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Informativo interno da Embrapa Meio Ambiente 1 Informativo Interno da Embrapa Meio Ambiente Nº 111 - ANO 7 - 1 a 15 de novembro de 2014 Cata Vento

Catavento - 1ª quinzena de novembro 2014

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Informativo interno da Embrapa Meio Ambiente, que é uma Unidade de Pesquisa de Tema Básico, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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Informativo Interno da Embrapa Meio Ambiente • Nº 111 - ANO 7 - 1 a 15 de novembro de 2014

CataVento

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SUMÁRIO

Fórum do leitor

Este espaço é reservado para publicação de comentários, críticas e sugestões enviadas por você, leitor. Sua participação é fundamental, escreva para [email protected] ou [email protected] .

Secom discute ciência e tecnologia ...................................3

Embrapa & Escola ...........................................................................3

Seminário ............................................................................................4

Simpósio Agroecologia ..............................................................4

Assinatura de E-mail .....................................................................5

SustenAgro .........................................................................................5

Viagem Internacional ...................................................................5

Oficina ...................................................................................................5

Reunião .................................................................................................6

7º Congresso Nacional da Bioenergia ...............................6

Evento Agricultura Familiar ......................................................6

Resenha ................................................................................................7

Chefe GeralCelso Vainer Manzatto

Chefe Adjunto de AdministraçãoMarcos Antônio Vieira Ligo

Chefe Adjunto de Pesquisa e DesenvolvimentoMarcelo A. Boechat Morandi

Chefe Adjunto de Transferência de TecnologiaLadislau Araújo Skorupa

Núcleo de Comunicação Organizacional - NCOCristina Tiemi Shoyama

Edislene Ap. Bueno RuzaEliana de Souza Lima

Gabriel Pupo NogueiraMarcos Alexandre Silva

Maria Cecília Valadares ZittoMaria Cristina Tordin

Silvana Cristina Teixeira

EXPEDIENTE

JornalistasMarcos Alexande Silva

Maria Cristina TordinEliana Lima

TextoMaria Cristina Tordin

Eliana Lima

RevisãoCristina Tiemi Shoyama

Victor Paulo Marques SimãoEliana Lima

Projeto GráficoSilvana Cristina Teixeira

DiagramaçãoGabriel Pupo Nogueira

Foto da capaThinkstock/Embrapa

PeriodicidadeQuinzenal

Publicação de responsabilidade do Núcleo de Comunicação Organizacional - NCO da Embrapa Meio Ambiente, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Contatos e sugestão de matérias: [email protected] ou [email protected]

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A Secretaria de Comunicação (Secom) reuniu, de 20 a 24 de

outubro, 60 jornalistas de todas as Unidades da Embrapa para o Semi-nário “Comunicação da Ciência e Tecnologia”, ocorrido na Sede, em Brasília. Foi uma semana de discussão em torno de diferentes aspectos que envolvem o tema, durante a qual os jornalistas assis-tiram palestras de convidados internos e externos à Embrapa, parti-ciparam de oficinas e discutiram o contexto atual da comunicação para ciência de tecnologia em mesas redondas que reuniram profissionais reconhecidos nesse campo e especia-listas da empresa.Os comunicadores que participaram do evento integram a equipe da Agência Embrapa de Notícias, iniciativa da

Secom neste ano para promover de forma especializada a divulgação das pesquisas realizadas pela empresa. Os textos produzidos são detalhados e mais aprofundados, levando a milhares de veículos de comunicação, nacio-nais e internacionais, pautas relevantes da pesquisa agropecuária brasileira. A Agência está disponível para acesso de todos pelo portal corporativo, na Sala de Imprensa.Para Marcos Vicente, jornalista recém--contratado na Unidade, “o encontro serviu para aumentar o entendimento de como a Agência funciona, quais as demandas. Serviu também para entender melhor o papel da comuni-cação na empresa e também, o mais importante, criar uma rede de contato com os demais jornalistas, o que faci-lita o nosso trabalho”.

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EMBRAPA & ESCOLAArborização urbana, a importância da floresta e das águas, como também os 4Rs - Reduzir, Reutilizar, Reduzir e Repensar foram as temáticas abor-dadas por Laerte Scanavaca Junior a 40 alunos do 1º ano do ensino médio da Escola Deputado Jamil, no dia 16. Já os alunos do 2º e 3º anos estiveram na Unidade no dia 13 e conheceram as atividades do Laboratório de Ecossis-temas Aquáticos e Bioindicadores e do Laboratório de Geotecnologias e Métodos Quantitativos, apresentados por Ana Lúcia Marigo, Gino Zambon, Emília Hamada e José Tadeu Lana. Também nesse dia, 115 alunos da 2ª série do Ensino Médio da Fundação Bradesco de Campinas participaram de palestra sobre extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade "utiliza", em média, para se sustentar, biocapacidade e metodologia de conta-bilidade ambiental, com Alfredo Luiz e sobre agropecuária sustentável, com Magda Lima. E em 19 de novembro o tema Agroeco-logia será abordado por Joel de Quei-roga e Katia Braga para 40 estudantes do Ensino Médio e dois professores (Filosofia e Biologia) da EE Martinho Rubens Belluco de Americana, SP. O grupo visitou o Sítio Agroecológico depois de palestra introdutória.

