Upload
erick-carvalho
View
290
Download
25
Embed Size (px)
Citation preview
Direito Processual do Trabalho - Profa. Emília Farinha
06/08/2012
Definição:
É o ramo do direito do trabalho que regula a solução jurisdicional de conflitos de
interesse surgidos entre empregado e empregador, bem como entre as categorias
profissionais e econômicas, sendo estas representadas pelos seus respectivos sindicatos.
Regula ainda os conflitos decorrentes da relação de trabalho, desde que o autor da ação
seja pessoa física. O Código Processual Civil é usado de forma subsidiária.
- Art. 114, VI, da CF (alterado pela EC45): O Direito do Trabalho abrange somente
aqueles que possuem relação de trabalho pelo regime da CLT, enquanto a Justiça do
Trabalho abrange qualquer forma de trabalho, contanto que o autor seja Pessoa Física.
- OJ 191, SDI-1, TST (Empreiteiro): Relação de trabalho onde será discutido o contrato
de trabalho, contudo poderá pleitear perante a Justiça do Trabalho. Possível reclamação
do contrato, sem direito aos benefícios da CLT.
- Art. 114, I, CF: Suspenso por ADIN. Competência para dirimir conflitos com órgão
público. Não se aplica mais. Única possibilidade de órgão público ser polo passivo
direto seria por responsabilidade subsidiária, de acordo com a Súmula 331, VI, TST.
- Súmula 363, STJ (profissional liberal): Ação de cobrança por profissionais liberais
serão de competência da Justiça Comum, pois não se trata de uma relação de trabalho, e
sim de relação de consumo.
- Art. 462, §1º, CLT: Descontos do salário do empregado poderão ocorrer se tiverem
sido previamente acordados, ou em caso de dolo por parte do mesmo.
- Categorias representadas por sindicato: Obedecem à norma mais favorável.
- Convenção coletiva: Convergência de interesses, sem intervenção estadual,
observando um mínimo de garantias resguardadas ao trabalhador. Aplica-se a
todos os trabalhadores da categoria, sindicalizados ou não.
- Dissídio coletivo: Inverso do anterior, o dissídio ocorre quando há divergência
entre sindicatos. Há intervenção estadual. O art. 114, §2º, CF, rege que somente
será considerado dissídio se houver acordo entre os divergentes para ingressas
com a ação de dissídio, desde que esta tenha natureza econômica. Da solução
deste, tem-se uma sentença normativa, não autoexecutável, ou seja, não havendo
convenção, o judiciário estipula as normas para a categoria. Como todo sindicato
tem abrangência territorial, a ação deve ser ajuizada na observância do critério
territorial – Sindicato nacional = TST, por exemplo. Como não há sujeito
identificado para a norma, o trabalhador que se sentir ofendido poderá ajuizar
uma reclamação trabalhista, dissídio individual.
Função do Direito Processual do Trabalho
É a solução dos conflitos por meio da prestação jurisdicional. Pessoas físicas ou
jurídicas litigando por direitos, com uma pretensão (os objetos da lide) que necessita
solução. A solução do conflito de interesses costuma ocorrer da seguinte forma:
1. Autocomposição: As partes espontaneamente entram de acordo acerca do bem,
objeto da lide, sem emprego de forças contrárias. Pode ser judicial (arts. 840 e 846,
CLT) ou extrajudicial (convenção coletiva, acordos coletivos).
- Art. 831, Parágrafo Único, CLT: Acordo homologado judicialmente é sentença
transitada em julgado, não cabendo recurso (art. 485, CLT), restando apenas ação
rescisória (Súmula 259, TST).
- Art. 832, §3º, CLT: Devem indicar a natureza da remuneração, salarial ou
indenizatória, para estabelecer a competência da União quanto ao que é devido para a
Previdência Social. Sempre que houver parcela salarial, a Previdência será intimada.
- Art. 832, §4º, CLT: Recurso Ordinário é cabível.
- OJ 368, SDI-1 TST: A Previdência Social terá direito sobre o total da ação de
reconhecimento de vínculo, havendo ou não acordo, assinada ou não a CTPS.
- Procedimentos:
- Procedimento Sumaríssimo – arts. 852-A até 852-I, CLT: Não ultrapassa 40
salários mínimos, em audiência una. Tentativa de conciliação a qualquer
momento.
- Art. 852-A, Parágrafo Único: não há procedimento sumaríssimo
envolvendo administração direta, autarquia ou fundação.
- Procedimento Ordinário – arts. 846 até 850, CLT: Dois momentos de
conciliação imprescindíveis em termo de audiência.
- Art. 846: Antes da defesa apresentada em audiência, o juiz deve tentar a
conciliação.
- Art. 850: Após a instrução e razões finais, o juiz deve renovar a
tentativa de conciliação.
- Art. 652-A / 625-H: Não se admite acordo homologado de forma direta
entre as partes, mas somente perante uma Comissão de Conciliação
Prévia, tendo caráter de título extrajudicial. Tal pedido de homologação
deve ser feito como uma Petição Inicial. É procedimento obrigatório
quando houver uma convenção coletiva que assim preveja. Somente
servirá a Comissão para os dissídios individuais.
- Art. 114, §2º, CF: Juizado de arbitragem não tem poder decisório em
dissídios coletivos. Serve apenas para composição da lide, e não dirimir
conflitos. A decisão não tem qualquer caráter definitivo.
2. Heterocomposição: Ocorre quando as partes delegam a terceiro o poder de decidir o
conflito, pondo fim ao mesmo. Intervenção de terceiro na ação, um juiz, produzindo
uma sentença judicial, a decisão final.
3. Autodefesa: Método mais antigo, primitivo de solucionar conflitos. É a vontade
imposta por força. Ocorre quando uma das partes defende por qualquer meio aquilo que
acredita ser seu de direito. Não há terceiro para solucionar o litígio. A autodefesa é o
meio de solução direta mediante imposição do mais forte. Melhor exemplo desta é a
greve.
Eficácia da Lei Processual Trabalhista no Tempo e Espaço
Art. 1º, Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro / Art. 912, CLT: Em
regra, as disposições do Direito Processual Trabalhista entram em vigor a partir da data
de sua publicação, com eficácia imediata, alcançando os processos em andamento, por
força da CLT. O art. 1º da LINDB é uma exceção perante a CLT.
O processo, de maneira ampla, compreende uma série de atos que vão da Petição Inicial
ao Trânsito em Julgado da decisão, contudo os atos processuais praticados antes da
entrada em vigor de lei processual nova estarão resguardados por constituírem ato
perfeito e acabado. Logo, os atos processuais praticados sob a vigência da lei revogada
mantém plena eficácia em face do Principio da Irretroatividade da lei.
Em se tratando de lei processual nova cujo conteúdo envolva disposição referente a
jurisdição e competência, terá aplicabilidade imediata, regendo-se o processo e
julgamento de fatos anteriores à sua aplicação.
- Art. 893, §1º, CLT: Estando o processo em decisão interlocutória atacável por
agravo de instrumento, o mesmo permanece na origem. Só há recurso em fase
recursal depois de emitida a decisão definitiva.
