CHALG_Saude positiva 2

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Saúde Positiva 2 Magazine digital sobre o Centro Hospitalar do Algarve. Agosto de 2014

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    edio online n. 02 | agosto 2014

    CHALG coloca primeira bomba de insulina em criana

    Centro Hospitalar do Algarve Refora equipas com 43 novos enfermeiros

    www.chalgarve.min-saude.pt

  • 8 Artigo Valncias peditricas do hospital de Faro alargam idade de atendimento at aos 18 anos.

    4 Destaque Terapias na gua

    9 Artigo CHAlgarve estabelece protocolo com o Centro Hospitalar e Universitrio de Coimbra.

    10 Artigo CHALG coloca primeira bomba de insulina em criana.

    14 Notcia Centro Hospitalar do Algarve Refora equipas com 43 novos enfermeiros.

    16 Discurso Direto Somos como uma Famlia - Ldia Maria.18 Dupla Face Homem de Luvas - Carlos Reis.20 Entrevista Mdico do CHAlgarve escolhido pela

    OMS para encontro de peritos.

    24 Fotorreportagem Requalificao do Servio de Urgncias Unidade de Portimo.

    PropriedadeCentro Hospitalar do Algarve

    Sade Positiva n. 2 | Agosto 2014

    Centro Hospitalar do AlgarveRua Leo Penedo, 8000-386, Faro

    Tel. 209 891 100www.chalgarve.min-saude.pt

    Edio on-lineGabinete de [email protected]. 289 001 970 | 282 450 357

    Redao/fotografiaCarina Ramos Daniela Martins NogueiraMrcio FernandesLus Baptista

    Paginao/grafismoLus Baptista

  • 3editorial

    Os efeitos, individuais e coletivos, das dificuldades que a sociedade portuguesa atravessa so muitas vezes incompreensveis e de difcil aceitao.

    O desafio imposto reflete-se naturalmente em todos os momentos e a cada interao entre as pessoas, agravando a j por si difcil tarefa de nos relacionarmos uns com os outros, sobretudo quando o outro nos desconhecido e uma parte de ns tambm.

    O conceito da Janela de Johari que procura explicar a comunicao interpessoal e os relacionamentos, tentando revelar o grau de lucidez nessas relaes, assume-se como um exerccio particularmente til no atual contexto socio-econmico.

    luz deste conceito, quando dois interlocutores esto frente- -a-frente, sejam eles pessoas individuais ou grupos, importa compreender que no incio dessa interao as reas do conhecimento entre ambos, e de si, so muito reduzidas, o que dificulta a compreenso e aceitao de opinies, atitudes e decises divergentes; existem ainda reas cegas, que sendo conhecidas de um dos interlocutores no o so do outro, bem como reas secretas, que no podem ou no devem ser partilhadas, e ainda reas inconscientes ou desconhecidas para ambos os interlocutores.

    nesta complexa teia de interaes e de relacionamentos que os profissionais de sade desenvolvem as suas atividades, criando espaos de dilogo e interao decisivos tanto para a relao teraputica com os doentes, como para as relaes entre os seus pares, colegas e chefias.

    Este exerccio de procurar compreender o outro para alm do que visvel aos olhos de todos deve ser empreendido diariamente, beneficiando transversalmente o contexto relacional em que os cuidados de sade so prestados.

    Jos Vieira dos SantosEnfermeiro Diretor

  • 4Terapias na guaCHAlgarve abre Unidade de Hidroterapia em Portimo

  • 5O Centro Hospitalar do Algarve aumentou a sua oferta assisten-cial e disponibiliza desde o passado ms de maro tratamentos de Hidroterapia destinados aos utentes que se encontram em processo de recuperao motora no Servio de Medicina Fsica e de Reabilitao.

    Apostando numa estratgia que assenta na diferenciao dos cuidados de sade, na rentabilizao dos equipamentos e na valorizao da competncia tcnica dos recursos humanos, o CHAlgarve levou a cabo um conjunto de aes e investimentos que permitiram a reativao da Unidade de Hidroterapia, sedea-da na unidade de Portimo.

    Como explica Maria Helena Gomes, mdica fisiatra e diretora do Servio de Medicina Fsica e de Reabilitao, esta uma infraes-trutura importante para a diferenciao dos cuidados de sade e tratamento dos doentes na regio, pois no Algarve s existem duas unidades deste gnero totalmente orientadas e vocaciona-das para a reabilitao - a Unidade de Hidroterapia do CHAlgar-ve e a do Centro de Medicina Fsica e Reabilitao do Sul.

