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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CASE ACORDO VERDE: uma discussão sobre rede pública de desenvolvimento local sustentável Maria Isabel Pia dos Santos Pós-graduanda lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB Dr.ª Márcia Batista da Fonseca Professora do Departamento de Economia - UFPB RESUMO Este estudo tem como objetivo identificar as articulações necessárias ao funcionamento do Acordo Verde, projeto desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB, gerenciado pela EMLUR (Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana) e realizado pelos agentes ambientais com co-parceria da população na coleta seletiva na Zona Sul deste município e também verificar como o Acordo Verde poderia ser compreendido em termos de gestão, estrutura organizacional, mecanismos e instrumentos de relacionamento entre os atores envolvidos na implementação e/ou condução desta política pública a partir da concepção de redes. Para tanto, parte-se de uma pesquisa bibliográfica e estudo de caso, bem como, pesquisa documental, com uma abordagem qualitativa. Os resultados apontam para a configuração de uma rede pública de cooperação local, especificamente, do campo Estado e políticas públicas, tutelada, híbrida, heterogênea e tendente à verticalidade, ao apresentar um “centro” mobilizador que modela a ação coletiva e permite a participação da população na sua realização. Com uma estrutura organizacional típica da morfologia “raio de sol” percebe-se como um elemento estratégico que fomenta o desenvolvimento local sustentável, ao agregar questões ambientais, inclusão social e geração de renda. Palavras-chave: Redes. Programa Acordo Verde. Governança. 1 INTRODUÇÃO À medida que existe à articulação, cooperação, participação, ou melhor, a conexão de diversos entes para o desenvolvimento e implementação de um serviço, isso pode criar um campo sinérgico muito relevante e benéfico para a realização de uma determinada ação para a população, principalmente, quando essa participar deste processo, bem como, percebe-se que o aspecto multi e interorganizacional, seja num contexto federal, estadual ou

CASE ACORDO VERDE: uma discussão sobre rede pública de ...biblioteca.virtual.ufpb.br/files/case_acordo_verde_uma_discussao... · MALMEGRIN, 2010). E ao esmiuçar esta teoria –

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CASE ACORDO VERDE: uma discussão sobre rede pública de

desenvolvimento local sustentável

Maria Isabel Pia dos Santos

Pós-graduanda lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB

Dr.ª Márcia Batista da Fonseca Professora do Departamento de Economia - UFPB

RESUMO

Este estudo tem como objetivo identificar as articulações necessárias ao funcionamento do

Acordo Verde, projeto desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB, gerenciado

pela EMLUR (Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana) e realizado pelos agentes

ambientais com co-parceria da população na coleta seletiva na Zona Sul deste município e

também verificar como o Acordo Verde poderia ser compreendido em termos de gestão,

estrutura organizacional, mecanismos e instrumentos de relacionamento entre os atores

envolvidos na implementação e/ou condução desta política pública a partir da concepção de

redes. Para tanto, parte-se de uma pesquisa bibliográfica e estudo de caso, bem como,

pesquisa documental, com uma abordagem qualitativa. Os resultados apontam para a

configuração de uma rede pública de cooperação local, especificamente, do campo Estado e

políticas públicas, tutelada, híbrida, heterogênea e tendente à verticalidade, ao apresentar um

“centro” mobilizador que modela a ação coletiva e permite a participação da população na sua

realização. Com uma estrutura organizacional típica da morfologia “raio de sol” percebe-se

como um elemento estratégico que fomenta o desenvolvimento local sustentável, ao agregar

questões ambientais, inclusão social e geração de renda.

Palavras-chave: Redes. Programa Acordo Verde. Governança.

1 INTRODUÇÃO

À medida que existe à articulação, cooperação, participação, ou melhor, a

conexão de diversos entes para o desenvolvimento e implementação de um serviço, isso pode

criar um campo sinérgico muito relevante e benéfico para a realização de uma determinada

ação para a população, principalmente, quando essa participar deste processo, bem como,

percebe-se que o aspecto multi e interorganizacional, seja num contexto federal, estadual ou

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municipal através de parceiras com agentes privados, agregam elementos favoráveis,

sobretudo, nesta última conjuntura.

O Acordo Verde resulta de um projeto desenvolvido em 2007 pela Prefeitura

Municipal de João Pessoa/PB, gerenciado pela EMLUR (Autarquia Especial Municipal de

Limpeza Urbana) e implementado junto com os agentes ambientais com co-parceria da

população na coleta seletiva; com um viés socioambiental, econômico e inovador, torna-se

uma referência na prática de aperfeiçoamento na gestão devido a sua peculiaridade, bem

como, um “importante instrumento de sustentabilidade” (SOARES, p. 79), constituindo-se

como uma das ações que dinamizam o município tanto no contexto social como ambiental e,

consequentemente, marca o início de uma nova fase na coleta seletiva nesta cidade.

Após um ano de implementado o acordo foi indicado pelo Programa Nacional de

Gestão Pública e Desburocratização (Gespública) do governo federal – que tem como

propósito a otimização da gestão pública – para participar do Seminário de Benchmarking

realizado pelo Programa Paraibano de Qualidade (PPQ), expondo a experiência deste case

(PARAÍBA EM NOTÍCIA, 2008; GESPÚBLICA, 2011).

Tal case se configura como uma rede pública de cooperação local, do campo

Estado e políticas públicas (MALMEGRIN, 2010), de cunho socioambiental,

especificamente, híbrida, por ser constituída de agentes não só governamentais, mas também

de agentes privados que colaboram na exteriorização desta ação pública, que segue, a priori,

um “modelo” de desenvolvimento local sustentável. Isto advém de uma nova percepção tanto

do Estado como da sociedade perante as questões ambientais a partir do final do século XX

(BARROS, 2011), já que ao longo das últimas décadas observou-se “a degradação

[desenfreada] do meio ambiente decorrente do processo de desenvolvimento [por exemplo,

industrial]” (BELLEN, 2003, p. 67), ocasionado o reposicionamento de ambos.

