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XI Encontro JUTRA - O Direito do Trabalho de mãos dadas A indispensável solidariedade, sempre 26 a 27 de março de 2015, Faculdade de Direito, FOCCA, Olinda - PE Grupo de Trabalho 1: A neo flexibilização e a violação ou não ao princípio da solidariedade O PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE COMO GARANTIA DA DIGNIDADE HUMANA NO EXERCÍCIO DO JUS POSTULANDI NA CENTRAL DE ATENDIMENTO DO TRT8 BELÉM Ciro BRITO Universidade Federal do Pará (UFPA) Passagem Rosane, 70, 66.093-440, Marco, Belém-PA +55 91 98252 8662 [email protected]

Ciro Brito Artigo JUTRA_Juliana Moura

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AS TESES SELECIONADAS E DEFENDIDAS NO XI JUTRA , em OLINDA, PE, Brasil. - ACESSEM a qui e no site da JUTRA www.jutra.org.pt

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  • XI Encontro JUTRA - O Direito do Trabalho de mos dadas A indispensvel solidariedade,

    sempre

    26 a 27 de maro de 2015, Faculdade de Direito, FOCCA, Olinda - PE

    Grupo de Trabalho 1: A neo flexibilizao e a violao ou no ao princpio da

    solidariedade

    O PRINCPIO DA SOLIDARIEDADE COMO GARANTIA DA DIGNIDADE

    HUMANA NO EXERCCIO DO JUS POSTULANDI NA CENTRAL DE

    ATENDIMENTO DO TRT8 BELM

    Ciro BRITO

    Universidade Federal do Par (UFPA)

    Passagem Rosane, 70, 66.093-440, Marco, Belm-PA

    +55 91 98252 8662

    [email protected]

  • 1

    Ciro BRITO graduando do 9 semestre da Faculdade de Direito da Universidade Federal do

    Par (UFPA). Atualmente bolsista de iniciao cientfica do projeto Povos e comunidades

    tradicionais no campo jurdico: mobilizaes polticas pelos direitos relativos ao

    conhecimento associado ao patrimnio gentico, financiado pelo CNPq Humanas, e

    extensionista voluntrio do projeto Direito de Nossas Crianas e Adolescentes, vinculado a

    Pr-Reitoria de Extenso da UFPA. Tem interesse em Novos Direitos, dentre os quais o

    direito previdencirio e o direito do trabalho. J estagiou na Central de Atendimento do

    Tribunal Regional do Trabalho da 8 Regio Belm, onde atendia reclamantes pelo jus

    postulandi. Currculo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2986919905268765.

    RESUMO

    Este trabalho resultado de pesquisa realizada a partir de experincia do

    autor em estgio na Central de Atendimento do Tribunal Regional do

    Trabalho da 8 Regio em Belm. A partir da construo histrica da ideia

    solidarista, por meio de lutas de movimentos sociais e o ideal clssico,

    constri-se o princpio da solidariedade, que absorvido por legislaes

    internas e internacionais, como se percebe, por exemplo na Declarao

    Universal dos Direitos Humanos e na Conveno 169 da OIT. Nesta esteira,

    h forte vnculo com a dignidade humana, norteadora do ordenamento

    jurdico brasileiro, por sua posio de destaque no exerccio dos direitos e

    deveres nas relaes de trabalho e no direito honra. Promovendo a justia, o

    Judicirio, por meio do Tribunal Regional do Trabalho da 8 Regio em

    Belm criou a Central de Atendimento, para atender o jus postulandi,

    instituto pelo qual as partes tem o direito de demandar ou defender-se em

    juzo, praticando atos processuais pessoalmente, independente da constituio

    de advogado. Este setor garante aos trabalhadores sem condies econmicas

    de contratar advogado a busca por seus direitos trabalhistas, garantindo sua

    dignidade e, por conseguinte, acionando o princpio da solidariedade.

    Palavras-chave: Solidariedade. Dignidade. Jus postulandi.

    ABSTRACT

    This work is the result of research conducted from author's experience on

    internship in the Contact Center of the Regional Labor Court of the 8th

    Region in Belm. From the historical construction of solidarity idea through

    social movements and struggles the classical ideal, the principle of solidarity

    is built, which is absorbed by domestic and international laws, as noted, for

    example in the Universal Declaration of Human Rights and the ILO

    Convention 169. On this track, there is a strong link with human dignity,

    guiding the Brazilian legal system, by its prominent position in the exercise

    of rights and duties in labor relations and the right to honor. Promoting

    justice, the judiciary, through the Regional Labor Court of the 8th Region in

    Belm created the Contact Center to attend jus postulandi, institute by which

    the parties have the right to sue or defend in court, taking actions procedural

    personally, regardless of the legal constitution. This sector guarantees to

    workers without economic position to hire a lawyer to search for their labor

    rights, ensuring their dignity and therefore triggering the principle of

    solidarity.

