ChicoXavier (AndreLuiz) - Libertacao [FormatoA6]

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    LIBERTAOFRANCISCO CNDIDO XAVIER

    DITADO PELO ESPRITO ANDR LUIZ

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 3

    Srie Andr Luiz

    1 - Nosso Lar2 - Os Mensageiros3 - Missionrios da Luz

    4 - Obreiros da Vida Eterna5 - No Mundo Maior6 - Agenda Crist7 - Libertao8 - Entre a Terra e o Cu

    9 - Nos Domnios da Mediunidade10 - Ao e Reao11 - Evoluo em Dois Mundos12 - Mecanismos da Mediunidade13 - Conduta Esprita

    14 - Sexo e Destino15 - Desobsesso16 - E a Vida Continua...

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 5CAPTULO 18 - Palavras de benfeitoraCAPTULO 19 - Precioso entendimentoCAPTULO 20 - Reencontro

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 6

    Ante as portas livres

    Ante as portas livres de acesso aotrabalho cristo e ao conhecimento salutarque Andr Luiz vai desvelando, recordamos

    prazerosamente a antiga lenda egpcia dopeixinho vermelho.

    No centro de formoso jardim, haviagrande lago, adornado de ladrilhos azul-

    turquesa.Alimentado por diminuto canal de pedra,

    escoava suas guas, do outro lado, atravsde grade muito estreita.

    Nesse reduto acolhedor, vivia toda umacomunidade de peixes, a se refestelarem,ndios e satisfeitos, em complicadas locas,frescas e sombrias. Elegeram um dosconcidados de barbatanas para os encargos

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 7de rei, e ali viviam, plenamentedespreocupados, entre a gula e a preguia.

    Junto deles, porm, havia um peixinhovermelho, menosprezado de todos.

    No conseguia pescar a mais leve larva,nem refugiar-se nos nichos barrentos.

    Os outros, vorazes e gordalhudos,arrebatavam para si todas as formas

    larvrias e ocupavam, displicentes, todos oslugares consagrados ao descanso.

    O peixinho vermelho que nadasse esofresse. Por isso mesmo era visto, emcorreria constante, perseguido pela cancula

    ou atormentado de fome.

    No encontrando pouso no vastssimodomicilio, o pobrezinho no dispunha detempo para muito lazer e comeou a estudar

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 8com bastante interesse.

    Fz o inventrio de todos os ladrilhos queenfeitavam as bordas do poo, arrolou todosos buracos nele existentes e sabia, compreciso, onde se reuniria maior massa de

    lama por ocasio de aguaceiros.

    Depois de muito tempo, custa delongas perquiries, encontrou a grade doescoadouro.

    A frente da imprevista oportunidade deaventura benfica, refletiu consigo:

    No ser melhor pesquisar a vida econhecer outros rumos?

    Optou pela mudana.

    Apesar de macrrimo pela abstenocompleta de qualquer conforto, perdeu

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 9vrias escamas, com grande sofrimento, afim de atravessar a passagem estreitssima.

    Pronunciando votos renovadores,avanou, otimista, pelo rego dgua,encantado com as novas paisagens, ricas de

    flores e sol que o defrontavam, e seguiu,embriagado de esperana ...

    Em breve, alcanou grande rio e fzinmeros conhecimentos.

    Encontrou peixes de muitas famliasdiferentes, que com ele simpatizaram,Instruindo-o quanto aos percalos da marchae descortinando-lhe mais fcil roteiro.

    Embevecido, contemplou nas margenshomens e animais, embarcaes e pontes,palcios e veculos, cabanas e arvoredo.

    Habituado com o pouco, vivia com

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 10extrema simplicidade, jamais perdendo aleveza e a agilidade naturais.

    Conseguiu, desse modo, atingir o oceano,brio de novidade e sedento de estudo.

    De Inicio, porm, fascinado pela paixode observar, aproximou-se de uma baleiapara quem toda a gua do lago em quevivera no seria mais que diminuta rao;impressionado com o espetculo, abeirou-se

    dela mais que devia e foi tragado com oselementos que lhe constituam a primeirarefeio diria.

    Em apuros, o peixinho aflito orou aoDeus dos Peixes, rogando proteo no bojodo monstro e, no obstante as trevas emque pedia salvamento, sua prece foi ouvida,porque o valente cetceo comeou a soluare vomitou, restituindo-o s correntesmarinhas.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 11O pequeno viajante, agradecido e feliz,

    procurou companhias sim pticas e aprendeua evitar os perigos e tentaes.

    Plenamente transformado em suasconcepes do mundo, passou a reparar as

    infinitas riquezas da vida. Encontrou plantasluminosas, animais estranhos, estrelasmveis e flores diferentes no seio das guas.Sobretudo, descobriu a existncia de muitospeixinhos, estudiosos e delgados tanto

    quanto ele, junto dos quais se sentiamaravilhosamente feliz.

    Vivia, agora, sorridente e calmo, noPalcio de Coral que elegera, com centenas

    de amigos, para residncia ditosa, quando,ao se referir ao seu comeo laborioso, veio asaber que smente no mar as criaturasaquticas dispunham de mais slidagarantia, de vez que, quando o estio se

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 12fizesse mais arrasador, as guas de outraaltitude continuariam a correr para o oceano.

    O peixinho pensou, pensou... e sentindoimensa compaixo daqueles com quemconvivera na infncia, deliberou consagrar-se

    obra do progresso e salvao deles.

    No seria justo regressar e anunciar-lhesa verdade? no seria nobre ampar-los,prestando-lhes a tempo valiosas

    informaes? No hesitou.Fortalecido pela generosidade de irmos

    benfeitores que com ele viviam no Palcio deCoral, empreendeu comprida viagem devolta.

    Tornou ao rio, do rio dirigiu-se aosregatos e dos regatos se encaminhou paraos canaizinhos que o conduziram ao primitivolar.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 13Esbelto e satisfeito como sempre, pela

    vida de estudo e servio a que se devotava,varou a grade e procurou, ansiosamente, osvelhos companheiros.

    Estimulado pela proeza de amor que

    efetuava, sups que o seu regresso causassesurpresa e entusiasmo gerais. Certo, acoletividade inteira lhe celebraria o feito, masdepressa verificou que ningum se mexia.

    Todos os peixes continuavam pesados eociosos, repimpados nos mesmos ninhoslodacentos, protegidos por flores de ltus, deonde saiam apenas para disputar larvas,moscas ou minhocas desprezveis.

    Gritou que voltara a casa, mas no houvequem lhe prestasse ateno, porqantoningum, ali, havia dado pela ausncia dele.

    Ridicullzado, procurou, ento, o rei de

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 14guelras enormes e comunicou-lhe areveladora aventura.

    O soberano, algo entorpecido pela maniade grandeza, reuniu o povo e permitiu que omensageiro se explicasse.

    O benfeitor desprezado, valendo-se doensejo, esclareceu, com nfase, que haviaoutro mundo liquido, glorioso e sem fim.

    Aquele poo era uma Insignificncia que

    podia desaparecer, de momento para outro. Alm do escoadouro prximo desdobravam-se outra vida e outra experincia. L fora,corriam regatos ornados de flores, rioscaudalosos repletos de seres diferentes e,

    por fim, o mar, onde a vida aparece cada vezmais rica e mais surpreendente.

    Descreveu o servio de tainhas esalmes, de trutas e esqalos. Deu notciasdo peixe-lua, do peixe-coelho e do galo-do-

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 15mar. Contou que vira o cu repleto de astrossublimes e que descobrira rvoresgigantescas, barcos imensos, cidadespraieiras, monstros temveis, jardinssubmersos, estrelas do oceano e ofereceu-separa conduzi-los ao Palcio de Coral, onde

    viveriam todos, prsperos e tranquilos.Finalmente os informou de que semelhantefelicidade, porm, tinha igualmente seupreo. Deveriam todos emagrecer,convenientemente, abstendo-se de devorar

    tanta larva e tanto verme nas locas escuras eaprendendo a trabalhar e estudar tantoquanto era necessrio venturosa jornada.

    Assim que terminou, gargalhadas

    estridentes coroaram-lhe a preleo.Ningum acreditou nele.

    Alguns oradores tomaram a palavra eafirmaram, solenes, que o peixinho vermelho

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 16delirava, que outra vida alm do poo erafrancamente impossvel, que aquela histriade riachos, rios e oceanos era mera fantasiade crebro demente e alguns chegaram adeclarar que falavam em nome do Deus dosPeixes, que trazia os olhos voltados para eles

    nicamente.

    O soberano da comunidade, para melhorironizar o peixinho, dirigiu-se em companhiadele at grade de escoamento e, tentando,

    de longe, a travessia, exclamou,borbulhante:

    No vs que no cabe aqui nem umas de minhas barbatanas? Grande tolo! vai-

    te daqui! no nos perturbes o bem-estar...Nosso lago o centro do Universo...Ningum possui vida igual nossa! ..

    Expulso a golpes de sarcasmo, o peixinhorealizou a viagem de retorno e instalou-se,

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 17em definitivo, no Palcio de Coral,aguardando o tempo.

    Depois de alguns anos, apareceupavorosa e devas tadora seca.

    As guas desceram de nivel. E o pooonde viviam os peixes pachorrentos evaidosos esvaziou-se, compelindo acomunidade inteira a perecer, atolada nalama...

    O esforo de Andr Luis, buscandoacender luz nas trevas, semelhante misso do peixinho vermelho.

    Encantado com as descobertas do

    caminho infinito, realizadas depois de muitosconflitos no sofrimento, volve aos recncavosda Crosta Terrestre, anunciando aos antigoscompanheiros que, alm dos cubculos emque se movimentam, resplandece outra vida,

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 18mais intensa e mais bela, exigindo, porm,acurado aprimoramento individual para atravessia da estreita passagem de acesso sclaridades da sublimao.

