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  • Cdigo de Processo do Trabalho - Lei n. 9/2003, de 30 de JunhoCdigo de Processo do Trabalho - Lei n. 9/2003, de 30 de JunhoSUMRIO:Aprova o Cdigo de Processo do Trabalho.

    APROVADO POR:Lei n. 9/2003, de 30 de Junho

    ALTERADO POR: Lei n. 7/2008, de 18 de AgostoRectificao de 27 de Outubro de 2003

    PrembuloPrembuloA Assembleia Legislativa decreta, nos termos da alnea 1) do artigo 71. da Lei Bsica da Regio Administrativa Especial de Macau, para valer como lei, oseguinte:

    Artigo 1. Aprovao do Cdigo de Processo do TrabalhoArtigo 1. Aprovao do Cdigo de Processo do Trabalho aprovado o Cdigo de Processo do Trabalho, o qual publicado em anexo presente lei e dela faz parte integrante.

    Artigo 2. Remisso para disposies revogadasArtigo 2. Remisso para disposies revogadas1. As remisses constantes de legislao em vigor, para disposies da legislao processual do trabalho entretanto revogada, consideram-se feitas paraas disposies correspondentes do Cdigo de Processo do Trabalho aprovado pela presente lei.2. As remisses constantes de legislao em vigor, para processos especiais no previstos no Cdigo de Processo do Trabalho aprovado pela presente lei,consideram-se feitas para as disposies correspondentes do processo declarativo comum nele consagrado.

    Artigo 3. Entrada em vigor e aplicaoArtigo 3. Entrada em vigor e aplicao1. A presente lei e o Cdigo de Processo do Trabalho por ela aprovado entram em vigor no dia 1 de Outubro de 2003.2. O Cdigo de Processo do Trabalho aprovado pela presente lei s se aplica aos processos instaurados aps a data da sua entrada em vigor.Aprovada em 18 de Junho de 2003.A Presidente da Assembleia Legislativa, Susana Chou.Assinada em 25 de Junho de 2003.Publique-se.O Chefe do Executivo, Ho Hau Wah.

    CDIGO DE PROCESSO DO TRABALHOCDIGO DE PROCESSO DO TRABALHO

    TTULO I TTULO I DISPOSIES GERAISDISPOSIES GERAIS

    CAPTULO I CAPTULO I Da jurisdio do trabalhoDa jurisdio do trabalho

    Artigo 1. Direito aplicvelArtigo 1. Direito aplicvel1. O processo do trabalho regulado pelo presente Cdigo e, subsidiariamente, pelo disposto na legislao relativa organizao judiciria ena legislao processual comum civil ou penal que se harmonize com o processo do trabalho.2. Nos casos omissos em que as disposies deste Cdigo no puderem observar-se por analogia, recorre-se, sucessivamente, regulamentao dos casos anlogos previstos na legislao processual comum civil ou penal, aos princpios gerais de direito processual dotrabalho e aos princpios gerais de direito processual comum.

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  • Artigo 2. mbito da jurisdio de trabalhoArtigo 2. mbito da jurisdio de trabalho1. O processo regulado neste Cdigo aplica-se s questes emergentes de relaes jurdicas de natureza laboral.2. Entre outras que nos termos da lei se devam considerar como tal, so de natureza laboral e seguem os termos do processo civil reguladoneste Cdigo:

    1) As questes emergentes de relaes de trabalho subordinado, bem como as relativas ao respectivo contrato;2) As questes emergentes de contratos celebrados para a prestao dum servio concretamente definido, sempre que a actividade forprestada na dependncia econmica da contraparte, ainda que o mesmo deva ser realizado por um grupo de pessoas e o contrato no tenhasido celebrado directamente com cada uma delas;3) As questes emergentes de contratos de aprendizagem;4) As questes entre trabalhadores ao servio duma mesma entidade patronal, que respeitem a direitos e obrigaes individuais e resultem deactos praticados em comum na execuo da actividade devida ou de acto ilcito praticado por um deles na execuo dessa mesma actividadeou por motivo dela, cuja responsabilidade civil no deva ser apurada no mbito do processo penal comum em conexo com aresponsabilidade criminal;5) As questes emergentes das relaes estabelecidas no mbito da actividade das agncias de emprego, designadamente as que respeitam seleco e colocao dos trabalhadores, bem como as que concernem aos direitos e obrigaes de umas e outros;6) As questes emergentes de acidentes de trabalho ou doenas profissionais;7) As questes emergentes da prestao de servios clnicos, de enfermagem ou hospitalares, de fornecimento de medicamentos, aparelhos deprtese e de ortopedia ou de quaisquer outros servios ou prestaes efectuados ou pagas em benefcio de vtimas de acidentes de trabalhoou doenas profissionais;8) As providncias cautelares que sejam dependncia das aces propostas ou a propor nos termos deste Cdigo;9) As aces executivas baseadas em ttulo obtido em aco do foro laboral, bem como as destinadas a tornar efectivo o cumprimento deobrigaes decorrentes de relaes de natureza laboral ou estabelecidas no mbito do direito da segurana social.

    3. Seguem os termos do processo contravencional regulado neste Cdigo:

    1) As infraces de preceitos legais ou regulamentares reguladores das relaes de trabalho, que constituam contraveno;2) As infraces de preceitos legais ou regulamentares respeitantes actividade das agncias de emprego, que constituam contraveno denatureza laboral;3) As infraces de preceitos legais ou regulamentares sobre higiene e segurana nos locais de trabalho, que constituam contraveno;4) As infraces de preceitos legais ou regulamentares relativos a acidentes de trabalho e doenas profissionais, que constituam contraveno;5) As demais contravenes cujo conhecimento seja especialmente atribudo jurisdio do trabalho.

    Artigo 3. Extenso da jurisdio do trabalhoArtigo 3. Extenso da jurisdio do trabalhoAinda que no tenham natureza laboral, seguem os termos do processo do trabalho, sempre que o seu conhecimento seja da competnciados tribunais da Regio Administrativa Especial de Macau:

    1) As questes entre sujeitos de uma relao jurdica de trabalho ou entre um desses sujeitos e terceiros, quando emergentes de relaesconexas com a relao de trabalho por acessoriedade, complementaridade ou dependncia, sempre que o pedido se cumule com outro denatureza laboral;2) As questes reconvencionais formuladas no mbito das aces do foro laboral, ao abrigo do disposto no artigo 17..

    Artigo 4. Circunstncias determinantes da competncia dos tribunais de MacauArtigo 4. Circunstncias determinantes da competncia dos tribunais de Macau1. Podem ser propostas nos tribunais da Regio Administrativa Especial de Macau as aces do foro laboral cuja causa de pedir ou razodeterminante do seu incio integre facto ou factos que, no todo ou em parte, tenham ocorrido ou sido praticados em Macau.2. Alm do disposto no nmero anterior, podem ainda ser propostas nos tribunais da Regio Administrativa Especial de Macau:

    1) As aces em que seja ru trabalhador residente da Regio Administrativa Especial de Macau;2) As aces emergentes de acidente de trabalho ou doena profissional que ocorra ou se verifique em viagem, quando o sinistrado ou doentefor tripulante de embarcao ou aeronave matriculada em Macau;3) As aces emergentes de acidente de trabalho ocorrido no exterior, ao servio de entidade patronal domiciliada ou sediada em Macau;4) As aces emergentes de acidentes de trabalho ou doena profissional em que seja responsvel entidade domiciliada ou sediada em Macau;5) As aces emergentes de acidente de trabalho ou doena profissional em que seja requerida uma instituio de segurana social ouseguradora domiciliada ou sediada em Macau;6) Quaisquer outras aces de natureza laboral cujos direitos no possam tornar-se efectivos seno por meio de aco proposta em tribunalda Regio Administrativa Especial de Macau, desde que entre a aco a propor e Macau exista um qualquer elemento ponderoso de conexo,pessoal ou real.

    3. No podem ser invocados perante os tribunais da Regio Administrativa Especial de Macau os pactos ou clusulas que lhes retiremcompetncia atribuda ou reconhecida por lei de Macau, salvo se outra for a soluo estabelecida em conveno internacional.