    Key-words: Solidarity. Dignity. Jus postulandi.

  • 2

    INTRODUO

    Este artigo foi elaborado a partir da experincia do autor como estagirio do Tribunal

    Regional do Trabalho da 8 Regio, no setor de atermao (Central de Atendimento), onde

    intermediava, com auxlio de servidores, o jus postulandi de reclamantes que tinham seus

    direitos trabalhistas violados e no tinham condies econmicas de contratarem advogado.

    Procedeu-se reviso bibliogrfica de literatura, do regulamento do TRT8 e de

    legislao e jurisprudncia brasileira, com o objetivo de analisar o princpio da solidariedade

    como garantidor da dignidade humana dos reclamantes que utilizam o jus postulandi por meio

    da Central de Atendimento do TRT8 Belm.

    A partir da construo histrica da ideia solidarista desde a Antiguidade e sua

    corporificao s legislaes internas e internacionais, no Brasil, o princpio da solidariedade

    tem carter normativo constitucional, sendo vinculado ao bem comum, por meio da busca da

    igualdade e justia social.

    A dignidade humana analisada em seu carter de proteo honra do trabalhador e

    de garantidora de direitos e deveres exteriorizados nas relaes de trabalho. Nesta esteira, o

    jus postulandi meio de acesso a dignidade e, por conseguinte, da solidariedade, ao que

    possibilita ao reclamante o acesso a Justia, sem gastos monetrios. Por fim, apresenta-se a

    Central de Atendimento, por meio de suas incumbncias regulamentares e da experincia do

    autor no perodo de estgio.

    1 O PRINCPIO DA SOLIDARIEDADE

    Conforme Luciana Helena Brancaglione (2011), a ideia solidarista vem de lutas

    sociais e foi engendrada historicamente a partir de movimentos de reconhecimento dos

    direitos fundamentais. H estudos que demonstram que a ideia solidarista est presente desde

    a Antiguidade Clssica, por meio das lies de Scrates e Aristteles, que objetivaram

    demonstrar a necessidade e a viabilidade de uma convivncia social justa e harmoniosa,

    seguindo a tendncia ideolgica da generalidade em contraposio individualista.

    Para o pensamento clssico, o homem um animal poltico, e a sociedade poltica

    elemento da sociabilidade humana1, com reflexos diretos para o Direito.

    Reginaldo da Luz Ghisolfi2 recorda:

    1 FARIAS, Jos Fernando de Castro. A origem do direito de solidariedade. Rio de Janeiro: Renovar, 1998, p. 52.

  • 3

    [...] o fato de que os jurisconsultos romanos dos perodos clssicos e ps-

    clssicos centraram na pessoa a prpria razo de ser do Direito, sem que

    houvesse uma separao de carter absoluto, dicotmica, entre as coisas

    humanas e divinas.

    [...]

    Nos fundamentos do Direito Romano encontram-se ensinamentos de natureza

    humanista, como os de Hermogeniano (Sc. IV) ao declarar que omne jus

    constitutum est causa hominum, que significa, de acordo com Jos Cretella

    Jnior, toda a ordem jurdica estabelecida por causa dos homens.

    A partir do sculo XVIII houve grandes transformaes na Europa e nos Estados

    Unidos, em reao as atividades exploratrias da fora de trabalho operria pelos capitalistas

    que implicou no aumento da misria humana, fazendo o homem perceber que lutar

    coletivamente mais benfico e que o individualismo o enfraquece (Brancaglione, 2011).

    Apesar disto, a grande tomada de conscincia de que a solidariedade um valor

    essencial sem o qual a dignidade da pessoa humana no se desenvolve somente surgiu com os

    movimentos de constitucionalizao dos direitos humanos, a partir do sculo XX

    (Brancaglione, 2011).

    Somente a partir de ento todo o pensamento sociolgico, poltico e filosfico acerca

    da solidariedade passa a se caracterizar pela concretude jurdica contidas nas legislaes

    internas e internacionais, tendo seu pice na Declarao Universal dos Direitos Humanos

    (Brancaglione, 2011).

    Mas, afinal, qual o conceito do principio da solidariedade?

