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CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO PARANÁ RETENÇÕES PREVIDENCIÁRIA ANO 2014 APOIO: www.lefisc.com.br PARA OBTER UMA SENHA CORTESIA DO PORTAL LEFISC ENVIE UM E-MAIL PARA [email protected]

CARTILHA SOBRE CONTRIBUIÇÃO PREVIDÊNCIÁRIA · do Seguro Social – INSS. Assim sendo, as pessoas físicas que se enquadram como contribuinte individual é segurado obrigatório

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CONSELHO REGIONAL DE

CONTABILIDADE

DO PARANÁ

RETENÇÕES

PREVIDENCIÁRIA

ANO 2014

APOIO:

www.lefisc.com.br

PARA OBTER UMA SENHA CORTESIA DO PORTAL

LEFISC ENVIE UM E-MAIL PARA [email protected]

04/08/2014

CURSOS PRESENCIAIS E “IN COMPANY”

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ELIANE CARVALHO VALCAM

Bacharel em Administração de Empresas, Técnica Contábil, Consultora nas área

trabalhista e previdenciária da LEFISC, redatora de matérias Trabalhistas e

Previdenciárias do Portal LEFISC, instrutora de cursos e palestras e professora do curso

de extensão universitária realizados pela LEFISC.

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RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL

Definição de contribuinte individual Contribuinte individual é a pessoa física que recolhe individualmente, por conta própria, suas contribuições previdenciárias, mediante inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Assim sendo, as pessoas físicas que se enquadram como

contribuinte individual é segurado obrigatório do regime geral da previdência social.

Define-se como contribuinte individual a pessoa física que presta serviços de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem

relação de emprego, como também, aquele que exerce atividade econômica de natureza urbana, por conta própria, com fins lucrativos ou não.

Contribuinte Individual AUTÔNOMO é todo aquele que exerce sua atividade profissional sem vínculo empregatício, por conta própria e com assunção de seus

próprios riscos. A prestação de serviços é de forma eventual e não habitual.

Obrigatoriedade da retenção O art. 4o, da Lei nº 10.666/2003, estabeleceu a obrigatoriedade de a empresa

arrecadar a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado

juntamente com a contribuição ao seu encargo até o dia vinte do mês seguinte ao da competência.

Número de Identificação do Trabalhador (NIT) A inscrição do trabalhador no Cadastro Nacional de Informação Social (CNIS) será

efetuada mediante atribuição de um Número de Identificação do Trabalhador (NIT), sendo que este pode ser o número de inscrição no:

a) Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);

b) Programa de Integração Social (PIS);

c) Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep);

d) Sistema Único de Saúde (SUS).

Contribuinte Individual não inscrito no INSS

A empresa que contratar contribuinte individual para a prestação de serviços deverá exigir deste a comprovação da sua regular inscrição no RGPS. Caso o trabalhador (autônomo ou empresário) ainda não tenha efetuado a sua inscrição,

ficará a empresa contratante obrigada a inscrevê-lo no cadastro do INSS.

Contribuição Previdenciária Consideram-se ocorrido o fato gerador da obrigação previdenciária principal e existente seus efeitos no mês em que for paga ou creditada a remuneração. Isto é, o fato que gera a obrigação da empresa efetuar a retenção e recolhimento da

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contribuição previdenciária é o pagamento ou crédito da remuneração ao

contribuinte individual, no decorrer do mês, pelos serviços prestados.

A contribuição previdenciária da empresa contratante (contribuição patronal) relativa aos serviços prestados pelo contribuinte individual corresponde à quantia resultante da aplicação da alíquota de 20% (vinte por cento) sobre o valor da

remuneração paga ou creditada, auferida durante o mês, sem qualquer limite.

Com exceção das empresas optantes pelo simples dos anexos I, II, III e V e as entidades com isenção da cota patronal.

A contribuição social previdenciária do segurado contribuinte individual é:

Para fatos geradores ocorridos até 31 de março de 2003, o valor correspondente à aplicação da alíquota determinada pela legislação de regência sobre o seu salário-de-contribuição, observados os limites mínimo e máximo.

Para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 2003, observado o limite

máximo do salário-de-contribuição, de:

a) 20% (vinte por cento), incidente sobre:

1. a remuneração auferida em decorrência da prestação de serviços a pessoas físicas;

2. a remuneração que lhe for paga ou creditada, no decorrer do mês, pelos serviços prestados a entidade beneficente de assistência social isenta das contribuições

sociais; 3. a retribuição do cooperado, quando prestar serviços a pessoas físicas e a

entidade beneficente em gozo de isenção da cota patronal, por intermédio da cooperativa de trabalho;

b) 11% (onze por cento), em face da dedução de 45%, incidente sobre:

1. a remuneração que lhe for paga ou creditada, no decorrer do mês, pelos serviços

prestados a empresa;

2. a retribuição do cooperado quando prestar serviços a empresas em geral e equiparados a empresa, por intermédio de cooperativa de trabalho;

3. a retribuição do cooperado quando prestar serviços a cooperativa de produção;

4. a remuneração que lhe for paga ou creditada, no decorrer do mês, pelos serviços prestados a outro contribuinte individual, a produtor rural pessoa física, a missão diplomática ou repartição consular de carreiras estrangeiras, mediante

comprovação.

O segurado contribuinte individual pode deduzir de sua contribuição mensal, 45% (quarenta e cinco por cento) da contribuição devida pelo contratante, incidente sobre a remuneração que este lhe tenha pagado ou creditado no respectivo mês,

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limitado à dedução a 9% (nove por cento) do respectivo salário-de-contribuição,

desde que:

I - no período de 1º de março de 2000 a 31 de março de 2003, os serviços tenham sido prestados a empresa ou equiparado, exceto a entidade beneficente de assistência social isenta;

II - a partir de 1º de abril de 2003, os serviços tenham sido prestados a outro

contribuinte individual, a produtor rural pessoa física, a missão diplomática ou repartição consular de carreiras estrangeiras;

III - a contribuição a cargo do contratante tenha sido efetivamente recolhida ou declarada em GFIP ou no recibo.

O segurado contribuinte individual que não comprovar a regularidade da dedução de 45%, na forma estabelecida acima, sujeitar-se-á à glosa do valor indevidamente

deduzido, devendo complementar as contribuições com os devidos acréscimos legais.

O segurado contribuinte individual que trabalhe por conta própria, sem relação de

trabalho com empresa ou equiparado, a partir da competência em que fizer opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, contribuirá à alíquota de 11% (onze por cento) sobre o valor correspondente ao

limite mínimo mensal do salário-de-contribuição.

Base de cálculo condutor autônomo A base de cálculo para o transportador autônomo de veículo rodoviário, sobre a

qual deverá incidir o desconto de 11% a ser efetuado pelas empresas em geral, inclusive cooperativas de trabalho e de produção ou de 20% a ser efetuado pela

entidade beneficente de assistência social isenta das contribuições previdenciárias, corresponde a 20% (vinte por cento) do valor que lhe for pago ou creditado, a título de frete, carreto ou transporte de passageiros, não se admitindo a dedução

de qualquer valor relativo aos dispêndios com combustível e manutenção do veículo, ainda que parcelas a este título figurem discriminadas no documento.

O condutor autônomo de veículo rodoviário (inclusive o taxista), o auxiliar de condutor autônomo, bem como o cooperado filiado à cooperativa de

transportadores autônomos, estão sujeitos ao pagamento da contribuição para o Serviço Social do Transporte - SEST de 1,5% e para o Serviço Nacional de

Aprendizagem do Transporte - SENAT, de 1%.

Limites mínimo e máximo de salário-de-contribuição O limite mínimo de salário-de-contribuição de R$ 724,00, ou seja, um salário

mínimo, e o limite máximo de salário-de-contribuição de R$ 4.390,24, os quais são atualizados anualmente pela Previdência Social.

