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SISTEMA DE RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS SOB PISO ELEVADO INTEGRADO
A RESERVATÓRIO DE IRRIGAÇÃO ASCENSIONAL
CATEGORIA
PROJETOS E PRÁTICASSUSTENTÁVEIS
MELNICK EVEN A
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01APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
A Melnick Even, com 20 anos de atuação no mercado gaúcho é uma das maiores
incorporadoras do Rio Grande do Sul. Alia, por um lado, seu alto padrão de qualidade e conhecimento
do mercado local à experiência e solidez da Even e, por outro, realiza projetos inovadores com alto
padrão de execução e atendimento.
Em 2007, o grupo Melnick Even ampliou-se com a criação da Eixo-M, empresa que se destaca no
ramo de prestação de serviços no setor da construção civil, atendendo os mais diferentes segmentos
com qualidade, agilidade e cumprimento de prazos.
O Grupo Melnick Even conta atualmente com mais de 4.850 colaboradores, diretos e
terceirizados. É certificada ISO 9001 desde 2001 e classificada com nível A pelo PBQP-H ( Programa
Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat) sendo, atualmente, referência em Recursos
Humanos na construção civil e líder em imóveis de alto padrão no mercado gaúcho.
Recebeu 2 prêmios Top de Marketing Promocional, 4 Top Ser Humano pela ABRH/RS e Top
Cidadania/2010. Em 2011, a empresa foi uma das mais premiadas do estado, recebendo 3 Top de
Marketing da ADVB/RS e o prêmio Mérito Ambiental por suas ações de responsabilidade ambiental,
além do Prêmio Sinduscon de Responsabilidade Social.
Nos últimos três anos, a Melnick Even vem crescendo de forma consolidada a partir de uma
estratégia de comercialização com foco no conceito arquitetônico diferenciado de seus
empreendimentos, obtendo em 2012 um crescimento de cerca de 28%, com R$ 410 milhões de VGV
lançado ( valor geral de vendas) contra R$ 320 milhões em 2010.
Atualmente a empresa conta com 21 canteiros de obras, 670.000 m² em construções
simultâneas, tendo 47 torres , 4 loteamentos/condomínios e 4.043 unidades sendo edificadas até o
presente momento.
Para maiores informações sobre o Grupo Melnick Even, clique no link abaixo para ver o vídeo
institucional :
Sede Melnick Even
http://youtu.be/-JoXcvREJX8
O MOMENTOCONSEQUÊNCIAS DO CRESCIMENTO ACELERADO
02Assim como outras metrópoles brasileiras, Porto Alegre vem sofrendo um processo constante
de aumento da urbanização. Grandes áreas estão tornando-se centros residenciais, com a crescente
construção de loteamentos e condomínios.
A urbanização acelerada aumenta o grau de impermeabilidade do solo, provocando o
escoamento superficial das águas e a redução do tempo de retorno nas chuvas, comprometendo
seriamente os sistemas de drenagem existentes na cidade. Os alagamentos frequentemente verificados
em pontos críticos têm ocasionado, nos últimos anos, sérios transtornos à população, com grandes
perdas materiais e até de vidas humanas (PMPA, 2006).
O crescente grau de impermeabilidade dos solos nos centros urbanos vem gerando a quebra do
ciclo natural das águas, o aumento do volume de escoamento, o aumento da contaminação física e
química das águas e do lençol freático, o aumento da velocidade de fluxo, e o consequente aumento das
inundações. A Figura 1 ilustra a evolução do processo de impermeabilização do solo e redução das águas
de infiltração.
A ilustração registra que, enquanto o solo natural pode proporcionar até 90% de infiltração, com
apenas 10% de águas em escoamento pela superfície; o quadro se inverte totalmente nas grandes
cidades, chegando a 99% de percolamento superficial das águas nas precipitações e apenas 1% de
infiltração.
Os projetos de drenagem urbana tradicionais têm como filosofia escoar a água precipitada o
mais rapidamente possível para jusante. Este critério aumenta o nível de inundação das bacias
hidrográficas urbanas (PMPA, 2005). Neste cenário, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre implantou o
Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDrU) e adotou uma série de medidas mitigadoras dos efeitos de
inundações.
