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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CASE ACORDO VERDE: uma discussão sobre rede pública de
desenvolvimento local sustentável
Maria Isabel Pia dos Santos
Pós-graduanda lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB
Dr.ª Márcia Batista da Fonseca Professora do Departamento de Economia - UFPB
RESUMO
Este estudo tem como objetivo identificar as articulações necessárias ao funcionamento do
Acordo Verde, projeto desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB, gerenciado
pela EMLUR (Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana) e realizado pelos agentes
ambientais com co-parceria da população na coleta seletiva na Zona Sul deste município e
também verificar como o Acordo Verde poderia ser compreendido em termos de gestão,
estrutura organizacional, mecanismos e instrumentos de relacionamento entre os atores
envolvidos na implementação e/ou condução desta política pública a partir da concepção de
redes. Para tanto, parte-se de uma pesquisa bibliográfica e estudo de caso, bem como,
pesquisa documental, com uma abordagem qualitativa. Os resultados apontam para a
configuração de uma rede pública de cooperação local, especificamente, do campo Estado e
políticas públicas, tutelada, híbrida, heterogênea e tendente à verticalidade, ao apresentar um
“centro” mobilizador que modela a ação coletiva e permite a participação da população na sua
realização. Com uma estrutura organizacional típica da morfologia “raio de sol” percebe-se
como um elemento estratégico que fomenta o desenvolvimento local sustentável, ao agregar
questões ambientais, inclusão social e geração de renda.
Palavras-chave: Redes. Programa Acordo Verde. Governança.
1 INTRODUÇÃO
À medida que existe à articulação, cooperação, participação, ou melhor, a
conexão de diversos entes para o desenvolvimento e implementação de um serviço, isso pode
criar um campo sinérgico muito relevante e benéfico para a realização de uma determinada
ação para a população, principalmente, quando essa participar deste processo, bem como,
percebe-se que o aspecto multi e interorganizacional, seja num contexto federal, estadual ou
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municipal através de parceiras com agentes privados, agregam elementos favoráveis,
sobretudo, nesta última conjuntura.
O Acordo Verde resulta de um projeto desenvolvido em 2007 pela Prefeitura
Municipal de João Pessoa/PB, gerenciado pela EMLUR (Autarquia Especial Municipal de
Limpeza Urbana) e implementado junto com os agentes ambientais com co-parceria da
população na coleta seletiva; com um viés socioambiental, econômico e inovador, torna-se
uma referência na prática de aperfeiçoamento na gestão devido a sua peculiaridade, bem
como, um “importante instrumento de sustentabilidade” (SOARES, p. 79), constituindo-se
como uma das ações que dinamizam o município tanto no contexto social como ambiental e,
consequentemente, marca o início de uma nova fase na coleta seletiva nesta cidade.
Após um ano de implementado o acordo foi indicado pelo Programa Nacional de
Gestão Pública e Desburocratização (Gespública) do governo federal – que tem como
propósito a otimização da gestão pública – para participar do Seminário de Benchmarking
realizado pelo Programa Paraibano de Qualidade (PPQ), expondo a experiência deste case
(PARAÍBA EM NOTÍCIA, 2008; GESPÚBLICA, 2011).
Tal case se configura como uma rede pública de cooperação local, do campo
Estado e políticas públicas (MALMEGRIN, 2010), de cunho socioambiental,
especificamente, híbrida, por ser constituída de agentes não só governamentais, mas também
de agentes privados que colaboram na exteriorização desta ação pública, que segue, a priori,
um “modelo” de desenvolvimento local sustentável. Isto advém de uma nova percepção tanto
do Estado como da sociedade perante as questões ambientais a partir do final do século XX
(BARROS, 2011), já que ao longo das últimas décadas observou-se “a degradação
[desenfreada] do meio ambiente decorrente do processo de desenvolvimento [por exemplo,
industrial]” (BELLEN, 2003, p. 67), ocasionado o reposicionamento de ambos.
Percebe-se que o desenvolvimento sustentável adentra no universo de redes e,
também, de desenvolvimento local como parte constituinte do processo de mudança da
realidade frente aos desafios socioambientais e econômicos, ao proporcionar a interação entre
esses sistemas, concebendo-os numa visão holística (HANDI, 2000 apud BELLEN, 2003).
Com isso, a sustentabilidade interioriza na gestão pública municipal uma nova
dinâmica institucional que agrega valor e fomenta continuamente as ações, tornando-as
viáveis e co-participativas para a formação de um contexto ativo e transformador na esfera
estatal e, simultaneamente, na sociedade, ao exteriorizar suas principais características ou
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duetos: tempo-continuidade, espaço-referencial, tendência-desejo, dimensão-diversidade,
participação-integração, coletividade-bem-estar – fatores peculiares nas redes públicas de
cooperação local (MALMEGRIN, 2010).
Logo, remete-se ao circuito: racionalidade, efetividade e continuidade, ambos
estruturando e retroalimentando a conjuntura política, socioeconômica, bem como, ambiental
dos entes municipais. Já que as transformações, por exemplo, na cultura organizacional no
âmbito municipal, de forma conjunta, integrada e constitutiva, podem provocar, por si só, um
repensar (interdisciplinaridade) e refazer (intersetorialidade) perante as suas ações e/ou o
campo de atuação (MALMEGRIN, 2010).
Ocorre aqui redefinição dos preceitos institucionais, assim como, abre espaço para
uma nova percepção na oferta de serviços, tornando-os adequados as necessidades locais, por
existir uma interação entre a sociedade e o Estado, bem como, uma interação entre as
instituições que compõem a esfera estatal, de forma coordenada ante uma realidade complexa
que requer, a princípio, ação conjunta; isso simboliza um realinhamento e compreensão das
partes que constroem o todo e, posteriormente, promovem o desenvolvimento local
sustentável.