Percebe-se que o desenvolvimento sustentável adentra no universo de redes e,

também, de desenvolvimento local como parte constituinte do processo de mudança da

realidade frente aos desafios socioambientais e econômicos, ao proporcionar a interação entre

esses sistemas, concebendo-os numa visão holística (HANDI, 2000 apud BELLEN, 2003).

Com isso, a sustentabilidade interioriza na gestão pública municipal uma nova

dinâmica institucional que agrega valor e fomenta continuamente as ações, tornando-as

viáveis e co-participativas para a formação de um contexto ativo e transformador na esfera

estatal e, simultaneamente, na sociedade, ao exteriorizar suas principais características ou

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duetos: tempo-continuidade, espaço-referencial, tendência-desejo, dimensão-diversidade,

participação-integração, coletividade-bem-estar – fatores peculiares nas redes públicas de

cooperação local (MALMEGRIN, 2010).

Logo, remete-se ao circuito: racionalidade, efetividade e continuidade, ambos

estruturando e retroalimentando a conjuntura política, socioeconômica, bem como, ambiental

dos entes municipais. Já que as transformações, por exemplo, na cultura organizacional no

âmbito municipal, de forma conjunta, integrada e constitutiva, podem provocar, por si só, um

repensar (interdisciplinaridade) e refazer (intersetorialidade) perante as suas ações e/ou o

campo de atuação (MALMEGRIN, 2010).

Ocorre aqui redefinição dos preceitos institucionais, assim como, abre espaço para

uma nova percepção na oferta de serviços, tornando-os adequados as necessidades locais, por

existir uma interação entre a sociedade e o Estado, bem como, uma interação entre as

instituições que compõem a esfera estatal, de forma coordenada ante uma realidade complexa

que requer, a princípio, ação conjunta; isso simboliza um realinhamento e compreensão das

partes que constroem o todo e, posteriormente, promovem o desenvolvimento local

sustentável.

Compreende-se este tipo de desenvolvimento como um processo de

transformação social agregado ao aumento de oportunidades na sociedade, combinando

tempo-espaço e “o crescimento e a eficiência econômicos, a conservação ambiental, a

qualidade de vida e a equidade social, partindo de um claro compromisso com o futuro e a

solidariedade entre gerações” (BUARQUE, 1994 apud BUARQUE, 1999, p.32).

A coleta seletiva torna-se um dos fatores intrínsecos as questões ambientais e

sociais. Em decorrência disso, alguns municípios têm buscado alternativas viáveis que

propiciam também o desenvolvimento sustentável. No Brasil, os primeiros dados oficiais

sobre a coleta seletiva dos resíduos sólidos foram levantadas pela Pesquisa Nacional de

Saneamento Básico (PNSB) em 1989, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE); nessa identificou-se a existência de 58 programas de coleta seletiva no

país. No PNSB 2000 passaram a ser 451 e no PNSB 2008 já correspondia a 994, logo,

representando um avanço significativo na implementação da coleta seletiva nos municípios

brasileiros (IBGE, 2008).

Segundo dados publicados pelo Compromisso Empresarial para a Reciclagem

(CEMPRE) em 2010, observou-se que 443 municípios operam programas de coleta seletiva,

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isso representa apenas 8% do total e ressalta também que aproximadamente 22 milhões de

brasileiros têm acesso a esses. Percebeu-se ainda que 78% realizam coleta no sistema porta a

porta. E que mais da metade (62%) apóia ou mantém cooperativas de catadores como agentes

executores da coleta seletiva; e dentre os apoios mais comuns encontrados foram com

equipamentos, galpão de triagem, pagamento de gastos com água e energia elétrica,

caminhões, capacitações e auxílio na divulgação e educação ambiental (CEMPRE, 2010).

Algo similar ao que acontece no município de João Pessoa/PB ao realizar a coleta

seletiva no sistema citando anteriormente e conceder apoio técnico-administrativo e

operacional, como é o caso do Programa Acordo Verde, que já funciona há quatro anos.

Além disso, atualmente a cidade possui cinco núcleos de coleta seletiva: Cabo

Branco, Bessa, 13 de Maio, Jardim Cidade Universitária – onde funciona o Núcleo Acordo

Verde, sede deste programa – Mangabeira e o Centro de Triagem do Aterro Sanitário. Juntos

estes núcleos atendem vinte bairros da cidade, isso equivale a 30%, atingindo cerca de 350

mil habitantes (EMLUR, 2011).

Em 2010 coletou-se e separou-se nos centros de triagem mais de 3,5 mil toneladas

de material reciclável, representando cerca de 3% dos resíduos sólidos produzidos no

município de João Pessoa/PB – e neste mesmo ano o Programa Acordo Verde computou

dezoito toneladas de material reciclável recolhido por dia (EMLUR, 2011). Já nos primeiros

quatro meses de 2011, já se computava 925,9 toneladas, entre essas, 37 toneladas só na área

do Cabo Branco em janeiro (PARAÍBA, 2011).

Diante desta relevância, a proposta deste estudo é discutir o case Acordo Verde,

sob uma abordagem organizacional, partindo da linha instrumental de gestão, levando-se em

as redes públicas de cooperação local na implementação e/ou condução de políticas públicas

que fomentam o desenvolvimento local sustentável. Para tanto, questiona-se:

Quais são as articulações necessárias ao funcionamento do Acordo Verde, projeto

desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB, gerenciado pela EMLUR

(Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana) e realizado pelos agentes ambientais com

co-parceria da população na coleta seletiva? E como o Acordo Verde poderia ser

compreendido em termos de gestão, estrutura organizacional, mecanismos e instrumentos de

relacionamento entre atores envolvidos? Para responder a problemática da pesquisa foram

elaborados os seguintes objetivos.

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1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Identificar as articulações necessárias ao funcionamento do Acordo Verde,

projeto desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB, gerenciado

pela EMLUR (Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana) e realizado

pelos agentes ambientais com co-parceria da população na coleta seletiva.

1.1.2 Objetivo específico

Verificar como o Acordo Verde poderia ser compreendido em termos de

gestão, estrutura organizacional, mecanismos e instrumentos de relacionamento

entre atores envolvidos.

