Cenários e Estratégia

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    Cenrios e Estratgia

    Plano de Desenvolvimento

    Sustentvel do Norte e Noroestedo Estado do Rio de Janeiro

    Setembro 2010

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    Coordenador geral | Eduardo NeryGestor | Ricardo Carvalho

    Projeto:

    Plano de DesenvolvimentoSustentvel do Norte e Noroeste do

    Estado do Rio de Janeiro

    Coordenador do Mdulo Cenrios

    Prospectivos e a Viso de Futuro | Eduardo Nery

    Coordenadores dos Mdulos da Estratgia de

    Desenvolvimento Regional

    Histrico-Etnogrfico | Elisiana AlvesMeio Ambiente Natural | Luciano Cota

    Meio Ambiente Modificado

    e Sistema Fsico e

    Infraestrutura | Milton CasrioSaneamento Ambiental

    e Habitao | Antnio GontijoEconomia | Nildred Martins

    Social | Karen Menezes eSamantha NeryPoltico Administrativo | Eduardo Nery

    Institucional-Legal | Rogrio CoutinhoSistema de Informao | Rosngela Milagres

    Cartografia | Miguel Felippe

    Aquarelas | Elisiana Alves

    rea Urbana (Cambuci)Atafona (So Joo da Barra)

    A Pedra do Elefante (Aperibe - (Vista de))Caminhada da Amizade (Porcincula)Matriz (Bom Jesus de Itabapoana)

    Casaro (Varre-Sai)Capela (Italva)

    Av. do Contorno, 8000- Sl. 1701- SAnto Agostinho30.110-056 - Belo Horizonte

    Minas Gerais | BrasilTel.: + 55 31 3291 7833

    [email protected]@energychoice.com.br

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    APRESENTAO

    Os vultosos investimentos que esto sendo e sero realizados na Regio Norte Fluminenseassociados Bacia de Campos constituem um forte elemento indutor do seu desenvolvi-mento, se adequadamente geridos segundo os preceitos da sustentabilidade econmicasocial e ambiental. Neste sentido, a elaborao de um plano de desenvolvimento sustent-vel, de longo prazo, certamente trar, depois de concludo, um diferencial estratgico com-petitivo para os gestores pblicos, empreendedores privados e do terceiro setor e, igualmen-te, para toda a sociedade que vive nessa Regio e na Noroeste, sua vizinha integrada.

    Assim, o projeto do Planejamento Estratgico do Norte e Noroeste Fluminense representa,portanto, o refinamento de um olhar focalizado no desenvolvimento continuado, baseando-se no fato de que a sua implementao, como resultado dos esforos dos diversos agentessocioeconmicos regionais e do Estado do Rio de Janeiro, entre outros, representa um con-junto de aes e programas coordenados, devidamente priorizados, comprometidos com acriao e crescimento de um estado de bem estar para sua sociedade. O seu escopo princi-pal abrange inclusive a identificao de outras potencialidades dessas Regies, alm das jconhecidas, qual sejam o plo petrolfero, o plo de extrao mineral e os tradicionais plosde agricultura. O desenvolvimento sustentvel ser produzido de forma conseqente, sobreo conhecimento e a explorao dos fatores diferenciais que caracterizam e que as suas lo-calidades e populaes podem promover.

    A metodologia utilizada no projeto, conforme a especificao consistente de seu termo dereferncia, foi testada e amadurecida, com sucesso, em outros estados da federao, e osseus resultados respondero as seguintes indagaes:

    onde estamos em relao ao restante da sociedade? e, onde queremos chegar numa visode futuro, dos prximos 25 anos?

    Como produto, ao final de sua realizao, estar disponvel uma carteira de projetos estrutu-rantes e articulados de curto, mdio e longo prazos, capazes de induzir e promover o pro-cesso de desenvolvimento regional. Essa carteira ser incorporada ao Sistema de informa-o de Gesto Estratgica do Estado do Rio de Janeiro, SIGE- RIO, onde tornar-se- aces-svel, via Internet, para os interessados em sua implementao,

    Para sua viabilizao, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gesto se articulou com aPetrobras, por meio da unidade de Negcio de Explorao e Produo da Bacia de Campos(UM-BC), a qual vem desenvolvendo um conjunto de aes regionais relevantes atravs doseu Programa de Desenvolvimento Social de Maca e Regio, PRODESMAR, especifica-

    mente constitudo com o objetivo de aprimorar o planejamento e as aes de desenvolvi-mento, em bases sustentveis, para as Regies Norte e Noroeste do Estado do Rio de Ja-neiro, afetadas direta e indiretamente pelas atividades do setor petrolfero. Desse entendi-mento, como uma deciso de responsabilidade social da empresa, a Petrobrs assumiu aresponsabilidade pelo aporte financeiro para a execuo desse projeto, cuja gesto est acargo da SEPLAG, Rio de Janeiro, em um prazo de dez meses, concluso programada parasetembro de 2010, em quatro etapas, sequenciadas, que tambm produziro resultados,parciais, da maior significao, para os processos de tomada de deciso sobre o desenvol-vimento do Norte e Noroeste Fluminense e os seus reflexos na economia do Estado do Riode Janeiro.

    Francisco Antnio Caldas Andrade PintoSubsecretrio GeralRio de Janeiro, maro de 2010

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    Governo do Estado do Rio de Janeiro

    Secretaria de Estado de Planejamento e Gesto - SEPLAGSrgio Ruy Barbosa Guerra MartinsSecretrio de Estado

    Subsecretrio Geral de Planejamento e Gesto - SUBGEPFrancisco Antonio Caldas Andrade Pinto

    Av. Erasmo Braga, 118 - Centro20.020-000 - Rio de Janeiro/RJ

    Brasil

    Edio Final

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    Plano de Desenvolvimento Sustentvel do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro

    EXPLICAO INICIAL

    O Plano de Desenvolvimento Sustentvel do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeirofoi desenvolvido em quatro etapas consecutivas, num total de dez meses.

    A Etapa 1, denominada Anlise Situacional, foi realizada em quatro meses e teve como pro-dutos, os seguintes relatrios:

    Anlise Situacional da Regio Norte do Estado do Rio de Janeiro, Volume 1, em 2 to-mos, o qual est estruturado em nove captulos com os seguintes contedos histria,etnografia, meio ambiente natural, meio ambiente modificado, economia(1), sistema so-cial(1), rede social, sistema fsico e infraestrutura, sistema poltico-administrativo muni-cipal e regional(1), nos quais os captulos sinalizados com (1) so individualizados porRegio Norte ou Noroeste, os demais sendo comuns a ambas as Regies;

    Anlise Situacional da Regio Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, Volume 2, em 2

    tomos, estruturado de maneira anloga ao anterior; Relatrio Anlise da Relao Situacional de Mercados que trata especificamente dos

    da incluso da populao no sistema socioeconmico regional, tendo como temas cen-trais a estrutura social, o trabalho, a renda e a democracia econmica, designado Vo-lume 3; e

    Cenrios Prospectivos, designado como Volume 4.

    Os trabalhos, que se referem situao existente anterior, esto referenciados a menosquinze anos, ou seja, cobrem o perodo 1994 a 2009, exceo histria e cultura que re-montam s origens do processo civilizatrio regional, nos idos de 1532. As evolues futu-ras consideram o horizonte 2035, s vezes 2040, com perodos menores intermedirios,sempre que tal condio mostre significado e agregue valor.

    Para a execuo da Etapa 1, foram adotados diferentes modos de participao da socieda-de fluminense e regional, dependendo do momento em que ocorreram, a saber:

    Primeiro Momento

    levantamento e compilao de dados secundrios de fontes oficiais ou reconhecidas;

    conjunto de entrevistas com formadores de opinio lderes empresariais, municipais eassociaes de classe e populao;

    visitas tcnicas e levantamentos de campo nas regies norte e noroeste fluminensecom a realizao de um novo conjunto de entrevistas e conversas com representantesda sociedade local e regional, incluindo prefeitos municipais.

    Segundo Momento

    implantao da rede social regional e realizao de oficinas de trabalho regulares emCampos dos Goytacazes e Itaperuna com os participantes que se filiaram;

    os resultados escritos pelos grupos, nessas oficinas, foram considerados como contri-buies passando a constar do contedo dos relatrios;

    Terceiro Momento

    distribuio de pesquisas sistemticas, sob a forma de questionrios, para respostapor representantes das secretarias municipais das duas Regies;

    nova interao direta para esclarecimento e complementao de informaes para aelaborao da anlise situacional.

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    Plano de Desenvolvimento Sustentvel do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro

    A Etapa 2, denominada Estratgia de Desenvolvimento Regional, produziu um nico relat-rio com o mesmo nome, possuindo um conjunto de Macroprogramas de Desenvolvimento com seus Objetivos, Metas, Programas, Empreendimentos ou Iniciativas correspondentes -,

    associados a cada um dos assuntos que configuram as realidades regionais. A partir destaplataforma foram constitudas a Viso, os Eixos de Desenvolvimento Estratgicos e os Pro-gramas Estruturantes que geram, na Etapa 3, o Programa de Desenvolvimento Sustentveldo Norte e Noroeste Fluminense, entre outros produtos. Para a realizao desta Etapa 2,houve duas baterias de reunies e oficinas e um questionrio que apresentaram ampla pos-sibilidade de participao para representantes regionais (e membros da Rede Social) e re-presentantes do Governo Estadual e PETROBRS, tendo sido obtidas contribuies impor-tantes que alimentaram o relatrio correspondente.

    A Etapa 3 compreende a Carteira de Projetos Iniciais correspondendo ao Programa de De-senvolvimento Regional, um relatrio reunindo tudo o que se identificou deve ser feito, jclassificado e priorizado tecnicamente pelos especialistas, assim como os relatrios do mo-

    delo de Regulao e Regulamentao Institucional-Legal, os Modelos de Governana eGesto, Funding e a Metodologia de Acompanhamento e Desempenho a ser usada naimplementao. Para a sua realizao, duas novas oficinas nas duas Regies, produziramidias e propostas muito profcuas, que foram desenvolvidas e incorporadas aos contedosdos relatrios mencionados.

    Do Programa de Desenvolvimento Regional, citado, foram extrados e especificados 52 Ma-croprojetos que sero priorizados para execuo gradual. Estes Macroprojetos constituem oRelatrio Carteira de Projetos, objeto da Etapa 4.

    As operaes da Rede Social, passaro a operar em um Portal especfico, desenvolvidoespecificamente para permitir o acompanhamento da implementao deste Plano de De-senvolvimento Sustentvel Norte-Noroeste, sob a superviso da SEPLAG. A este Portal

    est igualmente conectado o Sistema de Informao de Acompanhamento, SIGEP, estru-turado com as bases de dados e informaes usadas para o desenvolvimento deste Plano,bem como o mdulo instrumental de gerenciamento da Carteira de Projetos, nos moldesespecificados pela SEPLAG.