    Este foi um processo que demorou algum tempo pois foi ne-cessrio fazer a reviso do equipamento tcnico e infraestrutu-ral, levada a cabo pelo Servio de Instalaes e Equipamentos. O controlo bacteriolgico feito pelo Laboratrio Regional de Sade Pblica que garante a qualidade da gua.

    Uma teraputica muito benfica para os utentes

    Samuel Oliveira, terapeuta na Unidade de Portimo, trabalha bem de perto com algumas pessoas que se encontram em pro-cesso de reabilitao motora e reconhece, sem dvida alguma, as mais-valias dos tratamentos de hidroterapia, destacando que as vantagens da gua so sobretudo a temperatura e a presso hidrosttica nas estruturas, bem como a flutuao e a resistncia que a gua provoca quando aceleramos os movimentos.

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  • 6Por exemplo, em situao de fratura, caso tenha indicao m-dica e seja prescrito pelo fisiatra, dentro de gua, no tanque de marcha, consegue-se gerir a altura da gua e o peso, o que faz com que a pessoa ande direita e no apoiada para um lado ou para outro (como com as canadianas). Temos ainda alguns casos de doentes com desordens da coluna vertebral (hrnias discais, leso de nervos, entre outras patologias). Esses doentes neste momento esto a fazer terapia mista, primeiro na gua e depois no ginsio, ilustra o terapeuta.

    Apostando na complementaridade e integrao de cuidados, a Unidade de Hidroterapia do CHAlgarve assegura um vasto leque de tratamentos orientados para as mais diversas patolo-gias, destacando-se, por exemplo, no processo de recuperao de fraturas graves, situaes clnicas nas quais os utentes ne-cessitem de recuperar fora e mobilidade, ou em quadros mais complexos e morosos, como o caso dos utentes paraplgicos, tetraplgicos ou vtimas de AVC.

    Para a diretora do servio esta uma teraputica que muito beneficia os doentes. Alis, em determinados momentos na evo-luo da doena, a teraputica mais vlida. Embora haja alter-nativas de ginsio ou de outros equipamentos, a hidroterapia, por exemplo, nas patologias msculo-esquelticas ou noutras situaes em que esteja contra-indicada a carga nos membros inferiores, a mais indicada. Quando fazemos tratamento em piscina reduzimos a gravidade e estamos a permitir um trabalho mais eficaz do conjunto muscular e articular, o que permite ace-lerar o processo de reabilitao.

    De acordo com o terapeuta Samuel Oliveira, os doentes que esto a beneficiar deste programa sentem grandes melhorias.

    Sobretudo os paraplgicos ao nvel da circulao das pernas, do funcionamento renal e intestinal e at na prpria pele sen-tem muita diferena. Paralelamente todos estes fatores contri-buem para que alguma medicao seja mais reduzida, refora.

    No sentido de garantir a maior eficcia do tratamento, todos os programas so adaptados s necessidades de cada doente e prescrio feita pelo mdico. Aps cada conjunto de deter-minado nmero de sesses feita uma reavaliao por toda a equipa tcnica do Servio de Medicina Fsica e de Reabilitao.

    A seleo dos doentes, bem como a prescrio dos tratamen-tos, feita pelos fisiatras. Posteriormente, todo o processo de aplicao dos tratamentos e reavaliao acompanhado pela

    equipa multidisciplinar do servio.

    (Foto) Tanque de Hubband

    Indicado para condies clnicas que envolvem mltiplas articulaes ou leso de reas corporais extensas

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    Piscina e tanque de marcha Particularmente importante para tratamento msculo-esqueltico e neurolgico quando no est indicada, carga nos membros inferiores.

    Eficaz nos tratamentos ortopdicos traumticos, degenerativos e reumatolgicos. Eficaz na minimizao das sequelas de doenas do sistema nervoso central e perifrico, e AVC. Importante no tratamento de leses vertebro-medulares.

    Temperatura da guaDependente das metas do tratamento e da condio geral do doente.

    Regra geral deve estar entre os 33 e os 36 - Contudo as temperaturas podem ser superiores dependendo do objetivo do tratamento.