Compreende-se este tipo de desenvolvimento como um processo de
transformação social agregado ao aumento de oportunidades na sociedade, combinando
tempo-espaço e “o crescimento e a eficiência econômicos, a conservação ambiental, a
qualidade de vida e a equidade social, partindo de um claro compromisso com o futuro e a
solidariedade entre gerações” (BUARQUE, 1994 apud BUARQUE, 1999, p.32).
A coleta seletiva torna-se um dos fatores intrínsecos as questões ambientais e
sociais. Em decorrência disso, alguns municípios têm buscado alternativas viáveis que
propiciam também o desenvolvimento sustentável. No Brasil, os primeiros dados oficiais
sobre a coleta seletiva dos resíduos sólidos foram levantadas pela Pesquisa Nacional de
Saneamento Básico (PNSB) em 1989, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE); nessa identificou-se a existência de 58 programas de coleta seletiva no
país. No PNSB 2000 passaram a ser 451 e no PNSB 2008 já correspondia a 994, logo,
representando um avanço significativo na implementação da coleta seletiva nos municípios
brasileiros (IBGE, 2008).
Segundo dados publicados pelo Compromisso Empresarial para a Reciclagem
(CEMPRE) em 2010, observou-se que 443 municípios operam programas de coleta seletiva,
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isso representa apenas 8% do total e ressalta também que aproximadamente 22 milhões de
brasileiros têm acesso a esses. Percebeu-se ainda que 78% realizam coleta no sistema porta a
porta. E que mais da metade (62%) apóia ou mantém cooperativas de catadores como agentes
executores da coleta seletiva; e dentre os apoios mais comuns encontrados foram com
equipamentos, galpão de triagem, pagamento de gastos com água e energia elétrica,
caminhões, capacitações e auxílio na divulgação e educação ambiental (CEMPRE, 2010).
Algo similar ao que acontece no município de João Pessoa/PB ao realizar a coleta
seletiva no sistema citando anteriormente e conceder apoio técnico-administrativo e
operacional, como é o caso do Programa Acordo Verde, que já funciona há quatro anos.
Além disso, atualmente a cidade possui cinco núcleos de coleta seletiva: Cabo
Branco, Bessa, 13 de Maio, Jardim Cidade Universitária – onde funciona o Núcleo Acordo
Verde, sede deste programa – Mangabeira e o Centro de Triagem do Aterro Sanitário. Juntos
estes núcleos atendem vinte bairros da cidade, isso equivale a 30%, atingindo cerca de 350
mil habitantes (EMLUR, 2011).
Em 2010 coletou-se e separou-se nos centros de triagem mais de 3,5 mil toneladas
de material reciclável, representando cerca de 3% dos resíduos sólidos produzidos no
município de João Pessoa/PB – e neste mesmo ano o Programa Acordo Verde computou
dezoito toneladas de material reciclável recolhido por dia (EMLUR, 2011). Já nos primeiros
quatro meses de 2011, já se computava 925,9 toneladas, entre essas, 37 toneladas só na área
do Cabo Branco em janeiro (PARAÍBA, 2011).
Diante desta relevância, a proposta deste estudo é discutir o case Acordo Verde,
sob uma abordagem organizacional, partindo da linha instrumental de gestão, levando-se em
as redes públicas de cooperação local na implementação e/ou condução de políticas públicas
que fomentam o desenvolvimento local sustentável. Para tanto, questiona-se:
Quais são as articulações necessárias ao funcionamento do Acordo Verde, projeto
desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB, gerenciado pela EMLUR
(Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana) e realizado pelos agentes ambientais com
co-parceria da população na coleta seletiva? E como o Acordo Verde poderia ser
compreendido em termos de gestão, estrutura organizacional, mecanismos e instrumentos de
relacionamento entre atores envolvidos? Para responder a problemática da pesquisa foram
elaborados os seguintes objetivos.
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1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo geral
Identificar as articulações necessárias ao funcionamento do Acordo Verde,
projeto desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB, gerenciado
pela EMLUR (Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana) e realizado
pelos agentes ambientais com co-parceria da população na coleta seletiva.
1.1.2 Objetivo específico
Verificar como o Acordo Verde poderia ser compreendido em termos de
gestão, estrutura organizacional, mecanismos e instrumentos de relacionamento
entre atores envolvidos.
2 ADENTRANDO NO UNIVERSO DAS REDES
A priori, o universo em que a concepção de redes está inserido é dinâmico e
plural, destarte arraigado de nuances que lhe imputa um viés interdisciplinar, o que permite
concebê-lo em diversas abordagens, seja econômica, social, política ou organizacional, como
um elemento estratégico perante os desafios advindos de um contexto histórico marcado pela
crise do Estado e globalização da economia que ocasionaram transformações na sociedade
(MINHOTO; MARTINS, 2001). Logo, exprimindo um estereótipo de versatilidade.
Isto para alguns autores torna-se um “objeto utilitário” empregado em todas as
situações, assim como já ocorreu com outras ideias que a precederam (INOSOJA, 1999), ou
como ressalta Nohria (1992 apud TURETA; ROSA; ÁVILA, 2006, p. 8) “uma metáfora
evocativa, aplicada tão incorretamente que acabará significando qualquer coisa”.
Mas dando ênfase a perspectiva organizacional, observa-se que desde o início do
século XX, a Teoria Organizacional vem abordando a questão das redes (NOHIA, 1992 apud
MALMEGRIN, 2010). E ao esmiuçar esta teoria – que abarca um campo de estudo muito
vasto – a partir de uma pesquisa exploratória, Tureta, Rosa e Ávila (2006) perceberam que as
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teorias Sistêmica, Contingencial e da Ecologia Organizacional colaboram na concepção de
redes nesta dimensão, como uma nova configuração organizacional.