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ENTO
Figura 1: Processo de impermeabilização do solo e suas consequências (Fonte: PASCHOAL, 2012)
O MOMENTOCONSEQUÊNCIAS DO CRESCIMENTO ACELERADO
03Também o novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) do município
de Porto Alegre permite à municipalidade exigir medidas de controle de escoamento em novos
empreendimentos implantados na cidade. Atualmente, o Decreto nº 15.371, de 17 de novembro de
2006, regulamenta o controle da drenagem urbana e prevê a exigência do uso de dispositivos de
amortecimento em todas as novas edificações implantadas em terrenos com área superior a 600 m². Os
reservatórios de detenção de águas pluviais são dispositivos de armazenamento que retêm as águas
pluviais por um certo período de tempo, reduzindo o pico de vazão à jusante e reduzindo a contribuição
para a rede pluvial.
A multiplicação de dispositivos deste tipo nas cidades aumenta o tempo de retorno das águas
de chuvas, recompondo as vazões a níveis aceitáveis pela rede pública disponível, o que atenua os riscos
de inundação. A Figura 2 demonstra a vazão de águas pluviais ao longo do tempo, em redes com e sem
dispositivos de armazenamento:
Projetar e dimensionar de forma adequada os reservatórios de detenção - também chamados
bacias de detenção -, é o desafio de projetistas e construtoras, visando regular os efeitos das chuvas
intensas causadoras de inundações.
A questão das inundações, entretanto, pode ser considerada um viés importante de uma
questão ainda mais ampla do ponto de vista ambiental.
Os efeitos da impermeabilização do solo em áreas urbanas impactam diretamente no meio
ambiente, com a consequente redução das características de biodiversidade destes ambientes, como a
degradação de sua flora e fauna, aumento das temperaturas, desertificação e alterações
hidrogeológicas significativas.
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ENTO
Figura 2: Gráfico vazão x tempo de retorno para redes com e sem dispositivos de armazenamento (Fonte: PMPA, 2005)
O MOMENTOCONSEQUÊNCIAS DO CRESCIMENTO ACELERADO
04Considerando ainda que estes efeitos ocasionam perda da qualidade de vida da
população e exigem a aplicação crescente de recursos para conter inundações e reparar os
prejuízos ao meio ambiente, completa-se o quadro evolutivo de impacto às características
ambientais, sociais e econômicas do espaço urbano, tripé básico da Sustentabilidade.
Neste contexto, o aumento da impermeabilidade dos solos determina obviamente a
redução de áreas vegetadas, agravando o quadro.
Áreas vegetadas exercem papel fundamental no equilíbrio do meio ambiente das áreas
urbanas e sua redução impacta em sérios prejuízos à retenção e filtragem das águas de chuvas,
causando ainda a deterioração da qualidade do ar e o aumento da temperatura urbana pelo
efeito “Ilha de calor”, entre outros aspectos ambientais e paisagísticos.
Desta forma, os desafios da Melnick Even tornaram-se ainda mais abrangentes,
determinando-se a busca por soluções técnicas que atendessem às necessidades de
especificação e dimensionamento do reservatório de detenção, à luz da série de conceitos
sustentáveis que condicionaram e determinaram as premissas de projeto propostas para o
empreendimento.
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ENTO
Figura 3: Efeito “Ilha de calor” em grandes cidades (Fonte: PASCHOAL, 2012)
OBJETIVOS & DESAFIOSCONDICIONANTES DESAFIADORES
OB
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AFI
OS
05O empreendimento Grand Park Eucaliptos ocupa um terreno de 17.669,54 m², situado no Bairro
Menino Deus, em Porto Alegre, com uma área total construída de 65.078,09 m², distribuída em 7 torres
residenciais, com um único subsolo de estacionamento, comum a todas as torres, e uma grande área no
pavimento térreo, dotada de infraestrutura de lazer e um projeto de paisagismo que privilegia a
natureza.
O projeto paisagístico do empreendimento prevê, nas áreas descobertas do nível térreo, a
ocupação dos espaços com piscinas e fontes, playgrounds, espaços de vivência, decks, passeios e
jardins, floreiras, quadras esportivas e vagas para visitantes e condôminos, em um projeto de
paisagismo que valoriza as áreas vegetadas e as áreas livres permeáveis e parcialmente permeáveis.
A área livre total descoberta do pavimento térreo é de 4.408,74 m², o que representa 25% da
área líquida do terreno. Além disso, o empreendimento prevê a doação de uma área onde será instalada
uma praça pública com mais 4.417,38 m², que será disponibilizada para a comunidade, junto à testada
da Rua Silveiro. Somadas, as duas áreas livres descobertas do empreendimento representam 40% da
área escriturada do terreno original.