- Súmula 214, TST: Decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato,
salvo nas hipóteses de decisão de Tribunal Regional do Trabalho contrária à
Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
decisão suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
decisão que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos
autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo
excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
- OJ 420: É inválido o instrumento normativo que, regularizando situações
pretéritas, estabelece jornada de oito horas para o trabalho em turnos
ininterruptos de revezamento.
Lei no Espaço: Diz respeito ao território que vai ser aplicado o dispositivo legal. No
Brasil, prevalece o princípio da territorialidade, vigorando a Lei Processual em todo
território nacional, sendo aplicada tanto a brasileiros, quanto a estrangeiros residentes
no Brasil.
- Art. 651, CLT: A lei se aplica ao território onde o trabalho é executado.
- Art. 651, §2º, CLT: Se um brasileiro for contratado para executar trabalho no
exterior, também se aplica a CLT.
- Súmula 207, TST: “Lex Loci Executionis”. A relação jurídica trabalhista é
regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviço e não por aquelas do
local da contratação. Cancelada. Com o cancelamento da súmula, tende a tomar
mais força o princípio de que um trabalhador que tenha sido contratado no Brasil
para prestar serviços no exterior terá seu contrato de trabalho regido não pelo
local de destino, mas pela própria lei brasileira. Trata-se de alteração importante
em um cenário de crescente internacionalização do mercado de trabalho
brasileiro, pois agora o direito aplicável será sempre o brasileiro, em especial a
CLT, independentemente do local da prestação de serviços, que predominava
anteriormente. Essa mudança reduz o grau de incerteza jurisdicional e diminui a
burocracia associada à prestação de serviços no exterior, pois não há mais
necessidade de conhecer em profundidade o direito trabalhista estrangeiro, ainda
que algum grau de conhecimento sempre seja necessário quando se tratar de
transferência de empregados para o exterior.
- Art. 3º, II, Lei 7.064/82: Aplicação da lei brasileira no exterior deve ser
assegurada pela empresa estrangeira se for mais favorável ao trabalhador
brasileiro. A sentença só será receptada no Brasil com homologação do STJ, art.
105, I, i, CF.
__
13/08/2012.
(cont.)
- Art. 651, §3º, CLT: Não existe um lugar específico para prestação de serviço.
- Art. 800, CLT: Exceção de incompetência em razão de lugar tem 24h para
ingressas. Incidente de ordem processual, sujeito à preclusão.
- Art. 893, §1º, CLT: O agrava do instrumento no processo do trabalho só serve
para destrancar recurso. Seria usado o protesto. Resguardo para discussão do
assunto em fase recursal, não precisando de fundamentação.
- Súmula 214, c, TST: Exceção sobre a decisão que acolhe exceção de
incompetência territorial, possibilidade de recorrer quando se tratar de exceção
de incompetência em razão de lugar havendo Tribunais Regionais distintos, onde
cabe Recurso Ordinário.
Competência
Definição: São atribuições conferidas aos órgãos encarregados da função jurisdicional.
São as competências que legitimam o poder jurisdicional. Os critérios que determinam a
competência foram criados tendo como base a teoria geral do processo. As regras que
determinam a competência estão fixadas na Constituição Federal.
Competência da Justiça do Trabalho em Razão da Matéria: Incompetência em
razão de matéria tem nulidade absoluta, com sentença terminativa.
- Art. 114, I, CF: Suspenso em razão da EC45. Justiça do Trabalho pode dirimir
conflitos da relação de emprego e trabalho.
- Súmula 363, STJ: A competência é da justiça estadual quando as ações
versarem sobre honorários de profissionais liberais. Justiça estadual comum, por tratar-
se de relação de consumo e não de emprego.
- Súmula 392, TST: Danos morais são de competência da justiça do trabalho.
- Súmula 300, TST: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações de
empregados contra empregadores, relativas ao cadastramento no Plano de
Integração Social (PIS).
- Súmula 736, STF: Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham
como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à
segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.
- Súmula 19, TST: A Justiça do Trabalho é competente para apreciar reclamação
de empregado que tenha por objeto direito fundado no quadro de carreira.
- Súmula 389, TST: Competência material da Justiça do Trabalho a lide entre
empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não fornecimento
das guias do seguro-desemprego. O não fornecimento pelo empregador da guia
necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à
indenização.
Conflitos de Competência
a) Positivo: Se dá quando duas ou mais varas se dão por competentes.
b) Negativo: Se dá quando duas ou mais varas se dão por incompetentes.
- Súmula 420, TST: Não há conflito entre TRT e varas do trabalho vinculadas a
ele.
c) Controvérsia de Reunião ou Separação de Poderes: Quando não houver prevenção
de vara, há juiz de direito investido na jurisdição trabalhista.
TRT: Vai dirimir conflitos entre duas ou mais varas do mesmo regional, e de juiz
investido na jurisdição trabalhista com juiz sob o mesmo TRT.
TST: Vai dirimir conflitos entre juízes de dois ou mais TRTs diferentes.
- OJ 412: É incabível agravo inominado (art. 557, §1º, do CPC) ou agravo
regimental (art. 235 do RITST) contra decisão proferida por Órgão colegiado.
Tais recursos destinam-se, exclusivamente, a impugnar decisão monocrática nas
hipóteses expressamente previstas. Inaplicável, no caso, o princípio da
fungibilidade ante a configuração de erro grosseiro.
STJ: Vai dirimir conflitos entre juiz de vara trabalhista e juiz não investido em vara
trabalhista (art. 105, I, “d”, CF).
STF: Vai dirimir conflitos entre o TST e outro tribunal superior, como o STJ (art. 102,
I, “a”, CF).
Competência Funcional: É especificamente descrita na CLT.
1. Competência de Varas de Trabalho: Juízes titulares e substitutos. Arts. 654 ao 659,
CLT. Arts. 660 ao 667, CLT: Vogais das Juntas. Não tem mais aplicabilidade, graças à
EC24. Arts. 668 e 699, CLT: Competência de juízes investidos na jurisdição trabalhista.
2. Competência do TRT: Arts. 670 a 680, CLT. Competência de seus presidentes aos
arts. 681 ao 683, CLT. Serventuários aos arts. 710 ao 721, CLT.
3. Competência do TST: Arts. 690 ao 709, CLT, e Regimento Interno, Lei 7.701/88.
Competência Territorial de Varas: Se encontra ao art. 651, CLT.
- Art. 111, CPC: Incompatível com o processo de trabalho. Não cabe às partes
elegerem o foro de proposição da ação.
- Art. 114, CPC: Incompetência relativa. Prorroga-se a competência se a parte
contrária não se opuser na exceção de competência.
- Art. 799 e 800, CLT: Exceções de suspeição e incompetência territorial
paralisam o processo. O prazo de 24h do art. 800, CLT, de paralisação do
processo para apresentação de oposição da parte à exceção de incompetência
territorial se aplica somente a ela, e não outras paralisações. Exceção de
suspeição se liga com a pessoa do juiz, e impedimento se liga à função exercida.
