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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC THAÍSA BAÍA COSTA CERATOCISTO ODONTOGÊNICO EM MAXILA: relato de caso MACEIÓ-AL 2019/01

CERATOCISTO ODONTOGÊNICO EM MAXILA: relato de caso · 2019-11-08 · calcificante, tumor odontogênico adenomatóide e, ainda, o fibroma ameloblástico quando associado a dentes

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

THAÍSA BAÍA COSTA

CERATOCISTO ODONTOGÊNICO EM MAXILA: relato de

caso

MACEIÓ-AL 2019/01

THAÍSA BAÍA COSTA

CERATOCISTO ODONTOGÊNICO EM MAXILA: relato de

caso

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final para conclusão do curso de Odontologia do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação do professor Msc.Hugo Franklin Lima de Oliveira e coorientação da professora Dra.Camila Maria Beder Ribeiro Girish Paniwani.

MACEIÓ-AL 2019/01

THAÍSA BAÍA COSTA

CERATOCISTO ODONTOGÊNICO EM MAXILA: relato de

caso

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final para conclusão do curso de Odontologia do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação do professor Msc.Hugo Franklin Lima de Oliveira e coorientação da professora Dra.Camila Maria Beder Ribeiro Girish Paniwani.

APROVADO EM: 12/06/2019

BANCA EXAMINADORA

___________________________

___________________________

___________________________

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por me iluminar e dar forças para concluir esta etapa.

Ao meu orientador e amigo prof. Hugo pela condução do caso clínico apresentado,

pela confiança, paciência e aprendizados a mim transmitidos, serei sempre grata.

Aos meus coorientadores profa Camila e prof Helder pelo apoio e contribuição na

elaboração deste trabalho. A minha irmã Karina que sempre esteve ao meu lado e

me apoiou incansavelmente na conclusão desse sonho, minha inspiração. Ao meu

esposo Rogério pelo amor e a compreensão, condições essenciais para realização

deste sonho. Ao meu filho Vinícius por entender todos os momentos de ausência

que necessitei para confeccionar este trabalho. A minha mãe que me proporcionou

condições emocionais e estruturais para concluir mais esta etapa de vida. A minha

avó Helena pelo amor e o cuidado com meu filho, para que eu pudesse elaborar

meu TCC de forma tranquila, obrigada vozinha. A Clarissa Moraes por sua amizade,

companheirismo, cumplicidade, amor e parceria durante todos esses anos na

clínica, no TCC e na vida, muito obrigada amiga. A Tamara e Eduardo por me

acolherem sempre em sua casa nas noites de estudos e elaboração deste trabalho.

CERATOCISTO ODONTOGÊNICO EM MAXILA: relato de caso ODONTOGENIC KERATOCYST IN MAXILA: case report

Thaisa Baía Costa Graduanda do curso de odontologia do Centro Universitário CESMAC

[email protected]

Hugo Franklin Lima de Oliveira Mestre em Odontologia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

[email protected]

Camila Maria Beder Ribeiro Girish Paniwani Doutora em Estomatopatologia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Universidade

Estadual de Campinas (FOP-UNICAMP) [email protected]

RESUMO

Ceratocisto Odontogênico se refere a qualquer cisto localizado nos maxilares que apresente em sua composição a presença de paraqueratina. Devido ao seu aspecto agressivo e ao seu potencial de recidiva, seu crescimento é frequentemente relacionado a fatores genéticos inerentes ao seu epitélio ou atividades enzimáticas na parede do cisto. Trata-se de uma lesão assintomática – até atingir um volume considerável – é diagnosticada em exames de rotina e informações clínicas e radiográficas, porém, o diagnóstico conclusivo é através da análise histopatológica. Ele atinge predominantemente o sexo masculino, acometendo a mandíbula em 60%-80% dos casos, com predileção em região do corpo, ramo ascendente e ângulo. O estudo tem grande relevância devido a sua rara localização em maxila. Trata-se de um relato de caso de uma paciente do gênero feminino, 67 anos, apresentava queixa principal de edema em região anterior de maxila. O laudo histopatológico proveniente da biópsia incisional revelou ceratocisto odontogênico. O tratamento de escolha foi a marsupialização e após 1 ano, foi realizada a enucleação do remanescente da lesão. A paciente foi acompanhada pelo decorrer de mais 12 meses para verificar a presença de recidivas clinicamente e radiograficamente, que não se manifestaram.

