23

Cartilha Comercio Justo Solidario

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Cartilha Comércio Justo Solidario

Citation preview

  • Comrcio Justo e Solidrio

  • Agradecimentos

    Agradecemos ao Faces do Brasil - Frum de Articulao do Comrcio tico e Solidrio do Brasil e Rede Espao por um Comrcio Justo, em particular, Asociacin Canaria de Economa Alternativa, CIDAC, Ecos do Sul, M de Vida, Picu Rabicu e Xarxa de Consum Solidari, que colaboraram nos dilogos e QDDWDRPTDNQHFHM@Q@LDRRDB@CDQMN O@QSHBHO@NCDRRDR@SNQDRMDRRDpercurso no implica necessariamente em seu alinhamento com a totalidade C@RONRHDR@PTH@OQDRDMS@C@R FQ@CDBDLNR@SNCNRHLDMR@LDMSD

    Coordenao do Projeto Nacional de Comercializao Solidria

    Comrcio Justo e Solidrio

    Caderno 1 da Srie Trocando Ideias

    Realizao: Instituto Marista de Solidariedade - IMS

    Diretor: Vicente Falqueto

    Gerncia Social UBEE/UNBEC

    Gerente Social: Cludia Laureth Faquinote

    "NNQCDM@NC@/TAKHB@N1HYNMDHCD2NTY@ LNQHL2GHQKDH 2HKU@Elaborao do Texto: Euclides Andr Mance

    Colaborao na construo do contedo:

    Faces do Brasil Frum de Articulao do Comrcio tico e Solidrio do Brasil

    Pela Red Espacio por un Comercio Justo: Asociacin Canaria de Economa Alternativa (Espanha), CIDAC - Centro de Informao e Documentao Amlcar Cabral (Portugal), Ecos do Sul (Portugal), M de Vida (Portugal), /HBT1@AHBT$RO@MG@D7@QW@CD"NMRTL2NKHC@QH$RO@MG@A participao desses atores nesse percurso no implica necessariamente DLRDT@KHMG@LDMSNBNL@SNS@KHC@CDC@RONRHDR@PTH@OQDRDMS@C@R

    /QNIDSNFQBND#H@FQ@L@N+@UMH@#DRHFM

    Instituto Marista de Solidariedade

    SDS Bloco F N 27 Conjunto Baracat Salas 113/115

    Braslia-DF CEP: 70392-900

    %NMDR%@W$L@HKHLRL@QHRS@DCTAQ2HSDVVVHLRNQFAQ

    2010

  • Introduo

    O Comrcio Justo e Solidrio favorece os cidados e cidads, consumidores, OQNCTSNQDRBNLDQBH@MSDRDNDPTHKAQHNCNRDBNRRHRSDL@R(RRNONRRUDKpois todos saem ganhando quando se promove a justia e a solidariedade DLE@UNQCNADLUHUDQC@RODRRN@R

    Na primeira parte desta cartilha veremos como funciona o comrcio convencional, suas injustias e quais as alternativas do Comrcio Justo para o favorecimento dos pequenos produtores e o enfrentamento dessa QD@KHC@CD

    Na segunda parte, trataremos do Comrcio Justo e Solidrio, que a adequao do Comrcio Justo aos critrios da Economia Solidria PTHtrata-se de favorecer tanto os produtores que praticam a economia solidria (pequenos, mdios e grandes) quanto os consumidores, e de transformar NBNMITMSNC@RQDK@DRDBNMLHB@RO@Q@PTDNODQDLRNANOQHMBOHNC@@TSNFDRSNDC@RTRSDMS@AHKHC@CDDBNKFHB@

    5DQDLNRMDRS@B@QSHKG@BNLNUNBONCDRDADMDBH@QCN"NLQBHN)TRSND2NKHCQHND@NLDRLNSDLONBNK@ANQ@QMNCDRDMUNKUHLDMSNRNBHNDBNMLHBNde sua comunidade e contribuir na construo de um mundo mais justo DRTRSDMSUDK

    !N@KDHSTQ@@SNCNRDSNC@R

  • 10 11

    O que o Comrcio?O comrcio uma relao social que envolve a compra e venda ou intercmbio CDOQNCTSNRRDQUHNRDU@KNQDR

    Na lgica do capitalismo o comrcio injusto e no-solidrio, sendo praticado RNAQDK@DRCDBNMBNQQMBH@M@RCHROTS@RCDLDQB@CNDWOKNQ@MCNRD@Rnecessidades de vender ou comprar, em que os ganhadores acumulam QHPTDY@RDNRODQCDCNQDRDLONAQDBDLNTB@LL@QFHM@KHY@CNR

    Sob a perspectiva da economia solidria, por outro lado, o comrcio deve RDQITRSNDRNKHCQHNQD@QL@MCNPTD@CHFMHC@CDGTL@M@DRS@BHL@CNRmercados e que a riqueza socialmente produzida deve ser socialmente compartilhada para o bem-viver de todas as pessoas e para a proteo CNRDBNRRHRSDL@R

    RQDK@DRCDBNLQBHNMNQL@KLDMSDDMUNKUDLDMSQDNTSQNRNRRDFTHMSDRaspectos:

    O produto ou servio a ser comercializado;O lugar para vend-lo;A sua divulgao;O recebimento dos pedidos;.DRS@ADKDBHLDMSNC@RBNMCHDR

    e formas de pagamento;.M@MBH@LDMSNC@NODQ@N

    de compra e venda;O recebimento do dinheiro

    ou do que ser oferecido em troca do produto ou servio;

    M@KHY@NC@UDMC@O atendimento do pedido,

    com a entrega do produto ou a prestao do servio;

    A sustentao de garantias;

    A possibilidade de devoluo ou troca do produto e/ou restituio de valores;O servio de atendimento ao cliente ou suporte tcnico ps-venda; RBNMCHDR KDF@HRCDBNLDQBH@KHY@NDNO@F@LDMSNCNR HLONRSNRDS@W@RQDRODBSHUNRRDFTQNRDBTRSNRM@MBDHQNRCDM@MBH@LDMSNCDNODQ@DRDSB

    No comrcio convencional os atores exercem quatro diferentes papis:

    CompradorPTDCHRODCDQDBTQRNRO@Q@BNLOQ@QTLADLNTRDQUHNVendedor - que oferece bens e servios venda, que tanto pode ser:

    Varejista - que vende diretamente aos consumidores; ou

    Atacadista ou Distribuidor, que vende ao varejista ou a outros negcios;

    Intermedirio ou Atravessador - que compra do produtor para revender @NR@S@B@CHRS@RDNTU@QDIHRS@RRDMCNPTD@CDODMCDQCNRO@RDRDQDFHDRforma-se uma grande cadeia de intermedirios desde a compra do produtor HMHBH@K@S@UDMC@@N@S@B@CHRS@NTU@QDIHRS@Produtor - que cria os produtos e servios oferecidos pelo vendedor ao BNLOQ@CNQ3NCNOQNCTSNQHFT@KLDMSDUDMCDCNQNEDQDBDMCNRDTROQNCTSNR@NR@S@B@CHRS@RU@QDIHRS@RHMSDQLDCHQHNRNTCHQDS@LDMSD@NBNMRTLHCNQ

    Nas ltimas dcadas houve a multiplicao de lojas com grandes superfcies de comercializao, dispondo de vasta gama de produtos em um mesmo local para a venda em grandes ou pequenas quantidades, vista ou a prazo, levando ao desaparecimento simultneo de muitos atacadistas e varejistas convencionais que no dispunham do mesmo volume de capital e de estrutura ERHB@O@Q@BNMBNQQDQBNLDRR@MNU@LNC@KHC@CDCDBNLDQBH@KHY@N

    Por outra parte, em certos setores, destaca-se igualmente uma tendncia HMSDFQ@NCDB@CDH@ROQNCTSHU@RDLPTDTLLDRLNFQTONDBNMLHBN@RBNMSQNK@CDRCD@OQNCTNHMHBH@K@S@UDMC@M@KBNLNMNB@RNCNcaf comercializado pela rede Starbucks, que possui mais de 16 mil lojas DLO@RDRBNLE@STQ@LDMSNCD42AHKGDR@MT@HR@SDMCDMCN@LHKGDRCDBNMRTLHCNQDR@B@C@RDL@M@DLRT@RB@EDSDQH@R