    Finalmente, mas da maior importncia, cumpre lembrar que os relatrios deste Plano rece-beram, desde sua divulgao inicial, inmeras sugestes, comentrios e ajustes, que foramdevidamente considerados em uma reviso completa de todo o material produzido, que foi ,por conseguinte, integralmente reeditado, nesta sua verso final.

    Coordenao GeralSetembro de 2010

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    SUMRIO

    Cenrios Prospectivos e a Viso de Futuro .............................................................. 11

    Estratgia de Desenvolvimento Regional ................................................................. 63

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    Cenrios Prospectivos e

    a viso de Futuro

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    Autor:Eduardo Nery

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    SUMRIO

    1. INTRODUO....................................................................................................... 112. VARIVEIS CRTICAS...........................................................................................113. METODOLOGIA E FERRAMENTA........................................................................ 164. CONSIDERAES SOBRE AMOSTRA DE INCERTEZAS CRTICAS ................. 174.1 Projeo do Crescimento da Demografia ..............................................................174.2 Grandes Empreendimentos................................................................................... 194.3 Economia (Evoluo do PIB).................................................................................214.4 Petrleo.................................................................................................................234.5 Internalizao de Cadeias Produtivas ...................................................................245. DESCRIO DOS MACRO-CENRIOS ...............................................................245.1 Cenrio I: Emergncia (Emancipao regional sustentvel) ...............................245.2 Cenrio II: Conciliao na Divergncia (Composio de interesses)................... 355.3 Cenrio III: Repetncia em Histria (Um novo ciclo que no se aproveita) .........415.4 Cenrio IV: Desenvolvimento Perdido (Oportunidades no aproveitadas) ..........455.5 Cenrios: A Viso do Conjunto.............................................................................. 496. REFERNCIAS......................................................................................................50

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    LISTAS

    FIGURAS

    Figura 1 - Regio Norte e Noroeste Fluminense, Variveis Incertezas Crticas 2010 - 203513Figura 2 Brasil e o Norte-Noroeste Fluminense, Fluxograma das Incertezas.................... 15Figura 3 Regies Norte e Noroeste Fluminense, Estruturao dos Cenrios Prospectivos,2010 - 2035 ......................................................................................................................... 17Figura 4 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Cenrio I Emergncia, 2010 - 2035 ....... 25Figura 5 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Cenrio II Conciliao na Divergncia,

    2010 -2035 .......................................................................................................................... 36

    Figura 6 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Cenrio III Repetncia em Histria, 2010 -2035 ....................................................................................................................................42Figura 7 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Cenrio IV Desenvolvimento Perdido,2010 - 2035 ......................................................................................................................... 46Figura 8 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Cenrios Prospectivos I a IV, 2010 - 2035............................................................................................................................................ 49

    GRFICOS

    Grfico 1 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Evoluo da Populao, 2005 - 2035 ... 19Grfico 2 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Alternativa A, Evoluo PIB, 2005 - 2035............................................................................................................................................ 21Grfico 3 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Alternativa B-HM, PIB, 2005-2035.... 21Grfico 4 Regies Norte e Noroeste Fluminense, Alternativa B-HA, PIB, 2005 - 2035...... 22Grfico 5 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Alternativa B-HB, PIB, 2005 - 2035 ...... 22Grfico 6 - Bacia de Campos, Produo de Petrleo, 2005 - 2035 ...................................... 23

    TABELAS

    Tabela 1 - Regio Norte Fluminense, Evoluo da Populao, 2005-2035.......................... 18Tabela 2 - Regio Noroeste Fluminense, Evoluo da Populao, 2005-2035....................18Tabela 3 Regies Norte e Noroeste Fluminense, Investimentos Programados, 2008 - 2012............................................................................................................................................ 20

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    1. INTRODUO

    Cenrios estruturam e transformam informaes de significao e interesse estratgico emperspectivas de futuro de mdio e longo prazo, associadas s incertezas e riscos corres-pondentes, reunindo as relaes que regulam os contextos de cada uma das regies, quealimentam processos de planejamento do desenvolvimento de regies geogrficas.

    Para cumprir com este objetivo, os cenrios envolvem mltiplas variveis ou dimenses taiscomo as evolues sociocultural, da produo e da oferta, da tecnologia e do conhecimento,os mercados com suas demandas, os sistemas de comrcio e trocas/transferncias, a con-corrncia e a competitividade, a regulao e legislao, as polticas e interesses, entre ou-tras. Para a sua elaborao, torna-se parte essencial do processo o desenvolvimento depercepes, tanto ex-ante, no discernir e selecionar variveis que co-constroem e diferenci-am as realidades regionais e sua interao com os ambientes externos, quanto a posteriori,

    na busca incessante de descobertas, antecipaes e insights que suportem os processosde deciso.

    Os cenrios constituem, portanto, narrativas de construes sociais que orientam planos,programas e aes na medida em que deles constam as vias de desenvolvimento que pro-movem as conexes com as realidades e condies atuais.

    2. VARIVEIS CRTICAS

    Os estudos da situao das Regies Noroeste e Norte Fluminense, no que diz respeito aoseu plano de desenvolvimento sustentvel, revelam que a economia do petrleo em escalaexpressiva recente, do ano 2003 em diante, desde que no perodo anterior, at os primr-dios dos anos setenta, os nveis de explorao se mantiveram pequenos em relao aosnveis sucedneos. No entanto, em qualquer um desses perodos, mais de 40 anos do incioda explorao, no primeiro caso, ou 7 anos da sua mudana de patamar, no segundo, asiniciativas de utilizar este ciclo de crescimento para a promoo do desenvolvimento regio-nal foram poucas, quando existentes. No se constata uma internalizao efetiva da cadeiapetrleo, nem se desenvolveu a logstica regional, nem as cadeias colaterais ou a geraodo conhecimento na Regio, de modo sustentvel.

    O aumento das receitas, predominantemente de royalties no se traduziu nem por inver-ses de seus resultados no desenvolvimento planejado da economia regional, nem pelamelhoria da distribuio da renda e das oportunidades, o que corresponderia a uma inser-o planejada e efetiva dos empreendimentos.

    Observa-se um processo de crescimento explosivo em duas reas urbanas, Campos dosGoytacazes e Maca, com certo desenvolvimento, muito concentrado no setor servios. Atnica dominante a produo e explorao do petrleo na plataforma continental.

    H excees importantes, neste contexto. Particularmente destaca-se o desenvolvimento daplataforma universitria regional, tambm localizada nos dois municpios, um ncleo quepode se tornar gerador de conhecimento e suportar mudanas de segunda ordem, em m-dio prazo, nas Regies de sua influncia. Outra exceo da maior significao consiste naconstituio dos fundos de desenvolvimento municipais, o FUMDECAM e o FUMDEC, querompem com a dependncia histrica das instituies de financiamento externas, criam umainiciativa de formao de poupana regional capaz de orientar os programas e projetos dedesenvolvimento de seu interesse, prioritrios.

    Uma terceira iniciativa, mais disseminada, se detm na induo pelas Municipalidades daproduo econmica cultural e artesanal associativa, ligada ou no ao turismo, que j mos-tra resultados muito positivos em alguns de seus programas. No entanto, estes exemplos

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    no alcanam uma escala, sequer expressiva, diante dos montantes da economia do petr-leo em operao.

    E como h outros projetos vultosos de investimentos programados para implantao, dandoprosseguimento ao processo original, mas nele introduzindo uma diversificao de escopomuito expressiva e importante conquanto mantendo a concentrao espacial pela questoda grandeza das escalas - mais a descoberta e potencial explorao do pr-sal, certo queo crescimento econmico regional persistir com alto grau de intensidade nas prximas d-cadas.

    Assim sendo, procedeu-se investigao das variveis ou condicionantes, cuja combinaoe evoluo determinam o que acontecer com a Regio N-NO. Neste sentido, as incertezasassociadas evoluo destas variveis no tempo, seguinte, so crticas para a construodo futuro regional, razo pela qual so designadas, habitualmente, como incertezas crticas.O conjunto das variveis ou incertezas crticas, endgenas e exgenas, cujo comportamentoespecifica o comportamento evolutivo das Regies Norte e Noroeste Fluminense, coincidiu

    com a seleo feita pelos lderes e representantes comunitrios regionais nas oficinas detrabalho da Rede Social, implantada para subsidiar este processo de planejamento.

    As incertezas crticas para o Norte-Noroeste Fluminenses so constitudas pela(o):

    Cultura: desenvolvimento de cultura regional hegemnica, empreendedora e i-novadora, capital social e recursos para investimento;

    Economia: desenvolvimento da economia regional diversificada e com encade-amentos na sua insero global;

    Regulao: regulao econmica e legislaes especficas voltadas para viabili-zar desenvolvimento;

    Conhecimento: produo do conhecimento na regio com sua pesquisa e de-senvolvimento aplicado e educao empreendedorismo, melhoria da qualida-de, aumento da escolaridade mdia e formao profissionalizante;

    Infra-estrutura: expanso e modernizao da infraestrutura e da logstica, estainclusive como negcio;

    Meio Ambiente: reabilitao e utilizao sustentvel dos ativos ambientais da re-gio;

    Petrleo: manuteno e expanso da economia do petrleo com a incluso dascadeias produtivas direta e associadas;

    Sistema Social: distributividade regional, das oportunidades, incluso e acessosocial (eliminao da excluso) e melhoria do bem estar social.

    Estas variveis ou dimenses, no seu papel de contribuir e participar na co-construo doprojeto de futuro regional, possuem uma criticalidade varivel e na medida em que elas inte-ragem e modificam os comportamentos umas das outras (Figura seguinte), as incertezas decada uma delas quanto ao modo como evolui, se modificam no tempo, independente do queaconteceu no passado que se manifesta pela condio atual -, ou seja, as incertezas e asua criticalidade podem ser e normalmente so alteradas no curso dos acontecimentos.

    Neste contexto, h duas, em que as incertezas combinadas definem o modo de evoluoregional que so a cultura e a economia, o que as coloca como delineadoras das condiesconstituintes dos cenrios prospectivos das Regies Noroeste e Norte Fluminense.

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    Figura 1 - Regio Norte e Noroeste Fluminense, Variveis Incertezas Crticas 2010 - 2035

    MEIO AMBIENTEMEIO AMBIENTESISTEMASISTEMA

    SOCIALSOCIALLEGISLALEGISLAOO

    E REGULAE REGULAOO

    CULTURACULTURA

    CONHECIMENTOCONHECIMENTO

    ECONOMIAECONOMIA

    PETRPETRLEOLEO

    INFRAINFRAESTRUTURAESTRUTURA

    E LOGISTICAE LOGISTICA

    MEIO AMBIENTEMEIO AMBIENTESISTEMASISTEMA

    SOCIALSOCIALLEGISLALEGISLAOO

    E REGULAE REGULAOO

    CULTURACULTURA

    CONHECIMENTOCONHECIMENTO

    ECONOMIAECONOMIA

    PETRPETRLEOLEO

    INFRAINFRAESTRUTURAESTRUTURA

    E LOGISTICAE LOGISTICA

    importante lembrar que estas a incerteza destas variveis decorre da sua existncia tantono ambiente regional quanto no nacional e internacional, de suas influncias mtuas e dasprprias condies de desenvolvimento de cada uma delas o que lhe atribui uma incertezamaior ou menor. O objetivo ento, ao consider-las identificar os padres possveis da

    socioeconomia das Regies Norte e Noroeste, luz da socioeconomia brasileira e global.

