Ciencia Como Vocacao - Fichamento

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  • 7/21/2019 Ciencia Como Vocacao - Fichamento

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    FICHAMENTO

    WEBER, Max. A Poltica como vocao. In.Ensaios de Sociologia. Rio deJaneiro: Guanabara,1982.

    Assunto

    O que entendemos por poltica? O que uma associao poltica do ponto de vistasociolgico? O que o Estado?

    p.97-98

    Sntese

    O conceito de poltica extremamente amplo, pormqueremos compreender a poltica apenas como aliderana ou a influncia sobre a liderana de umaassociao poltica, de um Estado.

    O Estado moderno s pode ser definidosociologicamente em termos dos meios especficospeculiares a ele, como peculiares a toda associaopoltica, o uso da fora.

    Quando e porque os homens obedecemao Estado, sobre que justificao intmae sobre que meios exteriores essedomnio repousa.

    p.99

    H trs justificaes interiores, bsicas do domnio:O domnio tradicional, o domnio carismtico e odomnio legal.

    Compreende-se que, na realidade, a obedincia determinada pelos motivos bastantes fortes do medoe esperana e, alm de tudo isso, pelos maisvariados interesses.

    O domnio carismtico: raiz de umavocao em sua expresso mais elevada.

    p.99-100

    - O lder pessoalmente reconhecido como lder.

    - Os homens obedecem porque acreditam nele.

    - Surgiu em todos os lugares e em todas as pocashistricas.

    Como os poderes politicamentedominantes conseguem manter seudomnio?

    p.100-103

    - O domnio organizado exige controle do quadro depessoal executivo e os implementos materiais daadministrao.

    - Para manter o domnio pela fora so necessrioscertos bens materiais.

    - O detentor do poder deve ser capaz de contar coma obedincia de seus membros do quadro,autoridades ou quem quer que seja.

    - O Estado moderno uma associao compulsriaque organiza a dominao.

    Processo de expropriao poltica

    p.103

    - Os "polticos profissionais": Se desenvolveramatravs da luta dos prncipes com os estamentos,serviram a ele e foram, no passado, o mais

    importante instrumento de expropriao poltica.

    A poltica pode ser uma ocupaosubsidiria ou uma vocao.

    p.103-104

    - Os polticos ocasionais: Somos todos polticosocasionais.Toda relao de muitas pessoas para coma poltica se limita a isso.

    - Os polticos vocacionados: Eram aqueles que, pornecessidade do prncipe, se tornavam colaboradoresdedicados, total e exclusivamente ao seu servio.

    Como eram os polticos que fizeram dapoltica a sua principal vocao?

    p.105

    - H dois modos principais pelos quais algum podefazer da poltica a sua vocao: viver "para" apoltica ou viver "da" poltica.Quem luta para fazerda poltica uma fonte de renda permanente, vive"da" poltica como vocao, ao passo que quem noage assim vive para a poltica.

    A independncia econmica dos quevivem "para" a poltica.

    p.106

    Sob o domnio da ordem da propriedade privada,para que uma pessoa possa viver "para" a polticadeve ser economicamente independente da rendaque a poltica pode proporcionar.

    A liderana de um Estado ou de um partido porhomens que vivem exclusivamente para a poltica, eno da poltica, significa necessariamente umrecrutamento plutocrtico das principais camadaspolticas.

    A conduo honorfica da poltica.

    p.107

    A liderana poltica pode ser acessvel aos ricos ouaos homens sem propriedade que necessitam derecompensa.

    As lutas partidrias

    p.108

    Todas elas so lutas para o controle de cargos, bemcomo lutas para metas objetivas.

    Exemplos: Alemanha, Frana e Sua.

    A evoluo do funcionalismo moderno ea apario dos "polticos destacados"

    p.109-110

    - A evoluo do funcionalismo moderno se ope aadaptao a um partido como meio para alcanar ofim de ser beneficiado dessa maneira.

    - O aparecimento dos "polticos destacados" se fezuntamente com a ascendncia de um funcionalismoespecializado, embora em transies menosperceptveis.