  • 12 13

    O Comrcio Injusto e No-SolidrioSob a lgica do capitalismo, o comrcio organizado visando gerar cada vez mais lucro para quem controla os meios CDM@MBH@LDMSNCHRSQHATHNDBNLDQBH@KHY@N

    $MSQD NR L@HNQDR ADMDBHQHNR CN BNLQBHNmundial est um reduzido nmero de empresas LTKSHM@BHNM@HRPTDCDSLTLONCDQDBNMLHBNDM@MBDHQNRTODQHNQ@NCDLTHSNRO@RDR$RR@RDLOQDR@RHMTDMBH@LM@RCDBHRDRCDNQF@MHY@DRinternacionais sobre as regras do comrcio mundial e exercem forte controle de preos nos mercados locais DHMSDQM@BHNM@HR$LQ@YNCHRRNNRODPTDMNROQNCTSNQDRPT@RDMNSLHMTMBH@M@RCDBHRDRONKSHB@RRNAQDNBNLQBHNDNRRDTRQDMCHLDMSNRB@L@BG@S@CNRDLQ@YNCNROQDNRCDSDQLHM@CNRODK@RFQ@MCDRDLOQDR@R

    Vejamos um exemplo: em 2008, as receitas da Wal-Mart Stores, maior DLOQDR@CDU@QDINLTMCH@KENQ@LCDAHKGDRCDCK@QDRU@KNQRTODQHNQao Produto Interno Bruto (PIB) somado de aproximadamente 40% dos O@RDRCNLTMCNHRSNCNRO@RDRBNLLDMNQ/(!DLSNCNNOK@MDS@Em 2008, somente 26 pases tiveram um PIB maior do que o faturamento LTMCH@KCN6@K,@QS2SNQDRPTDBNTEQDMSDCNR/(!RCDO@RDRBNLN/NQSTF@K QFDMSHM@NT5DMDYTDK@

    As Alternativas do Comrcio Justo

    -@RBHCNMNM@KCNR@MNRCDN"NLQBHN)TRSNCDRDMUNKUDTRD@Nlongo dos anos, compondo diferentes perspectivas de atuao, podendo ser visto de maneira mais restrita, como atividade comercial, ou de maneira mais ampla, como movimento social e econmico. Destacaremos mais frente que, levando em conta o critrio da autogesto, apenas uma parte do comrcio justo pode ser caracterizada como economia solidria.

    O Comrcio Justo como Atividade ComercialQuando a nfase posta em seu carter de atividade comercial@QL@RDque o Comrcio Justo uma associao comercial que favorece a produtores dos pases do Sul do Mundo, excludos ou com desvantagens em relao aos mercados convencionais, favorecendo a comercializao de seus OQNCTSNRDO@F@MCNKGDRTLOQDN ITRSN.ROQNCTSNR RN HLONQS@CNRdo Sul e comercializados nos pases do Norte, assegurando-se mercados O@Q@ OQNCTSNQDR EQ@FHKHY@CNR PTD MN SDQH@L BNMCHDR CD @BDCDQ @NRB@M@HRSQ@CHBHNM@HRCDDWONQS@N@LOKH@MCN@RRHL@RRT@RBNMCHDRCDRTRSDMS@AHKHC@CD

    Neste horizonte, alm do intercmbio comercial voltado valorizao do trabalho e das expectativas dos produtores e dos consumidores, possibilitando a melhoria da qualidade de vida das pessoas, promove-se igualmente o respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente, em uma perspectiva CDCDRDMUNKUHLDMSNGTL@MNRNKHCQHNDRTRSDMSUDK

    Atravs de alianas entre produtores do Sul do mundo e consumidores do Norte, o Comrcio Justo contribui para que:

    Os camponeses e os pequenos produtores das zonas mais pobres do LTMCNSDMG@LBNMCHDRO@Q@UHUDQCHFM@LDMSDCNRDTSQ@A@KGN

    Sejam reforados e desenvolvidos mtodos de produo agrcola e artesanal que valorizem as culturas e saberes locais e que respeitem o meio ambiente;

    Os consumidores obtenham produtos de qualidade, com a garantia de SDQDLRHCNQDRODHS@CNRNRCHQDHSNRCNRSQ@A@KG@CNQDRDNLDHN@LAHDMSD

    Ao longo do tempo, todavia, a prioridade dada nas vertentes dominantes do Comrcio Justo a aspectos estritamente comerciais, com nfase no aumento dos volumes comercializados, levou adoo de procedimentos de franquia (franchising) e a acordos com grandes superfcies e com redes BNMUDMBHNM@HRCDBNLQBHNMNU@QDIN ME@RDM@BDQSHB@NONQSDQBDHQ@O@QSD@B@ANTONQEQ@FHKHY@Q@RQDK@DRPT@KHS@SHU@RBNLOQNCTSNQDRDMUNKUHCNRuma vez que o selo atribudo com esse mecanismo ao produto tende a

  • 14 15

    substituir o intercmbio direto entre produtor e vendedor para a avaliao CDBNMENQLHC@CDDLQDK@N@NRBQHSQHNRCN"NLQBHN)TRSN

    O Comrcio Justo e o Desenvolvimento Sustentvel

    /NQNTSQ@O@QSDMNM@KCNR@MNR@SNQDRCN"NLQBHN)TRSN@OQNETMC@Q@LRT@QDDWNsobre o desenvolvimento sustentvel e os CDR@NR C@ DWO@MRN CN BNLQBHN ITRSN

    destacando:

    Que a oferta geral do conjunto dos produtores maior do que o volume absorvido no comrcio justo Norte-Sul;

    Que parte expressiva da produo desses produtores continua sendo vendida no mercado convencional local, injusto e no-

    solidrio;

    0TD@DRSQ@SFH@CD@LOKH@Q@RDWONQS@DRCN"NLQBHN)TRSNB@C@UDYL@HRONCDQH@ KDU@Q@NQHRBNCNROQNCTSNQDRB@QDLCDODMCDMSDRC@Rvendas a consumidores do Norte - como condio de sustentao de suas prprias atividades - e de ampliarem o impacto ambiental causado ODKNSQ@MRONQSDHMSDQBNMSHMDMS@KCDLDQB@CNQH@R

    Aprofunda-se, ento, o debate sobre a soberania alimentar, o desenvolvimento local, o consumo sustentvel e o acesso aos produtos do comrcio justo ODK@ONOTK@NL@HRONAQDRCNROQOQHNRO@RDR

    -NDMEQDMS@LDMSNCDRRDROQNAKDL@RDCDR@NRRTQFDLHMHBH@SHU@RO@Q@Ndesenvolvimento de mercados locais de comrcio justo RRHLOQSHB@RCDagricultura familiar apoiadas pela comunidade, experincias comunitrias CD@ONHNBNLDQBH@KHY@NNQF@MHY@DRCDB@QSDQQDFHNM@KB@LONBHC@CDD @QSHBTK@DR CD QDCDR HMSDQM@BHNM@HR MN 2TK CNLTMCN @AQDL MNU@RODQRODBSHU@R@NBNLQBHNITRSN

    DRCDComrcio Justo Sul-Sul passam a ser desenvolvidas em pases da Amrica Latina, frica e sia visando:

    Gerar mercados locais e regionais mais prximos aos produtores; Divulgar o comrcio justo para os consumidores destes pases e integr-

    los no circuito do comrcio justo;

    Articular produtores e consumidores nos prprios territrios;Fortalecer a comercializao entre pases de uma mesma regio, criando

    assim novas oportunidades para os produtores j inseridos no comrcio ITRSNMNQSDRTKDO@Q@OQNCTSNQDRPTDMN@ST@LMNLDQB@CNHMSDQM@BHNM@K

    Tratava-se, portanto, de fortalecer o Comrcio Justo Sul-Sul e manter o Comrcio Justo Norte-Sul como ao complementar, como instrumento CDRNKHC@QHDC@CDDMSQD@RM@DR