    Seguindo a etimologia da palavra, segundo o Novo Dicionario Aurelio3, o

    vnculo jurdico entre os credores (ou entre os devedores) duma mesma

    obrigao, cada um deles com direito (ou compromisso) ao total da dvida, de

    sorte que cada credor pode exigir (ou cada devedor obrigado a pagar)

    integralmente a prestao objeto daquela obrigao.

    Thais Novaes Cavalcanti4 liga a concepo de solidariedade ao comportamento

    humano, apontando que:

    A solidariedade significa uma atitude de interesse pelo sofrimento alheio, um

    tipo de relao em que a pessoa s se realiza na medida em que se empenha

    na realizao do outro, uma postura social que parte da conscincia de que do

    empenho de cada um depende o bem-estar de todos.

    Neste sentido, Plcido e Silva5 completa:

    No sentido jurdico, a solidariedade, igualmente, configura a consolidao

    em unidade de um vnculo jurdico diante da pluralidade de sujeitos ativos ou

    passivos de uma obrigao, a fim de que somente se possa cumprir por

    inteiro ou in solidum.

    2 GHISOLFI, op. cit., 2003, p. 201-202.

    3 FERREIRA, Aurlio Buarque de Holanda e J. E. M. M. Editores LTDA. Dicionrio Aurlio. Rio de Janeiro:

    Nova Fronteira, 1986, p. 1607. 4 CAVALCANTI, Thais Novaes. A solidariedade compreendida como amor na verdade: ao moral e

    fundamento para as relaes econmicas. In: SANTOS, Antnio Carlos Alves dos... [et al.] (Org). Economia e

    vida na perspectiva da Encclica Caritas in Veritate. So Paulo: Companhia Ilimitada, 2010, p. 19. 5 SILVA, De Plcido e. Vocabulrio jurdico. Rio de Janeiro: Forense, 2010, p. 1313.

  • 4

    Por essa razo, juridicamente, a solidariedade vem assinalar o modo de ser de

    um direito, ou de uma obrigao, que no podem ser fracionados e devem ser

    sempre considerados em sua totalidade. Assim, mesmo que, aparentemente, a

    solidariedade procure definir uma responsabilidade ilimitada, como o caso

    da que se impe aos scios das sociedades em nome coletivo, essa ilimitao

    de responsabilidade no vai alm da totalidade das obrigaes sociais.

    Claramente, pois, tem o sentido de uma responsabilidade dentro de um todo,

    ou de um conjunto total de obrigaes que se solidificam para determinar o

    mbito da respectiva solidariedade.

    A solidariedade tanto pode referir-se pluralidade de credores, como

    pluralidade de devedores. E da a evidncia da solidariedade ativa e da

    solidariedade passiva, conforme se fundam em uma pluralidade de relaes

    subjetivas ou na unidade objetiva da prestao.

    Em princpio, a solidariedade no se presume: deve ser sempre expressa ou

    promanar da vontade inequvoca e explcita das partes, ou decorrer de

    imposio legal. Brancaglione (2011, p. 53) define solidariedade como:

    uma norma constitucional [...] ligada conscincia de responsabilidade de

    cada um com o bem comum e o meio em que vive. corporificada pelo

    dever de ao ou de absteno de todos os atores sociais [...] de aplicao

    imediata ou mediata pelo contedo de outras normas do ordenamento jurdico

    (constitucionais ou infraconstitucionais), bem como por aes do Estado na

    adoo de medidas de equilbrio e alcance da igualdade e justia sociais, com

    o objetivo de refletir diretamente na construo do bem comum ou, ainda,

    pela gerao de fundamento interpretativo para a manuteno da convivncia

    pacfica entre as pessoas.

    Internacionalmente, o princpio da solidariedade tem presena forte, dentre outras

    fontes, na Declarao Universal de Direitos Humanos e na Conveno 169 da Organizao

    Internacional do Trabalho que o destaca j em seu prembulo:

    Considerando que a paz para ser universal e duradoura deve assentar sobre a

    justia social;

    Considerando que existem condies de trabalho que implicam, para grande

    nmero de indivduos, misria e privaes, e que o descontentamento que da

    decorre pe em perigo a paz e a harmonia universais, e considerando que

    urgente melhorar essas condies no que se refere, por exemplo,

    regulamentao das horas de trabalho, fixao de uma durao mxima do

    dia e da semana de trabalho, ao recrutamento da mo-de-obra, luta contra o

    desemprego, garantia de um salrio que assegure condies de existncia

    convenientes, proteo dos trabalhadores contra as molstias graves ou

    profissionais e os acidentes de trabalho, proteo das crianas, dos

    adolescentes e das mulheres, s penses de velhice e de invalidez, defesa

    dos interesses dos trabalhadores empregados no estrangeiro, afirmao do

    princpio para igual trabalho, mesmo salrio, afirmao do princpio de liberdade sindical, organizao do ensino profissional e tcnico, e outras

    medidas anlogas;

    Considerando que a no adoo pro qualquer nao de um regime de trabalho

    realmente humano cria obstculos aos esforos das outras naes desejosas

    de melhorar a sorte dos trabalhadores nos seus prprios territrios.

