CIBERTERRORISMO E RISCO GLOBAL ENFOQUE JURÍDICO E AÇÃO DO ESTADO

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CIBERCRIME E DESAFIOS ORDEM JURDICO-PENALARNALDO SOBRINHO DE MORAIS NETO [email protected]

O MUNDO JURDICO E A PS-MODERNIDADE

O mundo jurdico: tradio, regras e leis; Holgonsi Soares (UFSM) o ps-modernismo caracteriza-se por profundo desenvolvimento e transformao no campo tecnolgico, na produo econmica, na cultura, nas formas de sociabilidade, na vida poltica e na vida cotidiana (Globalizao); Para Thomas Friedman o aperfeioamento dos computadores, das telecomunicaes e da WWW possibilitou que um nmero maior de pessoas em todos os lugares do mundo passassem a ter acesso e a compartilhar informaes surgimento de talentos, de oportunidades e tambm de ameaas.

DESCRIO DE CENARIOS

ALGUNS NMEROS A MAIS1,96 Bilhes de pessoas na Internet (2011) 6 trilhes pginas Web acessveis na Internet ; 2,5 Bilhes de pesquisas do Google / ms 15% de todo o comrcio mundial j acontece on-line; Prejuzos anuais ultrapassam a cifra de bilhes de dlares.

PANORAMACibercrime refere-se a um vasto leque de atividades ilegais atravs do ciberespao perpetrados por meio de tecnologias de informao e comunicao (TIC). Dependendo do papel desempenhado pela tecnologia, outras distines podem ser feitas: velhos crimes podem ser cometidos atravs de novos instrumentos: (Fraudes, clonagem, etc); Novas ferramentas pode fazer novos crimes possveis: Botnets, phishing, crimes contra a honra, subtrao de intentidade; Custo estimado em US $ 100 bilhes anualmente. Coloca muitos desafios para as organizaes, governos e da aplicao da lei (crime em constante evoluo);

DESCRIES DOS MAIORES RISCOS:Crianas e adolescentes como maiores usurios;

Dificuldades de controle de acesso domstico (a questo das lan houses); O que os adolescentes mais acessam? Jogos, pesquisas escolares, programas de batepapo e redes de relacionamentos no Brasil o Orkut (Facebook EUA); Osmaiores riscos so: accesso a pornografia, subtrao de dados e informaes pessoais e contato predatrio;

QUESTES CONCEITUAIS CIBERESPAO CRIME - CIBERCRIMEO termo foi empregado pela primeira vez no incio da dcada de 80 quando William Gibson teve as primeiras ideias visionrias sobre o ciberespao; Rohrmann o ciberespao surgiu com a revoluo das telecomunicaes que seria equivalente aos termos mundo online ou mundo virtual, como ambiente de comunicao que interliga os dispositivos eletrnicos, permitindo s pessoas a realizao de vrios atos, muitos dos quais jurdicos; Crime conceito analtico: conduta tpica, antijurdica e culpvel;

CONCEITO DE CIBERCRIME - DIFICULDADESDificuldade de definio (Brasil): delito informtico, crime de informtica, crime informtico, crime eletrnico, crimes de internet, crimes virtuais, crimes digitais, cibercrime, crimes de computador, delito virtual, crimes computacionais, crimes telemticos, crimes de alta tecnologia; Direito internacional (Zavrsnik): computer crime (crime de computador), computer-related crime (crime relacionado ao computador), crime in information science (crime da cincia da informao), ICT crime (crime de TIC telecomunicaes, informtica e comunicaes), internet crime (crime de internet), virtual crime (crime virtual), computer network crime (crime de redes de computadores), information crime (crime de informao), cybercrime (cibercrime) e hig tech crime (crime de alta tecnologia); Denominaes para o direito: Direito da Informtica , Informtica Jurdica, Direito Eletrnico, Direito da Internet, Direito Virtual (Cyberlaw), Direito Digital, Direito da Sociedade da Informao e Direito do Ciberespao.

DEFINIO JURDICA PARA CIBERCRIMEManual das Naes Unidas para Preveno e Controle dos Crimes por Computador define os crimes de computador como sendo: (1) fraude por manipulao do computador; (2) falsificaes por computador; (3) danos ou modificaes de dados ou programas de computador; (4) acesso no autorizado a sistemas e servios de computador; (5) reproduo no autorizada de programas legais de computador; Conveno de Budapeste define nos artigos 2 a 10 o cibercrime, estabelecendo contedo de matria penal em quatro diferentes categorias: (1) infraes contra a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade de dados e sistemas; (2) As infraes relacionadas com computador; (3) infraes relacionados com contedo; (4) delitos relacionados com a violao dos direitos de autor e direitos conexos. Definio (Chawki): qualquer ao ilegal associada com a interligao de sistemas de computadores e redes de telecomunicaes.