    Por sua vez, a perspectiva de comrcio justo local em pases do Norte centrava-se, inicialmente, na motivao de proteger formas tradicionais de produo artesanal e da pequena agricultura familiar, evoluindo depois M@ATRB@CDTL@SQ@MRENQL@NRNBH@KL@HR@AQ@MFDMSD

    /NQL@BNLOQDDMRNCDPTDNCDRDMUNKUHLDMSNDBNMLHBNRTRSDMSUDKCNconjunto dos pases, tanto no Norte quanto no Sul, requer a transformao C@RQDK@DRRNBH@HRDDBNMLHB@RHMITRS@RDDBNKNFHB@LDMSDC@MNR@RMDKDRexistentes, colaborou na percepo de que o comrcio justo deve ser parte CDTLLNUHLDMSNRNBH@KDDBNMLHBNL@HR@LOKNUNKS@CN@OQNLNUDQNCDRDMUNKUHLDMSNRTRSDMSUDKDLSNCNRNRO@RDR

    O Comrcio Justo como Movimento Social e EconmicoQuando a nfase posta em seu carter de movimento social e econmico, @QL@RDPTDN"NLQBHN )TRSNOQDSDMCD BNMRSQTHQTL@@KSDQM@SHU@@Ncomrcio convencional, tanto nos pases do Sul quanto do Norte, orientando-se por valores ticos, sociais e ambientais, promovendo o desenvolvimento sustentvel das comunidades locais, o que implica no trabalho digno

  • 16 17

    O@Q@SNC@R@RODRRN@RDM@@CDPT@NC@R@SHUHC@CDRDBNMLHB@RRRT@RMDBDRRHC@CDRDHMSDQDRRDR RRHL@SQ@URC@OQSHB@BNLDQBH@KCNSQ@A@KGNde sensibilizao e da mobilizao social, busca-se transformar os atuais LNCDKNRCDQDK@DRDBNMLHB@RDHFT@KLDMSDO@QSHBHO@QM@BNMRSQTNCDalternativas economicamente viveis, socialmente justas e ecologicamente RTRSDMSUDHR

    Nesta perspectiva, o comrcio internacional somente um complemento do comrcio local e no deve ser considerado como um motor prioritrio CDCDRDMUNKUHLDMSNCNRO@RDRONAQDR/QNBTQ@RDONQS@MSNCHLHMTHQ@dependncia dos produtores do Sul em relao ao mercado internacional D HFT@KLDMSDLNCHB@Q@R QDK@DRBNLDQBH@HR HMSDQM@BHNM@HR HMITRS@Rparticularmente as polticas da Organizao Mundial do Comrcio que as KDFHSHL@L

    Reconhecendo que tanto no Sul quanto no Norte do mundo existem agricultores e artesos fragilizados, o Comrcio Justo fomenta igualmente - como alternativa ao comrcio convencional - a aliana entre produtores e consumidores de uma mesma regio ou pas na prtica do preo justo e na promoo das B@CDH@RBTQS@RBNLLDMNQHLO@BSN@LAHDMS@KMNCDRKNB@LDMSNCNROQNCTSNRAssim, embora o Comrcio Justo tenha surgido como forma de apoiar os camponeses e artesos da frica, Amrica Latina e sia, algumas de suas UDQSDMSDRO@RR@Q@L@@ONH@QS@LALNROQNCTSNQDRMN-NQSD

    Nesta perspectiva, enfatiza-se:

    A auto-organizao dos agricultores na defesa dos seus cultivos e formas tradicionais de produo no horizonte da sustentabilidade ecolgica, no fortalecimento dos diversos canais de comercializao e na justa distribuio da riqueza produzida pelo trabalho;

    .RTQFHLDMSNCD@SNQDRBQSHBNRDLSNC@@B@CDH@DBNMLHB@OQNLNUDMCNse prticas alternativas, articuladas em redes locais e globais;

    A mobilizao social na construo de uma outra economia, na perspectiva global de mudana nos mbitos da produo, transformao, distribuio, comrcio e consumo, tanto locais quanto internacionais;

    A ligao direta entre o produtor e o consumidor;A proteo e valorizao da biodiversidade;A luta contra o patenteamento dos organismos vivos e contra produo

    comercial de organismos transgnicos, isto , de organismos geneticamente LNCHB@CNR

    Os Princpios e Objetivos do Comrcio JustoOs princpios bsicos do Comrcio Justo so:

    Fins ticos, com o respeito e a preocupao pelas pessoas e pelo ambiente, colocando as pessoas acima do lucro;

    .DRS@ADKDBHLDMSNCDAN@RBNMCHDRCDSQ@A@KGNTSHKHY@MCNRDL@SDQH@HRtecnologias e prticas apropriadas, e o pagamento de um preo justo aos produtores e produtoras (um preo que assegure um rendimento CHFMN@OQNSDN@LAHDMS@KD@RDFTQ@M@DBNMLHB@

    NEDQS@CDOQM@MBH@LDMSNNTCD@BDRRN@NTSQ@RENQL@RCDBQCHSN SQ@MRO@QMBH@PT@MSNDRSQTSTQ@C@RNQF@MHY@DRD@SNCNRNR@RODBSNR

    da sua atividade, e a informao mtua entre todos os intervenientes na cadeia comercial sobre os seus produtos ou servios e mtodos de comercializao;

    O fornecimento de informao ao consumidor sobre os objetivos do Comrcio Justo, a origem dos produtos ou servios, sobre os produtores e a estrutura de preos;

    A promoo de atividades de sensibilizao e de campanhas, tanto ITMSN@NRBNMRTLHCNQDRO@Q@QD@K@QNHLO@BSNC@RRT@RCDBHRDRCDBNLOQ@PT@MSNITMSNRNQF@MHY@DRO@Q@OQNUNB@QLTC@M@RM@Rregras e prticas do comrcio internacional);

    O reforo das capacidades organizativas, produtivas e comerciais das produtoras e dos produtores atravs de formao, aconselhamento tcnico, desenvolvimento de mercados sociais e novos produtos solidrios;

    O envolvimento de todas as

  • 18 19

    pessoas (produtores, voluntrios e empregados) nas tomadas de CDBHRNPTDNR@EDS@LMNRDHNC@RRT@RQDRODBSHU@RNQF@MHY@DR

    A proteo e a promoo dos direitos humanos, nomeadamente os das mulheres, crianas e povos indgenas, bem como a igualdade de oportunidades entre os sexos;

    A proteo do ambiente e a promoo de um desenvolvimento sustentvel; 1DRODHSNRQDHUHMCHB@DRCNRONUNRM@SHUNRRNAQDSDQQ@RDQDBTQRNR

    de importncia vital para o seu modo de vida;

    .DRS@ADKDBHLDMSNCDQDK@DRBNLDQBH@HRDRSUDHRDCDKNMFNOQ@YN A produo to completa quanto possvel dos produtos comercializados

    no pas de origem;

    Respeito Identidade Cultural dos Produtores, com a produo e desenvolvimento de produtos prprios tradio cultural dos trabalhadores e feitos com base em seus prprios recursos naturais; com o emprego CNRRDTRBNMGDBHLDMSNR@QSRSHBNRSDBMNKFHBNRDNQF@MHY@SHUNR@LCDOQDRDQU@QRDDCDRDMUNKUDQRDRT@HCDMSHC@CDBTKSTQ@K

    Ampliar as oportunidades de comercializao para produtores vulnerabilizados, pagando-lhes um preo justo por seus produtos e servios;

    Eliminao dos intermedirios no produtivos; Fazer com que as prticas comerciais evoluam para a sustentabilidade

    e a incorporao dos custos sociais e ecolgicos, para a tomada de BNMRBHMBH@C@RODRRN@RDO@Q@@LNCHB@NC@RKDFHRK@DRM@BHNM@HRe internacionais a esse respeito;

    Gerar conscincia nos consumidores acerca do poder que tm de atuar DLE@UNQCDHMSDQBLAHNRDBNMLHBNRL@HRITRSNR

    Implementar estratgias que busquem o equilbrio entre os mercados locais e internacionais;