    AS ALTAS PARTES CONTRATANTES, movidas por sentimentos de

    justia e humanidade e pelo desejo de assegurar uma paz mundial duradoura,

    visando os fins enunciados neste prembulo, aprovam a presente Constituio

    da Organizao Internacional do Trabalho6.

    6 SSSEKIND, Arnaldo. Convenes da OIT e outros tratados. So Paulo: LTr, 2007, p. 14-15.

  • 5

    Atreladas ideia solidarista esto as acepes de fraternidade teolgica7 e os direitos

    humanos, entendidos luz da democracia, da responsabilidade social, da justia, da tica e do

    bem comum.

    2 O PRINCPIO DA DIGNIDADE HUMANA

    Como fundamento do Estado Democrtico de Direito, a dignidade humana norteia

    todo o ordenamento jurdico brasileiro. Embora no seja peculiar ao Direito do Trabalho, a

    dignidade conceituada como um conjunto de atributos identificador da pessoa humana, que

    a distingue de outros seres vivos. Aps a 2 Guerra Mundial, no Brasil, ela adquiriu

    reconhecimento constitucional, abrindo o ttulo dos princpios fundamentais na atual

    Constituio Federal (art. 1, inciso III) (Barros, 2013).

    Segundo Alice Barros (2013), a dignidade humana ocupa posio de destaque no

    exerccio dos direitos e deveres que se exteriorizam nas relaes de trabalho e aplica-se em

    vrias situaes, principalmente, para evitar tratamento degradante do trabalhador. Ela

    invocada tambm para dotar de alcance o direito honra, que confere ao seu titular proteo

    diante do tratamento humilhante e desprezvel. A dignidade da pessoa humana constitui,

    portanto, o ncleo intangvel do direito honra, cujo conceito depende de fatos, ideia e

    valores que esto presentes numa sociedade em determinado momento histrico.

    A natureza do Texto Constitucional impe ao Poder Pblico ao, no sentido de tornar

    efetivo referido direito, permitindo a todos e, especialmente, as camadas mais carentes da

    populao, o acesso aos bens e servios que ajudem a compor o perfil de dignidade da pessoa

    humana (Delgado, 2009).

    Nesse compasso, revela-se, dentre as aes que devem ser implementadas, a tarefa de

    garantir o efetivo acesso Justia, sendo que isto no cumprido apenas com a criao e

    instalao de rgos judicirios capazes de suportar o nmero de demandas da sociedade,

    mas, tambm, pela efetiva disponibilizao de mecanismos que permitam que todas as

    pessoas (carentes ou no) superem os obstculos materiais para terem acesso orientao

    sobre seus direitos e os meios e maneiras disponveis paras sua implementao e usufruto. o

    caso do jus postulandi.

    7 Em sntese, noo advinda do pensamento teolgico, que assevera haver uma raiz fraterna comum que

    direciona o agir humano para a participao de todos na busca pelo bem-estar geral (Brancaglione, 2011, p. 32).

  • 6

    3 OS DIREITOS HUMANOS COMO CONSTRUO DA SOLIDARIEDADE

    Nas ideias de Brancaglione (2011), a solidariedade estabelece uma relao muito

    ntima com os direitos humanos, porque tem, ao final, o grande escopo de proteg-los, de

    garantir sua manuteno. por meio da aplicao do princpio da solidariedade, com respeito

    mtuo e o pensar coletivo, que se concretiza a realizao dos direitos humanos.

    A noo de justia tem se modificado ao longo da histria e o Judicirio tem assumido

    diferentes papeis frente s novas demandas sociais. Explica Jos Carlos Evangelista de

    Arajo8 que:

    Com base em sua normatividade, devem os poderes estatais mas, sobretudo o Poder Judicirio gerar respostas apropriadas a cada situao objetivamente considerada, a partir de um plano genrico e abstrato,

    delineado pelo pacto constituinte. [...]