Palavras-chave: Cistos Odontogênicos. Diagnóstico. Histologia. Recidiva. Patologia Bucal.

ABSTRACT

Odontogenic Keratocyst refers to any cyst located in the jaw that presents parakeratin in its composition. Due to its aggressive appearance and potential for recurrence, its growth is often related to genetic factors inherent to the epithelium or enzymatic activities in the cyst wall. It is an asymptomatic lesion – until it reaches a considerable volume – and it’s diagnosed in routine exams and clinical and radiographic information, however, the conclusive diagnosis is through histopathological analysis. It impacts predominantly male, affecting the mandible in 60% - 80% of cases, with predilection in body region, ascending branch and angle. The present study has great relevance due to its rare location in the maxilla and the previous marsupialization treatment. It brings the case of a female patient, 67 years old, who presented a major complaint of edema in the anterior region of the maxilla. The histopathological report from the incisional biopsy revealed keratocystodontogenic. The treatment of choice was marsupialization and after 1 year, enucleation of the remnant of the lesion was performed. The patient was followed by for another 12 months to check the presence of relapses clinically and radiographically, which did not manifest.

Keywords: Odontogenic Cysts. Diagnosis. Histology. Recurrence. Pathology, Oral.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6

2 RELATO DE CASO ................................................................................................. 8 3 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 13 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 16 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 17 ANEXO– PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA .................................................................................................................................. 19

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1 INTRODUÇÃO

Introduzido em 1956 por Philipsen, o termo Ceratocisto Odontogênico (CO) se

referia a qualquer cisto localizado nos maxilares que apresentasse em sua

composição a presença de ceratina ou queratina. Em 1962, com o estabelecimento

do comportamento clínico da lesão e seus aspectos únicos fisiopatológicos, a lesão

foi considerada pela Organização Mundial de Saúde como tumor até meados de

1992, onde foi reconsiderado cisto (MOURA; CAVALCANTE; HESPANHOL, 2016).

Silva et al. (2015), referem que vários estudos demonstraram as

singularidades do ceratocisto que em 2005 passou a ser considerado uma neoplasia

verdadeira, recebendo mais uma vez o nome de tumor. Mas, foi em 2017 que, após

uma reorganização das nomenclaturas, a lesão passou a ser classificada como cisto

(EI-NAGGAR et al., 2017).

A suposta natureza neoplásica da lesão, tem sido centrada no dito

comportamento agressivo, bem como a uma proporção de lesões estar associada a

uma mutação ou inativação do gene ptch1, que pode resultar em proliferação celular

aberrante. Porém, a perda de heterozigosidade (loh) na região 9q22,3 (onde o gene

pitch1 foi mapeado) foi encontrada em outros cistos de desenvolvimento, incluindo

cisto dentígero, mas são trabalhos que precisam de confirmação, e os dados de

sequenciamento dessas lesões ainda não foram confirmados(EI-NAGGAR et al.,

2017).

O ceratocisto é um cisto odontogênico de origem incerta. Existem duas

teorias a respeito do seu desenvolvimento, sendo a primeira e mais aceita advir de

restos celulares da lâmina dentária e a outra a partir da proliferação de células da

camada basal do epitélio oral da mandíbula ou da maxila (MALLMANN et al., 2012;

MOURA; CAVALCANTE; HESPANHOL, 2016; RODRIGUES et al., 2017).

Por ter um desenvolvimento distinto dos demais, devido ao seu aspecto

agressivo e ao seu potencial de recidiva e malignização, seu crescimento é

frequentemente relacionado a fatores genéticos inerentes ao seu epitélio ou

atividades enzimáticas na parede fibrosa do cisto (NEVILLE et al., 2016; DINIZ et al.,

2018; MOURA; CAVALCANTE; HESPANHOL, 2016).