    /QNLNUDQQDK@DRCDDPTHC@CDCDFMDQNDNLCDOQDBNMBDHSNRDCHRBQHLHM@DR

    Favorecer a expresso das culturas e valores locais, no marco de um dilogo intercultural;

    /QNLNUDQNCDRDMUNKUHLDMSNHMSDFQ@KDLMUDKDBNMLHBNNQF@MHY@SHUNRNBH@KONKSHBNDBTKSTQ@K

    Linhas Estratgicas de Atuao do Comrcio JustoO Comrcio Justo evoluiu de maneira diversa nos vrios pases, havendo hoje linhas distintas de atuao DRSQ@SFHB@

    A mais conhecida e disseminada est centrada na exportao dos pases do Sul para o Norte, focada nos benefcios DBNMLHBNR FDQ@CNR@NROQNCTSNQDR#DEDMCDa presena dos produtos do Comrcio Justo nos supermercados, hipermercados ou grandes superfcies, criando parcerias com os atores da Economia de Mercado para alavancar as vendas CNROQNCTSNRBDQSHB@CNR

    Outras delas, alm da cooperao Norte-Sul, enfatizam:

    O envolvimento no comrcio justo dos diversos atores responsveis pela produo, transformao, distribuio, comercializao e consumo nos territrios locais, respeitando-se os critrios do comrcio justo para esse envolvimento;

    A gerao de benefcios para todos esses atores; a criao e desenvolvimento CD@KSDQM@SHU@R@NBNLQBHNGDFDLMHBNDNCDRDMUNKUHLDMSNCDLDQB@CNRjustos locais, tanto no Sul como no Norte;

    O estabelecimento de alianas com movimentos sociais crticos ao modelo de globalizao neoliberal; a excluso de parcerias com multinacionais e grandes empresas; o fortalecimento do setor da Economia Solidria DLSNCNRNRO@RDR

  • 20 21

    Algumas Diferenas de Perspectiva no Interior do Comrcio Justo

    Embora compartilhem dos mesmos princpios de base, h perspectivas

    CHRSHMS@RMNRDHNCN"NLQBHN)TRSNBNLNQDRTKS@CNCDRT@OQOQH@DUNKTNEmbora tenham muito em comum, essas vertentes divergem particularmente

    RNAQD@KFTMR@RODBSNR KFTL@RCDRR@RCHUDQFMBH@RRN@OQDRDMS@C@RMNPT@CQN@A@HWN

    Prioridades

    Disputar o mercado convencional com os atores de mercado e/ou realizar alianas com estes, de forma a aumentar as prprias UDMC@R

    Construo de mercados solidrios (por exemplo, mercados rurais de pequenos produtores familiares, lojas de comrcio justo nas cidades, feiras de produtos agroecolgicos familiares o @QSDR@M@HRDSB

    Adoo de medidas que @KHUHDL@RBNMCHDRCDpobreza, centradas na DBHMBH@CNRLDHNRCDproduo e comercializao, tendo como alvo o mercado BNMUDMBHNM@K

    Elevao do bem-viver das pessoas pela reconstruo das cadeias produtivas, de comercializao e consumo, tendo em conta a produo sob demanda, os mercados solidrios e o consumo BQSHBN

    Incrementar o resultado das OQSHB@RBNLDQBH@HR

    Fortalecer processos de educao para o consumo responsvel, e para a transformao de estruturas RNBHNDBNMLHB@R

    Estratgia

    A nfase dada ao Comrcio Justo Sul/Norte e sua consequncia na reproduo da dependncia dos produtores do Sul do mundo frente aos mercados dos O@RDRCDRDMUNKUHCNR

    Promover iniciativas de BNLQBHNKNB@KDBNMDWDRem redes de comercializao de proximidade, em qualquer continente, de forma a que sejam convertidas em OQSHB@RCD"NLQBHN)TRSN

    O Comrcio Justo como prtica comercial direcionada para atender a nichos de LDQB@CN

    O Comrcio Justo como elemento de transformao poltico e social, visando QDK@DRBNLDQBH@HRITRS@Re solidrias, nos quadros de um processo mais amplo de LNAHKHY@NRNBH@K

    Parcerias com as empresas transnacionais para incluir alguns produtos alimentares MNBHQBTHSNCN"NLQBHN)TRSN

    Aliana com movimentos sociais que promovam a Soberania Alimentar e o desenvolvimento RTRSDMSUDK

  • 22 23

    Comercializao dos Produtos

    Atravs das grandes cadeias de comercializao ou grandes superfcies (como os hiper-mercados LTKSHM@BHNM@HR

    Atravs de mercados solidrios, nas lojas de Comrcio Justo, em cooperao com outros espaos solidrios BNNODQ@SHU@R@RRNBH@DR

    mas tambm em parceria com o pequeno comrcio tradicional que est sendo vitimado pelo atual modelo CNLHM@MSD

    Reprodutora da lgica de L@RRHB@NCNBNMRTLN

    A comercializao solidria como promotora da sustentabilidade

    &HUWLFDRH*DUDQWLD

    Garantir a expanso de um consumo massivo dos OQNCTSNRBDQSHB@CNR

    Garantir a identidade de um OQNIDSNBNLTL

    Atribuio de selos de comrcio justo a produtos de multinacionais ou de grandes BNQONQ@DRPTDO@RR@L@veicular essa informao em RT@RB@LO@MG@RK@MSQOHB@Rmesmo que o conjunto de suas atividades provoque impactos negativos de carter ambiental e social nos SDQQHSQHNRDLPTD@ST@L

    No atribuir selos de comrcio justo aos produtos das multinacionais, j que o conjunto das suas atividades provoca impactos negativos de carter ambiental e social MNRSDQQHSQHNRDLPTD@ST@L

    "DQSHB@NCDhO@QSDgarantido-se o cumprimento de um determinado elenco de critrios na produo das LDQB@CNQH@RBDQSHB@CNRONQum terceiro ator credenciado que no seja o produtor ou comprador, possibilitando que as mercadorias sejam consideradas de comrcio justo, independentemente de quem as produza ou BNLDQBH@KHYD

    Sistemas Participativos de Garantia - assegurando-se a participao de todos os interessados (produtores, consumidores, BNLTMHC@CDRDSBBNLprocedimentos adaptados a diferentes realidades scio-culturais, fundando-se na viso compartilhada, participao, transparncia, BNM@M@DOQNBDRRNpedaggico, controle social e responsabilidade solidria, em que a credibilidade resulta da participao direta dos interessados DL@DRBNKDSHU@RO@Q@avaliar a conformidade dos fornecedores s normas acordadas, havendo o compromisso em garantir-se o cumprimento permanente C@RDWHFMBH@RDRS@ADKDBHC@R

    Participao do Atores

    Os produtores como OQHMBHO@HRADMDBHQHNRDresponsveis pela promoo CN"NLQBHN)TRSN

    Desenvolvimento de prticas transformadoras na organizao de toda a cadeia - da produo ao consumo, de forma a implicar e ADMDBH@Q@SNCNRNR@SNQDRface s formas capitalistas CNLHM@MSDR

  • 24 25

    Empresas capitalistas ocupam-se da transformao CNROQNCTSNR

    !TRB@CDRNKTDRO@Q@que os produtores locais se apropriem do processo de transformao dos produtos ou que a transformao seja realizada por empreendimentos de $BNMNLH@2NKHCQH@

    O consumidor como parte de TLLDQB@CNRDFLDMS@CN

    O consumidor como ator RNBH@K

    Atores do Comrcio Justo e Seus Colaboradores$MSQD @R HMRSHSTHDR CN "NLQBHN )TRSN PTD @FQTO@L @SQHYDR D @SNQDRDRODBBNRONCDLNRBHS@Q@RRDFTHMSDR

    Organizaes de Produtores: empreendimentos produtores e entidades de sua articulao, que representam os interesses de seus associados nas MDFNBH@DRMNHMSDQHNQCNLNUHLDMSNCNBNLQBHNITRSNDM@RQDK@DRHMSDQHMRSHSTBHNM@HRBNLNTSQNR@SNQDR