Em exceção de suspeição, não há defesa, mas 48h para instruir e julgar a mesma
(Art. 802, CLT). É competência do juiz julgar suspeição (Art. 653, “c”, CLT).
Sobre esta decisão, de caráter interlocutório, cabe protesto (Art. 802, §1º).
- Art. 106, CPC: Tem aplicabilidade diferente na Justiça do Trabalho. Ações
conexas, quando correm em separado, é prevento o juiz que primeiro despachar
no processo civil, porém, na Justiça do Trabalho, a prevenção é dada por quem
primeiro propor a ação, pois a citação do processo trabalhista não é ato do juiz
(“cite-se”), mas sim de mero expediente. No caso de desistência, se a outra parte
não houver apresentado defesa, no reajuizamento de ação, é preventa a vara que
primeiro a reconhecer.
- Súmula 414, II, TST: Contra liminar concedida antes de sentença, cabe
mandado de segurança, pois não há recurso próprio.
Princípios do Processo do Trabalho
1. Princípio do Dispositivo (inércia da jurisdição): A tutela só é concedida se for
requerida. O processo só se inicia se houver iniciativa de uma das partes (Arts. 2º c/c
262, CPC).
- Art. 856, CLT: Não tem mais aplicabilidade, sendo substituído pelo Art. 114,
CF, §3º. Trazendo a greve prejuízo à coletividade, o Ministério Público pode
ajuizar ação de dissídio coletivo.
- Art. 876, CLT: Decisões transitadas em julgado se processam de ofício pelo
magistrado, independente da vontade das partes.
__
20/08/2012
(cont.)
2. Princípio do Inquisitivo ou Inquiritório: Confere ao juiz a liberdade de atuar no
processo, em busca da verdade real, ainda que as partes não tenham requerido. Uma vez
proposta a ação, caberá ao magistrado impulsioná-la de ofício, determinando diligências
que deem credibilidade ao feito, como rege o art. 765, CLT.
3. Princípio da Concentração: Atos processuais devem ser praticados no menor tempo
possível. A regra é que as audiências sejam unas, instrução e julgamento, salvo motivo
de força maior – Art. 849, CLT. Via de regra, o procedimento sumaríssimo é uno.
- Art. 825, CLT: As testemunhas comparecerão, independente de intimação. Uma vez
arroladas, pertencem ao juízo (Parágrafo Único do mesmo artigo).
- Art. 852-H, §7º, CLT: Prazo de 30 dias para solução de processo em caso de
interrupção de audiência, salvo motivo relevante justificado pelo juiz, diferente nos
juizados especiais.
4. Princípio da Oralidade: Toda demanda trabalhista pode ser verbal. A diferença da
atermação é a marcação da data de audiência ao fim do ato verbal. A defesa, instrução,
razões finais e a sentença do juiz também podem ser todos por via verbal. Presente aos
arts. 847 a 850, CLT.
5. Princípio da Identidade Física do Juiz: Não se aplica ao processo do trabalho o
presente no art. 132, CPC. Implica celeridade processual, mesmo sob muitas críticas
pela possibilidade do juiz não se envolver com alguns atos processuais.
- Súmula 136, TST: Não se aplica às Varas do Trabalho o princípio da
identidade física do Juiz.
- Súmula 222, STF: O princípio da identidade física do juiz não é aplicável às
Juntas de Conciliação e Julgamento da Justiça do Trabalho.
6. Princípio da Imediatidade ou Imediação: Permite contato direto do juiz com as
partes envolvidas, objetivando formar seu conhecimento. Presente ao art. 820, CLT.
7. Princípio da Eventualidade: As partes devem apresentar de uma só vez o que for
necessário, acusação e defesa, objetivando resguardar seu próprio direito. É possível ao
autor apresentar novos documentos antes que a defesa inicie, procedimento impossível
no rito sumaríssimo.
- Súmula 8, TST: Não há réplica de defesa, restando ao autor se manifestar
apenas sobre os documentos apresentados pelo réu. A juntada de documentos na
fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento para sua
oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.
- Art. 300, CPC: Não existe impugnação genérica, do contrário haveria confissão
ficta. Todos os fatos alegados pelo autor devem ser atacados pelo réu.
8. Princípio do Contraditório: Tem sua base no princípio da igualdade de tratamento
entre as partes. O juiz não pode decidir a demanda sem ouvir os litigantes. De qualquer
decisão, as partes deverão ser intimadas.
- Art.285, CPC: Não se aplica ao direito do trabalho, pois segundo a doutrina, o
“cite-se” do direito do trabalho é ato de expediente, distribuição, e não do juiz.
9. Princípio da Conciliação: Sofre questionamento com a EC45, pela alteração do art.
114, CF, nos temos de “conciliar a julgar”.
- Arts. 846 e 850, CLT: Ao procedimento ordinário, são tentadas duas
conciliações, antes da defesa e após as razões finais.
- Art. 852-E, CLT: No procedimento sumaríssimo, tais etapas acabam não sendo
tão claras, podendo o juiz sugerir a conciliação a qualquer tempo.
- Art. 764, CLT: Dissídios individuais e coletivos poderão se sujeitar a
conciliação. Sentença com acordo de conciliação só é recorrível no caso de
Previdência Social. Acordo só pode sofrer ação rescisória, nos termos da Súmula
259, TST, c/c Art, 831, Parágrafo Único, CLT. Não cumprido os requisitos do
termo, irá direto para execução, de ofício.
10. Princípio da Imparcialidade: O juiz tem que ter isenção de ânimos para decidir a
lide. Acarreta em suspeição ou impedimento do magistrado. A CLT trata somente de
suspeição, mas a doutrina é unânime em afirmar a possibilidade de impedimento.
Suspeito quando envolve sua esfera pessoa, impedido quando envolve o desempenho de
sua função. Pode ser suscitado pelo magistrado em foro íntimo, ou quando suscitado
pela parte, deve ser justificado. Causa redistribuição do processo, se acatado, para outro
magistrado. É incidente processual, decisão interlocutória, não passível de recorrer,
aplicando-se o art. 893, §1º, CLT, podendo ser discutido somente após decisão
definitiva.
- Art. 802, CLT: Não é prazo para se defender, mas para instruir a demanda.
11. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: Princípio facultado das partes.
Capacidade das partes de procurar reexame de instância superior. Como exceção, a
remessa de ofício que tenha como parte a Fazenda Pública, que quando vencida no
processo, o processo sobe imediatamente para reexame necessário.
- Súmula 303, I, “a” e “b”, TST: Exceção da exceção. Não haverá
obrigatoriedade da remessa necessária nos casos de condenação não ultrapassar
o valor correspondente a 60 salários mínimos e quando a decisão estiver em
consonância com decisão plenária do Supremo Tribunal Federal ou com súmula
ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho.
- Art. 2º, §3º e §4º, Lei 5.584/70: Na prática, se impugna o valor de alçada
imediatamente. Pedido de revisão, efeito devolutivo, art. 899, CLT ao presidente
do TRT, que deve julgá-lo em 48h. Se versar sobre matéria constitucional, cabe
recurso extraordinário.