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    evidente que as que as variveis especficas que iro especificar a dinmica evolutiva dasocioeconomia nacional, de natureza eminentemente estrutural, interferem tanto na socioe-conomia fluminense quanto no desenvolvimento regional. Dada a sua dimenso estratgico-

    estrutural de pas, estas variveis se mantem relativamente estveis, no longo prazo, e for-mam um conjunto que vem sendo usado sistematicamente.

    No caso particular das Regies Norte e Noroeste Fluminense, indiscutvel a importnciada relao de variveis da Figura seguinte, conquanto deva-se ressaltar que, qualquer quevenha a ser o cenrio futuro da economia nacional, seja ele de crescimento sustentado, omais provvel, ou varivel, com taxas maiores ou menores, a atividade petrleo da bacia deCampos, subsequentemente incorporando o pr-sal, ir persistir enquanto durarem as suasreservas. No limite, em condies absolutamente crticas, tais reservas se exaurem no hori-zonte deste planejamento. O mais provvel, no entanto, numa condio, a mais desfavor-vel, de haver um declnio eventual: o simples reconhecimento e a visibilidade desta possi-bilidade j constituem fato essencial que refora a indispensabilidade de se investir na eco-

    nomia de substituio para as Regies Norte e Noroeste, prioritria e imediatamente.

    O desempenho maior ou menor da economia brasileira, no perodo, ir consumir mais oumenos combustveis fsseis, mas sem probabilidades de atingir valores inferiores aos atuaisnveis de produo da bacia de Campos. Alm disto, ainda h o mercado externo e a ne-cessidade do Brasil de gerar saldos na sua balana comercial, para os quais o petrleo dabacia de Campos ser sempre a mais atrativa opo do pas.

    Isto quer dizer que os cenrios evolutivos para o Norte e Noroeste Fluminense se desenvol-vem sobre uma situao excepcional, de baixa dependncia em relao evoluo da eco-nomia nacional e, tambm, quase independente da economia internacional.

    No entanto, h que se considerar a limitao atual das reservas conhecidas, 12 bilhes debarris, que podem representar uma restrio da explorao se no houver outras descober-tas (recentemente a Petrobrs comunicou oficialmente a descoberta de leo no pr-sal daBacia de Campos, no campo de Albacora, e a OGX informou a descoberta de leo em duasde suas reas concedidas para prospeco).

    H outros condicionantes ou variveis com incerteza que podem vir a impactar muito o de-senvolvimento regional, mesmo mantendo-se os nveis atuais da economia do petrleo. En-tre eles, a legislao a ser aprovada quanto destinao dos royalties do pr-sal e/ou areforma tributria nacional e/ou ainda, um deslocamento estratgico da produo de petr-leo no mdio/longo prazo para a Bacia de Santos, com a reduo da produo da Bacia de

    Campos, para citar apenas trs deles.No caso particular dos royalties, o projeto de lei em tramitao no Congresso Nacional re-duz drasticamente os seus montantes para todos os municpios produtores, includos os doNorte Fluminense, o que impacta diretamente as receitas de suas Municipalidades, comuma perda de algo um pouco inferior a 30% da receita regional total do Norte e NoroesteFluminense.

    De fato, configura-se uma ruptura da condio vigente desde o incio do processo, nos anos70, que, se aprovada, definir um novo patamar de receita para as Municipalidades, muitoinferior ao anterior, o que representar qualquer que seja o Cenrio, um afastamento subs-tantivo das receitas Regionais em relao evoluo de seus PIBs, o que se traduz pelo

    aparecimento de um hiato em relao s possibilidades de atendimento das necessidadesda administrao e investimentos pblicos, pelas Municipalidades atingidas por esta medida.

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    Figura 2 Brasil e o Norte-Noroeste Fluminense, Fluxograma das Incertezas

    INCLUSO SOCIAL EINCLUSO SOCIAL EELEVAELEVAO DE NO DE NVEIS DEVEIS DE

    BEM ESTARBEM ESTAR

    EXPANSO DA INFRAEXPANSO DA INFRAESTRUTURAESTRUTURA

    (LOG(LOGSTICA, SANEAMENTOSTICA, SANEAMENTOAMBIENTAL, HABITAAMBIENTAL, HABITAO)O)

    FUNDOS DEFUNDOS DEINVESTIMENTOINVESTIMENTO

    (ESTRUTURA(ESTRUTURAO EO EOPERACIONALIZAOPERACIONALIZAOO

    NACIONAL E REGIONAL)NACIONAL E REGIONAL)

    EVOLUEVOLUO DA TAXA DEO DA TAXA DEINVESTIMENTOINVESTIMENTO

    (FORMA(FORMAO DA POUPANO DA POUPANAAINTERNA E ATRATIVIDADEINTERNA E ATRATIVIDADE

    PARA OS CAPITAISPARA OS CAPITAISNACIONAIS ENACIONAIS E

    INTERNACIONAIS)INTERNACIONAIS)

    EFICEFICCIA DAS POLCIA DAS POLTICASTICASPPBLICASBLICAS

    (MONET(MONETRIA, INDUSTRIAL,RIA, INDUSTRIAL,AGRAGRCOLA, EDUCACOLA, EDUCAO,O,

    CINCIAS, TECNOLOGICA ECINCIAS, TECNOLOGICA EINOVAINOVAO, COMO, COMRCIORCIO

    EXTERIOR, MEIO AMBIENTE)EXTERIOR, MEIO AMBIENTE)

    REGIONALIZAREGIONALIZAOO(DISTRIBUI(DISTRIBUIO DOO DO

    DESENVOLVIMENTODESENVOLVIMENTOECONMICO ESTADUAL EECONMICO ESTADUAL E

    NACIONAL)NACIONAL)

    REFORMASREFORMASESTRUTURAISESTRUTURAIS

    (TRIBUT(TRIBUTRIA,RIA,PREVIDENCIPREVIDENCIRIA,RIA,

    TRABALHISTA, POLTRABALHISTA, POLTICA)TICA)

    REGULAREGULAOONACIONAL DONACIONAL DO

    PRPR--SALSAL

    INCLUSO SOCIAL EINCLUSO SOCIAL EELEVAELEVAO DE NO DE NVEIS DEVEIS DE

    BEM ESTARBEM ESTAR

    EXPANSO DA INFRAEXPANSO DA INFRAESTRUTURAESTRUTURA

    (LOG(LOGSTICA, SANEAMENTOSTICA, SANEAMENTOAMBIENTAL, HABITAAMBIENTAL, HABITAO)O)

    FUNDOS DEFUNDOS DEINVESTIMENTOINVESTIMENTO

    (ESTRUTURA(ESTRUTURAO EO EOPERACIONALIZAOPERACIONALIZAOO

    NACIONAL E REGIONAL)NACIONAL E REGIONAL)

    EVOLUEVOLUO DA TAXA DEO DA TAXA DEINVESTIMENTOINVESTIMENTO

    (FORMA(FORMAO DA POUPANO DA POUPANAAINTERNA E ATRATIVIDADEINTERNA E ATRATIVIDADE

    PARA OS CAPITAISPARA OS CAPITAISNACIONAIS ENACIONAIS E

    INTERNACIONAIS)INTERNACIONAIS)

    EFICEFICCIA DAS POLCIA DAS POLTICASTICASPPBLICASBLICAS

    (MONET(MONETRIA, INDUSTRIAL,RIA, INDUSTRIAL,AGRAGRCOLA, EDUCACOLA, EDUCAO,O,

    CINCIAS, TECNOLOGICA ECINCIAS, TECNOLOGICA EINOVAINOVAO, COMO, COMRCIORCIO

    EXTERIOR, MEIO AMBIENTE)EXTERIOR, MEIO AMBIENTE)

    REGIONALIZAREGIONALIZAOO(DISTRIBUI(DISTRIBUIO DOO DO

    DESENVOLVIMENTODESENVOLVIMENTOECONMICO ESTADUAL EECONMICO ESTADUAL E

    NACIONAL)NACIONAL)

    REFORMASREFORMASESTRUTURAISESTRUTURAIS

    (TRIBUT(TRIBUTRIA,RIA,PREVIDENCIPREVIDENCIRIA,RIA,

    TRABALHISTA, POLTRABALHISTA, POLTICA)TICA)

    REGULAREGULAOONACIONAL DONACIONAL DO

    PRPR--SALSAL

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    Plano de Desenvolvimento Sustentvel do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro16

    3. METODOLOGIA E FERRAMENTA

    Tendo como horizonte, o perodo 2010 a 2035, a metodologia adotada para se desenvolver

    este exerccio de cenrios para o N-NO, assume as seguintes premissas e explicaes: as anlises e a avaliao situacional das Regies Noroeste e Norte Fluminense,

    abrangendo as caractersticas e comportamentos de suas realidades existentes,nas suas dimenses essenciais - histria e etnografia, sistemas e redes sociais,economia, meio ambiente natural e modificado, infraestrutura e servios, sistemapoltico-administrativo, propiciam uma leitura extensiva de suas atualidades;

    as Regies Noroeste e Norte Fluminense, ou simplesmente N-NO, sero consi-deradas integradas, naturalmente respeitando-se as complementaridades e he-terogeneidades que subsistem nas suas identidades prprias, lembrando-se quedurante sculos elas constituram e atuaram em conjunto, como uma unidadesingular, compartilhando experincias e alternando ciclos de sucessos e fracas-

    sos, o que recomenda capitalizar o seu aprendizado - com alto poder de rever-so e alavancagem -, com o intuito de evitar e prevenir uma nova repetio doserros incorridos no passado;

    as duas variveis, que constituem as incertezas crticas sntese para o desenvol-vimento sustentvel do N-NO Fluminense, se convertem nos eixos ortogonaisde um sistema bidimensional que proporciona a criao de quatro cenrios. Ca-da cenrio corresponde, ento, s lgicas das relaes estabelecidas entre oselementos do sistema que determinam os comportamentos das variveis crti-cas, ou seja, a um dos quadrantes do diagrama que reproduz o sistema;

    na ordenada, comparece a economia regional tendo no seu vrtice sul, o cresci-mento econmico regional conduzido por grandes empresas e conglomerados,

    voltadas para atender aos mercados externos, nacional e internacional, particu-larmente atuando nas atividades da indstria extrativa; na extremidade oposta,norte, a condio dominante se define como o desenvolvimento econmico,constitudo pela parceria e alianas dos agentes anteriores com os agentes e l-deres regionais, internalizando e agregando valor s cadeias de produes maisdiversificadas. A incerteza crtica que os cenrios iro responder qual ser aevoluo da economia da Regio N-NO, se de crescimento ou de desenvolvi-mento, no perodo 2010-2035?