    Fala, informa, prepara, esclarece ...

    H, contudo, muitos peixes humanos quesorriem e passam, entre a mordacidade e aIndiferena, procurando locas passageiras oupleiteando larvas temporrias.

    Esperam um paraso gratuito commilagrosos deslumbramentos depois damorte do corpo.

    Mas, sem Andr Luiz e sem ns, humildes

    servidores de boa vontade, para todos oscaminheiros da vida humana pronunciou oPastor Divino as indelveis palavras: Acada um ser dado de acordo com as suasobras.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 19EMMANUEL

    Pedro Leopoldo, 22 de fevereiro de 1949.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 20

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    Ouvindo elucidaes

    No vasto salo do educandrio que nos

    reunia, o Ministro Flcus, fixando em ns oolhar saturado de doce magnetismo,convidava-nos a preciosas meditaes.

    Congregamo-nos, ali, smente algumasdezenas de companheiros, de modo aregistrar-lhe as instrues edificantes. E, semdvida, a preleo revestia-se de profundointeresse.

    Podamos perguntar vontade, dentro do

    assunto, e guardar todas as informaescompatveis com o novo trabalho que noscumpria desempenhar.

    At ento, ouvira comentrios alusivos a

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 21colnias purgatoriais, perfeitamenteorganizadas para o trabalho expiatrio a quese destinam, arrebanhando milhares decriaturas arraigadas no mal; entretanto,agora, o Instrutor Gbio, que se mantinhasilencioso, em nossa companhia, concedera-

    nos permisso de acompanh-lo a enormecentro dessa espcie.

    Interessados na palavra fluente eprimorosa do orador, seguamos o curso das

    elucidaes com justificvel expectao dealuno que no deseja perder um til doensinamento, observando que a serenidadee a ateno transpareciam no rosto de todosos aprendizes, considerando-se que todos,

    no recinto, ramos candidatos ao servio desocorro aos irmos ignorantes, atormentadosnas sombras...

    Senhoreando-nos o esprito, o Ministro

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 22prosseguia, satisfeito:

    Os superiores que se disponham atraba lhar em benefcio dos inferiores, emao persistente e substancial, no lhespodem utilizar as armas, sob pena de se

    precipitarem no baixo nvel deles. Aseveridade pertencer ao que instrui, mas oamor o companheiro daquele que serve.

    Sabemos que a educao, na maioria

    das vezes, parte da periferia para o centro;contudo, a renovao, traduzindoaperfeioamento real, movimenta-se emsentido inverso. Ambos os impulsos, todavia,so alimentados e controlados pelos poderes

    quase desconhecidos da mente.O esprito humano lida com a fora

    mental, tanto quanto maneja a eletricidade,com a diferena, porm, de que se japrende a gastar a segunda, no

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 23transformismo incessante da Terra, malconhece a existncia da primeira, que nospreside a todos os atos da vida.

    A rigor, portanto, no temos crculosinfernais, de acordo com os figurinos da

    antiga teologia, onde se mostramindefinidamente gnios satnicos de todas aspocas e, sim, esferas obscuras em que seagregam conscincias embotadas naignorncia, cristalizadas no cio reprovvel

    ou confundidas no eclipse temporrio darazo. Desesperadas e insubmissas, criamzonas de tormentos reparadores.Semelhantes criaturas, no entanto, no seregeneram fora de palavras.

    Necessitam de amparo eficiente que lhesmodifique o tom vibratrio, elevando-lhes omodo de sentir e pensar.

    Eminentes pensadores do mundo traam

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 24diretrizes salvao das almas; mas somosde parecer que possumos suficiente nmerode roteiros nesse sentido, em todos ossetores do conhecimento terrestre.Reclamamos, na atualidade, quem ajude opensamento do homem na direo do Alto.

    Empreender o tentame, incentivando-se tosomente os valores culturais, seria consagrara tecnocracia, que procura a simplesmecanizao da vida, destruindo-lhe assementes gloriosas de improvisao, de

    infinito e de eternidade.

    Grandes polticos e venerveiscondutores nunca se ausentaram do mundo.

    Passam pela multido, sacudindo-a ouarregimentando-a. foroso reconhecer,porm, que a organizao humana, por si s,no atende s exigncias do ser imperecvel.

    Pricles, o estadista que legou seu nome

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 25a um sculo, realiza edificante trabalhoeducativo, junto dos gregos; entretanto, nolhes atenua a belicosidade e os pruridos dehegemonia, sucumbindo ao assdio deaflitivo desgosto.

    Alexandre, o conquistador, organizavastssimo imprio, estabelecendo umacivilizao respeitvel; no entanto, noimpede que os seus generais prossigam emconflitos sanguinolentos, difundindo o saque

    e a morte. Augusto, o Divino, unifica o Imprio

    Romano em slidos alicerces, concretizandoavanado programa poltico em benefcio de

    todos os povos, mas no consegue banir deRoma o desvario pela dominao a qualquerpreo.

    Constantino, o Grande, advogado doscristos indefesos, oferece novo padro de

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 26vida ao Planeta; contudo, no modifica asdisposies detestveis de quantosguerreavam em nome de Deus.

    Napoleo, o ditador, impe novosmtodos de progresso material, em toda a

    Terra; mas no se furta, ele prprio, sgarras da tirania, pela simples ganncia daposse.

    Pasteur, o cientista, defende a sade do

    corpo humano, devotando-se, abnegado, aocombate silencioso contra a selvamicrobiana; todavia, no pode evitar queseus contemporneos se destruamreciprocamente em disputas

    incompreensveis e cruis.Permanecemos diante de um mundo

    civilizado na superfcie, que reclama no s apresena daqueles que ensinam o bem, masprincipalmente daqueles que o praticam.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 28se inadivel o auxlio restaurador.

    Somos entidades ainda infinitamentehumildes e imperfeitas para noscandidatarmos, de pronto, condio dosanjos.

    Comparada grandeza, inabordvel parans, de milhes de sis que obedecem a leissoberanas e divinas, em pleno Universo, anossa Terra, com todas as esferas de

    substncia ultrafsica que a circundam, podeser considerada qual laranja minscula,perante o Himalaia, e ns outros,confrontados com a excelsitude dos EspritosSuperiores, que dominam na sabedoria e na

    santidade, no passamos, por enquanto, debactrias, controladas pelo impulso da fomee pelo magnetismo do amor. Entretanto,guindados a singelas culminnciaS dainteligncia, somos micrbios que sonham

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 29com o crescimento prprio para aeternidade.

    Enquanto o homem, nosso irmo,desintegra assombrado as formaesatmicas, ns outros, distanciados do corpo

    denso, estudamos essa mesma energiaatravs de aspectos que a cincia terrestre,por agora, mal conseguiria imaginar.Caminheiros, porm, que somos doprogresso infinito, principiamos apenas, ele e

    ns, a sondar a fora mental, que noscondiciona as manifestaes nos maisvariados planos da natureza.

    Encarcerados ainda na lei de retorno,

    temos efetuado multissecularesrecapitulaes, por milnios consecutivos.

    Expressando-nos coletivamente,sabemos hoje que o esprito humano lidacom a razo h, precisamente, quarenta mil

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 30anos... Todavia, com o mesmo furiosompeto com que o homem de Neandertalaniquilava o companheiro, a golpes de slex,o homem da atualidade, classificada degloriosa era das grandes potncias,extermina o prprio irmo a tiros de fuzil.

    Os investigadores do raciocnio,ligeiramente tisnados de princpios religiosos,identificam to somente, nessa anomaliasinistra, a renitncia da imperfeio e da

    fragilidade da carne, como se a carne fssepermanente ndividuao diablica,esquecidos de que a matria mais densa no seno o conjunto das vidas inferioresincontveis, em processo de aprimoramento,

    crescimento e libertao.Nos campos da Crosta Planetria, queda-

    se a inteligncia, qual se fora anestesiadapor perigo-soa narcticos da iluso; no

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 31entanto, auxili-la-emos a sentir ereconhecer que o esprito permanecevibrando em todos os ngulos da existncia.

    Cada espcie de seres, do cristal at ohomem, e do homem at o anjo, abrange

    inumerveis famlias de criaturas, operandoem determinada frequncia do Universo. E oamor divino alcana-nos a todos, maneirado Sol que abraa os sbios e os vermes.

    Todavia, quem avana demora-se emligao com quem se localiza na esferaprxima.

    O domnio vegetal vale-se do impriomineral para sustentar-se e evoluir. Osanimais aproveitam os vegetais na obra deaprimoramento. Os homens se socorrem deuns e outros para crescerem mentalmente eprosseguir adiante...

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 32Atritam os reinos da vida, conhecidos na

    Terra, entre si.

    Torturam-se e entredevoram-Se, atravsde rudes experincias, a fim de que osvalores espirituais se desenvolvam e

    resplandeam, refletindo a divina luz...

    Nesse ponto, o esclarecido Ministro fzlonga pausa, fitou-nos, bondoso, econtinuou:

    Mas... alm do principado humano,para l das fronteiras sensoriais queguardam ciosamente a alma encarnada,amparando-a com limitada viso e benficoesquecimento, comea vasto imprioespiritual, vizinho dos homens. Ai se agitammilhes de Espritos imperfeitos quepartilham, com as criaturas terrenas, ascondies de habitabilidade da Crosta doMundo. Seres humanos, situados noutra

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 33faixa vibratria, apiam-se na menteencarnada, atravs de falanges incontveis,to semiconscientes na responsabilidade eto incompletas na virtude, quanto osprprios homens.

    A matria, congregando milhes de vidasembrionrias, tambm a condensao daenergia, atendendo aos imperativos do euque lhe preside destinao.