    Artigo 5. Natureza urgente e oficiosidadeArtigo 5. Natureza urgente e oficiosidade1. Os processos emergentes de acidentes de trabalho e doenas profissionais tm natureza urgente e correm oficiosamente, salvas asexcepes prescritas neste Cdigo.2. Tm ainda natureza urgente os processos em que estejam em causa direitos decorrentes da cessao da relao laboral por dennciaunilateral do contrato, ou resciso com alegao de justa causa, por parte da entidade patronal.3. Nos casos referidos nos nmeros anteriores respeitantes a trabalhadores no residentes que em virtude de cessao da relao laboraltenham de abandonar Macau, o Ministrio Pblico assegura oficiosamente a continuao da defesa dos seus interesses.

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  • Artigo 6. Presuno de insuficincia econmicaArtigo 6. Presuno de insuficincia econmicaSem prejuzo do especialmente disposto na lei, gozam da presuno de insuficincia econmica, para efeitos de apoio judicirio em processosde natureza laboral:

    1) Os trabalhadores, nas aces em que sejam reclamados crditos emergentes de relaes laborais;2) As vtimas de acidentes de trabalho ou doenas profissionais, bem como os seus familiares em caso de morte originada em qualquerdaqueles factos, nas aces emergentes de acidentes de trabalho e de doenas profissionais.

    CAPTULO II CAPTULO II Patrocnio judicirioPatrocnio judicirio

    Artigo 7. Patrocnio oficiosoArtigo 7. Patrocnio oficioso1. Sem prejuzo do seu dever de representao, nos termos gerais, o Ministrio Pblico exerce o patrocnio oficioso, quando a lei o determineou o mesmo lhe seja solicitado:

    1) Aos trabalhadores e seus familiares;2) s pessoas que, por determinao do tribunal, tenham prestado os servios ou efectuado os fornecimentos a que se refere a alnea 7) do n.2 do artigo 2.;3) Aos estabelecimentos de sade pblicos que tenham prestado os servios ou efectuado os fornecimentos a que se refere a alnea 7) do n. 2do artigo 2., desde que no possuam servios de contencioso.

    2. Nas aces emergentes de acidentes de trabalho ou doenas profissionais, o patrocnio oficioso do Ministrio Pblico apenas devido nafase contenciosa do processo, se a houver.3. Em caso de conflito de interesses entre pessoas ou entidades que devam ser patrocinadas pelo Ministrio Pblico, prevalece o patrocniodevido aos trabalhadores e seus familiares.4. O disposto no presente artigo no obsta a que seja solicitada a nomeao de advogado, nos termos da legislao respeitante ao apoiojudicirio.

    Artigo 8. Recusa do patrocnio pelo Ministrio PblicoArtigo 8. Recusa do patrocnio pelo Ministrio Pblico1. O Ministrio Pblico deve recusar o patrocnio a pretenses objectivamente infundadas e pode recus-lo em relao s que, em virtude dasespeciais circunstncias em que o pedido formulado, devam considerar-se manifestamente injustas.2. A recusa do patrocnio fundamentada e imediatamente notificada ao interessado, com a indicao de que pode reclamar, no prazo de 10dias, para o imediato superior hierrquico.3. Em caso de recusa do patrocnio, os prazos de prescrio e para a propositura da aco suspendem-se por todo o tempo que decorre entrea data da deciso da recusa e a da notificao da deciso da reclamao, ou a do termo do prazo para a apresentao da reclamao, quando amesma no tenha sido deduzida.4. A reclamao pode consistir apenas no pedido de reapreciao dos fundamentos invocados e deve ser decidida no prazo de 15 dias.5. Quando a reclamao seja julgada procedente, devido o patrocnio oficioso pelo substituto legal do magistrado que o recusou ou pormagistrado especialmente designado para o efeito, quando aquele no esteja determinado.

    Artigo 9. Cessao do patrocnio do Ministrio PblicoArtigo 9. Cessao do patrocnio do Ministrio PblicoEm caso de constituio de mandatrio judicial ou de nomeao de advogado a solicitao do interessado, cessa o dever do Ministrio Pblicode assumir o patrocnio oficioso, ou termina o patrocnio que estiver a ser exercido, sem prejuzo da sua interveno acessria.

    CAPTULO III Actos processuaisCAPTULO III Actos processuais

    Artigo 10. DistribuioArtigo 10. Distribuio1. Para efeitos de distribuio, as aces de processo do trabalho integram as seguintes espcies autnomas:

    1) Aces de processo comum do trabalho;2) Aces de processo especial do trabalho;3) Execues fundadas em ttulo no compreendido no n. 2 do artigo 81. do Cdigo de Processo do Trabalho;4) Processos de contraveno laboral.

    2. As participaes e demais papis que se destinem a servir de base s aces emergentes de acidentes de trabalho ou doenas profissionaisso obrigatoriamente apresentados ao Ministrio Pblico, que ordena, com precedncia da distribuio, as diligncias convenientes.

    Artigo 11. Das notificaes e citaes em geralArtigo 11. Das notificaes e citaes em geral1. s notificaes e citaes a efectuar no mbito do processo do trabalho aplicam-se, em tudo o que no contrarie o disposto na presente lei,as regras estabelecidas no Cdigo de Processo Civil.2. Nos casos de notificao ou citao edital, alm da publicao de anncios, so afixados trs editais, um no tribunal, outro porta da ltimaresidncia que o notificando ou citando teve em Macau e outro no local de trabalho.3. Os trabalhadores no residentes que sejam parte interessada na aco e cuja permanncia em Macau no esteja assegurada, podemdesignar pessoa com domiclio na Regio Administrativa Especial de Macau, para o efeito de receber as notificaes que lhes respeitem.4. As notificaes feitas pessoa designada nos termos do nmero anterior consideram-se feitas na pessoa do trabalhador.

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  • Artigo 12. Notificaes ao arguido em processo contravencionalArtigo 12. Notificaes ao arguido em processo contravencional1. A notificao ao arguido da acusao ou de acto equivalente feita por contacto pessoal ou por meio de carta ou aviso registados.2. No sendo possvel notificar o arguido nos termos do nmero anterior, nomeado defensor oficioso a quem remetida cpia da acusao,seguindo o processo at final sem necessidade da interveno do arguido.3. Quando exista procurao no processo, as notificaes so feitas ao defensor constitudo, sendo remetida cpia ao arguido.

    Artigo 13. Notificao da deciso final em matria cvelArtigo 13. Notificao da deciso final em matria cvel1. A deciso final em matria cvel, ainda que proferida em processo contravencional, notificada s partes e aos respectivos mandatrios; noscasos de patrocnio oficioso, a notificao feita em primeiro lugar ao patrocinado e em seguida, sem dependncia de despacho, ao respectivopatrono.2. Se as cartas dirigidas s partes vierem devolvidas, aplicam-se as regras relativas s notificaes aos mandatrios.3. Tratando-se de notificao de deciso final de condenao no pagamento de quantia certa, a parte condenada advertida de que deve, noprazo a que se refere o n. 2 do artigo 82., juntar ao processo documento comprovativo da extino da dvida ou do depsito, ordem dotribunal, do respectivo montante, sob pena de se dar incio respectiva execuo.4. Os prazos para a apresentao de quaisquer requerimentos cujo incio de contagem dependa da notificao da deciso final,designadamente os de recurso, contam-se a partir da data da notificao ao mandatrio ou patrono oficioso.

    TTULO II TTULO II DO PROCESSO CIVIL DO TRABALHODO PROCESSO CIVIL DO TRABALHO

    CAPTULO I CAPTULO I Regras comunsRegras comuns

    SECO I SECO I Disposies geraisDisposies gerais

    Artigo 14. Deveres do juizArtigo 14. Deveres do juiz1. O juiz deve, at audincia de discusso e julgamento:

    1) Determinar a realizao dos actos necessrios ao suprimento da falta de pressupostos processuais susceptveis de sanao;2) Mandar intervir na aco qualquer pessoa cuja interveno julgue necessria para assegurar a legitimidade das partes;3) Convidar as partes a completar e a corrigir os articulados, sempre que no decurso do processo reconhea que deixaram de serarticulados factos que podem interessar deciso da causa e sem prejuzo de tais factos ficarem sujeitos s regras gerais sobrecontraditoriedade e prova.

