Casos - Brasil - OMC

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CONTENCIOSOS ENCERRADOS OU SUSPENSOS ndice Cronolgico das Disputas: Brasil como Demandante:s/n Comunidades Europias Regime Europeu de Importao de Bananas..............................................11DS 4 Estados Unidos Padres para Gasolina Reformulada e Convencional...........................................13 DS 69 - Comunidades Europias Medidas Relativas Importao de Carne de Aves............................... 5

DS 70 - Canad Medidas Relativas s Exportaes de Aeronaves Civis.................................................... 4 DS 112 - Peru Investigao de Direitos Compensatrios sobre Importaes de nibus do Brasil............19 DS 154 - Comunidades Europias Medidas Relativas ao Tratamento Diferenciado e Favorvel do Caf. 6 DS 190 - Argentina Salvaguardas Transitrias contra Txteis........................................ ..........................3 DS 208 Turquia Direito Antidumping sobre Conexes de Ao e Ferro................................................. 19 DS 209 - Comunidades Europias Medidas Relativas a Caf Solvel........................... .............................6 DS 216 - Mxico Medida Antidumping Provisria sobre Transformadores Eltricos ............................. 18

DS 217 - Estados Unidos Lei de compensao por dumping e subsdio continuado de 2000 (Emenda Byrd)...................................................................................................................................13DS 218 - Estados Unidos Medidas Compensatrias sobre Certos Produtos Siderrgicos.........................15 DS 219 - Comunidades Europias Direitos Antidumping sobre Tubos e Conexes de Ferro Fundido Malevel...........................................................................................................................................................6 DS 222 - Canad Crditos Exportao e Garantias de Emprstimos para Aeronaves Regionais..............4 DS 224 - Estados Unidos Lei de Patentes dos EUA...................................................................................15 DS 239 - Estados Unidos Direitos Antidumping sobre Silcio Metlico do Brasil....................................16 DS 241 - Argentina Direitos Antidumping Definitivos sobre Frangos Provenientes do Brasil.................. 3 DS 250 - Estados Unidos Imposto de Equalizao do Estado da Flrida sobre o Suco de Laranja.......... 16 DS 259 - Estados Unidos Medidas de Salvaguarda Definitivas sobre Importaes de Certos Produtos Siderrgicos...................................................................................................................................................18 DS 266 - Comunidades Europias Subsdios Exportao de Acar........................................................7 DS 269 - Comunidades Europias Classificao Aduaneira do Frango Desossado Congelado................10

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Brasil como Demandado: DS 22 Medidas Referentes a Coco Ralado.................................................................................................24 DS 30 Medidas Compensatrias Referentes a Coco Ralado......................................................................25 DS 46 Programa de Financiamento s Exportaes de Aeronaves............................................................21 DS 51 Certas Medidas Referentes a Comrcio e Investimento no Setor Automotivo...............................24 DS 52 Certas Medidas Referentes a Comrcio e Investimento no Setor Automotivo................................24 DS 65 Certas Medidas Referentes a Comrcio e Investimento no Setor Automotivo...............................24 DS 81 Certas Medidas Referentes a Comrcio e Investimento no Setor Automotivo...............................24 DS 116 Medidas Relativas a Prazos de Pagamento para Importaes................................................ ......22 DS 183 Medidas sobre Licenciamento a Importaes e Preos Mnimos de Importao................... ......22 DS 197 Medidas sobre Preos Mnimos de Importao.............................................................................23 DS 199 Medidas Referentes Proteo Patentria.....................................................................................23 DS 229 Direitos Anti-Dumping sobre Sacos de Juta..................................................................................24 DS 355 Medidas Anti-Dumping sobre Importao de Certas Resinas da Argentina.................................20 Brasil como Terceira Parte: DS 76 Japo Medidas Relativas a Produtos Agrcolas.............................................................................28 DS 114 Canad Proteo Patentria de Produtos Farmacuticos.............................................................26 DS 121 Argentina Medidas de Salvaguarda sobre Importaes de Calados..........................................26 DS 135 Comunidades Europias Medidas Relativas a Amianto e Produtos Contendo Amanto.............26 DS 138 Estados Unidos Imposio de Medidas Compensatrias sobre Certos Produtos do Ao ao Carbono, Chumbo e Bismuto Laminados a Quente Originrios do Reino Unido.........................................27 DS 152 Estados Unidos - Seo 301-310 da Lei de Comrcio de 1974.....................................................27 DS 160 Estados Unidos Seo 110(5) do US Copyright Act...............................................................27 DS 184 Estados Unidos Medidas Antidumping sobre Certos Produtos Siderrgicos Laminados a Quente............................................................................................................................................................28 DS 204 Mxico Medidas Relativas a Servios de Telecomunicaes....................................................29 DS 212 Estados Unidos - Medidas Compensatrias sobre Certos Produtos Oriundos das Comunidades Europias........................................................................................................................................................28 DS 244 Estados Unidos Reviso de Fim de Perodo dos Direitos Antidumping Aplicados aos Produtos Planos de Ao-Carbono Resistentes Corroso Provenientes do Japo.......................................................28 DS 245 Japo Medidas Relativas Importao de Mas......................................................................29 DS 246 Comunidades Europias Condies de Concesso de Preferncias Tarifrias para Pases em Desenvolvimento............................................................................................................................................27

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CONTENCIOSOS ENCERRADOS OU SUSPENSOS

A. CONTENCIOSOS INICIADOS PELO BRASIL1) Argentina Salvaguardas Transitrias contra Txteis (DS190)Terceiras partes: Estados Unidos, Paquisto, Paraguai.

Em fevereiro de 2000, o Brasil pediu a formao de um painel para examinar salvaguardas transitrias aplicadas pela Argentina contra exportaes brasileiras de tecidos e mesclas de algodo. As medidas entraram em vigor em julho de 1999 e foram objeto de duas decises do rgo de Monitoramento de Txteis (Textile Monitoring Body), da OMC, recomendando sua retirada, e de deciso de Tribunal Arbitral (Mercosul), no mesmo sentido. A Argentina retirou as medidas em abril de 2000, aps o estabelecimento do painel, que no chegou a ser composto. Resultado: Positivo. As medidas foram retiradas sem necessidade de composio do painel. 2) Argentina Direitos Antidumping Definitivos sobre Frangos Provenientes do Brasil (DS241)Terceiras Partes: Canad, Chile, Comunidades Europias, Guatemala, Paraguai e EUA. Relatrio do painel: WT/DS241/R - 22.04.2003

Realizaram-se, em 10 de dezembro de 2001, consultas a respeito da imposio pela Argentina de direitos antidumping definitivos s exportaes brasileiras de frango para aquele pas. Como no houve acordo na etapa de consultas, o Brasil solicitou a formao de um painel, que foi estabelecido em 17 de abril de 2002. Em 5 de julho de 2002, por ocasio de visita presidencial Argentina, foi firmado compromisso de que se abriria reviso da medida antidumping, ao final da qual, os direitos impostos deveriam ser revogados. Como no o foram, renovou-se o compromisso por mais trinta dias, por meio de novo acordo presidencial, em 26 de setembro de 2002. No tendo sido cumprido o compromisso, o painel cujos trabalhos haviam sido suspensos teve prosseguimento. O relatrio final do painel foi adotado pelo rgo de Soluo de Controvrsias da OMC no dia 19 de maio de 2003, dando ganho de causa ao Brasil.