    Na abscissa, est o desenvolvimento da cultura e da gesto regional, tendo nasua extremidade direita, a condio dominante de uma cultura direcionada paraa autonomia participativa e a governana regional, criao de um ambiente de

    produo e guarda do conhecimento e da tecnologia vinculados, participao nofunding com a reinverso de saldos em resultados em investimentos rentveis,da cultura do empreendedorismo, criao e inovao, e da efetiva incluso so-cioeconmica sem trguas; na outra extremidade, se apresenta a cultura con-servadora, conformista e complacente, que dirige de fora ou aceita que isto a-contea, que se importa e se preocupa com a maximizao de resultados no cur-to prazo, que consome ou despende os seus lucros ou os transfere para o exte-rior, que tenta conviver com a excluso (Figura 2, seguinte). Nesta dimenso cr-tica a pergunta que os cenrios tero que responder diz respeito capacidadede reestruturao do modo de pensar e agir da sociedade norte fluminense, ouseja, como evoluir a cultura regional para fazer frente ao seu processo de de-senvolvimento, no perodo considerado 2010-2035?

    naturalmente que, entre as posies das extremidades, h um sem nmero deposies intermedirias, que refletem as variaes ou combinaes das circuns-

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    Plano de Desenvolvimento Sustentvel do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 17

    tncias que definem a associao das condies da varivel de cada eixo, o quedetermina o universo de possibilidades.

    cabe mencionar que, alm das duas variveis de incerteza crticas, as narrativasdos cenrios contero todo o elenco de variveis crticas que, no obstante noestarem representadas graficamente, comparecem em todos os cenrios, em re-lacionamentos associados s duas mais crticas e determinantes, economia ecultura, e entre elas, o que representa o tecido e a complexidade de cada um de-les;

    esta metodologia permite monitorar e acompanhar os movimentos que acontece-ro com os sistemas socioeconmicos da Regio N-NO, como conseqncia desuas dinmicas, no contexto de sua insero como um ndulo da economia na-cional e internacional, uma vez que possvel reconhecer, a cada momento, aposio em que ele est ou ocupa e qual o cenrio dominante, o que possibilitaorientar e promover intervenes que sejam julgadas estratgicas.

    Figura 3 Regies Norte e Noroeste Fluminense, Estruturao dos Cenrios Prospectivos,2010 - 2035

    DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIADESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA(INTERNALIZA(INTERNALIZAO CADEIAS PRODUTIVAS)O C ADEIAS PRODUTIVAS)

    CRESCIMENTO DA ECONOMIACRESCIMENTO DA ECONOMIA(PRODU(PRODUOO EXPORTAEXPORTAO)O)

    CULTURA DA ACEITACULTURA DA ACEITAOO(IMPORTA(IMPORTAO DOO DO

    CONHECIMENTO,CONHECIMENTO,

    EXCLUSO SOCIAL,EXCLUSO SOCIAL,

    CONFORMISMO)CONFORMISMO)

    CULTURA HEGEMNICACULTURA HEGEMNICA(BASES DE CONHECIMENTO,(BASES DE CONHECIMENTO,

    INCLUSO SOCIAL,INCLUSO SOCIAL,

    AUTO SUFICINCIAAUTO SUFICINCIA))

    II

    IIIIIIIIII

    IVIV

    DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIADESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA(INTERNALIZA(INTERNALIZAO CADEIAS PRODUTIVAS)O C ADEIAS PRODUTIVAS)

    CRESCIMENTO DA ECONOMIACRESCIMENTO DA ECONOMIA(PRODU(PRODUOO EXPORTAEXPORTAO)O)

    CULTURA DA ACEITACULTURA DA ACEITAOO(IMPORTA(IMPORTAO DOO DO

    CONHECIMENTO,CONHECIMENTO,

    EXCLUSO SOCIAL,EXCLUSO SOCIAL,

    CONFORMISMO)CONFORMISMO)

    CULTURA HEGEMNICACULTURA HEGEMNICA(BASES DE CONHECIMENTO,(BASES DE CONHECIMENTO,

    INCLUSO SOCIAL,INCLUSO SOCIAL,

    AUTO SUFICINCIAAUTO SUFICINCIA))

    II

    IIIIIIIIII

    IVIV

    4. CONSIDERAES SOBRE AMOSTRA DE INCERTEZAS CRTICAS

    4.1 Projeo do Crescimento da Demografia

    Os estudos da demografia das Regies Norte e Noroeste Fluminense, revelam taxas decrescimentos moderadas para baixas, acumulando no perodo 2005-2035, 30,38% no Nortee 27,87% na Noroeste. Evidentemente que tais nmeros no contemplam os fluxos migrat-

    rios exgenos, que acontecero em funo do apelo e atrao dos grandes empreendimen-tos. A sua incluso deve alterar os valores e taxas para mais, nos locais que abrigam ouonde sero implantados tais empreendimentos.

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    Plano de Desenvolvimento Sustentvel do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro18

    Tabela 1 - Regio Norte Fluminense, Evoluo da Populao, 2005-2035

    Municpios 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035

    Campos dos Goytacazes 425.283 441.349 456.125 469.599 482.041 493.298 502.932Carapebus 9.270 9.805 10.296 10.744 11.158 11.533 11.853Cardoso Moreira 13.498 14.276 14.992 15.645 16.247 16.793 17.259Conceio de Macabu 20.106 21.265 22.331 23.304 24.201 25.014 25.709Maca 156.817 178.232 197.928 215.890 232.475 247.481 260.323Quissam 14.615 15.458 16.233 16.940 17.592 18.183 18.688So Fidlis 39.397 41.668 43.757 45.663 47.422 49.013 50.376So Francisco de Itabapoana 44.062 46.602 48.939 51.070 53.037 54.817 56.341So Joo da Barra 29.583 31.288 32.857 34.288 35.609 36.804 37.827Total da Regio 752.631 799.943 843.458 883.143 919.782 952.936 981.308

    Regio Norte Fluminense, Projeo da Populao - 2005 a 2035

    Fonte: Projeo da Populao dos Municpios Brasileiros entre 2000 e 2050, Maro 2005. IGC-UFMG

    Tabela 2 - Regio Noroeste Fluminense, Evoluo da Populao, 2005-2035

    Municpios 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035Aperib 8.572 9.066 9.521 9.935 10.318 10.665 10.961Bom Jesus do Itabapoana 36.021 38.098 40.008 41.750 43.359 44.814 46.060Cambuci 15.722 16.628 17.462 18.222 18.924 19.559 20.103Italva 13.525 14.305 15.022 15.676 16.280 16.826 17.294Itaocara 24.647 26.068 27.375 28.567 29.668 30.663 31.516Itaperuna 92.828 98.181 103.104 107.593 111.738 115.488 118.698Laje do Muria 8.470 8.958 9.407 9.817 10.195 10.537 10.830Miracema 28.979 30.649 32.186 33.588 34.882 36.052 37.054Natividade 16.202 17.136 17.995 18.778 19.502 20.156 20.717Porcincula 17.078 18.063 18.968 19.794 20.557 21.247 21.837Santo Antnio de Pdua 41.400 43.787 45.983 47.985 49.834 51.506 52.938So Jos de Ub 6.868 7.264 7.628 7.960 8.267 8.544 8.782

    Varre-Sai 8.408 8.893 9.339 9.745 10.121 10.460 10.751Total da Regio 318.720 337.096 353.998 369.410 383.645 396.517 407.541

    Regio Noroeste Fluminense, Projeo da Populao - 2005 a 2035

    Fonte: Projeo da Populao dos Municpios Brasileiros entre 2000 e 2050, Maro 2005. IGC-UFMG

    Tambm ocorrero fluxos endgenos, que deslocam parcelas da populao economicamen-te ativa, a PEA, mantendo o mesmo total regional, com valor muito prximo ao da soma dosmunicpios, conforme constam das Tabelas.

    No Grfico seguinte, as curvas de crescimento projetadas podem ser visualizadas. Elas semostram muito bem comportadas na sua evoluo, com inclinaes bastante suaves, o que

    significa que, do ponto de vista da demografia, no se esperam nem crescimentos muitoacentuados, nem descontinuidades.

    Est claro que estas projees devem incluir os crescimentos adicionais, associados aosgrandes empreendimentos, como mencionado anteriormente, os quais dependem de outrasperspectivas e outros pressupostos, sendo portadores de uma aleatoriedade relativamentealta. Isto porque tais fluxos de pessoas tanto dependem das condies de oferta de postosde trabalho local/regional, quanto da situao do pas em todo o seu territrio, ou seja, sem-pre haver uma ou mais reas, em que as pessoas estaro buscando e iro se deslocarpara tentar se empregar, quando de um grande empreendimento, como os que j existeme/ou esto/estaro em implantao ou expanso nas Regies Norte e Noroeste Fluminense.

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    Grfico 1 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Evoluo da Populao, 2005 - 2035

    Projeo da Populao

    -

    100.000

    200.000

    300.000

    400.000

    500.000

    600.000

    700.000

    800.000

    900.000

    1.000.000

    2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 ano

    habitantes

    Regio Norte Fluminense Regio Noroeste Fluminense

    Fonte: Projeo da Populao dos Municpios Brasileiros entre 2000 e 2050, Maro 2005. IGC-UFMG

    4.2 Grandes Empreendimentos

    Alguns projetos de grande porte e/ou envergadura se localizam no Norte Fluminense, Tabe-la seguinte, havendo implantados, caso da explorao do petrleo pela Petrobras, com suasbases de operaes e logstica gravitando em torno da rea urbana de Maca, com expan-ses j programadas, e o de usinas sucroalcooleiras. Em fase de implantao, o Porto deAu, no municio de So Joo da Barra. Prevista para ser iniciada em breve, a obra do Com-plexo Porturio da Barra do Furado, situada entre os municpios de Campos dos Goytaca-zes e Quissam. Nestes trs vetores, h dezenas de empreendimentos como desdobramen-tos. Este conjunto se concentra nas atividades do petrleo, logstica, minrio de ferro, ener-gia (termoeltricas, lcool), siderurgia, montadora de veculos, etc. uma variedade de inds-trias de base e transformao, com pouca agregao de valor, mas operando grandes vo-lumes ou quantitativos. Trata-se de um conjunto voltado para o mercado externo, exporta-o, que maximiza os seus benefcios, por exemplo, com a carga de retorno e as termoel-tricas, a transformao na siderrgica que pode alimentar uma montadora, quando ento,observar-se- um encadeamento com significativa agregao de valor. Os montantes deinvestimento alcanam cifras muito elevadas, bilhes de dlares, e devem promover altera-

    es de grande impacto, nos trs municpios em que estaro localizados. Cabe ressaltarque o cronograma de sua realizao, mesmo com atrasos, no ultrapassa o prximo qin-qnio, admitindo-se que haver uma continuidade, ainda que ainda no se disponham deinformaes sobre o que suceder. Em nenhum dos trs, h internalizaes ou verticaliza-es explcitas ou declaradas das cadeias produtivas, tanto no ambiente mesmo do empre-endimento e seu entorno mais prximo, quanto, distribudos, envolvendo outros municpiosdas Regies Norte e Noroeste Fluminense. Das cadeias produtivas regionais, no h inves-timentos de vulto nem em pedras decorativas, nem em cermicas ou argilas. Apenas a canade acar possui grandes projetos, em mais uma tentativa de se resgat-la, com projetosesparsos, no integrados a uma poltica de sustentabilidade regional e setorial. Nenhumameno indstria de logstica e nem utilizao da infraestutura aeroporturia para o es-coamento e aumento da competitividade da produo regional. Esses empreendimentos

    esto sendo planejados para operarem de modo auto-suficiente, como sistemas quase fe-chados.

