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CENTRO UNIVERSITRIO UNINTER
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM EDUCAO E NOVAS TECNOLOGIAS (PPGENT)
FORMAO DOCENTE E NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAO
DESENVOLVIMENTO DE OBJETO DIGITAL DE APRENDIZAGEM PARA MOBILE LEARNING NA FORMAO INICIAL DE PROFESSORES
FAGNER ALEXANDRE SOTORRIVA NECKEL
CURITIBA 2016
FAGNER ALEXANDRE SOTORRIVA NECKEL
DESENVOLVIMENTO DE OBJETO DIGITAL DE APRENDIZAGEM PARA MOBILE LEARNING NA FORMAO INICIAL DE PROFESSORES
A apresentao desta dissertao exigncia do Programa de Ps-graduao
em Educao e Novas Tecnologias, rea de concentrao em Formao Docente e Novas Tecnologias na Educao, para a
obteno do ttulo de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Otvio, dos Santos.
CURITIBA
2016
Catalogao na fonte: Vanda Fattori Dias CRB-9/547.
N365d Fagner Alexandre Sotorriva Neckel Desenvolvimento de objeto digital de
aprendizagem para Mobile Learning, na formao inicial de professores / Fagner Alexandre Sotorriva Neckel. - Curitiba, 2016.
97 f.: il. (algumas color.)
Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Otvio dos Santos Dissertao (Mestrado em Educao e Novas
Tecnologias) Centro Universitrio Internacional Uninter.
1. Professores Formao. 2. Inovaes educacionais. 3.Tecnologia educacional. 4. Computao mvel. 5. Mobile Learning. 6. Sistemas de
comunicao sem fio. I. Ttulo. CDD 370.71
RESUMO
Desenvolvimento de um objeto digital de aprendizagem para mobile-learning na
formao inicial de professores
O presente trabalho, intitulado Desenvolvimento de objeto digital de aprendizagem para mobile-learning na formao inicial de professores busca, entre objetivos, elaborar um objeto digital de aprendizagem junto aos professores em formao inicial, contribuindo para uma
reflexo sobre a utilizao da modalidade mobile-learning para o ensino/aprendizagem contemporneo. Considerando a aprendizagem mvel como uma modalidade de ensino que se
apropria de dispositivos mveis, uma vez que as tecnologias mveis permitem o acesso a contedos e a interao com professores e alunos a partir de praticamente qualquer espao e tempo. A fundamentao terica est pautada na autonomia e autoria no trabalho pedaggico
Freire (2014) e Vygotsky (1993), a aprendizagem colaborativa e novos letramentos, bem como na abordagem socioconstrutivista de Vygotsky (1987, 2007) para entendermos o processo de
aprendizagem e mediao por meio da interao e linguagem. Procuraremos identificar na literatura estudos que apontam para com o problema de pesquisa e pergunta norteadora: como se d a elaborao de um objeto digital de aprendizagem por professores em formao inicia l
pautado em mobile-learning? Quanto ao uso de dispositivos mveis para a aprendizagem, refletimos para com a necessidade de processos didtico-pedaggicos inovadores por parte os
profissionais da Educao, considerando a presena marcante de tecnologias mveis no atual ambiente sociocultural, sendo um desafio a enfrentar. Incentivando relaes/situaes de inovao na prtica em sala de aula com vistas mediao tecnolgica e professor-autor no
processo de ensino-aprendizagem mediatizado pelas tecnologias mveis, buscamos ampliar possibilidades de ensino e aprendizagem por intermdio de dispositivos mveis.
Palavras chaves: Formao de professores, Mobile-learning, Educao e novas tecnologias.
ABSTRATCT
The development of a digital learning object for mobile-learning in the teachers initial
formation
The following work, named The development of a digital learning object for mobile-learning in the teachers initial formation aims, among other goals, to elaborate a learning digital object together with the teachers in their initial formation, contributing to a reflection about the
mobile-learning modality use, to the contemporary teaching/learning education. Considering a mobile learning as a teaching modality that uses mobile devices, once the mobile technologies
allow the access to content and interaction with the teachers and students basically from anywhere and at any time. The theoretical reason is based on Freire (2014) and Vygotsky (1993) self-sufficiency and authorship pedagogical work, the collaborative learning and new literacy,
as well as in social-constructivist approach of Vygotsky (1987, 2007) so we can understand the learning process and mediation through interaction and language. We seek to identify in the
literature studies that indicate as to the research matter and leading question: How is the digita l learning object elaboration done by teachers in their initial formation based on mobile-learning? As to the use of mobile devices to the learning, reflected to the need of innovative pedagogical
didactic processes by the Education professionals, considering the striking presence of mobile Technologies into the current social cultural environment, being it a challenge to be faced.
Encouraging innovation relations/situations in the classroom practice regarding the technological mediation and teacher-author in the teaching- learning process being mediated by mobile technologies, we aim to broaden teaching and learning possibilities through mobile
devices.
Key words: Teachers formation, Mobile-learning, Education and new Technologies.
LISTA DE ILUSTRAES
FIGURA 1 PRINT DA TELA DO GRUPO FECHADO DO FACEBOOK CELULAR NA
SALA DE AULA.................................................................................................................... 38
FIGURA 2 PRINT DA TELA DO GRUPO FECHADO DO WHATSAPP CELULAR NA
SALA DE AULA.................................................................................................................... 39
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 ETAPAS, ABORDAGEM TERICA E CONTEDOS PROGRAMTICOS
DA OFICINA CELULAR NA SALA DE AULA ................................................................. 36
QUADRO 2 VDEOS UTILIZADOS E COMPARTILHADOS COM OS ALUNOS VIA
WHATSAPP ............................................................................................................................. 40
QUADRO 3 ARTIGOS UTILIZADOS E COMPARTILHADOS COM OS ALUNOS VIA
WHATSAPP ............................................................................................................................. 41
QUADRO 4 UDIOS UTILIZADOS E COMPARTILHADOS COM OS ALUNOS VIA
WHATSAPP ............................................................................................................................. 43
QUADRO 5 DECUPAGEM MULTICULTURARISMO: AS DIFERENTES FORMAS DE
SE CUMPRIMENTAR ............................................................................................................ 49
QUADRO 6 DECUPAGEM LIBRAS NO CONTEXTO ESCOLAR: A INCLUSO DA
LIBRAS NA SALA DE AULA ............................................................................................... 50
QUADRO 7 DECUPAGEM PIBID: AS DIFERENTES FORMAS DE SE
CUMPRIMENTAR .................................................................................................................. 51
QUADRO 8 DECUPAGEM CELULAR NA SALA DE AULA: PLANEJANDO UMA
AULA DE BIOLOGIA............................................................................................................. 52
8
SUMRIO
1. INTRODUO 10
2. PANORAMA DA PESQUISA 11
2.1 JUSTIFICATIVA 17 2.2 PROBLEMA DE PESQUISA 18 2.3 OBJETIVOS 18 2.3.1 OBJETIVOS GERAIS 18 2.3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS 18
3. FORMAO DE PROFESSORES E AS TECNOLOGIAS MVEIS 19
3.1 FORMAO DE PROFESSORES E A RELAO COM AS TECNOLOGIAS MVEIS 19 3.2 PANORAMA DE MOBILE-LEARNING: AUTORIA E AUTONOMIA 21 3.3 MEDIAO TECNOLGICA: AUTONOMIA E AUTORIA DO PROFESSOR EM FORMAO INICIAL 24 3.4 LETRAMENTO DIGITAL E A INCORPORAO DE MDIAS DIGITAIS POR PROFESSORES EM FORMAO INICIAL 26 3.5 METODOLOGIA COLABORATIVA PROPULSORA DE AUTONOMIA E AUTORIA EM PROFESSORES EM FORMAO INICIAL 28 3.6 RECURSOS AUDIOVISUAIS E A RELAO COM AS TECNOLOGIAS MVEIS 30
4. DESENVOLVENDO E ANALISANDO: CELULAR NA SALA DE AULA 34
4.1 OFICINA: CELULAR NA SALA DE AULA 34 4.1.1 METODOLOGIA 34 4.1.2 MOTIVAO PARA O TRABALHO FINAL 43 4.1.3 PARTICIPAES NA OFICINA: PONTOS RELEVANTES 45 4.2 DECUPAGEM DOS OBJETOS DIGITAIS DE APRENDIZAGEM ELABORADOS 49 4.3 FRAMES DOS OBJETOS DE APRENDIZAGEM ELABORADOS 52 4.4 O EMERGIR DAS CATEGORIAS ANLISE 61 4.4.1 A POSIO DE AUTONOMIA E AUTORIA DO PROFESSOR EM FORMAO INICIAL NA ELABORAO DE UM OBJETO DIGITAL DE APRENDIZAGEM EM MOLIBE-LEARNING PAUTADO EM MICROVDEO 61 4.4.2 AMBIENTE DE COLABORAO E RELACIONAMENTO COM AS TECNOLOGIAS DIGITAIS E MVEIS NA ELABORAO DO OBJETO DIGITAL DE APRENDIZAGEM PROPOSTO 66 4.4.3 MULTILETRAMENTO COMO EXPRESSO EM PROFESSORES EM FORMAO INICIAL FRENTE A ELABORAO DO VDEO EM DISPOSITIVOS MVEIS 70 4.5 A RELAO ENTRE OS OBJETOS DE APRENDIZAGEM ELABORADOS E AS CATEGORIAS ELENCADAS 76 4.6 RELATOS E CONSIDERAES SOBRE A OFICINA CELULAR NA SALA DE AULA 77
CONSIDERAES FINAIS 81
REFERNCIAS 85
APNDICES 91
ANEXOS A FORMULRIO DE ENTRADA 92
ANEXOS B FORMULRIO DE SADA 93
9
ANEXOS C PLANO DE ATIVIDADE: MODELO 94
ANEXOS D STORYBOARD: MODELO 96
10
1. INTRODUO
A medida que novos cenrios tecnolgicos emergem, esses podem possibilitar novas
experincias e aplicaes na prtica pedaggica, principalmente quando nos reportamos as
tecnologias mveis. Busca-se olhar na integrao que dispositivos mveis podem subsidiar
diante uma abordagem tanto pedaggica quanto tecnolgica, numa perspectiva de uso prtico
desses potenciais artefatos numa postura de inovao pedaggica.