Figura 4: Situação do empreendimento e entorno(Fonte: Folder Melnick Even)
Figura 5: Implantação do empreendimento no quarteirão(Fonte: Melnick Even)
Estádio Beira-Rio
OBJETIVOS & DESAFIOSO
BJE
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S06
O projeto arquitetônico do empreendimento adotou 648 vagas de estacionamento no
subsolo, atendendo todas as exigências legais e valorizando o espaço livre e descoberto do
térreo para a implantação do lazer e paisagismo.
Diversas condicionantes, no entanto, limitaram as soluções técnicas.
O Plano Diretor institui na região uma limitação de altura que impacta em restrições do
número de pavimentos, gerando o uso ajustado de pés-direitos em pavimentos de subsolo e
térreos.
Da mesma forma, a rede pública de esgoto pluvial em frente ao imóvel possui restrições
de locação e pequena profundidade em função da passagem das adutoras de grande diâmetro
da Hidráulica do Menino Deus, localizada na Rua Barão de Guaíba, junto à Igreja do Menino
Deus. As adutoras trazem a água do Rio Guaíba para a hidráulica através de 4 dutos de
diâmetros superiores a um metro, margeando o empreendimento nas Ruas Silveiro e Barão de
Guaíba.
Esta forte condicionante determina rígido limite para as cotas de saída das redes de
esgoto pluvial por sobre as adutoras, impedindo o uso de reservatórios enterrados sob o piso
do estacionamento.
O grande desafio deste empreendimento, portanto, era projetar um reservatório de
detenção de águas pluviais de grande volume, com baixo impacto nas áreas de implantação e
nas áreas livres do terreno, respeitando estas e outras condicionantes.
Foram consideradas importantes condicionantes técnicas e ambientais:
Cota de saída muito superficial, limitada pela profundidade e diâmetro das adutoras;
Impossibilidade de uso de reservatório de detenção enterrado sob o piso do subsolo;
Implantação do pavimento térreo privilegiando as áreas de lazer e áreas verdes;
Recuos de jardim e demais áreas respeitando os limites percentuais de áreas livres
permeáveis ou parcialmente permeáveis, conforme Projeto Arquitetônico aprovado na
SMOV/PMPA
Limitações de altura determinadas pelo PDDUA;
Limitações de pés-direitos para respeitar os limites de altura;
Grandes dimensões do reservatório de detenção;
Grandes dimensões do empreendimento, o que exige aprofundamento das redes a fim
de respeitar as declividades;
Grandes dimensões das áreas vegetadas, exigindo irrigação;
Busca de alternativas para filtragem e retenção de águas de chuva;
Valorização de espécies vegetais variadas e nativas.
CONDICIONANTES DESAFIADORES
PÚBLICO DE INTERESSEUM BEM PARA TODOS
PÚ
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APRESENTAÇÃO DOS PÚBLICOS DE INTERESSE DO PROJETO
O empreendimento Grand Park Eucaliptos possui 308 apartamentos de três e quatro
dormitórios, o que indica uma população de até 2.000 pessoas. Além disso, em função de sua
localização junto à área densamente ocupada do Bairro Menino Deus, exerce grande influência em seu
entorno.
O projeto de desenvolvimento e implantação do Reservatório de detenção de águas pluviais sob
piso elevado pode considerar os seguintes stakeholders:
Futuros moradores e usuários do empreendimento (população interna);
O poder público do município de Porto Alegre, os moradores do Bairro Menino Deus e a
comunidade circunvizinha, especialmente pela busca de alternativas para a redução do impacto
das águas pluviais nas inundações;
A empreendedora Melnick Even, seus acionistas, equipe interna de projetos e todo o corpo
técnico da empresa, além do seu comitê interno de Sustentabilidade;
Projetistas e consultores especializados.
FORMAS DE ENVOLVIMENTO
Os stakeholders participam do projeto com diversos envolvimentos e objetivos, a saber:
Criar um sistema de detenção de águas pluviais viável e de baixo impacto;
Atender a legislação vigente, normas e boas práticas construtivas;
Dimensionar um reservatório que atenda ao volume de detenção, atendendo por gravidade à
cota de saída limitada da rede pública, com o adequado custo-benefício;
Empreender um processo de projeto que pudesse atender com qualidade os requisitos de
escopo, preço e prazo de execução;
Atender às características ambientais e paisagísticas do empreendimento, de forma a garantir
seus atributos sustentáveis;
Dotar o empreendimento de características técnicas de uso racional das águas.