    Organizaes de Consumidores:DMSHC@CDRCDBNMRTLHCNQDR@RRNBH@DRBNNODQ@SHU@RDSBPTDOQNLNUDLNBNLQBHNITRSND@BNMRBHDMSHY@NCNRconsumidores em relao ao Consumo tico e Responsvel, bem como contribuem na sensibilizao da sociedade frente ao sistema injusto de BNLQBHNKNB@KDHMSDQM@BHNM@K

    2UJDQL]DHVH(PSUHVDVGH&HUWLFDRNQF@MHY@DRPTD@SDRS@LPTDNROQNCTSNRBDQSHB@CNRBTLOQDL@RQDFQ@RCN"NLQBHN)TRSNO@Q@PTDONRR@LRDQBNLDQBH@KHY@CNRM@FQ@MCDCHRSQHATHNE@BHKHS@MCN@RT@HCDMSHB@NODKNBNMRTLHCNQ

    Importadoras do Comrcio Justo: compram dos produtores do Comrcio

    Justo e distribuem os produtos nos mercados atravs de distribuidoras, KNI@RDONMSNRCDUDMC@RMNU@QDIN

    Lojas de Comrcio Justo: QD@KHY@L@UDMC@CHQDS@@NRBNMRTLHCNQDR&DQ@KLDMSDso abastecidas pelas centrais de compras, mas tambm podem manter QDK@DRCHQDS@RBNLNROQNCTSNQDR

    Distribuidoras e Pontos de Venda: incluem os parceiros comerciais das NQF@MHY@DRCD"NLQBHN)TRSNPTDNODQ@L@CHRSQHATHNCNROQNCTSNRMNLDQB@CN@ADQSNO@Q@@RT@L@HNQCHETRNONRRUDK

    Empresas Comerciais: entidades privadas que atuam na perspectiva do "NLQBHN)TRSN

    Organizaes Colaboradoras: BNMSQHATDLBNL@ONQSDDBNMLHBNNTSBMHBNDM@OQNLNNCN"NLQBHN)TRSN

    *RYHUQRV@CLHMHRSQ@DRPTDBNK@ANQ@LQDFTK@MCNNLDQB@CNBNLA@RDnos critrios sociais e ambientais do Comrcio Justo ou estabelecendo um L@QBNITQCHBNO@Q@N"NLQBHN)TRSN

    Organismos Internacionais de Comrcio JustoAo longo da histria do Comrcio Justo, surgiram CHUDQR@RHMRSHSTHDRNTQDCDRDLMUDKHMSDQM@BHNM@KRNA@ENQL@CD@RRNBH@DR(de importadoras, lojas de Comrcio Justo e outras), entidades coordenadoras nacionais e redes colaborativas de SQ@A@KGN QDDSHMCN NR NAIDSHUNRDRODBBNR CNR CHEDQDMSDR @SNQDR D@SQHYDR HMSDFQ@MSDR CN LNUHLDMSNEntretanto, nenhuma destas formas organizativas vincula ou representa a totalidade das experincias existentes MN"NLQBHN)TRSN

  • 26 27

    Algumas das mais conhecidas so:

    9 FLO - Fairtrade Labelling Organizations International: organismo internacional CDBDQSHB@NCDSDQBDHQ@O@QSDCNBNLQBHNITRSNBQH@CNDLPTD@ST@BNLTLCDSDQLHM@CNDKDMBNCDOQNCTSNR@KHLDMSBHNRBNLONRS@por 3 redes de produtores e 20 iniciativas nacionais de etiquetagem;

    9 WFTO - World Fair Trade Organization (antigo IFAT - International Federation for Alternative Trade) a Federao Mundial para o Comrcio Alternativo,

    BQH@C@DLPTDHMSDFQ@L@HRCDNQF@MHY@DRCDOQNCTSNQDRDLO@RDRMN2TKDNQF@MHY@DRCD@ONHN@N"NLQBHN)TRSNMNNorte, visando ampliar a comercializao desses produtos em mercados

    MN-NQSD

    9 EFTA - European Fair Trade Association: Federao Europia do Comrcio Justo, criada em 1990, agrupa 12 centrais de importao em 9 pases

    europeus, articulando mais de 600 produtores em todo o mundo, facilitando

    NHMSDQBLAHNCDHMENQL@DRDMSQDRDTRLDLAQNRDQD@KHY@MCNB@LO@MG@RCDHMENQL@NDOQDRRNM@$TQNO@

    9 FTF - Fair Trade Federation: Federao do Comrcio Justo, criada em 1994, com o nome Organizao do Comrcio Alternativo da Amrica do Norte,

    uma associao de produtores, varejistas e vendedores nos Estados

    4MHCNR%@UNQDBD@QDK@NDMSQDODPTDMNROQNCTSNQDRDBNMRTLHCNQDRDCTB@MCNRNAQD@HLONQSMBH@C@DRBNKG@CDOQNCTSNRBDQSHB@CNRCNBNLQBHNITRSN

    9 NEWS! - Network of European World Shops: uma rede de Lojas do Mundo na Europa, criada em 1994, com cerca de 3 mil lojas em 13

    O@RDRPTDUDMCDLOQNCTSNRCNBNLQBHNITRSN

    9 FINE - TLFQTONCDSQ@A@KGNPTDQDMDCDRCD@RNQF@MHY@DR%+.6%3.@MSHFN(% 3-$62D$%3 BNL@M@KHC@CDCDCDRDMUNKUDQum sistema de monitoramento integrado para o conjunto do movimento

    CD"NLQBHN)TRSN O@QSHQCDNQF@MHYNTTLDRBQHSQHNDL!QTWDK@Rpara coordenar atividades de advocacy do comrcio justo em nvel europeu

    DHMSDQM@BHNM@K

    9 RELACC - Rede Latinoamericana de Comercializao Comunitria, criada em 1991, atua com servios de formao, capacitao tcnica, assessorias e

    informao a Redes Nacionais de Comercializao Comunitria integradas

    ONQNQF@MHY@DRCDOQNCTSNQDRBNMRTLHCNQDR@QSDRNRDHMRSHSTHDRde apoio e servios, entre as quais REMECC Mxico, REMACC Guatemala,

    COMAL Honduras, CORDES El Salvador, RENICC Nicaragua, PROCOSOL

    Panam, REDCOM Colombia, RELACC Per, RENACC Bolivia, MCCH Ecuador,

    %4-#$" /@Q@FT@XD".1/1."$$PT@CNQ

    9 CLAC - Coordenadora Latinoamericana e do Caribe de Pequenos Produtores de Comrcio Justo, criada em 2004 a partir de um percurso iniciado em

    TL@HMRSMBH@CDQDOQDRDMS@NBNNQCDM@NHMSDQBLAHNDBNK@ANQ@NO@Q@NENQS@KDBHLDMSNC@RNQF@MHY@DRCDSHONBNNODQ@SHUNde pequenos produtores da Amrica Latina e do Caribe no marco do

    "NLQBHN)TRSN"NLODRDCD@OQNWHL@C@LDMSDNQF@MHY@DRCDODPTDMNROQNCTSNQDRCDO@RDRC@ LQHB@+@SHM@D"@QHAD.SNS@Kde famlias de pequenos produtores associados alcana a 200 mil e

    DMUNKUD@NQDCNQCDTLLHKGNCDODRRN@R

    9 AFN - African Fairtrade Network: Rede Africana de Comrcio Justo, criada DL HMSDFQ@NQF@MHY@DRCDOQNCTSNQDRBDQSHB@CNRDNQF@MHY@DRQDFHRSQ@C@RDLO@RDR@EQHB@MNR

    9 NAP - Network Asian Producers: Rede de Produtores Asiticos, criada em 2005, integra 209 membros de diferentes pases da sia com base nos