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Resultado: Ganho de causa ao Brasil. 3) Canad Medidas Relativas s Exportaes de Aeronaves Civis (DS70)Terceira Parte: EUA. Relatrio do painel: Relatrio do rgo de Apelao: Relatrio do painel de reviso: Relatrio do rgo de Apelao (Rev.): WT/DS70/R - 14.04.1999 WT/DS70/AB/R - 02.08.2000 WT/DS70/RW - 09.05.2000 WT/DS70/AB/RW - 21.07.2000

O Brasil solicitou consultas ao Canad sobre os financiamentos s exportaes da Bombardier, fabricante de aeronaves, em maro de 1997. As consultas estenderam-se at julho de 1998, quando foi estabelecido painel. Este examinou vrios programas canadenses e concluiu que havia subsdios proibidos nos programas Technology Partnerships Canada e Canada Account. O Canad recorreu e perdeu: o rgo de Apelao (OA) deu prazo at novembro de 1999 para que o Canad alterasse os programas. O Governo canadense efetuou mudanas, questionadas em seguida pelo Governo brasileiro. O OA considerou que as mudanas introduzidas no Technology Partnerships Canada foram adequadas, mas julgou insuficientes aquelas feitas na Canada Account. Resultado: Ganho de causa ao Brasil. [Ver tambm os contenciosos Brasil Programa de Financiamento s Exportaes de Aeronaves (DS46), na seo IV, e Canad - Crditos Exportao e Garantias de Emprstimos para Aeronaves Regionais (DS222), nesta seo.] 4) Canad Crditos Exportao e Garantias de Emprstimos para Aeronaves Regionais (DS222)Terceiras Partes: Austrlia, EUA, ndia e CE Relatrio do painel: Laudo Arbitral WT/DS222/R - 28.01.2002 WT/DS222/ARB - 23.12.2002

Em fevereiro de 2001, realizaram-se novas consultas a respeito da concesso de subsdios

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de programas que apoiam as exportaes de jatos regionais da Bombardier. No ms seguinte, estabeleceu-se painel. O relatrio final do painel, emitido em 9 de novembro de 2001, foi adotado em 19 de fevereiro de 2002, dando ganho de causa ao Brasil no tocante s transaes da Bombardier com as empresas Air Wisconsin, Air Nostrum (ambas sob o programa EDC Canada Account) e Comair (EDC Corporate Account, programa que no havia sido condenado pelo painel DS70) e instruindo o Canad a retirar os subsdios ilegais sem demora (nos termos do Acordo sobre Subsdios). Na reunio do rgo de Soluo de Controvrsias (OSC) realizada em maio, trs meses aps a adoo do relatrio, o Canad comunicou que no tomaria qualquer medida para a retirada dos subsdios. No ms seguinte, o Brasil solicitou autorizao ao OSC para adotar contramedidas apropriadas contra o Canad, no valor de US$ 3,36 bilhes, montante estimado dos prejuzos totais da Embraer em funo dos subsdios proibidos fornecidos pelo governo canadense Bombardier. O Canad discordou do montante e o assunto foi encaminhado a arbitragem. O laudo da arbitragem foi entregue em 23 de dezembro de 2002 e concedeu ao Brasil o direito de retaliar comercialmente o Canad em at US$ 247,8 milhes. Para calcular esse valor, os rbitros estipularam o valor de US$ 3,277 milhes por aeronave canadense subsidiada superior aos subsdios fornecidos por aeronave pelo Brasil (ver contencioso DS46, na Seo IV) acrescido de 20% pelo fato de que o Canad havia declarado que no iria retirar os subsdios condenados. Apesar de admitirem que os subsdios canadenses so maiores do que os brasileiros, os rbitros aplicaram a pena venda de 63 aeronaves da Bombardier, embora o Brasil houvesse questionado a comercializao de 199 avies. Alm disso, os rbitros utilizaram, para o clculo, o custo dos subsdios canadenses, e no os prejuzos totais causados Embraer, como havia pleiteado o Brasil. Resultado: Ganho de causa ao Brasil. [Ver tambm contenciosos Canad Medidas Relativas s Exportaes de Aeronaves Civis (DS70), nesta seo, e Brasil Programa de Financiamento s Exportaes de Aeronaves (DS46), na seo IV.] 5) Comunidades Europias Medidas relativas Importao de Carne de Aves (DS69)Terceiras partes: EUA e Tailndia. Relatrio do painel: Relatrio do rgo de Apelao: WT/DS69/R - 12.03.1998 WT/DS69/AB/R - 13.07.1998

O Brasil solicitou formao de painel contra o mecanismo de administrao de quota

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tarifria para carne de frango utilizado pelas Comunidades Europias (CE). O painel, estabelecido em julho de 1997, deu ganho de causa s CE em relao distribuio da quota tarifria entre pases e ao mecanismo de distribuio das licenas de importao. No entanto, o Brasil obteve ganho de causa no tocante ao preo de referncia utilizado pelas CE para determinar a aplicabilidade e o montante de uma sobretaxa s importaes comunitrias de carne de frango. O rgo de Apelao confirmou as decises. As negociaes para a adequao do preo de referncia s recomendaes do rgo de Soluo de Controvrsias permitiram aos exportadores brasileiros alcanar seu objetivo, a saber, a apropriao de parcela da renda da quota tarifria (quota rent). Resultado: Ganho parcial de causa ao Brasil. 6) Comunidades Europias Medidas Relativas ao Tratamento Diferenciado e Favorvel do Caf (DS154) e Medidas Relativas a Caf Solvel (DS209) Em dezembro de 1998, o Brasil solicitou consultas s CE para discutir os prejuzos s exportaes brasileiras de caf solvel nos ltimos anos em decorrncia das preferncias acordadas a pases andinos e centro-americanos no mbito do chamado regime drogas do Sistema Geral de Preferncias (SGP) comunitrio. Em 12 de outubro de 2000, o Brasil solicitou novas consultas, em que questionou tanto o regime drogas quanto o mecanismo de graduao do SGP comunitrio. Novamente no houve acordo e o Brasil incluiu na pauta do rgo de Soluo de Controvrsias um pedido de estabelecimento de painel. No incio de 2001, no entanto, com a apresentao, pela CE, de proposta concreta para negociao entre as partes, o Brasil retirou seu pedido da pauta do OSC. Entre maro e julho realizaram-se negociaes bilaterais que permitiram uma soluo mutuamente satisfatria, com a concesso de quota tarifria para o Brasil em volume e condies que permitiram recuperar o percentual de mercado que o produto brasileiro detinha antes da entrada em vigor do regime drogas. Resultado: Positivo. Contencioso encerrado sem necessidade de estabelecimento de painel. 7) Comunidades Europias Direitos Antidumping sobre Tubos e Conexes de Ferro Fundido Malevel (DS219)Terceiras Partes: EUA, Japo, Mxico e Chile. Relatrio do painel: Relatrio do rgo de Apelao: WT/DS219/R - 20.12.2002. WT/DS219/AB/R - 22.07.2003.

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Em fevereiro de 2001, o Brasil realizou consultas com as Comunidades Europias (CE) a propsito da imposio de direitos antidumping comunitrios sobre exportaes de tubos e conexes de ferro da Fundio Tupy. Estabeleceu-se painel em julho de 2001. Em dezembro do mesmo ano e em junho de 2002, realizaram-se, respectivamente, a primeira e segunda reunies do painel. Entre uma e outra, as partes mantiveram encontros bilaterais com vistas a uma soluo mutuamente satisfatria, mas no se chegou a acordo. O relatrio final do painel, circulado no dia 7 de maro de 2003, rejeitou a argumentao do Brasil, mas considerou que, em dois aspectos, a medida em apreo era inconsistente com as normas da OMC: i) Zeroing metodologia que infla a margem de dumping, pois no leva em considerao as exportaes feitas acima do preo praticado no mercado interno; (ii) Falhas na determinao final das CE, na qual no est claro como as autoridades europias cumpriram as obrigaes de examinar certos fatores de dano indstria local previstos no artigo 3.4 do Acordo sobre Antidumping. O rgo de Apelao, acionado pelo Brasil em 23 de abril de 2003, emitiu deciso em 22 de julho de 2003, na qual identificou a inconsistncia da medida antidumping das CE com os artigos 6.2 e 6.4 do Acordo sobre Antidumping, pela falha da autoridade investigadora em dar a conhecer empresa brasileira aspectos fundamentais da investigao no contexto de dano indstria comunitria. Nas demais questes suscitadas pelo recurso brasileiro, o rgo de Apelao manteve as decises do painel. Os relatrios do painel e do rgo de Apelao foram adotados pelo rgo de Soluo de Controvrsias (OSC) da OMC no dia 18 de agosto de 2003. Em 17 de maro de 2004, as CE notificaram o OSC da edio de regulamento pelo qual as autoridades comunitrias acreditam ter dado cumprimento quelas decises. O desfecho do contencioso em pouco ajudou a causa do exportador brasileiro pois, com o novo regulamento, a margem de dumping para a empresa brasileira afetada cai de 34,8% para 32%, em funo da eliminao do zeroing. Resultado: Ganho parcial de causa ao Brasil. 8) Comunidades Europias Subsdios Exportao de Acar (DS266)

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Terceiras Partes: Barbados, Belize, Canad, China, Colmbia, Costa do Marfim, Cuba, Estados Unidos, Fiji, Guiana, ndia, Jamaica, Madagascar, Malau, Maurcio, Nova Zelndia, Paraguai, Qunia, So Cristvo e Nvis, Suazilndia, Tanznia, Trinidade e Tobago. Co-demandantes: Austrlia (DS265) e Tailndia (DS 283). Solicitao de consultas: Relatrio do painel: Relatrio do rgo de Apelao: Laudo Arbitral: WT/DS266/1, de 27/9/2002. WT/DS266/R, de 15/10/2004. WT/DS266/AB/R, de 28/04/2005. WT/DS266/33, de 28/10/2005.