12. Princípio do Jus Postulandi: Direito da parte de ingressar com a ação e
acompanhá-la, sem necessidade de um advogado. Só é permitido nos dissídios
individuais, pelo princípio da oralidade. Presente ao art. 791, CLT.
- Súmula 425, TST: Limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do
Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e
os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
13. Princípio da Irrecorrebilidade Imediata das Decisões Interlocutórias: Quando
decisões interlocutórias não terminam o feito, só poderão ser discutidas ao final.
- Súmula 214, TST: Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as
decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão:
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial
do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o
mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos
autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado,
consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
- Súmula 414, II, TST: No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da
sentença, cabe a impetração do mandado de segurança, em face da inexistência de
recurso próprio.
14. Princípio da Preclusão e Perempção: Preclusão é a perda da possibilidade da
prática de um ato processual, seja pelo seu não exercício em momento oportuno, ou pela
total incompatibilidade entre o ato realizado e o posterior, ou até mesmo pelo ato já ter
sido validamente praticado. Pode ser temporal (quando se perde o prazo a cumprir),
lógico (quando parte pratica ato incompatível com o já praticado, em contradição com
atos anteriores) ou consumativo (quando há prática válida de um ato processual, no
prazo estabelecido em lei, não podendo renovar o ato já praticado e consumado – por
exemplo, recurso adesivo). Há discussão sobre a aplicação da perempção no direito do
trabalho. Perempção consiste na perda pela parte do direito de praticar determinado ato
processual ou de prosseguir com o feito, em função da próprio inércia, ao deixar expirar
o prazo legal para o exercício do direito.
- Art. 267, III, CPC: Extingue-se o processo, sem resolução de mérito quando, por não
promover os atos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de
30 dias.
- Art. 268, Parágrafo Único: Se o autor der causa, por três vezes, à extinção do processo
pelo fundamento previsto no III do artigo anterior, não poderá intentar nova ação contra
o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar
em defesa o seu direito.
- Art. 844, CLT: O não comparecimento do reclamante à audiência importa o
arquivamento da reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa revelia,
além de confissão quanto à matéria de fato.
- Art. 731 e 732, CLT: Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação
verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta
ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6
meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho. Na mesma pena do artigo
anterior incorrerá o reclamante que, por 2 vezes seguidas, der causa ao arquivamento de
que trata o art. 844.
- Súmula 268, TST: A ação trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrição
somente em relação aos pedidos idênticos. Arquivada a primeira ação, o prazo continua
para todas as matérias que não foram reclamadas nela.
__
27/08/2012
Atos Processuais
Definição: É uma espécie de ato jurídico que tem por objetivo a constituição,
conservação do desenvolvimento, modificação ou extinção de uma determinada relação
processual. Ocorrem no processo, podendo ser praticados pelo juiz, pelas partes, ou por
terceiros. Os atos processuais são públicos, por força do art. 155, CPC. O segredo de
justiça pode ser requerido pela parte, demonstrando prejuízo, ou de ofício pelo juiz.
- Art. 155, II, CPC: Não tem aplicação ao processo trabalhista. Diz respeito aos
atos processuais que correm em segredo de justiça, relativos a casamento,
filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e
guarda de menores.
- Art. 154, §2º, CPC: Todos os atos e termos do processo podem ser feitos
eletronicamente.
- Art. 164, Parágrafo Único, CPC: Assinatura dos juízes pode feita
eletronicamente.
1. Atos do Juiz (Art. 162, CPC): Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões
interlocutórias e despachos. Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações
previstas nos arts. 267 e 269, CPC. Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no
curso do processo, resolve questão incidente. São despachos todos os demais atos do
juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei
não estabelece outra forma. Também os atos meramente ordinatórios, como a juntada e
a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo
servidor e revistos pelo juiz quando necessários.
2. Atos das Partes (Art. 158, CPC): Os atos das partes, consistentes em declarações
unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição, a
modificação ou a extinção de direitos processuais. A desistência da ação só produzirá
efeito depois de homologada por sentença.
3. Atos de Terceiros (Art. 166, CPC): Atos de testemunhas, serventuários da justiça.
- Art. 841, CLT: Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário,
dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do
termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à
audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco)
dias.
Ato Processual por Fac-símile: Só é possível em fase recursal. Tem 5 dias para
apresentar as originais da data de prazo recursal. Todos os recursos tem prazo de 8 dias,
salvo Recurso Ordinário, 5 dias, e Embargos de Declaração, 3 dias.
- Súmula 387, II, TST: A contagem do quinquídio para apresentação dos
originais de recurso interposto por intermédio de fac-símile começa a fluir do dia
subseqüente ao término do prazo recursal, nos termos do art. 2º da Lei
9.800/1999, e não do dia seguinte à interposição do recurso, se esta se deu antes
do termo final do prazo.
Atos Processuais por Correio Eletrônico: Instrução Normativa n. 28. Sistema
integrado de protocolização e fluxo de documentos eletrônicos “E-DOC” (forma de
enviar recursos judiciais, através de assinatura eletrônica, não se faz necessário enviar
originais em seguida).
Comunicação dos Atos Processuais
O art. 774, parágrafo único, da CLT esclarece que, tratando-se de notificação postal, no
caso de não ser encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio
ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolver a notificação ao
tribunal & origem, no primi de 48 horas.
1. Intimação (Art. 234, CPC): Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o
interessai a fim de se defender. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos
atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa. Notificação
com efeito de citação é a mesma comunicação. Marca o início do processo. Vale
destacar que o Código de Processo Civil eliminou a notificação como forma de
comunicação dos atos processuais, subsistindo, exclusivamente como meio destinado a
prevenir responsabilidades, prover a conservação e ressalva de direitos ou de
manifestação de intenção de modo formal, conforme disposto no art. 867 do Código
Processual civil. O legislador pátrio, entretanto, objetivando justificar a autonomia do
processo do trabalho, utilizou na Consolidação das Leis do Trabalho, de forma
indiscriminada, o termo notificação, como o meio adequado para comunicação de todo e
qualquer ato processual realizado no âmbito da Justiça laboral (seja citação ou
intimação). Na inicial trabalhista, portanto, não há citação do reclamado, mas
notificação do mesmo, por meio de remessa automática pelo servidor da secretaria da
Vara. Deve ocorrer dentro de 48 horas do recebimento da ação, via postal, de cópia da
petição inicial ao reclamado, notificando-o a comparecer à audiência de julgamento, que
será a primeira desimpedida, depois de cinco dias (art. 841 da CLT), ocasião em que o
demandado apresentará, caso deseje, sua defesa.
- Art. 880, CLT: Prevê, expressamente, a citação do executado pelo oficial de
justiça para que cumpra o julgado, ou tratando-se de pagamento em dinheiro,
para que pague no prazo de 48 horas ou garanta a execução sob pena de penhora.