    Do hidrognio s mais complexasunidades atmicas, o poder do espritoeterno a alavanca diretora de prtons,nutrons e elctrons, na estrada infinita davida. Demora-se a inteligncia corporificada

    no crculo humano em transitria regio,adaptada s suas exigncias de progresso eaperfeioamento, dentro da qual oprotoplasma lhe faculta instrumentos detrabalho, crescimento e expanso.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 34Entretanto, nesse mesmo espao, alonga-sea matria noutros estados, e, nesses outrosestados, a mente desencarnada, em viagempara o conhecimento e para a virtude,radica-se na esfera fsica, buscando domin-la e absorv-la, estabelecendo gigantesca

    luta de pensamento que ao homem comumno dado calcular.

    Frustrados em suas aspiraes devaidoso domnio no domiclio celestial,

    homens e mulheres de todos os climas e detodas as civilizaes, depois da morte,esbarram nessa regio em que se prolongamas atividades terrenas e elegem o instinto desoberania sobre a Terra por nica felicidade

    digna do impulso de conquistar. Rebeladosfilhos da Providncia, tentam desacreditar agrandeza divina, estimulando o poderautocrtico da inteligncia insubmissa eorgulhosa e buscam preservar os crculos

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 35terrestres para a dilatao indefinida do dioe da revolta, da vaidade e da criminalidade,como se o Planeta, em sua expressoinferior, lhes fsse paraso nico, ainda nointegralmente submetido a seus caprichos,em vista da permanente discrdia reinante

    entre eles mesmos. que, confinados aobero escabroso da ignorncia em que omedo e a maldade, com inquietudes eperseguies recprocas, lhes consomem asforas e lhes inutilizam o tempo, no se

    apercebem da situao dolorosa em que seacham.

    Fora do amor verdadeiro, toda unio temporria e a guerra ser sempre o estado

    natural daqueles que perseveram na posiode indisciplina.

    Um reino espiritual, dividido eatormentado, cerca a experincia humana,

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 37Dentro de semelhante realidade, toda a

    nossa atividade terrestre se desdobra numcampo de influncias que nem mesmo ns,os aprendizes humanos em crculos maisaltos, poderamos, por enquanto, determinar.

    Incapacitados de prosseguir alm dotmulo, a caminho do Cu que nosouberam conquistar, os filhos do desesperoorganizam-se em vastas colnias de dio emisria moral, disputando, entre si, a

    dominao da Terra. Conservam,igualmente, quanto ocorre a ns mesmos,largos e valiosos patrimnios intelectuais e,anjos decados da Cincia, buscam, acima detudo, a perverso dos processos divinos que

    orientam a evoluo planetria.Mentes cristalizadas na rebeldia, tentam

    sola-par, em vo, a Sabedoria Eterna,criando quistos de vida inferior, na

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 38organizao terrestre, entrincheiradas naspaixes escuras que lhes vergastam asconscincias. Conhecem inumerveisrecursos de perturbar e ferir, obscurecer eaniquilar. Escravizam o servio benfico dareencarnao em grandes setores expiatrios

    e dispem de agentes da discrdia contratodas as manifestaes dos sublimespropsitos que o Senhor nos traou saes.

    Os homens terrenos que, semi-libertosdo corpo, lhes conseguiram identificar, dealgum modo, a existncia, recuaram, tmidose espavoridos, espalhando entre oscontemporneos as noes de um inferno

    punitivo e infindvel, encravado emtenebrosas regies alm da morte.

    A mente infantil da Terra, embalada pelaternura paternal da providncia, atravs da

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 39teologia comum, nunca pde apreender,mais intensivamente, a realidade espiritualque nos governa os destinos.

    Raros compreendem na morte simplesmodificao de envoltrio, e escasso nmero

    de pessoas, ainda mesmo em se tratandodos religiosos mais avanados, guardaram aprudncia de viver, no vaso fsico, deconformidade com os princpios superioresque esposaram. Somos defrontados, agora,

    pela necessidade da proclamao deverdades velhas para os velhos ouvidos enovas para os ouvidos novos da inteligncia

    juvenil situada no mundo.

    O homem, herdeiro presuntivo da CoroaCeleste, o condutor do prprio homem,dentro de enormes extenses do caminhoevolutivo. Entre aquele que j se acerca doanjo e o selvagem que ainda se limita com o

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 40irracional, existem milhares de posies,ocupadas pelo raciocnio e pelo sentimentodos mais variados matizes. E, se h umacorrente, brilhante e maravilhosa, decriaturas encarnadas e desencarnadas quese dirigem para o monte da sublimao,

    desferindo glorioso cntico de trabalho,imortalidade, beleza e esperana, exaltandoa vida, outra corrente existe, escura e infeliz,nas mesmas condies, interessada emdescer aos recncavos das trevas, lanando

    perturbao, desnimo, desordem e sombra,consagrando a morte, Espritos incompletosque somos ainda, aderimos aos movimentosque lhes dizem respeito e colhemos osbenefcios da ascenso e da vitria ou os

    prejuzos da descida e da derrota,controlados pelas inteligncias maisvigorosas que a nossa e que seguemconosco, lado a lado, na zona progressiva oudeprimente, em que nos colocamos.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 41O inferno, por isto mesmo, um

    problema de direo espiritual.

    Sat a inteligncia perversa -

    O mal o desperdcio do tempo ou o

    emprego da energia em sentido contrrioaos propsitos do Senhor.

    O sofrimento reparao ouensinamento renovador.

    As almas decadas, contudo, quaisquerque sejam, no constituem uma raaespiritual sentenciada irremedivelmente aosatanismo, integrando, to smente, acoletividade das criaturas humanas

    desencarnadas, em posio de absolutainsensatez. Misturam-se multido terrestre,exercem atuao singular sobre inmeroslares e administraes e o interessefundamental das mais poderoSaS

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 42inteligncias, dentre elas, a conservao domundo ofuscado e distrado, fora daignorncia defendida e do egosmorecalcado, adiando-Se o Reino de Deus,entre os homens, indefinidamente...

    De milnios a milnios, a regio em querespiram padece extremas alteraeS, qualacontece ao campo provisoriamente ocupadopelos povos conhecidos. A matria que lhesestrutura a residncia sofre tremendas

    modificaes e precioso trabalho seletivo seopera na transformao natural, dentro dosmoldes do Infinito Bem. Entretanto, emborade fileiras compactas incessantementesubstituidas, persistem por sculos

    sucessivos, acompanhando o curso dascivilizaes e seguindo-lhes os esplendores eexperincias, aflies e derrotas.

    Fazendo-Se nova pausa do Ministro, que

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 43me pareceu oportuna e intencional, umcompanheiro interferiu, indagando:

    Grande benfeitor, reconhecemos averacidade de vossas afirmativas; todavia,porque no suprime o Senhor Compassivo e

    Sbio to pavoroso quadro?

    O esclarecido mentor fixou um gesto decondescendncia e respondeu:

    No ser o mesmo que interrogarpela tardana de nossa prpria adeso aoReino Divino?

    Sente-se o meu amigo suficientementeiluminado para negar o lado sombrio da

    prpria individualidade? Libertou-se de todasas tentaes que fluem dos escaninhosmisteriosos da luta interna? No admite queo orbe possua os seus crculos de luz etrevas, qual acontece a ns mesmos nos

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 44recessos do corao? E assim comoduelamos em formidveis conflitos pordentro, a vida planetria compelidaigualmente a combater nos recnditosngulos de si mesma. Quanto intervenodo Senhor, recordemo-nos de que os

    estudos desta hora no se prendem aosaspectos da compaixo e, sim, aosproblemas da justia.

    Ns outros e a humanidade militante na

    carne no representamos seno diminutaparcela da famlia universal, confinados faixa vibratria que nos peculiar.

    Somos simplesmente alguns bilhes de

    seres perante a Eternidade. E estejamosconvencidos de que se o diamante lapidado pelo diamante, o mau s pode sercorrigido pelo mau. Funciona a justia,atravs da injustia aparente, at que o

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 45amor nasa e redima os que se condenarama longas e dolorosas sentenas diante daBoa Lei.

    Homens perversos, calculistas,delituosos e inconseqentes so vigiados por

    gnios da mesma natureza, que se afinamcom as tendncias de que so portadores.

    Realmente, nunca faltou proteo doCu contra os tormentos que as almas

    endurecidas e ingratas semearam na Terra eos numes guardies no se despreocupamdos tutelados; no entanto, seria ilgico eabsurdo designar um anjo para custodiarcriminosos.

    Os homens encarnados, de maneirageral, permanecem cercados pelas escuras edegradantes irradiaes de entidadesimperfeitas e indecisas, quanto eles prprios,criaturas que lhes so invisveis ao olhar,

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 46mas que lhes partilham a residncia.

    Em razo disso, o Planeta, por enquanto,ainda no passa de vasto crivo deaprimoramento, ao qual somente osindividuos excepcionalmente aperfeioados

    pelo prprio esforo conseguem escapar, nadireo das esferas sublimes.

    Considerando semelhante situao, oMestre Divino exclamou perante o juiz, em

    Jerusalm:Por agora, o meu Reino no daqui e,

    pela mesma razo, Paulo de Tarso, depois delutas angustiosas, escreve aos Efsios que

    no temos de lutar contra a carne e osangue, mas, sim, contra os principados,contra as potestades, contra os prncipes dastrevas e contra as hostes espirituais damaldade, nas prprias regies celestes.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 47Alm, pois, do reino humano, o imprio

    imenso das inteligncias desencarnadasparticipa de contnuo no julgamento daHumanidade.

    E entendendo a nossa condio de

    trabalhadores incompletos, detentores develhas dificuldades e terrveis inibies, naordem do aprimoramento iluminativo, cabe-nos preparar recursos de auxilio,reconhecendo que a obra redentora

    trabalho educativo por excelncia.O sacrifcio do Mestre representou o

    fermento divino, levedando toda a massa. por isto que Jesus, acima de tudo, o

    Doador da Sublimao para a vidaimperecvel. Absteve-se de manejar aspaixes da turba, visto reconhecer que averdadeira obra salvacionista permaneceradicada ao corao, e distanciou-se dos

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 49ajustando-lhes o magnetismo ao Centro doUniverso, todo programa de redeno umconjunto de palavras, pecando pelaimprobabilidade flagrante.