Em 27 de setembro de 2002, o Brasil solicitou consultas s Comunidades Europias (CE) sobre os subsdios europeus exportao de acar. A ao brasileira no buscava a abertura do mercado comunitrio ao produto nacional, mas tinha os objetivos de demandar o cumprimento das obrigaes acordadas para o setor na Rodada Uruguai e de reduzir o impacto das polticas comunitrias para o acar. Estas distorcem o mercado internacional, tanto pela via da depresso dos preos, como pelo deslocamento das exportaes de terceiros pases. Na mesma data, a Austrlia apresentou pedido similar, em muitos aspectos, ao pleito do Brasil. As consultas realizaram-se em novembro de 2002, sem que se chegasse a acordo entre as partes. A Tailndia apresentou seu pedido de consultas posteriormente, em 14 de maro de 2003, e manteve consultas com as CE em 8 de abril, tambm sem resultado. O Brasil questionou dois elementos do regime comunitrio do acar: A exportao de excedentes de produo o acar da quota C (proibido de ser vendido no mercado comunitrio) que, embora no desfrute de subsdios diretos, beneficia-se dos subsdios concedidos ao acar das quotas A e B, comercializado nas CE e exportado com subsdios diretos. As exportaes de acar C montam a cerca de 3,6 milhes de toneladas/ano;

A reexportao subsidiada do acar originrio dos pases da ACP1 e da ndia (cerca de 1,6 milho de toneladas/ano) acima dos limites acordados pelas CE no mbito do Acordo sobre Agricultura da OMC. O regime de acar das CE prejudica os pases em desenvolvimento de quatro maneiras:

a) restringe o acesso ao seu mercado por meio de cotas e tarifas altas ao acar refinado; b) ao promover artificialmente as exportaes europias, tira terceiros mercados dos pases mais competitivos; c) impede que os pases da prpria ACP agreguem valor ao seu acar, que jamais1 Ex-colnias europias na frica, Caribe e Pacfico. Dos 77 pases da ACP, 17 beneficiam-se do sistema de preferncias comunitrio: Barbados, Belize, Congo (Repblica Democrtica), Costa do Marfim, Fiji, Guiana, Jamaica, Madagascar, Malau, Maurcio, So Cristvo e Nvis, Suazilndia, Suriname, Tanznia, Trinidad e Tobago, Zmbia e Zimbbue.

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entra refinado na Europa; e d) derruba os preos internacionais do produto. Apesar das preocupaes levantadas a respeito, o Brasil no questionou o acesso preferencial ao mercado europeu de que estes pases usufruem, tendo-se juntado, inclusive, ao consenso que aprovou o waiver ao Acordo de Cotonou (que estabeleceu esse acesso preferencial dos ACP ao mercado comunitrio), solicitado pelas CE na OMC. Com a concluso das anlises dos dados sobre o regime aucareiro europeu, os trs pases reclamantes solicitaram estabelecimento de painel na reunio do rgo de Soluo de Controvrsias (OSC) de 21 de julho de 2003. O painel foi estabelecido em 29 de agosto e seus membros foram indicados pelo Diretor-Geral da OMC em 23 de dezembro. O relatrio definitivo foi divulgado em 15 outubro de 2004, dando ganho de causa aos demandantes. As CE recorreram ao rgo de Apelao (OA) da OMC em 13 de janeiro de 2005. Brasil, Austrlia e Tailndia, em resposta ao recurso europeu, tambm levaram ao OA questes secundrias da deciso do painel. O OA reuniu-se com as partes do contencioso nos dias 7 e 8 de maro de 2005. Seu relatrio foi entregue no dia 28 de abril de 2005, dando ganho de causa aos co-demandantes. Na reunio do OSC de 13 de junho de 2005, as CE anunciaram sua inteno de implementar as recomendaes do OSC, mas deixaram claro que precisariam de prazo de mais de dois anos para tal, perodo com o qual os co-demandantes no concordaram. Dessa forma, o prazo para implementao foi decidido por meio de arbitragem, cujo laudo, divulgado em 28 de outubro, concedeu prazo de 12 meses e 3 dias s CE para implementarem as recomendaes do OSC. Por conseguinte, as exportaes europias deveriam estar limitadas a 1.273.500 toneladas/ano at 22 de maio de 2006. Na reunio do OSC de 19 de junho de 2006, a Unio Europia declarou que, com a aprovao da reforma do regime europeu de acar e a conseqente entrada em vigor dos novos regulamentos que iro reestruturar o mercado europeu, as recomendaes do OSC j haviam sido implementadas (ver documento WT/DS266/35/Add.1 de 02/06/2006). A UE deixaria de ser exportadora lquida e passaria a ser importadora lquida de acar nos prximos anos. Como o Brasil e os outros co-demandantes no estavam seguros quanto ao comportamento do mercado europeu diante das novas regras aprovadas pela UE, sobretudo no que diz respeito ao controle das exportaes subsidiadas, preferiram resguardar seu direitos processuais por intermdio de um acordo procedimental (acordo de sequencing), no qual reservam o direito de passar fase de retaliao aps concluso de um painel de reviso (Artigo 21.5 do Entendimento sobre Soluo de Controvrsias). Dessa maneira, Brasil, Austrlia e Tailndia seguem monitorando, por meio de reunies duas vezes ao ano, os novos instrumentos do regime aucareiro europeu, especialmente no que diz respeito ao controle das exportaes em termos de quantidade e de dispndio oramentrio com subsdios, assim como o comportamento do mercado internacional da commodity.

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Resultado: Ganho de causa ao Brasil no painel e no rgo de Apelao. Implementao: aprovao da Reforma do Regime Europeu de Acar. Monitoramento das exportaes europias aos nveis recomendados pelo OSC. 9) Comunidades Europias Classificao Aduaneira do Frango Desossado Congelado (DS269)Terceiras Partes: China e Estados Unidos. Co-demandante: Tailndia (DS285) Solicitao de consultas: Relatrio do painel: Relatrio do rgo de Apelao: Laudo Arbitral: WT/DS269/1, de 11/10/2002. WT/DS269/R, de 30/05/2005. WT/DS269/AB/R, de 12/09/2005. WT/DS269/13, de 20/02/2006.

Realizaram-se no dia 5 de dezembro de 2002, em Genebra, as consultas solicitadas pelo Brasil s Comunidades Europias (CE) sobre a reclassificao aduaneira de cortes de frango salgado e congelado (Resoluo comunitria n 1223/02 e Deciso da Comisso Europia de 31 de janeiro de 2003), que, no entender do Brasil, violaria os Artigos II (Lista de concesses) e XXVIII (Modificao da lista de concesses) do GATT/1994. A mudana na classificao tarifria significou alterao no direito aduaneiro cobrado das importaes do produto de 15,4% ad valorem para 1.024 Euros/tonelada, cerca de 70% ad valorem. A Associao Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (ABEF) estima que, por fora da medida da Comisso Europia, as exportaes brasileiras de cortes de frango salgado se reduziram em aproximadamente 80%, resultando em prejuzo de mais de US$ 125 milhes j no primeiro semestre de 2003. Anualmente, portanto, as exportaes brasileiras no realizadas poderiam atingir US$ 350 milhes. No dia 2 de outubro de 2003, o Brasil solicitou ao rgo de Soluo de Controvrsias (OSC) a constituio de um painel para solucionar este contencioso, o qual foi estabelecido na reunio do rgo realizada no dia 21 de novembro de 2003. O relatrio final do painel, dando ganho de causa ao Brasil, foi entregue s partes no dia 24 de maro de 2005. Aps recurso apresentado pelas CE, o rgo de Apelao (OA) divulgou, em 12 de setembro de 2005, relatrio que confirmou as concluses e recomendaes do painel. Os relatrios do painel e do OA foram adotados em 27 de setembro de 2005. Em procedimento especfico de arbitragem, foi definido que as CE teriam prazo de nove meses para compatibilizarem sua legislao s determinaes do OSC, prazo que venceu em 27 de junho de 2006. No prprio dia 27 de junho, as CE adotaram regulamento, publicado em 28 de junho, que modifica a classificao aduaneira de cortes de frango salgado e congelado, retornando o produto

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classificao anterior. Com vistas a dispor de um perodo prudencial para avaliar a aplicao do novo regulamento, Brasil e Tailndia firmaram com as CE, no ms de julho de 2006, acordos procedimentais (acordos de sequencing) que preservam seus direitos processuais, inclusive para uma eventual retaliao, frente possibilidade de que a medida adotada pelo lado europeu venha a mostrar insatisfatria. Resultado: Ganho de causa ao Brasil no painel e no rgo de Apelao. Implementao: Adoo de novo regulamento pelas CE. Monitoramento do processo de implementao.