A equipe de projetos envolvida, composta de forma multidisciplinar, requereu a participação da
Arquitetura, Instalações hidrossanitárias, Paisagismo, Estruturas, projetistas de estruturas pré-
moldadas, projetistas de impermeabilização e fornecedores de pisos elevados e sistemas de irrigação.
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DO
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TO08 IMPLANTAÇÃO & OPERAÇÃO
ESTRATÉGIAS E AÇÕES
A principal estratégia de projeto adotada para atingir o objetivo proposto foi de busca
por uma solução técnica adequada, disponível no mercado, que pudesse viabilizar um
reservatório de detenção de grandes dimensões, com o menor impacto possível, face às
restrições impostas pelas condicionantes técnicas e ambientais já descritas.
A solução encontrada foi utilizar um reservatório laminar sob as áreas livres
estruturadas pelo piso elevado do pavimento térreo, compondo o Sistema de reservatório de
detenção de águas pluviais sob piso elevado integrado a reservatório de irrigação ascensional,
descrito e caracterizado no presente trabalho.
O sistema utiliza o princípio de controle na fonte, com retenção na origem, redução do
investimento no transporte das águas e aumento no investimento em retenção com qualidade.
METODOLOGIA E PRÁTICA
O reservatório de detenção laminar utilizado possui um volume total de 314,00 m³,
disposto em oito bacias localizadas sob o piso elevado do pavimento térreo, com uma lâmina de
água de 10 cm de altura. As águas pluviais da superfície do empreendimento são retidas nesta
lâmina de água durante as fortes chuvas e escoa por gravidade para o ponto de saída,
aumentando o tempo de retorno à rede pública e contribuindo para a mitigação de inundações
junto ao ponto mais baixo do quarteirão, localizado na esquina das Ruas Silveiro e Barão de
Guaíba.
A solução em forma de reservatório laminar sob piso elevado viabilizou também a
reutilização das águas pluviais para irrigação das áreas de jardim.
Desta forma, concebeu-se um sistema integrado de reservatório de detenção de águas
pluviais e reaproveitamento de águas para irrigação. O sistema exige a distribuição das águas de
chuva em duas lâminas de 10 cm de altura: uma lâmina permanente correspondente à reserva
de irrigação e o espaço vazio para a outra lâmina de água, volátil, que somente é preenchido
durante as chuvas, correspondente ao reservatório de detenção.
A seguir apresentamos o projeto de implantação e detalhe dos reservatórios.
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TO09 IMPLANTAÇÃO & OPERAÇÃO
ESTRATÉGIAS E AÇÕES
Figura 6: Plantas Baixas Reservatórios de detenção(Fonte: Projeto Eucaliptos)
Figura 7: Detalhe da composição das lâminas de água formadoras do Sistema de reservatório de detenção de águas pluviais sob piso elevado integrado a reservatório de irrigação ascensional
(Fonte: Projeto Eucaliptos)
O resultado deste sistema é a criação de um reservatório permanente de águas de
irrigação com capacidade de 344,30 m³ e um reservatório de detenção com capacidade de
314,00 m³, perfazendo uma capacidade total de 658,30 m³.
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TO10 IMPLANTAÇÃO & OPERAÇÃO
ESTRATÉGIAS E AÇÕES
A irrigação das áreas vegetadas é feita por sistema ascensional, utilizando-se das características de
capilares de um sistema de tubos de irrigação (pavios) que permite à água reservada na lâmina de irrigação
percolar em sentido ascendente, atendendo às demandas de água da vegetação posicionada sobre o piso elevado.
O sistema de irrigação ascensional com a lâmina de 10 cm possui capacidade média de atendimento de 10
dias. Novas chuvas neste espaço de tempo voltam a carregar a lâmina de água de irrigação, repondo a água
consumida durante a estiagem. Em períodos de seca, excesso de calor ou grande evapotranspiração, quando o
reservatório de irrigação esgotar sua capacidade antes de novas chuvas de reposição, o sistema é retroalimentado
por água da rede pública.