Formas de prestação de serviços

Prestação de serviços a mais de uma empresa no decorrer do mês

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O contribuinte individual que prestar serviços a mais de uma empresa, quando o

total das remunerações recebidas no mês atingirem o limite máximo do salário-de-contribuição, deverá informar este fato à empresa na qual a sua remuneração,

somada aos valores porventura já recebidos, atingir o referido limite e às que se sucederem, mediante apresentação dos seguintes documentos:

Comprovante de pagamento fornecido pela empresa identificando o nome da empresa, com o número do CNPJ;

Declaração sob as penas da lei ou declaração emitida pela empresa anterior

consignando a identificação completa da empresa, inclusive com o seu número

no CNPJ, o número de inscrição do segurado no RGPS, o valor da remuneração paga, o desconto da contribuição efetuado e o compromisso de que a

remuneração paga será informada na GFIP e a contribuição correspondente será recolhida.

Prestação de serviços à empresa e exercício de atividade por conta própria –

Simultaneidade O contribuinte individual que prestar serviços à empresa ou à equiparada, e

concomitante, exercer atividade por conta própria, no mesmo mês, deverá recolher a contribuição previdenciária incidente sobre a remuneração auferida pelo exercício de atividade por conta própria, respeitando o limite de salário-de-contribuição.

Exercício simultâneo das atividades de empregado e contribuinte individual O segurado que exerce atividade como empregado (inclusive o doméstico ou trabalhador avulso), e concomitante exercer atividade como contribuinte individual

terá como salário-de-contribuição na atividade de empregado a remuneração efetivamente recebida nesta atividade, observado o limite máximo de salário-de-

contribuição e a contribuição deverá ser calculada mediante aplicação da alíquota correspondente à faixa salarial.

O salário-de-contribuição na situação de contribuinte individual será a remuneração recebida nessa atividade, caso a soma das remunerações recebidas nas duas

atividades (empregado e contribuinte individual) não ultrapasse o limite máximo do salário-de-contribuição.

Se a soma das remunerações correspondentes às duas atividades ultrapassar o limite máximo do salário-de-contribuição, a diferença entre a remuneração como

segurado empregado e a remuneração como segurado contribuinte individual será considerado salário-de-contribuição na atividade de contribuinte individual, respeitado o limite máximo de salário-de-contribuição.

Entretanto, para fins de apuração do salário-de-contribuição, na atividade de

contribuinte individual, o segurado empregado, inclusive o domestico ou trabalhador avulso, deverá:

a) Apresentar às empresas contratantes o recibo de pagamento de salário relativo à competência anterior à da prestação de serviços, ou

b) Prestar declaração, sob as penas da lei, de que é segurado empregado,

consignando o valor sobre o qual é descontada a contribuição naquela

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atividade ou declarando que a remuneração recebida naquela atividade

atingiu o limite máximo de salário-de-contribuição e identificando a empresa com o número CNPJ que efetuou o desconto sobre o valor por

ele declarado.

Remuneração mensal menor que o salário mínimo O recolhimento da contribuição, que antes era feita pelo contribuinte individual,

passou a ser feita pela pessoa jurídica tomadora de serviços. Mas na hipótese do total da remuneração mensal, recebida por serviço prestado a

uma ou mais empresas pelo contribuinte individual, for inferior ao salário mínimo, o segurado deverá recolher diretamente a complementação da contribuição, incidente

sobre a diferença entre o limite mínimo do salário de contribuição e a remuneração total recebida, aplicando sobre a parcela complementar a alíquota de 20% (vinte por cento).

Este contribuinte individual deverá recolher o complemento, em GPS própria,

código 1007.

PRAZO DE RECOLHIMENTO DA RETENÇÃO

Pela empresa: até o dia 20 do mês seguinte ao da competência a que se referirem, antecipando o vencimento quando não houver expediente

bancário.

Pelo contribuinte individual: até o dia 15 do mês seguinte ao da competência

a que se referirem, prorrogando-se o vencimento para o primeiro dia útil subseqüente quando não houver expediente bancário.

OBRIGAÇÕES DA EMPRESA CONTRATANTE

A empresa que remunerar contribuinte individual deverá fornecer a este, comprovante de pagamento pelo serviço prestado, consignando a identificação

completa da empresa, inclusive com o número no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e o número de inscrição do contribuinte individual no INSS, o valor da remuneração paga, o desconto da contribuição efetuado e o compromisso de

que a remuneração paga será informada na GFIP e a contribuição correspondente será recolhida.

PROCEDIMENTOS PRÁTICOS DE RETENÇÃO E RECOLHIMENTO

O recolhimento da contribuição previdenciária deverá ser feito pela empresa em uma única Guia da Previdência Social – GPS, dentro do prazo de recolhimento, a

qual consignará os valores correspondentes a:

Retenção previdenciária - 11% (onze por cento) sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao contribuinte individual, observado o limite máximo do

salário de contribuição;

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Contribuição previdência patronal - 20% (vinte por cento) sobre a remuneração

paga ou creditada ao contribuinte individual, no decorrer do mês, independente de limite.

Contribuição previdenciária dos empregados – contribuição descontada em folha

de pagamento dos empregados, de acordo com a faixa e os limites do salário de

contribuição;

Contribuições de terceiros – contribuições para organizações sociais, em percentuais variados, conforme a atividade da empresa contratante.

Código de Recolhimento das Contribuições

O código de pagamento a ser utilizado para recolhimento da contribuição previdenciária patronal, contribuições dos empregados e, principalmente, da retenção previdenciária do contribuinte individual relativo aos serviços prestado,

serão os seguinte:

Código Descrição do Código de Pagamento

2003 Empresas Optantes pelo Simples CNPJ/MF

2020 Empresas Optantes pelo Simples – CNPJ – Recolhimento sobre

Contratação de Transportador Rodoviário Autônomo

2100 Empresas em Geral (comércio, industria, serviços etc.) CNPJ/MF

2305 Filantrópicas com Isenção – CNPJ

CONTRIBUIÇÕES MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

A empresa contratante de serviços executados por intermédio do MEI mantém, em relação a essa contratação, a obrigatoriedade apenas de recolhimento da CPP (Cota Previdenciária Patronal), e de cumprimento das obrigações acessórias relativas à

contratação de contribuinte individual.

Não se aplica quando presentes os elementos da relação de emprego, hipótese em que a contratante do MEI ou de trabalhador a serviço dele fica sujeita a todas as obrigações decorrentes dessa relação, inclusive trabalhistas, tributárias e

previdenciárias.

Responsabilidades da Empresa Contratante A empresa contratante de serviços executados por intermédio do MEI, com relação a esta contratação deverá:

Recolher a Contribuição Previdenciária Patronal (CPP) de 20% a cargo da

empresa, a que se refere o inciso III do caput e o § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991;

Prestar as informações em GFIP.

Cumprir as demais obrigações acessórias relativas à contratação de contribuinte individual.

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OBS.: A obrigação da empresa de reter a contribuição do segurado contribuinte individual, não se aplica ao MEI.

MEI QUE TRABALHE TAMBÉM COMO AUTÔNOMO

O trabalhador que já recolhe carnê mensal com alíquota de 20%, em GPS, com o

código 1007, deve continuar recolhendo desde que seja uma atividade diferente da cadastrada como MEI.

Caso recolha o DAS, efetuando a contribuição complementar de 15% (código 1910) e mantenha a contribuição que vinha fazendo (código 1007), seu salário-de-

contribuição para fins de benefício será considerado nas duas atividades.

MEI QUE TRABALHE TAMBÉM PARA EMPRESA, COMO EMPREGADO OU CONTRIBUINTE INDIVIDUAL

Pode haver ainda trabalhador que, além de Microempreendedor Individual, tenha vínculo de trabalho com outra empresa, como empregado ou autônomo.

Nesse caso, a remuneração que receber da empresa contará para todos os efeitos para os benefícios previdenciários essas informações provêm da GFIP, preenchida

pela empresa contratante. Da mesma forma, se esse trabalhador quiser que o valor recolhido em DAS passe a

contar para a média no cálculo de todos os benefícios, deverá recolher a GPS (Guia da Previdência Social) com código de pagamento 1910, até o dia 15 de cada mês,

com valor correspondente a 15% do salário-mínimo.

RETENÇÃO PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA

A empresa, quando da aquisição de produtos rural diretamente do Produtor Rural Pessoa Física, deverá descontar a contribuição previdenciária dos mesmos e

recolher ao INSS.

A alíquota de contribuição a ser retida pela empresa sobre o valor bruto da Nota Fiscal de Produtor Rural é de 2,3%:

2,0% para a Previdência Social;

0,1% para o RAT (ex SAT); 0,2% para o SENAR.