10) Comunidades Europias Regime Europeu de Importao de Bananas (sem nmero porque margem do Mecanismo de Soluo de Controvrsias da OMC) As Comunidades Europias (CE) iniciaram formalmente, em 15 de julho de 2004, processo de reconsolidao de sua tarifa para bananas ao amparo do artigo XXVIII do GATT. Esse processo estava vinculado obrigao assumida pelas CE de modificar seu regime para a importao do produto, regime esse que foi objeto de um painel e de duas arbitragens no rgo de Soluo de Controvrsias da OMC. Nesse contexto, as CE deveriam modificar o regime de quotas tarifrias ento em vigor e substitu-lo por sistema regido apenas por tarifas e compatvel com as regras da OMC, o qual passaria a vigorar a partir de janeiro de 2006. Pelo regime comunitrio de quotas tarifrias, os pases ACP2 se beneficiavam de preferncias que incluam quota com tarifa zero e preferncia tarifria de 300 Euros/tonelada para exportaes extra-quota. Para os pases que exportam bananas s CE em condies de nao mais favorecida (pases NMF, em sua grande maioria latino-americanos), a tarifa consolidada de 680 Euros/tonelada, com uma quota de 2,2 milhes de toneladas a 75 Euros/tonelada. A quota tarifria para os pases NMF era administrada por sistema de licenas cuja distribuio era baseada em histrico de importaes. Tal sistema tendia a manter as maiores fatias do mercado nas mos de competidores do Brasil, os quais so exportadores tradicionais para as CE. Apesar de ter um produto altamente competitivo, o Brasil, na condio de exportador recente para aquele mercado, vinha sendo fortemente prejudicado por essas distores. A passagem para regime exclusivamente tarifrio, com a conseqente eliminao do sistema de quotas e licenas de importao, era, portanto, de todo interesse para o Pas. Em 1 de fevereiro de 2005, as CE notificaram OMC que pretendiam aplicar, no novo regime sem quotas para os pases NMF, uma tarifa de 230 euros por tonelada mais que o triplo2 Ex-colnias europias na frica, Caribe e Pacfico. Dos 77 pases da ACP, 17 beneficiam-se do sistema de preferncias comunitrio: Barbados, Belize, Congo (Repblica Democrtica), Costa do Marfim, Fiji, Guiana, Jamaica, Madagascar, Malawi, Maurcio, So Cristvo e Nvis, Suazilndia, Suriname, Tanznia, Trinidad e Tobago, Zmbia e Zimbbue.

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da tarifa intra-quota de 75 euros por tonelada. Tal notificao ocorreu a despeito da falta de acordo das CE com os exportadores latino-americanos no decorrer das negociaes ao amparo do artigo XXVIII. Nessas condies, Brasil, Colmbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, Nicargua, Panam e Venezuela deram incio ao procedimento arbitral previsto na permisso (waiver) contido em Deciso Ministerial relativa ao Acordo de Associao ACP-CE, deciso essa adotada pelos membros da OMC na Conferncia Ministerial de Doha. O waiver constitui a base jurdica, no mbito da OMC, para a concesso de preferncias comerciais aos pases ACP pelas CE, j que tais preferncias constituiriam, em princpio, violao clusula de nao mais favorecida do GATT. O waiver prev a manuteno de tratamento preferencial s exportaes de vrios produtos dos pases ACP at dezembro de 2007, estipulando, por outro lado, que qualquer parte interessada poder solicitar arbitragem dentro de 60 dias da notificao pelas CE de suas intenes com respeito reconsolidao da tarifa aplicvel s bananas exportadas pelos pases NMF. Nesse procedimento, que ocorreria margem do Entendimento sobre Soluo de Controvrsias da OMC, caberia aos rbitros determinar se a reconsolidao prevista da tarifa das CE aplicvel banana teria como resultado a manuteno, pelo menos, do acesso total ao mercado pelos pases NMF. Se, ao final do procedimento, os rbitros conclussem que as CE no haviam preservado as condies de acesso para os pases NMF, o waiver seria suspenso no que se aplica a bananas. Pelo laudo divulgado em 1 de agosto de 2005, os rbitros determinaram que a tarifa inicialmente proposta pelas CE de 230 Euros/tonelada - no satisfazia os requisitos estabelecidos na Deciso Ministerial. Coube ento s CE tomar providncias para retificar a questo (rectify the matter, nos termos do waiver), e estabelecer consultas com os codemandantes em at 10 dias a contar daquela data. Caso as partes no chegassem a soluo mutuamente satisfatria, os rbitros poderiam ser novamente chamados a examinar o assunto. As partes no lograram alcanar soluo mutuamente satisfatria ao longo das consultas. Nessas condies, as prprias CE solicitaram, no dia 26 de setembro, a segunda arbitragem. Desta vez, caberia aos rbitros determinar se a questo seria retificada com o novo regime proposto pelas CE - tarifa nica de 187 Euros/tonelada, combinada com limitao de 775.000 toneladas, livre de impostos de importao, para as bananas provenientes de pases ACP. Por laudo divulgado em 27 de outubro de 2005, os rbitros concluram que o novo regime proposto pelas CE, com tarifa de 187 Euros/tonelada, no garantiria a manuteno do acesso das bananas de origem latino-americana ao mercado comunitrio. Com essa deciso, o waiver deixaria, em princpio, de se aplicar no que diz respeito a bananas a partir da entrada em vigor do novo regime de importao europeu. As CE anunciaram, no dia 29 de novembro de 2005, a adoo de regime exclusivamente tarifrio, com tarifa de 176 Euros/tonelada para os fornecedores NMF e quota de 775.000

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toneladas isenta de tarifa para importaes provenientes dos pases ACP. O regime anunciado pelas CE, em vigor desde 1 de janeiro de 2006, ademais de reduzir o valor da tarifa inicialmente proposta 230 Euros/tonelada , retira as barreiras no-tarifrias vigentes at o ano passado. Vale observar que o novo regime ainda no foi consolidado na lista de compromissos das CE na OMC. Resultado: Ganho de causa ao Brasil.

11) Estados Unidos Padres para Gasolina Reformulada e Convencional (DS2 e DS4)Relatrio do painel: Relatrio do rgo de Apelao: WT/DS2/R - 29.01.1996 WT/DS2/AB/R - 29.04.1996

O Brasil juntou-se Venezuela no questionamento, em 1995, de aspectos discriminatrios da legislao ambiental norte-americana. Por estabelecer critrios distintos de comercializao para a gasolina produzida nos EUA e para a gasolina importada, o Clean Air Act contrariava o princpio de tratamento nacional da OMC. O painel e o rgo de Apelao deram ganho de causa a Brasil e Venezuela. Os Estados Unidos anunciaram em agosto de 1997 terem implementado as decises do rgo de Soluo de Controvrsias. Resultado: Ganho de causa ao Brasil. 12) Estados Unidos Lei de compensao por dumping e subsdio continuado de 2000 (Emenda Byrd) (DS217 e DS234)Terceiras partes: Argentina, Costa Rica, Hong Kong (China), Israel, Noruega Co-demandantes: Mxico; Canad; Austrlia; Brasil; Chile; Comunidades Europias; ndia; Indonsia; Japo; Coria; Tailndia Solicitao de consultas: Relatrio do painel: Relatrio do rgo de Apelao: Laudo arbitral: WT/DS217/1, de 21/12/2000. WT/DS217/R e WT/DS234/R, de 16/09/2002. WT/DS217/AB/R e WT/DS234AB/R, de 16/1/2003. WT/DS217/14 e WT/DS234/22, de 13/6/2003.