Propomos uma investigao na formao inicial de professores, buscando evidenciar o
relacionamento que estes desenvolveram ao elaborarem um objeto digital de aprendizagem
pautado em vdeo para a mobile-learning. Apropriamo-nos em uma pesquisa qualitat iva,
referenciados em conceitos como de autoria, autonomia, colaborao, multiletramento e
apropriao crtica da tecnologia.
Importante ressaltar que compreendemos por formao inicial de professores aqueles
que se encontram nas respectivas graduaes, em preparos para atuar na Educao bsica.
Agradecemos assim Coordenao do PIBID Pedagogia/Uninter por nos receber to
bem como pela oportunidade de realizamos nosso trabalho de campo em grupo de
caractersticas buscadas pelo pesquisador. Abaixo apresentamos o panorama de pesquisa,
justificativa, problema de pesquisa e objetivos do presente trabalho.
11
2. PANORAMA DA PESQUISA
Do ponto de vista histrico, desde a arte rupestre aos sistemas baseados em intelignc ia
artificial, passamos por inmeras transformaes sociais, culturais, tecnolgicas e tambm no
campo do trabalho. Entendemos que transitamos de uma sociedade mecnica para uma digita l,
e que esta tem moldado novos comportamentos, em especial aos alunos dessa gerao.
Podemos assim estabelecer uma relao entre a cultura digital que tem sido percebida
medida que diferentes mdias e suportes se encontram cada vez mais convergido em um nico
dispositivo, proporcionando diferentes necessidades bem como diferentes formas de se ensinar
e aprender.
Em seu em seu livro Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire (2014, p. 20) indicava que
mais do que um ser no mundo, o ser humano se tornou uma presena no meio, com o mundo
e com os outros. A esta relao dialtica, de metamorfose, pode-se vincular a transformao
tecnolgica, fator essencial- fundamental, visto que nos encontramos em uma sociedade em
plena transformao miditica. A evoluo dos artefatos tecnolgicos, em especial as
tecnologias mveis, ampliam espaos e abrem novas possibilidades, uma vez que ajudam a
moldar comportamentos de inmeros indivduos.
O avano das tecnologias da informao e comunicao tem proporcionado s novas
geraes, conectividade e interatividade, bem como o contnuo uso de mdias digitais. Estas ,
por sua vez, podem potencializar a relao de ensino/aprendizagem no intuito mudar a prtica
pedaggica frente ao novo perfil de alunos que emergem desse campo tecnolgico
Segundo Tapscott (apud JULIATOO, 2013, p.34), a utilizao de mdias digitais
representa o nascimento de uma nova gerao de alunos. Estes novos indivduos, nascidos a
partir do ano 2000 so denominados gerao Z. Estes indivduos aparentemente apreendem e
aprendem de forma diversa de seus progenitores e geraes anteriores.
Entendemos a necessidade de repensar o papel do professor e as competncias
necessrias frente demanda de novos perfis dos alunos, mas que nos encontramos em modus
operandi no formato tradicional, excluindo da aprendizagem as inovaes da sociedade
(HERNNDEZ et al., 2000).
Kenski (2005, p.41) nos diz que:
No e possvel pensar na prtica docente sem pensar na pessoa do professor e em sua
formao, que no se da apenas durante seu percurso nos cursos de formao de
professores, mas durante todo o seu caminho profissional, dentro e fora da sala de
aula.
12
Pensamos que na formao inicial dos professores faz-se necessrio agregar bases
slidas e autnomas para que o potencial das novas tecnologias da informao e comunicao
se voltem tambm para a sala de aula. Assim, em um momento oportuno, este profissional pode
conseguir se apropriar dessa potencial ferramenta e aplic-la ao ensino/aprendizagem.
Portanto, a formao inicial de professores precisa atender tambm situaes-aes que
as ferramentas podem oferecer para melhorar a aprendizagem, como afirmou Ribeiro (2007,
p.87) o progresso das novas tecnologias gera uma cultura informatizada, com hbitos
intelectuais de simbolizao, formalizao do conhecimento e manipulao de signos e de
representaes.
Podemos afirmar que as informaes oriundas da conexo de dados por meio de
dispositivos mveis so cada vez mais acessveis aos alunos, e professores bem preparados,
conscientes e crticos podem se utilizar desta caracterstica como ponto inicial, aumentando a
relevncia no novo papel do professor multimiditico.
O processo adaptativo da didtica do novo docente, utilizando-se das tecnologias da
informao e comunicao, so favorveis para uma reavaliao de seu papel, pois ao mesclar
dispositivos mveis vida cotidiana, abre-se um leque de possibilidades e de maneiras distintas
de representar e ressignificar o conhecimento.
A dcima conferncia internacional, realizada em Madrid/Spain (2014), sobre mobile-
learning, apresentou muitos programas e progressos para com a formao e o uso de
dispositivos mveis no espao escolar em vrios pontos do mundo.
No Brasil, a organizao Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da
Sociedade da Informao CETIC.br (2014, p.49)1 relata que o:
Conhecimento para a utilizao da tecnologia digital em sala de aula hoje um
requisito da formao de novos professores e lhes permitir criar e disponibilizar
ambientes de aprendizagem flexveis que podero ser ajustados e adaptados a
diferentes alunos, com e sem deficincia.
Percebemos, ento, que muita discusso a respeito da formao de professore e a relao
com as tecnologias da informao e comunicao avanou nos ltimos anos.
A pesquisa da CETIC.br nos mostra, entre outros aspectos, um percentual de aumento
sobre o total de professores de escolas pblicas sendo capacitados para o uso do computador,
passando de 50% em 2010 para 68% no ano de 2014. (CETIC.br, 2014, p. 121) e que o principa l
1 Cetic.br um departamento do Ncleo de Informao e Coordenao do Ponto BR (Nic.br), que implementa as
decises e projetos do Comit Gestor da Internet do Brasil (Cgi.br). Link:
http://cetic.br/media/docs/publicacoes/2/TIC_Educacao_2014_livro_eletronico.pdf. Acesso em 20 Junho. 2016
http://cetic.br/media/docs/publicacoes/2/TIC_Educacao_2014_livro_eletronico.pdf
13
meio em que se d o uso do computador tem sido para buscar contedo a ser trabalhado
em sala alm de pesquisar exemplos de planos de aulas. Dentre as opes menos utilizadas
pelos professores est o uso para cursos distncia, participao em grupos e fruns especficos
para professores.
Percebemos um avano quanto o tema formao de professores e a relao com as
tecnologias da informao e comunicao no Brasil, porm, como nosso foco mais prtico e
pessoal, buscamos desenvolver de habilidades e competncias para o uso de disposit ivos
mveis na formao inicial do professor, por isso nossa pesquisa se diferencia em relao s
que centralizam e discutem a formao utilizando-se de tecnologias fixas em laboratrios
especficos.
Dado o avano das tecnologias da informao e comunicao e o uso de dispositivos
mveis, e tambm considerando o crescimento exponencial do acesso informao via
dispositivos hbridos, imaginamos que professores precisam estar atentos aquisio de novos
letramentos com apropriao crtica, bem como s mudanas comportamentais provocadas pela
sociedade da informao2 (MASUDA, 1981). De forma integradora e multifacetada, partimos
de Roxane Rojo (2012, p.13), que nos traz conceitos fundamentais sobre multiletramento e suas
especificidades:
O conceito de multiletramentos aponta para dois tipos especficos e importantes de
multiplicidade presentes em nossa sociedade, principalmente urbanas, na
contemporaneidade: a multiplicidade cultural das populaes e a multiplicidade
semitica de constituio dos textos por meios dos quais ele se informa e comunica.
Diante s mltiplas linguagens e formatos para se comunicar atualmente, preciso
intervir, dominar e saber fazer o melhor tratamento de um udio e/ou vdeo alm de conhecer
tcnicas de edio e diagramao de uma imagem por intermdio um dispositivo mvel. Assim,
evidenciamos novas formas de entendimento e releitura de mundo que princpio natural ao
mesclarmos as tecnologias mveis e as mdias em formato audiovisual.
A importncia de vincular recursos de udios e vdeos vem aumentando quando nos
reportamos a acessibilidade e o consumo tecnolgico de acesso e compartilhamento a diversas
mdias. Portanto de suma importncia formar professores para com a possibilidade de
relacionar conceitos scias e culturais em tica s ferramentas tecnolgicas.
2 Masuda, em 1981, intitulou uma de suas obras como a sociedade da informao como sociedade ps-
industrial. Este trabalho faz clara referncia s mudanas bruscas, dado um novo contexto em que o
desenvolvimento tecnolgico vir a influenciar. Essa expresso passou a ser utilizada como substituta da sociedade
ps-industrial, indicando s mudanas observadas na forma de produo e edio das informaes e a forma como
essa mesma informao poder ser distribuda e recebida.
14
Ensinar e aprender diante a tica do multiletramento consiste em fazer com que
professores reestudem e revejam o que realmente tem acontecido nas salas de aulas, e passem
a interagir diretamente com essas mdias e formatos. Assim, o professor deve ser incentivado a
continuamente mudar sua prtica pedaggica, principalmente voltando-se s intervenes
pedaggicas mediadas por diversos formatos de mdias interativas e possibilidades sociais.
Para com os tipos de multiletramentos perceptveis em nossa sociedade, vislumbramos
uma ascenso exponencial na/para aquisio de dispositivos com acesso a uma gama de
aplicativos, softwares de computador, tambm conhecidos como APPs, em seus sistemas
operacionais.
Para uma definio um tanto mais elaborada relativa aos aplicativos (apps) mveis,
reportamo-nos ao site tectriadobrasil.com.br3 que diz que so softwares que desempenham
objetivos especficos em smartphones e tablets, sendo possvel acess-los por meio das lojas
de aplicativos, como por exemplo a App Store, Google Play, Windows Store e entre outras.
Assim obtemos uma gama de servios em nossa palma da mo, bastando apenas sua instalao.
De acordo com a CONAE (Conferncia Nacional de Educao, 2014)4 tem-se a
necessidade de promover o acesso e o uso qualificado das tecnologias da informao e
comunicao no mbito da educao em todos os nveis, etapas e modalidades, garantindo
assim, em tese, uma potencial melhora da qualificao dos profissionais da educao quanto ao
conhecimento e reconhecimento de linguagens hipermiditicas.
Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios, 2013:2015)5 nos anos
de 2013 e 2015 o acesso internet est mais frequente e este nmero vem aumentando
exponencialmente nos jovens de idades entre 13 a 17 anos.