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SECOM DISCUTE CIÊNCIA E TECNOLOGIA COM JORNALISTAS DE TODA A EMPRESA

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SEMINÁRIO

Em 30 de outubro tivemos o semi-nário técnico “Falhas de tecnologias transgênicas inseticidas (Bt): crônica de uma morte anunciada?”, proferido por Aline Nunes Maia.O seminário abordou a questão de falhas no controle de pragas-alvo pelas toxinas Bt expressas em culturas transgênicas. Essas falhas vêm ocor-rendo no Brasil desde 2013, principal-mente na cultura do milho, levando ao aumento do uso de inseticidas tradi-cionais. Foram discutidas as causas da rápida evolução de resistência das pragas e apresentada uma abordagem baseada em modelos matemáticos de simulação para auxílio na definição de práticas de manejo preventivo para retardar esse processo natural. O modelo, baseado no Modelo Deter-minístico de Caprio, foi codificado no software RRiskBt, desenvolvido em 2003 durante o doutorado da pesqui-sadora, sob a orientação do prof. Durval Dourado Neto, do Departa-mento de Produção Vegetal da Esalq, USP. Essa versão está sendo atuali-zada pelo analista Elias Almeida para que seja disponibilizada aos usuários juntamente com uma manual e artigo científico sobre as bases teóricas e aspectos computacionais do modelo.

O Centro de Ciências Agrárias (CCA), Campus Araras da UFSCar, promove entre os dias 27 e 29 de novembro o III Simpósio de Agroecologia e Desenvolvimento Rural, com o tema "Interdisciplinaridade e Formação". O evento é organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Agroeco-logia e Desenvolvimento Rural (PPGADR) do CCA.No dia 27, a programação conta com mesas-redondas sobre "Políticas Públicas, Organização Social e Agroecologia" e "Tecnologias e Processos Agroecológicos", apresentação de trabalhos e preparação de síntese e encerramento com uma ativi-dade cultural. Na mesa-redonda sobre Políticas Públicas, Lucimar de Abreu aborda o tema “O papel das organizações sociais na construção da Agroecologia no Brasil”. Esta apresentação é fruto de resultados parciais do projeto de pesquisa denominado “Agroecologia na França e no Brasil: a transição para práticas socio-ecológicas e recomposição de áreas científicas” projeto financiado pela Capes-Cofecub. Conforme a pesquisadora, “na década de 70 emergiram no Brasil novos estilos de produção ecológicos denominados de agricultura alternativa (AA), em oposição ao modelo de agricultura convencional”.“Apoiada por ONGs, estudiosos do tema e pelo movimento ambientalista, a agri-cultura alternativa evolui progressivamente para a denominação de agroecologia (AE). Um dos objetivos do projeto é analisar as interações entre os atores-chave da agroecologia e a construção de políticas públicas, pois essas interações e diálogos intensos desempenham um papel chave para a legitimidade da agroecologia no país”.“Assim, continua a pesquisadora, essas inter-relações são comprovadas por meio da análise de trajetórias de um conjunto de atores-chave (entrevistas e curriculum vitae). Essas trajetórias geram concepções diferenciadas da agroecologia, que podem ser classificadas em três aspectos principais: a noção de processos de tran-sição da agricultura, público-alvo e, por último, a visão sobre o tipo de relação com o mercado. Concluímos que as diferenças de percepção sobre a agroecologia estão diretamente relacionadas a distintas formações teóricas e trajetórias sócio profissionais específicas”, diz.

UFSCAR ORGANIZA O III SIMPÓSIO AGROECOLOGIA E DESENVOLVIMENTO RURAL

Programação conta com mesas--redondas, apresentação e síntese de trabalhos e oficina