O Brasil participou de demanda comum com outros dez Membros da OMC (Austrlia, Canad, Chile, Comunidades Europias, Coria, ndia, Indonsia, Japo, Mxico, Tailndia) contra a Emenda Byrd, legislao dos EUA que prev que recursos decorrentes da aplicao de direitos compensatrios e de antidumping sejam distribudos s empresas que tenham peticionado

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a abertura das investigaes contra concorrentes estrangeiros (antes da aprovao da Emenda, os recursos recolhidos iam para a conta do Tesouro dos EUA). A Emenda Byrd, por introduzir reparaes no previstas pela OMC, criava problemas sistmicos de toda ordem e afetava o equilbrio de interesses refletido no texto dos acordos multilaterais. O nmero sem precedentes de reclamantes demonstrou o grau de preocupao com as conseqncias da medida. O pedido de consultas sobre a Emenda Byrd foi formulado em dezembro de 2000. O painel foi estabelecido em agosto de 2001. A primeira e a segunda reunies do painel realizaramse, respectivamente, em fevereiro e maro de 2002. O relatrio foi emitido em 16 de setembro, dando ganho de causa aos demandantes e recomendando aos EUA a revogao da medida. Os Estados Unidos recorreram. Foi divulgado, no dia 16 de janeiro de 2003, o relatrio do rgo de Apelao, confirmando a maior parte das decises do painel, embora tenha revertido algumas determinaes secundrias, que no alteraram a concluso central de incompatibilidade da lei com os Acordos da OMC. O Brasil e alguns dos co-reclamantes solicitaram autorizao para retaliar contra os Estados Unidos na reunio do rgo de Soluo de Controvrsias de 26 de janeiro de 2004. No foi indicado montante, que ser proporcional aos desembolsos efetuados. A metodologia de clculo proposta pelo Brasil e outros requerentes foi questionada pelos EUA e o tema foi a arbitragem. O laudo arbitral foi emitido em setembro de 2004, com trs meses de atraso sobre o prazo original previsto, e determinou que o Brasil poderia impor tarifas adicionais de importao sobre produtos dos EUA em montante equivalente a 72% do total de fundos distribudos no ano anterior a empresas norte-americanas, provenientes de direitos antidumping e compensatrios sobre produtos brasileiros. Comunidades Europias (CE), Canad, Mxico e Japo deram incio retaliao. Desde 1 de maio de 2005, CE e Canad passaram a impor tarifa adicional de importao de 15% ad valorem sobre produtos importados dos EUA, identificados em lista. Mxico e Japo iniciaram aplicao de retaliao em agosto e em setembro de 2005, respectivamente. Em fevereiro de 2005, o Executivo americano props revogao da Emenda Byrd em sua proposta oramentria para o ano de 2006. No ms seguinte, projeto de lei para revogao da Emenda Byrd foi introduzido na Cmara dos Deputados. Nesse meio tempo, as Comunidades Europias notificaram o DSB que suspenderiam, a partir de 1 de maio de 2005, a aplicao de concesses e obrigaes relativas importao de produtos norte-americanos. A lista de produtos sujeita a tal suspenso seria atualizada no dia 1 de maio dos anos subseqentes. Em 26 de outubro de 2005, a Comisso de Tributao e Comrcio Exterior da Cmara dos Deputados aprovou (com pequena maioria) pacote oramentrio Deficit Reduction Act - que incluiu

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proposta de revogao da Emenda Byrd (H.R.4241). O referido pacote oramentrio foi aprovado pela Comisso de Oramento da Cmara em 04 de novembro e seguiu para o plenrio da Cmara dos Deputados, onde tambm foi aprovado em 18 de novembro. Em 21 de dezembro, o Senado dos EUA aprovou texto de oramento que incluiu revogao da Emenda Byrd. Em 08 de fevereiro de 2006, o Presidente Bush sancionou o Deficit Reduction Act, que confirmou a sua revogao, com efeitos a partir de setembro de 2007. As Comunidades Europias informaram, em 19 de abril de 2007, o novo valor de retaliao aplicvel contra os Estados Unidos (US$ 81,19 milhes), bem como a incluso de novos produtos na lista de suspenso de concesses. O Japo informou em 23 de agosto novo montante de retaliao para o ano de 2007/08: US$ 48,18 milhes, correspondente a 72% do valor coletado ao longo de 2006 com as exportaes japonesas sujeitas imposio de direito antidumping e distribudos aos produtores americanos. Resultado: Ganho de causa ao Brasil. Implementao em andamento.

13) Estados Unidos Medidas Compensatrias sobre Certos Produtos Siderrgicos (DS218) Em dezembro de 2000, o Brasil solicitou consultas aos EUA para examinar a aplicao de direitos compensatrios sobre produtos siderrgicos fabricados por empresas brasileiras que haviam recebido subsdios antes do processo de privatizao. O Brasil fez ver aos EUA que as medidas compensatrias aplicadas contra as importaes provenientes de siderrgicas brasileiras eram anlogas quelas condenadas no contencioso DS138 (Ver seo III). Ao longo das consultas, ficou evidente que Washington no pretendia alterar sua prtica enquanto no estivessem esgotados todos os recursos legais no mbito da OMC. Paralelamente, o Brasil foi terceira parte no contencioso (DS212) que as Comunidades Europias (CE) moveram contra os EUA sobre matria assemelhada (Ver Parte V).

Resultado: Contencioso suspenso. 14) Estados Unidos Lei de Patentes dos EUA (DS224) O Brasil solicitou consultas em janeiro de 2001 sobre a compatibilidade de dispositivos da legislao norte-americana com o Acordo sobre Aspectos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comrcio (TRIPS). Realizaram-se consultas em abril do mesmo ano. Em funo de negociaes bilaterais, que redundaram na retirada do painel dos EUA contra o Brasil em matria de patentes (DS199), o Brasil aceitou no levar adiante esta disputa.

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Resultado: Contencioso encerrado sem necessidade de estabelecimento de painel. [Ver tambm o contencioso Brasil Medidas Referentes Proteo Patentria (DS199), na seo IV.]

15) Estados Unidos Direitos Antidumping sobre Silcio Metlico do Brasil (DS239) Em 7 de dezembro de 2001, realizaram-se consultas com os EUA. O Brasil questionou a adoo, por aquele pas, de patamares diferenciados de de minimis3 para determinao de margens de dumping em investigaes e revises, bem como a prtica de zeroing4, j condenada pelo rgo de Apelao no contencioso DS141 (Bed Linen). Esses procedimentos podem ter contribudo para a repetida imposio, desde 1991, de direitos antidumping sobre as exportaes da Companhia Brasileira Carbureto de Clcio (CBCC). Aps as consultas, a empresa decidiu buscar soluo por meio de contatos diretos com parceiros e autoridades comerciais dos EUA. At o momento, no se pediu estabelecimento de painel. Em dezembro de 2003, a empresa comunicou ter atingido seus objetivos. Ver, ainda, na Parte V, o contencioso DS244. Resultado: Contencioso encerrado sem necessidade de estabelecimento de painel.

16) Estados Unidos Imposto de Equalizao do Estado da Flrida sobre o Suco de Laranja (DS250) Em 20 de maro de 2002, o Brasil solicitou consultas aos Estados Unidos com relao ao "imposto especial de equiparao" (Equalizing Excise Tax - EET) aplicado pela Flrida, desde 1970, aos produtos processados de laranja importados, nos termos da Section 601.155 da legislao daquele estado. A EET eqivaleria Florida Box Tax, aplicada sobre as laranjas produzidas no estado, e teria o objetivo de eliminar qualquer vantagem que o produto estrangeiro poderia usufruir por no estar sujeito taxa local. A cobrana da EET, fixada pelo Florida Department of Citrus (FDOC), constitua violao de dispositivos do GATT 1994, notadamente no que diz respeito ao princpio do tratamento nacional (Artigo III), uma vez que a renda auferida era utilizada para promoo exclusiva do suco de laranja da Flrida. Alm disso, como a EET no estava prevista no schedule dos EUA, anexo e parte integrante do GATT 1994, sua imposio3 Percentual mnimo abaixo do qual o dumping considerando insignificante. 4 Procedimento que consiste em anular (zerar) quaisquer ocorrncias em que o preo dos produtos importados seja superior ao valor normal.