    OQHMBOHNRCN"NLQBHN)TRSN

    9 ECJ - Rede Espao por um Comrcio Justo, criada em 2006, defende uma abordagem do Comrcio Justo

    enraizada na Economia Social

    e Solidria e na Soberania

    KHLDMS@Q"NMS@BNLBDQB@CDNQF@MHY@DRDL$RO@MG@D/NQSTF@K

  • 28 29

    A Trajetria do Comrcio Justo

    $LM@"NMEDQMBH@C@R-@DR4MHC@RRNAQD"NLQBHND#DRDMUNKUHLDMSNNRO@RDRCN2TKOQNOTRDQ@LPTD@RQDK@DRBNLDQBH@HR HMSDQM@BHNM@HRfossem mais justas, o que favoreceria ao desenvolvimento de todos, DRODBH@KLDMSDCNRO@RDRL@HRONAQDR$DQFTDQ@LNKDL@0TDQDLNR"NLQBHNMN@ITC@

    -@PTDK@ONB@NQF@MHY@DRRNKHCQH@RRONOTK@DRCNRO@RDRCN2TKIG@UH@LHMHBH@CN@HLONQS@NCD@QSDR@M@SNRO@Q@UDMCKNRM@$TQNO@Seus participantes usavam catlogos para divulgar os produtos junto a E@LHKH@QDR@LHFNRDBNKDF@RCDSQ@A@KGN#DKO@Q@BN"NLQBHN)TRSNRDOQNRRHNM@KHYNTDRODBH@KHYNTDBQDRBDTBNLFQ@MCDUDKNBHC@CDBNLNUDLNRBNL@KFTMRDWDLOKNRM@KHMG@CNSDLON@A@HWN

    Anos 50

    Iniciativas pessoais de missionrios levando artesa-nato comprado em pases do sul para vender em O@RDR DTQNODTR KFTL@R HMHBH@SHU@R CD BNLQBHNisoladas j se enquadravam num esprito de solidarie-C@CDONQNONRHNRCN@DRCDB@QHC@CD HMC@MNRanos 50 tem-se as pioneiras Ten Thousand Villages nos EUA e Oxfam AQHSMHB@M@$TQNO@

    Anos 60

    Iniciaram-se campanhas de sensibilizao sobre as desigualdades mundiais provocadas pelo comrcio HMSDQM@BHNM@K$LQD@KHY@RD@h"NMEDQMBH@C@4-"3 # "NLQBHN D #DRDMUNKUHLDMSN C@R -@DR4MHC@R LDMBHNM@C@ @BHL@ HMC@ MDRRD @MN @ .W-fam criou a primeira organizao de Comrcio Justo e nasceu na Holanda a importadora Fair Trade Or-ganisatie$LENHHM@TFTQ@C@@OQHLDHQ@KNI@CDcomrcio justo em Brenkelen, na Holanda, vendendo somente produtos de pequenos produtores selecio-M@CNRBNLBQHSQHNRRNBH@HRD@LAHDMS@HR

    Anos 70 2TQFDLNTSQ@RKNI@RCDBNLQBHNITRSNM@$TQNO@

    1973 Primeira importao de caf no circuito do Comrcio )TRSNOQNUDMHDMSDC@&T@SDL@K@

    1988

    Surge a marca Max Havelaar, primeira marca regis-trada do Comrcio Justo, aplicada ao caf - fruto de TL@O@QBDQH@CDNQF@MHY@DRLDWHB@M@RDGNK@MCD-R@R-NR@MNRRDFTHMSDROQNCTSNRCD"NLQBHN)TRSNpassam a ser comercializados em grandes canais de CHRSQHATHN

    1990

    Criada a European Fair Trade Association (EFTA), que congrega 9 centrais nacionais de importao, abaste-BDMCN@RQDCDRCDBNLQBHNITRSN-NU@RBDQSHB@CN-ras nacionais e entidades internacionais so criadas MNR@MNRRDFTHMSDR

    1999 Contabiliza-se a existncia de 3 mil lojas de comrcio ITRSNDLO@RDRM@$TQNO@

    2000

    Produtos com selos solidrios no grande mercado al-canam 70 mil pontos comerciais na Europa, Amrica CN-NQSDDQDFHNCN/@BBN,@HRCDBHMBNLHKGDRde produtores e suas famlias nos pases do Sul inte-FQ@CNRMNBNLQBHNITRSN2HRSDL@R-@BHNM@HRCD"N-mrcio Justo e Solidrio comeam a ser desenvolvidos DLO@RDRCN2TK PTD@SDMSNFTQ@U@LRNLDMSDBNLNOQNCTSNQDR

  • 30

    2006

    .QF@MHY@DRCD"NLQBHN)TRSNDL$RO@MG@BNKNB@Lem pauta o impacto das vendas dos produtos do Comr-cio Justo na grande distribuio alimentar e manifes-S@LRDBNMSQ@NRDKNC@BDQSHB@CNQ@%+.BQH@C@@1DCDEspacio por um Comercio Justo que nos anos RDFTHMSDR @U@M@ MN CHKNFN BNL NQF@MHY@DR CD%Q@M@D(SKH@

    2007 %@STQ@LDMSN MT@K CN "NLQBHN )TRSN "DQSHB@CNODK@%+.@KB@M@@L@QB@CDAHKGDRCD$TQNR

  • 32 33

    Apoio ao desenvolvimento local em direo sustentabilidade, de ENQL@BNLOQNLDSHC@BNLNADLDRS@QRBHNDBNMLHBNDBTKSTQ@KC@BNLTMHC@CDOQNLNUDMCN@HMBKTRNRNBH@K@SQ@URCD@DRFDQ@CNQ@RCDSQ@A@KGNDQDMC@L@MTSDMNDQDBTODQ@NC@AHNCHUDQRHC@CD

    Respeito ao meio ambiente, primando pelo exerccio de prticas QDRONMRUDHRDRTRSDMSUDHRCNONMSNCDUHRS@RBHN@LAHDMS@K

    Respeito diversidade, garantia de equidade e no discriminao, promovendo a equidade entre todas as pessoas, empreendimentos e entidades e a no discriminao em geral, particularmente em relao a sexo, raa, religio, gerao, posio poltica, procedncia social, naturalidade, escolha sexual, estado civil ou a ser portador de MDBDRRHC@CDRDRODBH@HR

    Garantia de informao ao consumidor, primando pela transparncia M@RQDK@DRCDOQNCTNBNLDQBH@KHY@NDBNMRTLNADLBNLNODKNrespeito aos direitos dos consumidores e pela educao para o consumo RNKHCQHN

    Estmulo integrao de todos os elos da cadeia produtiva, garantindo TL@L@HNQ@OQNWHL@NDMSQDSNC@R@RODRRN@RDDMSHC@CDR@DK@KHF@C@R

    O Preo JustoNo comrcio convencional, tanto HMSDQMN PT@MSN DMSQD @R M@DRos preos dependem de vrios fatores, tais como a oferta, a procura, a especulao, a gesto de interesses C@RLTKSHM@[email protected] e interesses dos produtores e consumidores normalmente nem so BNMRHCDQ@CNRDB@LOQDITCHB@CNR

    J no Comrcio Justo e Solidrio assume-se o compromisso de se estabelecer preos justos, que:

    O que o Comrcio Justo e SolidrioLevando em conta a trajetria e as diferentes estratgias do comrcio justo, organizou-se no Brasil o Sistema Nacional de Comrcio Justo e Solidrio, BNLUHRS@R@@RRDFTQ@QCHQDHSNRDCDUDQDR@NR$LOQDDMCHLDMSNR$BNMLHBNRSolidrios e seus parceiros, tanto entidades comerciais, quanto organismos CDBDQSHB@NDDMSHC@CDRCD@ONHNDENLDMSN

    A principal diferena em relao ao comrcio justo que o Comrcio Justo e Solidrio adota a autogesto nos marcos da economia solidria como elemento central de sua prpria identidade e enfatiza que devem ser igualmente solidrias todas as relaes econmicas no interior das cadeias de produo, comercializao e consumo.