Percebe-se tambm que o acesso internet via smartphones ou tablets j se encontra em
mais da metade dos indivduos. As possveis razes para esse aumento so a praticidade e a
mobilidade que os dispositivos mveis tm em relao aos desktops ou personal computer, bem
como a ampla comercializao e divulgao desses dispositivos.
O relatrio da CISCO (2016), VNI Visual networking index sobre o trfego global de
dados mveis indica um aumento massivo de indivduos conectados, alm de mostrar que a
3 http://tectriadebrasil.com.br/blog/mercado-de-midias-sociais-blog/aplicativos-mobile-definicoes-historia-e-
previsoes. Acessado em 03-06-2016. 4 Para acesso a demais pesquisas e dados, clique em http://conae2014.mec.gov.br/ 5 Para acesso as pesquisas referentes a 2013 e 2015, clique em
http://www.ibge.gov.br/home/xml/suplemento_pnad.shtm
15
transmisso de dados em meados dos anos 2017 e 2018 alcanar os 5,1 Exabytes6 mensais
sendo este valor trs vezes maior que o tamanho estimado para todo o ano de 2013.
Ainda no relatrio da Cisco (2014), percebe-se uma previso significativa da
transferncia de arquivos em formato vdeo at meados de 2018, chegando possivelmente a
69% de todos os dados mveis trocados nesta data.
Para Ally (2009), a modalidade mobile-learning surge com a utilizao de dispositivos
mveis em complemento a contedos de aprendizagem. Esta modalidade de ensino inovadora
aplicvel tanto no ensino formal, quanto no informal e at mesmo na aprendizagem autnoma
e individual dos alunos, extrapolando limites temporais. Assim o mobile-learning
metodologia de ensino/aprendizagem condizente tanto para o espao virtual quanto fora dele,
sendo possvel levar contedos significativos nas mais variadas classes, lugares, meios e
espaos sociais e culturais presentes e pertencentes a este tempo.
Smartphones e tablets so dispositivos mveis que se encontram cada vez mais
consolidados em nosso meio e com preferncia total entre os jovens de hoje, pois com estes
dispositivos pode-se facilmente acessar a internet, tirar fotos, gravar udio e vdeo e
compartilhar instantaneamente nas redes sociais. Portanto cabe a ns, professores, apropriarmo-
nos e utiliz- los tambm como forma de aprendizagem, dentro e fora da escola.
A aprendizagem apoiada por tecnologias mveis pode ajudar a melhorar o
relacionamento e a experincia educacional de diferentes formas. Basta que para isso
procuremos modificar tambm nossas experincias quanto s tecnologias mveis, sendo assim,
temos percebido que enquanto algumas instituies se dedicam prtica mobile-learning,
outras ainda se encontram num processo de mudana lento (MOURA, 2010).
Indicamos que o ganho da modalidade mobile-learning est relacionado com o
surgimento dos dispositivos mveis que segundo Unesco (2013) podem ser definidos como
aqueles dotados de qualquer tecnologia porttil e conectada, como telefones celulares bsicos,
leitores eletrnicos, smartphones e tablets, e tecnologias integradas como leitores cartes
inteligentes.
A relao entre os jovens da gerao Z e mveis significa um pode a mais que professor
tem ao utilizar essa potencial ferramenta, diante um contexto de que os os smartphones e tablets
podem ser utilizados tambm com vis didtico. Pela evoluo da tecnologia mvel, que se
encontra cada vez mais findada em nosso cotidiano, tomamos como necessrio um olhar mais
crtico para formao de professores, em especial aqueles que se encontram nas graduaes.
6 Exabyte (exa + byte): Unidade de medida de informao, equivalente a 1018bytes. http://objetos de
aprendizagem.priberam.pt/dlpo/exabyte . Consultado em 19-03-2016.
http://www.priberam.pt/dlpo/exabytehttp://www.priberam.pt/dlpo/exabyte
16
Para tanto, como j dissemos, escolhemos como temtica desse trabalho final elaborar
objeto digital de aprendizagem com professores em formao inicial pautado em vdeo.
Portanto a utilizao e prtica da aprendizagem mvel usabilidade dos dispositivos
mveis que permitem um fluxo de microconteudos, possibilitando uma real aprendizagem
continuada entre os episdios de aprendizagem formal, nao-formal e informal (UNESCO,
2012).
Entende-se que um objeto digital de aprendizagem pode ser entendido como objeto
educacional ou de aprendizagem desde que elaborado em formato digital que auxiliem a
aprendizagem autnoma do aluno com traos e caractersticas de ser reusvel (WILEY, 2000).
Pode-se incluir nesta tica contedos que possam ser veiculados na internet sob
qualquer formato, sejam imagens, filmes digitais, animaes, sons, hipertextos, pginas HTML
57 que estejam voltados para complementar o ensino/aprendizagem. Spinelli (2007, p.7) diz que
um objeto digital de aprendizagem pode ser:
Um recurso digital reutilizvel que auxilie na aprendizagem de algum conceito e, ao
mesmo tempo, estimule o desenvolvimento de capacidades pessoais, como, por
exemplo, imaginao e criatividade. Dessa forma, um objeto virtual de aprendizagem
pode tanto contemplar um nico conceito quanto englobar todo o corpo de uma teoria.
Ao se apropriar desses recursos comunicacionais e informacionais, os objetos digitais
de aprendizagem precisam ser elaborados segundo um planejamento estratgico dentro de uma
perspectiva pedaggica, visto que a diferena didtica no esta no uso ou no uso das novas
tecnologias, mas na compreenso das suas possibilidades (KENSKI, 2005, p.41). preciso
instigar mudanas estruturais na concepo da formao de professores para que o
aluno/indivduo viva e estude em uma sociedade do sculo XXI, e que tenha estmulos e
vontade de frequentar e estudar numa escola contempornea.
A adequao nova tendncia exige que alunos e professores se ajustem nova
dinmica e as s novas oportunidades de reconstruo do conhecimento. Para tanto, o objeto
digital de aprendizagem pode ser elaborado como microcontedo considerando suas dimenses,
definies e planejamento, conforme salientam Pimenta e Batista (2004, p. 102):
Unidades de pequena dimenso, desenhadas e desenvolvidas de forma a fomentar a
sua reutilizao, eventualmente em mais do que um curso ou em contextos
diferenciados, e passveis de combinao e/ou articulao com outros objetos de
aprendizagem de modo a formar unidades mais complexas e extensas.
7 HTML5 uma linguagem usada na criao de site e de marcao de hipertexto. A verso 5 s ganhou campo a
partir da entrada dos navegadores compatveis. A sigla significa Hyper Text Markup Language Linguagem de
marcao de hipertexto.
17
Para citar exemplos e finalidades de microcontedos, temos:
[...] os podcasts, blogposts, wiki pages, mensagens curtas do Facebook ou Twitter, ou
seja, recursos digitais compostos de elementos sonoros, visuais e verbais, comumente
criados, publicados e compartilhados na web. Assim, atribui- se ao movimento de
expansao das redes sociais, em especial, os weblogs o ressurgimento do termo
microconteudo [...] (FUGISAWA; AMARAL, 2012, p.5).
Da possibilidade de se elaborar um objeto digital de aprendizagem pautado em micro
formas, segundo Leene (2006b, p.25) que diz que so pedaos estruturados de contedo
autocontido e indivisvel, os quais tm foco nico e endereo exclusivo para que possam ser
(re)encontrados.
2.1 Justificativa
Considerando que os dispositivos mveis esto cada vez consolidados em nossa
sociedade, e a partir de sua insero sociocultural, percebemos no ambiente escolar a
necessidade de profissionais da Educao conscientes no uso de dispositivos mveis,
evidenciando competncias e habilidades quanto a instrumentalizao das novas tecnologias,
em especial s tecnologias mveis, que procuramos estudar.
Com olhar na formao inicial do professor que ir para a sala de aula, procuramos
desenvolver um melhor relacionamento quanto aos aparatos tecnolgicos e suas
potencialidades para a aprendizagem, visto que esta se encontra em defasagem. A incluso das
novas tecnologias no ambiente escolar pode trazer significativas mudanas na prtica
pedaggica, desde que consigamos formar professores capazes com tal capacidade.
Behrens, Maseto e Moran (2007, p.71) enfatizam a necessidade de adequao e
integrao dentro de uma metodologia incorporadora, pois:
O acesso ao conhecimento e, em especial, rede informatizada, desafia o docente a
buscar nova metodologia para atender s exigncias da sociedade. Em face da nova
realidade, o professor dever ultrapassar seu papel autoritrio, de dono da verdade,
para se tornar um investigador, um pesquisador do conhecimento crtico e reflexivo.
Corroborando com ou autores e adentrando para com o problema de pesquisa desse
trabalho final, entendemos que para que o professor consiga atender exigncias da sociedade
informatizada, este deve ser preparado desde a sua concepo, ou seja na sua formao.
Procurando desenvolver a formao inicial professores pesquisadores capazes de se apropriar
das ferramentas mveis a traz-la para o espao escolar.
18
2.2 Problema de Pesquisa
O trabalho final est voltado para formao de professores e a realidade que a circunda.
Ou seja, nossa problematizao est focada no relacionamento que novos professores podem
desenvolver junto aos dispositivos mveis num vis didtico-pedaggico. Na formao docente
necessrio atender no somente s exigncias da sociedade, mas tambm de formar
professores-pesquisadores crticos e reflexivos quanto a incluso das tecnologias mveis no
espao escolar.
Assim, a pergunta se estabelece na seguinte questo: Como melhorar a formao de
professores a partir da interceptao de tecnologias digitais mveis no contexto educacional?
2.3 Objetivos
A partir do problema de pesquisa, chegamos aos seguintes objetivos:
2.3.1 Objetivos gerais
Elaborar objetos digitais de aprendizagens para mobile-learning com professores em
formao inicial pautado em microvdeo, e verificar o relacionamento que estes desenvolvem
para com os dispositivos mveis em uma perspectiva escolar.
2.3.2 Objetivos especficos
Ofertar e realizar uma oficina denominada celular na sala de aula para professores em
formao inicial.
Capacitar professores em formao inicial quanto ao uso das tecnologias mveis no
espao escolar.
Elaborar, planejar e formatar o storyboard e o plano de atividade.
Filmar, gravar e editar o objeto digital de aprendizagem com aplicativos para mobile.
Compartilhar o objeto digital de aprendizagem elaborado com os demais grupos via rede
social.