O valor das aquisições de produção rural, na forma acima, deverá ser informado em GFIP no campo Receitas / Pessoa Física.

CÓDIGOS DE RECOLHIMENTO

2011 Empresas Optantes pelo Simples – CNPJ – Recolhimento sobre

Aquisição de Produto Rural de Produtor Rural Pessoa Física

2607 Comercialização da Produção Rural – CNPJ

2615 Comercialização da Produção Rural – CNPJ- Pagamento exclusivo para

Outras Entidades (SENAR)

2704 Comercialização da Produção Rural – CEI

2712 Comercialização da Produção Rural – CEI – Pagamento exclusivo para

Outras Entidades (SENAR)

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RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA DAS EMPRESAS PRESTADORAS DE

SERVIÇOS

CONCEITO DAS MODALIDADES

Cessão de mão-de-obra: é a colocação à disposição da contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de trabalhadores que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade-fim da empresa,

independentemente da natureza e da forma de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário.

Entende-se por:

a) Dependências de terceiros: são aquelas indicadas pela empresa contratante, que não sejam as suas próprias e que não pertençam à empresa prestadora de

serviços.

b) Serviços contínuos: são aqueles que constituem necessidade permanente da

contratante, que se repetem periódica ou sistematicamente, ligados ou não a sua atividade-fim, ainda que sua execução seja realizada de forma intermitente ou por

diferentes trabalhadores. c) Por colocação à disposição da empresa contratante, entende-se a cessão do

trabalhador, em caráter não eventual, respeitados os limites do contrato.

Empreitada: é a execução de tarefa, obra ou serviço, contratualmente estabelecido, por preço ajustado, com ou sem fornecimento de material ou uso de equipamentos, que podem ou não ser utilizados, realizada nas dependências da

empresa contratante, nas de terceiros ou nas da empresa contratada, tendo como objeto um resultado pretendido.

Diferenças entre cessão de mão-de-obra e empreitada.

OBRIGATORIEDADE DA RETENÇÃO A Lei 9.711/1998 introduziu a obrigatoriedade da retenção de 11% (onze por cento) sobre o valor total dos serviços da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, a título de contribuição previdenciária, das empresas prestadoras de

serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada.

A retenção sempre se presumirá feita pela contratante, não lhe sendo lícito alegar qualquer omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pelas importâncias que deixar de reter ou tiver retido em desacordo com a

legislação.

Cessão de Mão-de-Obra Empreitada

Trabalhadores são dirigidos pela empresa

contratante;

Trabalhadores ficam a disposição da empresa

contratante;

Serviços não podem ser prestados nas

dependências da contratada.

Trabalhadores são dirigidos pela empresa

contratada;

Trabalhadores não são colocados a disposição

da empresa contratante;

Serviços podem ser prestados em qualquer

dependência.

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Ainda que a atividade principal da contratada não seja, especificamente, de execução de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, a sua

contratação nessa forma estará sujeita à retenção previdenciária.

ALIQUOTA DA RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA Em geral, a alíquota da retenção previdenciária é de 11% (onze por cento) sobre o

valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços das empresas prestadoras de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada.

Não obstante, as alíquotas da retenção da contribuição previdenciária serão de:

11% (onze por cento) a ser aplicada sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços;

11% (onze por cento) acrescido 4%, 3% ou 2%, respectivamente, perfazendo

alíquota total de 15%, 14% ou 13% para empresa contratante que exerça

atividade que exponha empregado a agentes nocivos, que possibilite a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de trabalho em

condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física. 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) do valor bruto da nota fiscal ou

fatura de prestação de serviços no caso de contratação de empresas para a execução dos serviços referidos na Lei 12546/2011, mediante cessão de mão de

obra, em caso de construção civil somente para empreitada parcial.

SERVIÇOS SUJEITOS À RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA A legislação contempla a relação de serviços que se encontram sujeitos à retenção previdenciária. Essa relação é exaustiva, ou seja, somente os serviços mencionados

nelas estão sujeitos à retenção.

Serviços contratados mediante cessão ou empreitada de mão-de-obra: Limpeza, conservação ou zeladoria: entende-se por serviços de limpeza,

conservação e zeladoria, aqueles prestados com intuito de manter o asseio, higiene e preservação por intermédio de varrição, lavagem, enceramento,

desinfecção, desentupimento ou outros serviços destinados a manter a higiene, o asseio ou a conservação de praia, jardins, rodovias, monumentos, edificações,

instalações, dependências, logradouros, vias públicas, pátios, áreas de uso comum etc, garantido, assim, as condições necessárias ao seu uso. Nestas atividades, não será admitida qualquer dedução da base de cálculo da retenção,

exceto o vale transporte, o vale-refeição, a cesta básica, ou quando se tratar de limpeza especial que permite a dedução em nota fiscal de valores referentes à

utilização de equipamentos especiais e/ou produtos específicos de desinfecção. Vigilância e Segurança: são os serviços que têm por finalidade a garantia da

integridade física de pessoas ou a preservação de bens patrimoniais. Portanto, a proteção de pessoas e bens. Nestas atividades, não será admitida qualquer

dedução da base de cálculo da retenção, exceto a que se refere ao fornecimento, pela contratada, do vale transporte, do vale refeição e da cesta básica.

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Obs.: Os serviços de vigilância ou segurança prestados por meio de

monitoramento eletrônico não estão sujeitos à retenção.

Construção Civil: são serviços prestados na atividade de construção civil, que envolvam a construção, a demolição, a reforma ou o acréscimo de edificações, bem como a execução de qualquer benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo e,

ainda as obras complementares que se integram a esse conjunto, tais como a reparação de jardins, passeios, a colocação de grades ou de instrumentos de

recreação, de urbanização, de sinalização, de rodovias ou de vias públicas. Serviços rurais: são todos os serviços destinados à produção rural que se

constituam em desmatamento, lenhamento, aração ou gradeamento, capina colocação ou reparação de cercas, irrigação, adubação, controle de pragas ou de

ervas daninhas, plantio, colheita, lavagem, limpeza, manejo de animais, tosquia, inseminação, castração, marcação, ordenhamento, embalagem ou extração de produtos de origem animal ou vegetal.

Digitação: que compreende os serviços de inserção de dados em meio

informatizado por operação de teclados ou de similares.

Preparação de dados para processamento: são todos os serviços previamente executados com vistas a viabilizar ou facilitar o processamento de informações, tais como escaneamento manual ou a leitura ótica.

Serviços contratados mediante cessão de mão-de-obra: Acabamento: envolve os serviços que têm por objetivo a conclusão, o preparo

final, à incorporação das últimas partes ou dos componentes de produtos, para o fim de colocá-los em condições de uso, a exemplo da pintura, do polimento,

do remate, da eliminação de rebarbas, entre outros. Embalagem: consiste em serviços relacionados com o preparo de produtos ou

de mercadorias visando a preservação ou a conservação de suas características para transporte ou guarda.

Acondicionamento: compreende os serviços envolvidos no processo de

colocação ordenada dos produtos quando do seu armazenamento ou transporte,

a exemplo da colocação em “palets”, empilhamento, amarração, entre outros.

Cobrança: é o conjunto de serviços, ainda que periódicos, que têm como objetivo recebimento de quaisquer valores devidos à empresa contratante, como, por exemplo, a cobrança de títulos de crédito, de contribuições para

clubes, associações, entidades de classe e outros.

Coleta e Reciclagem de Lixo ou de Resíduos: são os serviços de busca, transporte, separação, tratamento e transformação de materiais inservíveis ou resultantes de processos produtivos com vistas ao seu descarte definitivo ou

reaproveitamento. Como exemplo, citamos coleta de resíduos domiciliares, de feiras livres, de hospitais, de farmácias, de indústrias, de comércio, de

escritórios, operação de usinas de compostagem e de incineradores, remoção de galhos de árvores, entulhos, móveis, rejeitos, entre outros, exceto quando

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realizados através de equipamentos do tipo “containers” ou caçambas

estacionárias.

Copa: é a preparação, manuseio e distribuição de todo e qualquer produto alimentício, tais como: refeições, água, chá, café, refrigerante e lanche. Nestes serviços, incluem-se garçons, cozinheiros, copeiros, etc.