Trata-se de uma lesão assintomática – até atingir um volume considerável –

diagnosticada frequentemente entre a segunda e a terceira décadas de vida que

atinge predominantemente o sexo masculino e acomete a mandíbula em 60% a 80%

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dos casos. A lesão predomina em região do corpo, ramo ascendente e ângulo da

mandíbula (MALLMANN et al., 2012; GUERRA et al., 2013; COLOMBO et al., 2016).

Mallmann et al. (2012) e Colombo et al. (2016) enfatizam as características

clínicas como a tumefação e, em alguns casos, os pacientes podem relatar dor ou

parestesia do lábio e dentes inferiores e deslocamento ou mobilidade de dentes

envolvidos pela lesão.

Radiograficamente, é possível visualizar imagens com aspectos radiolúcidos

uni ou multiloculares bem definidos, devido ao seu tamanho, cercadas por margens

lisas ou recortadas com bordas escleróticas, associados a um ou mais elementos

dentais (ACIOLE et al., 2010; GUERRA et al., 2013).

Por isso, é muito comum que dúvidas apareçam em relação ao diagnóstico

diferencial, que pode incluir cisto dentígero, ameloblastoma, cisto odontogênico

calcificante, tumor odontogênico adenomatóide e, ainda, o fibroma ameloblástico

quando associado a dentes (ACIOLE et al., 2010).

Na ausência dessa associação com o elemento dental, inclui-se no

diagnóstico diferencial a possibilidade de um cisto ósseo traumático, granuloma

central de células gigantes e cisto periodontal lateral, sendo essencial um exame

histopatológico para confirmação (ACIOLE et al., 2010; MALLMANN et al., 2012;

GUERRA et al., 2013).

Em relação ao aspecto histopatológico do CO, é possível visualizar uma

cápsula cística composta por uma parede epitelial – epitélio estratificado

pavimentoso com 6 a 10 camadas de células e paraqueratina e/ou ortoqueratina,

associada a uma camada de células basais em paliçada – e uma de tecido

conjuntivo fibroso ou com cortes transversais, bem como a presença de conteúdo

cístico líquido (com cor de palha) ou cremoso (espesso e acinzentado) (ACIOLE et

al., 2010; GUERRA et al., 2013).

Mallmann et al. (2012) destacam que a escolha do tratamento geralmente é

desafiadora aos cirurgiões-dentistas, pelo seu alto índice de recidiva. Aciole et al.

(2010); Guerra et al. (2013) consideram os diversos fatores como a idade, o

tamanho, a localização e o envolvimento dos tecidos moles, na escolha do

tratamento mais eficaz.

Em geral, as técnicas mais utilizadas são a enucleação – remoção completa

da lesão sem danificar a cápsula cística – e a marsupialização – usada como forma

terapêutica visando proteger as estruturas nobres. Mas, também é comum que a

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injeção da solução de Carnoy também esteja entre as opções, objetivando soltar o

cisto da parede óssea (MALLMANN et al., 2012).

O presente trabalho possui grande relevância devido a rara localização dessa

patologia e tem como objetivo explanar uma sequência de tratamento para o

ceratocisto odontogênico em maxila visando uma menor morbidade, através de um

caso clínico.

2 RELATO DE CASO

Este trabalho foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa, com CAAE

número 02491318.6.0000.0039.

Paciente do gênero feminino, 67 anos, compareceu ao ambulatório com

queixa principal de edema em região anterior de maxila (Figura 1) com secreções

periódicas. A mesma relatou que há um ano foi submetida à exodontia dos restos

radiculares dos elementos 11 e 12 sem a realização de exame radiográfico.

Foram solicitados os exames de imagem – nesse caso, radiografia

panorâmica e tomografia computadorizada – e, concomitantemente, realizada a

aspiração do cisto, que revelou um conteúdo líquido com cor de palha. Na

radiografia panorâmica (Figura 2) foi sugerida uma lesão unilocular radiolúcida bem

delimitada com o envolvimento dos dentes 13 ao 21. Na tomografia

computadorizada (Figura 3), é nítido o envolvimento ósseo e sua proximidade com o

assoalho nasal e o seio maxilar direito.