    2. Nas aces que tenham por objecto o cumprimento de obrigao pecuniria, o juiz deve orient-las por forma a que a sentena, se for decondenao, possa fixar em quantia certa a importncia devida.

    Artigo 15. Modificaes subjectivas da instnciaArtigo 15. Modificaes subjectivas da instncia1. A instncia no pode ser modificada por substituio, por acto entre vivos, da parte trabalhadora.2. S reconhecida no processo, quanto transmisso entre vivos de direito litigioso contra o trabalhador, a substituio resultante detransmisso da empresa.3. A substituio a que se refere o nmero anterior no necessita do acordo da parte contrria.

    Artigo 16. Cumulao sucessiva de pedidosArtigo 16. Cumulao sucessiva de pedidos1. Se at audincia de discusso e julgamento ocorrerem factos que permitam ao autor deduzir contra o ru novos pedidos, pode seraditada a petio inicial, desde que a todos os pedidos corresponda a mesma espcie de processo.2. Tratando-se de factos ocorridos antes da propositura da aco, o autor pode ainda deduzir novos pedidos, nos termos do nmeroanterior, desde que justifique a impossibilidade da sua incluso na petio inicial.3. Nos casos previstos nos nmeros anteriores, o ru notificado para responder, tanto matria do aditamento como da suaadmissibilidade.

    Artigo 17. Admissibilidade e oportunidade de reconvenoArtigo 17. Admissibilidade e oportunidade de reconveno1. A reconveno admissvel, desde que o valor da causa exceda a alada do tribunal, quando:

    1) O pedido do ru emerge do facto jurdico que serve de fundamento aco;2) O ru se prope obter a compensao;3) Entre o pedido do ru e a relao material subjacente aco exista acessoriedade, complementaridade ou dependncia.

    2. No admissvel a reconveno quando ao pedido do ru corresponda uma espcie de processo diferente da que corresponde aopedido do autor.3. A reconveno apresentada com a contestao, mas pode s-lo posteriormente, na resposta a que se refere o n. 3 do artigo anterior,desde que seja admissvel em face dos novos pedidos formulados pelo autor.

    Artigo 18.Apensao de acesArtigo 18.Apensao de aces1. Se no tribunal estiverem pendentes aces do foro laboral que, por se verificarem os pressupostos de admissibilidade do litisconsrcio,da coligao, da oposio ou da reconveno, possam ser reunidas num nico processo, ordenada a juno delas, a no ser que o estadodo processo ou outra razo especial torne inconveniente a apensao.2. A apensao das aces faz-se nos termos do artigo 219. do Cdigo de Processo Civil, e pode ser ordenada, no apenas a requerimentode qualquer das partes com interesse atendvel na juno, mas tambm oficiosamente, pelo juiz do processo ao qual as demais acesdevam ser apensadas.

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  • Artigo 19. Desistncia e transacoArtigo 19. Desistncia e transaco1. A desistncia total ou parcial do pedido e a transaco s podem fazer-se em tentativa de conciliao realizada nos termos deste Cdigo.2. A desistncia da instncia posterior contestao s pode fazer-se em tentativa judicial de conciliao.

    Artigo 20. Produo antecipada de provaArtigo 20. Produo antecipada de provaNas aces em que seja parte interessada trabalhador no residente cuja permanncia em Macau no esteja assegurada, deve o MinistrioPblico, quando lhe incumba o patrocnio oficioso, promover a realizao antecipada das diligncias probatrias em que a presena dotrabalhador seja necessria ou considerada conveniente.

    Artigo 21. Prova da subsistncia da justa causa de rescisoArtigo 21. Prova da subsistncia da justa causa de rescisoSempre que o conhecimento do mrito da aco pressuponha deciso sobre a subsistncia ou insubsistncia de justa causa de resciso docontrato de trabalho, compete parte interessada na subsistncia da justa causa a alegao e prova dos factos que a permitem sustentar.

    SECO II SECO II Capacidade e legitimidade das partesCapacidade e legitimidade das partes

    Artigo 22. Capacidade dos menoresArtigo 22. Capacidade dos menores1. Os menores que tenham completado 16 anos de idade podem estar por si em juzo, como autores.2. Os menores que completem os 16 anos de idade na pendncia de causa em que figurem como autores, podem requerer a suainterveno directa na aco, cessando, nesse caso, a representao que tenha estado a ser exercida.3. Aos menores que ainda no tenham completado 16 anos de idade, ou que na aco figurem como rus, aplicam-se as regras gerais;porm, quando se verificar que o representante legal no acautela judicialmente os seus interesses, pode o juiz, ouvidos os interessados,conferir a representao ao Ministrio Pblico.

    Artigo 23. Trabalho colectivoArtigo 23. Trabalho colectivo1. Se o trabalho for prestado em comum por um grupo de pessoas, pode qualquer delas fazer valer a sua quota-parte do interesse.2. Quando o interesse que se pretende fazer valer tiver sido colectivamente fixado, o autor deve identificar os demais interessados, osquais, antes de ordenada a citao do ru, so notificados para, no prazo de 10 dias, intervirem na aco.3. Se, nos casos previstos no nmero anterior, a aco for intentada por apenas um ou alguns dos trabalhadores interessados, cabe aoMinistrio Pblico acautelar os interesses dos que no intervenham por si.

    Artigo 24. Legitimidade das associaes representativasArtigo 24. Legitimidade das associaes representativasAs associaes representativas dos trabalhadores e das entidades patronais so parte legtima, como autores, nas aces respeitantes aosinteresses colectivos de natureza laboral cuja tutela lhes seja especialmente atribuda por lei ou regulamento.

    SECO III SECO III Procedimentos cautelaresProcedimentos cautelares

    Artigo 25. Procedimento cautelar comumArtigo 25. Procedimento cautelar comum1. Aos procedimentos cautelares no especificados, requeridos no mbito do processo do trabalho, aplica-se o regime estabelecidono Cdigo de Processo Civil para o procedimento cautelar comum, com as seguintes especialidades:

    1) Recebido o requerimento, logo designada data para a audincia final;2) Sempre que seja admitida oposio do requerido, esta apresentada at ao incio da audincia;3) A deciso oral, sucintamente fundamentada e ditada para a acta.

    2. A falta de comparncia de qualquer das partes, ou do respectivo mandatrio, no motivo de adiamento da audincia.

    Artigo 26. Procedimentos cautelares especificadosArtigo 26. Procedimentos cautelares especificados1. So admitidos no foro laboral os procedimentos cautelares especificados previstos no Cdigo de Processo Civil, que se lhe adaptem.2. Aos procedimentos cautelares previstos no nmero anterior aplicam-se as disposies correspondentes do Cdigo de Processo Civil,com as especialidades constantes do artigo anterior, sempre que, de acordo com o respectivo regime, se devam aplicar as regras doprocedimento comum.

    CAPTULO II CAPTULO II Processo declarativo comumProcesso declarativo comum

    SECO I SECO I Tentativa de conciliaoTentativa de conciliao

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  • Artigo 27. Tentativa preliminar de conciliaoArtigo 27. Tentativa preliminar de conciliao1. Nenhuma aco respeitante s questes previstas nas alneas 1) a 5) do n. 2 do artigo 2. tem seguimento sem que seja realizadatentativa de conciliao das partes, presidida pelo Ministrio Pblico, ou se constate ser a mesma impossvel, de acordo com o disposto nosnmeros seguintes.2. Recebida e distribuda a petio inicial, a mesma remetida ao Ministrio Pblico, que designa data para a realizao da tentativa deconciliao, a efectuar no prazo de 20 dias, e ordena a notificao das partes para o efeito.3. A notificao do ru para a tentativa de conciliao interrompe os prazos de prescrio e caducidade.4. A tentativa de conciliao realiza-se por uma s vez, salvo se, havendo fundadas razes para crer que a conciliao ainda possvel, aspartes conjuntamente requererem a realizao de nova tentativa; neste caso, designada data para nova tentativa de conciliao, a qualdeve realizar-se no prazo mximo de 10 dias.5. Em caso de acordo, o mesmo reduzido a auto, elaborado nos termos do artigo 29., e submetido homologao do juiz.6. Se no prazo de 30 dias no for possvel, por qualquer razo, realizar a tentativa de conciliao ou obter o acordo das partes, elaboradoauto onde se especificam as razes que obstaram conciliao das partes, o qual junto ao processo.