Hotelaria: são os serviços que concorrem para o atendimento ao hóspede,

incluindo os de portaria, recepção, cozinha, arrumação e limpeza de quartos, lavanderia, acomodação, serviços de mensageiros, massagistas, cabeleireiros, recreação, guias turísticos, intérpretes e todos os demais próprios da atividade,

normalmente desenvolvidos em hotéis, pousadas, hospitais, clínicas ou em outros estabelecimentos do gênero.

Corte e Ligação de Serviços Públicos: é o conjunto de serviços que têm

como objetivo a interrupção do fornecimento de água, energia elétrica, gás,

serviços de telecomunicações, etc. Ligação de Serviços Públicos é a conexão da rede pública à particular, como, por exemplo, ligação de água, esgoto,

energia elétrica e de serviços de telecomunicações.

Distribuição: consistem nos serviços de entrega, em locais pré-determinados, ainda que em via pública, de bebidas, alimentos, discos, panfletos, periódicos, revistas, jornais, amostras, dentre outros, mesmo que distribuídos no mesmo

período a vários contratantes.

Treinamento e ensino: é o conjunto de serviços envolvidos na transmissão de conhecimento para a instrução ou capacitação de pessoas, a exemplo do ensino pré-escolar, básico, superior, dos cursos de idiomas, de informática, de

legislação, de relações humanas, de técnicas operacionais, ginástica. Não se caracteriza cessão de mão de obra a realização de cursos em empresas que não

tenham por objeto social a prestação de serviços na área de ensino e treinamento, exceto se a contratante mantiver um departamento permanente para treinamento ou ensino.

Entrega de Contas e Documentos: considera-se como tais os serviços

prestados por empresa que tenham por escopo fazer chegar ao destinatário documentos diversos. Como por exemplo, entrega de contas de água, energia elétrica, boletos de cobrança, cartões de créditos, malas diretas ou similares.

Ligação de medidores: são os serviços envolvidos na instalação de

equipamentos destinados a aferir o consumo ou a utilização de determinado produto ou serviço, tais como água, gás e energia elétrica.

Leitura de medidores: são aqueles executados, periodicamente, para a coleta das informações aferidas por esses equipamentos, tais como, água, gás, energia

elétrica, medidores de velocidades (radares). Manutenção de Instalações, de Máquinas e Equipamentos: são os serviços

técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e permanente de máquinas, veículos, equipamentos e instalações assim entendidos o conjunto de

componentes de determinada unidade, por exemplo: reparação de veículos, elevadores, caldeiras, geladeiras, computadores, instalações elétricas, hidráulicas, dentre outras. Na manutenção periódica, corretiva ou preventiva e,

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ainda, nos contratos de risco com pagamento de valor mensal pré-estabelecido,

quando indispensáveis ao seu funcionamento regular e permanente e desde que a contratada disponibilize equipe sempre pronta para atender as

necessidades da empresa contratante. Montagem: é a reunião sistemática, conforme disposição pré-determinada, e

processo industrial ou artesanal, das peças de um dispositivo, de um mecanismo, ou de qualquer objeto, de modo que possa funcionar ou atingir o

fim a que se destina, tais como aparelhos, móveis, máquinas, veículos e equipamentos, inclusive seus componentes. Enquadram-se, ainda como exemplo, os serviços de montagens de roupas, calçados, bolsas, jóias,

bijuterias, brinquedos e andaimes, o instituto da retenção não se aplica aos contratos de prestação de serviços de montagem e instalação de móveis,

quando prestados mediante empreitada de mão-de-obra. Operação de Máquinas, Equipamentos e Veículos: são todos os serviços

relacionados com a movimentação ou o funcionamento envolvendo serviços do tipo manobra de veículo, operação de guindaste, painel eletro-eletrônico, trator,

colheitadeira, moenda, empilhadeira ou caminhão fora de estrada.

Operação de Pedágio: é o conjunto de serviços prestados pelas empresas que exploram atividades de pedágio, com vistas à manutenção, conservação, limpeza e aparelhamento de rodovias e vias públicas, além daqueles prestados

diretamente aos usuários, tais como os serviços relativos a informações, cobrança de pedágio, reboque, auxílio mecânico, atendimento médico e

paramédico. Operação de terminal de transporte: seja este terrestre, aéreo ou aquático,

é o conjunto de serviços prestados, nestas instalações, com vistas à sua manutenção, conservação, limpeza, aparelhamento e operação e, ainda, os

serviços executados para a segurança, comodidade e conforto dos seus usuários. São exemplos os serviços relacionados com sinalizações, comunicação, controle de tráfego, movimentação de bagagens, cargas e veículos, venda de

passagens e atendimento médico ou paramédico emergencial, desde que os serviços prestados envolvam diretamente os usuários.

Operação de Transportes de Passageiros: são todos os serviços envolvidos

no processo de deslocamento, inclusive nos casos de concessão ou de

subconcessão, por meio aquático, terrestre ou aéreo, de pessoas com vistas à sua condução de um local de origem a outro de destino, por exemplo, os

fretamentos de veículos para o transporte habitual de ida e volta funcionários, alunos, dentre outros, em horários e locais pré-estabelecidos, cujo contrato obrigue a empresa contratada a manter equipe à disposição da empresa

contratante.

Portaria, Recepção ou Ascensorista: são os serviços realizados com vistas ao ordenamento ou ao controle do trânsito de pessoas em locais de acesso público ou à distribuição de encomendas ou de documentos. Os serviços prestados por

ascensorista são aqueles relacionados com a operação de elevadores.

Recepção, Triagem e Movimentação de Materiais: serviços de recepção são aqueles relacionados ao recebimento de material, inclusive a sua contagem, conferência, verificação e demais procedimentos de checagem. Serviços de

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triagem são os envolvidos na seleção e separação ordenada de materiais

segundo parâmetros e regras pré-determinadas. Os serviços de movimentação de material consistem no seu remanejamento objetivando a armazenagem,

distribuição, consumo, etc., e que não se caracterizem como operação de transporte.

Promoção de Vendas ou de Eventos: são serviços de promoção de vendas todos aqueles prestados com a finalidade de colocar em evidência as qualidades

de produtos, com o intuito de aumentar as vendas. Por exemplo, promotoras de vendas de supermercados para oferecer aos consumidores provas e informações dos produtos alimentícios que promovem. Promoção de eventos compreende

o conjunto de serviços executados para a realização de um determinado acontecimento, tais como “shows” artísticos, feiras, convenções, rodeios,

formaturas, bailes, festas, jogos, entre outros. Secretaria e Expediente: são os serviços de apoio relacionado com o

desempenho de rotinas administrativas, tais como os serviços de datilografia, organização de agenda, preparação e envio de correspondências, comunicações

internas, atendimento telefônico, etc.

Saúde: são todos os serviços direcionados ao atendimento de pacientes, tendo em vista a avaliação, recuperação, manutenção ou melhoramento do seu estado físico, mental ou emocional, prestados por empresas da área da saúde,

envolvendo os serviços médicos, de administração hospitalar, de enfermagem, de fisioterapia, de radiologia, de diagnóstico por ultra-imagem, de hematologia,

de fonoaudiologia, de odontologia, de psicologia e aqueles prestados por atendentes e auxiliares.

Telefonia ou de Telemarketing: são os serviços que envolvam a operação de centrais ou aparelhos telefônicos ou tele-atendimento.

É exaustiva a relação dos serviços sujeitos à retenção, ou seja, somente os serviços elencados acima terão retenção.

A pormenorização das tarefas compreendidas em cada um dos serviços é exemplificativa.

DISPENSA DA RETENÇÃO A contratante estará dispensada de efetuar a retenção quando:

a. O valor a ser retido por nota fiscal for inferior ao limite mínimo estabelecido pelo INSS para recolhimento em GPS - atualmente R$ 10,00;

b. A contratada atender cumulativamente aos seguintes requisitos: não possuir

empregados, o serviço for prestado pessoalmente pelo titular ou sócio e quando

o faturamento do mês anterior for igual ou inferior a 2 (duas) vezes o limite máximo do salário-de-contribuição – atualmente R$8.780,48 (2 x R$4.390,24);

Para comprovação dos requisitos acima, a contratada apresentará à tomadora declaração assinada por seu representante legal, sob as penas da lei, de que

não possui empregado e o seu faturamento no mês anterior foi igual ou inferior a 2 (duas) vezes o limite máximo do salário-de-contribuição.