    Anlise da gua efetuada semanalmenteO rigor da qualidade da gua assegurado semanalmente pelo Laboratrio Regional de Sade Pblica, Dra. Laura Ayres.

    gua permanentemente em movimentoImpede a formao de uma camada mais fria junto pele, provoca um aquecimento mais vigoroso do que aquele que ocorreria com a gua estagnada.

  • 8A medida h muito preconizada foi colocada em prtica no passado dia 2 de maio, data a partir da qual o internamento de pediatria reuniu as condies fsicas e logsticas necessrias para acolher os adolescentes entre os 15 e os 18 anos - ou mais precisamente 17 anos e 364 dias - que at ento ficavam internados nos servios hospitalares destinados a adultos.

    A implementao da medida, extensvel a todos os setores peditricos do hospital de Faro do Centro Hospitalar do Algarve, foi fruto da concertao de esforos entre a sociedade civil, a Associao dos Amigos da Pediatria do Hospital de Faro e o CHAlgarve, num investimento total de cerca de 26.000 que possibilitou requalificar duas enfermarias e criar uma casa de banho destinadas em exclusivo a estes jovens adolescentes, cujas caractersticas fsicas e psicossociais requerem um nvel de privacidade e diferenciao em relao s crianas mais jovens com as quais partilham o internamento.

    As obras de melhoria processadas incluram ainda a remodelao integral da casa de banho anteriormente existente, o que no total permitiu criar trs reas de duche, uma das quais adaptada, um compartimento sanitrio tambm ele adaptado e mais dois sanitrios individualizados.

    Estas intervenes, consideradas pela Direo do Servio de Pediatria como absolutamente indispensveis para o aumento da idade de admisso nos sectores peditricos at aos 18 anos, foram inicialmente impulsionadas pela vontade e esforo da me de uma criana internada em finais de 2011.

    A ttulo pessoal, Ana Margarida Magalhes mobilizou vrias empresas da regio na misso de melhorar as condies de conforto e humanizao destes espaos, nomeadamente ao nvel das instalaes sanitrias e de duche do Servio. Ao mecenato civil, juntou-se depois a necessria contribuio da Associao dos Amigos de Pediatria do Hospital de Faro e, finalmente, do prprio Centro Hospitalar do Algarve. As sinergias geradas permitiram agora colocar em prtica a legislao relativa a esta matria, pelo que a Direo do Servio manifesta publicamente o seu franco agradecimento s empresas envolvidas, nomeadamente Europontal, Imoarte, Metalofarense, Rolear e Montalgarve.

    VALNCIAS PEDITRICAS DO HOSPITAL

    DE FARO ALARGAM IDADE DE

    ATENDIMENTO AT AOS 18 ANOS

  • 9Decorreu no passado dia 12 de junho a sesso solene de assinatura do Acordo de Cooperao entre o CHAlgarve e o Centro Hospitalar e Universitrio de Coimbra (CHUC) no mbito do seguimento ps-transplante renal e programa de entrega de proximidade de medicamentos.

    A sesso protocolar foi presidida pelo Secretrio de Estado Adjunto do Ministro da Sade, Fernando Leal da Costa, que se congratulou com o protocolo piloto a nvel nacional, reconhecendo as vantagens e benefcios que esta colaborao interinstitucional comporta, com ganhos efetivos na comodidade dos doentes transplantados

    CHALGARVE ESTABELECE PROTOCOLO COM O CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITRIO DE COIMBRA

    em Coimbra e residentes no Algarve que passam a beneficiar de um acompanhamento clnico e entrega de medicamentos de proximidade.

    Os presidentes dos Conselhos de Administrao dos Centros Hospitalares signatrios, Pedro Nunes e Martins Nunes, tambm manifestaram a sua satisfao pelo acordo de colaborao estabelecido, fazendo votos que a parceria interinstitucional se possa estender a outras especialidades e reas de interveno.

    Esta aproximao potenciada pelo Acordo foi formalizada pela assinatura de protocolos especficos que

    definem os termos do relacionamento institucional entre os dois Centros Hospitalares, nomeadamente o

    Protocolo de Seguimento Ps- -transplante Renal, subscrito por Alfredo Mota, Diretor do Servio de Urologia do CHUC, e Pedro Leo Neves, Diretor do Servio de Nefrologia do CHAlgarve, e ainda o Protocolo de Cedncia de Proximidade de Medicamentos, assinado por Jos Feio, Diretor dos Servios Farmacuticos do CHUC, e Carminda Martins, Diretora dos Servios Farmacuticos do CHAlgarve.