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acarretava taxao acima do permitido pelo Artigo II:1 (b). O Brasil considera que a EET, da forma como era cobrada e administrada, proporcionava proteo e apoio indevidos aos produtores de ctricos processados da Flrida. Tendo em vista que tais produtos, principalmente na forma de suco de laranja concentrado congelado, encontram-se entre as exportaes mais significativas do Brasil aos Estados Unidos, a taxa adicional sobre o suco brasileiro constitua anulao e prejuzo das vantagens resultantes para o Brasil do GATT 1994. No tendo havido acordo nas consultas entre Brasil e Estados Unidos, o Governo brasileiro solicitou o estabelecimento de painel na OMC em agosto de 2002. O painel foi estabelecido em 1 de outubro daquele ano, mas o incio do processo de sua composio foi adiado por alguns meses para favorecer a busca de soluo mutuamente satisfatria. Nesse sentido, realizaram-se reunies em outubro de 2002 e maro de 2003, quando se verificou algum progresso nas conversaes. O processo de composio do painel teve incio em abril de 2003, tendo sido realizadas quatro reunies at julho daquele ano. Em paralelo, foram concludos processos de aes judiciais que corriam nas cortes norte-americanas contra o Estado da Flrida e o FDOC, tambm sobre a cobrana da EET, o que auxiliou a concluso dos entendimentos bilaterais sobre a matria. Tendo em vista esses desenvolvimentos e a dificuldade em encontrar nomes aceitveis para ambas as partes, decidiu-se suspender o processo de composio do painel em outubro de 2003. Em linha com os esforos bilaterais ento em curso, o Legislativo da Flrida, na legislatura ordinria que teve incio em maro de 2004, passou legislao com emenda Seo 601.155 dos Estatutos da Flrida. Essa emenda foi aprovada pelo Governador da Flrida em 12 de maio de 2004. Com a referida emenda, os processadores de produtos ctricos importados podero se recusar a pagar at dois teros da EET, proporo que era tradicionalmente destinada a campanhas publicitrias e outros mtodos de promoo exclusiva do suco de laranja da Flrida, em detrimento do produto similar importado. Ainda de acordo com a nova redao dos estatutos, os processadores podero tambm objetar que o tero restante de seu pagamento da EET seja dirigido a atividades de publicidade, relaes pblicas ou marketing pelo FDOC. Neste caso, os recursos auferidos com o pagamento da EET apenas podero vincular-se a aes relativas manuteno e administrao do FDOC e elaborao de pesquisas e estudos. O Governo brasileiro considera que foi alcanada soluo mutuamente satisfatria para o contencioso e, nesse sentido, Brasil e EUA dirigiram, em 28 de maio de 2004, notificao conjunta ao rgo de Soluo de Controvrsias da OMC.

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Resultado: Ganho de causa para o Brasil. 17) Estados Unidos Medidas de Salvaguarda Definitivas sobre Importaes de Certos Produtos Siderrgicos (DS259)Terceiras partes: Canad, Cuba, Malsia, Mxico, Tailndia, Taiwan, Turquia, Venezuela. Relatrio do painel: WT/DS259/R - 11.07.2003

Relatrio do rgo de Apelao:WT/DS259/AB/R - 10.11.2003

Em 5 de maro de 2002, o Presidente dos EUA anunciou medidas de salvaguarda contra produtos siderrgicos importados, na maioria dos casos mais restritivas que as recomendaes decorrentes das investigaes de dano realizadas no ano anterior pela ITC (International Trade Commission). O Brasil manteve consultas com os EUA ao amparo do Acordo de Salvaguardas antes e depois (1o e 19 de maro de 2002) do anncio das medidas. Nessas consultas, o Brasil ressalvou seu direito compensao comercial (Artigo 8.1 do AS) pelo prejuzo decorrente das medidas norte-americanas, mas demonstrou disposio para encontrar soluo negociada, inclusive por meio de excluses de produtos brasileiros do mbito das medidas. Quando ficou claro que os EUA dificilmente atenderiam os pleitos brasileiros, decidiu-se levar o assunto ao Mecanismo de Soluo de Controvrsias da OMC. Realizaram-se consultas em 13 de junho, sem que fosse possvel encontrar soluo. Em 18 de julho de 2002, o Brasil solicitou o estabelecimento de painel, o qual foi unificado aos painis pedidos por Comunidades Europias, Japo, Coria, China, Noruega, Nova Zelndia e Sua. Em outubro e dezembro de 2002, realizaram-se as duas reunies do painel com as partes. O relatrio definitivo do painel foi emitido em 11 de julho de 2003, mas os EUA recorreram ao rgo de Apelao, cujo relatrio circulou em 10 de novembro de 2003 e deu ganho de causa aos demandantes. Os EUA acabaram removendo as salvaguardas condenadas. Resultado: Ganho de causa ao Brasil no painel e no rgo de Apelao. 18) Mxico Medida Antidumping Provisria sobre Transformadores Eltricos (DS216) Em dezembro de 2000, o Brasil solicitou ao Mxico consultas a respeito de investigao para efeitos de imposio de direitos antidumping sobre importaes de transformadores eltricos. As consultas realizaram-se no ms seguinte. Em maro de 2001, a Secretaria de Economia do Mxico publicou Resoluo final que concluiu a investigao antidumping com a deciso de no impor direitos sobre as importaes do Brasil.

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Resultado: Positivo. Contencioso encerrado sem necessidade de estabelecimento de painel. 19) Peru Investigao de Direitos Compensatrios sobre Importaes de nibus do Brasil (DS112) O Brasil questionou, em dezembro de 1997, os procedimentos utilizados pelo Peru em investigao de subsdios s exportaes de nibus do Brasil. No foi necessrio solicitar o estabelecimento de painel porque as investigaes concluram pela inexistncia de subsdios em montante significativo e, portanto, no resultaram na imposio de direitos compensatrios. Resultado: Positivo. Contencioso encerrado sem necessidade de estabelecimento de painel.

20) Turquia Direito Antidumping sobre Conexes de Ao e Ferro (DS208) Realizaram-se consultas com a Turquia em novembro de 2000 a respeito dos direitos antidumping aplicados a produtos da Fundio Tupy. O Brasil optou por no solicitar o estabelecimento do painel. Resultado: Contencioso suspenso.

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B. CONTENCIOSOS NOS QUAIS O BRASIL FOI DEMANDADOArgentina: 1) Medidas Anti-dumping sobre Importao de Certas Resinas da Argentina (DS 355) Solicitao de consultas: Solicitao de estabelecimento de painel WT/DS355/1 WT/DS355/2

Em 26 de dezembro de 2006, a Argentina solicitou consultas referentes a medidas antidumping aplicadas pelo Brasil s importaes de certas resinas de polietileno tereftalato (PET). A Argentina considera que tanto a investigao anti-dumping quanto as medidas impostas pelo Brasil so inconsistentes, com os seguintes dispositivos: Artigo VI do GATT 1994; e Artigos 2.2.1, 2.2.1.1, 2.2.2, 2.4, 3.1, 3.2, 3.4, 3.5, 6, 8, 10 e 12 e Anexo II do Acordo Antidumping. Artigo XVI:4 do Acordo Anti-dumping ; Artigo X do GATT 1994; e Artigo 6.14, 10 e 18.4. do Acordo Anti-dumping; Artigos 9 e 18.4. do Acordo Anti-dumping. 01 de fevereiro de 2007 foram realizadas consultas. Na oportunidade, o governo

Em

brasileiro respondeu as perguntas formuladas pela parte argentina e afirmou que as medidas tomadas, bem como a sua normativa interna relativa matria, so consistentes com as obrigaes assumidas no sistema multilateral de comrcio. Na reunio do DSB de 24 de julho de 2007, o painel foi estabelecido. Os painelistas foram escolhidos em setembro de 2007. Em 09 de novembro de 2007, a Argentina entregou sua primeira petio. O Brasil fez a entrega da sua petio em 07 de dezembro de 2007. A primeira audincia do painel com as partes estava marcada para os dias 05 e 06 de fevereiro de 2008. No obstante, em 31 de janeiro de 2008, o governo argentino solicitou OMC a suspenso dos procedimentos, com base no artigo 12.12 do DSU5.5 DSU artigo 12.12 - O grupo especial poder suspender seu trabalho a qualquer tempo a pedido da parte reclamante por perodo no superior a doze meses. Ocorrendo tal suspenso, os prazos fixados nos pargrafos 8 e 9 deste Artigo, pargrafo 1 do Artigo 20, e pargrafo 4 do art. 21 devero ser prorrogados pela mesma extenso de tempo em que forem suspensos os trabalhos. Se o

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A deciso argentina foi possvel graas a acordo realizado em consulta com as empresas envolvidas de ambos os pases, o que permitiu a suspenso dos direitos antidumping aplicados pelo Brasil em decorrncia da alterao nas condies de mercado no mbito do Mercosul (Resoluo Camex n 04, de 29/01/08). O acordo tambm resultar na suspenso dos direitos antidumping em vigor na Argentina sobre as importaes de resina PET do Brasil.