    Da por que a busca, no interior do prprio sistema constitucional sem recorrer a expedientes supralegais ou extraconstitucionais , de mecanismos normativos capazes de propiciar a superao de certos impasses,

    preservando-se aquilo que foi acordado no plano valorativo, axiolgico, pelo

    pacto fundamental posto pelo constituinte originrio. Da encontrarmos no

    prprio sistema constitucional os elementos propiciadores de uma justia

    material/substancial.

    Assim, Brancaglione (2011) assevera que a solidariedade, como linha entrelaadora

    das relaes em sociedade, um princpio fundamental que serve de guia orientadora do

    comportamento do indivduo e fonte inspiradora para todo o arcabouo jurdico, ampliando o

    espectro de sua utilidade em diversos aspectos do ordenamento, inclusive do Direito do

    Trabalho. Por sua natureza, o Direito Privado, ramo no qual est inserido o Direito do

    Trabalho, resiste aplicao solidarista, por conta da relao ao contrato, no qual sobrepe-se

    o interesse empresarial diante do interesse da classe trabalhadora.

    Por ser de natureza alimentar, o direito do trabalho justifica ainda mais a investigao

    e a busca por solues que se consubstanciem em garantia ampla de respeito dignidade

    humana nas relaes do capital com o trabalho.

    importante mencionar que os direitos trabalhistas so tidos como fundamentais,

    diante do texto constitucional que os congrega. Alm disso, a doutrina que propugna sua

    aplicabilidade imediata ganha fora com a explicao de Ingo Wolgang Sarlet9, para quem:

    [...] no captulo reservado aos direitos fundamentais sociais em nossa

    Constituio foram contempladas algumas posies jurdicas fundamentais

    similares (pela sua funo preponderantemente defensiva e por sua estrutura

    8 ARAJO, Jos Carlos Evangelista de. Aes afirmativas e Estado Democrtico de Direito. So Paulo:

    LTr, 2009, p. 150. 9 SARLET, Ingo Wolfgang. A eficcia dos direitos fundamentais: uma teoria geral dos direitos fundamentais

    na perspectiva constitucional. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009, p. 110.

  • 7

    jurdica) aos tradicionais direitos de liberdade, como plasticamente do conta

    os exemplos do direito de livre associao sindical (art. 8) e do direito de

    greve (art. 9), normas cuja aplicabilidade imediata parece incontestvel, o

    que por outro lado, tambm se aplica a diversos dos direitos dos

    trabalhadores elencados no art. 7 e seus respectivos incisos. Por estas razes,

    h como sustentar, a exemplo do que tem ocorrido na doutrina, a

    aplicabilidade imediata (por fora do art. 5, 1, de nossa Lei Fundamental),

    de todos os direitos fundamentais constantes do Catlogo (arts. 5 a 17), bem

    como os localizados em outras partes do texto constitucional e nos tratados

    internacionais.

    4 O PRINCPIO DO JUS POSTULANDI

    O jus postulandi ou ius postulandi, locuo latina que indica o direito de falar no

    processo em nome das partes (Martins, 2013), um princpio do direito processual do

    trabalho concebido para facilitar o acesso do trabalhador ao judicirio, ao que d as partes o

    direito de demandar ou defender-se em juzo, praticando atos processuais pessoalmente,

    independente da constituio de advogado. Este princpio encontra-se consubstanciado no art.

    791 da CLT, que aduz os empregados e os empregadores podero reclamar pessoalmente

    perante a Justia do Trabalho e acompanhar as suas reclamaes at o final.

    Combinado com o art. 791, a alneia a do art. 839, da CLT salienta que a reclamao

    trabalhista poder ser apresentada pelos empregados e empregadores pessoalmente, ou por

    seus representantes e pelos sindicatos de classe.

    A capacidade postulatria direta da parte, independentemente de advogado, tem como

    objetivo inicial superar, em uma ponta, a carncia de advogados e, na outra, o alto custo que

    envolve a contratao de um advogado particular (Martins, 2013).

    Avulta notar que o jus postulandi no exclusividade do Brasil. No exterior,

    aplicado nos Estados Unidos e na Europa, em particular nas demandas de interesse do

    consumidor (Pinheiro, 2009).

    4.1 Histrico

    Conforme Pinheiro (2009), quando Getlio Vargas assumiu o poder, no incio da

    dcada de 30, por possuir uma viso inclinada proteo do trabalhador, criou o Ministrio

    do Trabalho e instituiu as Comisses Mistas de Conciliao, para buscar a soluo para os

    conflitos coletivos, e as Juntas de Conciliao e Julgamento, para buscar a soluo para os

    conflitos individuais.