2 ADENTRANDO NO UNIVERSO DAS REDES

A priori, o universo em que a concepção de redes está inserido é dinâmico e

plural, destarte arraigado de nuances que lhe imputa um viés interdisciplinar, o que permite

concebê-lo em diversas abordagens, seja econômica, social, política ou organizacional, como

um elemento estratégico perante os desafios advindos de um contexto histórico marcado pela

crise do Estado e globalização da economia que ocasionaram transformações na sociedade

(MINHOTO; MARTINS, 2001). Logo, exprimindo um estereótipo de versatilidade.

Isto para alguns autores torna-se um “objeto utilitário” empregado em todas as

situações, assim como já ocorreu com outras ideias que a precederam (INOSOJA, 1999), ou

como ressalta Nohria (1992 apud TURETA; ROSA; ÁVILA, 2006, p. 8) “uma metáfora

evocativa, aplicada tão incorretamente que acabará significando qualquer coisa”.

Mas dando ênfase a perspectiva organizacional, observa-se que desde o início do

século XX, a Teoria Organizacional vem abordando a questão das redes (NOHIA, 1992 apud

MALMEGRIN, 2010). E ao esmiuçar esta teoria – que abarca um campo de estudo muito

vasto – a partir de uma pesquisa exploratória, Tureta, Rosa e Ávila (2006) perceberam que as

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teorias Sistêmica, Contingencial e da Ecologia Organizacional colaboram na concepção de

redes nesta dimensão, como uma nova configuração organizacional.

Que se constrói a partir da projeção das organizações como sistemas abertos que

interagem continuamente com o ambiente e por esse sendo influenciadas, logo,

externalizando o dueto fluxo e refluxo; com isso, nota-se que as variáveis ambientais afetam

as organizações estruturalmente e faz com que demandem formas de adequação ao ambiente,

isto é, um reposicionamento diante das contingências. Mas isso por si só não era suficiente, o

que resultou num redesenho que abarcasse aspectos relacionados à participação, interação ou

cooperação, preponderantes, ou melhor, potenciais para atuarem coletivamente com outras

organizações em prol de objetivos comuns, mas sem perder sua autonomia (TURETA;

ROSA; ÁVILA, 2006), caracterizando a prática da co-petição – o âmago das redes –, isto é,

simultaneamente cooperam e competem entre si, segundo Malmegrin (2010).

Nota-se que existe a percepção de que nenhuma organização contempla em si

todos os recursos e competências necessárias perante uma demanda, ensejando um novo fator

que agregasse ações articuladas de complementariedade, ao construir uma teia de relações de

reciprocidade que formam, inicialmente, a estrutura em redes (Reis et al apud MINHOTO;

MARTINS, 2001). Em decorrência disto, as redes vêm sendo projetadas num “formato

organizacional democrático e participativo”, alicerçada por relações e intercâmbios entre

organizações, que se caracterizam pela não-centralidade e não-hierarquização do poder,

propensas “à horizontalidade, complementaridade e abertas ao pluralismo de ideias e a

diversidade cultural” (SCHERER-WARREN, 1997 apud MIGUELETTO, 2001, p. 43).

Veja que a adoção de uma perspectiva de redes não implica somente a construção

de uma imagem metafísica das organizações, nem tão pouco de adoção de variáveis

peculiares a essas, como foco de análise para as tradicionais perspectivas, mas sua ótica

permite uma maneira distinta de (re) pensar em organizações, compilando informações e

gerando novas técnicas metodológicas e analíticas, em busca de novas explicações para as

organizações, “diferentes daquelas convencionalmente apresentadas”, segundo Nohria (1992

apud TURETA; ROSA; ÁVILA, 2006, p. 12).

Embora, emergindo numa dimensão privada, as redes perpassam essa esfera e

adentram na dimensão pública, se moldam – já que a dinâmica operacional é diferente – como

um aspecto viabilizador de ações públicas conjuntas, especialmente, na implementação e/ou

condução de políticas públicas que fomentam o desenvolvimento local sustentável. Segundo

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Ckagnazaroff (2009), o Estado passa a ser mais flexível e descentraliza suas funções, bem

como, transfere responsabilidades e, simultaneamente, amplia o leque de atores participantes,

mas sem descuidar dos elementos de controle e supervisão. Tem-se assim um “corpo” diluído

e, principalmente, articulado.

Malmegrin (2010, p. 77) enfatiza que as redes numa esfera pública estão

condicionadas a dinâmica da Administração Pública, com isso sofrendo “restrições pelo fato

de serem operadas, em parte, por órgãos estatais ou usarem recursos públicos, estando sujeitas

obrigatoriamente a seguirem os princípios que norteiam o uso desses recursos” – atingindo o

processo de articulação, já que está passível a aspectos normativos. Além disso, é possível

externalizar a rede sem descuidar dos preceitos legais, já que parte da concepção de que

emergi de uma

parceria voluntária para a realização de um propósito comum. Implica nesse

sentido, a existência de entes autônomos que, movidos por uma idéia

abraçada coletivamente, livremente e mantendo sua própria identidade,

articulam-se para realizar objetivos comuns. As redes se tecem através do

compartilhamento de interpretações e sentidos e da realização de ações

articuladas pelos parceiros. (INOJOSA, 1998 apud MINHOTO; MARTINS,

2001, p. 90).

É partindo-se deste viés que as redes públicas de cooperação local são formadas

por organizações que propiciam e, também, catalisam, em especial, o desenvolvimento

municipal, já que “estão alinhadas às demandas da sociedade, com atuação integrada de seus

agentes” (MALMEGRIN, 2010, p. 9) e, simultaneamente, geram soluções perante os desafios

de intersetorialidade e sustentabilidade, ao apresentarem um arranjo estrutural multifacetado.

Para Moura (1998), a questão das redes como sinônimo de novos desenhos

interorganizacionais, demonstra o aperfeiçoamento dos meios de interdependência entre

agentes públicos e privados, tendo também reflexos nas relações entre atores e organizações.

Configurando-se em redes que in e exteriorizam ações de forma articulada,

através de parcerias com outros entes, sejam públicos e/ou privados, com o intuito de

mobilizar e viabilizar a concretização de interesses e objetivos comuns (MALMEGRIN,

2010).