2. Citação (Art. 247, CPC): As citações e as intimações serão nulas, quando feitas sem
observância das prescrições legais.
Efeito da Notificação:
- Art. 844, CLT: O não comparecimento do reclamante à audiência importa o
arquivamento da reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa
revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. Ocorrendo, entretanto,
motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova
audiência. O não comparecimento, havendo AR, induz confissão. Há revelia,
que é a ausência de defesa. Se houver defesa apresentada, mas não presença do
reclamado, há apenas confissão. Assim, serve somente para audiência inaugural,
não para instrução e julgamento, onde induziria somente à confissão.
- Súmula 16, TST: Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas
depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso
desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.
Prevenção do Juízo: A prevenção é dada por quem primeiro propõe a ação. No
processo do trabalho, pode-se desistir antes que o notificado apresente a defesa,
diferente do processo civil. No caso de desistência, o juízo continua prevento, devendo
haver reajuizamento ao invés de nova proposição.
Fica estabelecida a prevenção do juízo nos seguintes casos:
Ações Conexas: Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o
objeto ou a causa de pedir (art. 103, CPC).
Induz litispendência: Litispendência é o mesmo objeto e forma de pedir ao mesmo
tempo, portanto prevento quem primeiro propor a ação.
Formas de Notificação
O reclamante será notificado da data designada para a audiência no ato da distribuição
da reclamação ou então via postai nos moldes do art. 841, § 2.°, da CLT. O Tribunal
Superior do Trabalho, por meio da Súmula 16, firmou o entendimento de que se
presume (presunção relativa) recebida a notificação postal no prazo de 48 horas após a
sua postagem, constituindo. O não recebimento da correspondência ou a entrega após o
decurso desse prazo é ônus de prova do destinatário.
Neste contexto, o aviso de recebimento da notificação postal assume função importante,
atuando como instrumento de prova da ciência e recebimento pelo destinatário
(pessoalmente ou mediante preposto) da inicial trabalhista, bem como sendo
considerado para a fixação do termo inicial entre a comunicação e a realização da
audiência (cinco dias).
A jurisprudência e a doutrina têm considerado válida a notificação postal entregue na
empresa a empregado do reclamado, zelador ou empregado da administração do edifício
ou mesmo depositada em caixa postal, uma vez que não há previsão legal de
pessoalidade na realização da comunicação, sendo a notificação considerada válida com
a simples entrega do registro postal no endereço da parte.
Estabelece o § 1º do art. 841 da CLT que, se o reclamado criar embaraços ao
recebimento da notificação postal para comparecimento à audiência ou não for
encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar
o expediente forense, ou, na falta, fixado na sede da Vara ou Juízo.
Na prática, entretanto, quando o reclamado não é encontrado ou opõe embaraços ao
recebimento da notificação, esta é feita pelo oficial de justiça, evitando a notificação por
edital, principalmente para impedir gastos com a publicação de editais e para assegurar
o efetivo recebimento da notificação pelo réu, prevenindo-se futuros questionamentos
de nulidade de citação.
Frise-se que, mesmo que a notificação para comparecimento à audiência seja feita pelo
oficial de justiça, a mesma não precisará ser pessoal, bastando a entrega da notificação
pelo meirinho no domicílio do reclamado, salvo na execução, quando a citação do
executado, pelo oficial de justiça, será pessoal (art. 880, § 2.°, da CLT).
Justamente pelo fato de a notificação por edital consistir em ato de conteúdo precário,
ineficiente, meramente formal, deixando o reclamado na maioria das vezes, revel e sem
defesa, ocasionalmente provocada pela má fé ou deslealdade processual do reclamante,
é que alguns magistrados tem implementado a citação por hora certa pelo oficial de
justiça na fase de conhecimento, muito embora não haja previsão explícita no diploma
consolidado, apenas havendo previsão no CPC, arts. 227 a 229. No entanto, se o
reclamado estiver em local incerto e não sabido, não restará outra alternativa ao
magistrado trabalhista a não ser notificá-lo por edital
Realizada a notificação por edital e correndo o processo à revelia, entendemos que não
haverá nomeação de curador especial para o revel, sendo inaplicável o art. 9.°. II, do
CPC uma vez que a Consolidação das Leis do Trabalho determina que somente na
hipótese do art. 793 (reclamação trabalhista promovida por menor de 18 anos sem
representante legal) é que será nomeado curador especial, muito embora sejamos
forçados a reconhecer que o tema provoca divergências na doutrina. Outrossim, se o
endereço do reclamado se localizar em zona não servida por entrega domiciliar de
correspondência, a citação será feita pelo oficial de justiça.
O procedimento sumaríssimo não admite a citação por edital (o art. 852-B, II, da CLT
inadvertidamente mencionou citação, quando o correto seria notificação), incumbindo
ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado. Todavia, neste caso, se o
reclamado estiver em local incerto e não sabido, ao juiz não restará outra alternativa a
não ser converter o procedimento sumaríssimo em ordinário, realizando a notificação
por edital, sob pena de ofensa ao princípio da inafastabilidade de jurisdição previsto na
Constituição Federal de 1988.
Caso o reclamado esteja domiciliado no exterior, a notificação será feita mediante carta
rogatória, nos moldes do art. 202 e seguintes do CPC.
Residindo o reclamado no Brasil, mas em comarca fonte da jurisdição territorial da Vara
do Trabalho, alguns juízes mantém a notificação postal utilizando-se do argumento de
que o art. 222 do CPC autorizaria citação postal em qualquer comarca do país, enquanto
outros magistrados expedem a denominada carta precatória, procedendo ao juízo
deprecado à notificação, ou por oficial de justiça (via mandado), ou mesmo via postal.
- Art. 834, CLT c/c Súmula 197, TST: Para as partes que constituíram
advogados e não compareceram em audiência. Salvo nos casos previstos na
CLT, a publicação das decisões e sua notificação aos litigantes, ou a seus
patronos, consideram-se realizadas nas próprias audiências em que forem as
mesmas proferidas. O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer
à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença, conta-se de sua
publicação.
- Súmula 217, STF: Aposentadoria por invalidez, contrato suspenso. Tem direito
de retornar ao emprego, ou ser indenizado em caso de recusa do empregador, o
aposentado que recupera a capacidade de trabalho dentro de cinco anos, a contar
da aposentadoria, que se torna definitiva após esse prazo.
- Súmula 434, TST: É extemporâneo o recurso apresentado antes que tenha sido
publicado o acórdão e dado ciência oficial às partes. A oposição de Embargos
Declaratórios e a consequente interrupção do prazo provocada pela parte
Embargante, não torna o Recurso Ordinário do adverso extemporâneo.
Termos Processuais
Termo é a redução escrita de determinado ato processual. A CLT disciplinou, de
maneira singela, os termos processuais nos arts. 771 a 773. Considerando que a CLT
pouco dispõe sobre os termos processuais, entendemos aplicável ao processo laboral
(em função do que dispõe o art. 769 consolidado) o disposto nos arts. 166 a 171 do
CPC.