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  • Parceria entre a Unidade de Diabetologia e Associao Childrens Diabetic Trust proporciona nova abordagem no tratamento de crianas e jovens algarvios com Diabetes Mellitus Tipo 1.

    O Gonalo tem 9 anos, mas quando fala aparenta mais maturidade. simptico, cordial e muito desenvolto para a tenra idade. Pratica desporto de competio trampolins. campeo na modalidade. E tem Diabetes Mellitus Tipo 1 desde os 5 anos, quando comeou a ter de administrar insulina vrias vezes ao dia.

    As visitas de rotina ao hospital de Faro, onde seguido pela equipa da Unidade de Diabetologia, so frequentes mas

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  • a do dia 01 de Julho de 2014 foi diferente. A ansiedade e entusiasmo eram notrios. Tinha chegado o dia to aguardado pelo Gonalo e pelos pais para colocao de um Sistema de Perfuso Subcutnea Contnua de Insulina (Continuous Subcutaneous Insulin Infusion- CSII), mais vulgarmente conhecido como bomba de insulina. O entusiasmo era partilhado pela equipa de sade que acompanha o Gonalo, pois foi a primeira bomba de insulina a ser colocada na Unidade.

    A oportunidade surgiu por intermdio da Associao Childrens Diabetic Trust, sedeada no Algarve, que se props a

    estabelecer um acordo com o Centro Hospitalar do Algarve de modo a viabilizar a oferta anual de 10 sistemas de perfuso subcutnea contnua de insulina.

    Petra Evertsz, holandesa a residir h mais de duas dcadas no Algarve, a fundadora e presidente da Associao. A experincia pessoal de ter um filho com Diabetes Mellitus Tipo 1 e a vontade de contribuir para que outras crianas possam ter acesso mais facilitado a estes sistemas levou-a a tomar a iniciativa de assegurar a colocao de pelo menos 10 bombas de insulina para melhorar a vida das crianas com diabetes que vivem no Algarve e cujas famlias no tm possibilidades financeiras para as adquirir.

    A expectativa que at ao final do ano, com o apoio da Associao, consigamos atingir esta meta de

    10 bombas colocadas.

    Manuela Calha, mdica.

    A vantagem teraputica destes sistemas perfusoras de insulina reside principalmente no facto de se conseguir

    otimizar o controlo metablico das pessoas com Diabetes Mellitus Tipo 1, permitindo ajustar a administrao da insulina ao centsimo de unidade e com o intervalo horrio adequado a cada pessoa, de forma mais precisa e ajustada s necessidades do seu utilizador,

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  • esclarece Manuela Calha, pediatra da Unidade de Diabetologia que segue o Gonalo e outras crianas com diabetes, em estreita articulao com os restantes elementos da equipa multidisciplinar que integram a Unidade (ver caixa).

    Consegue-se obter um controlo metablico muito parecido ao que resulta da funo do pncreas, sendo por isso a forma mais fisiolgica de administrar a insulina, prossegue a pediatra.

    O acompanhamento por parte da equipa de sade fundamental, sobretudo no perodo de adaptao pois todos os ajustes e dosagens tm de ser programados, numa primeira fase em consulta e, depois, no ambiente familiar, quando os pais e a criana j dominam o dispositivo e conseguem ajust-lo autonomamente, contando sempre com o apoio de retaguarda dos profissionais de sade que esto permanentemente disponveis para tirar todas as dvidas.

    Protocolo permitir candidatura a Centro de Colocao

    A amplitude da parceria agora estabelecida com a Associao Childrens Diabetic Trust ultrapassa a oferta anual dos 10 dispositivos e respetivos consumveis durante o primeiro ano. A iniciativa ir permitir equipa de sade dotar-se da experincia necessria para que a Unidade de Diabetologia do hospital de Faro se constitua como Centro de Tratamento para Perfuso Subcutnea Contnua de Insulina.

    Como explica Elsa Pina, responsvel da Unidade de Diabetologia do hospital de Faro o uso teraputico por CSII tem sido regulamentada em Portugal pela Direo Geral de Sade, que define os requisitos necessrios s instituies que pretendam candidatar-se como Centros de Tratamento para Perfuso Subcutnea Contnua de Insulina, sendo que um desses requisitos consiste em ter um mnimo de 10 doentes em tratamento com CSII.