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    Plano de Desenvolvimento Sustentvel do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro20

    Tabela 3 Regies Norte e Noroeste Fluminense, Investimentos Programados, 2008 - 2012

    Investimento Descrio Ano de Operao Valor (BR$)

    ChevronInvestimento em Campos dos Goytacazes, setor energ-tico.Extrao de petrleo em guas profundas no Campo deFrade, ao Norte da Bacia de Campos. rea ocupada de1,53km. Pico de produo de 90.000 bpd, em 2 anos.

    incio das operaesem 2009

    5,8

    Usina TermeltricaPorto do Au

    Investimento em So Joo da Barra, setor energtico. Projetoda MPX Minerao e Energia, visando principal-mente oatendimento ao submercado eltrico-energtico do Sudeste.

    incio das operaes nosegundo semestre de

    20128,5

    Usina Termeltrica Criao de mais uma usina termeltrica no Porto de Au 2012 8,5

    Siderrgica Criao de uma Usina Siderrgica no Porto de Au 2013 11

    Montadora Implantao de uma Montadora de veculos asitica no Portode Au

    2012 9

    Complexo Porturio doAu

    Investimento em So Joo da Barra, setor de Transpor-te/Logstica. Prev a construo de um terminal porturio emSo Joo da Barra, de uma usina de pelotizao, peresoffshore, com acesso por meio de um canal com 21 m. deprofundidade e capacidade para receber navios de grandeporte com beros de atracao especializados e dedicados sdiferentes famlias de produtos.

    concluso: final de2012 3,6

    OGX - Explorao dePetrleo

    Investimento na Bacia de Campos, setor de Energia. Per-furao de 27 poos exploratrios com o objetivo de com-provar e delinear reservas de petrleo, e no desenvolvimen-toda produo das acumulaes a serem descobertas

    2

    Aeroporto Farol deSo Tom

    Investimento em Campos dos Goytacazes, setor deTransporte/Logstica. Construo de um aeroporto particularem ponto estratgico para atender s plataformas em alto-marpela Petrobrs. Trata-se de uma grande p ista a beira-mar,com ptio para helicpteros e um terminal de porte mdio.Objetivo de atender a demanda que crescer devido sdescobertas do pr-sal

    0,35

    Centro Logstico deBarra do Furado

    incio das operaes noprincpio de 2008

    0,11

    Dragagem do Canaldas Flexas

    Investimento em Campos dos Goytacazes e Quissam,infraestrutura. Aumento da profundidade do Canal das Flexasde 2m para 7m, permitindo passagem de navios que operamna Bacia de Campos. Implantao da tecnologia australianachamada by-pass, que transpassa mecnica econtinuamente a areia de um lado para o outro, por meio deum sistema de tubos e bombas, dando estabilidade sinstalaes e ao ambiente.

    0,14

    Usina ElcanaAgroenergtica

    Investimento em Campos dos Goytacazes, segmento:Agronegcios. instalao da Usina Elcana. Na primeira fasesero utilizados 600 ha de viveiro primrio com novevariedades de cana para seleo da que melhor se adapte regio. Nesta fase sero abertos 100 postos de trabalho parao plantio das mudas e mais 60 na ocasio do corte. Nasegunda fase, as mudas selecionadas sero transplan-tadaspara uma rea de 4.000ha, onde estaro prontas para acolheita, quando for iniciada a operao da destilaria da usina.

    O Grupo p retende, na ltima fase de instalao do projeto,produzir 1 MMt/ano de cana. Toda a estrutura dos viveiros edas lavouras ter irrigao total e a estimativa mdia deprodutividade, no perodo de cinco anos, de 75 t /ha decana.

    incio das operaesem maro de 2008

    0,18

    Alcana AgroenergticaInvestimento em Campos dos Goytacazes, segmento:Agronegcios. investimento destinado implantao de umausina de lcool e ao plantio de cana-de-acar.

    concluso: 2011 0,3

    Total Regio Norte Fluminense 2008-2012 49,48

    Investimento Descrio Ano de Concluso Valor (MMR$)

    Light S.A. - ItaocaraSetor energtico. Construo de uma usina hidreltrica comcapacidade instalada de 195 MW no Rio Paraba do Sul,entre os municpios de Itaocara e Aperib

    2012 740

    Agroindstria Bom

    Jesus do ItabapoanaS.A. (ABISA)

    Investimento em Bom Jesus do Itabapoana, segmento:

    Agronegcios. implantao de uma usina de lcool compreviso de produo de 160 milhes de litros de lcool porsafra e receita de R$ 120 milhes no primeiro ano.

    incio das operaes nofinal de 2008 250

    Total Regio Noroeste Fluminense 2008-2012 990

    Investimentos Programados - Regio Norte Fluminense

    Investimentos Programados - Regio Noroeste Fluminense

    Fonte: FIRJAN 2009

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    Plano de Desenvolvimento Sustentvel do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 21

    4.3 Economia (Evoluo do PIB)

    Foram feitos vrios exerccios sobre hipteses de crescimento para o valor adicionado da

    economia das Regies, PIB, entre os quais foram escolhidos dois deles para ilustrar o cam-po das possibilidades de sua evoluo. Na primeira alternativa, A, assumiu-se que as eco-nomias regionais crescem na hiptese mdia para o Brasil, ou seja, uma taxa constante de4,5% a.a., o que pode ser visualizado no Grfico seguinte.

    Grfico 2 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Alternativa A, Evoluo PIB, 2005 - 2035

    Projeo do PIB Total Taxa de Crescimento Constante de 4,5% a.a.

    0

    20.000.000

    40.000.000

    60.000.000

    80.000.000100.000.000

    120.000.000

    2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 Ano

    PIB (MR$)

    Regio Norte Fluminense Regio Noroeste Fluminense

    A outra alternativa de evoluo do PIB que se apresenta, B, assume que as economias vocrescer com a mesma taxa mdia do ltimo qinqnio, Grficos a seguir.

    Grfico 3 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Alternativa B-HM, PIB, 2005-2035

    HM: Projeo do PIB Total Taxa de Crescimento Mdia de 6,62% para aRegio Norte Fluminense e 3,11% para a Regio Noroeste Fluminense

    -

    50.000

    100.000

    150.000

    200.000

    250.000

    300.000

    2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 Ano

    PIB (MMR$)

    Regio Norte Fluminens e Regio Noroes te Fluminense

  • 8/6/2019 Cenrios e Estratgia

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    Plano de Desenvolvimento Sustentvel do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro22

    Naturalmente esta alternativa considera que continua em ascenso cumulativa o processode produo de petrleo na Bacia de Campos, incluindo produo do pr-sal, e a produode outros agentes que esto operando, no momento nesta Bacia (com descobertas novas j

    oficializadas) de modo que a hiptese mais provvel (Mdia) est acompanhada de hipte-ses mais otimista (Alta) ou pessimista (Baixa) representadas por variaes para mais oupara menos em torno desta mdia histrica de anos recentes (que coincidem com a econo-mia do petrleo), Grficos a seguir.

    Grfico 4 Regies Norte e Noroeste Fluminense, Alternativa B-HA, PIB, 2005 - 2035

    HA: Projeo do PIB Total Taxa de Crescimento Mdia de 7,62% para aRegio Norte Fluminense e 4,11% para a Regio Noroeste Fluminense

    -

    50.000

    100.000

    150.000

    200.000

    250.000

    300.000

    2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 Ano

    PIB (MMR$)

    Regio Norte Fluminense Regio Noroeste Fluminense

    Grfico 5 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Alternativa B-HB, PIB, 2005 - 2035

    HB: Projeo do PIB Total Taxa de Crescimento Mdia de 5,62% para aRegio Norte Fluminense e 2,11% para a Regio Noroeste Fluminense

    -

    50.000

    100.000

    150.000

    200.000

    250.000

    300.000

    2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 Ano

    PIB (MMR$)

    Regio Norte Fluminense Regio Noroeste Fluminense

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    Fica evidente a diferena expressiva em prol da alternativa B, como era de se esperar, apreservao de enorme diferena entre as duas Regies que tendem a se acentuar, sendoque essas alternativas e suas hipteses se prestam para delinear as ordens de grandeza,

    como condies de contorno potenciais do que dever vir a acontecer com as economias, apartir de projees com premissas e pressupostos passados, que no se recomenda prossi-gam.

    4.4 Petrleo

    No caso do petrleo que constitui o elemento decisivo da economia da Regio Norte Flumi-nense, as informaes obtidas verbalmente da Petrobrs, permitiram construir duas hipte-ses, cuja distino est na quantidade de novas jazidas descobertas na Bacia de Campos efora delas (Bacia de Santos, por exemplo) e da condio de se tornarem operacionais, omais cedo possvel. Como o consumo do pas deve crescer mais do que a capacidade deproduo estratgica em funo das reservas conhecidas, os valores adicionados e sualocalizao iro determinar a produo estratgica da Bacia de Campos para atendimento

    do mercado brasileiro. Nas hipteses apresentadas nos Grficos a seguir, trabalhou-se comuma alternativa sem a produo do pr-sal, numa posio conservadora, cujo objetivo explorar os limites inferiores que numa condio extrema levariam a um Cenrio de Ruptura,coincidente com a exausto das reservas em um prazo curto ou mdio, insuficiente para sedesenvolver e dispor de uma economia de substituio capaz de manter o sistema socioe-conmico ativo.

    Grfico 6 - Bacia de Campos, Produo de Petrleo, 2005 - 2035

    Produo de Petrleo

    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    3

    3,5

    2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 Ano

    Mbpd

    Brasil Bacia de Campos (Hiptese Otimista)Bacia de Campos (Hiptese Pessimista)

    Fonte: Projeo de Hubbert para o BrasilSite: http://www.portalabpg.org.br/PDPetro/3/trabalhos/IBP0257_05.pdfAcesso em 24 de fevereiro de 2010Nota: projeo feita antes da descoberta do pr-sal

    Observa-se que quaisquer que sejam os valores, na atualidade, a produo da Bacia deCampos determina a produo brasileira e esta situao no tem como ser alterada no curtoe mdio prazo. Mesmo que as descobertas proliferem no futuro mais prximo, o uso do sis-tema da Bacia de Campos se impe por ser o mais vivel e o mais atraente para o pas, no

    mdio prazo, incluindo o fator tempo de respostas, alm do custo e facilida-des/conhecimento existente. Visualiza-se, ento, agora, uma hiptese da possibilidade dofim, com a exausto, num horizonte 25 anos frente, um perodo que se define como mdio

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    prazo. No entanto, as comunicaes de novas descobertas incluindo o pr-sal, ainda emestimao e no convertidas em reservas, fazem emergir uma nova condio de oferta, quemesmo no possuindo programas e nmeros conhecidos, sinaliza, com propriedade, que as

    projees mostradas da produo do petrleo, como uma incerteza crtica, modelam limitesinferiores de uma situao de transio em que ainda no se contabilizou ou apreciou o quepassou a ser conhecido, que se afirma como muito maior do que o disponvel. No obstante,os riscos se elevaram e fazem lembrar que os desafios esto colocados.