    Exemplos do Oriente e do Ocidente

    A separao dos funcionrios pblicos Essa separao se deu pelo desenvolvimento da

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    em duas categorias.

    p.111-112

    poltica numa organizao que exigia o treinamentona luta pelo poder, e nos mtodos dessa luta, talcomo o desenvolveram os modernos partidospolticos. Essas categorias so os funcionrios"administrativos", de um lado, e os funcionrios"polticos", do outro.

    A peculiaridade tpica dos polticosprofissionais, dos lideres, bem como deseus seguidores.

    p.113-114

    Enfrentando os estamentos, o prncipe encontrouapoio nas camadas politicamente explorveis, forada ordem dos estamentos, Entre elas estavam, oclero, os literatos de educao humanista,a nobrezacortes, os "gentis-homens" e o jurista de formaouniversitria.

    O jurista de formao universitria e suasignificao para a estrutura poltica do

    continente europeu.

    p.114-115

    Destaca-se principalmente pelo fato de que em todaparte a revoluo da administrao poltica na

    direo do Estado racional foi promovida pelosuristas formados.Sem esse racionalismo jurdico, aascenso do Estado absolutista to poucoimaginvel quanto revoluo (francesa). Asignificncia do jurista na poltica ocidental, desde aascenso dos partidos, no acidental.

    O funcionrio autntico.

    p.116

    O funcionrio autntico no se dedicar poltica.Deve dedicar-se, de preferncia, "administrao"imparcial.

    O lder poltico.

    p.116-117

    Tomar uma posio, ser apaixonado, , acima detudo, o elemento do lder poltico.A honra dele estnuma responsabilidade pessoal exclusiva pelo queele faz.

    Os tipos de figuras polticas.

    p.117

    Desde a poca do estado constitucional, o"demagogo" tem sido o lder poltico tpico noOcidente.O publicista poltico, e acima de tudo oornalista, hoje o representante mais importanteda espcie demaggica.

    O jornalista poltico.

    p.118-120

    Nos partidos burgueses, no conjunto, aspossibilidades de ascenso ao poder poltico, atravsdeste caminho, so ainda piores, em comparaocom o que ocorria na gerao anterior.Naturalmente,todo poltico conseqente precisou influir naimprensa, da, precisou de relaes com aimprensa.At agora, porm, nossas grandesempresas jornalsticas capitalistas, que controlamespecialmente a "cadeia de jornais", com "annciosclassificados", foram, regular e tipicamente, osfomentadores da indiferena poltica.

    Os partidos e as organizaespartidrias.

    p.121-128

    Em todas as associaes polticas mais ou menosamplas, a organizao poltica necessariamentecontrolada por homens interessados no controle dapoltica.A liderana ativa e seu sqito recrutadolivremente so os elementos necessrios vida dequalquer partido.

    Os partidos eram a princpio, simples sqitos daaristocracia. Em princpio, a natureza de um aparatopartidrio como associao de notveis permaneceinalterada.Ora, as formas mais modernas deorganizaes partidrias contrastamacentuadamente com esse estado idlico no qualcrculos de notveis e, acima de tudo, os membrosdo parlamento dominam.

    Os seguidores do partido, e acima de tudo os seusfuncionrios e empresrios, espera naturalmenteuma compensao pessoal pela vitria de seuchefe.Sob esse aspecto, o elemento "carismtico" detoda liderana funciona no sistema partidrio.Emgraus muito diferentes, esse sistema progrediu,embora em luta constante e latente com os notveislocais e os membros do parlamento que lutavampela influncia.

    Quais foram s conseqncias de todoeste sistema?

    p.129

    Hoje em dia, os membros do Parlamento,normalmente no so nada mais do que homensbem disciplinados e sempre de acordo.

    Como ocorre a seleo dos chefes fortes?

    p.129

    Depois das qualidades da vontade naturalmente afora do discurso demaggico , acima de tudo,decisiva.

    O que significa a entrega de cargosfederais aos partidrios do candidatovitorioso, para as formaes partidriasde hoje?

    p.130

    Significa que partidos sem princpios opem-semutuamente.