Figura 8: Esquema de funcionamento do sistema de irrigação ascensional: 1) a chuva irriganaturalmente a terra sobre o piso elevado e o excedente infiltra para o reservatório de irrigaçãosob o piso elevado; 2) a lâmina de água do reservatório de irrigação mantém-se disponível para
o sistema; 3) dá-se a irrigação ascensional em período sem chuva, por demanda da camada de terra(Fonte: PASCHOAL, 2012)
Figura 9: Esquema do fluxo das águas do sistema de irrigação ascensional (Fonte: PASCHOAL, 2012)
Figura 10: Detalhe da composição da lâmina de água, piso elevado, tubo de irrigação e terra, formadores do Sistema de irrigação ascensional
(Fonte: PASCHOAL, 2012)
11 IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS & RECURSOS NECESSÁRIOS BENEFÍCIOS AMBIENTAIS
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IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS
O projeto dos reservatórios de detenção, da forma como está concebido, foi aprovado no DEP
da PMPA, em 14 de setembro de 2012.
O Sistema de reservatório de detenção de águas pluviais sob piso elevado integrado a
reservatório de irrigação ascensional cumpre a dupla função de atender a necessidade de contenção das
águas de chuva, de acordo com o que rege os Planos Diretores de Drenagem Urbana (PDDrU) e de
Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) do município de Porto Alegre, e gerar um sistema de
irrigação natural para as áreas vegetadas, com o reaproveitamento das águas de chuva.
Estima-se que até 95,0% das águas de irrigação seja atendido pelo sistema, reduzindo para 5,0%
o consumo de água potável para irrigação, em períodos de forte estiagem. Além disso, o sistema de
lâmina d'água sob piso elevado confere significativo efeito de isolamento térmico, reduzindo em até
50,0% a transmissão de calor à laje inferior e atenuando em até 3,8ºC a irradiação térmica ao seu
entorno. O sistema de irrigação ascensional apresenta vantagens também se comparado ao tradicional
sistema de aspersão, com redução de até 30,0% da necessidade de água e redução dos custos de
energia, pois funciona de forma natural, sem necessidade de bombeamento.
RECURSOS NECESSÁRIOS – HUMANOS, FINANCEIROS E MATERIAIS
O Sistema de reservatório de detenção de águas pluviais sob piso elevado integrado a
reservatório de irrigação ascensional demonstrou-se viável em termos de recursos humanos,
financeiros e materiais no empreendimento Grand Park Eucaliptos.
RECURSOS HUMANOS: Em nível de projeto, estima-se um consumo de horas/homem de
projeto para fins de viabilização do sistema integrado, projeto hidrossanitário, projeto do piso elevado e
projeto de irrigação. Além disto, são necessários ajustes de projeto arquitetônico, estrutural e de
paisagismo, com a respectiva compatibilização de todos os projetos. O custo total de h/h para a etapa de
projetos é estimado em 100 h/h.
RECURSOS FINANCEIROS E DE MATERIAIS: O custo por metro quadrado de implantação do
sistema (piso elevado + sistema de irrigação) está estimado em de R$ 290,00/m², incluindo material e
mão-de-obra. Estes custos serão mais elevados se comparados à forma convencional de assentamento
de piso ou jardins diretamente sobre a laje. Os custos de impermeabilização e proteção mecânica são os
mesmos nos dois casos.
No empreendimento Grand Park Eucaliptos, os custos de implantação do sistema mostraram-se
viáveis ao compensar os custos para a construção dos reservatórios de detenção de mais de 300,00 m³,
possivelmente em concreto, incluindo construção, escavação, impermeabilização e instalação dos
reservatórios.
12 INOVAÇÕESSISTEMA INTEGRADO
INO
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Observa-se que métodos construtivos utilizando piso elevado são correntes na
realidade da construção civil, assim como a necessidade de implantação de reservatórios de
detenção e sistemas de irrigação. E algumas empresas já oferecem no mercado a solução de
irrigação ascensional.
O aspecto inovador do Sistema de reservatório de detenção de águas pluviais sob piso
elevado integrado a reservatório de irrigação ascensional está exatamente em juntar todos
estes recursos em um único sistema integrado, somando as vantagens do sistema de detenção
de águas pluviais às vantagens do sistema de irrigação e reaproveitamento de águas de chuva,
tornando-se uma proposta altamente voltada à Sustentabilidade.
Sob esta ótica, o sistema foi escolhido para apresentação em Seminário da Green
Building International Conference and Expo, realizada em novembro de 2012, na Califórnia,
USA. Na ocasião, o sistema foi apresentado pelo GBC Brasil, com a participação do Gerente de
Engenharia da Melnick Even, Eng. Ricardo Santos.