    4.5 Internalizao de Cadeias Produtivas

    O petrleo e sua indstria correspondem a uma das mais ricas e frteis atividades existen-tes no sistema socioeconmico, em termos das possibilidades de internalizao de sua ca-deia, verticalizao, ou qualquer movimento em que se desenvolva um ou mais dos seussegmentos para ancorar e dar sustentabilidade Regio em que ocorre. Como todo recursonatural exaurvel, como um processo extrativista, altamente concentradora, intensiva emcapital, somente o usos extensivo de sua transformao e a explorao de sua cadeia nas

    suas linhas mestras, derivaes e tributrias conseguem fazer com que os resultados desua explorao agreguem valor, se distribuam e viabilizem a constituio de uma economiade escala e escopo talvez maiores do que a prpria indstria do petrleo. Estas so experi-ncias vivenciadas, com sucesso, por alguns pases do hemisfrio Norte, uma vez quegrande parte deles no se preocupou e nem buscou criar alternativas de sustentabilidadepara a exausto do seu petrleo (e para outras matrias primas estratgicas) e enfrentaramou enfrentam as conseqncias da descontinuidade no planejada.

    No caso brasileiro, a Constituio de 1988 j deu a cobertura consentnea a tal situao e aexistncia dos royalties decorre da. Na prtica, contudo, a idia de se dispor de recursosextraordinrios para constituir uma alternativa para sua economia que suceda ao petrleo,quando de sua extino, no foi suficiente e nem resultou em iniciativas e programas efeti-

    vos que representem a consecuo do seu objeto. No caso da Bacia de Campos que estem funcionamento desde meados dos anos 70, a exausto do petrleo constitui uma condi-o catastrfica, na atualidade. Observando-se a economia regional, a economia do petr-leo se concentra na minoria de municpios, e o que se constata de oportunidade o setorservios, muito pouco havendo no que diz respeito produo encadeada, tanto a montantequanto a jusante. Nem servios de maior complexidade comparecem na Regio. Todos osgrandes empreendimentos programados, quando referidos a petrleo, tratam de sua produ-o, nada se refere cadeia, seja ela a prpria, sejam elas as tributrias. Nem programasde qualificao de fornecedores, produtos, foram identificados. A Regio importa quase tudodo hardware, no exporta nada do petrleo, de um sem nmero de transformaes poss-veis, e mais grave, no h o seu conhecimento ativo e participante nas poucas bases regio-nais.

    5. DESCRIO DOS MACRO-CENRIOS

    5.1 Cenrio I: Emergncia (Emancipao regional sustentvel)

    A conjugao de um crescimento econmico orientado para o desenvolvimento e a susten-tabilidade se associa emergncia de uma disposio da sociedade norte fluminense deassumir posies e aes em prol de sua participao e gerenciamento efetivo, gil e pr-ativo, integradas com os agentes comunitrios e de mercado, do seu processo de desenvol-vimento, num movimento articulado de negociao, parceirizao e formao de alianascom o setor produtivo empresarial, para a constituio de um sistema regional auto-regulado, emergente.

    Naturalmente, a economia regional cresce, acompanhando o crescimento das economiasnacional e internacional nos segmentos estratgicos em que apresenta diferenciais - petr-leo, logstica, energia, agronegcios; madeira - moveleira, aglomerados e painis, madeira-

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    me para construo civil, naval, etc., cermica, logstica e, particularmente na gerao deconhecimentos e na disponibilidades de pessoas empreendedoras, altamente qualificadasnos processos e servios de seu portflio de agregao de valor.

    Figura 4 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Cenrio I Emergncia, 2010 - 2035

    DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIADESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA(INTERNALIZA(INTERNALIZAO CADEIAS PRODUTIVAS)O CADEIAS PRODUTIVAS)

    CULTURA HEGEMNICACULTURA HEGEMNICA(BASES DE CONHECIMENTO,(BASES DE CONHECIMENTO,

    INCLUSO SOCIAL,INCLUSO SOCIAL,

    AUTO SUFICINCIAAUTO SUFICINCIA))

    II

    EmergnciaEmergncia

    DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIADESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA(INTERNALIZA(INTERNALIZAO CADEIAS PRODUTIVAS)O CADEIAS PRODUTIVAS)

    CULTURA HEGEMNICACULTURA HEGEMNICA(BASES DE CONHECIMENTO,(BASES DE CONHECIMENTO,

    INCLUSO SOCIAL,INCLUSO SOCIAL,

    AUTO SUFICINCIAAUTO SUFICINCIA))

    II

    EmergnciaEmergncia

    Neste Cenrio, a economia brasileira pode crescer em qualquer das taxas projetadas delongo prazo que no haver influncia no desenvolvimento da economia regional que operacom uma governana capaz de sustentar as posies de mercado da oferta produtiva regio-nal. No entanto, as taxas de crescimento das economias nacional e estadual interferem nadisponibilidade de recursos oramentrios para os programas e projetos de infraestrutura e

    desenvolvimento social, que continuam sob sua competncia. De maneira anloga, umacontrao muito severa da economia nacional pode comprometer a poupana nacional eeventualmente os recursos para investimento na execuo do projeto de explorao do pr-sal, o que pode ser contornado com a interveno habitual do BNDES, a exemplo do queocorreu na recente crise financeira internacional. Na mesma linha lgica, um desenvolvi-mento nacional nos cenrios de crescimentos contidos, eleva o desequilbrio social, comtodas as conseqncias decorrentes, o que se propaga e dissemina por toda a sociedadegravando, por conseguinte, a situao do N-NO Fluminense.

    A coincidncia de movimentos positivos da Regio N-NO e do pas e do Estado, contribuempara um clima de credibilidade e confiana que, num contexto de estabilidade econmica emonetria, permitira a atrao de investimentos diretos e a expanso das bases de neg-cios, um estmulo e realimentao positiva para as cadeias produtivas de alto desempenhoda Regio.

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    Na medida em que se instala um sistema de governana regional, a melhoria da administra-o pblica das Municipalidades deve acontecer, mandatoriamente, com a racionalizaodas despesas e a agregao contnua de valor aos investimentos pblicos, proviso e me-

    lhoria da infra-estrutura e, particular e principalmente, a mudana de qualidade e uma refor-mulao completa do sistema de educao pblica e formao profissionalizante incorpo-rando sua reestruturao, sistemas de aprendizagem com tecnologias avanadas, desen-volvimento de projetos, as disciplinas de empreendedorismo, criao e inovao como par-tes integrantes permanentes e os programas de gerao de trabalho e renda para a inclusosocioeconmica da populao e oferta de condies que ampliem as oportunidades de seubem estar.

    Dois dos aspectos mais relevantes, presentes neste Cenrio, constituem a existncia e aoperao de sistemas de funding e gerao de conhecimento regionais, no sentido de lheconferir a condio de co-construir o que pretende para o seu desenvolvimento.

    Dimenso Cultura

    Verifica-se uma coalizo das foras representativas da sociedade norte fluminense, reunin-do o setor pblico, empresarial, educacional e universitrio, associaes e organizaes nogovernamentais, demais membros da sociedade estruturada, que se organizam para exerci-tar programas e aes co-operativas, representativas, negociais, institucionais, de cidadani-a, entre outras. No ambiente pblico, estruturam-se as instituies no sentido de ganharemeficincia, e os organismos para ganharem eficcia por meio dos instrumentos de regulao.A atuao da sociedade mostra resultados na transformao e expanso do sistema eco-nmico, sistema social e sistema ambiental, adquire visibilidade pblica e introduz a recursi-vidade e a sustentabilidade nos processos de desenvolvimento da Regio. As suas aes eprogramas estaro suportados pelos fundos de investimento municipais e regionais N-NO,capitalizados com a maior parcela dos montantes de royalties anuais recebidos e parcelas

    dos valores adicionados incrementais, que comporo e/ou complementaro com os proveni-entes do BNDES e de outros bancos estatais e privados, nacionais e internacionais, a ofertade recursos para investimentos produtivos, que se regero por um arcabouo institucionallegal personalizado para as condies regionais, oferecendo ampla estabilidade de regras econdies consentneas com os interesses da sociedade e a atratividade do mercado decapitais. Em igualdade de condies, haver uma cadeia completa de incentivo e sustenta-o produo em e aplicao orientada do conhecimento e tecnologia, como uma conti-nuidade e desdobramento do sistema de educao regional. Fundos de exausto protege-ro as reas de lavra ou a elas vinculadas, assegurando os recursos para a reintegraodos ativos ambientais mobilizados temporariamente pela indstria extrativa. A Regio exer-citar programas de empreendedorismo, criatividade e inovao tanto na formao de jo-vens e da populao economicamente ativa, quanto no desenvolvimento da classe empre-

    sarial, particularmente estimulando instrumentalizao e normalizao avanada, operacio-nalizao de redes, de grupos de exportao, as micro, pequenas e mdias empresas, mul-tiplicando iniciativas de incubadoras e viveiros de empresas, e das redes de co-operao edesenvolvimento compartilhado ou associativo nas cadeias produtivas selecionadas. A Re-gio opera com uma ou mais redes sociais e uma permanente mobilizao social de suapopulao que participa ativamente da implementao dos projetos constantes de seu pla-nejamento de longo prazo e do processo distributivo e de priorizao de oportunidades. E,finalmente, a Regio converte a sua cultura e os constituintes de sua etnografia em empre-endimentos/negcios que multiplicam, preservam e cultivam e realimentam o seu sistema devalores, de mitos e crenas, o seu imaginrio e o seu universo analtico-simblico, estabele-cendo os elementos necessrios emergncia de novas linhas de produtos ligadas ao co-nhecimento, inteligncia e inovao ou criao, agregao de valor, capazes de se re-novar e manter indefinidamente a sua existncia.

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    Naturalmente, nesta combinao de desenvolvimento entre cultura e economia, a populaose torna informada e comprometida atravs da informao alimentada sistematicamente,permeando todos os seus estratos, construda sobre os projetos em implantao e sobre as

    condies para dele participarem direta e, to ou mais importante, indiretamente, ampliandoos fatores de multiplicao pela atuao conjunta para valores superiores a 8 (oito) numprimeiro momento, reduzindo-se gradativamente aps a alavancagem inicial, do primeiroqinqnio, pelo menos.