  • 8

    Cabia s Comisses Mistas somente conciliar, no dispondo do poder de impor. s

    Juntas, por sua vez, que eram rgos meramente administrativos, cabia impor a soluo dos

    conflitos. Elas, no entanto, no tinham competncia para executar as decises, atribuio dos

    Procuradores do Departamento Nacional do Trabalho (DNT), que iniciavam a execuo junto

    Justia Comum.

    Nessa poca, somente os empregados sindicalizados podiam utilizar-se do jus

    postulandi perante as Juntas. Os que no eram sindicalizados deviam levar suas demandas

    para apreciao junto Justia Comum. Assim, incentivava-se a sindicalizao dos

    trabalhadores.

    Ainda nesse perodo, foi instituda a Legislao Trabalhista de Base, unificada em

    1943 nas Consolidaes das Leis do Trabalho (CLT), que a principal norma legislativa

    brasileira referente ao Direito do trabalho e ao Direito processual do trabalho. Ela foi criada

    atravs do Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943 e sancionada pelo ento presidente

    Getlio Vargas.

    4.2 Jurisdio

    Renato Saraiva (2011), delimitando a abrangncia do instituto, destaca que, em funo

    do jus postulandi, reclamante e reclamado podero atuar sem a presena de advogados,

    perante os juzos de primeiro grau e tambm Tribunais Regionais.

    A atuao perante o TST, contudo, no segue esta regra, conforme o entendimento de

    Smula do prprio Tribunal.

    Smula n 425 - TST - Res. 165/2010 - DeJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e

    04.05.2010

    JUS POSTULANDI. JUSTIA DO TRABALHO. ALCANCE. LIMITAO. O jus

    postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se s Varas do

    Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, no alcanando a ao rescisria, a

    ao cautelar, o mandado de segurana e os recursos de competncia do Tribunal

    Superior do Trabalho.

    como se posiciona Carlos Henrique Bezerra Leite (2013), ao afirmar que no

    processo do trabalho, o jus postulandi das prprias partes s pode ser exercido perante a

    Justia do Trabalho. E, no momento em que se esgota a jurisdio trabalhista, a parte

    dever necessariamente estar representada por advogado. Logo, o jus postulandi no

    prevalece na esfera do TST.

    Em caso de eventual recurso extraordinrio para o Supremo Tribunal Federal, ou

    mesmo recurso encaminhado ao Superior Tribunal de Justia (para examinar, por exemplo,

  • 9

    conflito de competncias), tambm deve ele ser subscrito por advogado, sob pena de o apelo

    no ser conhecido (Saraiva, 2011). Em sntese, o jus postulandi somente prevalecer nas

    instncias ordinrias.

    4.3 A controvrsia sobre a competncia do jus postulandi nas relaes de trabalho

    H discordncia acerca do cabimento do jus postulandi ao trabalhador que no

    mantm ou manteve relao de emprego com determinada empresa, mas sim relao de

    trabalho.

    Nesta esteira, Carlos Henrique Bezerra Leite (2013, p. 455) destaca: Vale dizer se os sujeitos da lide no forem empregado ou empregador, no podero,

    em linha de princpio, exercer o jus postulandi. Logo, para as aes trabalhistas no

    oriundas da relao de emprego, a representao das partes por advogado passar a

    ser obrigatria.

    Na mesma esteira, Renato Saraiva (2011, p. 39) aduz: Entendemos que o jus postulandi da parte restrito s aes que envolvam relao

    de emprego, no se aplicando s demandas referentes relao de trabalho distintas

    da relao empregatcia.

    E, tambm, Sergio Pinto Martins (2013, p. 196): No haver a possibilidade de as partes postularem e dissdio individual sem

    advogado, quando no tenham a qualidade de empregado e empregador (...). O

    mesmo ocorrer em relao aos dependentes do empregado falecido, para haver os

    direitos do de cujus.

    Diferentemente de Leite, Saraiva e Martins, o Enunciado n. 67 aprovado na 1 Jornada

    de Direito Material e Processual do Trabalho, realizado em Braslia-DF, nos dias 21 a

    23.11.2007, prope interpretao extensiva do instituto do jus postulandi s lides oriundas da

    relao de trabalho, nos seguintes termos:

    JUS POSTULANDI. ART. 791 DA CLT. RELAO DE TRABALHO.