    Artigo 28. Tentativa judicial de conciliaoArtigo 28. Tentativa judicial de conciliao1. Sem prejuzo da realizao obrigatria da tentativa de conciliao a que se refere o n. 1 do artigo 39., pode ser realizada tentativa judicialde conciliao em qualquer outro estado do processo, desde que as partes conjuntamente o requeiram ou o tribunal o julgue oportuno.2. Porm, as partes s podem ser convocadas exclusivamente para o efeito da realizao de tentativa facultativa de conciliao, desde queconjuntamente o requeiram e apenas por uma vez.3. A desistncia, confisso ou transaco efectuadas em audincia de conciliao realizada perante o juiz no carecem de homologao paraproduzir efeitos de caso julgado, mas o juiz deve certificar-se da capacidade das partes e da legalidade do resultado da conciliao, o que fazconstar do auto.

    Artigo 29.Elementos do auto de conciliaoArtigo 29.Elementos do auto de conciliao1. O acordo obtido em tentativa judicial de conciliao reduzido a auto, o qual deve conter a identificao completa de todos osintervenientes e, pormenorizadamente, os termos do acordo no que diz respeito a prestaes, prazos e lugares do cumprimento.2. Em caso de cumulao de pedidos, no auto discriminam-se os pedidos a que a conciliao diz respeito.

    SECO II ArticuladosSECO II Articulados

    Artigo 30. Despacho liminarArtigo 30. Despacho liminar1. Quando a aco deva prosseguir por no ter sido possvel obter o acordo das partes na tentativa preliminar de conciliao, o juiz, se nofor caso de indeferimento liminar da petio inicial mas nela detectar deficincias ou obscuridades, convida o autor para, querendo, acompletar ou esclarecer.2. Estando a petio em condies de ter seguimento, ordenada a citao do ru para contestar.3. Na citao, o ru advertido dos efeitos da falta de contestao.4. Tratando-se de aco proposta contra trabalhador, o ru ainda advertido de que pode solicitar o patrocnio oficioso do MinistrioPblico.

    Artigo 31. ContestaoArtigo 31. Contestao1. O ru pode contestar no prazo de 15 dias a contar da citao, comeando o prazo a correr desde o termo da dilao quando a estahouver lugar.2. Quando o Ministrio Pblico assuma o patrocnio oficioso do ru, declara esse facto no processo, dentro do prazo a que se refere onmero anterior, contando-se o prazo para contestar a partir da data dessa declarao.3. Verificadas as circunstncias previstas nos n.os 4 e 5 do artigo 403. do Cdigo de Processo Civil, o prazo para a apresentao dacontestao pode ser prorrogado, at 10 dias.4. Ao Ministrio Pblico aplicvel, quando intervenha como patrono oficioso, o nus de impugnao e o disposto no n. 2 do artigo 410.do Cdigo de Processo Civil.

    Artigo 32. Efeitos da falta de contestaoArtigo 32. Efeitos da falta de contestao1. Sem prejuzo do disposto no artigo 406. do Cdigo de Processo Civil, se o ru no contestar, tendo sido ou devendo considerar-seregularmente citado na sua prpria pessoa ou tendo juntado procurao a mandatrio judicial no prazo da contestao, consideram-sereconhecidos os factos articulados pelo autor e logo proferida sentena, julgando a causa conforme for de direito.2. Quando a causa se revestir de manifesta simplicidade, a sentena pode limitar-se parte decisria, precedida da identificao das partese da fundamentao sumria do julgado, a qual, se os factos reconhecidos conduzirem procedncia da aco, pode ser feita mediantesimples adeso ao alegado pelo autor.

    Artigo 33. Resposta contestao e articulados supervenientesArtigo 33. Resposta contestao e articulados supervenientes1. Sendo deduzidas excepes, pode o autor responder matria destas no prazo de 8 dias.2. Havendo reconveno, o prazo para a resposta de 15 dias.3. No tendo sido deduzidas excepes ou no havendo reconveno, s so admitidos articulados supervenientes nos termos e para osefeitos do artigo 16., sem prejuzo do disposto na alnea 3) do n. 1 do artigo 14..4. Aos articulados supervenientes a que se refere o nmero anterior aplica-se ainda, com as necessrias adaptaes, o regime do artigo425. do Cdigo de Processo Civil.

    SECO III SECO III Saneamento e instruo do processoSaneamento e instruo do processo

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  • Artigo 34. Despacho saneador e seleco da matria de factoArtigo 34. Despacho saneador e seleco da matria de facto1. Findos os articulados, o juiz profere, no prazo de 10 dias, despacho saneador para os fins indicados no artigo 429. do Cdigo de ProcessoCivil.2. Se o processo houver que prosseguir, o juiz selecciona, no prprio despacho a que se refere o n. 1 e de acordo com o disposto no artigo430. do Cdigo de Processo Civil, a matria de facto relevante.3. Nas causas de valor inferior alada dos Tribunais de Primeira Instncia, o juiz pode abster-se de fixar a base instrutria, sempre que aseleco da matria de facto controvertida se revestir de simplicidade.4. Cumprido o disposto nos nmeros anteriores, a secretaria notifica as partes, que podem, no prazo de 10 dias, reclamar da seleco damatria de facto e recorrer do despacho saneador.

    Artigo 35. Indicao das provas e designao da data para a audinciaArtigo 35. Indicao das provas e designao da data para a audincia1. Dentro do prazo referido no n. 4 do artigo anterior, devem as partes apresentar o rol de testemunhas e requerer quaisquer outrasprovas.2. Havendo reclamao ou recurso a que tenha sido atribudo efeito suspensivo, o prazo para oferecer a prova inicia-se com a notificaoda respectiva deciso.3. Estando a aco em condies de prosseguir, o juiz designa dia para a audincia de discusso e julgamento, a qual deve ter lugar no prazode 30 dias; na notificao, as partes so especialmente advertidas do disposto no n. 2 do artigo 40..4. Findos os prazos a que se referem os n.os 1 e 2, podem ainda as partes oferecer o rol de testemunhas, bem como alter-lo ou adit-lo, at10 dias antes da data indicada para a realizao da audincia, incumbindo-lhes, neste caso, a apresentao das novas testemunhasindicadas.5. A apresentao, alterao ou aditamento do rol de testemunhas notificada parte contrria.

    Artigo 36. Limite do nmero de testemunhasArtigo 36. Limite do nmero de testemunhas1. As partes no podem oferecer mais de dez testemunhas para prova dos fundamentos da aco ou da respectiva defesa.2. Havendo cumulao inicial de pedidos, ou sendo aditados novos pedidos, pode o nmero de testemunhas ser de cinco por cada pedido,mas sem exceder o total de vinte.3. No caso de reconveno, pode cada uma das partes oferecer at dez testemunhas para a prova dos factos dela constantes e darespectiva defesa.4. Sobre cada um dos factos que se prope provar, no pode a parte apresentar mais de trs testemunhas, no se contando as quedeclarem nada saber.

    Artigo 37. Gravao da audinciaArtigo 37. Gravao da audincia1. Nas aces em que seja admissvel recurso ordinrio, pode qualquer das partes requerer a gravao da audincia ou o tribunaldetermin-la oficiosamente.2. Sem prejuzo do disposto no n. 4 do artigo 39., o requerimento para a gravao da audincia deve ser apresentado dentro do prazopara a indicao das provas.