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OFICINA

Introdução ao desenho de sistemas agroflorestais biodiversos em assenta-mentos rurais em 4 de novembro, em Serra Azul, SP, coordenado por Luiz Octavio Ramos Filho, Myrian dos Santos Ramos e Resemeire Scopinho da UFSCar, com o objetivo de apresentar conceitos e técnicas para o desenho de 31 parcelas de Sistemas Agroflores-tais Biodiversos, a serem implantados em lotes de agricultores familiares do Assentamento Sepé Tiaraju, em Serrana, SP.Os modelos e estratégias para restau-ração e uso sustentável de Áreas de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal (RL) e Áreas de Uso Restrito (AUR) - Biomas Cerrado e Mata Atlântica serão discutidos em oficina em 18 e 19 de novembro, sob a coordenação de Ladislau Skorupa e Luiz Octavio.São parceiros a Embrapa Cerrados, Agrobiologia, Florestas, Solos, Agros-silvipastoril, Meio Norte, Gado de Leite, Instituto de Pesquisas Florestais (Ipef), Secretaria do Meio Ambiente de SP, Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE) e Instituto Estadual do Ambiente (Inea-RJ).Os objetivos são a apresentação e avaliação de modelos e estratégias de restauração e uso sustentável de APP, RL e AUR propostas por diversas UDs da Embrapa e instituições parceiras para os biomas Cerrado e Mata Atlântica

SUSTENAGROReunião sobre desenvolvimento de ontologias para a sustentabilidade da agricultura - suporte ao Projeto Suste-nAgro, sob responsabilidade de Katia de Jesus, em 3 de novembro. Em 4 de novembro, houve reunião sobre estudo de algoritmos para formulação do Banco de dados do Projeto Suste-nAgro. Em 5 de novembro, o tema foi ferramentas de websemântica para desenvolvimento do Sistema Suste-nAgro. Todas as reuniões ocorreram na Embrapa Informática Agropecuária em Campinas, SP.

PADRONIZAÇÃO DAS ASSINATURAS DE E-MAIL

VIAGEM INTERNACIONAL

Lucimar de Abreu estará em Paris e Avignon na França, de 30 de novembro de 2014 a 28 de fevereiro de 2015, com o objetivo de dar continuidade às ativi-dades de Cooperação do Projeto Capes/Cofecub.

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NOVAS TECNOLOGIAS EMBRAPA FAZEM PARTE DA PROGRAMAÇÃO DO 7º CONGRESSO NACIONAL DA BIOENERGIA

A Embrapa participou com a sala “Novas Tecnologias Embrapa“ como parte da programação do Congresso Nacional de Bioenergia, realizado pela União dos Produtores de Bioenergia (Udop), em parceria com a Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil (Stab), em sua 7ª edição em 2014, de 12 a 13 de novembro. O evento reuniu mais de 1,2 mil congres-sistas, entre público, palestrantes, moderadores e lideranças do setor. Este é um evento tradicional na programação oficial do setor e conta há mais de dois anos com a participação efetiva da Embrapa. (http://www.udop.com.br/index.php?item=congresso)Neste ano, a sala contou com três paineis que tratam de grandes desafios para o atual sistema de produção de cana-de-açúcar, sendo estes: o manejo susten-tável da palhada, a cana e o uso da água e inovações em adubação, além de uma palestra sobre os impactos da integração na produção de etanol de milho e cana-de-açúcar como destaque de sustentabilidade para unidades de produção da região Centro-Oeste do Brasil. A organização foi de Nilza Patrícia Ramos.

EVENTO PROMOVEU DEBATES NO ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR

Cerca de 300 agricultores familiares, extensionistas rurais, docentes, estu-dantes e pesquisadores estiveram reunidos na Embrapa Meio Ambiente em 12 de novembro para participar do I Encontro da Agricultura Familiar do Leste Paulista: caminhando rumo à agroecologia. A comissão organizadora foi constituída por representantes de instituições dos agricultores familiares, pesquisa, ensino e extensão rural. O objetivo foi promover a reflexão e a articulação para o fortalecimento da Agricultura Fami-liar do Leste Paulista.

REUNIÃO

Representantes da empresa Evofuel (Israel) estiveram na Unidade em 5 de novembro, para conversar com Dartanhã José Soares sobre a cultura da mamoneira. Houve apresentação da empresa e discussão de possível parceria técnico-científica. A Estação Quarentenária de orga-nismos úteis para controle biológico de pragas da Embrapa Meio Ambiente foi apresentada para Gustavo Bacchi, do Project Leader Agricultural Services - SGS – Brazil por Simone de Souza Prado e Luiz Alexandre Nogueira de Sá em 6 de novembro. A empresa elabora um projeto de quarentena e tem interesse em conhecer projetos seme-lhantes. O objetivo dessa visita é incor-porar as ideias e sugestões de outras Estações Quarentenárias, com maior experiência no uso das suas instalações.Encontro dos membros do projeto MoBARS: desenvolvimento e imple-mentação de um sistema de monitora-mento agrícola para o Brasil, via dados de satélites de observação da Terra, em 14 de novembro, sob coordenação de Alfredo Luiz, em parceria com o Inpe.O objetivo é discutir metodologias de amostragem estatística em uso no Projeto MoBARS (Ciência sem Fron-teiras) e geração de relatório parcial das etapas já realizadas, com membros do Projeto Desenvolvimento e imple-mentação de um sistema de monitora-mento agrícola para o Brasil, via dados de satélites de observação da Terra.