    O Ministro sorriu para ns,

    expressivamente, e concluiu:

    Terei sido bastante claro?

    Transbordava de todos os rostos o

    desejo de ouvi-lo por mais tempo; noentanto, Flcus, aureolado de luz, desceu datribuna e ps-se a conversar familiarmenteconosco.

    A preleo fora encerrada.

    As consideraes ouvidas despertavamem mim o mximo interesse. No entanto, erapreciso aguardar nova oportunidade paramais amplos esclarecimentos.

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    A palestra do Inst rutor

    Ao nos retirarmos do educandrio, o

    Instrutor Gbio, pousando sobre Eli, onosso companheiro, e sobre mim, os olhoslcidos, acentuou:

    Para muitas criaturas, difcilcompreender a arregimentao inteligentedos espritos perversos. Entretanto, lgicae natural. Se ainda nos situamos distantes dasantidade, no obstante os propsitossuperiores que j nos orientam, que dizerdos irmos infelizes que se deixaram

    prender, sem resistncia, s teias daignorncia e da maldade? No conhecemregio mais elevada que a esfera carnal, aque ainda se ajustam por laos vigorosos.Enleados em foras de baixo padro

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 52terrestres entregues insubmisso e indisciplina, ante os ditames da PaternidadeCelestial. A alma cada em vibraesdesarmnicas, pelo abuso da liberdade quelhe foi confiada, precisa tecer os fios doreajustamento prprio e milhes de irmos

    nossos se recusam a semelhante esforo,ociosos e impenitentes, alongando o labirintoem que muitas vezes se perdem por sculos.Inabilitados para a jornada imediata, rumoao Cu, em virtude das paixes devastadoras

    que os magnetizam, arrebanham-se deconformidade com as tendncias inferioresem que se afinam, ao redor da CrostaTerrestre, de cujas emanaes e vidasinferiores ainda se nutrem, qual ocorre aos

    prprios homens encarnados. O objetivoessencial de tais exrcitos sombrios aconservao do primitivismo mental dacriatura humana, a fim de que o Planetapermanea, tanto quanto possvel, sob seu

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 53jugo tirnico.

    As observaes de Gbio escaldavam-meo crebro.

    Eu tambm havia passado pelos baixos

    crculos da vida, depois do transe corporal;entretanto, no identificara a existnciadessas condensaes organizadas deentidades malignas do campo espiritual,embora ouvisse, em muitas ocasies,

    impressionantes comentrios em torno delas.Efetivamente, no conseguia, por ruim

    mesmo, exumar todas as recordaes doangustiado perodo que a porta do tmulome oferecera.

    Vira-me perseguido, atravs de longospntanos... Errara, aflitivamente, dias enoites que me pareceram sem fim,atormentado e desditoso; todavia, custava-

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 54me crer que as atividades malficasgozassem de organismo diretor. Por istomesmo, de mente agora centralizada nospropsitos do bem, aventurei umaindagao.

    Com que fim perguntei essaslegies retardadas se mancomunam, alm damorte, se despidas da vestimenta grosseirade carne devem saber, mais que nunca, quese empenham em combates inteis? No se

    sentem, porventura, transportadas ao planodo esclarecimento puro, quanto posioque lhes diz respeito? No se cercampresentemente de mais sublimes revelaesda Natureza? No lhes quadrariam, mais

    justos, o trabalho edificante e o estudonobre, na elevada aspirao de galgar asabedoria santificante, estrada acima? Porque motivo se aglomeram, assim, atravs deajuntamentos desprezveis e diablicos? Fcil

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 55de entender-se a jornada evolutiva dohomem, depois do sepulcro, mas oestacionamento deliberado, na crueldade eno dio, alm da morte, d para confundir amente de qualquer...

    O orientador sorriu, maneiroso, econsiderou:

    Reportamo-nos a Espritosperfeitamente humanos, no obstante

    desencarnados, e tais perguntas, Andr,poderiam ser formuladas, mesmo na Crostada Terra. Por que razo, ns mesmos, antesde acordar a conscincia para a revelaodivina, nos precipitvamos nas linhas

    inferiores, todos os dias, contrariandoespetacularmente a Lei? A frente dos olhos,contvamos com bendito dilvio de claridadesolar, jorrando incessante do EspaoInfinito... sabamos que a existncia do corpo

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 56correria rpida, que seramos defrontadospela morte comum a todos, queregressaramos do mundo carnal pela mesmaporta misteriosa, atravs da qualpenetrramos nele; no entanto, quantasvezes teremos menoscabado a Sabedoria

    Excelsa, com atitudes de criminosaindiferena? Ante as sugestes do PlanoDivino que te povoam, agora, o pensamento,lembras-te de algum tempo passado em quetivesses cogitado sinceramente da prpria

    sublimao? Se desenterrarmos o pretrito,meu caro, encontraremos lamentveisreminiscncias... No nos compete parar oudesanimar - A maneira do tronco frgil, imperioso crescer, subir, por alcanar o

    oxignio de cima, e, apesar de algemados aoque fomos, semelhana da rvore humildepresa aos resduos do complicado envoltrioque lhe encerrava a semente, reclamamosascenso, ar puro e largueza de condies

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 59encarnado respira numa zona de vibraesmais lentas, enfaixado num veculoconstitudo de trilhes de clulas que sooutras tantas vidas microscpicas inferiores.Cada vida, porm, por mais insignificante,possui expresso magntica especial. A

    vontade, no obstante condicionada por leiscsmicas e morais, inclinar a comunidadedos corpsculos vivos que permanecem aseu servio por tempo limitado, maneira doeletricista que liga as foras da usina para

    atividades num charco ou para serviosnuma torre. Sendo cada um de ns umafora inteligente, detendo faculdadescriadoras e atuando no Universo, estaremossempre engendrando agentes psicolgicos,

    atravs da energia mental, exteriorizando opensamento e com ele improvisando causaspossveis, cujos efeitos podem ser prximosou remotos sobre o ponto de origem.

    Abstendo-nos de mobilizar a vontade,

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 60seremos invariveis joguetes dascircunstncias predominantes, no ambienteque nos rodeia; contudo, to logodeliberemos manobr-la, indispensvelresolvamos o problema de direo,porqanto nossos estados pessoais nos

    refletiro a escolha ntima. Existemprincpios, foras e leis no universominsculo, tanto quanto no universomacrocsmico. Dirija um homem a suavontade para a ideia de doena e a molstia

    lhe responder ao apelo, com todas ascaractersticas dos moldes estruturados pelopensamento enfermio, porque a sugestomental positiva determina a sintonia ereceptividade da regio orgnica, em

    conexo com o impulso havido, e asentidades microbianas, que vivem e sereproduzem no campo mental das milhesde pessoas que as entretm, acorrero emmassa, absorvidas pelas clulas que as

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 61atraem, em obedincia s ordens interiores,reiteradamente recebidas, formando nocorpo a enfermidade idealizada. Claro quenesse captulo temos a questo das provasnecessrias, nos casos em que determinadapersonalidade renasce, atendendo a

    impositivos das lies expiatrias, mas,mesmo a, o problema de ligao mental infinitamente importante, porqanto odoente que se compras na aceitao e noelogio da prpria decadncia acaba na

    posio de excelente incubador de bactriase sintomas mrbidos, enquanto que oesprito em reajustamento, quando reage,valoroso, contra o mal, ainda mesmo quebenfico e merecido, encontra imensos

    recursos de concentrar-se no bem,integrando-se na corrente de vida vitoriosa

    Registrava as explicaes,profundamente edificado, e, no obstante a

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 62longa pausa que se fz espontneamente,no ousei interromper o curso daargumentao a fim de no quebrar a linhado pensamento.

    Prestimoso e digno, Gbio continuou:

    Nossa mente uma entidadecolocada entre foras inferiores e superiores,com objetivos de aperfeioamento. Nossoorganismo perispiritual, fruto sublime da

    evoluo, quanto ocorre ao corpo fsico naesfera da Crosta, pode ser comparado aosplos de um aparelho magneto-eltrico.

    O esprito encarnado sofre ainfluenciao inferior, atravs das regies emque se situam o sexo e o estmago, e recebeos estmulos superiores, ainda mesmoprocedentes de almas no sublimadas,atravs do corao e do crebro. Quando acriatura busca manejar a prpria vontade,

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 63escolhe a companhia que prefere e lana-seao caminho que deseja. Se no escasseiammilhes de influxos primitivistas,constrangendo-nos, mesmo aqum dasformas terrestres a entreter emoes edesejos, em baixos crculos, e armando-nos

    quedas momentneas em abismos dosentimento destrutivo, pelos quais jperegrinamos h muitos sculos, no nosfaltam milhes de apelos santificantes,convidando-nos ascenso para a gloriosa

    imortalidade.

    O Instrutor, fitando em ns o olharpercuciente e calmo, ponderou:

    Entenderam, agora, como compreensvel a opo de certos espritospela casa escura do crime, depois do tmulo,qual ocorre a milhes de entidadesencarnadas que, em plena harmonia com a

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 66reveste, sentando-se, por alguns anos, numbanco de universidade obra de pacincianos sculos. Se rvores existem assinaladaspor centenas de anos, dentro das finalidadesa que se destinam, que dizer dos milniosreclamados por uma individualidade, no

    captulo da prpria sublimao?

    No podemos olvidar, desse modo, oamor que - devemos aos ignorantes, aosfracos, aos infelizes. Imprescindvel se torna

    caminhar nos passos daqueles queigualmente, um dia, nos estenderamcompassivas mos.