    SECO IV SECO IV Discusso e julgamento da causaDiscusso e julgamento da causa

    Artigo 38. Interveno do tribunal colectivoArtigo 38. Interveno do tribunal colectivo1. A instruo, discusso e julgamento da causa so da competncia do tribunal singular, salvo nas causas de valor superior alada dosTribunais de Primeira Instncia em que no tenha sido requerida a gravao da audincia.2. Sendo o julgamento da competncia do tribunal colectivo, depois de realizadas as diligncias de prova que devam ter lugar antes daaudincia, o processo, se a complexidade da causa o justificar, vai com vista a cada um dos juzes, por um perodo de 3 dias.3. No se verificando a hiptese prevista no nmero anterior, o tribunal rene imediatamente antes de se iniciar a audincia para doprocesso tomarem conhecimento os juzes que dele no tenham tido vista.

    Artigo 39. Abertura e adiamento da audinciaArtigo 39. Abertura e adiamento da audincia1. Feita a chamada das pessoas que tenham sido convocadas e constitudo o tribunal, declarada aberta a audincia, que se inicia com atentativa de conciliao das partes.2. Salvo quando o adiamento se mostre necessrio para garantir o exerccio do contraditrio, nas situaes a que se refere a alnea 3) do n.1 do artigo 14. e o artigo 16., a audincia s pode ser adiada, e por uma vez, se houver acordo das partes e fundamento legal.3. Nos casos em que a falta de pessoa convocada para a audincia constitua fundamento legal de adiamento, mas o mesmo no sejapossvel por falta do acordo das partes, a audincia interrompida por perodo no superior a 20 dias, de acordo com o disposto no n. 4do artigo 554. do Cdigo de Processo Civil.4. Se na data da audincia no for possvel constituir o tribunal colectivo e as partes no estiverem de acordo quanto ao seu adiamento,pode qualquer delas requerer a gravao da audincia, que prossegue, nesse caso, perante o tribunal singular.5. Quando no seja requerida a gravao da audincia, nos termos do nmero anterior, a audincia adiada, mas apenas por uma vez epor perodo no superior a 30 dias.

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  • Artigo 40. Consequncias da no comparncia das partes em julgamentoArtigo 40. Consequncias da no comparncia das partes em julgamento1. As partes devem comparecer pessoalmente no dia marcado para a audincia ou, justificando at ao seu incio a impossibilidade decomparncia, fazer-se representar por mandatrio judicial com poderes especiais para confessar, desistir ou transigir.2. Se alguma das partes faltar injustificadamente e no se fizer representar por mandatrio judicial com poderes especiais, consideram-seprovados os factos alegados pela outra parte que forem pessoais ao faltoso, salvo se da restante prova resultar o contrrio.3. Se ambas as partes faltarem injustificadamente e no se fizerem representar por mandatrio judicial com poderes especiais, o juiz ordenaa produo das provas que tenham sido requeridas e se revelem possveis, bem como as demais que considere indispensveis, decidindo acausa conforme for de direito.4. Nos casos de patrocnio pelo Ministrio Pblico ou por advogado oficioso, a presena do patrono tem os mesmos efeitos darepresentao por mandatrio judicial com poderes especiais.

    Artigo 41. Discusso e julgamento da matria de factoArtigo 41. Discusso e julgamento da matria de facto1. Se no decurso da produo da prova surgirem factos que, embora no articulados, o tribunal considere relevantes para a boa deciso dacausa, ampliada a base instrutria.2. Se a base instrutria for ampliada nos termos do nmero anterior, podem as partes indicar as respectivas provas, respeitando os limitespara a prova testemunhal; as provas so requeridas imediatamente ou, em caso de reconhecida impossibilidade, no prazo de 5 dias.3. Realizada a produo da prova e no havendo razes para a interrupo da audincia, dada a palavra aos mandatrios das partes para,por uma s vez e por tempo no superior a uma hora, apresentarem as suas alegaes, tanto sobre a matria de facto como sobre amatria de direito.4. Encerrada a discusso, decidida a matria de facto, por despacho ou por acrdo se o julgamento tiver decorrido perante o tribunalcolectivo.

    Artigo 42. SentenaArtigo 42. Sentena1. Encerrada a audincia de discusso e julgamento, a sentena proferida no prazo de 15 dias.2. Quando a simplicidade das questes de direito o justificar, a sentena imediatamente lavrada por escrito ou ditada para a acta e podelimitar-se parte decisria, precedida da identificao das partes e da sucinta fundamentao de facto e de direito do julgado.3. O tribunal deve condenar em quantidade superior ao pedido ou em objecto diferente do dele, sempre que isso resulte da aplicao matria de facto de preceitos inderrogveis das leis ou regulamentos.4. sentena que condene em quantidade superior ao pedido ou em objecto diferente do dele, no se aplica o disposto no n. 2.

    Artigo 43. Vcios e reforma da sentenaArtigo 43. Vcios e reforma da sentena1. Aos vcios e reforma da sentena, aplica-se o disposto nos artigos 569. a 573. do Cdigo de Processo Civil, com as especialidadesconstantes dos nmeros seguintes.2. A arguio das nulidades da sentena feita nas alegaes de recurso, salvo quando no caiba recurso ou dela no se pretenda recorrer,caso em que feita em requerimento dirigido ao juiz que a proferiu.3. Nos casos em que o conhecimento das nulidades da sentena seja da competncia do tribunal de recurso, o tribunal recorrido podesempre suprir a nulidade antes da subida do respectivo recurso.

    CAPTULO III CAPTULO III Processos relativos a acidentes de trabalho e doenas profissionaisProcessos relativos a acidentes de trabalho e doenas profissionais

    SECO I SECO I Disposies preliminaresDisposies preliminares

    Artigo 44. mbito de aplicaoArtigo 44. mbito de aplicao1. Os processos regulados no presente captulo compreendem os destinados efectivao dos direitos das vtimas de acidentes detrabalho ou doenas profissionais, ou dos beneficirios legais da indemnizao por morte resultante de qualquer daqueles factos, bemcomo as aces interpostas com vista declarao de extino desses mesmos direitos e as destinadas efectivao dos direitos deterceiros conexos com acidentes de trabalho ou doenas profissionais.2. Os processos destinados efectivao dos direitos dos sinistrados ou doentes, bem como os que respeitam aos direitos dosbeneficirios legais, compreendem uma fase conciliatria e, eventualmente, uma fase contenciosa.

    Artigo 45. Regime das aces para declarao de extino de direitosArtigo 45. Regime das aces para declarao de extino de direitos1. As aces destinadas a obter a declarao de prescrio do direito s prestaes, bem como as destinadas a obter a declarao de perdado direito reparao ou do direito renovao ou reparao de aparelhos de prtese ou ortopedia, seguem os termos do processodeclarativo comum, por apenso ao processo relativo ao acidente ou doena a que disserem respeito, se o houver.2. Nas aces previstas no nmero anterior, a instruo, discusso e julgamento incumbem ao tribunal singular, podendo o juiz ordenaroficiosamente os exames e diligncias que considere necessrias boa deciso da causa.

    Artigo 46. Regime das aces destinadas efectivao de direitos de terceirosArtigo 46. Regime das aces destinadas efectivao de direitos de terceiros1. As aces destinadas efectivao de direitos de terceiros conexos com acidentes de trabalho ou doenas profissionais, propostas aoabrigo do disposto na alnea 7) do n. 2 do artigo 2., seguem os termos do processo declarativo comum, por apenso ao processo relativoao acidente ou doena a que respeitem, se o houver.2. As decises proferidas no processo relativo ao acidente ou doena que tenham por objecto a qualificao do acidente ou doena comode trabalho ou profissional, bem como as que respeitem determinao da entidade responsvel, tm, quando transitadas, valor de casojulgado para estes processos.

    SECO II SECO II Processo para a efectivao de direitos resultantes de acidentes de trabalhoProcesso para a efectivao de direitos resultantes de acidentes de trabalhoou doenas profissionaisou doenas profissionais

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  • SUBSECO I SUBSECO I Fase conciliatriaFase conciliatria

    Artigo 47. Incio do processoArtigo 47. Incio do processo1. Os processos destinados efectivao dos direitos resultantes de acidentes de trabalho ou doenas profissionais iniciam-se por umafase conciliatria, dirigida pelo Ministrio Pblico, e tm por base a participao respectiva.2. Quando seja feita por entidade seguradora, a participao deve ser acompanhada:

    1) De cpia da aplice e seus adicionais em vigor;2) De toda a documentao clnica e nosolgica disponvel;3) De nota discriminativa das incapacidades, internamentos e indemnizaes pagas desde o acidente, se for o caso;4) Da ltima folha de salrios, ordenados e outras prestaes de carcter regular que seguradora haja sido facultada pelo segurado, deacordo com a respectiva aplice.