19
3. FORMAO DE PROFESSORES E AS TECNOLOGIAS MVEIS
A seguir apresentamos a literatura em que nos fundamentamos:
3.1 Formao de Professores e a Relao com as Tecnologias Mveis
A formao de professores apresenta-se como um dos desafios do sistema educaciona l
diante a sociedade da informao, sociedade da comunicao e sociedade em rede, conforme
considera Laranjeira (2010, p. 17):
Uno de los mayores desafos a los que debe enfrentarse el sistema educativo actual
radica en la necesidad de formar a profesionales que estn preparados para
incorporarse objetos de aprendizagem participar de lleno en una sociedad de la
informacin en la que el conocimiento es el recurso fundamental del desarrollo social
objetos de aprendizagem econmico. El impacto de las nuevas tecnologas objetos de
aprendizagem las exigencias de esta nueva sociedad se estn dejando sentir de manera
creciente en el mbito educativo, que debe proporcionar a los estudiantes las
herramientas, conocimientos objetos de aprendizagem competencias necesarias para
su incorporacin al mercado laboral del siglo XXI.8
Visto que tecnologias digitais nos auxiliam no acesso informao e facilitam a
comunicao, torna-se necessrio que a escola tambm esteja imersa neste campo tecnolgico ,
apoiando-se no saber fazer pedaggico com aulas mais dinmicas, significativas e
contextualizadas. Portanto, integrar recursos tecnolgicos escola nao fazem magica e
somente ter investimentos e aquisies em componentes como hardware9 e software10 no
garantem uma escola de qualidade. Precisamos qualificar melhor nosso corpo docente,
principalmente na formao inicial.
Torna-se necessrio, ento, que alm de informatizar a escola nos preocupemos tambm
com a modernidade das prticas didtico-pedaggicas por parte dos professores-facilitado res
do conhecimento. Moran et al. (2000, p.57) salientam que necessrio a ruptura da inrcia
docente, quando se referem ao ensino com mdias digitais, pois ensinar com estas mdias
significa, tambm, simultaneamente, mudarmos paradigmas tradicionais de ensino.
8 Um dos maiores desafios que se deve enfrentar no sistema educativo atual est na necessidade de formar
profissionais que estejam preparados para se incorporar e participar plenamente em uma sociedade da informao
na qual o conhecimento o recurso fundamental do desenvolvimento social e econmico. O impacto da s novas
tecnologias e as exigncias dessa nova sociedade se est sentindo de maneira crescente no mbito educativo, que
deve proporcionar aos estudantes ferramentas, conhecimentos e competncias necessrias para a sua incorporao
no mercado laboral do sculo XXI. (LARANJEIRA, p. 17, 2010) (Traduo do autor). 9 Hardware (Traduo literal: hard, duro + ware, mercadoria): Material fsico de um computador. http://objetos
de aprendizagem.priberam.pt/dlpo/hardware. Consultado em 19-03-2016. 10 Software: (Traduo literal: soft, mole + ware, mercadoria): Conjunto de programas, processos, regras e,
eventualmente, o funcionamento de um conjunto de tratamento de informao. http://objetos de
aprendizagem.priberam.pt/dlpo/software . Consultado em 19-03-2016.
http://www.priberam.pt/dlpo/hardwarehttp://www.priberam.pt/dlpo/hardwarehttp://www.priberam.pt/dlpo/softwarehttp://www.priberam.pt/dlpo/software
20
Professores amparados e familiarizados com as tecnologias mveis em seu saber
pedaggico ampliam espaos e tomam para si a iniciativa didtica, oportunizando aos seus
alunos trafegar entre saltos de conhecimento dentro e fora do espao digital, virtual e fsico.
Assim, devemos deixar claro aos professores em formao inicial que as tecnologias da
informao e comunicao podem trazer benefcios se as utilizarmos de forma consciente e
crtica.
certo que vivemos em um tempo em que textos, nmeros e imagens j no se
encontram mais restritos e inalcanveis. Atualmente, imagens, caracteres e nmeros se
misturam, dando origem a diversas mdias absolutamente instigantes do ponto de vista
pedaggico, promovendo uma mudana de conceito e perspectiva de abordagem quanto ao
contedo que deve ser transmitido.
O uso de contedos na ordem micro, ou contedos com pequenas dimenses quando
passveis de combinao e/ou articulao indicam espaos efetivos e prazerosos, pois nessa
caso h espao para um aprendizado com diversidades de linguagens, mdias, formatos e
suportes tecnolgicos podendo representar tambm aspectos de autoria e autonomia no
professor no planejamento e execuo didtica.
Procura-se um olhar para formao inicial de professores, verificando o relacionamento
que estes desenvolvem nas graduaes a partir do uso dos dispositivos mveis como atividade
de meio, mediao. Salientamos tambm que se preparados para mesclar diferentes recursos
tecnolgicos na escola e para a escola, precisamos de no mnimo professores capacitados para
tal.
Em nossa concepo, se o professor usou de diferentes recursos tecnolgicos como fim
pedaggico este j se encontra na tica da inovao, pois quando o professor muda sua prtica
se apropriando e fazendo de sua aula diferente daquela anterior, certamente esse se atualizou
didaticamente. Indicamos o que vem mudando ao longo dos anos no o contedo
sistematizado em si, e sim as mltiplas formas de transmitir esses contedos que segundo
Marinho (2008, p.17:
[...] sua utilizao minimamente adequada na escola exigir profissionais
adequadamente preparados; sem eles, os computadores podero permanecer
trancados em salas de escolas, numa pattica cena que ainda persiste em muitos
estabelecimentos de ensino, notadamente das redes pblicas, num cenrio de
modernidade intil.
Marinho indica a necessidade de professores contemporneos letrados criticamente e
digitalmente para fazer bom uso de ferramentas digitais, pois assim ser possvel fazer o uso
21
coerente dos recursos disponveis em prol de uma Educao de qualidade. A modernidade
intil se encontra no nos artefatos tecnolgicos certamente, mas na ausncia de modelos
didticos-pedaggicos de qualidade e integrados de demandas tecnolgicas, culturais e sociais.
A formao de professores com tica ao uso de ferramentas tecnolgicas, em especial
s moveis, precisa no mnimo oportunizar saltos de conhecimento e relacionamento, numa tica
que esses novos professores possam visualizar em dispositivos mveis uma potencial melhora
na relao ensino/aprendizagem.
Busca-se na formao de professores inicial de professores um novo modelo autores de
seu papel pedaggico, fornecendo subsdios para que estes possam ensinar e aprender com
autonomia, distanciando-se do que Freire (2014) rotulava como Educao bancria.
O uso dito ideal para com as tecnologias mveis com foco pedaggico est relacionado
intrinsicamente as diferentes formas de se ensinar e aprender na mobilidade. Utilizar tais
tecnologias como princpio didtico, numa busca de autonomia e autoria ao saber fazer
pedaggico aproxima-se das novas geraes e coloca a mediao pedaggica com olhar
tecnolgico.
A autoria e autonomia do professor est associada ao relacionamento que
desenvolvido junto aos mecanismos digitais e mveis com tica a sua a aprendizagem bem
como despertar o interesse na forma contnua com as novas tecnologias, se apropriando de
novas tendncias e metodologias.
3.2 Panorama de Mobile-Learning: autoria e autonomia
As tecnologias mveis mostram-se em constante evoluo, assim uma gama de novos
aplicativos, ferramentas e aplicaes tecnolgicas emergem indicando novas norteadores de
concepo de espao e tempo de aprendizagem. Saviani (1991, p.19) diz que para sobreviver,
o homem necessita extrair da natureza, ativa e intencionalmente, os meios de subsistncia. Ao
fazer isso ele inicia o processo de transformao da natureza, criando um mundo humano, o
mundo da cultura.
Entendemos que que a autonomia gerada quando passamos a visualizar novos
possibilidades e caminhos ou at mesmo quando procedemos de diferentes formas para se
chegar em um final com o melhor resultado. Assim estabelecemos uma definio de que a
autonomia gerada quando fazemos uso de diferentes possibilidades, indicando e refletindo
para com as melhores estratgias de se ensinar e aprender nesse contexto imersivo pelo qual
nos encontramos.
22
Em meio s discusses e entraves terico-prticos sobre a necessidade de inovar
em prticas pedaggicas, o aparecimento de dispositivos mveis tem moldado um novo
paradigma educacional chamado de mobile-learning. Para Ally (apud MOURA e
CARVALHO, 2010, p.5), o mobile-learning a distribuio de contedos de aprendizagem por
meio de dispositivos mveis, exemplificados como smartphones, tablets e notebooks.
Tais artefatos esto cada vez mais aplicados na mobilidade e convergncia digita l,
funcionando como portadores de GPS, TVs, navegador de internet, leitores de texto, udio e
vdeo entre outros. Estes aparatos esto atualmente mais prximos de computador de mesa do
que de um telefone para realizar ligaes. A aplicabilidade e potencialidades existentes no
mobile-learning so percebidas no portflio da UNESCO (2014) que relata que o uso de
telefones celulares para auxlio no ensino/aprendizagem ainda pequeno e espeo, mas que no
campo social muito impacta nossos modos de vida.
O relatrio da IDC International Data Corporation informa um aumento de 5% do
mercado de tecnologias da informao e comunicao no Brasil, sendo que no ano de 2015
movimentou mais de US$ 165,6 bilhes. Trazemos esses dados, pois neles vislumbramos uma
continuidade do aumento de dispositivos mveis e da possvel oportunidade de novas
tendncias e inovaes nas tecnologias da informao e comunicao que recebem grande
investimento financeiro e so foco de grandes pesquisas. Percebemos atualmente o
desenvolvimento de impressoras 3D, sistemas cognitivos, robtica, interfaces neurais,
tecnologia li-fi, bits qunticos e segurana de prxima gerao, elementos estes que em futuro
prximo podem ser tambm utilizados no processo ensino-aprendizagem.
Cabe frisar que muitas consultorias como a Internation Data Conference11 e Accenture12
e demais instituies de pesquisa de tecnologia da informao decretam a potencial perda de
mercado dos personal computer para dispositivos hbridos, versteis e mobiles. E ainda indicam
forte indcio e consumo de produtos tecnolgicos usveis, denominados wearables.