    3Q@S@RDONQS@MSNCNTWNBNLDQBH@KCHEDQDMBH@CNA@RD@CNMNBTLOQHLDMSNCDBQHSQHNRCDITRSH@DRNKHC@QHDC@CDM@RQDK@DRBNLDQBH@HRPTDQDRTKSDM@O@QSHBHO@N@SHU@CNR$LOQDDMCHLDMSNR$BNMLHBNR2NKHCQHNRONQLDHNCDRT@@TSNMNLH@

    Os Princpios do Comrcio Justo e SolidrioAs atividades de produo, transformao, distribuio, comercializao e/ou consumo pautam-se pelos seguintes princpios:

    Fortalecimento da democracia, autogesto, respeito liberdade de opinio, de organizao e de identidade cultural no

    desenvolvimento das atividades relacionadas produo e

    BNLDQBH@KHY@NITRS@DRNKHCQH@ Garantia de condies justas de produo, trabalho, remunerao,

    agregao de valor e comercializao, bem como o equilbrio e QDRODHSNM@RQDK@DRDMSQDNRCHUDQRNR@SNQDRD@SQHYDRUHR@MCNRTRSDMS@AHKHC@CDDBNMLHB@RBHN@LAHDMS@KD@PT@KHC@CDCNOQNCTSNDLSNC@@B@CDH@OQNCTSHU@

  • 34 35

    Ofeream uma remunerao justa ao produtor e um preo justo ao consumidor, visando garantia do bem-viver de todos;

    Sejam formulados de comum acordo entre produtor, comerciante e consumidor;

    Assegurem a sustentabilidade ecolgica DDBNMLHB@C@R@SHUHC@CDRCDproduo, comercializao e consumo, cobrindo-se todos os custos relacionados proteo dos ecossistemas e sustentao do empreendimento;

    Assegurem a expanso colaborativa das atividades da economia solidria, reorganizando-se de maneira justa e solidria as cadeias de produo, BNLDQBH@KHY@NDBNMRTLN

    $L@KFTL@RRHST@DRO@Q@NRBNMRTLHCNQDRNROQDNRCN"NLQBHN)TRSNe Solidrio so mais baratos que os do mercado convencional, pois so eliminados os atravessadores e especuladores que encarecem os preos BNL@HMSDQLDCH@N$LNTSQNRB@RNRDMSQDS@MSNNROQDNRRNTLONTBNmais elevados, pois no ocorrem a explorao dos trabalhadores ou a degradao dos ecossistemas, normalmente praticadas para a reduo de BTRSNRMNLDQB@CNBNMUDMBHNM@K U@QH@NCNROQDNRS@LALCDODMCDdos mtodos de produo utilizados que, no caso da agricultura orgnica, garantem produtos de melhor qualidade para a sade e no agressivos @NRDBNRRHRSDL@R

    Mas sempre que os volumes comercializados no Comrcio Justo e Solidrio so L@HNQDRNTF@Q@MSDRDTL@CDL@MC@RTRSDMS@C@UDQHB@C@TL@SDMCMBH@de reduo de preos, assegurando-se a mesma qualidade tcnica, ecolgica e RNKHCQH@CNROQNCTSNRDOQNBDRRNRCDODPTDM@DRB@K@3NC@UH@DRRDBQDRBHLDMSNtambm exige maior ateno no aprofundamento dos princpios e valores PTDNQHDMS@L@OQNCTNO@Q@PTDRDI@TLBQDRBHLDMSNRTRSDMSUDK

    A Cadeia Comercial Justa e Solidria

    A cadeia do Comrcio Justo e Solidrio composta por produtores, BNLDQBH@MSDRDBNMRTLHCNQDR5DI@LNRPTDLRNBNLNCDUDL@ST@QDPT@HRNRRDTRCDR@NRPRODUTORES: so todos que geram produtos ou servios que atendem @NRBNMRTLHCNQDR

    Seu PAPEL implica em atuar:

    Em um ambiente de bem-estar social;"NLCHFMHC@CDGTL@M@DOQNRRHNM@KCom respeito aos trabalhadores e trabalhadoras;Em uma estrutura organizacional horizontal, transparente e democrtica;Com igual respeito e valorizao de homens e mulheres;"NLRDTRKGNRDCDL@HRBQH@M@RC@BNLTMHC@CDDRSTC@MCNDAQHMB@MCNRespeitando o meio ambiente;Com valorizao da sua cultura e do conhecimento local;De maneira integrada e preocupada com a comunidade a que pertencem DBNL@ROQNAKDLSHB@RDKTS@RL@HRFKNA@HRPTDNR@EDS@L

    Alguns DESAFIOS da produo solidria:

    Formalizar seus empreendimentos;Produzir com qualidade e em quantidade adequada, de forma a atender

    s exigncias do comrcio justo e solidrio;

    !TRB@Q@RRDRRNQH@SBMHBNOQNRRHNM@KHMBTA@NB@O@BHS@NSBMHBNLDQB@CNKFHB@DCTB@NDSBDBTQRNRCDENQL@NO@Q@LDKGNQH@CNprocesso produtivo;

    Buscar linhas de crdito que permitam o acesso a tecnologias e equipamentos;Desenvolver e exercitar a cultura cooperativa e associativa;Respeitar a legislao ambiental e, quando possvel, fazer mais do que

    o exigido para proteger o meio ambiente;

  • 36 37

    OQNRRHNM@HRCDPT@KPTDQQD@OQNCTSNQDRBNLDQBH@MSDRBQH@M@RINUDMRDHCNRNR

    Seu PAPEL implica em atuar:

    Assumindo sua corresponsabilidade na concretizao da cadeia comercial justa e solidria, atravs do exerccio do Consumo Responsvel e Solidrio, pois em cada ato de consumo apoiamos uma cadeia inteira, que pode estar baseada na explorao de pessoas e na degradao dos ecossistemas ou baseada na justia e solidariedade;

    Consumindo de modo a preservar o equilbrio ecolgico e a promover NADLUHUDQCDSNCNR

    Alguns DESAFIOS do consumo responsvel e solidrio:

    A adoo, por parte de entidades pblicas e privadas, da prtica de compras institucionais ticas e solidrias, particularmente para produtos de consumo interno constante, mas igualmente para seus eventos e outras atividades ocasionais;

    Os consumidores devem exigir dos produtores e comerciantes a transparncia em relao composio do preo e ao processo produtivo dos itens comercializados;

    Colaborar na realizao de campanhas de promoo do Comrcio Justo e Solidrio e de educao para o Consumo Responsvel e Solidrio, visando a consolidar o movimento e ampliar seu mercado consumidor;

    Educar a sociedade de que comprar no simplesmente uma opo LNMDSQH@L@RPTD@OQDRDMS@HLOKHB@DRRNBH@HRD@LAHDMS@HRB@ADMCN@Nconsumidor perguntar-se sobre o custo humano associado comercializao de produtos, a preos muito baixos no mercado convencional - os quais podem dissimular prticas de desrespeito pelos direitos dos trabalhadores DCDCDFQ@C@N@LAHDMS@K

    Exercitar a construo conjunta do preo justo e exigir o seu pagamento efetivo;

    "QH@QB@M@HRCD@OQNWHL@NBNLBNMRTLHCNQDRM@HRDENQL@R@KSDQM@SHU@RO@Q@DRBN@LDMSNC@RT@OQNCTN

    COMERCIANTES: so todos os compradores que comercializam os produtos oriundos dos produtores primrios, varejistas ou atacadistas, operando a UDMC@DLKNI@REDHQ@RONQB@SKNFNRM@(MSDQMDSDSB

    Seu PAPEL implica em atuar:

    Respeitando e valorizando o produtor;Pagando um preo justo;Mantendo uma relao comercial duradoura;No praticando a consignao, exceto quando de comum acordo,

    compartilhando riscos e resultados;

    Garantindo a informao ao consumidor sobre o Comrcio Justo e Solidrio, PTDLRNNROQNCTSNQDRRNAQDNOQNCTSNDRNAQD@BNLONRHNCNOQDNM@K

    Alguns DESAFIOS da Comercializao Justa e Solidria:

    Criar canais integrados de comercializao de produtos provenientes da OQNCTNRNKHCQH@C@@FQHBTKSTQ@E@LHKH@QC@OQNCTNNQFMHB@DSB

    Ampliar o pblico consumidor, sensibilizando para o consumo solidrio e responsvel, via estratgias combinadas de abertura e integrao de diferentes canais de comercializao, campanhas de comunicao e educao;

    %NLDMS@Q@BQH@NCDDRO@NRDRODBBNRCDBNLDQBH@KHY@NCDOQNCTSNRsolidrios;