    POSSIBILIDADE. A faculdade de as partes reclamarem, pessoalmente, seus

    direitos perante a Justia do Trabalho e de acompanharem suas reclamaes at o

    final, contida no art. 791 da CLT, deve ser aplicada s lides decorrentes da relao

    de trabalho.

    5 O EXERCCIO DO JUS POSTULANDI NA CENTRAL DE ATENDIMENTO DO

    TRT8 BELM

    A Constituio Federal garante aos hipossuficientes a assistncia jurdica gratuita,

    conforme preconiza o inciso LXXIV, do art. 5, CF/88, in verbis: "O Estado prestar

    assistncia jurdica integral e gratuita aos que comprovarem insuficincia de recursos",

    sendo que este direito no pode apenas ser compreendido como permisso dado ao

    trabalhador de sozinho ingressar em juzo. A assistncia de um profissional do direito, antes e

  • 10

    durante o ajuizamento da demanda, completa a integralidade imposta pelo texto

    constitucional, reduzindo as desigualdades existentes materialmente entre partes (art. 3, III da

    CF) perante o Poder Judicirio.

    Com efeito, alguns Tribunais Regionais do Trabalho, como o caso do TRT da 8

    Regio em Belm, com o intuito de materializar e operacionalizar o instituto do jus postulandi

    criaram setores denominados de Setores de Atermao, onde o reclamante dirige-se e expe

    os motivos de sua demanda verbalmente. Suas informaes so reduzidas a termo, que servir

    como petio inicial da reclamatria.

    Setor do Tribunal Regional do Trabalho da 8 Regio em Belm-PA, a atermao

    feita pela Central de Atendimento, que rgo estratgico coordenado pelo Foro Trabalhista

    de Belm, com finalidade de gerenciar a recepo e atendimento aos usurios, orientao e/ou

    tomada de reclamaes verbais, recebimento, autuao, distribuio e notificao inicial dos

    feitos, protocolo de peties e fornecimento de certides, tomando as providncias cabveis

    para distribuio ao Juzo competente10

    .

    Em Belm, o TRT8 conta com a Central de Atendimento, que se compe de uma

    equipe de servidores tcnicos judicirios e estagirios do curso de Direito, atuando

    especificamente no atendimento ao pblico, triagem, orientao jurdica, atermao das

    reclamaes trabalhistas e acompanhamento processual. Aterma-se reclamaes oriundas

    tanto das relaes de emprego, como das relaes de trabalho.

    O servio prestado cem por cento gratuito, tendo os reclamantes que levar apenas

    documentos de identificao pessoal, dados da parte reclamada e os documentos que

    comporo as provas do processo.

    A atermao do TRT8 Belm limita-se s reclamaes trabalhistas, alvars judiciais e

    aes de consignaes de pagamento, no sendo oferecido o servio de contestao ou

    atermao de recursos ao Tribunal. Porm, respeitando o prprio conceito do princpio, as

    partes podem faz-lo pessoalmente, protocolando essas peas diretamente na Central de

    Atendimento.

    Neste setor, os reclamantes, ao chegarem, recebem senhas e aguardam atendimento.

    Ao serem chamados, dirigem-se ao guich de atendimento, onde contam o motivo que os

    levou at ali para um tomador de reclamao, que pode ser um servidor ou um estagirio

    supervisionado por um servidor. Ento, elabora-se a reclamao trabalhista, que peticionada

    no sistema eletrnico do PJE, gerando, de imediato, nmero de processo, vara trabalhista que

    10

    Art. 69, Regulamento dos Servios Auxiliares do Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Regio.

  • 11

    o julgar e data e hora da audincia inaugural. Ao fim do atendimento, dada cpia do

    processo ao reclamante, que instrudo acerca dos procedimentos posteriores a serem

    tomados, e o reclamante retorna quando da data de sua audincia.

    Segundo o art. 70 do Regulamento do TRT8, competem Central de Atendimento:

    I distribuir os feitos s Varas do Trabalho de Belm e proceder tomada de reclamaes, de acordo com as normas legais e regulamentares em vigor;

    (...)

    II tomar por termo as reclamaes verbais, e receber as apresentadas por escrito, aps confirmados os dados lanados no Servio de Pr-cadastro de iniciais, fazendo

    os respectivos registros;

    (...)

    XII prestar informaes aos rgos do Tribunal, s partes e interessados, sobre os processos com tramitao neste Tribunal; XVII exercer outras finalidades inerentes sua finalidade.