Diante investigao sobre mobile-learning e suas possibilidades por intermdio de
tecnologias mveis, dizemos que:
Tecnologias mveis so aparelhos digitais, facilmente portteis, usados e controlados
por um indivduo - e no por uma instituio -, que tem acesso internet e permite
11 IDC uma empresa em inteligncia de mercado e consultoria. Est voltada para as indstrias de tecnologia da
informao, telecomunicaes e mercados de consumo em massa de tecnologia. Indica, analisa e prev
tendncias tecnolgicas . Para acessar o site, clique no link: http://www.idcresearch.com.br/ 12 Accenture uma empresa global de consultoria de gesto, tecnologia da informao. Umas das maiores
empresas de consultoria do mundo serve como de player global no setor de consultoria de tecnologia. Para
acessar o site, clique no link: https://acnprod.accenture.com
https://acnprod.accenture.com/
23
um amplo nmero de aes, inclusive multimdias. (UNESCO, Policy Guidelines for
Mobile Learning, 2014, p.57).
Ainda sobre a aprendizagem mvel, citamos ABED Associao Brasileira de
Educao a Distncia13 em uma das definies mais amplas sobre o mobile-learning:
Faz uso das tecnologias de redes sem fio, dos novos recursos fornecidos pela telefonia
celular, da linguagem XML, da linguagem JAVA, servios de mensagens curtas
(SMS), da capacidade de transmisso de fotos, servios de e-mail, multimd ia
message service (MMS) e provavelmente em pouco tempo estar disponvel o uso de
vdeo sob demanda.
A aprendizagem mvel nos conduz para uma reflexo que deve ir alm do uso das
tecnologias de redes sem fio e dos novos recursos fornecidos pela telefonia celular, pois tais
tecnologias instrumentalizam uma mudana de comportamento do professor para com seus
alunos.
Elaborar um objeto digital de aprendizagem com aplicabilidade mvel implica,
especialmente, em um olhar mais prtico dos dispositivos mveis em uma busca por autonomia
e autoria no desenvolvimento contedos. A autoria e autonomia no novo professor poder ser
visto como transformador da realidade que circunda seus discentes, por intermdio de sua
mediao tanto pedaggica quanto tecnolgica.
Ter fundamentao e base de como se ensina e aprende utilizando-se das novas
tecnologias, subsidia possibilidades de desenvolvimento integral e autnomo no aprendiz e no
professor-autor. Esse tornar mais eficaz e motivadora sua prtica pedaggica, instigando no
aluno a curiosidade tanto epistmica como tambm o coerente e eficaz uso de ferramentas
tecnolgicas.
Coll e Monereo (2010, p.49) salientam que a aprendizagem mvel acontece quando
existe a utilizao de dispositivos mveis e da conectividade rede wireless, para estabelecer a
comunicao entre os distintos agentes educativos, tendo como finalidade a instru ao.
Claramente os autores se reportam a aprendizagem mvel como metodologia inovadora,
porttil, simples e na palma da mao, visto que os conteudos de aprendizagem em formato
digital podem ser baixados, lidos, assistidos e/ou ouvidos em qualquer hora e espao.
Em uma referncia produo de matrias com pequenas dimenses e capacidade de
reutilizao em diferentes contextos, indica-se a existncia de traos culturais, sociais e
tecnolgicos. Entretanto necessrio primeiro outorgar nossos professores a autonomia e
13 Anais: Congresso, 2004. Link para acesso:
http://objetosdeaprendizagem.abed.org.br/congresso2004/por/htm/074-TC-C2.htm
http://objetosdeaprendizagem.abed.org.br/congresso2004/por/htm/074-TC-C2.htm
24
autoria necessria para retirar o mximo potencial dessas ferramentas e aplic-las no
espao escolar.
Cabe ao novo professor evidenciar a autonomia tanto na sua prtica quanto o
desenvolvimento em seus alunos, sendo para isso fundamental tornar-se autor de sua prpria
identidade e contedo, apropriando-se do uso crtico das ferramentas tecnolgicas, dentro e fora
da rede, pois de nada adianta ser [... ] o mobile-learning suportado por dispositivos que podem
ser levados para qualquer lugar, pessoais e amigveis, baratos e fceis de usar e que so
utilizados pelas pessoas, constantemente, para a realizao de diferentes tarefas, em diferentes
situaes (VELOSA, 2014, p.30) se no tomarmos como princpio de mediao.
3.3 Mediao Tecnolgica: autonomia e autoria do professor em formao inicial
Para Vygotsky (2007) toda aprendizagem um processo mediado, sendo a principa l
forma mediadora a linguagem, no mbito da comunicao. Entende-se assim que a
aprendizagem mediada por elementos que se encontram neste meio, e que se faz necessrio
analisar as melhores estratgias para que no aluno/aprendiz possa ser gerado conhecimento, um
salto significativo. Vygotsky indica que a relao do homem com o mundo no e uma relao
direta, mas elementarmente uma relao mediada pelo meio. O meio passa ento, a ditar as
formas de relacionamento enfatizando a construo do conhecimento em relaes mediadas.
A mediao pedaggica poder favorecer modos de relacionamento e interao entre o
professor e seus alunos, sendo o professor o propositor de atividades com diferentes
instrumentos, imposies sociais e cultural e com ambientes tanto fsicos quanto digita is,
ocorrendo assim, uma possibilidade de maior desenvolvimento humano. Assim entendemos
que o cenrio tecnolgico que emerge a cada instante, se bem contextualizado e aplicado, pode
favorecer e em muito para com os objetivos de aprendizagem.
De acordo com Oliveira (2005) a interao social, seja diretamente com os outros
membros da cultura, seja por meio dos diversos elementos do ambiente culturalmente
estruturado, fornece subsdios fundamentais para a promoo de caratersticas fundamentais e
necessrias ao homem como ser.
Portanto, a funo do professor ainda mais valorizada quando utiliza mltiplas formas
de elevar o nvel de seus alunos, indicando novas formas de relacionando e conceitos, excluindo
o formato tradicional como nico e portador da verdade, e implementando aulas dinmicas,
moderadas e mediadas por todos que fazem parte do processo.
25
Encontramo-nos cada vez mais conectados ao mundo virtual/digital com
intimidade e familiaridade, vislumbrando a necessidade de proporcionar na formao inicial de
professores o desenvolver de profissionais mais autnomos e multiletrados.
Pela mediao do professor a responsabilidade de potencializar o ensino em mescla s
tecnologias mveis, em um sentido que a autonomia presenciada na apropriao e
compreenso de normas tcnicas e cientficas fundamentadas por busca, leitura, interpretao
e transformao da informao em conhecimento. Nesta tica:
Fazer dessas tecnologias ferramentas pedaggicas um dos grandes desafios da escola
do sculo XXI. A tecnologia precisa ser repensada como uma ferramenta que propicia
mudanas. Ou seja, se um professor as utiliza para melhorar o currculo, atualizar suas
prticas pedaggicas e dar acesso informao, ento podemos dizer que a tecnologia
foi usada de maneira efetiva e, de fato, provocou mudanas (ISMAIL, p.24, 2011).
De acordo com a autora, necessrio conhecer e reconhecer as potencialidades das
novas tecnologias da informao e comunicao e tecnologias mveis na promoo social,
cultural e tecnolgica frente a currculos e processos didticos mais atraentes e inovadores.
Behrens et al (2000, p.27) salientam que a tecnologia nos ajuda a realizar mais
facilmente ou rapidamente o que j fazemos, embora no se pode imaginar que as novas
tecnologias, em especfico os dispositivos mveis, podero amparar dificuldades de ensino e
aprendizagem. Assim, em uma sociedade que se apropria massivamente do uso das tecnologias
como princpio comunicacional e informacional, verificamos que o acesso a dados e caracteres,
fotos, vdeos, hipermdias, links e aplicativos no implicam necessariamente em conhecimento.
preciso estabelecer relaes diferentes de um uso comum por parte dos professores
em formao inicial visando mediao tecnolgica. Um aspecto muito importante relativo ao
uso coerente destas ferramentas se encontra na forma do mediar, pois ao interagir com as
tecnologias mveis, verificamos motivaes geradas nos alunos quanto o aprender na
mobilidade.
O uso da rede mundial de computadores trazida pela contnua evoluo informaciona l
e comunicacional indicam fatores importantes para o desenvolvimento autnomo e da
apropriao de recursos tecnolgicos como forma de aprendizado. Nesta tica, inclui-se o uso
de dispositivos mveis e mdias digitais no ensino/aprendizagem, possibilitando autonomia
como vis de estmulo na aquisio de mais informaes e contedos sistematizados. Segundo
Kretzmann e Behenrs (2010, p. 186):
A atual sociedade do conhecimento exige pessoas autnomas, crticas, criativas que
saibam aprender a aprender e transformar a realidade circundante. Tais
competncias so indispensveis para que a avalanche de informaes que se recebe
26
diariamente se traduza em efetivo conhecimento. A escola formadora dos cidados
para atuarem de forma crtica e reflexiva nesta sociedade recebe novas atribuies e
deveres.
Tratando de mediao como fundamento para autonomia e autoria necessrio que o
professor tambm seja multifacetado quanto s novas formas de se comunicar, pois com a
invaso das mdias da vida cotidiana as formas de letramentos tm sido moldadas em novos
formatos continuamente.
Norteado pela concepo de Vygotsky, na zona de desenvolvimento proximal, o
professor-facilitador do conhecimento agrega significaes e estimula o aluno-aprendiz no que
se refere reciprocidade. A relao aos pares torna a aprendizagem mais compensatria em um
ambiente de colaborao e construo conjunta do conhecimento.
Para melhor entendermos o conceito de zona de desenvolvimento proximal recorremos
ao questionamento: como se do as relaes entre o processo de desenvolvimento e a
capacidade de aprendizagem? Assim a zona de desenvolvimento proximal pode ser definida
por aquelas operaes que ainda no foram concludas ou internalizadas, mas que esto em
processo de maturao e que em algum momento os sero.
Portanto, a mediao pode ser visualizada pela zona de desenvolvimento proximal como
interventora e necessria, desde que o processo meditico seja planejado sistematicamente de
modo a explorar a prpria autonomia do aluno, e no se colocando como simples e mera
reproduo do uso destas ferramentas.
Para uma constante melhora na mediao pedaggica, que por meio da evoluo
tecnolgica est cada vez mais tecnolgica, indicamos o desenvolvimento do relacionamento
de professores em formao inicial quanto elaborao de um objeto digital de aprendizagem
pautado em vdeo.
3.4 Letramento Digital e a Incorporao de Mdias Digitais por Professores em Formao
Inicial
O ideal de formar uma sociedade alfabetizada, letrada e com conscincia social diante
das prticas de leitura e escrita permeiam nossa histria. A medida que buscamos alcanar tais
objetivos, em comprimento temos o crescimento de diversas mdias, principalmente digita is,
depois do aparecimento da internet.