    O argumento era demasiado edificante

    para que interferssemos com indagaesnovas.

    O orientador percebeu a oportunidadedo esclarecimento e continuou:

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 67 Os tomos que integram a hstia

    dum templo, so, no fundo, iguais quelesque formam o po pobre de umapenitenciria. Assim, toda matria em simesma. Passiva e plstica, anloga nasmos das entidades sbias ou ignorantes,

    amorosas ou brutalizadas, no estado decondensao conhecido na Crosta Planetria,e alm dele. Em razo disso, socompreensveis as transitrias construeslevantadas em nosso plano por criaturas

    desviadas do bem. Para quem anestesiou asfaculdades no prazer fugitivo, a separao dacarne geralmente constitui acesso a dolorosoestgio na incompreenso. E considerandoque a maioria das criaturas humanas

    persegue as sensaes do corpo fsico, qualse as atraes gensicas e o desvairadoapego aos bens provisrios dos crculos maisbaixos encerrassem toda a felicidade domundo, a colheita de personalidades

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 68desequilibradas sempre inquietante,conservando quase inalteradas as fileirasescuras dos insensatos cultivadores dasatisfao egostica a qualquer preo. Loucosperigosos, por voluntrios, dirigidos porinteligncias soberanas, especializadas em

    dominao, constituem hordas terrveis que,a bem dizer, vigiam as sadas das esferasinferiores em todas as direes.

    E porque permite Deus semelhante

    irregularidade? inquiriu Eli, sob visvelconsternao no bastaria ligeira ordemdo Eterno para sanar a desarmonia?

    Gbio, prestativo, no se fz esperado

    na resposta.Sorrindo, franco, aduziu com interesse:

    No ser o mesmo que perguntar omotivo pelo qual o Senhor nos esperou at

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 69ontem? acreditaremos em parasosmiraculosos? no sabemos, porventura, quecada homem se sentar no trono quelevantou ou se projetar ao fundo do abismoque preferiu? Alm disto, necessrioreconhecer que se o lapidrio aprimora a

    pedra, usando lima resistente, o Senhor doUniverso aperfeioa o carter dos filhostransviados de Sua Casa, usando coraesendurecidos, temporariamente afastados deSua Obra. Nem sempre o melhor juiz pode

    ser o homem mais doce.

    Qualidades morais e virtudes excelsasno so meras frmulas verbalistas. Soforas vivas.

    Sem a posse delas, impraticvel aascenso do esprito humano. Personalidadesvulgares apegam-se salvaguarda derecursos exteriores e neles centralizam os

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 70sentimentos mais nobres, prendendo-se afantasias inteis... Encarcera-se-lhes, ento,a mente na insegurana, na fragilidade, nopavor. O choque da morte imprime-lhestremendos conflitos organizaoperispirtica, veculo destinado s suas

    prprias manifestaes no circulo novo dematria diferente a que foram arrebatadas,e, aps perderem abenoados anos nocampo didtico da esfera carnal, enredadasem conflitos deplorveis, erram aflitas,

    exnimes e revoltadas, ajustando-se aoprimeiro grupo de entidades viciosas quelhes garantam continuidade de aventura emfictcios prazeres. Formam associaesenormes e compactas, com base nas

    emanaes da Crosta do Mundo, ondemilhes de homens e mulheres lhessustentam as exigncias mais baixas; fazemvida coletiva provisria fora de sugaremas energias da residncia dos irmos

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 71encarnados, qual se fssem extensa colniade criminosos, vivendo a expensas degeneroso rebanho bovino. Importa ponderar,contudo, que o homem explora a vaca,menos consciente e incapaz de ser julgadapor delito de conivncia, ao passo que, na

    esfera humana, o quadro apresenta outroaspecto. A criatura racional no se eximir responsabilidade. Se o perseguidor invisvelaos olhos terrestres erige agrupamentospara culto sistemtico revolta e ao

    egosmo, o homem encarnado, senhor devaliosos patrimnios de conhecimentosantificante, garante-lhe a obra nefasta pelafuga constante s obrigaes divinas decooperador de Deus, no plano de servio em

    que se localiza, alimentando ruinosa aliana.Um e outro, por isto, partilhando osresultados da indiferena destrutiva ou daao condenvel, atritam e se vascolejamreciprocamente, tais quais feras que se

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 72entredevoram na floresta da vida. Obsidiam-se, mtua-mente, quando nos atilhoseducativos da carne ou na ausncia deles.

    Atravessam sculos, assim, jungidos um aooutro, presos a lamentveis iluses epropsitos sinistros, com extremas

    perturbaes para si mesmos, j que aherana celestial se faz naturalmente vedadaa todos aqueles que menosprezam em siprprios as sementes divinas. H milhes dealmas humanas que se no afastaram, ainda,

    da Crosta Terrestre, h mais de dez milanos. Morrem no corpo denso e renascemnele, qual acontece s rvores que brotamsempre, profundamente arraigadas no solo.Recapitulam, individual e coletivamente,

    lies multimilenrias, sem atinarem com osdons celestiais de que so herdeiras,afastadas deliberadamente do santurio de simesmas, no terreno movedio da egolatriainconsequente, agitando-se, de quando em

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 74pontos do Globo, e, aos milhes, sob opatrocnio dEle, operam no amor e narenncia, avanando, dificilmente embora,humanidade a dentro, enfrentando aofensiva incendiria e exterminadora, com asbnos da Luz Celeste...

    A exposio no podia ser mais clara.Eli, contudo, observou, assombrado:

    Quem diria, na Terra, nosso velho

    domicilio, que a vida infinita se estenderia,assim, estranha e ameaadora?

    Sim concordou o orientador ,porm a ortodoxia no mundo costuma ser ocadver da revelao. Argumentos teolgicosde milnios obstruem os canais dainteligncia humana, quanto s realidadesdivinas. Mas a criatura prosseguir na tarefade autodescobrimento. A fora mental, naluta comum, permanece restrita ao crculo

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 76esferas superiores.

    O devotado orientador fixou o gesto dequem dava trmino oportuno s explicaes,sorriu, benvolo, e interrogou:

    Qual de ns cometeria o absurdo deexigir voo ao balo cativo? A mente humana,enraizada nos interesses mais fortes daTerra, no detm outro smbolo.

    Calamo-nos, atendidos em nossa fomede elucidaes. Colhramos ali, naconversao de alguns minutos, preciosomaterial de observao para longo tempo.

    Prosseguamos, agora, em silncio,

    extticos ante a beleza imponente da noite,maravilhosamente constelada.

    Vento brando sussurrava cnticos sempalavras na folhagem leve e grupos de

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 77amigos, que nos defrontavam de instante ainstante, mostravam no olhar a mesma docefelicidade que transbordava do arvoredoflorido.

    E assim, banhados em comoes

    inesquecveis, buscamos o santurio em quereceberamos instrues para servioprximo, inundados de confiana e alegria,na posio de trabalhadores jubilosos quecaminhassem contentes para a luta, como se

    avanassem, felizes, para uma festa de luz.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 81breve expedio do momento, apenasporque houvesse sido minha filha em erasrecuadas. Em cada problema de Socorro, imprescindvel Considerar as vrias partesem jogo. Em virtude do enigma de obsessoque nos propomos resolver, somos levados a

    buscar todas as personalidades quecompem o quadro de servio.Perseguidores e perseguidos entrelaam-se,em cada processo de auxlio, em grandeexpresso numrica. Cada esprito um elo

    importante em extensa regio da correntehumana. Quanto mais crescemos emconhecimentos e aptides, amor eautoridade, maior o mbito de nossasligaes na esfera geral.

    Almas existem que se vem sob ointeresse de milhes de outras almas.Enquanto os movimentos da vida seestendem, harmoniosos, sob os ascendentes

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 82do bem, as dificuldades no chegam asurgir; contudo, quando a Perturbao seestabelece, no fcil desfazer obstculosporque, em tais circunstncias indispensvel procedamos com absolutaimparcialidade dando a cada um quanto lhe

    caiba. O homem terrestre, mormente nosdias tormentosos, costuma ver somente o

    seu lado, mas, acima da justia comum,prpriamente considerada, outros tribunaismais altos funcionam... Em razo disso,

    todos os casos de desarmonia espiritual naTerra movem aqui extensa rede deservidores que passam a trat-los, seminclinaes pessoais, em bases do amor queJesus exemplificou e, nessas ocasies,

    preparamo-nos a satisfazer todos osimperativos de trabalho salvacionista que atarefa nos imponha ou proporcione, dentrodas atividades que lhe so conexas.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 84atinentes extenso do mundo e da vida,me aproximasse a insignificncia pessoal dagrandeza divina, e lgrimas tranquilasinundaram-me o rosto.

    O Instrutor tomou-nos a frente e, juntos,

    penetramos o jardim que circundava oaprazvel santurio.

    Alguns irmos adiantaram-seacolhedores.

    Um deles, o Instrutor Gama, que seencarregava dos servios da casa, abraou-nos e disse com bondade:

    Chegam no momento preciso. Os

    doadores de fluidos sublimados encontram-se a postos e a outra comisso j veio.

    Entramos sem detena.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 85Soube, de imediato, que outro grupo,

    constitudo, alis, por duas irms, ali seachava com o objetivo de receber instruesde servio para esferas mais baixas.

    Cariciosa claridade azul-brilhante

    banhava o largo recinto, adornado de floresnveas, semelhantes aos lrios queconhecemos na Terra.

    No houve tempo para conversaes

    prvias.Em seguida a saudaes ligeiras e

    cordiais, foi composto o conjunto de orao.

    Os doadores de energia radiante,

    mdiuns de materializao em nosso plano,se alinhavam, no longe, em nmero devinte.

    Comovedora partitura soou, argentina e

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 89ternura...