    Economia

    Neste Cenrio, a economia se estrutura sobre a seleo de alternativas associadas explo-rao dos seus recursos naturais agregando-se-lhes:

    constituio e adensamento de cadeias produtivas, sob a forma de clusterizao,arranjos produtivos de base no conhecimento, internalizao, distribuio e qua-lificao de fornecedores regionais, comercializao a montante e a jusante, lo-

    calizao estratgica de fornecedores geograficamente ocupando o territrio daRegio,

    estrutura de funding adequadas e capital, o que pode representar uma ou maisinstituies especializadas regionais e/ou a presena direta da Investe-Rio, comuma coordenao de operaes na Regio;

    organizao e suporte s plataformas de pesquisa, desenvolvimento e inovaopara a produo do conhecimento e da tecnologia e dos modus vivendi e ope-randi necessrios a suprir e sustentar o parque produtivo regional atual e futuro;

    gesto da dinmica de educao de sua populao para participar do trabalhona Regio, mediante o contnuo alinhamento da estrutura educacional existente

    e a adio de novos programas ao sistema de educao e formao de pessoalpara o trabalho regional incluindo a especializao, a ps-graduao e a gestoavanada numa viso global;

    desenvolvimento junto com os grandes empreendimentos ou redes de pequenose mdios, da internalizao de suas cadeias produtivas no que se mostrar maisatraente e competitivo com a diretriz da regionalizao por complementaridade,especializao at nichos, substituio, internacionalizao ou exportao, ououtra orientao dominante que se aplique;

    diversificao seletiva da cadeia produtiva e dos mercados, prevenindo os mo-nopsnios e outras vulnerabilidades de risco elevado;

    constituio gradativa de novas linhas de produtos de alta tecnologia baseadosem intangveis que venham a substituir gradualmente os sistemas de base fsica,a partir e utilizando, por ao direta de induo, a sua emergncia e sustenta-o, o que pode envolver a formao de parcerias externas, no pas ou no exte-rior;

    direcionar parcela contnua de valores, mediante disposies da regulao eco-nmica, para a formao da infra-estrutura regional, integrando os programasdas Municipalidades, principal e essencialmente aqueles de modo comum, demodo a se tecer uma malha que opere de modo integrado dadas as distnciasrelativamente curtas entre os municpios, as suas interdependncias hdricas e alogstica e transporte como uma das prioridades regionais;

    constituir, de imediato, os mecanismos indispensveis internacionalizao desua economia tais como porto seco (rede de estaes aduaneiras de interior),aerdromo internacional, sistema de cmbio regional, rede de formao em idi-omas dos parceiros nos empreendimentos regionais, linhas regulares de trans-

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    porte para conexes com os centros nacionais, na hierarquia das cidades brasi-leiras, cmaras de comrcio e arbitragem, tribunais especiais, entre outras;

    formao da rede regional de cidades, planejando uma hierarquia inicial, quediscipline e sistematize a aplicao dos recursos sem que impea qualquer re-conhecimento de emergncias no planejadas;

    manter, por disposio de regulao, taxas de investimentos mnimas das Muni-cipalidades, num processo distributivo do projeto de co-construo de uma Regi-o com autonomia.

    Para que a economia regional se desenvolva como descrito, torna-se imprescindvel que elaesteja dotada da capacidade e habilidade de criar, inovar, produzir conhecimento, tecnologiae promova uma reformulao de sua cultura que assuma uma postura eminentemente ativae pr-ativa e de competitividade em relao ao seu projeto de futuro, conhecido desde queplanejado.

    Isto implica em se insistir com as cadeias produtivas dos grandes empreendimentos existen-tes ou se instalando, para alocar e dar acesso transferncia de suas tecnologias para osncleos genticos regionais, na medida em que, no primeiro momento do perodo conside-rado, no h massa crtica de pessoas e instalaes disponvel para que sejam assimiladasextensivamente. Para esta tarefa deve-se aprovar e estimular a importao de inteligncia,sempre que isto se mostrar necessrio, desde que ela venha a ser inserida, tornando-separte integrante da rede educacional e das plataformas de desenvolvimento regionais.

    Mesmo que haja, em curso, um programa de investimento notvel para a Regio, de vulto-sos valores, que j demonstraram com as taxas de crescimento do PIB verificadas o tama-nho de seu impacto, e que mantero ou, muito provavelmente, ampliaro a condio desseimpacto anterior (pela superposio, no linearidade e ampliao do espectro e dos agen-

    tes, instalando-se a concorrncia numa posio at ento monopolstica, no mercado regio-nal), este Cenrio somente sucede se houver uma ao programada e sistemtica de atra-o de novos investidores, tanto partindo da iniciativa dos lderes regionais, como resultan-tes de negociaes com os grandes empreendimentos j decididos, numa grande e vastanegociao, quanto num pacto entre as Municipalidades para compartilharem o processo dedesenvolvimento.

    Conquanto o horizonte atual dos empreendimentos seja o prximo quinqunio, como siacontecer em todos os pases, a propenso de que aconteam novos investimentos ouexpanses nos qinqnios subsequentes, o que requer aes imediatas para orientar econduzir o processo de desenvolvimento com o foco regional e a participao crescente deempreendimentos intensivos em conhecimento e tecnologia (consequentemente P&D&I) na

    formao do valor adicionado regional. Neste momento, a atrao e a promoo de novosempreendimentos se fazem passveis de induo, em associao com a ordenao impres-cindvel do territrio para receb-las, prevenindo-se os efeitos da saturao, estrangulamen-tos, degradaes ou deterioraes, ou seja, de tudo o que puder comprometer a qualidadede vida e o meio ambiente regionais. Uma questo que estar exigindo ateno constante a da oferta de pessoal qualificado em termos do perfil e quantidade e pelos tempos exigidospara a sua formao, uma restrio severa que exigir mo-de-obra externa selecionada eum grande esforo para conter fluxos migratrios indesejados ou predadores.

    Certamente, deve-se reconhecer que este descompasso ou descontinuidade entre o queacontece e o tempo que se necessita para fazer acontecer como desejado, representa umdos maiores, seno o maior risco, da situao representada pelo desenvolvimento da eco-nomia regional, segundo este Cenrio.

    Regulao e Legislao

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    No obstante as limitaes constitucionais quanto possibilidade de se atuar na regulaoregional, tanto o Estado do Rio de Janeiro, quanto apropria Regio N-NO podem desenvol-ver alguma regulao institucional que se aplique especificamente para viabilizar ou reforar

    os direcionamentos de seu processo planejado de desenvolvimento, respeitadas as disposi-es supervenientes da legislao federal. De um modo geral, o marco regulatrio estadualestar sendo aperfeioado, com uma nfase expressiva na poltica de resultados e de signi-ficados para a sociedade. Particularmente, a ao integrada da Regio, numa posio con-solidada das Municipalidades, representando o setor pblico e os setores privado e das or-ganizaes no governamentais, deve resultar, neste Cenrio, tanto na edio de instru-mentos legais especficos, com uma equalizao de tratamento que possa estabelecer dife-renas ou compensaes para a formao de um sistema regional multicamadas, com re-des orientadas para alimentar, de modo integrado, a socioeconomia e o meio ambiente. Es-ta regulao pode estabelecer inclusive distines fiscais e tributrias que criem diferencia-es localizadas, em funo das vantagens locacionais, existentes ou estabelecidas peloplanejamento, pela distribuio dos elementos nas cadeias produtivas, sistema de educaoe formao de pessoas e ainda disposies e instrumentos que facilitem deslocamentos,transbordamentos, concentraes de externalidade tecnolgica, mudanas de ordem lgicaou outras modalidades de desenvolvimento de empreendimentos, decididas estrategicamen-te.

    O disciplinamento de todas as possibilidades de alianas e parcerias e associaes pbli-cas, privadas e com o terceiro setor, no ambiente regional e municipal regular matria dasmais relevantes para sustentar as operaes de desenvolvimento.

    Neste Cenrio, so eliminadas as distines intra-Regio que estabeleam diferenciaiscompetitivos no planejados ou que ensejem as chamadas guerras intermunicipais. Umdos pontos centrais da regulao regional constitui a fixao das condies mandatrias,uma vez consensadas, de utilizao dos recursos das Municipalidades provenientes da ex-plorao do petrleo, sob a forma de royalties, e da indstria extrativa, sob a forma daCFEM, reguladas para viabilizar o desenvolvimento sustentvel regional. O outro aspecto damaior importncia consiste no estabelecimento de um fundo na modalidade de compensa-es, de gesto comunitria, integralizado pelos Municpios e Governo Estadual para fazercom que a capilaridade do desenvolvimento se estenda s regies de baixo dinamismo,onde subsistem o hiato da renda per capita e a pobreza, com mltiplos programas com bai-xos custos de investimento (ao indutora de despertar e catalizar, de cunho pulverizado ouvarejista).

    Conhecimento

    A existncia das plataformas e da rede regional de produo e a manuteno do conheci-

    mento nas reas do desenvolvimento regional fazem parte do ncleo deste Cenrio. Istopressupe integrar as universidades e instituies de ensino superior e profissionalizante emuma rede regional que oriente as suas bases de pesquisas para o trabalho em co-operaosobre plataformas de pesquisa, desenvolvimento e inovao, constitudas nos assuntos quesustentam os empreendimentos produtivos atuais e projetados. Esta condio implica emum amplo trabalho conjunto com os investidores, no sentido de que eles aloquem projetos,estabeleam os resultados e desafios a serem alcanados na generalidade de seus empre-endimentos, financiem e transfiram os conhecimentos at os estgios em que se encontramou a partir dos quais se desenvolvero as intervenes. Indo alm, h plataformas que po-dem assumir o papel de depositrias dos conhecimentos de tecnologias em uso e/ou quenecessitam de equacionamentos de problemas contumazes ou especficos, de desenvolvi-mentos contnuos ou de sua internalizao no pas. A aliana e a participao diferenciada

    da FAPERJ existir com intensidade e regularidade, inclusive para a intermediao neces-sria com o Ministrio de Cincia e Tecnologia, a FINEP e os acordos de cooperao inter-nacionais. possvel que algumas das Municipalidades constituam suas reas para o ge-

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    renciamento das atividades de conhecimento e tecnologia, de interesse maior de suas so-cioeconomia e meio ambiente. Dada a universalidade das cadeias produtivas e dos merca-dos a que estas atendem, o sistema regional de conhecimento e tecnologia da Regio N-NO

    estar estruturado e integrado rede internacional de cincia e tecnologia, nos domnios deconhecimento que constituiro a sua carteira de projetos e clientes. De maneira anlogaeste sistema ter uma dinmica prpria de alinhamento e antecipao de suas atividades sdemandas do mercado regional, inclusive em questes de base como o caso da formaode idiomas e a preparao de pessoas para atuar no mercado de negcios nacional e inter-nacional, nos segmentos que constituem a pauta da economia regional. Outra contribuioessencial da educao universitria, no processo de desenvolvimento deste Cenrio, decor-re da sua atuao e compromisso com o capital humano, na educao, formao, qualifica-o, especializao e atualizao, com assistncia continuada dos professores/educadorese administradores educacionais da rede pblica das Municipalidades e unidades educacio-nais da Regio.