    3. Quando seja feita pela entidade patronal, a participao deve ser acompanhada de documento de onde conste o ltimo salrioefectivamente pago ao sinistrado.

    Artigo 48. Processamento em caso de morteArtigo 48. Processamento em caso de morte1. Se for caso de morte, o Ministrio Pblico, recebida a participao, determina a realizao da autpsia ou a juno aos autos dorespectivo relatrio, conforme as circunstncias, e ordena as diligncias necessrias determinao dos beneficirios legais daindemnizao correspondente e obteno das provas do seu parentesco com a vtima.2. A realizao da autpsia dispensada quando seja considerada desnecessria e no for requerida pelos interessados.3. Instrudo o processo com a certido de bito, com o relatrio da autpsia que tenha sido efectuada e com as certidescomprovativas do parentesco dos beneficirios com a vtima, o Ministrio Pblico designa data para a tentativa de conciliao.4. No sendo possvel determinar a existncia de quaisquer beneficirios legais, procede-se citao edital e, se nenhum comparecer,arquiva-se o processo; o arquivamento provisrio at que expire o prazo de caducidade do direito, sendo reaberto o processo se,durante esse prazo, comparecer algum beneficirio.5. Expirado o prazo de caducidade referido no nmero anterior sem que tenha comparecido qualquer beneficirio, notificado o Fundode Segurana Social e reaberto o processo para a efectivao dos respectivos direitos, se os houver.

    Artigo 49. Processamento em caso de incapacidade permanenteArtigo 49. Processamento em caso de incapacidade permanente1. Se do acidente ou doena tiver resultado incapacidade permanente, o Ministrio Pblico designa, de imediato, as datas para arealizao do exame mdico e da tentativa de conciliao.2. Sempre que possvel, a data para a tentativa de conciliao marcada por forma a que a mesma possa ter lugar logo aps a realizaodo exame.

    Artigo 50. Processamento noutros casosArtigo 50. Processamento noutros casos1. So imediatamente designadas as datas para a realizao do exame mdico e da tentativa de conciliao, com respeito pelo dispostono n. 2 do artigo anterior, se, quando for recebida a participao:

    1) A vtima do acidente de trabalho ou doena profissional ainda no estiver curada e estiver sem o tratamento adequado ou semreceber a indemnizao devida por incapacidade temporria;2) A vtima no se conformar com a alta, com a natureza da incapacidade ou com o grau de desvalorizao temporria que lhe tenhasido atribudo;3) A situao de incapacidade temporria se prolongar por mais de doze meses.

    2. O exame mdico pode ser dispensado se a vtima, quando vier a juzo, se declarar curada sem desvalorizao e apenas reclamar aindemnizao devida por incapacidade temporria ou qualquer quantia a que acessoriamente tiver direito.

    Artigo 51. Diligncias complementaresArtigo 51. Diligncias complementares1. O Ministrio Pblico deve, designadamente para os efeitos dos artigos 53. e 60., assegurar-se, pelos meios necessrios deinvestigao, da veracidade das declaraes das partes e dos demais elementos constantes do processo.2. At ao incio da fase contenciosa, o Ministrio Pblico pode requisitar Direco dos Servios do Trabalho e Emprego, sem prejuzo dacompetncia legalmente atribuda a outras entidades, a realizao urgente de inqurito sumrio sobre as circunstncias em que ocorreuo acidente, quando:

    1) Do acidente tenha resultado a morte ou incapacidade grave;2) O sinistrado no estiver a ser tratado;3) Houver razes para suspeitar que o acidente ou as suas consequncias resultaram da falta de observncia das condies de higieneou de segurana no trabalho;4) Houver razes para suspeitar que o acidente foi dolosamente causado.

    3. Para os efeitos do disposto nos nmeros anteriores, quaisquer entidades pblicas ou privadas tm o dever de colaborao com oMinistrio Pblico.

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  • Artigo 52. Exame mdicoArtigo 52. Exame mdico1. O exame mdico realizado por um nico perito mdico, nomeado pelo Ministrio Pblico de acordo com o disposto no n. 2 doartigo 496. do Cdigo de Processo Civil, sempre que possvel nas instalaes do tribunal.2. O exame secreto e presidido pelo Ministrio Pblico, salvo quando se realize fora das instalaes do tribunal, caso em que dispensada a presidncia do Ministrio Pblico.3. Se o perito mdico entender que o exame exige elementos auxiliares de diagnstico que no estejam acessveis ou o conhecimentode alguma especialidade clnica que no domine, o Ministrio Pblico requisita esses elementos ou o parecer de especialistas aosServios de Sade ou, se estes no estiverem habilitados a fornec-los em tempo oportuno, aos estabelecimentos ou serviosadequados ou a mdicos especialistas.4. No auto de exame mdico, o perito deve indicar o resultado da sua observao e do interrogatrio do sinistrado ou doente e, em facedestes e dos demais elementos que constem do processo, considera a leso ou doena, a natureza da incapacidade e o grau dedesvalorizao correspondente, ainda que sob reserva de confirmao ou alterao do seu parecer e diagnstico aps a obteno doresultado dos exames clnicos, laboratoriais, radiolgicos ou outros, que sejam requeridos.5. Se o perito mdico no se considerar habilitado a completar o exame mdico com laudo concludente, fixa provisoriamente o grau dedesvalorizao que possa definir a incapacidade do sinistrado ou doente, devendo o Ministrio Pblico, com base nele e se no prazo de15 dias no se realizar novo exame, promover a tentativa de conciliao das partes.6. O resultado do exame mdico logo notificado, sem necessidade de despacho, ao sinistrado ou doente, bem como s pessoasconvocadas para a tentativa de conciliao, podendo o Ministrio Pblico, sempre que o mesmo lhe suscite dvidas, formular quesitos.7. Se a tentativa de conciliao no se puder realizar imediatamente aps exame mdico, o Ministrio Pblico, findo aquele, tomadeclaraes ao sinistrado sobre as circunstncias em que ocorreu o acidente e demais elementos necessrios realizao daquelatentativa.

    Artigo 53. Tentativa de conciliaoArtigo 53. Tentativa de conciliao1. Na tentativa de conciliao o Ministrio Pblico promove o acordo dos intervenientes, de harmonia com os direitos consignados nalegislao em vigor, tomando por base os elementos fornecidos pelo processo, designadamente o resultado do exame mdico e ascircunstncias que possam influir na capacidade de ganho do sinistrado ou doente.2. tentativa de conciliao so chamadas, alm da vtima ou dos beneficirios legais, as entidades patronais ou seguradoras, conformeos elementos da participao; se das declaraes a prestadas resultar a necessidade de convocao de outras entidades, o MinistrioPblico designa data para nova tentativa, a realizar num dos 15 dias seguintes.3. Quando, nos termos da lei, a reparao seja da sua exclusiva responsabilidade, tentativa de conciliao so apenas chamados oFundo de Segurana Social e a vtima ou os beneficirios legais.4. Com a notificao para a tentativa de conciliao entregue cpia da participao do acidente ou doena s entidades que no foremparticipantes.5. A presena do sinistrado, do doente ou dos beneficirios legais pode ser dispensada em situaes justificadas de manifestadificuldade de comparncia, competindo a sua representao, nesse caso, ao substituto legal do magistrado que preside ou aomagistrado especialmente designado para o efeito, quando aquele no esteja determinado.6. Se a entidade responsvel faltar tentativa de conciliao, tomam-se declaraes ao sinistrado ou ao beneficirio legal sobre ascircunstncias em que ocorreu o acidente e demais elementos necessrios determinao dos respectivos direitos, designando-se logodata para nova tentativa de conciliao, a realizar no prazo de 15 dias.7. Se a entidade responsvel voltar a faltar, dispensada a tentativa de conciliao, presumindo-se verdadeiros at prova em contrrio,quando a falta for injustificada, os factos declarados nos termos do nmero anterior.