Figura 11: Grupo brasileiro na Green Building Conference and Expo, Novembro de 2012
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13 RESULTADOSUMA SÉRIE DE BENEFÍCIOS
O Sistema apresenta um rol de benefícios quantitativos e qualitativos analisáveis sob os aspectos
ambientais, econômicos e sociais:
BENEFÍCIOS TÉCNICOS E AMBIENTAIS:
Retenção das águas de chuva na origem, com aumento do tempo de retorno, atenuando a
vazão de pico e a velocidade de fluxo, mitigando inundações;
Armazenamento das águas de chuva, minimizando enchentes;
Redução da carga hidráulica de saneamento e aumento da capacidade de retenção hídrica
urbana;
Restauração do ciclo natural das águas;
Contribuição para o controle de oscilação dos níveis de rios e riachos;
Redução do efeito “Ilha de calor”;
Redução de ruídos;
Criação de novos habitats e restauração da biodiversidade urbana;
Melhoria da qualidade do ar, devido ao desempenho filtrante da vegetação;
Segurança do sistema de irrigação por capilaridade (água e oxigênio a níveis ideais);
Economia de consumo de água natural ou potável por restrição do fluxo ascendente de água no
meio poroso;
Dispensa do uso de bombas, tubos, aspersores e redução do consumo de energia;
Filtragem e tratamento de águas na origem;
Redução da contaminação física e química de rios, cursos d'água naturais e lençol freático,
graças à característica filtrante do sistema de infiltração em áreas vegetadas.
BENEFÍCIOS SOCIAIS:
Agregar espaços úteis sobre a laje;
Criação de espaços verdes sobre as lajes;
Criação de espaços de vivência naturais e com valorização do verde;
Viabilização de praça pública de grande porte trazendo benefícios ao bairro;
Melhoria de qualidade de vida, visuais e de entorno.
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS (em projetos, execução e utilização):
Redução de investimento em transporte das águas, redução da tubulação interna;
Facilidade em alocar pontos de água e energia;
Facilidade em projetar e executar lajes sem caimentos para os ralos;
Redução de cargas de projeto, resultando em economia de estruturas e fundações;
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14 RESULTADOSUMA SÉRIE DE BENEFÍCIOS
Simplicidade e economia na instalação do piso elevado, comparado a outros métodos
tradicionais, com redução de custos de mão-de-obra;
Economia de água potável, energia, equipamentos de irrigação e manutenção na utilização;
Minimização de substituição de plantas devido ao controle hídrico;
Fertilização do substrato;
Proteção da laje e da impermeabilização por redução da amplitude térmica da laje, com
consequente aumento de sua vida útil;
Proteção da laje e da impermeabilização por redução do contato com solo e raízes, facilitando a
manutenção;
Proteção da manta de impermeabilização de ferramentas de manutenção de jardim e outros
objetos pontiagudos;
Segurança para impermeabilização e condôminos.
POSSIBILIDADE DE REPLICAÇÃO DA PRÁTICA/PROJETO
O Sistema mostra-se viável para empreendimentos onde haja uma grande área de implantação
do prédio, ocupando mais de 70% do terreno, o que gera grande área impermeável.
Grandes áreas livres sobre lajes são situações ideais para sua aplicação, pois confirma-se o
benefício da contenção das águas, irrigação de jardins e viabilização de áreas vegetadas.
MENSURAÇÃO DA GERAÇÃO DE VALOR PARA A SOCIEDADE E PARA A INSTITUIÇÃO
O Sistema de reservatório de detenção de águas pluviais sob piso elevado integrado a
reservatório de irrigação ascensional está em fase de implantação no empreendimento Grand Park
Eucaliptos e constitui-se solução extremamente viável sob o ponto de vista ambiental, econômico e
social, o que justifica desde já sua implementação e estudo, e confirma as expectativas de atendimento
ao tripé da Sustentabilidade.
A detenção de águas pluviais, atenuando o risco de inundações, a redução do consumo de água
potável com o reaproveitamento das águas de chuva para irrigação, a viabilização de áreas vegetadas
sobre laje impermeabilizada e a restauração da biodiversidade urbana são os principais benefícios que o
Sistema agrega à sociedade.
A Melnick Even como instituição procura, através da busca por soluções técnicas
economicamente viáveis no presente, trazer a sua contribuição para a preservação do meio ambiente,
sem comprometer as oportunidades de gerações futuras.