Inicialmente, foi realizada uma biópsia incisional na região vestibular e o

material foi encaminhado para a patologia oral com a hipótese diagnóstica de cisto

residual. No mesmo tempo cirúrgico, levando em consideração tamanho e

localização, optou-se pela realização de uma marsupialização (Figura 4).

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Figura 1- : Exame Clínico evidenciando o abaulamento da cortical vestibular da região anterior da maxila.

Fonte: Dados da pesquisa.

Figura 2- Radiografia Panorâmica inicial evidenciando a lesão (círculo laranja).

Fonte: Dados da pesquisa.

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Figura 3- Reconstrução 3D de tomografia computadorizada.

Fonte: Dados da pesquisa.

Figura 4- Exame clínico 10 meses após a marsupialização evidenciando uma regressão da lesão.

Fonte: Dados da pesquisa.

O resultado histopatológico apontou Ceratocisto Odontogênico. A

marsupialização foi acompanhada pelo decorrer de 12 meses visando sua redução e

concomitante espessamento da cápsula cística, com sucesso. Em seguida, deu-se

continuidade através do procedimento de enucleação (Figura 5), onde a conduta foi

encaminhar a cápsula cística para análise histopatológica, que confirmou o laudo

anterior de Ceratocisto Odontogênico (Figura 6), por apresentar características

correspondentes a patologia (Figuras 7 e 8).

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Figura 5- Cavidade cística após enucleação da lesão.

Fonte: Dados da pesquisa.

Figura 6-Cápsula cística encaminhada para biopsia

Fonte: Dados da pesquisa.

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Figura 7- Fotomicrospia que mostra o epitélio cístico estratificado pavimentoso entre 6 a 10 camadas, com algumas células hipercromáticas na camada basal mostrando

organização em paliçada. Camada superficial do lúmen cístico mostrando paraqueratinização (Hematox)

Fonte: Dados da pesquisa

Figura 8 - Fotomicroscopia que evidencia presença de cistos satélites na cápsula de tecido conjuntivo fibroso (Hematoxilina e Eosina, X100).

Fonte: Dados da pesquisa.

Posteriormente, a paciente foi acompanhada durante 12 meses para verificar

a presença de recidivas clinicamente e radiograficamente, que não se manifestaram

(Figuras 9 e 10).

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Figura 9- Aspecto clínico 12 meses após a enucleação cirúrgica

Fonte: Dados da pesquisa.

Figura 10- Radiografia panorâmica após a enucleação cirúrgica.

Fonte: Dados da Pesquisa

3 DISCUSSÃO

O ceratocisto é uma lesão cística de difícil diagnóstico, uma vez que

clinicamente e radiograficamente assemelhe-se a outras lesões císticas, sendo

imprescindível sua confirmação através do exame histopatológico (ACIOLE et al.,

2010; MALLMANN et al., 2012; GUERRA et al., 2013).

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Embora tenha mais incidência em mandíbula e predileção pelo sexo

masculino (ACIOLE et al., 2010; MALLMANN et al., 2012; GUERRA et al., 2013;

RODRIGUES et al., 2017), a literatura também aponta a possibilidade de

prevalência de 10% a 40% de acometimento em maxila e mulheres

(REZENDE;DIAS,2016;RODRIGUES et al., 2017).

Mesmo que esteja relacionado a adultos jovens entre sua segunda e terceira

década de vida (MALLMANN et al., 2012; MOURA; CAVALCANTE; HESPANHOL,

2016; NEVILLE et al., 2016; RODRIGUES et al., 2017), não é incomum que

também seja encontrado em crianças e idosos (REZENDE; DIAS,2016).

Por ser assintomático, muitas vezes é descoberto através de radiografias de

rotina (MALLMANN et al., 2012; MOURA; CAVALCANTE; HESPANHOL, 2016;

REZENDE; DIAS,2016). Guevara et al. (2013) enfatizam a importância do

diagnóstico, uma vez que norteia todo o tratamento e determina o prognóstico.

Por isso, devido a sua capacidade de atingir grandes proporções, mesmo com

seu desenvolvimento lento (MALLMANN et al., 2012; NEVILLE et al., 2016), há um

consenso na literatura de que quanto mais precoce for o diagnóstico, menos

agressivo o tratamento cirúrgico (REZENDE; DIAS,2016).