    Nesse ponto, crise mais intensa deemotividade impediu-lhe continuar.

    A nobre senhora que descera da tribuna,

    erguendo as filhas e acolhendo-as nosbraos, exclamou com acento consolador navoz sem lgrimas, no obstante a visvelmelancolia:

    Filhas amadas, o Sol combate a trevatodos os dias. Batalhemos contra o mal,incessantemente, at vitria. No sesuponham sozinhas no conflito doloroso.Desculpemos o Papai, infinitamente, ecolaboremos por restitui-lo terra firme daluz. Se o Cristo trabalha por ns, desde oprincipio dos sculos, sem que lhe possamoscompreender a amplitude dos sacrifcios, quedizer das nossas obrigaes de amparo etolerncia, uns para com os outros? Cludio

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 90se fz para sempre credor da nossa estima egratido, apesar do pavoroso crime Ocultoque no-lo arrebatou s profundezas ..Envenenou um parente para COnseguir ariqueza material que nos ofereceu educaoe conforto na esfera carnal. Por extrema

    dedicao a ns trs, no hesitou diante datentao que o constrangeu a infernalcompromisso. Dono de afeio inquieta, noSoube esperar a bno do tempo e lanoumo de inconfessvel processo para

    localizar-nos em um osis de Superioridadementirosa... Para que ele nos sentissegarantdos e felizes, viveu durante quarentaanos consecutivos entre o remorso e osofrimento, psiquicamente sintonizado com

    espritos maliciosos e vingativos dassombras, mas, na realidade, sobre asaflies dele nos foi possvel atravessarabenoada existncia de progresso econforto, numa casa ditosa e farta, sem

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 92desfalecem nas trevas? Abandonar quem nosserviu de degrau em plena ascenso divina das mais horrendas formas de ingratido, OSenhor no pode abenoar uma venturacolhida ao preo de angstias para aquelesque no-las deram. Estou Convencida de que

    h mais grandeza no anjo que desce aoinferno para salvar os filhos de Deus,transviados e sofredores, do que nomensageiro espiritual que se d pressa emcomparecer ante o Trono do Eterno para

    louv-Lo, com esquecimento dos prpriosbenfeitores...

    venervel matrona enxugou o prantocopioso e prosseguiu:

    Olvidemos, pois, minhas filhas, o quehoje somos, para socorrer os que, com opropsito de nos servirem, resvalaram adespenhadeiro sinistro e tormentoso.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 93Saldemos nossas dividas secretas comabnegao e devotamento. Mais tarde,receberei Antnio, o sobrinho envenenado,em meus braos maternos, reaproximando-ode Cludio, atravs da cordialidade e dorespeito vividos em comum. Ensinar-lhe-ei

    com alegre ternura a pronunciar o nome deDeus e a desfazer as pesadas nuvens derevolta que lhe empanam a vida ntima. Afim de inclin-lo compreenso e piedade,com mais eficincia, comprometi-me a

    acolher tambm no tabernculo materno asseis criaturas desviadas do bem, s quais seapegou, desvairado, nas regies inferiores,em face da culpa de quem nos foi desveladoamigo. Meu afeto reinar dificilmente num

    lar repleto de coraes menos afins com omeu, onde Jesus me ensinar a soletrar,venturosa, a doce lio do sacrifciosilencioso... Muitas vezes, lidarei com adiscrdia e a tentao; todavia, no

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 94podemos acreditar em felicidades deimproviso. Conquistaremos em cooperaoabenoada aquela paz que Cludio sonhoupara ns e que ele prprio no desfrutou...

    Para que eu parta, porm, no rumo da

    reencarnao, necessrio que o Papairenasa primeiro. Sem esse marco inicial,no posso atacar o nosso processo redentorem nova fase.

    Ajudemo-nos, assim, reciprocamente.Enquanto procuro transformar Antnio,reajustando-lhe as fibras afetivas, inclinemambas o esprito paterno esperana e meditao reconstrutivas...

    As jovens derramavam prantocomovedor, em que se misturavam angstiae alegria, e a matrona iluminada, revelando-se em despedida, acrescentou:

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 95 No desanimem, O tempo das

    mais preciosas ddivas do Senhor e o temponos auxiliar. O porvir reunir-nos- de novo,em abenoado refgio terrestre. Eu eCludio, ento renovado, receberemosmuitos filhinhos, e vocs duas estaro entre

    eles, reconfortando-nos os coraes. Tereisobre o peito algumas pedras preciosas porlapidar, no esforo de cada dia e, dentrodalma, duas flores, em ambas, cujo perfumeceleste me sustentar as energias

    necessrias Perseverana at ao fim...Compensar-me-o vocs duas de todas ascanseiras... Juntas pelo amor imperecveltrabalharemos sustentadas pela recordao,embora imprecisa, da gloriosa vida espiritual

    que, um dia, nos acolher, felizes etriunfantes. Lembremo-nos de Jesus eavancemos...

    Silenciou a emissria, e as moas,

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 96provvelmente avisadas de que o tempopermanecia esgotado, abraaram-na deencontro ao corao. sedentas de carinho AMezinha beijou-as, enternecida, e, apssaudar-nos cordialmente, tornou tribuna,em cujo topo desapareceu ao nosso olhar,

    numa onda de neblina evanescente

    Entreolhamo-nos em lgrimas, comoquem tivera permisso de repousar a menteem branda melodia

    As irms retomaram o lugar queocupavam e msica balsmica se fez ouvir,renovando-nos o ambiente, obedecendocerto, ao intuito de modificar-nos o campo

    vibracionalPonderando na incomensurvel bondade

    do Pai, recordei os laos afetivos que meligavam ao pretrito e observei, mais umavez, que todas as medidas do bem so

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 97planejadas e pacientemente executadaspelos que se angelizam nas Virtudes do Cu,lastimando Intimamente, as oportunidadesperdidas noutro tempo, quando o verdadeiroentendimento da vida me no felicitava oesprito.

    Ainda no voltara a mim mesmo dasalutar divagao, quando outro lenol dealva substncia, coroada de tons dourados,se fz visvel no alto. Em breves instantes,

    revestida de luz, outra mensageira surgia natribuna.

    Dos olhos irradiava doce magnetismosantificante.

    Trajava um peplo estruturado em finagaze azul-radiosa e desceu, erecta e digna,fitando-nos suavemente, procura dealgum, com interesse particular.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 98O Instrutor ergueu-se, reverente, e

    caminhou na direo dela, qual discpulosubmisso.

    A recm-chegada pronunciou frases depaz, sem afetao, e endereou-lhe a

    palavra, em tom de infinita ternura:

    Irmo Gbio, agradeo-te o concursodadivoso. Creio haver chegado,efetivamente, o instante de aceitar-te a

    ajuda fraterna, em favor da libertao demeu infortunado Gregrio. Espero, hsculos, pela renovao e penitncia dele.Impressionado pelos imensos recursos dopoder, no passado distante, cometeu

    hediondos crimes da inteligncia. Internadoem perigosa organizao de transviadosmorais, especializou-se, depois da morte, emoprimir ignorantes e infelizes. Peloendurecimento do corao, conquistou a

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 100 Ainda no chora sob o guante do

    arrependimento benfico e parece-me longedo remorso salvador; entretanto, j duvidada vitoria do mal e abriga interrogaes namente envilecida. No to severo nocomando dos espritos desventurados que

    lhe seguem as determinaes e o colapso desua resistncia no me parece remoto.

    Nesse instante, notei que a venervelmatrona derramava lgrimas discretas, que

    lhe deslizavam na face como sementes deluz.

    Parou por alguns momentos, controladapelas reminiscncias dolorosas, e continuou:

    Irmo Gbio, perdoa-me o pranto queno significa mgoa ou esmorecimento... Napauta do julgamento humano comum, meufilho espiritual ser talvez um monstro... Paramim, Contudo, a jia primorosa do corao

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 101ansioso e enternecido. Penso nele qual sehouvera perdido a prola mais linda nummar de lama e tremo de alegria aoconsiderar que vou reencontrlo. No paixo doentia que vibra em minhaspalavras. o amor que o Senhor acendeu

    em ns, desde o princpio. Estamos presos,diante de Deus, pelo magnetismo divino,tanto quanto as estrelas que se imantamumas s outras, no imprio universal. Noencontrarei o Cu, sem que os sentimentos

    de Gregrio se voltem igualmente para aEterna Sabedoria. Alimentamo-nos naCriao com os raios de vida imperecvel queemitimos uns para com os Outros. Comosurpreender a perfeita ventura se recebo do

    filho amado to smente raios de foras emdesvario?

    O nosso orientador contemplou-a, deolhos midos, e rogou:

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 102 Nobre Matilde! estamos prontos. Dita

    ordens! Por mais que fizssemos por tuaalegria, nosso esforo seria pobre epequenino, diante dos sacrifcios em que teempenhas por ns todos.