Nota Imprensa N 46, de 06/02/08:

http://www.mre.gov.br/portugues/imprensa/nota_detalhe3.asp?ID_RELEASE= 5102Resultado: Suspenso dos procedimentos.Canad: 2) Brasil - Programa de Financiamento s Exportaes de Aeronaves (DS46)Terceiras Partes: EUA e Unio Europia

Relatrio do painel: Relatrio do rgo de Apelao: Relatrio do painel de reviso: Relatrio do rgo de Apelao (Rev.): Laudo da arbitragem: Relatrio do segundo painel de reviso:

WT/DS46/R - 14.04.1999 WT/DS46/AB/R - 02.08.1999 WT/DS46/RW - 09.05.2000 WT/DS46/AB/RW - 21.07.2000 WT/DS46/ARB - 28.08.2000 WT/DS46/RW/2 - 26.07.2001

Esta disputa correu em paralelo ao contencioso intitulado Canad Medidas Relativas s Exportaes de Aeronaves Civis (DS70), acima descrito, e concluiu que o programa brasileiro (PROEX) violava os acordos da OMC. O Brasil recorreu e perdeu: o rgo de Apelao deu prazo at 18 de novembro de 1999 para que o Brasil efetuasse mudanas no PROEX. O Brasil reformulou o programa (PROEX II), mas o Canad solicitou a abertura de painel de reviso, sob o Artigo 21.5 do DSU, para avaliar as mudanas efetuadas. A disputa na fase de implementao tambm chegou ao rgo de Apelao, que considerou que as modificaes feitas no PROEX notrabalho do grupo especial tiver sido suspenso por mais de 12 meses, a autoridade para estabelecer o grupo especial caducar.

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atendiam s exigncias dos Acordos da OMC. Em dezembro de 2000, o Brasil introduziu novas mudanas no programa (PROEX III), mas insistiu em dar cumprimento integral aos contratos anteriores a 18 de novembro de 1999. Em conseqncia, o Governo canadense obteve autorizao da OMC para aplicar retaliao (aumento de tarifas sobre produtos brasileiros ou suspenso de outras obrigaes) at o montante anual de US$ 233 milhes. O Canad ainda no fez uso da autorizao de retaliar. Em fevereiro de 2001, em sesso extraordinria, o rgo de Soluo de Controvrsias (OSC) aprovou o pedido canadense de estabelecimento de novo painel de reviso para examinar o PROEX III. EUA, Comunidades Europias, Austrlia e Coria atuaram como Terceiras Partes. Em 23 de agosto do mesmo ano, o OSC adotou o relatrio final do painel, que concluiu ser o PROEX III compatvel com os compromissos brasileiros na OMC. Resultado: Ganho de causa ao Canad no painel original. Ganho de causa ao Brasil no ltimo painel de reviso. [Ver tambm, na seo III, os contenciosos Canad Medidas Relativas s Exportaes de Aeronaves Civis (DS70) e Canad Crditos Exportao e Garantias de Emprstimos para Aeronaves Regionais (DS222).] Comunidades Europias: 3) Brasil Medidas sobre Licenciamento a Importaes e Preos Mnimos de Importao (DS183) Em novembro de 1999, realizaram-se consultas entre Brasil e Comunidades Europias (CE) sobre procedimentos de licenciamento de importaes e de valorao aduaneira adotados pelo Brasil. Os EUA participaram como terceira parte. A CE e os EUA no solicitaram estabelecimento de painel. Resultado: Contencioso suspenso. Comunidades Europias, Estados Unidos, Sua, Japo, Austrlia, Coria: 4) Brasil Medidas Relativas a Prazos de Pagamento para Importaes (DS116) Em janeiro de 1998, vrios pases solicitaram consultas com relao s medidas sobre

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contratao de cmbio para importao previstas na Medida Provisria 1.569-9, de 11 de Dezembro de 1997. Nenhum pas decidiu solicitar o estabelecimento de painel. Resultado: Contencioso suspenso. Estados Unidos: 5) Brasil Medidas sobre Preos Mnimos de Importao (DS197) A pedido do Governo norte-americano, foram realizadas, em julho de 2000, consultas formais (tendo as Comunidades Europias participado como terceira parte interessada) sobre supostos procedimentos de licenciamento no automtico e de valorao aduaneira adotados pelo Brasil. Na prtica, as consultas circunscreveram-se a valorao aduaneira. Em agosto de 2000, o Brasil encaminhou respostas a perguntas apresentadas pelos EUA por ocasio das consultas. Os EUA no solicitaram estabelecimento de painel. Resultado: Contencioso suspenso. Estados Unidos: 6) Brasil Medidas Referentes Proteo Patentria (DS199) A primeira reunio de consultas realizou-se em junho de 2000. Nova reunio ocorreu em dezembro do mesmo ano. Em fevereiro do ano seguinte, foi estabelecido painel a pedido dos EUA. Em negociaes bilaterais, concordou-se com a retirada do painel em troca do compromisso de que eventuais casos de licena compulsria afetando empresas norte-americanas seriam previamente notificados pelo Brasil no mbito do Mecanismo Bilateral Brasil Estados Unidos sobre Comrcio e Investimentos. O entendimento foi formalizado em julho de 2001. Resultado: Contencioso resolvido de modo satisfatrio para o Brasil sem necessidade de conformao de painel. [Ver tambm o contencioso Estados Unidos Lei de Patentes dos EUA (DS224), na seo III.] Estados Unidos, Comunidades Europias, Japo, Coria e Canad: 7) Brasil Certas Medidas Referentes a Comrcio e Investimento no Setor Automotivo

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(DS51, 52, 65 e 81) Em agosto de 1996, diversos pases questionaram, sob o Acordo sobre Medidas de Investimento Relacionadas ao Comrcio (TRIMs), dispositivos do regime estabelecido pelo Governo brasileiro para estimular o estabelecimento de montadoras de automveis no pas. As consultas resultaram no estabelecimento de quotas tarifrias, o que permitiu evitar a abertura de painel. Resultado: Assunto resolvido sem necessidade de estabelecimento de painel; satisfatrio para o Brasil. Filipinas: 8) Brasil Medidas Referentes a Coco Ralado (DS22)Terceiras partes: Canad, CE, EUA, Indonsia, Malsia e Sri Lanka. Relatrio do painel: Relatrio do rgo de Apelao: WT/DS22/R - 17.10.1996 WT/DS22/AB/R - 21.02.1997

As Filipinas questionaram direitos compensatrios aplicados pelo Brasil s importaes de coco ralado provenientes daquele pas, alegando descumprimento do artigo 6 do Acordo sobre Subsdios e Medidas Compensatrias. O Brasil argumentou que a lei aplicvel no caso era o cdigo da Rodada Tquio, uma vez que a investigao havia sido iniciada antes da entrada em vigor dos acordos da Rodada Uruguai. O painel (outubro de 1996) e o rgo de Apelao (fevereiro de 1997) decidiram em favor do Brasil. Resultado: Ganho de causa ao Brasil ndia: 9) Brasil Direitos Antidumping sobre Sacos de Juta (DS229) Em abril de 2001, a ndia encaminhou pedido formal de consultas relativo imposio, pelo Brasil, de direitos de antidumping sobre sacos de juta daquele pas. As consultas se realizaram no mesmo ms. Em junho seguinte, o Brasil encaminhou respostas s questes formuladas pela ndia naquela reunio de consultas. A ndia no solicitou estabelecimento de

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painel. Resultado: Contencioso suspenso. Sri Lanka: 10) Brasil Medidas Compensatrias Referentes a Coco Ralado (DS30) O Sri Lanka solicitou consultas no dia 23 de fevereiro de 1996 sobre a mesma medida que as Filipinas (DS22), mas no chegou a pedir a formao de painel. Resultado: Assunto resolvido sem necessidade de estabelecimento de painel; satisfatrio para o Brasil.