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RESENHA

Título: Uma casa para o sr. Biswas

Editora: Companhia das LetrasAutor: V. S. Naipaul

O que me instigou a conhecer a obra de V. S. Naipaul teve inicialmente relação com sua formação multicul-

tural. De origem indiana, ele nasceu em Trinidad e Tobago, um pequeno país situado em ilhas do Mar do Caribe, a nordeste da costa Venezuelana, e migrou para a Inglaterra aos 18 anos, onde se tornou uma celebridade como escritor. Apesar de muito conhecido internacionalmente, mesmo antes de ser agraciado com o Nobel de Literatura, em 2001, só teve seu primeiro livro traduzido e publicado no Brasil em 1987, quando o autor já contava 55 anos.Na época da publicação da segunda edição deste livro, orga-nizada logo após a divulgação da premiação do Nobel, o meu interesse foi intensificado ao ler as críticas e pelo tema específico da história.O autor confessa que o livro, embora não seja uma autobio-grafia, é totalmente baseado na história de sua família, tanto a vivida por ele próprio durante a infância e adolescência, quanto a ouvida de seus parentes e, principalmente, do seu pai, figura que inspirou o personagem principal, o sr. Biswas. Apesar disso, o escritor alerta que essa é uma obra de ficção, de imaginação, em que apenas o ambiente, o cenário é que guardam semelhanças com a vida nas aldeias de indianos em Trinidad, na primeira metade do século XX. Como disse, o tema me chamou a atenção, pois eu também passei anos da minha infância envolvido com meu pai na reforma de nossa casa e sonhando com a construção de uma outra. A coincidência terminou aí. A época, a cultura, o ambiente, as preocupações, tudo o mais é diferente. Mas, o livro superou em muito as minhas expectativas.Ele é carregado de humor e ingenuidade. Algumas passagens podem ser tão emocionantes que beiream a pieguice, mas o equilíbrio é rapidamente restabelecido. O texto consegue mesclar momentos de angústia com tiradas de inteligência, sabedoria e até comicidade, de maneira a tornar a leitura agradável, ou suportável, no sentido de elevar a ansiedade até um ponto e repentinamente amenizar o clima com algo engraçado. Aliás, como costuma acontecer na vida real.Para meu desapontamento, algumas pessoas próximas não conseguiram ler todo o livro. Tenho a desconfiança de que isso se deve mais às qualidades do que aos defeitos da publi-cação. Explico: a trama é tão humana, retrata com tamanha fidelidade o dia a dia das personagens, que parece tocar as mais profundas memórias afetivas de quem mergulha na

leitura. Talvez eu não esteja conse-guindo explicar exatamente esse aspecto, mas o relato do autor em um prefácio escrito mais de 20 anos após a primeira edição do livro, exemplifica bem. Ele conta que estava viajando, em Chipre, e ouviu a representação de um capí-tulo de novela no rádio, baseada na sua obra. Naipaul nos conta que não tinha tido coragem de reler o próprio livro desde sua primeira edição e que, mesmo diante de uma adaptação que não seguia ao pé da letra o que ele tinha escrito, foi levado às lágrimas ao reencontrar, tão distante no tempo e no espaço, o mundo de onde surgiu.Apesar de ter apreciado muito o livro, não posso deixar de fazer uma pequena crítica à tradução. Entendo que é difícil traduzir um livro escrito em inglês por um descendente de indianos que cresceu em um país em que além do inglês, língua oficial, fala-se o hindi e o patois - dialeto que mistura o francês com outros idiomas, em especial porque cita costumes religiosos, culturais e alimentares estranhos aos brasileiros. Entretanto, o uso da palavra 'copra' por exemplo, para se referir à polpa do coco seco, mais dificulta do que ajuda na compreensão da história. Isso não impede que apreciemos a leitura, mas uma pequena 'adaptação' poderia ajudar. Nada, porém, que uma breve busca na internet ou em um bom dicionário não resolva.Além do personagem central, o sr. Biswas, ocupa papel fundamental no enredo a casa, ou as casas, por onde seus avós, pais, ele e sua família passaram ao longo da vida. O valor atribuído à casa nada tem a ver com sua localização, tamanho, praticidade ou mesmo habitabilidade. É o fato de ser um lar, representar o seu lugar no mundo, onde se é livre, que confere tamanha importância ao fato de o sr. Biswas finalmente conseguir a sua casa.Fora isso, o livro é rico em imagens, reais ou fantasiosas, com as quais normalmente não estamos habituados. E isso, ao contrário de fazer com que estranhemos o comportamento das pessoas, torna ainda mais evidente que não importa quão diferentes sejamos na aparência, somos semelhantes interior-mente e partilhamos as mesmas dores e alegrias.

Alfredo José Barreto Luiz

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