    Tecnicamente aptos para tal, os profissionais da unidade tm agora a oportunidade para colocar e seguir as crianas residentes no Algarve, cujas famlias muitas vezes excluam este tipo de tratamento, no s pelos custos diretamente relacionados com a aquisio dos dispositivos e respetivos consumveis, mas tambm porque os Centros de Tratamento mais prximos se localizam em Lisboa e Almada.

    Por outro lado, a constituio formal como Centro de Tratamento permitir que os nossos utentes possam vir a beneficiar da comparticipao do Servio Nacional de Sade no mbito da colocao e tratamento por Perfuso Subcutnea Contnua de Insulina.

    A confiana no objetivo proposto partilhada por todos os envolvidos na parceria, como revela a pediatra Manuela Calha a expetativa que at ao final do ano, com o apoio da Associao, consigamos atingir esta meta de 10 bombas colocadas.

    Prosseguindo portanto o caminho da diferenciao e excelncia dos cuidados, a Unidade de Diabetologia congratula-

    -se com a parceria estabelecida e com os amplos benefcios que a sua materializao comporta para a populao que serve.

    Sempre quis a bomba

    Uma semana depois de colocar a bomba de insulina, o Gonalo regressa ao Hospital com os pais para uma consulta de monitorizao. Tivemos a oportunidade de falar com o Gonalo e com o pai Lus Martins que no esconde a satisfao. Faz hoje uma semana que colocou a bomba e tem corrido tudo bem, revela o pai assumindo que o filho domina o aparelho melhor que ns e j sabe mexer nas funes todas.

    Ao falar com o Gonalo facilmente se percebe que efetivamente um rapaz inteligente e responsvel, completamente

    ciente da sua doena e apto para lidar com ela. Como confirma o pai, o Gonalo j encarava a vida pela positiva e no gostava de distines, mas sempre quis a bomba para no ter que andar com as canetas [de insulina] atrs e conseguir andar mais controlado e prossegue recordando que quando recebemos a notcia pela Dr. Manuela Calha de que ele iria receber a bomba, o Gonalo ficou radiante. Quando a colocou ento, no cabia em si de felicidade.

    Para o Gonalo, o desejo de colocar a bomba sempre esteve associado funo teraputica do dispositivo pois

    queria controlar melhor os meus nveis de glicemia e esta oportunidade vai-me permitir ter os nveis mais equilibrados.

    A par do melhor controlo metablico pretendido, o prprio conforto potenciado pela bomba configura uma mais-valia da sua colocao. Antes tinha que dar 5 a 7 picas por dia, agora apenas tenho que substituir o cateter de 3 em 3 dias, esclarece o menino que desde cedo aprendeu a importncia de ter os nveis de acar no sangue estabilizados e, talvez por isso, sempre quis a bomba porque sabia que lhe daria mais autonomia e qualidade de vida.

    O Gonalo j encarava a vida pela positiva e no gostava de distines, mas sempre quis a bomba para no ter que andar com as canetas [de insulina] atrs e conseguir andar mais

    controlado.

    Lus Martins, pai do Gonalo

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    A Unidade de Diabetologia do hospital de Faro do CHAlgarve segue aproximadamente 380 doentes com Diabetes Mellitus Tipo 1, dos quais cerca de 100 so crianas e jovens at aos 16 anos.

    A equipa multidisciplinar da Unidade de Diabetologia constituda por:

    10 mdicos (8 Internistas e 2 Pediatras)

    2 Enfermeiros

    3 Dietistas

    1 Psicloga

    A equipa dedicada ao acompanhamento clnico das crianas e jovens com Diabetes integrada pelas pediatras Manuela Calha e Guida Gama, pelas enfermeiras Isabel Santos e Cristina Mendona, pela dietista Clia Lopes e pela psicloga Laura Nunes.

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    21 dos 43 novos enfermeiros contratados iniciaram no dia 1 de julho funes no CHAlgarve. Os restantes foram integrados nas equipas de sade exatamente uma semana depois, no dia 8 de julho.

    O preenchimento das 43 vagas abertas a concurso resultou de um rigoroso e criterioso processo de seleo, a partir de um universo de aproximadamente 700 candidatos.