Que se constrói a partir da projeção das organizações como sistemas abertos que
interagem continuamente com o ambiente e por esse sendo influenciadas, logo,
externalizando o dueto fluxo e refluxo; com isso, nota-se que as variáveis ambientais afetam
as organizações estruturalmente e faz com que demandem formas de adequação ao ambiente,
isto é, um reposicionamento diante das contingências. Mas isso por si só não era suficiente, o
que resultou num redesenho que abarcasse aspectos relacionados à participação, interação ou
cooperação, preponderantes, ou melhor, potenciais para atuarem coletivamente com outras
organizações em prol de objetivos comuns, mas sem perder sua autonomia (TURETA;
ROSA; ÁVILA, 2006), caracterizando a prática da co-petição – o âmago das redes –, isto é,
simultaneamente cooperam e competem entre si, segundo Malmegrin (2010).
Nota-se que existe a percepção de que nenhuma organização contempla em si
todos os recursos e competências necessárias perante uma demanda, ensejando um novo fator
que agregasse ações articuladas de complementariedade, ao construir uma teia de relações de
reciprocidade que formam, inicialmente, a estrutura em redes (Reis et al apud MINHOTO;
MARTINS, 2001). Em decorrência disto, as redes vêm sendo projetadas num “formato
organizacional democrático e participativo”, alicerçada por relações e intercâmbios entre
organizações, que se caracterizam pela não-centralidade e não-hierarquização do poder,
propensas “à horizontalidade, complementaridade e abertas ao pluralismo de ideias e a
diversidade cultural” (SCHERER-WARREN, 1997 apud MIGUELETTO, 2001, p. 43).
Veja que a adoção de uma perspectiva de redes não implica somente a construção
de uma imagem metafísica das organizações, nem tão pouco de adoção de variáveis
peculiares a essas, como foco de análise para as tradicionais perspectivas, mas sua ótica
permite uma maneira distinta de (re) pensar em organizações, compilando informações e
gerando novas técnicas metodológicas e analíticas, em busca de novas explicações para as
organizações, “diferentes daquelas convencionalmente apresentadas”, segundo Nohria (1992
apud TURETA; ROSA; ÁVILA, 2006, p. 12).
Embora, emergindo numa dimensão privada, as redes perpassam essa esfera e
adentram na dimensão pública, se moldam – já que a dinâmica operacional é diferente – como
um aspecto viabilizador de ações públicas conjuntas, especialmente, na implementação e/ou
condução de políticas públicas que fomentam o desenvolvimento local sustentável. Segundo
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Ckagnazaroff (2009), o Estado passa a ser mais flexível e descentraliza suas funções, bem
como, transfere responsabilidades e, simultaneamente, amplia o leque de atores participantes,
mas sem descuidar dos elementos de controle e supervisão. Tem-se assim um “corpo” diluído
e, principalmente, articulado.
Malmegrin (2010, p. 77) enfatiza que as redes numa esfera pública estão
condicionadas a dinâmica da Administração Pública, com isso sofrendo “restrições pelo fato
de serem operadas, em parte, por órgãos estatais ou usarem recursos públicos, estando sujeitas
obrigatoriamente a seguirem os princípios que norteiam o uso desses recursos” – atingindo o
processo de articulação, já que está passível a aspectos normativos. Além disso, é possível
externalizar a rede sem descuidar dos preceitos legais, já que parte da concepção de que
emergi de uma
parceria voluntária para a realização de um propósito comum. Implica nesse
sentido, a existência de entes autônomos que, movidos por uma idéia
abraçada coletivamente, livremente e mantendo sua própria identidade,
articulam-se para realizar objetivos comuns. As redes se tecem através do
compartilhamento de interpretações e sentidos e da realização de ações
articuladas pelos parceiros. (INOJOSA, 1998 apud MINHOTO; MARTINS,
2001, p. 90).
É partindo-se deste viés que as redes públicas de cooperação local são formadas
por organizações que propiciam e, também, catalisam, em especial, o desenvolvimento
municipal, já que “estão alinhadas às demandas da sociedade, com atuação integrada de seus
agentes” (MALMEGRIN, 2010, p. 9) e, simultaneamente, geram soluções perante os desafios
de intersetorialidade e sustentabilidade, ao apresentarem um arranjo estrutural multifacetado.
Para Moura (1998), a questão das redes como sinônimo de novos desenhos
interorganizacionais, demonstra o aperfeiçoamento dos meios de interdependência entre
agentes públicos e privados, tendo também reflexos nas relações entre atores e organizações.
Configurando-se em redes que in e exteriorizam ações de forma articulada,
através de parcerias com outros entes, sejam públicos e/ou privados, com o intuito de
mobilizar e viabilizar a concretização de interesses e objetivos comuns (MALMEGRIN,
2010).
Para Evans (1996 apud MIGUELETTO, 2001, p. 27) tem-se um novo arranjo de
relações em que os modos de articulação entre estado e sociedade decorrem da busca de
“sinergia através da convergência de ações no âmbito de políticas públicas, configurando uma
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relação imbricada de esforços governamentais, empresariais e civis”. De certa forma, rompe-
se com uma visão “míope” e, consequentemente, perpassa paradigmas tradicionais, ao
estreitar as relações entre esses entes e incorporar tais práticas citadas anteriormente. Isto
indiretamente exprime uma tentativa de aproximação de ambos através da reconstrução ou do
resgate de formas democráticas e gestão pública a partir das redes (MIGUELETTO, 2001).