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c. A contratação envolver somente serviços profissionais relativos ao exercício de

profissão regulamentada por legislação federal, ou serviços de treinamento e ensino, desde que prestados pessoalmente pelos sócios, sem o concurso de

empregados ou outros contribuintes individuais.

Para comprovação dos requisitos acima, a contratada apresentará à tomadora

declaração assinada por seu representante legal, sob as penas da lei, de que o serviço foi prestado por sócio da empresa, no exercício de profissão

regulamentada, ou, se for o caso, por profissional da área de treinamento e ensino, e sem o concurso de empregados ou contribuintes individuais, ou consignará o fato na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços.

Profissões regulamentadas: Administradores, Advogados, Aeronautas,

Aeroviários, Agenciadores de propaganda, Agrônomos, Arquitetos, Arquivistas, Assistentes sociais, Atuários, Auxiliares de laboratório, Bibliotecários, Biólogos, Biomédicos, Cirurgiões dentistas, Contabilistas, Economistas domésticos,

Economistas, Enfermeiros, Engenheiros, Estatísticos, Farmacêuticos, Fisioterapeutas, Terapeutas ocupacionais, Fonoaudiólogos, Geógrafos, Guias de

turismo, Jornalistas profissionais, Leiloeiros rurais, Leiloeiros, Massagistas, Médicos, Meteorologistas, Nutricionistas, Psicólogos, Publicitários, Químicos,

Radialistas, Secretárias, Taquígrafos, Técnicos de arquivos, Técnicos em biblioteconomia, Técnicos em radiologia, Tecnólogos.

d. As empresas Optantes pelo Simples Nacional não estão sujeitas à retenção de 11%, exceto as tributadas pelo ANEXO IV (construção de imóveis e obras de

engenharia em geral, inclusive sob a forma de sub empreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decorações de interiores, serviço de vigilância, limpeza ou conservação).

As demais prestadoras de serviços tributadas pelos anexos III ou V estão

proibidas de prestarem serviços mediante cessão ou locação de mão de obra, sob pena de EXCLUSÃO do Simples Nacional.

Transcrevemos abaixo a legislação.

Instrução Normativa 971/2009

Art. 191. As ME e EPP optantes pelo Simples Nacional que prestarem serviços mediante

cessão de mão-de-obra ou empreitada não estão sujeitas à retenção referida no art. 31 da

Lei nº 8.212, de 1991, sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de

prestação de serviços emitidos, excetuada:

I - a ME ou a EPP tributada na forma dos Anexos IV e V da Lei Complementar nº 123, de

2006, para os fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2008; e

II - a ME ou a EPP tributada na forma do Anexo IV da Lei Complementar nº 123, de 2006,

para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2009.

§ 1º A aplicação dos incisos I e II do caput se restringe às atividades elencadas nos §§ 2º e

3º do art. 219 do RPS, e, no que couberem, às disposições do Capítulo VIII do Título II

desta Instrução Normativa.

§ 2º A ME ou a EPP que exerça atividades tributadas na forma do Anexo III, até 31

de dezembro de 2008, e tributadas na forma dos Anexos III e V, a partir de 1º de

janeiro de 2009, todos da Lei Complementar nº 123, de 2006, estará sujeita à

exclusão do Simples Nacional na hipótese de prestação de serviços mediante

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cessão ou locação de mão-de-obra, em face do disposto no inciso XII do art. 17 e

no § 5º-H do art. 18 da referida Lei Complementar.

Lei complementar 123/2006

Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a

microempresa ou a empresa de pequeno porte:

XII – que realize cessão ou locação de mão-de-obra;

Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de pequeno porte

comercial, optante pelo Simples Nacional, será determinado mediante aplicação da tabela

do Anexo I desta Lei Complementar.

§ 5º-H. A vedação de que trata o inciso XII do caput do art. 17 desta Lei Complementar

não se aplica às atividades referidas no § 5º-C deste artigo.

§ 5º-C. Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei Complementar, as atividades

de prestação de serviços seguintes serão tributadas na forma do Anexo IV desta Lei

Complementar, hipótese em que não estará incluída no Simples Nacional a contribuição

prevista no inciso VI do caput do art. 13 desta Lei Complementar, devendo ela ser recolhida

segundo a legislação prevista para os demais contribuintes ou responsáveis:

NÃO-APLICAÇÃO RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA Não se aplica o instituto da retenção previdenciária de 11% (onze por cento) sobre

o valor total dos serviços, nos seguintes casos:

À contratação de serviços prestados por trabalhadores avulsos por intermédio

de sindicato da categoria ou de órgão gestor de mão-de-obra (OGMO);

À empreitada total, quando a empresa construtora assume a responsabilidade direta e total por obra de construção civil ou repasse o contrato integralmente a outra construtora, aplicando-se, nesse caso, o instituto da solidariedade;

À contratação de entidade beneficente de assistência social isenta de

contribuições sociais;

Quadro Sinóptico da Dispensa de Retenção

Item Requisito Observação

LETRA “a” * Retenção inferior ao limite mínimo Atualmente R$ 10,00

LETRA “b”

* Sem empregados Atualmente R$

8.780,48 * Serviço prestado pelo sócio

* Valor igual ou inferior a duas vezes o teto

LETRA “c”

(1ª parte)

* Profissão regulamentada

Sociedade civil * Serviço prestado pelo sócio

* Sem auxílio de empregado e/ou autônomos

* Não importa o valor do faturamento

LETRA “c”

(2ª parte)

* Ensino e treinamento

* Serviço prestado pelo sócio

* Sem auxílio de empregado e/ou autônomos

* Não importa o valor do faturamento

LETRA “d” * Optantes simples nacional

* Enquadradas Anexos III e V

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Ao contribuinte individual equiparado à empresa, à pessoa física, à missão diplomática e à repartição consular de carreira estrangeira;

À contratação de serviços de transporte de cargas, a partir de 10/06/2003, data

de publicação no DOU do Decreto nº 4.729/2003.

À empreitada realizada nas dependências da contratada;

Aos órgãos públicos da administração direta, autarquias e fundações de direito

público quando contratantes de obra de construção civil (Anexo VII),

reforma ou acréscimo, por meio de empreitada total ou parcial, observado o disposto no inciso IV do § 2º do art. 151 da In 971/2009, ressalvado o caso de

contratarem serviços de construção civil (Anexo VII) mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, em que se obrigam a efetuar a retenção prevista no art. 112 da mesma IN.

APURAÇÃO DA BASE DE CALCULO DA RETENÇÃO Em regra a base de cálculo da retenção da contribuição previdenciária é o valor

bruto da nota fiscal, fatura ou do recibo de prestação dos serviços. Entretanto, a legislação permite que, em algumas hipóteses, a redução dos valores relativos a material e/ou equipamentos utilizados na realização dos trabalhos do valor bruto

para apuração da base de calculo da retenção.

Fornecimento de material ou utilização de equipamento descrito no contrato Havendo previsão e discriminação contratual de fornecimento de material ou de

utilização de equipamento próprio ou de terceiros, exceto equipamento manual, para execução dos serviços, esses valores serão deduzidos da base de cálculo

desde que discriminados na nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços. Assim, são requisitos de validade:

a) Discriminação no contrato – os valores relativos ao material ou equipamento

utilizado devem estar descrito no contrato, ou previsto em planilha anexa,

mediante cláusula nele expressa;

b) Discriminação no documento fiscal – o valor do material ou equipamento utilizado dever ser discriminado na nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços;

c) Limite de redução – o valor da “dedução” não poderá ser superior ao valor de

aquisição ou de locação para fins de apuração da base de calculo. d) Comprovação – o valor descrito na letra “b”, fica sujeito á fiscalização da SRP,

mediante apresentação de documentos fiscais de aquisição do material ou contrato de locação de equipamento.

Fornecimento de material ou utilização de equipamento previsto no contrato, mas sem discriminação de valores.