    Compatibilizar sempre escalas de comercializao com o aprofundamento CNROQHMBOHNRDU@KNQDRCN"NLQBHN)TRSND2NKHCQHN

    CONSUMIDORES: podem ser quaisquer pessoas, fsicas ou jurdicas, que consumam bens e servios, tais como: empresas, governo (compras pblicas),

  • 38 39

    O Sistema Nacional de Comrcio Justo e Solidrio e os Selos de Qualidade

    Uma das estratgias voltadas ao Comrcio Justo e Solidrio, a exemplo do que ocorre no Brasil, est relacionada implantao e consolidao de Sistemas Nacionais de Comrcio Justo e Solidrio.RHRSDL@M@BHNM@KONRRHAHKHS@QPTD$LOQDDMCHLDMSNR$BNMLHBNR2NKHCQHNRPTDBTLOQ@Lcritrios nele estabelecidos possam utilizar o Selo Organizacional para a RT@CHUTKF@N HMRSHSTBHNM@K/NRRHAHKHS@Q HFT@KLDMSDPTDNROQNCTSNRdesses empreendimentos possam ser etiquetados com o Selo de Produto ou Servio do Comrcio Justo e Solidrio, desde que cumpridas normas DRS@ADKDBHC@R O@Q@ DRRD L @FQDF@MCN TL HLONQS@MSD CHEDQDMBH@K M@BNLDQBH@KHY@NCNROQNCTSNRDRDQUHNRC@DBNMNLH@RNKHCQH@MNO@R

    O Sistema Nacional do Comrcio Justo e Solidrio ir assegurar legalmente que os selos sejam utilizados somente pelos empreendimentos habilitados, ampliando-se as possibilidades de comercializao de seus produtos e servios, E@UNQDBDMCN@RT@RTRSDMS@AHKHC@CDDBNMLHB@DBNKFHB@DRNKHCQH@ADLBNLN@DWO@MRNDBNMRNKHC@NC@DBNMNLH@RNKHCQH@MNO@R

    $&HUWLFDomRGRComrcio Justo e SolidrioA FHUWLFDRXPPHFDQLVPRGHgarantia ao consumidor, assegurando que os produtos e servios possuem as qualidades informadas pelos seus produtores, gerando direitos ao consumidor de exigir legalmente as qualidades declaradas em relao @NOQNCTSNDRDQUHN BDQSHB@NMN2HRSDL@-@BHNM@KCD"NLQBHN)TRSNe Solidrio pode ser realizada de trs modos:

    1. *DUDQWLD5HODFLRQDOoferecida diretamente pelo produtor ao consumidor LDCH@MSDTL@CDBK@Q@NCDF@Q@MSH@

    2. *DUDQWLD6ROLGULD atestada em um sistema participativo de garantia (SPG), caracterizado pelo controle social, participao colaborativa, ONCDQBNLO@QSHKG@CNDQDRONMR@AHKHC@CDRNKHCQH@CNRO@QSHBHO@MSDR

    3. *DUDQWLDGH7HUFHLUD3DUWH atestada por auditoria externa, cabendo ao NQF@MHRLNBDQSHB@CNQCDL@MDHQ@BDMSQ@KHY@C@@CDBHRNM@KRNAQD@BDQSHB@NNTMNCNOQNCTSNNTRDQUHNBNLA@RDMNRBQHSQHNR@U@KH@SHUNR

    Nos sistemas nacionais de Comrcio Justo e Solidrio, os Organismos de Avaliao de Conformidade devem primeiramente ser credenciados, para que operem segundo as regras previstas, assegurando-se o cumprimento C@RMNQL@RCNBNLQBHNITRSNDRNKHCQHNDLRT@@ST@N$LKHMG@RFDQ@HRincentiva-se a adoo de sistemas participativos de garantia para a avaliao CDBNMENQLHC@CD

    'HVDRVGR&RPpUFLR-XVWRe Solidrio$MSQDNRCDR@NRCN"NLQBHN)TRSND2NKHCQHNDLSNCNNLTMCNDRSNos seguintes:

    Promover um modelo de desenvolvimento sustentvel baseado na economia solidria, a partir das comunidades locais, que valorize as pessoas, o trabalho coletivo, a equidade e cooperao, frente competio e concentrao de riqueza das empresas transnacionais;

    Promover a Soberania Alimentar no Sul e no Norte do mundo, assegurando o direito dos povos de decidirem que alimentos produzir e de que forma;

    Melhorar o impacto socioeconmico do comrcio justo e solidrio;Transformar os produtos localmente, valorizando o papel dos produtores

    e produtoras locais, para que no sejam meros fornecedores de matrias-primas;

  • 40 41

    Favorecer os mercados internos e locais, tanto no Norte como no Sul do globo, fortalecendo os circuitos curtos;

    Favorecer uma relao direta e transparente entre quem produz e quem consome, aproximando produtor e consumidor;

    Promover a produo ecolgica, a agricultura familiar, a valorizao dos processos tradicionais e do saber fazer peculiar s diferentes comunidades humanas, bem como promover a inovao tecnolgica que amplie o bem-viver das pessoas e o equilbrio dos ecossistemas;

    Trabalhar com produtores que operem de forma autogestionada, comprometidos com a realidade social, poltica e ambiental do seu territrio;

    Encontrar meios efetivos de garantir uma melhor distribuio de produtos, sem entrar no jogo das prticas oligopolistas;

    Formar consumidores para a prtica do consumo crtico, responsvel e solidrio no seu cotidiano;

    Desencadear campanhas de presso sobre as grandes empresas e o poder pblico e pressionar pela transformao das regras do comrcio internacional;

    Consolidar plataformas locais, regionais, nacionais e internacionais do comrcio justo e solidrio, facilitando sinergias, comunicao e articulao entre atores e experincias em diferentes escalas;

    #DMHQDKTS@QO@Q@NDRS@ADKDBHLDMSNCDTLestatuto jurdico satisfatrio para o comrcio justo e solidrio;

    Monitorar e avaliar com regularidade os processos, de modo a medir os seus impactos e detectar os potenciais desvios e riscos ligados institucionalizao do Comrcio Justo, particularmente os impactos da passagem da economia informal para a economia formal, visando a preservar os princpios e valores do comrcio justo e solidrio nas prticas concretas;

    Enfrentar as alternncias de conjuntura poltica de tipo neoliberal ou outras, bem como os obstculos e facilidades colocadas por elas ao BNLQBHNITRSNPTDONCDLCHRS@MBHKNCDRDTRU@KNQDRDOQHMBOHNR

    5HIHUrQFLDV%LEOLRJUiFDV 23( +Comrcio Justo e o Caso do Algodo#HRRDQS@NCD,DRSQ@CN1HNCD)@MDHQN4%11)

    "(# "Comercio Justo. BDRRUDKDLGSSOVVVBHC@BOS")GSLK#HRONMUDKem: 20/05/2009

    ".3$1 %2(,.-"$++(!.4 104$ $Manual Sobre Comrcio Justo,CTKNEl Comrcio Justo y el Consumo tico+HL@&1$2/RCO

    % "$2#.!1 2(+ O Comrcio Justo e Solidrio no Brasil1HNCDI@MDHQN%@BDRCN!Q@RHK

    ).'-2.-/6.QFComrcio Justo e Solidrio2N/@TKN(MRSHSTSN/KHR

    , -"$$ Como participar do Comrcio Justo e Solidrio InternacionalIn Como Organizar Redes Solidrias#/ %@RD(%H+

    ,#$5(# (,5%Anau: a outra margem do Comrcio Justo. Disponvel DLGSSOVVVLNCDUHC@BNLCNVMKN@CR%NKGDSN M@T@OCE BDRRUDKem: 20/05/2009

    /(23$+(19$1!(-(%O Comrcio tico e Solidrio no Brasil1HNCDI@MDHQN%@BDRCN!Q@RHK

    REDE ECJ - Abrindo Espao por um Comrcio Justo!@QBDKNM@,@HNCD@R)NQM@C@RCD"NLQBHN)TRSND"NMRTLN1DRONMRUDK