Neste contexto, ao receber a peça vestibular, o escrivão a autuará, mencionando a Vara
do Trabalho, a natureza do feito, o número de seu registro, os nomes das partes e a data
do seu início, adotando igual procedimento era relação aos volumes que se forem
formando (art. 166 do CPC).
Os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com ónta escura e
indelével, assinando-os as pessoas que neles intervieram, salvo quando estas não
puderem ou não quiserem firmá-los, quando o serventuário certificará nos autos a
ocorrência (art. 169 do CPC).
Vale ressaltar que a Lei 11.419/2006 (que dispõe sobre a informatização do processo
judicial), acrescentou os §§ 2.° e 3.° ao art. 169 do CPC, estabelecendo que quando se
tratar de processo total ou parcialmente eletrônico, os atos processuais praticados na
presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital
em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo que será
assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos
advogados das partes, sendo que eventuais contradições na transcrição deverão ser
suscitadas oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão, devendo
o juiz decidir de plano, registrando a alegação e a decisão no termo.
É lícito o uso de taquigrafia, da estenotipia, ou de outro método idôneo, em qualquer
juízo ou tribunal (art. 170 do CPC).
Por fim, cabe ressaltar que não serão admitidos, nos atos e termos, espaços em branco,
bem como entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas
expressamente ressalvadas (art. 171 do CPC).
__
03/09/2012
Prazo
Definição: É o espaço de tempo que determinado ato deve ser praticado. Regido pelos
arts. 774 a 776, CLT.
- Art. 774, CLT, Parágrafo Único: Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser
encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado,
sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas, ao Tribunal de origem.
- Súmula 16, TST: Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois
de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo
constitui ônus de prova do destinatário.
- Art. 241, I, CPC: Não se aplica ao processoo do trabalho.
Classificação do Prazo
1. Quanto a fixação:
a. Legal: Os que são estabelecidos pelo ordenamento jurídico vigente, como o prazo
para apresentação de recursos, o prazo para o executado pagar a execução, etc. Em
regra, é peremptório, não podendo ser objeto de reajuste.
- Art. 775, CLT: Exceção para prorrogação de prazo legal, caso de força maior.
b. Judicial: Os que são estabelecidos pelo magistrado trabalhista.
- Art. 185, CPC: A parte terá 5 dias para praticar qualquer ato, se não houver
preceito legal ou assinação do juiz.
c. Convencionais: Os que são acordados entre os litigantes, como a possibilidade de
suspensão do processo para tentativa de conciliação (art. 265, II, do CPC). Necessitam
homologação do juiz.
- Art. 181, §2º, CPC: Não se aplica ao processo do trabalho. Versa sobre custas
acrescidas no caso de prorrogação, sob responsabilidade da parte responsável.
2. Quanto aos Destinatários:
a. Próprios: São os destinados às partes, sejam os previstos em lei, sejam os fixados
pelo juiz, sempre sujeitos à preclusão;
b. Impróprios: São os fixados pelo ordenamento jurídico e destinados aos juizes e
servidores do Poder Judiciário, não sujeitos à preclusão.
3. Quanto à natureza:
a. Dilatórios: São os que admitem prorrogação pelo juiz em vista da solicitação da
parte, permitindo-se ao interessado dispor do prazo para a prática de ato específico. Os
prazos convencionais também são dilatórios. Como exemplo, poderíamos mencionar a
concessão de dilação do prazo pelo magistrado para que a parte apresentasse
determinado documento ou informação. Entretanto, dispõe o art. 181 do CPC que as
partes, de comum acordo, poderão reduzir ou prorrogar o prazo dilatório (desde que
requerida antes do vencimento do prazo, pois se postulada a prorrogação após o término
do prazo, estará configurada a preclusão);
b. Peremptórios: São os prazos fatais, insuscetíveis de prorrogação, decorrendo de
normas imperativas, de ordem pública, não podendo ser objeto de convenção entre as
partes. Determina o art. 182 do CPC que é defeso às partes, ainda que todas estejam de
acordo, reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios, sendo certo que o juiz poderá, nas
comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais
de 60 dias, ressalvados os casos de calamidade pública (art. 182, parágrafo único, do
CPC), em que este limite poderá ser excedido;
4. Contagem
O início do prazo ocorre no momento em que o interessado toma conhecimento ou
ciência do ato processual a ser realizado. Portanto, recebida a notificação postal, ou
publicado o edital no jornal oficial ou mesmo afixado o edital na sede da Vara, Juízo ou
Tribunal, ocorre o início do prazo. Caso a comunicação dos atos processuais seja feita
por meio do oficial de justiça, via mandado, o início do prazo também ocorre no
momento da ciência do inteiro teor do mandado.
Por sua vez, o início da contagem do prazo acontece no dia útil seguinte ao início do
prazo. Em outras palavras, na contagem dos prazos, exclui-se o dia do começo e inclui-
se o dia do vencimento.
Caso o vencimento do prazo ocorra no sábado, domingo ou feriado, prorroga-se o
mesmo até o primeiro dia útil imediato subsequente. Da mesma forma, se o interessado
for intimado ou notificado no sábado ou no feriado, o início do prazo dar-se-á no
primeiro dia útil imediato, e a contagem do prazo, no subsequente.
- Súmula 1, TST: Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação
com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da
segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que
fluirá do dia útil que se seguir.
- Súmula 100, TST: Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente
subsequente o prazo decadencial para ajuizamento de ação rescisória quando
expira em férias forenses, feriados, finais de semana ou em dia em que houver
expediente forense. Aplicação do art. 775 da CLT.
- Súmula 385, TST: Cabe à parte comprovar, quando da interposição do recurso,
a existência de feriado local ou de dia útil em que não haja expediente forense,
que justifique a prorrogação do prazo recursal.
- Súmula 310, STF: Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a
publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá
início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que
começará no primeiro dia útil que se seguir.
- Súmula 262, I, TST: Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do
prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente.
Pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, Municípios, Distrito Federal,
Autarquias e Fundações Públicas) tem prazo em quádruplo para contestar (em função de
que entre o recebimento da notificação e a audiência deverá decorrer o prazo de 20 dias)
e em dobro para recurso, mediante regra explícita no Decreto-lei 779/1969 (art. 1.°, II e
III). Também o Ministério Público do Trabalho possui o prazo em quádruplo para
contestar e em dobro para recorrer, na última hipótese, seja na qualidade de órgão
agente (autor da ação) ou órgão interveniente (custos legis), conforme previsão explícita
no art. 188 do CPC, de aplicação subsidiária ao processo do trabalho.
A Lei 5.010, de 30.05.1966, em seu art. 62, estabeleceu como feriado, entre outros, o
recesso forense anual, no período compreendido entre 20 de dezembro e 6 de janeiro.
Portanto, durante o recesso forense, a Justiça do Trabalho suspende o atendimento ao
público, não se iniciando, correndo ou vencendo qualquer prazo. Neste contexto, se a
contagem do prazo começou no dia 16 de dezembro, somente decorreriam até o recesso
quatro dias (dias 16, 17, 18 e 19), e o prazo restante seria contado a partir do término do
recesso forense, ou seja, do dia 7 de janeiro (ou o primeiro dia útil imediato, caso o dia
7 coincida com o sábado, domingo ou feriado).