Para Evans (1996 apud MIGUELETTO, 2001, p. 27) tem-se um novo arranjo de

relações em que os modos de articulação entre estado e sociedade decorrem da busca de

“sinergia através da convergência de ações no âmbito de políticas públicas, configurando uma

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relação imbricada de esforços governamentais, empresariais e civis”. De certa forma, rompe-

se com uma visão “míope” e, consequentemente, perpassa paradigmas tradicionais, ao

estreitar as relações entre esses entes e incorporar tais práticas citadas anteriormente. Isto

indiretamente exprime uma tentativa de aproximação de ambos através da reconstrução ou do

resgate de formas democráticas e gestão pública a partir das redes (MIGUELETTO, 2001).

Santos (2005) ressalta que as redes, no contexto de políticas públicas, sobrevêm

da problemática relação de “atores estatais e não-estatais” no processo de formulação e/ou

implementação dessas políticas e destaca ainda que o desenvolvimento delas por meio de

redes não está atrelado nem ao comando tão pouco a ordem, mas fincado na negociação e no

intercâmbio. Com uma ressalva para este último, pois o mesmo autor salienta que os

benefícios oriundos deste sistema não recaem para todos os agentes envolvidos nas relações

provenientes delas. Além disso, enfatiza ainda que o Estado pertencente a esta estrutura, para

o desenvolvimento e consecução de políticas públicas, agregou um forma distinta de atender

as demandas, já que passou a abarcar “atores não-estatais” e atribui-lhes parcela de

responsabilidade neste sistema.

É interessante destaca que Malmegrin (2010), Inojosa (1999, 2001), Juqueira,

Inojosa e Kumatsu (1997), Minhoto e Martins (2001) evidenciam os elementos que

circundam e constroem o campo de redes no contexto de políticas públicas como parte

constituinte do desenvolvimento local e que exteriorizam, por exemplo, ações de cooperação,

descentralização, intersetorialidade e compromisso social, ao envolver diversos atores na

implementação destas ações. E antes de se atingir este cenário, é importante salientar que a

descentralização contribuiu significativamente para a sua formação, tornando-se estratégia de

mudança nas relações entre Estado e sociedade, como um fator relevante diante da crise do

Estado de Bem-Estar Social (JUNQUEIRA; INOJOSA; KOMATSU, 1997), pois se obteve

mais independência, ou melhor, livre ação para se mobilizar e articular, isto no contexto

brasileiro pós Constituição de 1988 (MALMEGRIN, 2010).

In ou diretamente implica também em questões de governança.

A governança local no Brasil abarca, em especial, a inclusão social e

democratização, por isso também chamada de governança democrática, pois se preocupa com

a conexão e o intercâmbio entre governo, agentes de mercado e atores sociais no processo de

promoção e coordenação de ações de inclusão social e estabelecimento, bem como, ampliação

da participação do cidadão em processos decisórios de políticas públicas. Isto implicitamente

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remete a dois aspectos inerentes da governança: a descentralização e as parcerias

(CKAGNAZAROFF, 2009).

Sinteticamente, a governança remete aos processos decorrentes da relação entre

governo e sociedade civil para a realização de objetivos públicos, além do que exteriorizando

ainda a capacidade do Estado de se articular com outros atores. Indiretamente a partir desta

percepção que Bogason (2000 apud CKAGNAZAROFF, 2009, p. 25) ressalta que existe uma

conexão entre governança e redes, fomentada por um processo de transformações, de forma

crescente e fragmentada, das organizações. Ou melhor, o Estado através de ações coletivas

estaria formando redes com outros atores para responder “as necessidades de recursos

financeiros, profissionais e legais na resolução de políticas públicas”, segundo este autor.

Logo, Frey (2007, p. 139) corrobora ao salientar que a governança alicerçada em

“redes de atores pode ser vista como uma possibilidade de restaurar a legitimidade do sistema

político pela criação de novos canais de participação e parcerias, contribuindo para novas

formas democráticas de interação público-privada”.

Observa-se também que as redes ocasionam potencialidades e dinamizam o

contexto em que estão inseridas, o que faz com que também propiciem o desenvolvimento

local em suas dimensões: político-institucional, socioambiental ou tecnoeconômica

(MALMEGRIN, 2010).

Na primeira dimensão, promove-se a estruturação e normatização, bem como,

articulação com os demais entes na oferta e/ou prestação dos serviços públicos de forma

descentralizada ou terceirizada. Além do que se observa a configuração das redes híbridas na

construção e exteriorização da dimensão político-institucional, agregando outras concepções,

como a co-petição.

Já a segunda, concede e implementa soluções diante das contingências sociais e

ambientais na sociedade e, simultaneamente, provoca no Estado uma “redefinição” dos papeis

e/ou competências neste campo de atuação. Assim como, constituem-se como parcerias

estratégicas e co-estatais, já que percebe mais o problema e busca solucioná-lo em

consonância com as necessidades da sociedade. O que abarca também o desenvolvimento

sustentável, já que combina o crescimento econômico, “a manutenção do meio ambiente e a

melhoria no âmbito social” (BECK; ARAÚJO; CÂNDIDO, 2009, p. 3).

E na terceira, devido as suas peculiaridades, ao auferir, desenvolver e promover

ações sinérgicas, pró-ativas e inovadoras que contribuem na dinamização do mercado e,

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também, na conjuntura local, ora gerando impactos positivos, ora negativos, afetando

diretamente o desenvolvimento, especialmente, socioambiental. Embora, propondo soluções

para as deficiências tecnológicas e econômicas.

O interessante é que ambas estão conectadas e que conforme a atuação de cada

uma na sociedade poderá afetar no desenvolvimento da outra. Logo, emergindo a necessidade

de alinhamento de todas em prol do desenvolvimento, já que esse é algo “multidimensional”.