    Artigo 54. Processamento em caso de acordoArtigo 54. Processamento em caso de acordo1. O acordo obtido na tentativa de conciliao reduzido a auto e imediatamente submetido ao juiz para homologao.2. Do auto de acordo deve constar, alm da identificao completa dos intervenientes na tentativa de conciliao, a indicao precisados direitos e obrigaes que lhes so atribudos e a descrio pormenorizada do acidente ou doena e dos factos que servem defundamento a esses mesmos direitos e obrigaes.3. O juiz homologa o acordo, por simples despacho exarado no prprio auto, salvo se verificar que o mesmo se encontra emdesconformidade com os elementos fornecidos pelo processo, com as normas legais e regulamentares aplicveis e com a tabela deincapacidades.4. A recusa de homologao fundamentada e notificada aos interessados.5. Se o acordo no for homologado mas houver fundadas razes para considerar possvel a remoo dos obstculos suahomologao, o Ministrio Pblico tenta imediatamente a realizao de novo acordo para substituir aquele cuja homologao foirecusada.6. O acordo produz efeitos desde a data da sua homologao ou do despacho em que a mesma recusada; neste ltimo caso, porm,apenas produz efeitos at data em que for homologado o acordo que o vier a substituir ou, na falta deste, at deciso final.

    Artigo 55. Acordo provisrio ou temporrioArtigo 55. Acordo provisrio ou temporrio1. Quando o grau de incapacidade fixado tiver carcter provisrio ou temporrio, o acordo tem, na parte que se lhe refere, validadeprovisria.2. Nos casos a que se refere o nmero anterior, o Ministrio Pblico procede rectificao do valor das indemnizaes acordadassegundo o resultado dos exames ulteriores, a qual se considera como fazendo parte do acordo inicial e notificada s entidadesresponsveis.3. Se no ltimo exame for atribuda incapacidade natureza permanente e fixado um grau de desvalorizao no provisrio, ou se osinistrado for dado como curado sem desvalorizao, realizada nova tentativa de conciliao, seguindo-se os demais termos doprocesso.

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  • Artigo 56. Processamento na falta de acordoArtigo 56. Processamento na falta de acordo1. Frustrando-se a tentativa de conciliao, no respectivo auto so consignados os factos sobre os quais tenha havido acordo,mencionando-se expressamente se houve ou no acordo acerca da existncia e caracterizao do acidente ou doena, do nexo decausalidade entre a leso e o acidente ou doena, da retribuio da vtima, da identificao da entidade responsvel e da natureza egrau de incapacidade atribudo.2. Tratando-se de doena profissional, do auto deve constar ainda a data aproximada do primeiro diagnstico clnico da doena e aindicao do tipo de funes e ambiente em que o doente trabalhou durante o prazo de imputabilidade previsto na lei, anteriormentequela data, e do tempo de trabalho ao servio de cada entidade; se intervierem vrias seguradoras, cada uma delas declaraobrigatoriamente qual o perodo de vigncia dos respectivos contratos de seguro.3. O interessado que se recuse a tomar posio sobre cada um dos factos a que se referem os nmeros anteriores, estando j habilitadopara o fazer, , a final, condenado como litigante de m f.4. Se as entidades responsveis reconhecerem as obrigaes legais correspondentes aos elementos de facto verificados atravs doprocesso e a vtima ou os respectivos beneficirios legais se limitarem recusa do que lhes devido, o Ministrio Pblico promove que ojuiz profira deciso sobre o mrito da causa e lhe fixe o valor respectivo.5. A deciso a que se refere o nmero anterior pode limitar-se parte decisria, precedida da identificao das partes e da sucintafundamentao de facto e de direito do julgado.

    SUBSECO II SUBSECO II Fase contenciosaFase contenciosa

    DIVISO I DIVISO I Disposies geraisDisposies gerais

    Artigo 57. Incio e desdobramentoArtigo 57. Incio e desdobramento1. Quando no tenha sido possvel obter acordo ou este no tenha sido homologado e no se verifique o disposto no n. 4 do artigoanterior, tem lugar a fase contenciosa.2. A fase contenciosa corre nos autos em que se processou a fase conciliatria e tem por base a petio inicial ou o requerimento aque se refere o n. 2 do artigo 71..3. Na fase contenciosa, o processo pode desdobrar-se em processo principal e apenso para a fixao da incapacidade para otrabalho.

    Artigo 59. Fixao do valor da causaArtigo 59. Fixao do valor da causa fixao do valor da causa nos processos emergentes de acidentes de trabalho ou doenas profissionais aplica-se o disposto noartigo 8. do Regime das Custas nos Tribunais, podendo o juiz, em qualquer altura, alterar o valor fixado em conformidade com oselementos que o processo fornecer.

    Artigo 58. Processo principal e apensoArtigo 58. Processo principal e apenso1. No processo principal so decididas todas as questes, salvo a da fixao da incapacidade para o trabalho, que corre por apensoquando no seja a nica questo a decidir.2. A deciso sobre os encargos com o tratamento da vtima do acidente de trabalho ou doena profissional, bem como a querespeita indemnizao provisria que seja requerida, tomada no processo principal.3. O juiz pode ordenar que qualquer incidente corra em separado, se o entender conveniente, do mesmo modo que pode, sempreque a simultaneidade na movimentao do processo principal e seu apenso seja incompatvel com a apensao, determinar queeste seja desapensado.

    Artigo 60. Dever de patrocnio do Ministrio PblicoArtigo 60. Dever de patrocnio do Ministrio Pblico1. Quando, finda a fase conciliatria, o processo deva prosseguir, o Ministrio Pblico, sem prejuzo do disposto nos artigos 8. e 9.,assume imediatamente o patrocnio oficioso da vtima ou dos beneficirios legais e apresenta, no prazo de 20 dias, a petio inicialou o requerimento a que se refere o n. 2 do artigo 71..2. No sendo possvel a elaborao da petio inicial por se verificar a insuficincia dos elementos de facto necessrios, o MinistrioPblico requer que o prazo seja prorrogado por igual perodo de tempo e diligencia no sentido da obteno desses elementos.3. Se se verificar a recusa do sinistrado, do doente ou dos beneficirios legais em fornecer os elementos que lhe sejam solicitados edas demais diligncias a que se proceder resultar que essa recusa se deve ao facto de ter havido um acordo particular sobre areparao do acidente ou doena, o Ministrio Pblico promove a condenao como litigante de m f da entidade com quem tenhasido feito o acordo.4. Findo o prazo referido no n. 1, ou a sua prorrogao nos termos do n. 2, sem que tenha sido apresentada a petio ou orequerimento, o processo concluso ao juiz, que considera suspensa a instncia, sem prejuzo do dever do Ministrio Pblico propora aco assim que para tal tenha reunido os elementos necessrios.

    Artigo 61. Atribuio dos encargos com tratamentosArtigo 61. Atribuio dos encargos com tratamentos1. Se, iniciada a fase contenciosa, o sinistrado ou doente continuar a necessitar de tratamento, o juiz determina que este sejacusteado pela entidade que, de acordo com os critrios fixados no artigo seguinte, deva considerar-se responsvel.2. Porm, o juiz pode determinar, em qualquer fase do processo, que a entidade que anteriormente tiver custeado o tratamento ocontinue a fazer, desde que isso lhe tenha sido solicitado em requerimento fundamentado e o juiz entenda, em face dos elementosdo processo e de outras diligncias que considere necessrias, que o pedido fundado.3. A deciso do juiz tomada ao abrigo do disposto no nmero anterior no prejudica as questes por decidir, mas implica, a final, acondenao da entidade responsvel pela indemnizao a pagar, com juros de mora, os encargos entretanto suportados.