Diante as possibilidades da sociedade da informao, conhecimento e em rede
desenvolve-se novas habilidades e competncias para alm do estado ou condio de letrado.
Surge assim o letramento digital.
27
Para com o conceito de letramentos indicamos uma condio ou estado de quem
exerce prticas sociais (SOARES, 2002). Para a autora nao existe o letramento, mas sim,
letramentos, portanto a condio de letrado requer mltiplas formas de leitura e entendimento
de mundo. Em suma, podemos definir letramentos como um comportamento e/ou a capacidade
de enxergar para alm do senso-comum, possibilitando a interpretao de cdigos, relacionar
textos em diferentes contextos e formatos, bem como, fazer interpretaes de realidade social,
cultural, poltica e econmica e dar-lhe opinies substanciais e diretas.
A possibilidade de letrar docente voltado incluso das novas tecnologias, em especial
s tecnologias mveis, no est relacionado na total ruptura dos mecanismos que at o momento
foram usados para se ensinar e aprender, e sim ao entender minimamente que o uso das novas
tecnologias tem interferido tanto na composio da escrita quanto da fala atualmente. Por isso
da necessidade de abordagens mais prximas ao perfil dos alunos dessa gerao.
Verificamos que nas Instituies de Ensino Superior, em especial aquelas que formam
novos professores, h espao para estimular adequadamente a aquisio de novos letramentos
e, consequentemente, uma mudana na postura quanto ao uso de diferentes tecnologias digita is
no suporte ao ensino/aprendizagem. Na tentativa de oportunizar novos letramentos na formao
inicial de professores, vinculamos s tecnologias mveis qualquer equipamento que possibilite
a conexo dos sujeitos com o conhecimento e promova o compartilhamento de ideias,
informaes, imagens etc (TRAXLER, 2007).
Para utilizar as possibilidades que a aprendizagem mvel traz, o professor precisa
tambm estar letrado digitalmente e ciente da constante evoluo destes dispositivos. Diante da
temtica apresentada, esse trabalho final motiva-se no desenvolvimento de objeto digital de
aprendizagem por professores em formao inicial com o uso de tais dispositivos. Buscamos
assim alm de apropriao crtica, a possibilidade de aquisio de novos letramentos.
Recorremos assim aos recursos audiovisuais e a relao que estes trazem para as
tecnologias mveis, procurando promover diversos letramentos, especificamente o letramento
digital. Entendemos por letramento digital diversas prticas, atividades interativas e
interpretativas que constituem e envolvem valores, objetivos, atitudes, cdigos, a diversidade
de dispositivos tecnolgicos, como tambm permite aos estudantes diferentes contatos, formas
de agir e pensar internalizando significados dentro e fora do espao digital (ABIO, 2012).
As transformaes advindas das tecnologias mveis preconizam indivduos letrados e
capazes de decifrar cdigos e suas mensagens, estabelecer conexes entre os significados,
internalizando e criando esquema de entendimento mental (VIEIRA e PICOLO, 2013).
28
Cabe na formao inicial a promoo pela melhor abertura e prtica pedaggica no
mundo contemporneo, portanto, atuar em sentido para o perfil de nossos novos alunos.
No foi a capacidade de ateno dos alunos que mudou, mas sua tolerncia e suas
possibilidades. Os jovens da gerao Z querem aprender de forma diferente, pois
absorvem informao de forma diversa. Se a gerao X tem a sua aprendizagem na
sequncia de texto, som e imagem, ou seja, que pensa no texto como sua forma de
comunicao e nas imagens como auxiliares, as geraes Y e Z aprendem de forma
invertida, na sequncia de imagem, som e texto. Dessa forma um dos grandes desafios
dos docentes 3.0 envolve o intervalo de ateno. Pedir para que um estudante da
gerao Y e Z sentem e leiam um livro durante duas horas pode ser inadmissvel. Os
docentes precisam passar o contedo de maneira como eles esto acostumados a
digerir. Eles querem formas de aprendizagem que seja significativa, formas que lhes
faam ver, imediatamente, que os momentos que so gastos em sua educao formal
so valiosos, que os docentes fazem bom uso da tecnologia que acessam e conhecem
(FAVA, 2014, p73).
A oportunidade de se trabalhar apropriao crtica e letramento digital em professores
em formao inicial contempla o ideal do presente pesquisador, na perspectiva de que primeiro
deve-se considerar junto s tecnologias mveis e digitais uma possibilidade de mudana
significativa do que se est ensinando e aprendendo no espao escolar.
Vemos nos recursos audiovisuais a possibilidade de instigar novos letramentos, pois
estes trazem consigo elementos culturais, sociais e tecnolgicos relativos ao cotidiano virtual e
real. Buzato (2006, p.16) define o conceito de multiletramento:
Conjuntos de letramentos (prticas sociais) que se apoiam, entrelaam, e apropriam
mtua e continuamente por meio de dispositivos digitais para finalidades especficas,
tanto em contextos socioculturais geograficamente e temporalmente limitados, quanto
naqueles construdos pela interao mediada eletronicamente.
A importncia de se trabalhar com edio/gravao de vdeo encontra-se no de uma
pequena mudana de perspectiva quanto aos dispositivos mveis, incentivando a aquisio de
letramentos na formao inicial e o relacionamento que esses desenvolvem ao pensar e elaborar
um objeto digital de aprendizagem.
3.5 Metodologia Colaborativa Propulsora de Autonomia e Autoria em Professores em
Formao Inicial
Convergncia tecnolgica e digital compreende-se na migrao de diferentes formatos
e mdias para um nico ambiente ou infraestrutura. Fazer com que essa tendncia se volte
tambm como prticas pedaggicas fazer com que se estabelea um relacionamento dentro e
fora do contexto digital.
29
A essa metamorfose sociocultural indicamos o surgimento de um conceito da
aprendizagem colaborativa e que suas relaes implicam numa mudana de postura do
professor, segundo Santos (2006, p.5):
O conceito de aprendizagem colaborativa implica na necessidade de substituir o
tradicional metodo de educaao instrucional, composto por aulas expositivas,
palestras e estudos individuais por um novo modelo onde os alunos possam construir
conhecimento por meio da criao ativa, cabendo ao professor o papel de coordenar
e facilitar esse processo.
O professor assume o papel de facilitador do processo de aprendizagem, estabelecendo
uma interao maior com os alunos e com a tecnologia. Dialogar, discutir, oportunizar, debater,
orientar e facilitar so verbos necessrios esta prtica, visto que a aprendizagem colaborativa
tende a ser mais liberal e emancipatria daqueles envolvidos no processo, passando do
individual para coletivo.
Segundo Tapscott (1999), a gerao que nasce imersa na rede de computadores tende a
desenvolver habilidades como independncia e autonomia para a aprendizagem, aparentemente
tem mais abertura emocional e intelectual, esto cada vez mais preocupados pelos
acontecimentos globais, externalizam liberdade de expresso e convices firmes, cada vez
mais curiosas e com faro investigativo entre outras caractersticas. Na anlise de Tapscott a
gerao digital tem amadurecido muito mais rpido, frente s geraes anteriores.
Vinagre Laranjeira (2010, p.24) define a aprendizagem no trabalho colaborativo e suas
implicaes na relao ensino/aprendizagem:
El aprendizaje colaborativo se define como aquel en que los participantes trabajan en
parejas o en pequenos grupos para alcanzar un objetivo comn objetos de aprendizage
cada miembro del grupo es responsable tanto de su objetivo individual como del de
los dems miembros del grupo. Esto se traduce en que cada individuo, dentro del
grupo, alcanza su objetivo slo si el resto de los miembros tambin lo alcanzan. Para
que exista un verdadero aprendizaje colaborativo, no slo se requiere trabajar juntos,
sino cooperar para lograr una meta que no se puede alcanzar individualmente. 14
Portanto a aprendizagem colaborativa pode ser vista como uma aprendizagem que
mescla o uso das tecnologias da informao e comunicao como apoio aos trabalhos em grupo
(ARAJO, 2013), tendo um potencial ainda maior se em mescla aos dispositivos mveis, pois
na aprendizagem colaborativa cada participante assume a autoria e autonomia de seu prprio
14 A aprendizagem colaborativa definida como aquele em que os participantes trabalham em pares ou em
pequenos grupos para atingir um objetivo comum, e cada membro do grupo responsvel tanto para a sua meta
individual como a dos outros membros do grupo. Isto significa que cada indivduo dentro do grupo atinge o seu
objetivo se os outros membros tambm alcanarem. Para que haja uma verdadeira aprendizagem colaborativa
requer no s trabalhar em conjunto, mas a cooperar para alcanar um objetivo que no pode ser alcanado
individualmente. (LARANJEIRA, 2010, p.24). (Traduo do autor).
30
tempo e espao segundo suas competncias e habilidades, tomando para si a
responsabilidade e em direo da proposta didtico-pedaggica referenciada pelo professor
mediador e facilitador.
O avano das tecnologias mveis e o acesso informao tm ofertado um potencial momento
para alavancarmos a educao em nosso Pas. Se fizermos desse um ponto de partida, teremos
na incluso tecnolgica um fator importante para melhorar nossas prticas em sala de aula,
invertendo o sentido de comunicao e interao, pois assim podemos instigar nos alunos a
possibilidade de tambm serem autores do conhecimento a ser construindo.
Ainda de acordo com Laranjeira (2010) a diferena clara e objetiva quanto ao mtodo
tradicional de ensino/aprendizagem e a aprendizagem colaborativa em funo da
descentralizao do professor como provedor de todo o conhecimento, passando o foco e
autonomia central para o aluno e sua autoaprendizagem. Indicamos que a aprendizagem
colaborativa permeia a necessidade de se incluir novas metodologias e recursos para a rea de
educao incluindo metodologias interativas para que se estabeleam, ente professor e alunos,
compreenso e interpretao da informao um pouco mais sistematizado.
3.6 Recursos Audiovisuais e a Relao com as Tecnologias Mveis
A presena das imagens em nosso cotidiano e inegvel, sendo um dos modos de
representao mais usado desde os primrdios. Recursos audiovisuais para Moran (2002, p.35)
significam colocar pedaos de imagens ou cenas juntas, em sequncia, criando novas relaes,
novos significados, que antes no existiam e que passam a ser considerados aceitaveis, e que
deslizam uns nos outros, sobrepem-se, complementam-se, confraternizam-se, unem-se,
separam-se e entrecruzam-se. Tornam-se leves, perambulantes (SANTAELLA, 2007, p. 24).