Santos (2005) ressalta que as redes, no contexto de políticas públicas, sobrevêm
da problemática relação de “atores estatais e não-estatais” no processo de formulação e/ou
implementação dessas políticas e destaca ainda que o desenvolvimento delas por meio de
redes não está atrelado nem ao comando tão pouco a ordem, mas fincado na negociação e no
intercâmbio. Com uma ressalva para este último, pois o mesmo autor salienta que os
benefícios oriundos deste sistema não recaem para todos os agentes envolvidos nas relações
provenientes delas. Além disso, enfatiza ainda que o Estado pertencente a esta estrutura, para
o desenvolvimento e consecução de políticas públicas, agregou um forma distinta de atender
as demandas, já que passou a abarcar “atores não-estatais” e atribui-lhes parcela de
responsabilidade neste sistema.
É interessante destaca que Malmegrin (2010), Inojosa (1999, 2001), Juqueira,
Inojosa e Kumatsu (1997), Minhoto e Martins (2001) evidenciam os elementos que
circundam e constroem o campo de redes no contexto de políticas públicas como parte
constituinte do desenvolvimento local e que exteriorizam, por exemplo, ações de cooperação,
descentralização, intersetorialidade e compromisso social, ao envolver diversos atores na
implementação destas ações. E antes de se atingir este cenário, é importante salientar que a
descentralização contribuiu significativamente para a sua formação, tornando-se estratégia de
mudança nas relações entre Estado e sociedade, como um fator relevante diante da crise do
Estado de Bem-Estar Social (JUNQUEIRA; INOJOSA; KOMATSU, 1997), pois se obteve
mais independência, ou melhor, livre ação para se mobilizar e articular, isto no contexto
brasileiro pós Constituição de 1988 (MALMEGRIN, 2010).
In ou diretamente implica também em questões de governança.
A governança local no Brasil abarca, em especial, a inclusão social e
democratização, por isso também chamada de governança democrática, pois se preocupa com
a conexão e o intercâmbio entre governo, agentes de mercado e atores sociais no processo de
promoção e coordenação de ações de inclusão social e estabelecimento, bem como, ampliação
da participação do cidadão em processos decisórios de políticas públicas. Isto implicitamente
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remete a dois aspectos inerentes da governança: a descentralização e as parcerias
(CKAGNAZAROFF, 2009).
Sinteticamente, a governança remete aos processos decorrentes da relação entre
governo e sociedade civil para a realização de objetivos públicos, além do que exteriorizando
ainda a capacidade do Estado de se articular com outros atores. Indiretamente a partir desta
percepção que Bogason (2000 apud CKAGNAZAROFF, 2009, p. 25) ressalta que existe uma
conexão entre governança e redes, fomentada por um processo de transformações, de forma
crescente e fragmentada, das organizações. Ou melhor, o Estado através de ações coletivas
estaria formando redes com outros atores para responder “as necessidades de recursos
financeiros, profissionais e legais na resolução de políticas públicas”, segundo este autor.
Logo, Frey (2007, p. 139) corrobora ao salientar que a governança alicerçada em
“redes de atores pode ser vista como uma possibilidade de restaurar a legitimidade do sistema
político pela criação de novos canais de participação e parcerias, contribuindo para novas
formas democráticas de interação público-privada”.
Observa-se também que as redes ocasionam potencialidades e dinamizam o
contexto em que estão inseridas, o que faz com que também propiciem o desenvolvimento
local em suas dimensões: político-institucional, socioambiental ou tecnoeconômica
(MALMEGRIN, 2010).
Na primeira dimensão, promove-se a estruturação e normatização, bem como,
articulação com os demais entes na oferta e/ou prestação dos serviços públicos de forma
descentralizada ou terceirizada. Além do que se observa a configuração das redes híbridas na
construção e exteriorização da dimensão político-institucional, agregando outras concepções,
como a co-petição.
Já a segunda, concede e implementa soluções diante das contingências sociais e
ambientais na sociedade e, simultaneamente, provoca no Estado uma “redefinição” dos papeis
e/ou competências neste campo de atuação. Assim como, constituem-se como parcerias
estratégicas e co-estatais, já que percebe mais o problema e busca solucioná-lo em
consonância com as necessidades da sociedade. O que abarca também o desenvolvimento
sustentável, já que combina o crescimento econômico, “a manutenção do meio ambiente e a
melhoria no âmbito social” (BECK; ARAÚJO; CÂNDIDO, 2009, p. 3).
E na terceira, devido as suas peculiaridades, ao auferir, desenvolver e promover
ações sinérgicas, pró-ativas e inovadoras que contribuem na dinamização do mercado e,
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também, na conjuntura local, ora gerando impactos positivos, ora negativos, afetando
diretamente o desenvolvimento, especialmente, socioambiental. Embora, propondo soluções
para as deficiências tecnológicas e econômicas.
O interessante é que ambas estão conectadas e que conforme a atuação de cada
uma na sociedade poderá afetar no desenvolvimento da outra. Logo, emergindo a necessidade
de alinhamento de todas em prol do desenvolvimento, já que esse é algo “multidimensional”.
Mas diante da variabilidade que configura o campo da “tipologia” das redes,
adotam-se neste estudo as contribuições de Inojosa (1999) com relação ao nível de autonomia,
isto é, que propõe uma visão tripartite das redes: orgânica ou autônomo, tutelada e
subordinada; e agrega a percepção de campo de atuação ou grandes categorias (que ou não se
mesclam): redes públicas de cooperação do campo movimentos sociais, produção e
circulação, Estado e políticas públicas apresentada por Malmegrin (2010), bem como, sua
proposta de morfologia ou estrutura básica organizacional em termos de gestão, que
compreende as redes: infinitamente plana, invertida, “teia de aranha” e “raio de sol”.