Mas diante da variabilidade que configura o campo da “tipologia” das redes,

adotam-se neste estudo as contribuições de Inojosa (1999) com relação ao nível de autonomia,

isto é, que propõe uma visão tripartite das redes: orgânica ou autônomo, tutelada e

subordinada; e agrega a percepção de campo de atuação ou grandes categorias (que ou não se

mesclam): redes públicas de cooperação do campo movimentos sociais, produção e

circulação, Estado e políticas públicas apresentada por Malmegrin (2010), bem como, sua

proposta de morfologia ou estrutura básica organizacional em termos de gestão, que

compreende as redes: infinitamente plana, invertida, “teia de aranha” e “raio de sol”.

Ao explanar os aspectos grifados no parágrafo anterior – peculiar ao objeto desta

pesquisa – na ótica destes autores respectivamente: na rede tutelada, os entes possuem

autonomia, entretanto, como se articulam sob uma organização que os mobiliza em

consonância de arcabouço ou regulação legal ou de capacidade de financiamento, ocasiona a

modelação do objetivo comum. Nesta estrutura, os entes levam em consideração os custos “e

os possíveis benefícios da adesão, tenderá a subordinar sua permanência na rede à esse

relação” (INOSOJA, 1999, p. 5).

Já no tocante as redes públicas de cooperação Estado e políticas públicas, de

acordo com Malmegrin (2010, p. 44) no tangente a gestão, tal tipologia de rede “apresenta

como uma das mais difíceis, pois contempla as redes híbridas [formadas por agentes não só

governamentais, tendo colaboração “pública e não-pública”]”; sendo associadas ou

interligadas à esfera pública. Minhoto e Martins (2001) acrescentam que neste campo, as

redes representam formas de articulação entre entes governamentais e/ou destas com redes

sociais, organizações privadas ou grupos, visando à superação dos problemas sociais e a

implementação de políticas públicas.

E no que diz respeito à morfologia, as redes “raio de sol” são típicas no contexto

público. Nelas se observa que existe uma disseminação do conhecimento, poder decisório,

recursos do centro para os demais entes envolvidos no processo, “que atendem aos usuários,

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podendo haver intermediários, que também podem gerar conhecimento ou captar recursos que

serão repassados aos nós de atendimentos” (MALMEGRIN, 2010, p. 88), apresentam traços

de hierarquização e tutelada, quanto à autonomia, ou subordinadas. Ainda segundo o mesmo

autor, “devido ao seu formato, cada nó é responsável por parte da prestação de serviço, o que

caracteriza uma rede do tipo heterogênea e vertical”.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa tem como escopo, a priori, uma revisão bibliográfica, que dará

subsídios para o desenvolvimento do referencial teórico sobre a temática, em que está

inserida, isto é, as redes públicas de cooperação local, a partir de estudos já realizados,

objetivando sua compreensão; e, posterior, estudo de caso, pois utilizará uma ação

desenvolvida no município de João Pessoa/PB, o Programa Acordo Verde, ao partir dessa

dimensão da realidade, propiciando um conhecimento particular desse fato, ao demonstrar

como ocorre e/ou se revela sua dinâmica.

Constitui-se numa pesquisa exploratória, ao expor peculiaridades, tanto aspectos

inerentes quanto permeadores, deste objeto; com uma abordagem qualitativa, que se

caracteriza, a priori, pela não-utilização de instrumento estatístico na análise dos dados, tendo

como base “conhecimentos teóricos empíricos que permitem atribuir-lhes cientificidade”

(ZANELLA, 2010, p. 75). Já que fará uma exposição do funcionamento ou operatividade

desta estrutura.

Com isso, seguindo a classificação proposta por Richardson et al (2007) e Gil

(2007) citados por Zanella (2010), quanto aos procedimentos adotados na coleta de dados:

bibliográfica e estudo de caso; com relação aos objetivos da pesquisa: exploratória; e no

tocante ao método e a forma de abordar o problema: qualitativa.

3.1 Revisão da literatura e coleta de informações

A compreensão e exposição dos resultados acerca deste objeto de estudo partiram

da compilação de dados apresentados em de três artigos. Em primeiro lugar, destaca-se o

estudo exploratório realizado por Beck, Araújo e Cândido (2009), que analisaram a questão

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dos resíduos sólidos e sua disposição final à luz do desenvolvimento sustentável no município

de João Pessoa/PB, por meio da aplicação do Modelo Pressão-Estado-Resposta e, também,

dissertou sobre o Programa Acordo Verde.

Almeida, Vieira e Vitório (2010) estudaram o significado social dos resíduos

sólidos para os trabalhadores da catação de lixo, através de uma pesquisa bibliográfica e

documental, bem como, pesquisa de campo, expuseram informações sobre o Programa

Acordo Verde. Por fim, Soares (2010) que estudou o Acordo Verde a partir de uma

abordagem qualitativa, com o intuito de analisar a política sócio-ambiental que orienta este

programa, demonstrando suas características.

Outra fonte de dados deste estudo reside num contato informal da pesquisadora

com um funcionário da EMLUR (Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana) que

apresentou de forma sucinta “o que é o Programa Acordo Verde” e, na ocasião, forneceu um

informativo impresso sobre este programa, que está em anexo no final deste artigo.

Em suma, os artigos e o contato informal evidenciaram traços deste programa, que

serviram de base para o desenvolvimento deste estudo, bem como, utilizou-se dados

secundários obtidos através de notícias publicadas em mídia online com assessoria da

Secretária de Comunicação da Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB.

O estudo configura-se, portanto, como uma análise documental. Logo, a pesquisa

ensejou técnicas qualitativas de análise, especificamente, de análise de conteúdo, porque está

direcionada ao estudo de matérias textuais escritos acerca deste case, realizada em três etapas:

pré-análise, uma análise do material ou descrição analítica e interpretação dos resultados,

ocasionando identificação da estrutura e seleção dos elementos presentes neles, apresentando

uma abordagem qualitativa.

4 A PESQUISA E A ANÁLISE DOS RESULTADOS

Antes de se tornar um programa, o Acordo Verde iniciou-se como um projeto

desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB e implementado pela EMLUR

(Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana) em 2007, com co-parceria dos agentes

ambientais, antes catadores de lixo, e da população situada na Zona Sul – compreendendo os

bairros de Jardim Cidade Universitária, Bancários, Anatólia, Jardim São Paulo, Água Fria e

Mangabeira) – na coleta seletiva e demais atores que colaboram na sua operacionalização.