O art. 180 do CPC dispõe que se suspende o curso do prazo por obstáculo criado pela
parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 265, n. I e III (morte ou perda da
capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu
procurador e quando for oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do
bem como de suspeição ou impedimento do juiz), casos em que o prazo será restituído
por tempo igual ao que faltava para sua complementação. Um exemplo de obstáculo
criado pela parte é a não devolução dos autos em cartório no prazo fixado (em caso de
prazos sucessivos), impedindo o outro litigante de ter acesso aos autos. Nesse caso, o
prejudicado terá direito à devolução integral do prazo. Caso os pedidos da reclamatória
sejam julgados parcialmente procedentes, haverá prazo comum para interposição de
eventual recurso, não podendo os autos ser retirados da Vara do Trabalho.
- Art. 191, CPC: Não se aplica ao processo do trabalho. Determina que quando os
litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos
para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos, uma vez que tal preceito atenta
contra o princípio da celeridade processual trabalhista (entendimento consubstanciado
na OJ 310 da SDI-I/TST).
__
Partes do processo
Definição: São titulares do direito material que se situam no polo ativo ou passivo da
demanda. Dessa forma, temos como parte aquele que demanda em nome próprio a
prestação jurisdicional, ou mesmo a pessoa em cujo nome é demandado.
Denominação:
Objetivando induzir uma ideia de autonomia do processo laborai em relação ao processo
civil, ou mesmo considerando as raízes históricas da Justiça do Trabalho (a qual era
órgão administrativo vinculado ao Poder Executivo), o legislador processual do trabalho
inovou na terminologia autor e réu. Com efeito, no processo do trabalho o autor é
denominado reclamante e o réu, reclamado.
Litisconsórcio:
O litisconsórcio é caracterizado pela coexistência de duas ou mais pessoas no polo ativo
ou no polo passivo, ou em ambas as posições da relação jurídica. Em outras palavras,
sempre que houver a pluralidade de autores e/ou de réus, estaremos diante do
denominado litisconsórcio.
- Súmula 331, IV, TST: Responsabilidade subsidiária do tomador de serviços.
Classificação Litisconsorcial
1. Quanto à posição das partes na solução processual:
a. Ativo: Ocorre quando no pólo ativo há a presença de diversos autores litigando em
face de um único demandado. Na seara trabalhista o art. 842 da CLT estabelece que,
sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas
num só processo, desde que se trate de empregados da mesma empresa ou
estabelecimento. Esta hipótese, conhecida como reclamatória plúrima, muito comum na
Justiça do Trabalho, constitui-se, em verdade, numa hipótese de litisconsórcio ativo,
formado pela reunião de vários empregados litigando em face do mesmo empregador.
b. Passivo: Apenas um único autor litigando em face de vários réus. Em relação ao
litisconsórcio passivo, também é muito comum a sua formação no âmbito laboral, como
nos casos de ação trabalhista que tenham no polo passivo empreiteiro principal e
subempreiteiro várias empresas do mesmo grupo econômico, empresa sucessora e
sucedida, empresa fornecedora de mão-de-obra e tomador de serviços etc.
c. Misto: Vários autores demandam em face de diversos réus.
2. Quanto ao momento de sua constituição:
a. Originário: O litisconsórcio inicial ou originário é o que se forma no momento da
apresentação da petição inicial, no momento da interposição da ação, com vários autores
demandando conjuntamente ou mesmo sendo ofertada a ação em face de diversos réus.
b. Superveniente: Deminado ulterior ou superveniente, ocorre após a distribuição da
ação, no curso do processo, muito comum no caso de sucessão processual.
3. Quanto à necessidade de sua constituição:
a. Facultativo: O litisconsórcio facultativo é a regra geral, na qual a reunião das partes
se dá por opção delas, e não por imperativo de lei. Nesta hipótese, não se impõe a
formação do litisconsórcio, mas tão somente permite-se a existência do mesmo,
podendo a ação ser proposta por vários litigantes ou em face de diversos réus. Com
efeito, o art. 46 do CPC versa sobre as hipóteses em que pode haver a formação do
litisconsórcio facultativo, sendo elas quando entre os envolvidos houver comunhão de
direitos ou de obrigações relativamente à lide; os direitos ou as obrigações derivarem do
mesmo fundamento de fato ou de direito; entre as causas houver conexão pelo objeto ou
pela causa de pedir; ou ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou
de direito. Vale destacar que o litisconsórcio facultativo deve sempre ser formado no
momento da propositura da ação, não se admitindo a sua formação posterior, o que
representaria, se materializado, o desrespeito ao princípio do juiz natural.
- Art. 46, Parágrafo Único, CPC: Estabelece que o juiz poderá limitar o
litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando este
comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O TST tem
adotado entendimento no sentido da impossibilidade da limitação pelo
magistrado do número de autores numa demanda trabalhista, quando a matéria
for unicamente de direito e a causa de pedir e o pedido forem homogêneos, em
face da autorização legal prevista no art. 842, CLT.
b. Necessário: O litisconsórcio será necessário quando a presença de todos os
litisconsortes for essencial para a prestação da tutela jurisdicional pelo Estado. Em
outras palavras, a relação processual apenas será considerada válida se estiverem
presentes todos os litisconsortes necessários. Logo, o litisconsórcio necessário é
formado com base em determinação legal, quando a prolação da sentença depender da
presença no processo de todas as pessoas legitimadas. O art. 10, § 1.°, do CPC elenca
hipóteses de litisconsórcio passivo necessário, em que a citação de ambos os cônjuges
nos casos que indica se toma essencial para a validade do processo. Parte da doutrina
entende não ser possível a formação de litisconsórcio necessário ativo, uma vez que esta
espécie de litisconsórcio violaria a garantia constitucional do livre acesso ao Judiciário,
tendo em vista que ninguém pode ser obrigado a exercer o direito de ação. Nos
domínios do processo do trabalho, um exemplo de litisconsórcio necessário ocorre com
a propositura pelo Ministério Público do Trabalho de ação anulatória de cláusula
convencional, em que ambos os sindicatos convenentes, necessariamente, integrarão o
pólo passivo da demanda. Outro exemplo seria a proposição pelo Ministério Público do
Trabalho de ação rescisória em caso de colusão das partes.
c. Legal: Decorre de imposição de lei. Todo litisconsórcio legal é necessário, mas nem
todo litisconsórcio necessário é legal.
4. Quanto à natureza da decisão:
a. Simples: No litisconsórcio simples, também chamado de comum, a decisão não será
necessariamente uniforme para todos os litisconsortes, existindo a possibilidade de
decisões divergentes em relação a cada um dos litisconsortes.
b. Unitário: O litisconsórcio será unitário quando a decisão da causa for,
obrigatoriamente, uniforme para todos os litisconsortes.