Quando o fornecimento de material ou a utilização de equipamento próprio ou de terceiros, exceto o manual, estiver previsto em contrato, mas sem discriminação

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dos valores de material ou equipamento, a base de cálculo da retenção

corresponderá, no mínimo, a:

a) 50% (cinqüenta por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou recibo de prestação de serviços em geral;

b) 30% (trinta por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços para os serviços de transporte passageiros, cujas

despesas de combustível e de manutenção dos veículos corram por conta da contratada;

c) 65% (sessenta e cinco por cento) do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, quando se referir à limpeza hospitalar;

d) 80% (oitenta por cento) do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de

prestação de serviços, quando se referir às demais limpezas.

Fornecimento de material ou utilização de equipamento sem previsão

contratual. Não existindo previsão contratual de fornecimento de material ou de utilização de

equipamento próprio ou de terceiros, exceto equipamento manual, e o uso deste não for inerente ao serviço, a base de calculo será da retenção será o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, mesmo havendo

discriminação de valores nestes documentos.

A única exceção prevista é o caso de serviços de transporte de passageiros, em que a base de calculo corresponderá a 30% (trinta por cento) do valor bruto dos mencionados documentos.

Fornecimento de equipamento não previsto contratualmente, cuja

utilização é inerente à execução dos serviços. Mesmo não havendo previsão contratual, porém, a utilização do equipamento for inerente à execução dos serviços contratados, a base de cálculo da retenção

corresponderá, no mínimo, a 50% (cinqüenta por cento) do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, observando-se, no caso da

prestação de serviços na área da construção civil, os percentuais a seguir relacionados:

a) 10% (dez por cento) para pavimentação asfáltica;

b) 15% (quinze por cento) para terraplanagem, aterro sanitário e dragagem; c) 45% (quarenta e cinco por cento) para obras de arte (pontes e viadutos);

d) 50% (cinqüenta por cento) para drenagem;

e) 35% (trinta e cinco por cento) para demais serviços realizados com a utilização

de equipamento, exceto o manual.

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DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO

Poderão ser deduzidas da base de cálculo da retenção as parcelas que estiverem discriminadas na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, que

correspondam: Ao custo da alimentação in natura fornecida pela contratada, de acordo com os

programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, conforme Lei nº 6.321, de 1976;

Ao fornecimento de vale-transporte de conformidade com a legislação própria.

A fiscalização da SRP poderá exigir da contratada a comprovação das deduções.

DESTAQUE DA RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Obrigatoriedade No momento da emissão da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, a

contratada deverá destacar o valor da retenção com o título de “RETENÇÃO PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL”.

Esse destaque deverá ser identificado logo após a descrição dos serviços prestados, apenas para produzir efeito como parcela dedutível no ato de quitação da nota

fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, sem alteração do valor bruto destes documentos.

Discriminação dos Serviços Valor – R$

Serviço mão de obra 10.000,00

Retenção para a Previdência Social – 1.100,00

TOTAL R$ 10.000,00

Falta de Destaque Caso a empresa contratada prestadora de serviços não efetue o destaque do valor retido, conforme mencionado ficará sujeita à autuação com a imposição da multa

correspondente.

Destaque da retenção pela sub contratada. Havendo subcontratação, poderá ser deduzido o valor da retenção a serem

efetuados pela contratante os valores retidos da subcontratada e comprovadamente recolhidos pela contratada, desde que todos os documentos

envolvidos se refiram à mesma competência e ao mesmo serviço.

Para tanto, a contratada deverá destacar na nota fiscal, fatura ou recibo de

prestação de serviços da seguinte forma:

a) Retenção para a Previdência Social: informar o valor correspondente a 11% (onze por cento) do valor bruto dos serviços;

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b) Dedução de valores retidos de subcontratadas: informar o valor total correspondente aos valores retidos e recolhidos relativos aos serviços

subcontratados; c) Valor retido para a Previdência Social: informar o valor correspondente à

diferença entre a retenção apurada na forma da letra “a” e a dedução efetuada conforme a letra “b”, que indicará o valor a ser efetivamente retido

pela contratante.

Discriminação dos Serviços Valor – R$

Serviço mão de obra 10000,00

Retenção previdência Social – 1.100,00

(-) dedução valor retido subcontratadas 500,00

Valor retido Previdência – 600,00

TOTAL R$ 10000,00

A contratada deverá encaminhar à contratante, juntamente com a nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, cópia dos seguintes documentos:

Das notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços das

subcontratadas com o destaque da retenção;

Dos comprovantes de arrecadação dos valores retidos das subcontratadas;

Da GFIP, elaboradas pelas subcontratadas, em que conste, no campo “Inscrição

Tomador CNPJ/CEI”, o CNPJ da contratada ou a matrícula CEI da obra e, no

campo ”Denominação social Tomador de Serviço/Obra construção civil”, a denominação social da empresa contratada.

Instruções para o preenchimento da GPS

A empresa contratante depois de efetuar a retenção previdenciária por ocasião do pagamento pelos serviços prestados deverá preencher a Guia da Previdência Social,

de acordo com as seguintes instruções:

Campo 1: Nome e endereço da empresa contratada e nome contratante.

Campo 3: Código de pagamento referente a contribuição.

Campo 4: Mês e ano da emissão nota fiscal.

Campo 5: Numero do CNPJ da empresa contratada.

Campo 6: Valor da retenção previdenciária a ser recolhida.

Campo 11: Total a recolher.

Código de Recolhimento das Contribuições

O código de pagamento a ser utilizado pela empresa para recolhimento das retenções previdenciárias relativas aos serviços prestados ou contratados mediante

cessão de mão-de-obra ou empreitada será o seguinte:

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Código Descrição do Código de Pagamento

2631 Contribuição retida sobre a NF/Fatura da Empresa Prestadora de Serviço -

CNPJ/MF

(Empresas Públicas, Privadas e Sociedade de Economia Mista)

2640 Contribuição retida sobre NF/Fatura da Empresa Prestadora de Serviço -

CNPJ/MF (Órgão do Poder Público Administração Direta, Autarquia e

Fundação).

PRAZO DE RECOLHIMENTO DA RETENÇÃO O recolhimento da contribuição previdenciária deverá ser feito através da Guia da Previdência Social – GPS, por período de competência, a qual conterá o valor retido

correspondente a 11% (onze por cento) sobre o valor bruto dos serviços, constante da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços.

O contratante deverá efetuar o recolhimento dos valores retidos em um único documento de arrecadação (GPS), quando dentro do período competência, o mesmo estabelecimento da contratada emitir mais de uma nota fiscal, fatura ou

recibo de prestação de serviços.

O prazo de recolhimento, procedimentos para recolhimento, bem como, conseqüências pelo não-recolhimento da retenção previdenciária são descritos a seguir:

Prazo de recolhimento – até o dia 20 do mês seguinte ao da emissão da nota

fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, antecipando se não houver expediente bancário;

Não-recolhimento – a falta de recolhimento no prazo legal das importâncias retidas configura, em tese, crime de apropriação indébita previdenciária,

previsto no art. 168-A do Código Penal.

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS DAS EMPRESAS Da Empresa Contratada

A empresa contratada deverá elaborar:

Folhas de pagamento distintas e o respectivo resumo geral para cada estabelecimento ou obra de construção civil da empresa contratante,

relacionando todos os segurados alocados na prestação de serviços;

GFIP com as informações relativas aos tomadores de serviços para cada

estabelecimento da empresa contratante ou cada obra de construção civil, utilizando os códigos de recolhimento próprios da atividade;

Demonstrativo mensal por contratante e por contrato, assinado pelo seu

representante legal, contendo:

A denominação social e o CNPJ da contratante ou a matrícula CEI da obra de construção civil;

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O numero e a data de emissão da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação

de serviços;

O valor bruto, o valor retido e o valor o líquido recebido relativo à nota fiscal,

fatura ou recibo de prestação de serviços;

A totalização dos valores e sua consolidação por obra de construção civil ou por estabelecimento da contratante, conforme o caso.

DEMOSTRATIVO DA RETENÇÃO PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL

Mês Ano Contratada CNPJ/CEI

Documento Valores

Data número Bruto Retenção Líquido

Totais

Nome do Representante legal Assinatura

A empresa contratada fica dispensada de elaborar folha de pagamento e GFIP com

informações distintas por estabelecimento ou obra de construção civil em que realizar tarefa ou prestar serviços, quando, comprovadamente, utilizar os mesmos

segurados para atender a várias empresas contratantes, alternadamente, no mesmo período, inviabilizando a individualização da remuneração desses segurados por tarefa ou por serviço contratado.