Verificamos que um novo leitor surge quando em contato s mdias digitais. Um tipo
especial de leitor no mundo contemporneo designado por imersivo, definido como aquele que
navega em fluxos informacionais volteis, lquidos e hbridos sonoros, visuais e textuais
que so prprios da hipermdia (SANTAELLA, 2005).
Tratando-se de recursos audiovisuais ressalta-se a aplicabilidade dos dispositivos
mveis, especialmente em editar/elaborar objetos digitais de aprendizagem em formato de
vdeo. Busca-se desenvolver autoria, autonomia e apropriao crtica em professores em
formao inicial ao elaborarem um objeto digital de aprendizagem pautado em vdeo por
intermdio das ferramentas mveis.
31
Importante frisar que para um objeto digital de aprendizagem ser elaborado, precisa
contem traos e condies para ser reutilizado e ou remixados por diferentes atos pedaggicos
e situaes. Assim a produo desse microvdeo precisa ser colaborativa com publicaes e
compartilhamento passvel de reutilizao em diversas reas e por diverso professores em
diferentes contextos.
Para Behar (2009, p. 131) objetos digitais de aprendizagem podem ser qualquer
material digital, como, por exemplo, textos, animaes, vdeos, imagens, aplicaes, pginas
web, de forma isolada ou em combinao, com fins educacionais Portanto ao se trabalhar com
professores em formao inicial, em uma oficina15 que trata exclusivamente de elaborar um
objeto de aprendizagem pautado em microvdeo, o presente trabalho final se preocupou em
indicar que esses recursos podem ser usados em complemento s aulas, estimulando o uso em
diferentes contextos e formatos.
O desenvolvimento de um objeto de aprendizagem em microvdeo fundamenta-se no
uso de dispositivos mveis, pois estes permitem a gravao de vdeos e a captura de imagens,
podendo ainda ser utilizado uma sute de aplicativos para edio e compartilhamento s redes
sociais, para tanto, o microcontedo est associado ao fragmento de contedos para disposit ivos
mveis, tornando mais acessvel, leve, legvel e adequado aos tamanhos de tela, capacidade de
download e sensveis quanto ao tempo e espao de estudo. Assim os contedos elaborados para
dispositivos com caractersticas mveis em formato de:
Microconteudos [que] surgem como elementos inovadores de prticas pedaggicas
dessas novas modalidades de aprendizagem, que se voltam ao atendimento das
exigncias do ritmo de vida dinmico e veloz e do entrelaamento de aspectos
multiplataforma e multitarefa dos dispositivos mveis, como o celular, o smartphone,
o tablet. (FUGISAWA, 2012, p.7b)
Para a autora, no basta apenas reduzir as dimenses do objeto digital de aprendizagem,
sem anteriormente ter passado o objeto de aprendizagem em um planejamento extremamente
estratgico. Para com os cuidados acima tratados, conduzimos os alunos para antes de gravarem
seus vdeos, preencherem o plano de atividade e o modelo storyboard que podem ser vistos nos
anexos C e D, respectivamente.
Ao longo do trabalho final buscamos na fundamentao terica um olhar mais crtico
em relao ao fortalecimento das tecnologias mveis na possibilidade de se elaborar um objeto
15 Podemos indicar que oficina significa entre linhas gerais um local especfico onde se pode desenvolver um
trabalho tanto intelectual quanto operrio. Mas que nesse trabalho estamos indicando que o termo oficina est
relacionado a oferta de um curso para professores em formao inicial, com etapas presenciais e offline. Do
autor.
32
digital de aprendizagem por professores em formao inicial pautado em microvdeo. Para
tanto necessrio ressaltar de que a evoluo tecnolgica por si s no garante melhorias na/da
qualidade de ensino, e tampouco tais ferramentas tecnolgicas substituram professores.
Entretanto, cabe aos profissionais da educao a aplicao de novas metodologias que estejam
adequados aos novos perfis dos alunos.
Concordamos com Hilton III et al. (2012, p.45) que informa que o conceito de remix
designa a combinao de diversas fontes j existentes para criar um novo produto/recurso,
combinando elementos multimdia. Portanto o conceito de remix de contedos de mdias
digitais resulta em uma representao cultural da convergncia, na qual novos e antigos
contedos se misturam (JENKINS e KELLEY, 2012).
Assim o remix, dentro do paradigma educacional, pode ser lido como aquele materia l
que se apropria de vrios letramentos no reuso de materiais educativos digitais, mantendo traos
fundamentais do objeto de aprendizagem e seus contedos mudando as formas como o objeto
apresentado. Em suma, a remixagem mantm a essncia do contedo e sua especificidade,
mudando a formas como lhe reapresentado. Lemos (2005, p.2) trata da definio de remix
dentro da cibercultura:
Por remix compreendemos as possibilidades de apropriao, desvios e criao livre
(que comeam com a musica, com os DJs no hip hop e os Sound Systems) a partir
de outros formatos, modalidades ou tecnologias, potencializados pelas caractersticas
das ferramentas digitais e pela dinmica da sociedade contempornea.
Novos critrios de criao, criatividade, autoria e autonomia permeiam a sociedade
contempornea, assim, a apropriao da informao disponvel e utilizao em outros formatos,
modalidades ou recursos satisfazem a condio de que:
A cibercultura tem criado o que se vem chamando de citizen media, ou que md ia
do cidadao, onde cada usuario e estimulado a produzir, distribuir e reciclar conteudos
digitais, sejam eles textos literrios, protestos polticos, matrias jornalsticas,
emisses sonoras, filmes caseiros, fotos ou msica. (LEMOS, 2005, p.7)
O uso de dispositivos mveis, de mdias digitais, redes sociais, aplicativos, trfego de
dados e do tempo online vincula-se na concepo do professor facilitador estimulado desde sua
formao inicial at na formao continuada.
Propondo elaborar um objeto digital de aprendizagem para mobile-learning com
professores em formao inicial pautado em microvdeo, fora instigado o livre uso da cmera
do dispositivo mvel e/ou a gama de aplicativos de edio de vdeo, existentes nas plataformas
Android, Windows Phone ou IOS.
33
Portanto, repensar a educao a partir da insero tecnolgica, significa propor
melhorias na relao conflitante entre tecnologia-professor e aluno-tecnologia. Nesse cenrio
de proposies e consideraes atribumos ao uso de aplicativos em edio de vdeo
previamente elaborados sistematicamente se candidatam como aliados promissores a uma
mudana de comportamento por parte dos professores suas prticas pedaggicas.
34
4. DESENVOLVENDO E ANALISANDO: CELULAR NA SALA DE AULA
Neste captulo trabalha-se a oficina celular na sala de aula, a decupagem e os frames
dos objetos digitais de aprendizagem desenvolvidos bem como as categorias de anlises.
4.1 Oficina: celular na sala de aula
A oficina celular na sala de aula concebida e ofertada para professores ainda em
formao inicial, e a partir da aplicao das etapas iniciou-se a coleta de dados. Como entrada
de dados aplicamos um formulrio de entrevista (anexo A) e outro formulrio ao trmino da
oficina ministrada (anexo B).
A anlise dos microvdeos elaborados se deu conforme categorias de anlise, sendo que
estes norteadores sugiram a medida que realizamos a oficina. A vivencia com os alunos que
realizavam a oficina nos deu subsdios a crer que possvel ofertar uma oficina com objetivo
especfico de usar o telefone celular como atividade de meio e no de fim.
Assim explicamos abaixo a metodologia, a motivao e como se deu a participao dos
alunos na oficina, indicando pontos relevantes pesquisa.
4.1.1 Metodologia
O trabalho de campo foi realizado no segundo semestre de 2015, e constitui-se na
realizao de uma oficina voltada formao inicial de professores, com foco na elaborao de
um objeto digital pautado em microvdeo.
Na realizao da oficina procuramos verificar a posio de autonomia e autoria,
aquisio de novos letramentos, em especial o letramento digital, o trabalho colaborativo e
apropriao crtica da tecnologia em mescla ao relacionamento que estes desenvolveram junto
aos dispositivos mveis.
A oportunidade de aperfeioamento no uso de dispositivos mveis para edio de
microvdeos em formato digital, instigam situaes que possam ir alem do mero uso comum,
visto que novos professores podem reconhecer o potencial uso recursos tecnolgicos para e no
ambiente escolar e faz-lo uso em sua prtica.
A oficina foi ofertada em conjunto com a coordenao do Programa Institucional de
Bolsa de Iniciao Docncia PIBID/Pedagogia UNINTER, sendo seu aval fundamental para
busca de melhores informaes sobre o perfil dos novos professores e o relacionamento destes
35
com as tecnologias mveis. Essa parceria capacita esse trabalho final ainda mais, visto que esses
professores logo estaro nas salas de aula e em contato com a gerao Z (FAVA, 2014).
Com uma abordagem qualitativa, buscou-se uma potencial melhora na formao inicia l
dos professores para a aceitao e uso dos dispositivos mveis e das tecnologias emergentes no
espao escolar. Para tanto, entendemos as tecnologias mveis como recurso informacional e
comunicacional com mobilidade necessria nas salas de aulas atuais.
Sobre mobilidade, visto que essa tem exponencial avano da crescente acessibilidade
da internet e dos dispositivos que evoluem nas mais variadas plataformas e formatos, citamos
Maddalena (2013. p.25) que diz que:
O computador porttil, smartphones, e-books, iPad, iPhone, os tablets potencializam
a mobilidade e so utilizados para acessar a Internet e dispor do conhecimento no
tempo e espao que se necessite, este fato abre novas portas para prticas pedaggicas,
o incremento na criao de aplicaes das mais diversas para dispositivos mveis.
Corroborando com a autora, percebemos que os dispositivos mveis integrado a
acessibilidade crescente do fluxo de bits por segundo e a convergncia entre plataformas e
sistemas operacionais perfazem um novo cenrio educacional. A possibilidade de se aplicar
uma oficina com perspectiva na formao de professores em formao inicial traz para a ao
do novo professor, com vis didtico-pedaggico contemporneo e inovador.