CARACTERSTICAS DO CIBERCRIMECategorias: Parker apresenta trs categorias de cibercrime: Um computador como o alvo de um crime; O computador usado como uma ferramenta para a conduo de um crime (Roubo, fraude, pornografia infantil) e o computador acessrio para o cometimento do crime. Caractersticas: Uso da tecnologia como meio ou como fim para cometimento de crimes; Uso da internet, de redes de computadores ou de telecomunicaes; Carter transnacional: podem ultrapassar as fronteiras de mais de um Estado e Incidncia sobre pessoas, propriedade, organizaes e sobre Estado.

CIBERCRIME E RISCO GLOBAL

REGISTRO DE INCIDENTES

TIPOS DE INCIDENTES REGISTRADOS EM 2010

COMBATE AO CIBERCRIME

INSTRUMENTOS JURDICOS: BRASILConstituio Federal art. 5: XII - inviolvel o sigilo da correspondncia e das comunicaes telegrficas, de dados e das comunicaes telefnicas, salvo, no ltimo caso, por ordem judicial, nas hipteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigao criminal ou instruo processual penal; Lei n 9.296/96 (interceptao de dados); Art. 10. Constitui crime realizar interceptao de comunicaes telefnicas, de informtica ou telemtica, ou quebrar segredo da Justia, sem autorizao judicial ou com objetivos no autorizados em lei. Pena: recluso, de dois a quatro anos, e multa.

INSTRUMENTOS JURDICOS: BRASILEstatuto da Criana e do Adolescente, pune, dentre outras, a conduta de veicular, pela Internet, fotos, imagens ou cenas de crianas e adolescentes com contedo sexual (art. 241 da Lei 8.069/90) com as reformulaes da lei Em novembro de 2008, o Presidente da Repblica sancionou a Lei n 11.829, de 2008 estabelecendo punio para posse de material pornogrfico envolvendo crianas e adolescentes; Proteo a banco de dados da Administrao: a) divulgao de segredo (art. 153, 1-A do CP) e b) peculato (art. 313-A e 313-B do CP). Cdigo Penal de 1940 (furto mediante fraude, fraude, formao de bando ou quadrilha, calnia, difamao, etc) Legislao extravagante (violao de sigilo bancrio, crimes contra o sistema financeiro, etc).

PROTEO JURDICA INTERNACIONALConveno de Budapeste 23.11.2001 Antecedentes: UE, OCDE, ONU, G8 e Interpol; Cenrio da Conveno: o ps 11 de setembro ataques ao WTC; Pases signatrios: 46 (28 ratificaram); Pases signatrios no integrantes da UE: Canad, Costa Rica, Repblica Dominicana, Japo, Mxico, Filipinas frica do Sul e com destaque os Estados Unidos, bero da internet (a Conveno foi ratificada em 2006 e entrou em vigor em 1 de janeiro de 2007).

CONTEDO DA CONVENOCaptulo I - trata de terminologias; Captulo II - estabelece medidas a tomar a nvel nacional, com o fixao de aspectos referentes ao direito penal material, processual e competncia; Captulo III - da Conveno apresenta-se como o mais significativo ao presente estudo, uma vez que trata da cooperao internacional; Captulo IV - so expostas as disposies finais, com destaque para os artigos que tratam da adeso Conveno (convite), da aplicao territorial e de seus efeitos;

CAPTULO II DA CONVENOSeco 1 Direito penal material Ttulo 1 Infraes contra a confidencialidade, integridade e disponibilidade de sistemas informticos e dados informticos Ttulo 2 Infraes relacionada com computadores; Ttulo 3 Infraes relacionadas com o contedo; Ttulo 4 Infraes relacionadas com a violao do direito de autor e direitos conexos; Ttulo 5 Outras formas de Responsabilidade e Sanes. Seco 2 Direito Processual Ttulo 2 Conservao expedita de dados informticos armazenados Ttulo 4 Busca e Apreenso de dados informticos armazenados Ttulo 5 Recolha em tempo real de dados informticos

PONTOS CONTROVERSOSConservao expedita de dados armazenados (90 dias); e trfego informticos

Fornecimento compulsrio de dados de assinantes pelos provedores; Busca e Apreenso de dados informticos armazenados; Recolha em tempo real de dados informticos; Reao da sociedade civil: protestos, abaixo-assinado on line sob o argumento que a Conveno fere direitos fundamentais: privacidade e liberdade de expresso.

CONCLUSOCibercrime ameaa real com potencial crescimento; Prejuzos pessoas fsicas e jurdicas; Impossibilidade de combate efetivo sem instrumentos jurdicos de cooperao penal internacional; Brasil: MRE e Presidente contrrios adeso; Necessidade de uma Conveno internacional.

Muito obrigado.Arnaldo Sobrinho de Morais Neto [email protected]