São considerados serviços prestados alternadamente, aqueles em que a tarefa ou o

serviço contratado seja executado por trabalhador ou equipe de trabalho em vários estabelecimentos ou várias obras de uma mesma contratante ou de vários contratantes, por etapas, numa mesma competência, e que envolvam os serviços

que não compõem o CUB, relacionados no Anexo VIII da In 971/2009.

Da Empresa Contratante

A empresa contratante fica obrigada a manter em arquivo, por empresa contratada, em ordem cronológica, durante 5 anos, as notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços, as correspondentes GFIP e, se for o caso, cópia dos

documentos relativos à subcontratação, a saber:

Das notas fiscais, faturas ou recibo de prestação de serviços das subcontratadas com o destaque da retenção;

Dos comprovantes de arrecadação dos valores retidos das subcontratadas;

Das GFIP´s, elaboradas pelas subcontratadas, em que conste no campo “Inscrição do Tomador CNPJ/CEI”, o CNPJ da contratada ou a matrícula CEI da obra e, no campo “Denominação social Tomador de Serviço/Obra construção

civil”, a denominação social da empresa contratada.

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RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Na construção civil, sujeita-se à retenção:

A prestação de serviços mediante contrato de empreitada parcial, conforme

definição contida na alínea “b” do inciso XXVII, do art. 322 da IN 971/2009;

XXVII - contrato de construção civil ou contrato de empreitada (também

conhecido como contrato de execução de obra, contrato de obra ou contrato de edificação), aquele celebrado entre o proprietário do imóvel, o incorporador, o dono da obra ou o condômino e uma empresa, para a execução de obra ou

serviço de construção civil, no todo ou em parte, podendo ser:

a) ... b) parcial, quando celebrado com empresa construtora ou prestadora de

serviços na área de construção civil, para execução de parte da obra, com ou sem fornecimento de material;

A prestação de serviços mediante contrato de subempreitada, conforme

definição contida no inciso XXVIII, do art. 322 da IN 971/2009;

XXVIII - contrato de subempreitada, aquele celebrado entre a empreiteira ou

qualquer empresa subcontratada e outra empresa, para executar obra ou serviço de construção civil, no todo ou em parte, com ou sem fornecimento de

material; A prestação de serviços tais como os discriminados no Anexo VII da IN 971

A reforma de pequeno valor, conforme definida no inciso V do art. 322 da IN

971/2009.

Reforma de pequeno valor, aquela de responsabilidade de pessoa jurídica, que

possui escrituração contábil regular, em que não há alteração de área construída, cujo custo estimado total, incluindo material e mão-de-obra, não

ultrapasse o valor de vinte vezes o limite máximo do salário de contribuição vigente na data de início da obra, atualmente R$87.804,80;

A prestação de serviços tais como os discriminados no Anexo VIII da IN 971/2009.

ANEXO VIII

ATIVIDADES OU SERVIÇOS NÃO-INCLUÍDOS NA COMPOSIÇÃO DO CUB,

SUJEITOS À RETENÇÃO DE 11% (ONZE POR CENTO):

01 - instalação de estruturas metálica;

02 - instalação de estrutura de concreto armado (pré-moldada); 03 - obras complementares na construção civil: ajardinamento; recreação; terraplenagem; urbanização;

04 - lajes de fundação radiers; 05 - instalação de aquecedor, bomba de recalque, incineração, playground,

equipamento de garagem, equipamento de segurança, equipamento contraincêndio e de sistema de aquecimento a energia solar;

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06 - instalação de elevador, quando houver emissão de nota fiscal - fatura de

serviço (NFFS); 07 - instalação de esquadrias metálicas;

08 - colocação de gradis; 09 - montagem de torres; 10 - locação de equipamentos com operador;

11- impermeabilização contratada com empresa especializada.

CASOS DE DISPENSA DA RETENÇÃO Não se sujeitam à retenção previdenciária os serviços de construção civil prestados mediante cessão ou empreitada de mão-de-obra de:

a) Administração, fiscalização, supervisão ou gerencia-mento de obras;

b) Assessoria ou consultoria técnicas;

c) Controle de qualidade de materiais;

d) Fornecimento de concreto usinado, de massa asfáltica ou de argamassa usinada ou preparada;

e) Jateamento ou hidrojateamento;

f) Perfuração de poço artesiano;

g) Elaboração de projeto de construção civil vinculado a uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART);

h) Ensaios geotécnicos de campo ou de laboratório (sondagens de solo,

provas de carga, ensaios de resistência, amostragens, testes em laboratório de solos ou outros serviços afins);

i) Serviços de topografia;

j) Instalação de antenas, de ar-condicionado, de refrigeração, de ventilação, de aquecimento, de calefação ou de exaustão;

k) Locação de caçamba;

l) Locação de máquinas, de ferramentas, de equipamentos ou de outros

utensílios sem fornecimento de mão-de-obra;

m) Venda com instalação de estrutura metálica, de equipamento ou de

material, com emissão apenas da nota fiscal de venda mercantil;

n) Fundações especiais.

SOLIDARIEDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL São responsáveis solidários pelo cumprimento da obrigação previdenciária principal na construção civil:

O proprietário do imóvel, o dono da obra, o incorporador, o condômino de unidade imobiliária, pessoa jurídica ou física, quando contratar a execução da obra mediante empreitada total com empresas construtoras.

Documentos Exigíveis na Solidariedade

Quando da quitação da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, cabe ao contratante exigir:

Da empresa construtora contratada por empreitada total:

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a) Cópia da GFIP com as informações referentes à obra, da folha de pagamento

específica para a obra e do documento de arrecadação identificado com a matrícula CEI da obra, relativos à mão-de-obra própria utilizada pela contratada;

b) cópia da GFIP identificada com a matrícula CEI da obra, informando a ausência de fato gerador de obrigações previdenciárias, quando a construtora não utilizar

mão-de-obra própria e a obra for completamente realizada mediante contratos de subempreitada;

c) a partir da competência fevereiro de 1999 até a competência setembro de 2002, cópia das notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços emitidos por

subempreiteiras, com vinculação evidente à obra, e dos correspondentes documentos de arrecadação de retenção;

d) a partir da competência outubro de 2002, cópia das notas fiscais, faturas ou

recibos emitidos por subempreiteiras, com vinculação evidente à obra, dos correspondentes documentos de arrecadação da retenção e da GFIP das subempreiteiras com comprovante de entrega, com informações específicas do

tomador obra;

e) a partir da competência outubro de 2002, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, LTCAT, Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT, para empresas com vinte trabalhadores ou mais

por estabelecimento ou obra de construção civil, e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, que demonstrem o gerenciamento de riscos

ambientais por parte da construtora, bem como a necessidade ou não da contribuição adicional.

O contratante deverá exigir da contratada comprovação de escrituração contábil regular para o período de prestação de serviços na obra, se os recolhimentos

apresentados forem inferiores aos calculados de acordo com as normas de aferição indireta da remuneração.

A comprovação de escrituração contábil será efetuada mediante cópia do balanço extraído do livro Diário formalizado, para o exercício em curso, por meio de

declaração firmada pelo representante legal da empresa, sob as penas da lei, de que os valores apresentados estão contabilizados.

Elisão da Responsabilidade Solidária Na contratação de obra de construção civil mediante empreitada total, a partir de

fevereiro de 1999, a responsabilidade solidária do proprietário do imóvel, do dono da obra, do incorporador ou do condômino da unidade imobiliária, com a empresa construtora, será elidida com a comprovação do recolhimento, conforme o caso:

Das contribuições sociais incidentes sobre a remuneração contida na folha de

pagamento dos segurados utilizados na prestação de serviços e respectiva GFIP, corroborada por escrituração contábil, se o valor recolhido for inferior ao indiretamente aferido com base nas notas fiscais, nas faturas ou nos recibos de

prestação de serviços.