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Logo, inaugurando uma nova fase na coleta seletiva do município de João Pessoa/PB por

apresentar uma metodologia diferente em seu processo e também, posteriormente, sendo uma

“referência em coleta seletiva e educação ambiental” (ALMEIDA; VIEIRA; VITÓRIO, 2010,

p. 6).

Numa perspectiva pré, foi criado um núcleo de coleta seletiva no bairro Jardim

Cidade Universitária em agosto de 2007 para receber os agentes ambientais que iriam integrar

este projeto, bem como, sua cooperativa; em seguida, a EMLUR buscou junto às

comunidades, ruas ou regiões próximas dos bairros contemplados, através de carros de som,

convocar os catadores de lixo para associarem-se ao projeto, bem como, realizou reuniões em

associações e igrejas nestas comunidades, com o intuito de apresentar a forma de trabalho.

Numa concepção administrativa, seria o processo de recrutamento.

A partir disso realizou o cadastro dos catadores que desejaram participar da

Cooperativa Acordo Verde, com isso, formou-se o primeiro grupo de 40 (quarenta) catadores,

que passaram por um processo de treinamento e capacitação, com o objetivo de orientá-los no

desempenho do trabalho de coleta seletiva conforme os moldes deste projeto. Atualmente, os

cadastros são realizados pela própria Cooperativa do Acordo Verde.

Os treinamentos envolveram palestras com relação a utilização dos EPI's

(Equipamentos de proteção individual), também trataram sobre o trânsito,

sobre a importância da coleta, os tipos de materiais, e sua classificação. Após

estes treinamentos, os catadores passaram à condição de agentes ambientais,

ganharam novos papéis sociais, e passaram a compor o grupo de pessoas que

de modo organizado, teriam que cumprir o compromisso da coleta

estabelecido no acordo com a comunidade. (SOARES, 2010, p. 81).

E para compor e ajudar na sua implementação, a EMLUR contratou, como

estagiários, os alunos do curso de Ciências Naturais do IFPB (Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia da Paraíba) para acompanharem os agentes ambientais nos seis

primeiros meses, auxiliando-os nas abordagens junto aos moradores, bem como, na

conscientização dos próprios agentes quanto à importância do papel social que desempenham.

A intermediação desses estagiários, entre os agentes e a comunidade foi

apontada pela Emlur, como o aspecto fundamental para sua viabilidade.

Foram eles que apresentaram o projeto à comunidade, mostrando sua

finalidade e importância, enfatizando a participação coletiva e a

responsabilidade de todos quanto à questão ambiental e social. (SOARES,

2010, p. 81).

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Em termos de gestão, pode-se observar que houve um planejamento e

organização das ações, ao arquitetá-las de forma ordenada ou coordenada e progressiva para

sua consecução nos ditames deste projeto. Além do que isto evidencia, a princípio, a forma

como o governo municipal se articula para a realização de projetos (CKAGNAZAROFF,

2010).

Nota-se também que adentra neste universo a ideia de mobilização e conforme

destaca Toro (1996 apud INOJOSA, 1999, p. 13) “mobilizar é convocar voluntários a um

propósito, com interpretações e sentidos compartilhados”. Implicitamente, o Acordo Verde

concretizou isto através dos agentes ambientais e dos moradores.

Tal programa apresentou no início uma aceitação de 95% dos moradores

(PARAÍBA EM NOTÍCIA, 2007), o que demonstrou o interesse em ingressar e colaborar, ou

melhor, participar desta ação coletiva. Numericamente, a quantidade de material reciclável

aumentou para 250 toneladas por mês no primeiro ano de implementação do Projeto Acordo

Verde (EMLUR, 2008 apud ALMEIDA; VIEIRA; VITÓRIO, 2010).

Parti-se para o segundo momento, o estabelecimento da parceria entre os agentes

e os moradores através do “Acordo Simbólico”, após a apresentação do projeto para este

último, que se compromete a separar os materiais recicláveis (como papel, alumínio, vidro e

plástico), que por sua vez, são recolhidos pelo primeiro semanalmente e destinado ao núcleo

para triagem, pesagem, enfardamento e comercialização. Vale destaca que a receita advinda

dista ação é toda rateada entre os agentes ambientais.

Em síntese, o sistema do Acordo Verde, funciona da seguinte forma:

o morador recebe a visita da equipe, é orientado quanto à necessidade da

coleta e assina um termo de compromisso, através do qual, se dispõe a

separar e juntar os materiais indicados para a reciclagem. O agente, por outro

lado, distribui o saco verde de 100 litros vazio entre os moradores e o

recolhe duas vezes por semana com materiais sólidos e secos. A prefeitura,

através da EMLUR, oferece o suporte técnico e operacional para que os

processos de coleta, triagem, armazenamento e vendas sejam realizados.

(SOARES, 2010, p. 80)

Perante a dinâmica citada anteriormente, a EMLUR é a organização que gerencia

e supervisiona o programa e mantém relações com os agentes ambientais, ao apoiá-los na

realização de parcerias e, também, dando todo suporte técnico-administrativo e operacional,

ao oferecer os recursos necessários para a execução das ações. O que inclui equipamentos, por

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exemplo, os carrinhos de coleta, assim como, luvas, botas, máscaras, fardamentos e máquinas

de prensar os materiais, os caminhões para transportá-los e o galpão, que neste caso são os

núcleos de coleta seletiva, nos quais são realizadas a triagem e o armazenamento temporário

dos materiais recicláveis até que sejam comercializados e, também, atende algumas questões

essenciais ao trabalho de manuseio com o “lixo”, oferecendo temporariamente vacinação anti-

tétano e contra outras patologias (SOARES, 2010; ALMEIDA; VIEIRA; VITÓRIO, 2010).

Assim como a presença de um fiscal da EMLUR no núcleo Acordo Verde que

junto com a coordenadoria da Cooperativa Acordo Verde (formada pelos agentes ambientais)

auxilie nas negociações entre essa e os atravessadores (EMLUR, 2008 apud ALMEIDA;

VIEIRA; VITÓRIO, 2010, p. 6).