Aciole et al. (2010); Mallmann et al. (2012); Guerra et al. (2013) relatam que o

tratamento geralmente difere a depender dos aspectos da lesão, mas, também é

consenso de que a lesão precisa ser removida por inteiro, dado seu alto índice de

recidiva. Rezende e Dias (2016) complementam e dizem que a lesão é observada

com maior frequência em pacientes acima de 50 anos, pelo fato da cápsula cística

ser mais fina e friável.

As opções variam em marsupialização, enucleação e descompressão

(ACIOLE et al., 2010; MALLMANN et al., 2012; GUEVARA et al.,2013; REZENDE;

DIAS, 2016). Mas, alguns estudiosos ainda recomendam a escarificação ou

ostectomia periférica da cavidade cística, assim como a enucleação associada à

crioterapia, uma vez a lesão seja de difícil remoção e possa estar associada a

“cistos satélites” (GUEVARA et al.,2013).

A marsupialização é um procedimento geralmente utilizado em primeira mão

para regredir o tamanho da lesão, mas, como desvantagem não é possível usar

desse artifício em lesões sólidas. Diferentemente, a enucleação é um procedimento

no qual se remove por completo a lesão cística, indicada para qualquer cisto ou

tumor que possa ser removido de forma segura sem resultar em danos às estruturas

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adjacentes, constituindo como vantagem a possibilidade do exame histopatológico

em toda a lesão (RIBEIRO et al.,2015).

Nesse caso, ambos os procedimentos foram utilizados em sinergia. A

marsupialização foi um artifício para reduzir as dimensões da lesão, espessar sua

cápsula cística e torná-la apta a uma enucleação segura.

Ribeiro et al. (2015) concordam que assim como na marsupialização, a

descompressão pode ser utilizada como terapia isolada ou etapa preliminar no

tratamento, adiando a enucleação para um segundo momento. Mas, de modo geral,

a junção dessas técnicas é muito comum no tratamento de lesões odontogênicas e

não-odontogênicas (IGREJA et al., 2005; ACIOLE et al., 2010;MALLMANN et al.,

2012; GUEVARA et al.,2013; RIBEIRO et al., 2015; REZENDE; DIAS,2016).

Mallmann et al. (2012), enfatizam que não é tão incomum que a escarificação

ou ostectomia periférica da cavidade cística seja considerada como um tipo de

abordagem terapêutica, uma vez que cistos odontogênicos também possam

recidivar. Nesses casos, é comum o uso de uma broca cirúrgica diamantada seguida

de curetagem ou da utilização ou não da solução de Carnoy, mas Igreja et al.(2005);

Faverani et al.(2007); Guevara et al.(2013) e Ribeiro et al. (2015) ,relatam que ,de

modo geral, a escolha do tipo de tratamento é norteada levando em consideração

localização e dimensão.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando se enfrenta um caso de Ceratocisto Odontogênico, a depender de

seu tamanho e localização, é possível realizar diferentes tipos de abordagem a fim

de buscar um melhor prognóstico e auxiliar positivamente na recuperação.

Nesse caso a marsupialização foi essencial para o espessamento da parede

cística da lesão, o que favoreceu sua remoção. Por ser muito friável e de difícil

remoção, seus remanescentes podem resultar em recidiva e, por isso, a terapia

inicial teve grande participação na enucleação da lesão e sucesso terapêutico.

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REFERÊNCIAS

ACIOLE, Gilberth Tadeu dos Santos et al. Tumor odontogênico queratocisto recidivante: tratamento cirúrgico conservador ou radical? Relato de caso clínico. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-fac. Camaragibe, v.10, n.1, p. 43 - 48, jan./mar 2010. Disponível em: <https://www.revistacirurgiabmf.com/2010/v10n1/07.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2018.

COLOMBO, Luara Texeira et al. Ceratocisto Odontogênico: relato de caso. In: Congresso da FOA-UNESP, 6, 2016, Araçatuba. Anais do congresso da FOA-UNESP São Paulo: Universidade Estadual Paulista, 2016. Disponível em:< http://www.archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/3065>. Acesso em: 23 ago.2018.