Das contribuições sociais incidentes sobre a remuneração da mão-de-obra contida em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados,

aferidas indiretamente, no mínimo 40%, caso a contratada não apresente a escrituração contábil formalizada na época da regularização da obra;

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Das retenções efetuadas pela empresa contratante, com base nas notas fiscais, nas faturas ou nos recibos de prestação de serviços emitidos pela construtora

contratada mediante empreitada total; Das retenções efetuadas com base nas notas fiscais, nas faturas ou nos recibos

de prestação de serviços emitidos pelas subempreiteiras, que tenham vinculação inequívoca à obra.

Em relação às alíquotas adicionais para o financiamento das aposentadorias especiais, a responsabilidade solidária poderá ser elidida com a apresentação da

documentação comprobatória do gerenciamento e do controle dos agentes nocivos à saúde ou à integridade física dos trabalhadores, emitida pela empresa

construtora. A contratante de empreitada total poderá elidir-se da responsabilidade solidária

mediante a retenção de 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços contra ela emitida pela contratada, a

comprovação do recolhimento do valor retido e a apresentação da documentação comprobatória do gerenciamento dos riscos ocupacionais.

A contratante efetuará o recolhimento do valor retido em documento de arrecadação identificado com a matrícula CEI da obra de construção civil e a

denominação social da contratada.

Código Descrição do Código de Pagamento

2658 Contribuição retida sobre a NF/Fatura da Empresa Prestadora de Serviço -

CEI

2682 Contribuição Retida sobre NF/Fatura da Prestadora de Serviço - CEI (Uso

Exclusivo do Órgão do Poder Público -Administração Direta, Autarquia e

Fundação Federal, Estadual, do Distrito Federal ou Municipal (contratante

do serviço).

A partir de 21 de novembro de 1986, não existe responsabilidade solidária dos

órgãos públicos da administração direta, autarquias e fundações de direito público, portanto, a esses não se aplica a retenção quando forem contratantes de obra de

construção civil mediante empreitada total.

GFIP/SEFIP da empresa prestadora de serviços

O cedente de mão-de-obra e o prestador de serviços devem relacionar os

trabalhadores e outros dados de forma distinta, por tomador, informando o CNPJ/CEI, a razão/denominação social e o endereço do tomador de serviço/contratante.

A empresa cedente de mão de obra ou prestadora de serviços (contratada) deve informar o valor correspondente ao montante das retenções (Lei nº 9.711/1998) sofridas durante o mês, em relação a cada tomador/obra (contratante).

Para o tomador/obra que não tenha nenhum trabalhador a ele alocado/vinculado,

assinalar a opção “Informação exclusiva de Retenção”, situação em que somente

CURSOS PRESENCIAIS E “IN COMPANY”

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haverá a informação do valor da retenção sobre nota fiscal/fatura para este

tomador/obra.

O valor da retenção deve ser informado em relação a cada tomador/obra ainda que haja impossibilidade de identificar os trabalhadores por tomador/obra ou quando houver emissão de nota fiscal/fatura em competência posterior à cessação da

prestação do serviço.

É possível haver, no mesmo movimento, tomador/obra com trabalhadores a ele alocados e tomador/obra com informação exclusiva de retenção.

Na GFIP/SEFIP entregue pela empresa contratante (tomador do serviço) não deve

constar qualquer informação relativa à mão-de-obra fornecida por empresa contratada (cedente de mão-de-obra).

GFIP CÓDIGO 155 = Obra executada por empresa construtora, mediante empreitada total, situação em que a construtora é responsável pela matrícula da

obra no INSS.

Campo Conteúdo

Código de Recolhimento 155

CNPJ/CEI e Razão Social do

Empregador/Contribuinte

Razão Social da empresa construtora

FPAS e Outras Entidades, SIMPLES, Alíquota

RAT, CNAE, CNAE Preponderante e FAP

Dados da empresa construtora

Inscrição e Endereço do tomador de

serviço/obra de construção civil

Matrícula CEI, nome/identificação da obra

(conforme o plano de contas ou

denominação ou localização da obra) e

endereço da obra

GFIP CÓDIGO 155 = Obra executada por empresas em geral (não construtoras), situação em que a empresa é responsável pela matrícula da obra no INSS.

Campo Conteúdo

Código de Recolhimento 155

CNPJ/CEI e Razão Social do

Empregador/Contribuinte

Razão Social da empresa

FPAS e Outras Entidades, SIMPLES, Alíquota

RAT, CNAE, CNAE Preponderante e FAP

Dados da obra

Inscrição e Endereço do tomador de

serviço/obra de construção civil

Matrícula CEI, nome/identificação da obra

(conforme o plano de contas ou

denominação ou localização da obra) e

endereço da obra.

GFIP CÓDIGO 150 = Obra ou serviço executado por empreitada parcial ou sub empreitada, situação em que a executora não é responsável pela matrícula da obra

no INSS, ou obra/serviço dispensados de matrícula. A empresa contratada, quando da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de

prestação de serviços, deve fazer a vinculação desses documentos à obra, neles consignando a identificação do destinatário e, juntamente com a descrição dos

serviços, a matrícula CEI e o endereço da obra na qual foram prestados.

Campo Conteúdo

Código de Recolhimento 150

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CNPJ/CEI e Razão Social do

Empregador/Contribuinte

CNPJ/CEI e Razão Social da empreiteira ou

subempreiteira

FPAS e Outras Entidades Dados da obra

SIMPLES, Alíquota RAT, CNAE, CNAE

Preponderante e FAP

Dado da empreiteira ou subempreiteira

Inscrição e Endereço do tomador de

serviço/obra de construção civil

Matrícula CEI e endereço da obra (para

obras sujeitas à matrícula) ou CNPJ/CEI e

endereço do tomador (para obras ou

serviços dispensados de matrícula);

Razão Social do tomador de serviço/obra de

construção civil

Razão social do contratante direto

RESTITUIÇÃO DE VALORES REFERENTE À RETENÇÃO

A empresa prestadora de serviços que sofreu retenção no ato da quitação da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, poderá requerer a

restituição do valor quando do recolhimento das contribuições previdenciárias, inclusive as devidas em decorrência do décimo terceiro salário, desde que a

retenção esteja:

I - declarada em GFIP na competência da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços; II - declarada em GFIP na competência da emissão da nota fiscal, da fatura ou do

recibo de prestação de serviços, pelo estabelecimento responsável pela cessão de mão-de-obra ou pela execução da empreitada total; e

II - destacada na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços ou que a contratante tenha efetuado o recolhimento desse valor.

Obs.: Na falta de destaque do valor da retenção na nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, a empresa contratada poderá receber a restituição pleiteada

somente se comprovar o recolhimento do valor retido pela empresa contratante. A compensação da retenção somente poderá ser efetuada com as contribuições

previdenciárias, não podendo absorver contribuições destinadas a outras entidades ou fundos.

Para fins de compensação da importância retida, será considerada como competência da retenção o mês da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo

de prestação de serviços.

O saldo remanescente em favor do sujeito passivo poderá ser compensado nas competências subseqüentes, devendo ser declarada em GFIP na competência de sua efetivação, devendo ser utilizado o campo compensação para informação

deste saldo.

Se após a compensação efetuada pelo estabelecimento que sofreu a retenção restar saldo, este valor poderá ser compensado por qualquer outro estabelecimento da

empresa cedente da mão de obra, inclusive nos casos de obra de construção civil mediante empreitada total, na mesma competência ou em competências

subseqüentes. (IN 1300 artigo 60 § 4º)

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COMPENSAÇÃO INDEVIDA

Para efetuar a compensação o sujeito passivo deverá estar em situação regular

relativa aos créditos constituídos por meio de auto de infração ou notificação de lançamento, aos parcelados e aos débitos declarados, considerando todos os seus

estabelecimentos e obras de construção civil, ressalvados os débitos cuja exigibilidade esteja suspensa.

RECOLHIMENTO EM DUPLICIDADE Na hipótese de a empresa contratante efetuar recolhimento de valor retido em duplicidade ou a maior, o pedido de restituição poderá ser apresentado pela

empresa contratada ou pela empresa contratante. Quando se tratar de pedido feito pela empresa contratante, esta deverá apresentar: I - autorização expressa de responsável legal pela empresa contratada com poderes

específicos para requerer e receber a restituição, em que conste a competência em que houve recolhimento em duplicidade ou de valor a maior; II - declaração firmada pelo outorgante, sob as penas da lei, de que não compensou, nem foi restituído dos valores requeridos pela outorgada.