    O conhecimento e a tecnologia, segundo esta perspectiva, determinaro a competitividadeda Regio, tanto no campo, quanto industrial e no setor servios, e a sua capacidade degerar uma economia de substituio ao petrleo.

    Infraestrutura e Logstica

    A eficincia no desenvolvimento da economia est associada a avanos muito significativosna infraestrutura e logstica regional. De fato, neste Cenrio, a Regio N-NO recupera o seusistema de logstica que se encontrava bastante limitado e completamente desatualizado,ainda restando particularmente no primeiro qinqnio, algum passivo acumulado anterior eno perodo para ser equacionado no segundo quinqunio: salienta-se que o aumento emdegraus das demandas associadas a grandes empreendimentos exige um esforo de atua-lidade muito grande. A participao da iniciativa privada se faz presente em vrios sistemas

    concedidos contra resultados e agilidade nas respostas ao mercado. Transporte ganha umplano multimodal integrado, reunindo as opes rodovirio, ferrovirio, hidrovirio/martimo,aerovirio, acopladas a um plano de logstica compatvel e em consonncia com os fluxosda socioeconomia regional, numa perspectiva de mdio/longo prazo. Os sistemas de trans-porte martimo e areo ganham importncia com a expanso programada do sistema portu-rio de Au, Barra do Furado e Imbetiba, a recuperao e operacionalizao do canal Cam-pos-Maca, da modernizao dos aerdromos existentes Campos dos Goytacazes e Macae da introduo de, pelo menos, dois adicionais em Santo Antnio de Pdua e Itaperuna(possivelmente Bom Jesus do Itabapoana). Ainda quanto aos aerdromos, a expanso dosheliportos em Farol de So Tom, Maca se estende aos demais aerdromos, institucionali-zando o transporte por helicptero. A malha ferroviria se moderniza e amplia a capacidadede transporte de carga e a sua integrao com o restante do Estado do Rio de Janeiro, em

    primeiro lugar, e com o Esprito Santo, em seguida. O sistema troncal rodovirio se constituido eixo e corredor de transporte Rio de Janeiro-Campos dos Goytacazes-Vitria com umaderivao para Itaperuna e Zona da Mata Mineira, alm das conexes com os trs parquesde grandes empreendimentos regionais em Au, Maca e Lagoa Feia/Barra do Furado. Osistema de Transporte e Logstica assume uma estruturao de corredores de desenvolvi-mento (anteriormente transporte), irradiando a sua influncia em uma estratgia de modupla, convergncia com a atuao de foras centrfugas nas aes de exportao e diver-gncia com uma atuao de foras centrpetas, na alimentao das cadeias produtivas du-pla, dos grandes empreendimentos e movimentos de distribuio e concentrao alternadosou em paralelo. Na logstica comparecem igualmente o sistema de dutos ou polidutos comexpanses continuadas, as reas de estocagem ou armazenamento e depsitos, as esta-es de servios, aduaneira, etc. sistemas de apoio e de servios, integrados com o sis-tema virio e urbano.

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    O segundo aspecto da infraestrutura se refere ao saneamento ambiental abrangendo abas-tecimento de gua potvel, bem equacionado, em expanso, proteo dos mananciais; es-gotamento sanitrio com expanso e com vrias estaes de tratamento de esgoto em

    construo, outras tantas programadas, incluindo biodigestores no ambiente rural. No hregistros de doenas infecto-contagiosas hidrotransmissveis. Os problemas de controle decheias persistem particularmente no primeiro qinqnio, com as solues de longo prazosendo executadas com prazos mais longos por envolver outros agentes e estados.

    O setor de energia diversifica e se expande com excedentes exportveis, mas enfrenta al-gumas restries quanto mitigao de impactos ambientais. O sistema de comunicaopromove a cobertura de todo o territrio, inclusive por rede de fibras ticas.

    O sistema habitacional evolui bem por meio de polticas articuladas e programas especficosatuando na reduo do dficit habitacional e dos assentamentos precrios, com a constru-o de novas unidades e ncleos distribudos (contando tambm com as iniciativas dos go-vernos federal e estadual), maior acesso ao crdito habitacional, alta eficcia dos programas

    de melhorias das condies das habitaes existentes, em parceria com a CEF, eficciarelativa na realocao de habitaes comprometidas devido ao seu elevado nmero e complexidade de sua retirada, particularmente nas margens dos grandes rios nas reas ur-banas, qualidade maior das habitaes com o uso de tcnicas e tecnologias e solues ino-vadoras, e eliminao e recuperao parciais das reas de excluso e segmentao scio-espacial. Ainda persiste, portanto, certo desequilbrio em relao ao nmero e qualidade dashabitaes, tambm pela presso do crescimento desordenado e fluxos migratrios das po-pulaes em funo da atrao exercida pelos grandes empreendimentos, estando a situa-o sob controle parcial. Observa-se igualmente um avano na aplicao e uso dos disposi-tivos do Estatuto das Cidades e de planos diretores de desenvolvimento municipal sustent-vel, no que diz respeito ocupao do solo urbano, com adensamento urbano controlado, enas reas rurais lindeiras, particularmente nas zonas de restinga e aluvio, e nas encostasdos vales encaixados.

    Meio Ambiente

    O contexto de desenvolvimento assumindo a sua participao no acentuado crescimentoeconmico que deve promover uma ou mais mudanas de patamar da economia regional,resultar num desafio constante de se manter e resgatar as caractersticas originais do meioambiente diante de crescentes presses antrpicas, assegurando a sua biodiversidade.Neste sentido assume particular importncia o projeto de recomposio da cobertura vegetalnativa representada pela Mata Atlntica, admitindo-se a floresta plantada comercial em -reas degradadas ou sem utilizao agrcola, convivendo em uma estrutura de corredoresecolgicos, disseminao de reservas na modalidade das RPPNs e de unidades de conser-

    vao, expanso das unidades de proteo integral, recomposio das matas ciliares nasbacias dos grandes rios e no baixo Paraba do Sul assim como o funcionamento da EstaoCincia do Bioma Mata Atlntica-Plancies Aluvionares/Restingas/Manguezais do N-NOFluminense, ou seja, um conjunto integrado de aes que concilia a preservao e reabilita-o ambiental com atividades econmicas sustentveis, com a pesquisa e desenvolvimentoe com uma plataforma de coordenao das aes e programas ambientais regional mantidapelos grandes empreendimentos.

    Outros aspectos deste Cenrio constituem o aprimoramento do uso e aplicao de agrotxi-cos tanto no que se refere ao seu impacto na sade dos agricultores quanto nos processosde contaminao do seu entorno e dos cursos dgua, o tratamento dos esgotos, o equacio-namento com solues adequadas dos resduos slidos urbanos e rurais envolvendo aformao de associaes ou consrcios e a aplicao de tecnologias e processos adequa-dos incluindo as usinas de reciclagem, compostagem, energia e a disseminao de pro-gramas de educao ambiental como parte do desenvolvimento da cidadania regional, umadas manifestaes de valorizao no reposicionamento cultural.

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    Plano de Desenvolvimento Sustentvel do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro32

    Assim como na rea pblica e da ordenao do uso do territrio, a partir da iniciativa do zo-neamento econmico-ecolgico dinmico, o setor privado compreende as oportunidadesoferecidas pela conservao e uso ambiental e, de maneira anloga, promove avanos ex-

    pressivos nos processos dos seus grandes empreendimentos, replicando ou utilizando-sede solues mais avanadas do que as dos agentes de Governo, ou atuando em conjuntona busca das melhores e mais exeqveis solues, caso, por exemplo, da contaminaomarinha ligada explorao do petrleo, ou das termoeltricas (no momento em que o he-misfrio norte pactua redues dramticas das emisses relacionadas ao efeito estufa eemisses e o Brasil se posiciona como o quarto maior contribuinte de efeitos lesivos at-mosfera do planeta), ou dos resduos industriais, entre outros.

    Uma das oportunidades que se desenvolve e cresce neste Cenrio a do ecoturismo e oaproveitamento dos Caminhos, uma alternativa econmica de largo espectro que se contra-pe s atividades empresariais estressantes e que pode estabelecer dobradinhas com oturismo de praia e de eventos, predominantes no Estado do Rio de Janeiro e vizinhanas.

    A questo agrria, uso do solo se desenvolve sobre bases de conhecimento voltadas paraas culturas regionais, e.g. a unidade de Bom Jesus de Itabapoana, que suportam o aumentoda produtividade, o ajustamento das questes fundirias e o aproveitamento e reaproveita-mento racionais do solo e produtos regionais com o conhecimento indicado.

    Uma das condies essenciais do equilbrio da qualidade ambiental diz respeito ao exercciopelas Municipalidades da gesto pblica do uso e ocupao dos solos urbanos, da obser-vncia rigorosa do cdigo de obras e das inmeras intervenes necessrias a se corrigirsituaes anmalas, irregulares e de risco existentes, que se constituram ao longo da hist-ria das aglomeraes urbanas. Vale lembrar que no caso das exploses demogrficas as-sociadas aos grandes empreendimentos, constata-se a ocupao de reas de restinga ouencostas, dependendo da localizao, reas tipicamente rurais para as quais no h legisla-o seno a do INCRA que no se aplica a esta destinao especfica, o que no caso desteCenrio implicou no desenvolvimento de regulao complementar que preserva a expansoimobiliria e o crescimento urbano ordenado e harmnico, sobre bases tcnico-legais co-nhecidas.

    Petrleo

    O petrleo e gs extrados, em 2010, na Bacia de Campos, respondem pela maior parte doconsumo nacional e as suas reservas definem a condio de auto-suficincia do pas. Namedida em que ocorram novas descobertas, se elas forem nesta Bacia, mantm-se o nvel

    de produo, ou se acontecer em outra bacia ocorrer um deslocamento. Neste caso, aproduo de Campos deve ser reduzida para estender a sua vida til, inclusive para se dartempo para sua expanso sem que se comprometam integralmente as reservas conhecidase dimensionadas (40 bilhes de barris). J a novas descoberta anunciadas tanto na plata-forma continental, por investidores privados, quanto da Petrobrs, no pr-sal.

    Este Cenrio assume a hiptese de novas descobertas mantendo-se a produo em nvelpraticamente constante nos prximos 25 anos, com um pequeno decrscimo nos primeirosanos e uma ascenso pequena em anos subseqentes. Consequentemente, no se baseianuma condio otimista de uma exploso de novas descobertas que implicam numa eleva-o substantiva das receitas e rendas, royalties etc. A posio de afluncia se constri sobreuma evoluo normal, mdia, das reservas e disponibilidades do petrleo, bem como da

    maximizao dos fatores de reaproveitamento, o que determina o alongamento da vida tilde poos em vias de exausto.

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