Ao explanar os aspectos grifados no parágrafo anterior – peculiar ao objeto desta
pesquisa – na ótica destes autores respectivamente: na rede tutelada, os entes possuem
autonomia, entretanto, como se articulam sob uma organização que os mobiliza em
consonância de arcabouço ou regulação legal ou de capacidade de financiamento, ocasiona a
modelação do objetivo comum. Nesta estrutura, os entes levam em consideração os custos “e
os possíveis benefícios da adesão, tenderá a subordinar sua permanência na rede à esse
relação” (INOSOJA, 1999, p. 5).
Já no tocante as redes públicas de cooperação Estado e políticas públicas, de
acordo com Malmegrin (2010, p. 44) no tangente a gestão, tal tipologia de rede “apresenta
como uma das mais difíceis, pois contempla as redes híbridas [formadas por agentes não só
governamentais, tendo colaboração “pública e não-pública”]”; sendo associadas ou
interligadas à esfera pública. Minhoto e Martins (2001) acrescentam que neste campo, as
redes representam formas de articulação entre entes governamentais e/ou destas com redes
sociais, organizações privadas ou grupos, visando à superação dos problemas sociais e a
implementação de políticas públicas.
E no que diz respeito à morfologia, as redes “raio de sol” são típicas no contexto
público. Nelas se observa que existe uma disseminação do conhecimento, poder decisório,
recursos do centro para os demais entes envolvidos no processo, “que atendem aos usuários,
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podendo haver intermediários, que também podem gerar conhecimento ou captar recursos que
serão repassados aos nós de atendimentos” (MALMEGRIN, 2010, p. 88), apresentam traços
de hierarquização e tutelada, quanto à autonomia, ou subordinadas. Ainda segundo o mesmo
autor, “devido ao seu formato, cada nó é responsável por parte da prestação de serviço, o que
caracteriza uma rede do tipo heterogênea e vertical”.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa tem como escopo, a priori, uma revisão bibliográfica, que dará
subsídios para o desenvolvimento do referencial teórico sobre a temática, em que está
inserida, isto é, as redes públicas de cooperação local, a partir de estudos já realizados,
objetivando sua compreensão; e, posterior, estudo de caso, pois utilizará uma ação
desenvolvida no município de João Pessoa/PB, o Programa Acordo Verde, ao partir dessa
dimensão da realidade, propiciando um conhecimento particular desse fato, ao demonstrar
como ocorre e/ou se revela sua dinâmica.
Constitui-se numa pesquisa exploratória, ao expor peculiaridades, tanto aspectos
inerentes quanto permeadores, deste objeto; com uma abordagem qualitativa, que se
caracteriza, a priori, pela não-utilização de instrumento estatístico na análise dos dados, tendo
como base “conhecimentos teóricos empíricos que permitem atribuir-lhes cientificidade”
(ZANELLA, 2010, p. 75). Já que fará uma exposição do funcionamento ou operatividade
desta estrutura.
Com isso, seguindo a classificação proposta por Richardson et al (2007) e Gil
(2007) citados por Zanella (2010), quanto aos procedimentos adotados na coleta de dados:
bibliográfica e estudo de caso; com relação aos objetivos da pesquisa: exploratória; e no
tocante ao método e a forma de abordar o problema: qualitativa.
3.1 Revisão da literatura e coleta de informações
A compreensão e exposição dos resultados acerca deste objeto de estudo partiram
da compilação de dados apresentados em de três artigos. Em primeiro lugar, destaca-se o
estudo exploratório realizado por Beck, Araújo e Cândido (2009), que analisaram a questão
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dos resíduos sólidos e sua disposição final à luz do desenvolvimento sustentável no município
de João Pessoa/PB, por meio da aplicação do Modelo Pressão-Estado-Resposta e, também,
dissertou sobre o Programa Acordo Verde.
Almeida, Vieira e Vitório (2010) estudaram o significado social dos resíduos
sólidos para os trabalhadores da catação de lixo, através de uma pesquisa bibliográfica e
documental, bem como, pesquisa de campo, expuseram informações sobre o Programa
Acordo Verde. Por fim, Soares (2010) que estudou o Acordo Verde a partir de uma
abordagem qualitativa, com o intuito de analisar a política sócio-ambiental que orienta este
programa, demonstrando suas características.
Outra fonte de dados deste estudo reside num contato informal da pesquisadora
com um funcionário da EMLUR (Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana) que
apresentou de forma sucinta “o que é o Programa Acordo Verde” e, na ocasião, forneceu um
informativo impresso sobre este programa, que está em anexo no final deste artigo.
Em suma, os artigos e o contato informal evidenciaram traços deste programa, que
serviram de base para o desenvolvimento deste estudo, bem como, utilizou-se dados
secundários obtidos através de notícias publicadas em mídia online com assessoria da
Secretária de Comunicação da Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB.
O estudo configura-se, portanto, como uma análise documental. Logo, a pesquisa
ensejou técnicas qualitativas de análise, especificamente, de análise de conteúdo, porque está
direcionada ao estudo de matérias textuais escritos acerca deste case, realizada em três etapas:
pré-análise, uma análise do material ou descrição analítica e interpretação dos resultados,
ocasionando identificação da estrutura e seleção dos elementos presentes neles, apresentando
uma abordagem qualitativa.
4 A PESQUISA E A ANÁLISE DOS RESULTADOS
Antes de se tornar um programa, o Acordo Verde iniciou-se como um projeto
desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB e implementado pela EMLUR
(Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana) em 2007, com co-parceria dos agentes
ambientais, antes catadores de lixo, e da população situada na Zona Sul – compreendendo os
bairros de Jardim Cidade Universitária, Bancários, Anatólia, Jardim São Paulo, Água Fria e
Mangabeira) – na coleta seletiva e demais atores que colaboram na sua operacionalização.
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Logo, inaugurando uma nova fase na coleta seletiva do município de João Pessoa/PB por
apresentar uma metodologia diferente em seu processo e também, posteriormente, sendo uma
“referência em coleta seletiva e educação ambiental” (ALMEIDA; VIEIRA; VITÓRIO, 2010,
p. 6).