- Art. 47, CPC: Redação infeliz, pois misturou os conceitos de litisconsórcio necessário
e unitário. O litisconsórcio unitário não se confunde com litisconsórcio necessário. Na
definição de litisconsórcio necessário temos que a presença de todos os litisconsortes é
essencial para a prestação da tutela jurisdicional, não sendo a sentença necessariamente
uniforme (unitária) para todos os litisconsortes. Ao revés, quando nos referimos a
litisconsórcio unitário, temos que a decisão de mérito, obrigatoriamente, será uniforme
para todos os litisconsortes, não se impondo, primordialmente, a presença de todos os
litisconsortes na relação processual. Em outras palavras, nem todo litisconsórcio
necessário será unitário e vice-versa.
__
10/09/2012
(cont.)
Atos Processuais:
Estabelece o art. 48 do CPC que, salvo disposição em contrário, os litisconsortes serão
considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, e os atos
e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros. Já o art. 49 do mesmo
CPC dispõe que cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo e
todos devem ser intimados dos respectivos atos.
1. Citação: Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão
contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar
nos autos - art. 191 do CPC. Todavia, no âmbito do processo do trabalho, este artigo do
CPC não é aplicado, uma vez que o mesmo atenta contra o princípio da celeridade
processual trabalhista, conforme entendimento consubstanciado na OJ 310 da
SDI-I/TST.
2. Contestação: O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo
se distintos ou opostos os seus interesses - art. 509 do CPC (somente no caso de
litisconsórcio unitário).
- Art. 2º, §2º, CLT / Súmula 205, TST: Sempre que uma ou mais empresas, tendo,
embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção,
controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de
qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego,
solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
Considerando-se a previsão legal acerca da solidariedade entendeu o Tribunal Superior
do Trabalho pelo cancelamento da Súmula 205 que previa que o responsável solidário,
integrante do grupo econômico, que não participou da relação processual como
reclamado e que, portanto, não consta no título executivo judicial como devedor, não
pode ser sujeito passivo na execução.
3. Revelia: Os efeitos da revelia serão afastados se, havendo pluralidade de réus em
litisconsórcio unitário, algum deles contestar a ação - art. 320, I, do CPC. Em
litisconsórcio simples, a ausência de defesa de uma das partes acarreta em revelia
somente ao litisconsorte faltoso.
4. Arquivamento: Somente o reclamante que não comparece em audiência inaugural,
independente de ser litisconsórcio simples ou unitário, receberá os efeitos.
5. Confissão: Pode ser ficta, ausência do réu ocasionando revelia e confissão, onde se
presumem verdadeiros os fatos alegados. Pode ser real, através de declaração. A
confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os
litisconsortes - art. 350 do CPC.
- Súmula 8, TST: Deverão apresentar todos os documentos necessários para a
demanda, sendo que o autor deverá instruir a exordial e o réu sua defesa, não
podendo ser juntado inoportunamente novos documentos, salvo na hipótese de
justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à
sentença.
6. Prova Testemunhal: Até seis testemunhas para procedimento ordinário, duas para
sumário e sumaríssimo, seis para inquérito para apuração de falta grave. Litisconsortes
simples devem apresentar testemunhas próprias, e litisconsortes unitários a todos se
aproveita.
7. Capacidade
Definição: Inicialmente, convém distinguir os institutos capacidade de ser parte,
capacidade processual e capacidade postulatória. A capacidade de ser parte (ou
capacidade de direito) diz respeito à possibilidade de a pessoa (física ou jurídica) se
apresentar em juízo como autor ou réu, ocupando um dos polos do processo.
Capacidade de Direito: A capacidade para ser parte, de direito, exige a “personalidade
civil”, que em relação à pessoa natural ou física inicia-se com o seu nascimento com
vida (art. 2.° do CC), muito embora a lei ponha a salvo, desde a concepção, os direitos
do nascituro. Quanto à pessoa jurídica, a sua “personalidade civil” inicia-se com a
inscrição dos atos constitutivos no respectivo registro (art. 45 do CC) - Junta Comercial,
órgão de classe (exemplificadamente, a OAB, no caso de sociedade de advogados) etc.
Confere-se ainda a capacidade para ser parte aos denominados “entes
despersonalizados”, como a massa falida, o condomínio, o espólio, as sociedades e os
órgãos desprovidos de personalidade jurídica etc.
Capacidade Processual ou de Exercício: Também conhecida como capacidade de
estar em juízo (ou capacidade de fato ou de exercício), é ela outorgada pelo art. 7.° do
CPC, o qual estabelece que: “Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos
tem capacidade para estar em juízo". Portanto, adquirida a capacidade de ser parte,
impõe-se verificar se os sujeitos do processo podem praticar os atos processuais
pessoalmente, sem o auxílio ou acompanhamento de outras pessoas, ou seja, se possuem
capacidade processual plena para se manterem na relação processual sem amparo de
qualquer espécie. Assim, possuindo os sujeitos a capacidade civil plena (capacidade de
praticar todos os atos da vida civil e de administrar seus bens), também possuirão a
chamada capacidade processual, que é exigida para a prática de atos processuais. Por
conseqüência, não possuem capacidade processal as pessoas arroladas nos arts. 3.° e 4.°
do CC, embora tenham capacidade de ser parte.
Capacidade postulatória: Inerente ao advogado, art. 36, CPC. Advogado necessário
para dissídios coletivos.
Jus postulandi: Está consubstanciado no art. 791 da CLT, o qual estabelece que os
empregados e os empregadores poderão reclamar Pessoalmente perante a Justiça do
Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. Nessa esteira, o art. 839, a, da
CLT também salienta que a reclamação trabalhista poderá ser apresentada pelos
empregados e empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e pelos
sindicatos de classe. Logo, em função do jus postulandi, reclamante e reclamado
poderão atuar sem a presença de advogados em todas as instâncias trabalhistas, mesmo
nos Tribunais Regionais e no Tribunal Superior do Trabalho.
- Art. 36, CPC. A parte será representada em juízo por advogado legalmente
habilitado. Ser-lhe-á lícito, no entanto, postular em causa própria, quando tiver
habilitação legal ou, não a tendo, no caso de falta de advogado no lugar ou
recusa ou impedimento dos que houver.
No entanto, em caso de eventual recurso extraordinário para o Supremo Tribunal
Federal, ou mesmo recurso encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (para
examinar, por exemplo, conflito de competência), deve o mesmo ser subscrito por
advogado, sob pena de o apelo não ser conhecido.
- Súmula 425, TST: O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da
CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não
alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os
recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
- Art. 114, VII, CF: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: as ações
relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos
de fiscalização das relações de trabalho.
- Súmula 414, II, TST: No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida
antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança, em face da
inexistência de recurso próprio.
Honorários Advocatícios: Os honorários de advogado, na justiça do trabalho, não são
devidos pela simples sucumbência, mas sim pela conjugação de mais dois requisitos: se
a parte estiver assistida pelo sindicato de sua categoria profissional e comprovar
insuficiência de recursos – Súmula 219, TST.