    Num sorriso triste, prosseguiu arespeitvel senhora:

    Descerei, dentro em breves anos,para o torvelinho de lutas carnais, a fim de

    esperar Gregrio em existncia de resgatedifcil e doloroso. Educ-lo-ei sob osprincpios superiores que regem a vida.Crescer sob minha inspirao imediata ereceber a prova perigosa e aflitiva da

    riqueza material. de nosso plano que eleacolha, no curso do tempo, em laborgradativo, a extensa legio de servidoresviciados que hoje o seguem e a eleobedecem, a fim de encaminh-los, tanto os

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 103possivelmente encarnados quanto osdesencarnados, atravs do carreiro desantificao pela disciplina benfica emconstrutivo suor. Padecer calnias evilipndios. Ser muita vez humilhado facedos homens. Triunfar nos bens efmeros e

    nas honrarias mentirosas. Receber, nodesdobramento da tarefa salvadora,tentaes de toda espcie que lhe serodesfechadas pela colnia de ignorncia,perversidade e delinquncia a que

    atualmente se filia, e conhecer, depois deexperincias inquietantes, a desero dosfalsos amigos, o abandono, a misria, aenfermidade, a velhice e a solido. Apegar-se- profundamente ao meu carinho, na

    infncia, na mocidade e na madureza;entretanto, na colheita de provaes maisduras, t-lo-ei precedido na viagem dotmulo... nessa poca, porm, que pressintode to longe, meu corao materno, embora

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 104na esfera espiritual, encoraja-lo-, passo apasso, na direo do esperado triunfo... Nasamarguras e desiluses que o ajudaro areestruturar e aperfeioar os poderes damente, minha voz de amor eterno ser porele registrada com mais preciso... At l,

    porm, Gbio, compete-me trabalhar muito esem desnimo, com incessanteaproveitamento das horas. Moverei as cordasda intercesso sublime, mobilizarei meusamigos, rogarei a Jesus fortaleza e

    serenidade. Iniciaremos a liberao com oteu abnegado concurso na zona abismal.

    A veneranda mensageira fz ligeirointervalo e, concentrando o olhar sobre o

    nosso Instrutor, aduziu com nova inflexo devoz:

    Atenders Margarida que te foi filhaamantssima e que a Gregrio ainda se

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 105encontra imantada por teias escuras dopassado e colaborars com o meudevotamento materno para que na alma delese converta a sublevao em humildade e afrieza, em calor. Encontrando-o, veste a capado servo prestimoso e fala-lhe em meu

    nome. Sob o gelo que lhe cristaliza ossentimentos, descansa, inapagada, a chamado amor que nos une para sempre.Disponho, agora, da permisso de fazer-mesentir e acredito que, face de tua amorosa

    tarefa, mover-se-lhe- o esprito endurecido.

    Sei quanto te custa a incurso nosdomnios da dor, porque s aquele que sabeamar e suportar consegue triunfo nas

    conscincias que se degradaram no mal;entretanto, meu amigo, os dons divinosdescem sobre ns, dentro de justascondicionais, O Senhor nos enriquece paraque enriqueamos a outrem, d-nos alguma

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 106coisa para ensaiarmos a distribuio debenefcios que Lhe pertencem, ajuda-nos afim de que auxiliemos, por nossa vez, osmais necessitados. Mais recolhe quem maissemeia...

    Diante daqueles olhos divinos, agoravelados de lgrimas que no chegavam acair, Gbio valeu-se do intervalo econsiderou, reverencioso:

    Abnegada Matilde, sou pequenino emexcesso para merecer-te as palavras. Ondeexiste a alegria, o sofrimento no se detm.Socorreste-me com a tua intercesso,amparando-me o zelo afetivo, perante as

    necessidades de Margarida. Um coraopaternal sempre venturoso, em sehumilhando pelos filhos que ama. Sousimplesmente teu devedor, e, se Gregriome flagelasse nos crculos em que domina,

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 107semelhante aflio se converteria igualmenteem jbilo, dentro de mim. De qualquermodo, ele me recordar tua bondade e teudevotamento apoiando-me os propsitos dedescer para servir. As dores que meacarretasse seriam abenoados espinhos nas

    rosas que me ofereceste. Em teu nome,salvarei minha filha, cuja experincia atualno corpo denso nos sumamenteimportante s reencarnaes porvindouras...Trabalharei reconhecido ao ensejo que me

    deste, lutarei, encorajado e feliz...

    Mostrando intenso jbilo e grandeesperana na expresso fisionmica, asenhora agradeceu com palavras generosas

    e concluiu: Ao terminares a fase essencial de tua

    misso, nos dias prximos, sobre o que sereinotificada por nossos mensageiros, irei ao

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 109 Possam minhas lgrimas de alegria

    orvalhar-te o esprito laborioso. Seguir-te-ei aao e aproximar-me-ei no instanteoportuno. Creio na vitria do amor, logoresplandea o minuto do reencontro. Nessedia abenoado, Gregrio e os companheiros

    que mais se afinarem com ele sero trazidospor ns a crculos regeneradores e, dessasesferas de reajustamento, conto reorganizarelementos ante o futuro promissor,sonhando em companhia dele as realizaes

    que nos competem alcanar.(1) A expresso campos de sada define lugares-limites, entre as esferas inferiores e superiores. Nota do autor espiritual.

    Gbio pronunciou algumas frases decompromisso fraterno.

    Trabalharamos sem descanso.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 110Desvelar-nos-amos pela execuo das

    ordens afetuosas.

    A singular entrevista terminou entrepreces de gratido ao Eterno Pai.

    Findo aquele culto vivo de amor imortal,despedimo-nos da famlia crist que ali secongregava.

    C fora, a noite se fizera mais bela.

    A Lua reinava num trono de azul macio,constelado de estrelas luzentes.

    Flores inmeras saudavam-nos comperfume inebriante.

    Ergui para o Instrutor olhos repletos deindagaes, mas Gbio, afagando-me osombros, delicadamente murmurou:

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 111 Repousa a mente e no perguntes por

    agora. Amanh, seguiremos na direo datarefa nova, que nos exigir muita prudnciae compreenso fraternal, e convence-te deque o servio nos esclarecer com a sualinguagem viva.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 112

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    Numa cidade estranha

    No dia imediato, pusemo-nos em

    marcha.Respondendo-nos s argies

    afetuosas, o Instrutor informou-nos de queteramos apenas alguns dias de ausncia.

    Alm dos servios referentes ao encargoparticular que nos mobilizava, entraramosem algumas atividades secundrias deauxlio. Tcnico em misses dessa natureza,afirmou que nos admitira, num trabalho que

    ele poderia desenvolver szinho, no s pelaconfiana que em ns depositava, mastambm pela necessidade da formao denovos cooperadores, especializados noministrio de socorro s trevas.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 113 Aps a travessia de vrias regies, em

    descida, com escalas por diversos postos einstituies socorristas, penetramos vastodomnio de sombras.

    A claridade solar jazia diferenada.

    Fumo cinzento cobria o cu em toda asua extenso.

    A volitao fcil se fizera impossvel.

    A vegetao exibia aspecto sinistro eangustiado. As rvores no se vestiam defolhagem farta e os galhos, quase secos,davam a ideia de braos erguidos emsplicas dolorosas.

    Aves agoureiras, de grande tamanho, deuma espcie que poder ser situada entre oscorvideos. crocitavam em surdina,semelhando-Se a pequenos monstros alados

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 115ressecadas, mas vivas, seriam almasconvertidas em silenciosas sentinelas de dor,qual a mulher de Lot, transformadasimblicamente em esttua de sal?

    E aquelas grandes corujas diferentes,

    cujos olhos brilhavam desagradvelmentenas sombras, seriam homens desencarnadossob tremendo castigo da forma? Quemchorava nos vales extensos de lama?criaturas que houvessem vivido na Terra que

    recordvamos, ou duendes desconhecidospara ns?

    De quando em quando, grupos hostis deentidades espirituais em desequilbrio nos

    defrontavam, seguindo adiante, indiferentes,incapazes de registrar-nos a presena.Falavam em alta voz, em portugusdegradado, mas inteligvel, evidenciando,pelas gargalhadas, deplorveis condies de

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 116ignorncia. Apresentavam-se em trajesbisonhos e conduziam apetrechos de lutar eferir.

    Avanamos mais profundamente, mas oambiente passou a sufocar-nos.

    Repousamos, de algum modo, vencidos defadiga singular, e Gbio, depois de algunsmomentos, nos esclareceu:

    Nossas organizaes perispirticas,

    maneira de escafandro estruturado emmaterial absorvente, por ato deliberado denossa vontade, no devem reagir contra asbaixas vibraes deste plano. Estamos naposio de homens que, por amor,

    descessem a operar num imenso lago delodo; para socorrer eficientemente os que seadaptaram a ele, so compelidos a cobrir-secom as substncias do charco, sofrendo-lhes,com pacincia e coragem, a influenciao

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 117deprimente.

    Atravessamos importantes limitesvibratrios e cabe-nos entregar a formaexterior ao meio que nos recebe, a fim desermos realmente teis aos que nos

    propomos auxiliar. Finda a nossatransformao transitria, seremos vistos porqualquer dos habitantes desta regio menosfeliz. A orao, de agora em diante, deve sernosso nico fio de comunicao com o Alto,

    at que eu possa verificar, quando naCrosta, qual o minuto mais adequado denosso retorno aos dons luminescentes. Noestamos em cavernas infernais, masatingimos grande imprio de inteligncias

    perversas e atrasadas, anexo aos crculos daCrosta, onde os homens terrestres lhessofrem permanente influenciao. Chegoupara ns o momento de pequenotestemunho. Muita capacidade de renncia

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 118indispensvel, a fim de alcanarmos nossosfins. Podemos perder por falta de pacinciaou por escassez de vocao para o sacrifcio.Para a malta de irmos retardados que nosenvolver, seremos simples desencarnados,ignorantes do prprio destino.

    Passamos a inalar as substnciasespessas que pairavam em derredor, comose o ar fosse constitudo de fluidos viscosos.

    Eli estirou-se, ofegante, e no obstanteexperimentar, por minha vez, asfixianteopresso, busquei padronizar atitudes pelaconduta do Instrutor, que tolerava ametamorfose, silencioso e palidssimo.

    Reparei, confundido, que a voluntriaintegrao com os elementos inferiores doplano nos desfigurava enormemente. Poucoa pouco, sentimo-nos pesados e tive a ideiade que fora, de improviso, religado, de novo,

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 119ao corpo de carne, porque, embora mesentisse dono da prpria individualidade, mevia revestido de matria densa, como sefsse obrigado a envergar inesperadaarmadura.