DINIZ, Bárbara Brasileiro et al. Ceratocisto Odontogênico: relato de caso. In: Encontro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Sertão Paraibano, 3, 2018, Patos. Resumos, Patos: Universidade Federal de Campina Grande. 2018, p.15. Disponível em: < http://www.archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/3055 >. Acesso em: 23 ago. 2018.

EI-NAGGAR, Adel K.et al. WHO Classsification of Head and Neck Tumours(4th edition).IARC: Lyon, 2017. Disponível em: < https://apps.who.int/bookorders/anglais/detart1.jsp?codlan=1&codcol=70&codcch=4009. Acesso em: 23 de ago. 2018.

GUERRA, Luiz Antônio Portela et al. Tratamento conservador de múltiplos tumores odontogênicos ceratocísticos em paciente não sindrômico. Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac., Camaragibe, v.13, n.2, p.43-50, abr./jun. 2013. Disponível em: < http://www.revistacirurgiabmf.com/2013/2/6.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2018.

GUEVARA, Henry Arturo Garcia et al. Tratamento cirúrgico de tumor odontogênico queratocístico: relato de caso. Rev. Bras. de Ciênc da Saúde, João Pessoa, ano 11, n. 37, p.73-81, jul/set 2013. Disponível em: < http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/viewFile/1644/1466>. Acesso em: 23 ago. 2018.

IGREJA Felipe Firme et al. Marsupialização como tratamento inicial de cisto do ducto nasopalatino. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., 2005; 5(2): 41-48. Disponível em:< https://www.researchgate.net/publication/237646050_MARSUPIALIZACAO_COMO_TRATAMENTO_INICIAL_DE_CISTO_DO_DUCTO_NASOPALATINO_Marsupialization_as_an_Early_treatment_for_nasopalatine_duct_cyst>. Acesso em: 23 ago. 2018.

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MALLMANN, Camila Taís et al. Tumor odontogênico ceratocístico: levantamento de casos e revisão de literatura. Rev. do curso de Odontologia da Faculdade da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo - UMESP. São Paulo, v.20, n.40, p.67-72, 2012. Disponível em: <https://www.metodista.br/revistas/revistasims/index.php/Odonto/article/view/4284>. Acesso em: 23 ago. 2018.

MOURA, B. S.; CAVALCANTE, M.A.; HESPANHOL, W. Tumor odontogênico ceratocístico, Rev. Col. Bras. Cir., Rio de Janeiro, vol. 43, nº 6, p. 466-471, Nov./Dec. 2016. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v43n6/pt_0100-6991-rcbc-43-06-00466.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2018.

NEVILLE, Brad.W. et al .IN:________________ Patologia Oral e Maxilofacial. 4.ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2016.p.684-688.

REZENDE, Fabíola Cunha Bernardes; DIAS, Márcio Américo. Tumor Odontogênico Queratocístico: relato de caso. Rev. Eletr. Acervo Saúde, Campinas, v. 8, n.4, p. 938-941, jul/ago 2016. Disponível em: <https://www.acervosaude.com.br/doc/23_2016.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2018.

RIBEIRO Eliza Toscano et al. Dentes inclusos associados a cistos e tumores odontogênicos: condutas terapêuticas. Rev. Bras. Pesq. Saúde, 2015; 17(2): 78-88. Disponível em< http://periodicos.ufes.br/RBPS/article/view/13191>. Acesso em 23 de ago.2018.

RODRIGUES, Nathércia Araújo Santos et al. Ceratocisto odontogênico – Relato de caso. Jornada Odontológica dos Acadêmicos da Católica, [S.l.], v. 3, n. 1, nov. 2017. Disponível em: <http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/joac/article/view/1688>. Acesso em: 10 Fev. 2019. SILVA, Dandara et al. Queratocisto Odontogênico: tumor ou cisto?. In: JORNADA DE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO, 17, 2015, Santa Catarina. Anais da XVIII Mostra CientÍfica, Santa Catarina: UNIPLAC, 2015. Disponível em: < http://revista.uniplac.net/ojs/index.php/uniplac/article/view/1519>. Acesso em: 23 ago. 2018.

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ANEXO– PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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