Embora, segundo Ckagnazaroff (2009), o Estado passa a ser mais flexível,

descentraliza as funções e transfere responsabilidades, e no mesmo compasso amplia a

participação de outros atores, isso está arraigado há dois fatores preponderantes nesta esfera: o

controle e a supervisão, pois é uma política pública que emerge dele e, por esse sendo

realizada de forma conjunta com os demais entes. Mas com uma descentralização coordenada,

isso significa que “o organismo central detém algumas capacidades decisórias ou recursos

usados para garantir que as ações das unidades descentralizadas se processem de forma

integrada e alinhada aos objetivos” (MALMEGRIN, 2010, p. 24).

Porém, se por um lado se responsabiliza por este aparato, por outro diminui os

custos no processo de reciclagem, “a partir do momento que não produz gastos com a

contratação de trabalhadores para realizar a coleta seletiva” (ALMEIDA; VIEIRA; VITÓRIO,

2010, p. 5). Para Soares (2010, p. 87) “a prefeitura, ao oferecer o suporte necessário para a

realização do processo de coleta, ganha no aspecto da redução da coleta de lixo normal,

minimiza custos econômicos”, além de ganhar em sustentabilidade, inclusão social e geração

de renda.

Segundo seus formuladores, o programa Acordo Verde se define como um

instrumento de política pública, que une a necessidade de se viabilizar em

torno da coleta seletiva na cidade, uma cultura ecoeficiente quanto ao

manejo dos resíduos sólidos, à responsabilidade social, a promoção de

melhores possibilidades de geração de renda e condições de trabalho dos

agentes ambientais (antigos “catadores de lixo”). (SOARES, 2010, p. 79).

Em suma, tal projeto surgiu sob a “égide governamental”, como ressalta Inojosa

(1999). Que está ganhando “corpo”, ao fomentar em outros moradores interesse de participar

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do Projeto Acordo Verde e, consequentemente, propiciando a sua expansão para outros

bairros. Tornando-se um elemento estratégico- articulador e, principalmente, participativo, ao

envolver a população na sua realização.

Neste sentido, a gestão pública municipal atualmente está organizando, dois

outros núcleos do Acordo Verde, um em Valentina e outro em Cidade

Verde, bairros populares localizados na zona sul da capital paraibana. Desde

o início da preparação para sua expansão o Acordo Verde deixou de se

chamar projeto Acordo Verde, e passou à condição de programa, ganhando

um caráter mais permanente e progressivo de política pública. (SOARES,

2010, p. 80).

Observa-se que este programa se estrutura em uma rede, in ou explicitamente,

para a sua realização (SANTOS, 2005). E nesta proposta, segundo Inojosa (1999) tem-se uma

rede de compromisso social, pois se articula a partir de uma ideia-força, que neste caso trata-

se da coleta seletiva. Tal autora acrescenta ainda que quando se falar em participação nesta

perspectiva à proposta que essa tenda

a ser transformadora quando ela nasce de uma ampliação da visibilidade da

sociedade sobre ela mesma e da tensão que essa visão instala, como diz

Rosanvallon (op.cit.) e se ela leva pessoas e grupos a um compromisso

voluntário com um esforço comum para superar situações de desequilíbrio

social. A rede de compromisso social tenderia a trabalhar, portanto, com

uma perspectiva de transformação social. (INOJOSA,1999, p. 24).

Com uma ressalva, como se trata de uma rede tutelada, percebe-se que está mais

direcionada a participação integradora, pois não cria seus próprios caminhos, ao estar atrelada

a um ente mobilizador que detém o controle.

Entretanto, percebe-se que é uma rede que comporta estes dois vieses, isto é, uma

rede de cunho transformador-integrador, ao instigar, bem como, externalizar mudanças sociais

e ambientais na sociedade.

Mas à articulação com a sociedade para a consecução desta ação coletiva permite

a sua dinamização na conjuntura municipal, com relação à coleta seletiva, já que é um

elemento que, a priori, enseja “uma corrente de três elos [agente governamental, agentes

ambientais, moradores]” (LOPES, 2010, p.3), pois o “lixo” urbano é uma “questão de ordem

pública e ambiental”, tornando-se um problema de responsabilidade do Estado e de todos os

cidadãos, logo, ensejando soluções e/ou propostas que apresentem, entre outros aspectos, a

colaboração de diversos agentes na sua sistemática (SOARES, 2010, p. 74).

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Adentrando no universo deste programa, percebe-se que emerge da conjuntura

municipal, logo, fincada em propósitos delineados e por esse sendo conduzida e controlada.

Identificou-se que as articulações necessárias para ao seu funcionamento, advêm da interação

com a Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB, na figura da sua autarquia de limpeza urbana

(a EMLUR) com a Cooperativa Acordo Verde, criada e estruturada para realizar a coleta

seletiva através dos agentes ambientais. Que junto com os moradores dos bairros, citados no

decorrer deste estudo, operacionalizam esta política pública, formando a concepção de redes a

partir deste contexto.

Para Inojosa (1999) trata-se de uma rede tutelada, na qual as relações são

marcadas por uma autonomia relativa, com isso plausível de algumas problemáticas no

processo de articulação, principalmente, por haver a constância de parceiros, dependência e a

tendência à verticalização, já que pressupõe um ente mobilizador-central, que demanda as

estratégias.

Na aborgadem de redes de Malmegrin (2010), constata-se que o Programa Acordo

Verde é uma rede pública de cooperação local, do campo Estado e Políticas Públicas,

especificamente, híbrida, por ser constituída de agentes não só governamentais, mas também

de outros entes que colaboram na exteriorização desta ação pública e, também, tutelada,

heterogênea e propensa à verticalidade, pois é desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João

Pessoa/PB, gerenciado pela EMLUR e realizado pelos agentes ambientais (antes catadores de

lixo que se articularam em cooperativa para executar este projeto) com co-parceria da

população para fazer a coleta seletiva.