    Decorridos longos minutos, o orientadorapelou, diligente:

    Prossigamos! Doravante, seremosauxiliares annimos. No nos convm, por

    enquanto, a identificao pessoal. Mas, no ser isto mentir? clamou

    Eli, quase refeito.

    Gbio dividiu conosco um olhar de

    benevolncia e explicou, bondoso:

    No te recordas do texto evanglicoque recomenda no saiba a mo esquerda oque d a direita? Este o momento de

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 120ajudarmos sem alarde. O Senhor no mentiroso quando nos estende invisveisrecursos de salvao, sem que lhe vejamos apresena. Nesta cidade sombria, trabalhaminmeros companheiros do bem nascondies em que nos achamos. Se

    erguermos bandeira provocante, nestescampos, nos quais noventa e cinco por centodas inteligncias se encontram devotadas aomal e desarmonia, nosso programa serestraalhado em alguns instantes. Centenas

    de milhares de criaturas aqui padecemamargos choques de retorno realidade, soba vigilncia de tribos cruis, formadas deespritos egostas, invejosos e brutalizadosPara a sensibilidade medianamente

    desenvolvida, o sofrimento aqui inaprecivel.

    E ha governo estabelecido num reinoestranho e sinistro quanto este? indaguei.

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 121 Como no? respondeu Gbio,

    atenciosamente. Qual ocorre na esferacarnal, a direo, neste domnio, concedidapelos Poderes Superiores, a ttulo precrio.Na atualidade, este grande emprio depadecimentos regeneratvos permanece

    dirigido por um strapa de inqualificvelimpiedade, que aliciou para si prprio opomposo ttulo de Grande Juiz, assistido porassessores polticos e religiosos to frios eperversos quanto ele mesmo. Grande

    aristocracia de gnios implacveis aqui sealinha, senhoreando milhares de mentespreguiosas, delinqentes e enfermias...

    E porque permite Deus semelhante

    absurdo?Dessa vez, era o meu colega que

    perguntava, de novo, semi-apavorado,agora, ante os compromissos que

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 122assumramos.

    Longe de perturbar-se, Gbio replicou:

    Pelas mesmas razes educativasatravs das quais no aniquila uma nao

    humana quando, desvairada pela sede dedominao, desencadeia guerras cruentas edestruidoras, mas a entrega expiao dosprprios crimes e ao infortnio de si mesma,para que aprenda a integrar-se na ordem

    eterna que preside vida universal. Deperodo a perodo, contado cada um porvrios sculos, a matria utilizada porsemelhantes inteligncias revolvida ereestruturada, qual acontece nos crculos

    terrenos; mas se o Senhor visita os homenspelos homens que se santificam, corrigeigualmente as criaturas por intermdio dascriaturas que se endurecem ou bestializam.

    Significa ento que os gnios

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 123malditos, os demnios de todos os tempos...

    exclamei, reticencioso...

    Somos ns mesmos completou oInstrutor, paciente quando nosdesviamos, impenitentes, da Lei. J

    perambulamos por estes stios sombrios einquietantes, mas os choques biolgicos dorenascimento e da desencarnao, mais oumenos recentes, no te permitem, nem aEli, o desabrocho de reminiscncias

    completas do passado. Comigo, porm, asituao diversa.

    A extenso de meu tempo, na vida livre, j me confere recordaes mais dilatadas e,

    de antemo, conheo as lies queconstituam novidade. Muitos de nossoscompanheiros, guindados altura, no maisidentificam nestas paragens seno motivosde cansao, repugnncia e pavor; todavia,

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 124foroso observar que o pntano,invarivelmente, uma zona da naturezapedindo o socorro dos servos mais fortes egenerosos.

    Msica extica fazia-se ouvir no

    distante e Gbio rogou-nos prudncia ehumildade em favor do xito no trabalho adesdobrar-se.

    Reerguemo-nos e avanamos.

    Fizera-se-nos tardio o passo e nossamovimentao difcil.

    Em voz baixa, o orientador reiterou arecomendao:

    Em qualquer constrangimento ntimo,no nos esqueamos da prece. , de ora emdiante, o nico recurso de que dispomos afim de mobilizar nossas reservas mentais

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 125superiores, em nossas necessidades dereabastecimento psquico. Qualquerprecipitao pode arrojar-nos a estadosprimitivistas, lanando-nos em nivel inferior,anlogo ao dos espritos infelizes quedesejamos auxiliar. Tenhamos calma e

    energia, doura e resistncia, de nimovoltado para o Cristo.

    Lembremo-nos de que aceitamos oencargo desta hora, no para justiar e sim

    para educar e servir.Adiantamo-nos, caminho a fora, como se

    fazia possvel.

    Em minutos breves, penetramosvastissima aglomerao de vielas, reunindocasario decadente e srdido.

    Rostos horrendos contemplavam-nosfurtivamente, a princpio, mas, medida que

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 126varvamos o terreno, ramos observados,com atitude agressiva, por transeuntes demiservel aspecto.

    Alguns quilmetros de via pblica,repletos de quadros deplorveis, desfilaram a

    nossos olhos.

    Mutilados s centenas, aleijados de todosos matizes, entidades visceralmentedesequilibradas, ofereciam-nos paisagens de

    arrepiar.Impressionado com a multido de

    criaturas deformadas que se enfileiravam sobnosso raio visual, perfeitamentearrebanhadas ali em experincia coletiva,enderecei algumas interrogaes aoInstrutor, em tom discreto.

    Porque to extensa comunidade desofredores? Que causas impunham to

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 127flagrante decadncia da forma?

    Paciente, o orientador no se fzdemorado na resposta.

    Milhes de pessoas informou,

    calmo , depois da morte, encontramperigosos inimigos no medo e na vergonhade si mesmas. Nada se perde, Andr, nocrculo de nossas aes, palavras epensamentos. O registro de nossa vida

    opera-se em duas fases distintas,perseverando no exterior, atravs dos efeitosde nossa atuao em criaturas, situaes ecoisas, e persistindo em ns mesmos, nosarquivos da prpria conscincia, que recolhe

    matemticamente todos os resultados denosso esforo, no bem ou no mal, ao interiordela prpria, O esprito, em qualquer parte,move-se no centro das criaes quedesenvolveu. Defeitos escuros e qualidades

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 128louvveis envolvem-no, onde se encontre. Acriatura na Terra, por onde peregrinamos,ouve argumentos alusivos ao Cu e aoInferno e acredita vagamente na vidaespiritual que a espera, alm-tmulo.

    Mais cedo que possa imaginar, perde oveculo de carne e compreende que no sepode ocultar por mais tempo, desfeita amscara do corpo sob a qual se escondia maneira da tartaruga dentro da carapaa.

    Sente-se tal qual e receia a presena dosfilhos da luz, cujos dons de penetrao lheidentificariam, de pronto, as mazelasindesejveis. O perisprito, para a mente, uma cpsula mais delicada, mais suscetvel

    de refletir-lhe a glria ou a viciao, emvirtude dos tecidos rarefeitos de que seconstitui. Em razo disso, as almas decadas,num impulso de revolta contra os deveresque nos competem a cada um, nos servios

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 129de sublimao, aliam-se umas s outrasatravs de organizaes em queexteriorizam, tanto quanto possvel, oslamentveis pendores que lhes sopeculiares, no obstante ferretoadas peloaguilho das inteligncias vigorosas e cruis.

    Mas interferi no h recurSos desoerguer semelhantes comunidades?

    A mesma lei de esforo prprio

    funciona igualmente aqui. No faltam apelossantificantes de Cima; contudo, com aausncia da ntima adeso dos interessadosao ideal da melhoria prpria, impraticvelqualquer iniciativa legtima, em matria de

    reajustamento geral. Sem que o esprito,senhor da razo e dos valores eternos quelhe so consequentes, delibere mobilizar opatrimnio que lhe prprio, no sentido deelevar o seu campo vibratrio, no justo

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 130seja arrebatado, por imposio, a regiessuperiores que ele mesmo, por enquanto,no sabe desejar. E at que resolva atirar-seao empreendimento da prpria ascenSO,vai sendo aproveitado pelas leis universaisno que possa ser til Obra Divina. A

    minhoca, enquanto minhoca, compelidaa trabalhar o solo; o peixe, enquanto peixe, no viver fora dgua...

    Sorrindo, ante a prpria argumentao,

    concluiu bem humorado: natural, pois, que o homem, dono

    de vastaS teorias de virtude salvadora,enquanto se demora no comboio da

    inferioridade seja empregado em atividadesinferiores. A Lei estima infinitamente aLgica.

    Calou-se Gbio, evidentementeconstrangido pela necessidade de no

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 131acordarmoS demasiada ateno em torno dens.

    Tocado, no entanto, pela misria que aliemoldurava tanta dor, perdi-me num mar deindagaes ntimas.

    Que emprio extravagante era aquele?algum pas onde vicejassem tipos sub-humanos? Eu sabia que semelhantescriaturas no envergavam corpos carnais e

    que se congregavam num reino purgatorial,em beneficio prprio; entretanto, vestiam-Sede roupagens de matria francamenteimunda. Lombroso e Freud encontrariam aextenso material de observao. Incontveis

    tipos que interessariam, de perto, criminologia e psicanlise. Vagueavamabsortos, sem rumo. Exemplares inmerosde pigmeus, cuja natureza em si ainda noposso precisar, passavam por ns, aos

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    Libertao Chico Xavier Andr Luiz 132magotes. Plantas exticas, desagradveis aonosso olhar, ali proliferam, e animais emcpia abundante, embora monstruosos, semovimentavam a esmo, dando-me a ideia deseres acabrunhados que pesada motransformara em duendes. Becos e

    despenhadeiros escuros se multiplicavam emderredor, acentuando-nos o angustiosoassombro.

    Aps a travessia de vastssima rea, no

    sopitei as interrogaes que me escapavamdo crebro.

    O Instrutor, todavia, escla