Numa perspectiva pré, foi criado um núcleo de coleta seletiva no bairro Jardim
Cidade Universitária em agosto de 2007 para receber os agentes ambientais que iriam integrar
este projeto, bem como, sua cooperativa; em seguida, a EMLUR buscou junto às
comunidades, ruas ou regiões próximas dos bairros contemplados, através de carros de som,
convocar os catadores de lixo para associarem-se ao projeto, bem como, realizou reuniões em
associações e igrejas nestas comunidades, com o intuito de apresentar a forma de trabalho.
Numa concepção administrativa, seria o processo de recrutamento.
A partir disso realizou o cadastro dos catadores que desejaram participar da
Cooperativa Acordo Verde, com isso, formou-se o primeiro grupo de 40 (quarenta) catadores,
que passaram por um processo de treinamento e capacitação, com o objetivo de orientá-los no
desempenho do trabalho de coleta seletiva conforme os moldes deste projeto. Atualmente, os
cadastros são realizados pela própria Cooperativa do Acordo Verde.
Os treinamentos envolveram palestras com relação a utilização dos EPI's
(Equipamentos de proteção individual), também trataram sobre o trânsito,
sobre a importância da coleta, os tipos de materiais, e sua classificação. Após
estes treinamentos, os catadores passaram à condição de agentes ambientais,
ganharam novos papéis sociais, e passaram a compor o grupo de pessoas que
de modo organizado, teriam que cumprir o compromisso da coleta
estabelecido no acordo com a comunidade. (SOARES, 2010, p. 81).
E para compor e ajudar na sua implementação, a EMLUR contratou, como
estagiários, os alunos do curso de Ciências Naturais do IFPB (Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia da Paraíba) para acompanharem os agentes ambientais nos seis
primeiros meses, auxiliando-os nas abordagens junto aos moradores, bem como, na
conscientização dos próprios agentes quanto à importância do papel social que desempenham.
A intermediação desses estagiários, entre os agentes e a comunidade foi
apontada pela Emlur, como o aspecto fundamental para sua viabilidade.
Foram eles que apresentaram o projeto à comunidade, mostrando sua
finalidade e importância, enfatizando a participação coletiva e a
responsabilidade de todos quanto à questão ambiental e social. (SOARES,
2010, p. 81).
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Em termos de gestão, pode-se observar que houve um planejamento e
organização das ações, ao arquitetá-las de forma ordenada ou coordenada e progressiva para
sua consecução nos ditames deste projeto. Além do que isto evidencia, a princípio, a forma
como o governo municipal se articula para a realização de projetos (CKAGNAZAROFF,
2010).
Nota-se também que adentra neste universo a ideia de mobilização e conforme
destaca Toro (1996 apud INOJOSA, 1999, p. 13) “mobilizar é convocar voluntários a um
propósito, com interpretações e sentidos compartilhados”. Implicitamente, o Acordo Verde
concretizou isto através dos agentes ambientais e dos moradores.
Tal programa apresentou no início uma aceitação de 95% dos moradores
(PARAÍBA EM NOTÍCIA, 2007), o que demonstrou o interesse em ingressar e colaborar, ou
melhor, participar desta ação coletiva. Numericamente, a quantidade de material reciclável
aumentou para 250 toneladas por mês no primeiro ano de implementação do Projeto Acordo
Verde (EMLUR, 2008 apud ALMEIDA; VIEIRA; VITÓRIO, 2010).
Parti-se para o segundo momento, o estabelecimento da parceria entre os agentes
e os moradores através do “Acordo Simbólico”, após a apresentação do projeto para este
último, que se compromete a separar os materiais recicláveis (como papel, alumínio, vidro e
plástico), que por sua vez, são recolhidos pelo primeiro semanalmente e destinado ao núcleo
para triagem, pesagem, enfardamento e comercialização. Vale destaca que a receita advinda
dista ação é toda rateada entre os agentes ambientais.
Em síntese, o sistema do Acordo Verde, funciona da seguinte forma:
o morador recebe a visita da equipe, é orientado quanto à necessidade da
coleta e assina um termo de compromisso, através do qual, se dispõe a
separar e juntar os materiais indicados para a reciclagem. O agente, por outro
lado, distribui o saco verde de 100 litros vazio entre os moradores e o
recolhe duas vezes por semana com materiais sólidos e secos. A prefeitura,
através da EMLUR, oferece o suporte técnico e operacional para que os
processos de coleta, triagem, armazenamento e vendas sejam realizados.
(SOARES, 2010, p. 80)
Perante a dinâmica citada anteriormente, a EMLUR é a organização que gerencia
e supervisiona o programa e mantém relações com os agentes ambientais, ao apoiá-los na
realização de parcerias e, também, dando todo suporte técnico-administrativo e operacional,
ao oferecer os recursos necessários para a execução das ações. O que inclui equipamentos, por
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exemplo, os carrinhos de coleta, assim como, luvas, botas, máscaras, fardamentos e máquinas
de prensar os materiais, os caminhões para transportá-los e o galpão, que neste caso são os
núcleos de coleta seletiva, nos quais são realizadas a triagem e o armazenamento temporário
dos materiais recicláveis até que sejam comercializados e, também, atende algumas questões
essenciais ao trabalho de manuseio com o “lixo”, oferecendo temporariamente vacinação anti-
tétano e contra outras patologias (SOARES, 2010; ALMEIDA; VIEIRA; VITÓRIO, 2010).
Assim como a presença de um fiscal da EMLUR no núcleo Acordo Verde que
junto com a coordenadoria da Cooperativa Acordo Verde (formada pelos agentes ambientais)
auxilie nas negociações entre essa e os atravessadores (EMLUR, 2008 apud ALMEIDA;
VIEIRA; VITÓRIO, 2010, p. 6).
