentes do vazadouro, apresentaram coloração clara

avermelhada e marrom, com frações granulométricas de até 0,3 mm e 0,15 mm (Figura 2). A

coloração do solo pode ser explicada pelas possíveis migrações de argila e ferro, o baixo teor de

umidade determinado caracteriza um tipo de solo seco. O pH ligeiramente ácido, Tabela 1,

caracteriza um solo com crescimento de vegetais prejudicado e baixa ação de microorganismos.

As amostras 2, 3 e 5, retiradas de áreas com resíduos de lixo na superfície e aterrado apresentaram

coloração muito escura, com frações granulometria de até 0,3 mm e 0,15 mm. (Figura 2). Em

geral, a coloração do solo pode ser explicada pela acumulação da matéria orgânica que escurece o

solo.

a b

c d e

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Figura 2: Amostras compostas da área 1 (a), área 2 (b), área 3 (c), área 4 (d) e área 5 (e).

Determinação do pH

As amostras 1 e 4 retiradas das áreas adjacentes do vazadouro, apresentaram pH ligeiramente

ácido, Tabela 1, caracterizando um solo com crescimento de vegetais prejudicado e baixa ação de

microorganismos.

As amostras 2, 3 e 5, retiradas de áreas com resíduos de lixo na superfície e aterrado apresentaram

o pH do solo ligeiramente alcalino a ligeiramente ácido (Tabela 1).

Determinação do teor de umidade, matéria orgânica e carbono total

As amostras 1 e 4 retiradas das áreas adjacentes do vazadouro, apresentaram o teor de umidade de

5,35 % e 8,56 %, da matéria orgânica de 2,01% e 3,37%, e o de carbono total de 1,11% e 1,87%,

respectivamente. As amostras 2, 3 e 5, retiradas de áreas com resíduos de lixo na superfície e

aterrado apresentaram o teor de umidade foram de 19,84%, 14,56% e de 10,23%, de matéria

orgânica de 6,62%, 3,29% e 4,49% e o de carbono orgânico total de 3,67%, 1,82%, 2,49%,

respectivamente (Tabela 1).

Tabela 1: Parâmetros químicos avaliados no solo das amostras recolhidas do vazadouro do lixo do

Município de Araruama – Rio de Janeiro

Amostras pH Teor de umidade

(%)

Matéria orgânica

(%)

Carbono Total

(%)

01 6 5,35 ± 0,8 2,01 1,11

02 6 19,84 ± 0,3 6,62 3,67

03 8 15,46 ± 0,2 3,29 1,82

04 5 8,16 ± 1,0 3,27 1,87

05 6 10,23 ± 1,2 4,49 2,49

CONCLUSÃO

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O presente trabalho envolveu trabalho de campo junto à secretaria do meio ambiente do

município e no local de deposição dos resíduos do Município. Os resultados obtidos nas áreas

adjacentes mostraram que o solo em estudo é de coloração avermelhada clara, seco e rico em

matéria inorgânica – minério de basalto. Esse resultado explica a degradação nas áreas adjacentes

decorrente da exploração do minério de forma inadequada vista no local.

Enquanto, que nas áreas com resíduos aterrados e na superfície, o lixo está contaminando o solo.

Nessa localidade foi encontrado um solo de coloração escura fora dos padrões, com pH de

ligeiramente alcalino a ligeiramente ácido. Essa determinação, entretanto, não foi precisa devido

aos recursos de medida de pH. Elevados índices de umidade, teor de matéria orgânica e carbono

total foram encontrados nas áreas do aterro com resíduos aterrados e na superfície. Portanto, os

resultados mostraram que o lixo está contaminando o solo das localidades avaliadas, contribuindo

para uma degradação ambiental e um decréscimo na qualidade de vida de todos das proximidades.

Esses resultados, entretanto apenas pressupõem uma situação que poderá ser mais bem avaliada

com base em um monitoramento periódico, uma vez que cada área de despejo representa um

processo dinâmico, influenciado por características locais próprias.

O presente estudo e de sua consequente ação sobre a saúde da população vizinha é apenas um dos

enfoques a ser dado a uma questão maior que envolve problemas de natureza social, ambiental,

sanitária, política e econômica.

AGRADECIMENTOS

Ao laboratório de iniciação científica do Instituto Federal Fluminense IFF de Duque de Caxias,

por permitir o uso de equipamentos para análises.

BIBLIOGRAFIA

Cavalcante, M. D. L. A destinação final de resíduos. Banas Qualidade, a. 12, n. 126, p. 104- 106, nov. 2002. CEMPRE. Ficha Técnica: Papel de escritório. 2006a. Disponível em <http://www.cempre.org.br/ fichas_tecnicas.php?lnk=ft_papel_escritorio.php >. Acesso em: 27 fev. 2007. Dias, G.F. Pegada ecológica e sustentabilidade humana. São Paulo: Editora Gaia, 2002. P.257. Gradvohl, A. Reciclando o lixo. Fortaleza: Editora Verdes Mares, 2001, p. 104. Jornal O Cidadão on line, edição 178, Araruama, 22 de março de 2013, disponível em http://www.ocidadaorj.com.br. Acesso 25 de Abril, 2014.

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Neiva, A. Reciclagem cresce no Brasil. Ecologia e Desenvolvimento, Rio de Janeiro, a. 11, n. 96, p. 18-19, set. 2001. Rodrigues, A. M. Produção e consumo do e no espaço: problemática ambiental urbana. São Paulo: Hucitec, 1998. P.239. Vilhena, A.; D’almeida, M. L. O. Processamento do lixo: segregação de materiais. In: (coordenadores). Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000. p. 81-89.