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C. CONTENCIOSOS NOS QUAIS O BRASIL ATUOU COMO TERCEIRA PARTE1) Argentina Medidas de Salvaguarda sobre Importaes de Calados (painis solicitados pelos EUA [DS56] e pelas Comunidades Europias (CE) [DS121]). Reclamantes questionaram a legislao argentina quanto imposio de salvaguardas (na forma de tarifas) s importaes de calados. Ganho de causa aos reclamantes. Relatrios do painel e do rgo de Apelao adotados em abril de 1998 (DS56) e janeiro de 2000 (DS121).Relatrios do painel: WT/DS56/R - 25.11.1997 e WT/DS121/R - 25.06.1999 Relatrios do rgo de Apelao: WT/DS56/AB/R - 27.03.1998 WT/DS121/AB/R - 14.12.1999

2) Canad Proteo Patentria de Produtos Farmacuticos (painel solicitado pelas Comunidades Europias; DS114). As Comunidades Europias (CE) questionaram a conformidade da legislao canadense na rea de inveno de produtos farmacuticos com o Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comrcio (TRIPS). Em maro de 2000, foi circulado o relatrio do painel, que deu ganho de causa s CE. O Canad informou, em outubro de 2000, que havia implementado as recomendaes do rgo de Soluo de Controvrsias.Relatrio do painel: WT/DS114/R - 17.03.2000

3) Comunidades Europias Medidas Relativas a Amianto e Produtos Contendo Amianto (painel solicitado pelo Canad; DS135). Questionava-se a legislao francesa que proibia a importao e comercializao de amianto com vistas proteo da sade humana. Ganho de causa s CE. Relatrio do rgo de Apelao adotado em abril de 2001.Relatrio do painel: WT/DS135/R - 18.09.2000

Relatrio do rgo de Apelao:WT/DS135/AB/R - 12.03.2001

4) Comunidades Europias Condies de Concesso de Preferncias Tarifrias para Pases em Desenvolvimento (painel solicitado pela ndia; DS246). O painel foi estabelecido em 27 de janeiro de 2003. A ndia contestou o uso, pelas Comunidades Europias (CE), de critrios discriminatrios entre pases em desenvolvimento na concesso de preferncias tarifrias via Sistema Geral de Preferncias (SGP). O relatrio final do painel foi emitido em 1 de dezembro de 2003, dando ganho de causa ndia. As CE apelaram em 08 de janeiro de 2004. A deciso do

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rgo de Apelao (OA), de 7 de abril de 2004, manteve a condenao ao SGP comunitrio, embora tenha revertido algumas importantes decises do painel (interpretao sobre o carter nodiscriminatrio desse tipo de mecanismo). Em 20 de setembro de 2004, circulou laudo arbitral que estabeleceu o prazo de 14 meses e 11 dias (a contar da adoo dos relatrios pelo rgo de Soluo de Controvrsias OSC , 20 de abril de 2004) para que as CE implementem a deciso do mecanismo de soluo de controvrsias. Por meio da Regulamentao do Conselho n 980/2005, de 27 de junho de 2005, as CE comunicaram ao OSC, em 08 de julho de 2005, que implementaram todas as recomendaes do OA.Relatrio do painel: WT/DS246/R - 01.12.2003

Relatrio do rgo de Apelao:WT/DS246/AB/R - 07.04.2004

5) Estados Unidos Imposio de Medidas Compensatrias sobre Certos Produtos de Ao ao Carbono, Chumbo e Bismuto Laminados a Quente Originrios do Reino Unido (DS138). O painel foi solicitado pelas Comunidades Europias (CE) contra os direitos compensatrios aplicados pelos EUA por subsdios concedidos British Steel antes do processo de privatizao. Ganho de causa s CE. Em julho de 2000, os EUA informaram que haviam implementado as recomendaes do rgo de Soluo de Controvrsias.Relatrio do painel: WT/DS138/R - 23.12.1999

Relatrio do rgo de Apelao:WT/DS138/AB/R - 10.05.2000

6) Estados Unidos - Seo 301-310 da Lei de Comrcio de 1974 (painel solicitado pelas Comunidades Europias; DS152). O painel determinou que a parte questionada da legislao norte-americana (que questionava o USTR a suspender a concesso de benefcios ou impor tarifas e outras restries ao comrcio de bens em casos de violao dos direitos comerciais dos EUA) no era incompatvel com as regras da OMC. O relatrio final foi adotado pelo rgo de Soluo de Controvrsias em janeiro de 2000.Relatrio do painel: WT/DS152/R 22.12.1999

7) Estados Unidos Seo 110(5) do US Copyright Act (painel solicitado pelas Comunidades Europias; DS160). A disputa analisou, luz das disposies do Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comrcio (TRIPS), limitaes impostas pela legislao americana a certos direitos de exclusividade relacionados ao Direito Autoral. O relatrio, adotado em junho de 2000, deu ganho de causa s Comunidades Europias.

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Relatrio do painel:

WT/DS160/R 15.06.2000

8) Estados Unidos Medidas Antidumping sobre Certos Produtos Siderrgicos Laminados a Quente (painel solicitado pelo Japo; DS184). O Japo questionou a metodologia utilizada pelo USTR para a aplicao de medidas antidumping. O relatrio do rgo de Apelao, confirmando as concluses do painel em favor do Japo, foi adotado em 23 de agosto de 2001. Em 10 de setembro, os Estados Unidos informaram sua deciso de implement-lo, o que se deu por meio de resoluo do Departamento de Comrcio, em 22 de novembro de 2002. Na ltima legislatura, foram introduzidos instrumentos normativos para implementar as recomendaes e normas do DSB, num esforo conjunto com o Executivo.Relatrio do painel: WT/DS184/R - 28.02.2001

Relatrio do rgo de Apelao:WT/DS184/AB/R - 24.07.2001

9) Estados Unidos - Medidas Compensatrias sobre Certos Produtos Oriundos das Comunidades Europias (painel solicitado pelas Comunidades Europias para examinar medidas compensatrias aplicadas pelos EUA sobre produtos siderrgicos de empresas privatizadas; DS212). O relatrio do rgo de Apelao, ainda que de forma menos veemente que a do painel, condenou a metodologia aplicada pelos Estados Unidos para determinar se a empresa privatizada continua a beneficiar-se dos subsdios concedidos antes do processo de transferncia de propriedade. O painel de implementao, composto em outubro de 2004, ainda no concluiu os trabalhos.Relatrio do painel: WT/DS212/R - 31.07.2002

Relatrio do rgo de Apelao:WT/DS212/AB/R - 09.12.2002

10) Estados Unidos Reviso de Fim de Perodo dos Direitos Antidumping Aplicados aos Produtos Planos de Ao-Carbono Resistentes Corroso Provenientes do Japo (painel solicitado pelo Japo; DS244). O painel foi estabelecido no dia 22 de maio de 2002. A petio do Brasil concentrou-se nos conceitos de zeroing e de minimis diferenciados. O relatrio do painel, circulado em 14 de agosto de 2003, deu ganho de causa aos EUA no que se refere ao de minimis diferenciado. . O Japo anunciou recurso ao rgo de Apelao (OA), mas no apelou no que se refere a de minimis. O relatrio do OA reverteu as concluses do relatrio do painel, dando ganho de causa ao Japo no que se refere a zeroing.Relatrio do painel: Relatrio do rgo de Apelao: WT/DS244/R - 14.08.2003 WT/DS244/AB/R - 15.12.2003

11) Japo Medidas Relativas a Produtos Agrcolas (painel solicitado pelos EUA; DS76). Os

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EUA questionaram os testes aplicados pelo Governo japons para confirmar a eficincia da quarentena aplicada a certos produtos agrcolas. O relatrio do rgo de Apelao, de fevereiro de 1999, deu ganho de causa aos EUA.Relatrio do painel: WT/DS76/R - 27.10.1998

Relatrio do rgo de Apelao:WT/DS76/AB/R - 22.02.1999

12) Japo Medidas Relativas Importao de Mas (painel solicitado pelos EUA; DS245). O relatrio do painel, circulado em 15 de julho de 2003, concluiu que as medidas impostas pelo Japo sobre importao de mas com o objetivo de prevenir uma praga violavam o Acordo de Medidas Sanitrias e Fitossanitrias. O Japo anunciou recurso ao rgo de Apelao, mas este manteve as decises do painel em 26 de novembro de 2003. Em 30 de julho de 2004, a pedido dos Estados Unidos, foi estabelecido painel para examinar as medidas adotadas pelo Japo a ttulo de implementao das recomendaes do rgo de Soluo de Controvrsias. O painel de implementao foi circulado em 23 de junho de 2005 e considerou que as novas medidas fitossanitrias japonesas ainda no estavam em conformidade com o Acordo sobre Medidas Sanitrias e Fitossanitrias.Relatrio do painel: Relatrio de implementao: WT/DS245/R - 15.07.2003 WT/DS245/RW - 23.06.2005

Relatrio do rgo de Apelao:WT/DS245/AB/R - 26.11.2003

13) Mxico Medidas Relativas a Servios de Telecomunicaes (painel solicitado pelos EUA; DS204). Trata-se do primeiro caso exclusivamente sobre o tema de servios (Acordo Geral sobre o Comrcio de Servios GATS-, Anexo sobre Telecomunicaes). Os EUA consideraram que havia dispositivos discriminatrios e anti-competitivos na legislao mexicana. O relatrio final do painel, adotado em 1 de junho de 2004, concluiu pela inconsistncia das medidas mexicanas questionadas com normas do GATS. Mxico e EUA notificaram acordo sobre ao implementao da deciso do painel.Relatrio do painel: WT/DS204/R 02.04.2004