    A Central de Atendimento est sempre se renovando e buscando atualizao, tendo,

    com frequncia, treinamentos e cursos para estagirios e servidores, ministrados por juzes e

    professores de direito do trabalho. Ademais, alm dos princpios constitucionais da

    legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia, os integrantes da Central

    devem obedecer as seguintes diretrizes bsicas, segundo art. 2 do Regulamento interno do

    TRT8: promoo de servios adequados, assim considerados os prestados com qualidade,

    regularidade, continuidade, eficincia, economicidade, cortesia no atendimento e atualidade.

    CONCLUSO

    A ideia solidarista nasce a partir de lutas de movimentos sociais em busca de

    reconhecimento de direitos fundamentais. Com origem na Antiguidade, ela centra o direito na

    pessoa humana. A partir do sculo XVIII, agrega-se ideia clssica a de que a luta coletiva

    mais benfica para o homem do que a individual. A partir da o pensamento sociolgico,

    poltico e filosfico acerca da solidariedade passa a se caracterizar pela concretude jurdica

    contida nas legislaes em mbitos interno e internacional (Brancaglione, 2011).

    No Brasil, a solidariedade norma constitucional principiolgica ligada conscincia

    do bem comum e corporificada pelo dever de ao/omisso de todos em busca da adoo de

    medidas de equilbrio e alcance de igualdade e justia social, conforme destacado no

    prembulo da Conveno 169 da OIT. Ademais, linha entrelaadora das relaes sociais,

    guia orientadora do comportamento do indivduo e fonte inspiradora para todo o arcabouo

    jurdico, incluindo o direito do trabalho (Brancaglione, 2011). Sendo assim, deve estar

    presente nas relaes entre os atores do direito do trabalho, devem orientar os seus

    comportamentos e devem inspirar o processo legislativo trabalhista.

  • 12

    Apesar das dificuldades de insero do ramo do direito privado, o qual est inserido o

    direito do trabalho, que resiste aplicao solidarista, por conta da relao do contrato, no

    qual se sobrepe o interesse empresarial diante do interesse da classe trabalhadora; a

    solidariedade se faz presente por meio de vrios elementos e institutos do direito do trabalho,

    entre os quais o do jus postulandi, garantido pela dignidade humana.

    Nesta esteira, tem forte vnculo com a dignidade humana, princpio norteador do

    ordenamento jurdico nacional, que abarca um conjunto de atributos identificadores da pessoa

    humana (Barros, 2013); por sua posio de destaque no exerccio dos direitos e deveres que se

    exteriorizam nas relaes de trabalho. A solidariedade tem o escopo de proteger os direitos

    humanos e garantir sua manuteno, por meio do respeito mtuo e o pensar coletivo

    (Brancaglione, 2011). invocada tambm no pertinente ao direito honra, protegendo seu

    titular de tratamento humilhante e desprezvel (Barros, 2013).

    A Justia deve priorizar a dignidade e um dos meios para tal o jus postulandi. O jus

    postulandi um princpio do direito do trabalho, consubstanciado no art. 791 da Consolidao

    das Leis Trabalhistas, que d as partes o direito de demandar ou defender-se em juzo sem a

    presena de advogado. Assim, busca-se assegurar uma melhor tutela jurisdicional,

    principalmente para o trabalhador, parte hipossuficiente da relao laboral.

    Nesta esteira, Tribunais brasileiros criaram setores especficos de materializao e

    operacionalizao do jus postulandi, onde as partes podem, verbalmente, ter suas reclamaes

    atermadas e utilizarem do princpio na prtica.

    No Tribunal Regional do Trabalho da 8 Regio em Belm-PA, na Central de

    Atendimento, o exerccio do jus postulandi garante ao reclamante, que no tem condies de

    contratar um advogado, a sua dignidade, ao efetivar o seu direito constitucional de ter seus

    direitos trabalhistas assegurados e lhe garantir a sua honra. neste diapaso tambm que se

    observa o princpio da solidariedade, corporificado ao dever do Judicirio de tomar medidas

    em busca do equilbrio e alcance da igualdade e justia social.

    Percebe-se, portanto, que o princpio da solidariedade, resultado de uma construo

    histrica fruto de constante evoluo e tem flexibilizao quando entendido na correlao

    com outros princpios, neste caso os do jus postulandi e o da dignidade humana. Sua violao,

    sem dvida, malfica para os objetivos resguardados na Constituio Brasileira de 1988.

    Contudo, sua observao, como no caso do presente estudo forma garantidora do bem

    comum dos reclamantes que utilizam o jus postulandi no TRT8 Belm.

  • 13

    REFERNCIAS

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