Embora, segundo Ckagnazaroff (2009), o Estado passa a ser mais flexível,
descentraliza as funções e transfere responsabilidades, e no mesmo compasso amplia a
participação de outros atores, isso está arraigado há dois fatores preponderantes nesta esfera: o
controle e a supervisão, pois é uma política pública que emerge dele e, por esse sendo
realizada de forma conjunta com os demais entes. Mas com uma descentralização coordenada,
isso significa que “o organismo central detém algumas capacidades decisórias ou recursos
usados para garantir que as ações das unidades descentralizadas se processem de forma
integrada e alinhada aos objetivos” (MALMEGRIN, 2010, p. 24).
Porém, se por um lado se responsabiliza por este aparato, por outro diminui os
custos no processo de reciclagem, “a partir do momento que não produz gastos com a
contratação de trabalhadores para realizar a coleta seletiva” (ALMEIDA; VIEIRA; VITÓRIO,
2010, p. 5). Para Soares (2010, p. 87) “a prefeitura, ao oferecer o suporte necessário para a
realização do processo de coleta, ganha no aspecto da redução da coleta de lixo normal,
minimiza custos econômicos”, além de ganhar em sustentabilidade, inclusão social e geração
de renda.
Segundo seus formuladores, o programa Acordo Verde se define como um
instrumento de política pública, que une a necessidade de se viabilizar em
torno da coleta seletiva na cidade, uma cultura ecoeficiente quanto ao
manejo dos resíduos sólidos, à responsabilidade social, a promoção de
melhores possibilidades de geração de renda e condições de trabalho dos
agentes ambientais (antigos “catadores de lixo”). (SOARES, 2010, p. 79).
Em suma, tal projeto surgiu sob a “égide governamental”, como ressalta Inojosa
(1999). Que está ganhando “corpo”, ao fomentar em outros moradores interesse de participar
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do Projeto Acordo Verde e, consequentemente, propiciando a sua expansão para outros
bairros. Tornando-se um elemento estratégico- articulador e, principalmente, participativo, ao
envolver a população na sua realização.
Neste sentido, a gestão pública municipal atualmente está organizando, dois
outros núcleos do Acordo Verde, um em Valentina e outro em Cidade
Verde, bairros populares localizados na zona sul da capital paraibana. Desde
o início da preparação para sua expansão o Acordo Verde deixou de se
chamar projeto Acordo Verde, e passou à condição de programa, ganhando
um caráter mais permanente e progressivo de política pública. (SOARES,
2010, p. 80).
Observa-se que este programa se estrutura em uma rede, in ou explicitamente,
para a sua realização (SANTOS, 2005). E nesta proposta, segundo Inojosa (1999) tem-se uma
rede de compromisso social, pois se articula a partir de uma ideia-força, que neste caso trata-
se da coleta seletiva. Tal autora acrescenta ainda que quando se falar em participação nesta
perspectiva à proposta que essa tenda
a ser transformadora quando ela nasce de uma ampliação da visibilidade da
sociedade sobre ela mesma e da tensão que essa visão instala, como diz
Rosanvallon (op.cit.) e se ela leva pessoas e grupos a um compromisso
voluntário com um esforço comum para superar situações de desequilíbrio
social. A rede de compromisso social tenderia a trabalhar, portanto, com
uma perspectiva de transformação social. (INOJOSA,1999, p. 24).
Com uma ressalva, como se trata de uma rede tutelada, percebe-se que está mais
direcionada a participação integradora, pois não cria seus próprios caminhos, ao estar atrelada
a um ente mobilizador que detém o controle.
Entretanto, percebe-se que é uma rede que comporta estes dois vieses, isto é, uma
rede de cunho transformador-integrador, ao instigar, bem como, externalizar mudanças sociais
e ambientais na sociedade.
Mas à articulação com a sociedade para a consecução desta ação coletiva permite
a sua dinamização na conjuntura municipal, com relação à coleta seletiva, já que é um
elemento que, a priori, enseja “uma corrente de três elos [agente governamental, agentes
ambientais, moradores]” (LOPES, 2010, p.3), pois o “lixo” urbano é uma “questão de ordem
pública e ambiental”, tornando-se um problema de responsabilidade do Estado e de todos os
cidadãos, logo, ensejando soluções e/ou propostas que apresentem, entre outros aspectos, a
colaboração de diversos agentes na sua sistemática (SOARES, 2010, p. 74).
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Adentrando no universo deste programa, percebe-se que emerge da conjuntura
municipal, logo, fincada em propósitos delineados e por esse sendo conduzida e controlada.
Identificou-se que as articulações necessárias para ao seu funcionamento, advêm da interação
com a Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB, na figura da sua autarquia de limpeza urbana
(a EMLUR) com a Cooperativa Acordo Verde, criada e estruturada para realizar a coleta
seletiva através dos agentes ambientais. Que junto com os moradores dos bairros, citados no
decorrer deste estudo, operacionalizam esta política pública, formando a concepção de redes a
partir deste contexto.
Para Inojosa (1999) trata-se de uma rede tutelada, na qual as relações são
marcadas por uma autonomia relativa, com isso plausível de algumas problemáticas no
processo de articulação, principalmente, por haver a constância de parceiros, dependência e a
tendência à verticalização, já que pressupõe um ente mobilizador-central, que demanda as
estratégias.
Na aborgadem de redes de Malmegrin (2010), constata-se que o Programa Acordo
Verde é uma rede pública de cooperação local, do campo Estado e Políticas Públicas,
especificamente, híbrida, por ser constituída de agentes não só governamentais, mas também
de outros entes que colaboram na exteriorização desta ação pública e, também, tutelada,
heterogênea e propensa à verticalidade, pois é desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João
Pessoa/PB, gerenciado pela EMLUR e realizado pelos agentes ambientais (antes catadores de
lixo que se articularam em cooperativa para executar este projeto) com co-parceria da
população para fazer a coleta seletiva.