    Quem a figura que surge no quadrodesse sistema de mquina partidriaplebiscitria?

    p.131-133

    Ele o chefe poltico, empresrio capitalista polticoque, por conta prpria e correndo seu risco, fornecevotos. Assim, existe uma forte mquina partidriacapitalista, organizada de forma rigorosa e total, de

    alto a baixo, e apoiada por clubes de extraordinriaestabilidade.

    Quais foram, em essncia, as condiesdecisivas da administrao poltica naAlemanha?

    P.134

    Primeiro, os parlamentos foram impotentes. A issodevemos acrescentar a importncia do funcionalismoespecializado e formado na Alemanha. Um terceirofator o de que na Alemanha tivemos partidos, comopinies pblicas baseadas em princpios, quesustentaram que seus membros, pelo menos demaneira subjetiva, representavam genuinamente

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    Weltanschauungen.

    Considerando tudo isso, que aconteceuento aos polticos profissionais naAlemanha?

    p.135-136

    No tiveram poder, responsabilidade e s puderamdesempenhar um papel subordinado, comonotveis.Desde de a dcada de 1880 os partidosburgueses transformaram-se totalmente emassociaes profissionais, ou corporaes, denotveis.

    Que condio intmas pode, ento,oferecer essa carreira e que condiespessoais so pressupostas para quemnela ingressa?

    p.137-139

    Podemos dizer que trs qualidades destacadas sodecisivas para o poltico: paixo, senso deresponsabilidade e senso de propores.Portanto, atodo dia e a toda hora, o poltico tem de superar,interiormente, um inimigo bastante comum edemasiado humano: a vaidade vulgar.

    A ao poltica.

    p.140

    O resultado final da ao poltica mantm comfreqncia, e s vezes regularmente, uma relaototalmente inadequada e por vezes at mesmoparadoxal com o seu sentido original.

    O ethosda poltica como "causa".

    p.141-142

    Primeiro, vamos libertar-nos de uma falsificaomuito trivial: ou seja, a de que a tica pode surgirprimeiro num papel moralmente muitocomprometido.Se h alguma coisa "vulgar", ento,isso vulgar, e o resultado desse modo deexplorar a "tica" como meio de "estar com a razo".

    Que relaes tm realmente a tica e apoltica?

    p.142-151

    O dever da fidelidade, para a tica absoluta, trata-sede um valor incondicional.

    Devemos ser claros quanto ao fato de que todaconduta eticamente orientada pode ser guiada poruma de duas mximas fundamentalmente eirreconciliavelmente diferentes: a conduta pode serorientada para uma "tica das ltimas finalidades",

    ou para uma "tica da responsabilidade".

    O meio decisivo para a poltica a violncia.Estamos colocados em vrias esferas da vida, cadaqual governada por leis diferentes.Normalmente, oprotestantismo, porm, legitimou de forma absolutao Estado como instituio divina e da a violnciacomo meio.

    Quem contrata meios violentos para qualquer fim - etodo poltico o faz fica exposto s suasconseqncias especficas.Quem deseja dedicar-se apoltica, e especialmente a poltica como vocao,tem de compreender esses paradoxos ticos.

    No podemos prescrever a ningum que deva seguiruma tica de fins absolutos ou uma tica deresponsabilidades, ou quando uma e quando

    outra.Uma tica de fins ltimos e uma tica deresponsabilidade no so contrastes absolutos, masantes suplementos, que s em unssono constituemum homem genuno um homem que pode ter a"vocao para a poltica".

    Concluso.

    p.152-153

    A poltica como a perfurao lenta de tbuasduras. Exige tanto paixo como perspectiva. Isso necessrio neste momento mesmo, ou os homensno podero alcanar nem mesmo aquilo que possvel hoje. Somente quem tem a vocao dapoltica ter certeza de no desmoronar quando omundo, do seu ponto de vista, for demasiadoestpido ou demasiado mesquinho para iq eu ele lhedeseja oferecer. Somente quem, frente a tudo isso,pode dizer"Apesar de tudo

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