    Jos Vieira Santos, Enfermeiro Diretor do CHAlgarve, deu as boas-vindas aos presentes, felicitando-os por terem ficado entre os selecionados, o que por si revelador do mrito e qualidade de todos os que agora iro integrar as equipas dos diversos servios e unidades hospitalares.

    O responsvel prosseguiu reconhecendo que deposita nestes jovens enfermeiros grandes expetativas

    de trabalho e empenho em prol de todos os utentes que iro beneficiar dos cuidados prestados por este grupo profissional.

    A sesso de acolhimento contou tambm com a presena do Presidente do Conselho de Administrao, Pedro Nunes, que se congratulou pelo substancial acrscimo de profissionais de enfermagem fruto destas novas contrataes, as quais permitiro atenuar algumas das carncias desde h muito sentidas. Esta administrao tem-se empenhado na estabilizao de recursos humanos e a nossa inteno que tenham aqui a oportunidade de

    CENTRO HOSPITALAR DO ALGARVE REFORA EQUIPAS COM 43 NOVOS ENFERMEIROS

    se desenvolverem profissionalmente e se fixarem para servir a populao do Algarve, conclui o Presidente daquela que a maior empresa empregadora a sul do Tejo.

    A encerrar ambas as sesses de boas-vindas, a Enfermeira Supervisora Fernanda Henriques procedeu nomeao e distribuio dos novos enfermeiros pelos Servios das trs unidades que integram o Centro Hospitalar do Algarve, agora reforado na sua capacidade assistencial de enfermagem.

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  • SOMOS COMO UMA FAMLIA

    Ldia Maria tem 60 anos e natural de Olho.

    Sofre de problemas da coluna que j a levaram ao bloco operatrio diversas vezes, sendo seguida pelo Servio de Medicina Fsica e de Reabilitao h mais de trs dcadas. Foi de resto a primeira doente ambulatria do Servio, pelo que tem estatuto de princesa como a prpria assume:

    Tenho sido sempre tratada como uma princesa! Eles [os terapeutas) sabem tudo o que preciso, conhecem-me bem e eu a eles. Conheo os mais velhos e os mais novos que entretanto foram chegando. Somos como uma famlia! E no sou s eu que o digo Os outros doentes tambm sentem isso.

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  • Carlos Reis tem 31 anos, enfermeiro h 4 e desempenha atualmente funes no servio de Especialidades Mdicas do CHAlgarve - Portimo.

    Desde cedo apaixonado pelo desporto, passando inicialmente por outras modalidades, Carlos vive o boxe desde os 14 anos.

    H cerca de 2 anos, abriu a Escola de Boxe de Portimo, da qual Presidente e fundador, por querer criar algo para a comunidade e poder proporcionar s crianas de agora as condies que no teve enquanto atleta.

    Comeou no boxe num clube recreativo local, onde conheceu o treinador que viria a ser seu scio. Hoje, j afastado da competio enquanto atleta, forma os mais novos para essas andanas e at j tem na sua equipa 4 campees regionais, 3 campees nacionais e uma vice campe nacional.

    notrio o orgulho que sente no seu projeto da escola de boxe, que j tem 35 atletas, dos quais a maioria so crianas dos 6 aos 10 anos que brincam ao boxe. O projeto Crescer com o Boxe tem tido uma aceitao gira e engraado que a maior parte das crianas so raparigas, constata o ex-pugilista, contrariando os preconceitos de uma modalidade masculina e violenta. Temos que trazer os pais at ns, mostrar-lhes que nestas idades nem sequer h contacto e os midos quando experimentam, acabam por ficar.

    Motivado pela boa experincia do projeto da Escola de Boxe, Carlos j se arriscou noutros voos e abriu recentemente com o mesmo scio, o Centro de Treinos de Portimo que engloba no s o boxe mas outras modalidades ligadas ao combate e s artes marciais.

    Atualmente pratica boxe para manuteno e concilia a profisso de enfermagem com a de treinador. Por vezes difcil, porque os treinos so 3 vezes por semana e as competies so ao fim-de-semana, e para os enfermeiros no h fins-de-semana. Vou trocando uns turnos quando possvel.

    Sem que tenha sido intencional, a verdade que a carreira profissional na rea da sade e a paixo pelo desporto acabam por se complementar a vrios nveis. Os conhecimentos em anatomia, nutrio e crescimento estudados no curso de Enfermagem aplicam-se facilmente prtica desportiva, permitindo-lhe perceber o que relevante ou no em termos da sade dos seus atletas, e claro quando necessrio algum curativo, est l o enfermeiro.