Quanto a sua estrutura organizacional, mas especificamente a morfologia, ou
melhor, num formato de redes de cooperação este programa se aproxima mais da “raio de
sol”, de cunho mais estruturado e/ou flexível perante os nós (que podem ser representados por
uma organização/ator), apresenta um agente central que assume diversas facetas, podendo ser
de recursos, poder, conhecimento e etc, ora captador, ora articulador, ora disseminador, mas
em consonância com o que o sistema pede ou adotando níveis de configuração diferente, mas
tendo um caráter mais amplo – estatais ou hibridas – embora tutelada, sendo heterogênea e
vertical (MALMEGRIN, 2010).
Com relação aos mecanismos e/ou instrumentos de relacionamento entre os
atores envolvidos, percebe-se que abarca elementos formais e informais. No primeiro
momento a prefeitura, através da EMLUR, tem parceria com a Cooperativa Acordo Verde –
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criada com a finalidade de implementar o programa – e, no segundo momento, os agentes
ambientais com os moradores, num caráter informal por meio do “Acordo Simbólico”. Logo,
mesclando aspectos formais e informais no relacionamento entre os atores envolvidos.
O quadro 1, a seguir, mostra as peculiaridades ou condicionantes deste programa
quanto uma rede pública de cooperação do campo Estado e políticas públicas.
Variáveis Especificações
Atores envolvidos
Prefeitura Municipal de João Pessoa:
EMLUR; Cooperativa Acordo Verde:
agentes ambientais; População dos
bairros contemplados
Caráter das relações Formalidade e informalidade
Foco de atuação Coleta seletiva
Processo
Associação de recursos técnico-
administrativos e operacionais;
Intercâmbio
Princípios e valores Cooperação; reciprocidade
Interações Centro estratégico-gerencial e
operacional; flexível.
Ambiente Efêmero e grupo definido
Engajamento Voluntário
Racionalidade Instrumental e comunicativa
Quadro 1 – Condicionantes do Programa Acordo Verde.
Fonte: Adaptado de Malmegrin (2010).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As redes públicas de cooperação local, especificamente, a rede de cooperação do
campo Estado e Políticas Públicas, híbrida, peculiar ao Programa Acordo Verde, sendo
idealizada de forma “linear”, já que é formada e modulada a partir da esfera pública – centro
de três (EMLUR, agentes ambientais e população) entes – atuando como “fio condutor” e
controlador da situação, devido aos preceitos legais inerentes a este universo, mas sem abicar
do aspecto da flexibilidade, inerente as redes, para não reproduzir um sistema tradicional, ou
melhor, “engessado”.
A rede gerada pelo Acordo Verde caracterizou-se pela disseminação entre outros
atores para a consecução de um propósito, apresentou-se como uma alternativa viabilizadora,
com vieses, por exemplo, de participação e integração que permitiram a conexão entre o
governo municipal e a sociedade através da implementação e condução desta política pública
de forma conjunta, ao demandar e articular estratégias que fomentam a cooperação
voluntariamente.
Além do que, percebeu-se que o governo municipal através de uma
“descentralização coordenada”, atuou como agente estratégico-articulador desta política
pública de coleta seletiva, que contempla três fatores essenciais: ambiental, inclusão social e
geração de renda, integrando e alinhando as ações em sincronia com o objetivo, com o intuito
de garantir a sua efetivação, de forma, coesa. Logo, buscou estruturar previamente, munindo-
se de todos os mecanismos necessários, isto é, técnico-administrativos e operacionais para a
realização deste programa, tanto numa concepção pré como pós.
Em termos de gestão, estruturou-se morfologicamente como uma rede do tipo
“raio de sol”, por ser o agente central que capta e dissemina os recursos ou conhecimentos,
bem como, que projeta e fomenta a interação entre os agentes ambientais e a população
contemplada, cada um desempenhando um papel diferente, mas complementar nesta cadeia,
na qual os agentes governamentais situam-se no nível estratégico-gerencial ou tático e os
outros dois no nível operacional, ambos colaborando na dinâmica do Programa Acordo
Verde. Assim como, tais interações, ou melhor, relações foram exteriorizadas através de
mecanismos e/ou instrumentos in e formais que ratificam a participação dos entes envolvidos
neste programa.
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Que também agregou dois aspectos fundamentais da gestão: o planejamento e a
organização, ao estabelecer os procedimentos antes da implementação e pós este processo e,
consequentemente, refletindo inicialmente a forma como o governo municipal se articula para
a realização de uma política pública que enseja uma sistemática que comporte três agentes
citados anteriormente, de forma integrada e cooperada, perante o foco de atuação que a coleta
seletiva.
Observou-se ainda que as condicionalidades apresentadas no arcabouço desta rede
emergiram da necessidade de se esquematizar ações em consonância com as
condicionalidades presentes no contexto de atuação e, no mesmo compasso, a criação de
performances que permitiram o engajamento voluntário dos demais entes neste programa
socioambiental.
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contemporâneas. Brasília, DF: CEPAL/IPEA, 2011. 52 p. (Texto para discussão, n. 40).
MINI CURRÍCULO
Maria Isabel Pia dos Santos
Endereço para acessar este currículo na plataforma lattes:
http://lattes.cnpq.br/8821238260137865
Bacharela em Administração pelo Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ), 2008.
Especialista em Gestão Pública Municipal pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB),
2011.
Discente da Licenciatura em Ciências das Religiões pela Universidade Federal da Paraíba
(UFPB) e integrante do Grupo de Pesquisa Raízes.
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