Quanto a sua estrutura organizacional, mas especificamente a morfologia, ou

melhor, num formato de redes de cooperação este programa se aproxima mais da “raio de

sol”, de cunho mais estruturado e/ou flexível perante os nós (que podem ser representados por

uma organização/ator), apresenta um agente central que assume diversas facetas, podendo ser

de recursos, poder, conhecimento e etc, ora captador, ora articulador, ora disseminador, mas

em consonância com o que o sistema pede ou adotando níveis de configuração diferente, mas

tendo um caráter mais amplo – estatais ou hibridas – embora tutelada, sendo heterogênea e

vertical (MALMEGRIN, 2010).

Com relação aos mecanismos e/ou instrumentos de relacionamento entre os

atores envolvidos, percebe-se que abarca elementos formais e informais. No primeiro

momento a prefeitura, através da EMLUR, tem parceria com a Cooperativa Acordo Verde –

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criada com a finalidade de implementar o programa – e, no segundo momento, os agentes

ambientais com os moradores, num caráter informal por meio do “Acordo Simbólico”. Logo,

mesclando aspectos formais e informais no relacionamento entre os atores envolvidos.

O quadro 1, a seguir, mostra as peculiaridades ou condicionantes deste programa

quanto uma rede pública de cooperação do campo Estado e políticas públicas.

Variáveis Especificações

Atores envolvidos

Prefeitura Municipal de João Pessoa:

EMLUR; Cooperativa Acordo Verde:

agentes ambientais; População dos

bairros contemplados

Caráter das relações Formalidade e informalidade

Foco de atuação Coleta seletiva

Processo

Associação de recursos técnico-

administrativos e operacionais;

Intercâmbio

Princípios e valores Cooperação; reciprocidade

Interações Centro estratégico-gerencial e

operacional; flexível.

Ambiente Efêmero e grupo definido

Engajamento Voluntário

Racionalidade Instrumental e comunicativa

Quadro 1 – Condicionantes do Programa Acordo Verde.

Fonte: Adaptado de Malmegrin (2010).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As redes públicas de cooperação local, especificamente, a rede de cooperação do

campo Estado e Políticas Públicas, híbrida, peculiar ao Programa Acordo Verde, sendo

idealizada de forma “linear”, já que é formada e modulada a partir da esfera pública – centro

de três (EMLUR, agentes ambientais e população) entes – atuando como “fio condutor” e

controlador da situação, devido aos preceitos legais inerentes a este universo, mas sem abicar

do aspecto da flexibilidade, inerente as redes, para não reproduzir um sistema tradicional, ou

melhor, “engessado”.

A rede gerada pelo Acordo Verde caracterizou-se pela disseminação entre outros

atores para a consecução de um propósito, apresentou-se como uma alternativa viabilizadora,

com vieses, por exemplo, de participação e integração que permitiram a conexão entre o

governo municipal e a sociedade através da implementação e condução desta política pública

de forma conjunta, ao demandar e articular estratégias que fomentam a cooperação

voluntariamente.

Além do que, percebeu-se que o governo municipal através de uma

“descentralização coordenada”, atuou como agente estratégico-articulador desta política

pública de coleta seletiva, que contempla três fatores essenciais: ambiental, inclusão social e

geração de renda, integrando e alinhando as ações em sincronia com o objetivo, com o intuito

de garantir a sua efetivação, de forma, coesa. Logo, buscou estruturar previamente, munindo-

se de todos os mecanismos necessários, isto é, técnico-administrativos e operacionais para a

realização deste programa, tanto numa concepção pré como pós.

Em termos de gestão, estruturou-se morfologicamente como uma rede do tipo

“raio de sol”, por ser o agente central que capta e dissemina os recursos ou conhecimentos,

bem como, que projeta e fomenta a interação entre os agentes ambientais e a população

contemplada, cada um desempenhando um papel diferente, mas complementar nesta cadeia,

na qual os agentes governamentais situam-se no nível estratégico-gerencial ou tático e os

outros dois no nível operacional, ambos colaborando na dinâmica do Programa Acordo

Verde. Assim como, tais interações, ou melhor, relações foram exteriorizadas através de

mecanismos e/ou instrumentos in e formais que ratificam a participação dos entes envolvidos

neste programa.

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Que também agregou dois aspectos fundamentais da gestão: o planejamento e a

organização, ao estabelecer os procedimentos antes da implementação e pós este processo e,

consequentemente, refletindo inicialmente a forma como o governo municipal se articula para

a realização de uma política pública que enseja uma sistemática que comporte três agentes

citados anteriormente, de forma integrada e cooperada, perante o foco de atuação que a coleta

seletiva.

Observou-se ainda que as condicionalidades apresentadas no arcabouço desta rede

emergiram da necessidade de se esquematizar ações em consonância com as

condicionalidades presentes no contexto de atuação e, no mesmo compasso, a criação de

performances que permitiram o engajamento voluntário dos demais entes neste programa

socioambiental.

REFERÊNCIAS

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BARROS, Ana Flávia Granja e. O Brasil na governança das grandes questões ambientais

contemporâneas. Brasília, DF: CEPAL/IPEA, 2011. 52 p. (Texto para discussão, n. 40).

MINI CURRÍCULO

Maria Isabel Pia dos Santos

[email protected]

Endereço para acessar este currículo na plataforma lattes:

http://lattes.cnpq.br/8821238260137865

Bacharela em Administração pelo Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ), 2008.

Especialista em Gestão Pública Municipal pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB),

2011.

Discente da Licenciatura em Ciências das Religiões pela Universidade Federal da Paraíba

(UFPB) e integrante do Grupo de Pesquisa Raízes.

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BECK, Ceres Grehs; ARAÚJO, Agnes Campêllo; CÂNDIDO, Gesinaldo Ataíde.

Problemática dos resíduos sólidos urbanos do município de João Pessoa: aplicação do modelo

P-E-R. Qualit@s Revista Eletrônica, v. 8, n. 3, p. 1-15, 2009. Disponível em:

<http://revista.uepb.edu.br/index.php/qualitas/article/viewFile/661/360>. Acesso em: 23 set.

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pessoa-ja-coletou-9259-toneladas-de-lixo-reciclado-em-20-bairros-em-cabo-branco-foram-

37t-em-janeiro>. Acesso em: 30 jun. 2011.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ANEXO A – Folheto impresso