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  • Carlos Reis, 31 Enfermeiro h 4 anos,

    servio de Especialidades Mdicas na Unidade de

    Portimo.

    Presidente e fundador da Escola de Boxe de Portimo.

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  • Mdico do CHAlgarve escolhido pela OMS para encontro de peritos

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  • Lus Castelo-Branco mdico no Centro Hospitalar do Algarve e foi o nico portugus escolhido pela Organizao Mundial de Sade (OMS) para integrar um grupo exclusivo de peritos que, entre os dias 6 e 12 de Julho, estiveram reunidos em Veneza para reflitir sobre o futuro da poltica do Medicamento.

    O mdico e farmacutico de apenas 29 anos concluiu, em 2013, o mestrado integrado de Medicina na Universidade do Algarve, contando j com um distinto curriculum e experincia na rea da farmcia e consultadoria na Indstria Farmacutica, destacando-se ainda por ter sido Presidente da Assembleia Geral da Associao Portuguesa de Jovens Farmacuticos e co-autor do estudo da OMS e do Observatrio Europeu de Sistemas de Sade (OESS) sobre Impacto da Crise Financeira na Sade e nos Sistemas de Sade Euroipeus.

    O convite para integrar o grupo de 50 especialistas surgiu no mbito do encontro anual promovido pela OMS e pelo OESS para reflectir e discutir grandes matrias da Poltica de Sade, este ano dedicado ao tema Repensar a Poltica do Medicamento: optimizar decises em tempos de incerteza.

    Conversmos com Lus Castelo-Branco para percebermos como se sente por ter integrado este grupo e quais os contributos e principais concluses que resultaram do encontro de peritos:

    Como encara o facto de ter sido o nico portugues selecionado pela Organizao Mundial de Sade para integrar este grupo de trabalho que refletiu sobre o futuro da poltica do medicamento?

    Foi uma enorme honra fazer parte deste prestigiante grupo. Encarei no s como uma oportunidade de continuar a aprofundar o meu conhecimento na rea, mas fundamentalmente com a grande responsabilidade de contribuir para o debate sobre o futuro do setor. Todos ns, profissionais de sade devemos contribuir ativamente na procura de solues que para alm de visarem uma melhoria da sustentabilidade dos Sistemas de Sade permitam um maior envolvimento da sociedade civil em todo o processo. A poltica do medicamento uma das reas em que me tenho dedicado.

    Quais os principais aspetos que estiveram em evidncia neste debate e quais as principais concluses?

    O debate focalizou-se muito nos principais desafios e tendncias no setor do medicamento a nvel global.

    Em debate

    esteve o

    futuro da

    poltica do

    medicamento

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  • Desenvolver guidelines clnicas de forma mais eficiente, incentivar e garantir que a prescrio mdica seja mais de acordo com essas indicaes, fomentar o trabalho multidisciplinar e de equipa com maiores sinergias nas atividades entre os diversos profissionais de sade, aumentando a formao nos vrios processos de uso racional de medicamentos e envolver mais os pacientes na gesto da sua sade, colocando-os cada vez mais no centro do sistema, foram alguns dos temas em debate.

    Paralelamente, a necessidade de optimizar o investimento que cada pas pode fazer neste setor foi igualmente objeto de discusso. E nesta matria h vrios determinantes a serem ponderados: o envelhecimento da populao europeia tem aumentado a necessidade de consumo de medicamentos e a frgil situao econmica atual torna particularmente difcil custear essas crescentes necessidades.

    Alm disto, e olhando para a tendncia de investigao de novos frmacos, prospetiva-se uma medicina cada vez mais personalizada com novos frmacos para subgrupos populacionais de doena mais pequenos, num processo semelhante com os medicamentos rfos. Os custos de desenvolvimento sero muito elevados, e para uma populao cada vez mais reduzida, o que poder implicar menor retorno do investimento feito pela indstria, e preos muito elevados nesses novos frmacos. Posto isto poder-se- refletir se ser necessrio e oportuno reformular o sistema de preos e comparticipao de medicamentos.

    Alguns pases tm sido pioneiros neste passo, como a Sucia que por exemplo j inclui o valor social do medicamento no processo de comparticipao. Esse processo inclui diversas variantes na anlise como seja o impacto direto e indireto que o novo medicamento ou dispositivo pode ter na sade da

    pessoa e familiares, o aumento de produtividade, a reduo do consumo de outros recursos de sade, etc.