Considerando as tecnologias na Educao, a mediao por novas mdias, dispositivos e
plataformas se faz fundamental, assim, diferentes formas de se comunicar ou de buscar
informaes pela rede, tornando necessrios complementos sala de aula:
Contedos multiplataformas, transversais s diferentes tecnologias, so cada vez mais
requeridos para veicular em novos canais de comunicao, bem como para aumentar
os nveis de interao entre as pessoas e os prprios contedos. Logo, produzir
contedos audiovisuais para ambientes virtuais de aprendizagem mvel torna-se
inevitvel, em razo das mudanas de hbito de consumidores de mdias que, cada
vez mais, se interessam simultaneamente por diferentes contedos, formatos e
suportes. (ISMAIL, 2012, p.9).
De acordo com a autora necessrio estar atento para as novas ferramentas que
emergem do campo tecnolgico, bem como a mudana de paradigma, visto que as novas
geraes se interessam menos por contedos estticos e desintegrados, ou seja, fora do contexto
digital. Esta constatao est intimamente ligada a necessidade de aquisio de novos
letramentos por parte de professores, principalmente para formao inicial.
A seguir apresentamos a abordagem terica e os contedos programticos da oficina
ofertada na oficina:
36
QUADRO 1 ETAPAS, ABORDAGEM TERICA E CONTEDOS PROGRAMTICOS DA OFICINA
CELULAR NA SALA DE AULA
Etapas Abordagem terica Contedos Programticos
1 o Familiarizao dos professores
cursistas;
o Exposio dos objetivos do curso;
o Indicao de dados frente ao contexto das tecnologias mveis
no campo Social e na Educao;
Uso de dados, artigos, vdeos que ratificam a
necessidade do pensar tecnolgico a
metodologias incorporadoras frente aos
recursos mveis;
Abertura a preposies, relatos, indagaes no contexto da tecnologia da informao e
comunicao por professores cursistas;
2 o Conceitos de mediao; o Letramento, letramento digital; o PEDAGOGIA DO
MULTILETRAMENTO
o Apropriao crtica; o Co-design;
o Autoria e autonomia;
o Uso de dados, artigos, vdeos que fundamentam a mediao tecnolgica, o letramento digital,
apropriao crtica da tecnologia da informao
e comunicao na Educao, o trabalho
colaborativo, o professor autor e o
desenvolvimento de autonomia do professor e
aluno;
o Abertura a preposies, relatos, indagaes frente as temticas abordadas;
3 o Uso de dispositivos mveis na
Sociedade e Educao;
o Dados estatsticos frente a incorporao do crescente trfego
de dados e a potencialidade na
relao de aprendizagem;
o Abertura a criticidade dos dispositivos mveis como
processo de autoria e autonomia
no desenvolvimento de contedo
na rede;
Utilizao de relatrios governamentais ou no,
vdeos, artigos, e projetos em andamento frente
ao mobile-learning, MALL e demais utilidades
da tecnologia da informao e comunicao no
mbito escolar;
Anlise de tendncias com relao as tecnologias digitais, mveis e objeto digital
como inovadora no processo de aprendizagem;
Perspectiva seletiva de produo de contedo por parte dos professores cursistas, em vis de
objeto digital com uso de aplicativos;
4 o Uso de APPs na Educao; o Aplicativos de edio de vdeos; o Download de APP de vdeos, em
especfico e funcionalidades
abrangentes quanto a edio;
Varredura em aplicativos nas plataformas Android e IOs em suas respectivas lojas;
Anlise de quantidade de APPs e da
possibilidade de aplicao no ensino e
aprendizagem;
Busca efetiva por APPs em edio, compilao
e finalizao de microvdeos;
5 o Uso de APPs na Educao; o Aplicativos de edio de vdeos; o Download de APP de vdeos, em
especfico e funcionalidades
abrangentes;
O pensar no OBJETO DIGITAL; A relao entre pares na busca pelo
desenvolvimento do objeto digital, em foco com
a temtica da aula 2;
Preparao, articulao, planejamento estratgico e o repensar no contedo e fases do
objeto digital por parte dos professores
cursistas;
37
(Continuao)
FONTE: DO AUTOR
As etapas apresentadas na tabela foram acontecendo medida que avanvamos na
oficina. Foram trs encontros presenciais e demais atividades como leitura, discusso e
participao em fruns a partir dos grupos criados nas redes sociais Facebook16 e WhatsApp17.
Assim a interao no se deu somente na forma presencial, como tambm por ambientes on-
line.
Facebook uma rede social lanada em 2004, foi fundado por Mark Zuckerberg,
Eduardo Saverin, Andrew McCollum, Dustin Moskovitz e Chris Hughes, estudantes da
Universidade Harvard Essa rede social gratuita para os usurios e gera receita proveniente de
publicidade, incluindo banners e grupos patrocinados18.
Nesta rede social pode-se criar perfis ou pginas que contm fotos e listas de interesses
pessoais e profissionais em que so constantemente trocadas mensagens privadas e pblicas
entre demais usurios. Mas basicamente o Facebook contm o mural como sua principa l
ferramenta, um espao na pgina de perfil do usurio que permite se relacionar com amigos por
intermdio de posts, e que para visualizar o que se passa no perfil dos demais amigos, utiliza-
se a ferramenta "Feed de Notcias".
Essa rede social tambm muito conhecida por demais aplicaes, onde podemos criar
assuntos, eventos e convidar todos seus amigos de forma rpida e gil. Assim utilizamos o
Facebook e criamos uma pagina denominada celular na sala de aula buscando uma melhor
integrao entre os participantes e utilizando a pgina como repositrio para repositrios de
links para artigos e disponibilizao de udios, imagens e vdeos. Todas moderadas pelo
pesquisador.
16 Facebook uma rede social lanada em 4 de fevereiro de 2004, de propriedade privada da Facebook Inc.. No
ano de 2012, atingiu a marca de 1 bilho de usurios ativos, sendo por isso a maior rede social em todo o mundo.
https://pt.wikipedia.org. Acesso em 17 Maio. 2016. 17 um aplicativo de mensagens multiplataforma que permite trocar mensagens pelo celular sem pagar por SMS.
Est disponvel para iPhone, BlackBerry, Android, Windows Phone, e Nokia. https://www.whatsapp.com/?l=pt_br
. Acesso em 17 Maio. 2016. 18 Para ler mais, clique no link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Facebook. Acesso 7 Julho 2016.
6 o Apresentao do resultado final do OBJETO DIGITAL;
o As fases e o pensar do produto final por parte dos professores cursistas;
o Feed-back por parte dos professores
cursistas e as facetas positivas e negativas
relevntes;
Reflexo sobre o conceito de remix e a produo de microvdeos;
Competncias e habilidades necessrias ao professor facilitar, autor e letrado do sculo
XXI.
Incorporao dos telemveis, recursos de dados mveis para com o uso pedaggico;
Propostas de usos pedaggicos de vdeo
aulas por parte dos professores cursistas;
https://pt.wikipedia.org/https://pt.wikipedia.org/wiki/Facebook
38
FONTE: DO AUTOR
Whatsapp um software ou aplicativo para dispositivo mvel utilizado para troca de
mensagens em formato de caracteres instantaneamente alm de vdeos, fotos e udios dado uma
conexo de internet. Lanado oficialmente em 2009 e comprada pela empresa Facebook em
2014, possui grande penetrao mundial em smartphones.
Consideramos esse aplicativo como uso especfico para telefones celulares sendo
compatvel com praticamente todos os sistemas operacionais e marcas, e que seu diferencial se
encontra na no uso do contato telefnico da agenda para localizar demais sem da necessidade
da criao de uma conta especfica.
Entre outras funcionalidades destacamos que o Whatsapp recentemente passou por uma
atualizao, sendo possvel o uso a partir do navegador de seu computador replicar todas as
conversas, contatos e interface para alm da tela do celular. Portanto, tambm nos apropriamos
desse aplicativo to importante para nossa pesquisa.
A escolha de compartilhar os objetos digitais de aprendizagem nesta plataforma se deu
pela praticidade que o aplicativo fornece aos usurios alm do que este o aplicativo de
FIGURA 1 PRINT DA TELA DO GRUPO FECHADO DO FACEBOOK CELULAR NA SALA DE AULA
39
compartilhamento de mensagens instantneas mais comum do mundo, tendo 900 milhes de
usurios19, alm do recurso WhatsApp Web, que permite uma extenso da sua conta do aparelho
celular para o computador. Assim, no WhatsApp foi criado um grupo com a mesma finalidade
da rede social Facebook, mas com o diferencial de ser o responsvel pelo compartilhamento
dos microvdeos elaborados.
FONTE: DO AUTOR
A seguir mostramos os contedos disponibilizados aos alunos da oficina via grupo nas
redes sociais e tambm nas aulas presenciais:
19 http://www.techtudo.com.br. Acesso em 09 Maio. 2016.
FIGURA 2 PRINT DA TELA DO GRUPO FECHADO DO WHATSAPP CELULAR NA SA LA DE
AULA
http://www.techtudo.com.br/
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QUADRO 2 VDEOS UTILIZADOS E COMPARTILHADOS COM OS ALUNOS VIA WHATSAPP
I.VDEOS
Dilogos : Letramento Digital
Profa. Stella Maris Bertoni (UnB) e
Profa. Anamlia de Campos (UFAL)
Disponvel em:
https://www.youtube.com/watch?v=sNSg3xVx6
dA
O presente vdeo de 20:08 segundos fora dividido em sees com tempo de durao em mdia de 2 min cada.
Portanto, foram 9 vdeos compartilhados em momentos
distintos. A fragmentao de nove partes durante o
dilogo entre as professoras
Festival de Cinema e Vdeo do Colgio Jardim Anchieta Florianpolis/SC
Amostra de vdeos criados a partir do celular
Projeto apresentado no II Seminrio Anhembi
Morumbi: II Seminrio Anhembi Morumbi de
Comunicao e Educao - Educomunicao para uma vida melhor.
So Paulo, 28 30 de Outubro.
Site de referncia do projeto:
www.cinemorula.blogspot.com
Ttulo: Hoje em dia no Brasil
O vdeo faz vrias menes sobre o contexto social
brasileiro. Indica sobre a criminalidade, impostos e vida poltica.
Disponvel em:
https://www.youtube.com/watch?v=44Aqu2D6Sds
Ttulo: Eduardo e Mnica
Remake do vdeo clip da msica Educardo e Mnica
Legio Urbana, 1986 compositor Renato Russo.
Disponvel em:
https://www.youtube.com/watch?v=_3q_gVoN2Ks
Profa. Fugiwasa, pesquisadora do da Embrapa e
UNICAMP
Microcontedo vinculado ao planejamento estratgico
desde a sua concepo. Atenta para microapr