    Veja-se o caso concreto dos novos medicamentos para a Hepatite C na realidade portuguesa. A Ordem dos Mdicos alertou que milhares de portugueses esto sem acesso a esses eficientes medicamentos. O Ministrio da Sade alega que os preos so proibitivos e desproporcionais. O comum cidado questiona-se quem ter razo neste caso? E a resposta que provavelmente ambos tm razo De facto nesta situao concreta, a evidncia at data demonstra uma enorme eficcia desses novos frmacos, mas o preo exorbitante. Porqu? Porque no processo de definio do valor e negociao da comparticipao, o laboratrio titular do medicamento usou argumentos que visaram conseguir ter o medicamento ao maior preo possvel no mercado. Essa estratgia parece ter resultado em muitos pases referncia, como

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  • Frana que est a fazer um grande investimento na tentativa da irradicao da hepatite C.

    E prev-se que mais casos semelhantes hepatite C venham a ocorrer no futuro, pelo que seria importante promover um maior dilogo e trabalho coletivo entre os diversos parceiros no setor (Infarmed,Mdicos, Farmacuticos, Ministrio da Sade, Indstria farmacutica e pacientes), de modo a contribuir para encontrar uma soluo que fosse benfica para todas as partes medicamento acessvel populao a um preo equilibrado, sem comprometer a sustentabilidade e legtimos direitos da Indstria Farmacutica inovadora.

    Quais os contributos que apresentou no mbito do tema proposto Repensar a poltica do Medicamento: otimizar decises em tempos de incerteza.

    Este grupo congregou muitos peritos no setor do medicamento, entre decisores polticos nos diversos pases e comisso europeia, representantes da Indstria farmacutica, acadmicos na rea, mdicos, farmacuticos, economistas, entre outros.

    Porventura o meu maior contributo, num setor que integra o conhecimento fronteira entre medicina, farmcia e poltica de sade, ser uma viso integradora sobre essas trs perspetivas de acordo com o meu percurso e experincia. Em determinadas circunstncias, notrio um distanciamento de posies entre alguns dos grupos envolvidos no setor do medicamento. Mais dilogo e sinergias, e menos conflito de interesses talvez seja um dos passos mais importantes para garantir a sustentabilidade e permanente desenvolvimento de todos os sistemas de sade em geral e do circuito do medicamento em particular.

    Foi-me tambm solicitado que fizesse uma breve apresentao sobre o sistema farmacutico Portugus, onde procurei expor alguns pontos e e particularidades da nossa realidade. Neste tipo de debates internacionais, um dos grandes desafios expor a nossa realidade, incluindo fragilidades, sem com isso comprometer a imagem do pas, que infelizmente, por diversos motivos nem sempre cotada da melhor forma. particularidades da nossa realidade. Neste tipo de debates internacionais, um dos grandes desafios expor a nossa realidade, incluindo fragilidades, sem com isso comprometer a imagem do pas, que infelizmente, por diversos motivos nem sempre cotada da melhor forma.

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  • FotorreportagemRequalificao do Servio de Urgncias Unidade de Portimo

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    O Servio de Urgncia da unidade de Portimo do CHAlgarve conheceu nos ltimos 6 meses uma reorganizao fsica e estrutural que ficou concluda no passado dia 4 de Junho.

    As obras de melhoria empreendidas traduziram-se na ampliao da sala de espera interna (amarelos e laranjas), aumentando a sua capacidade de acolhimento, e na ampliao e optimizao da sala de enfermagem de balces que agora conta com um espao de tratamento em cadeires permanentemente vigiado pela equipa de enfermagem.

    Tambm a rea de Deciso Clnica foi alvo de intervenes que permitiram a sua ampliao em cerca de 90m2 e a criao de mais 8 espaos de tratamento individualizados para doentes em maca. O aumento e nova organizao do espao permitiu ainda criar uma estao de trabalho para as equipas mdicas e de enfermagem, numa ptica mais funcional e segura, localizada no centro da rea de deciso clnica, a qual permite uma visibilidade de 3600 de todo o espao e consequentemente uma maior vigilncia dos doentes.

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    Jardim junto ao edifcio da administrao Chalg - hospital de Faro

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