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  • Artigo 62. Fixao de indemnizao provisriaArtigo 62. Fixao de indemnizao provisria1. Sem prejuzo do disposto no n. 7, o juiz, quando lhe seja requerido, fixa indemnizao provisria.2. Havendo acordo acerca da existncia e caracterizao do acidente de trabalho ou doena profissional, a indemnizao provisria a que for devida pela morte ou incapacidade atribuda pelo exame mdico, com base na retribuio calculada nos termos dalegislao sobre acidentes de trabalho e doenas profissionais, se outra no tiver sido reconhecida na tentativa de conciliao.3. Tendo carcter provisrio o grau da incapacidade fixado, o juiz rectifica a indemnizao logo que seja conhecido o resultado finaldo exame mdico que defina a incapacidade ou lhe reconhea natureza permanente.4. Quando haja acordo acerca da existncia e caracterizao do acidente ou doena mas no quanto transferncia daresponsabilidade, a indemnizao provisria fica a cargo da seguradora cuja aplice abranja a data do acidente ou a do diagnsticoclnico da doena, e paga pela entidade patronal, se no tiver sido junta aplice.5. Nos casos a que se refere a parte final do nmero anterior em que no esteja determinada a entidade patronal ou em que esta seencontre em situao de comprovada insuficincia econmica ou financeira, aplica-se o disposto no n. 8 se no houver lugar suacondenao nos termos do n. 7.6. Se no houver acordo quanto existncia ou caracterizao do acidente ou doena, o juiz fixa a indemnizao provisria combase nos elementos fornecidos pelo processo e de acordo com o disposto nos nmeros anteriores, desde que, tendo resultado amorte ou incapacidade grave ou verificando-se a hiptese a que se refere a alnea 1) do n. 1 do artigo 50., a considere necessria vtima ou aos beneficirios legais.7. imediatamente condenada no pagamento da indemnizao provisria a entidade que o juiz considere responsvel, se os autosfornecerem elementos bastantes para o convencer de que a falta de acordo na tentativa de conciliao teve por fim evitar acondenao provisria; se no julgamento se confirmar essa convico, a entidade , a final, condenada como litigante de m f.8. Quando a indemnizao provisria no for suportada por outra entidade, os montantes respectivos so adiantados ou garantidospelo Fundo de Segurana Social, desde que deles necessitem a vtima ou os beneficirios legais.

    Artigo 63. Irrecorribilidade e imediata exequibilidade da deciso que fixar a indemnizaoArtigo 63. Irrecorribilidade e imediata exequibilidade da deciso que fixar a indemnizaoprovisriaprovisria1. Da deciso que fixar a indemnizao provisria no cabe recurso, mas a entidade responsvel pode reclamar com o fundamentode no se verificarem as condies da sua atribuio.2. Nos casos a que se refere o n. 8 do artigo anterior, pode o Fundo de Segurana Social reclamar, com fundamento em o sinistrado,o doente ou os respectivos beneficirios legais dela no terem necessidade.3. A deciso que fixa a indemnizao provisria imediatamente exequvel, dispensando-se a prestao de cauo.4. O disposto nos nmeros anteriores aplicvel, com as necessrias adaptaes, deciso que fixar a responsabilidade provisriapelos encargos relativos ao tratamento do sinistrado ou doente.

    Artigo 64. Incumprimento das determinaes do tribunal e falta de comparncia a dilignciasArtigo 64. Incumprimento das determinaes do tribunal e falta de comparncia a dilignciasO no cumprimento de qualquer determinao do tribunal, bem como a no comparncia de qualquer pessoa a diligncia para quetenha sido devidamente convocada, so punveis com multa, salvo se infraco corresponder outra sano.

    DIVISO II DIVISO II Processo principalProcesso principal

    Artigo 65. Regime aplicvelArtigo 65. Regime aplicvelAo processo principal que deva ter lugar na fase contenciosa dos processos para a efectivao de direitos resultantes de acidentes detrabalho ou doenas profissionais aplicam-se as regras do processo declarativo comum, com as especialidades constantes dosartigos seguintes.

    Artigo 66. Pluralidade de entidades responsveisArtigo 66. Pluralidade de entidades responsveis1. Estando em causa a determinao da entidade responsvel, o juiz pode, at ao encerramento da audincia de discusso ejulgamento, mandar intervir na aco qualquer entidade que julgue ser eventual responsvel, a qual citada, sendo-lhe remetidacpia dos articulados j oferecidos.2. Os actos processuais praticados por qualquer um dos rus aproveita aos restantes, salvo na parte em que reconheam ou demorigem a quaisquer obrigaes, caso em que respeitam apenas entidade que os praticou.3. Sem prejuzo da questo da transferncia da responsabilidade, so lcitos os acordos pelos quais a entidade patronal e a entidadeseguradora atribuam a uma delas a interveno no processo, a partir da citao da ltima.4. Os acordos a que se refere o nmero anterior so eficazes tanto no que beneficie como no que prejudique as partes.5. As sentenas e despachos proferidos no processo constituem caso julgado contra todos os rus, mesmo os que no tenhamintervindo.

    Artigo 67. Despacho liminarArtigo 67. Despacho liminar1. Sem prejuzo do disposto no n. 1 do artigo 30., recebida a petio inicial, o ru citado para contestar no prazo de 10 dias, sendo-lhe entregue duplicado da petio.2. Havendo vrios rus, o prazo para contestar conta-se a partir da ltima citao.

    Artigo 68. Contestao e efeitos da sua faltaArtigo 68. Contestao e efeitos da sua falta1. Na contestao, alm de apresentar a sua defesa, o ru pode, desde que fundamente, requerer a fixao da incapacidade e indicaroutra pessoa como eventual responsvel.2. A pessoa indicada pelo ru como eventual responsvel citada para contestar, cumprindo-se o disposto no artigo anterior.3. Se estiver em discusso a determinao da entidade responsvel, ao autor e a cada um dos rus remetida cpia da contestaodos outros rus, podendo cada um deles responder, no prazo de 5 dias, mas apenas sobre aquela questo.4. A falta de contestao de todos os rus citados tem como consequncia a sua condenao solidria no pedido.5. Havendo razes para pensar que possvel a condenao em montante superior ao do pedido, em conformidade com o dispostono n. 3 do artigo 42., o juiz ordena as diligncias que entender necessrias e decide em seguida.

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  • Artigo 69. Despacho saneadorArtigo 69. Despacho saneador1. Findos os articulados, o processo concluso ao juiz para proferir despacho saneador.2. Quando o processo deva prosseguir, no despacho saneador o juiz considera assentes os factos sobre que tenha havido acordo nafase de conciliao e ordena, se for necessrio, o desdobramento do processo.

    Artigo 70. SentenaArtigo 70. Sentena1. Na sentena final, o juiz considera definitivamente assentes as questes que no tenham sido discutidas na fase contenciosa,integra as decises proferidas no processo principal e apenso, cuja parte decisria reproduz, e fixa, se forem devidos, juros de morapela indemnizao em atraso.2. Quando a fixao da incapacidade tiver lugar no processo principal, realizados os exames a que se refere o artigo 73., o juizprofere deciso sobre o mrito da causa, fixando a natureza e o grau da desvalorizao, bem como o valor da aco, podendo asentena limitar-se parte decisria, precedida da identificao das partes e da sucinta fundamentao de facto e de direito dojulgado.3. Sempre que a entidade que vier a ser considerada responsvel no for aquela a cargo de quem ficou o pagamento daindemnizao provisria ou dos encargos com o tratamento da vtima do acidente de trabalho ou doena profissional, a mesmacondenada a indemnizar a entidade que suportou as indemnizaes ou encargos, com juros de mora.4. Se, julgadas as questes suscitadas no processo principal, ainda no for possvel a condenao definitiva, o juiz fixa a indemnizaoprovisria a pagar pela entidade responsvel, calculada de acordo com o n. 2 do artigo 62., observando-se o disposto no nmeroanterior, quando aplicvel.

    DIVISO III DIVISO III Do apenso para a fixao da incapacidade para o trabalhoDo apenso para a fixao da incapacidade para o trabalho

    Artigo 71. RequerimentoArtigo 71. Requerimento1. A parte que no se conformar com o resultado do exame mdico realizado na fase conciliatria do processo, pode requerer, napetio inicial ou na contestao, a realizao de exame por junta mdica.2. Se na tentativa de conciliao apenas tiver havido discordncia quanto questo da incapacidade, o pedido de exame por juntamdica deduzido no prazo de 10 dias a contar da data da em que a mesma se realizou, em simples requerimento, que fundamentado se no for acompanhado de quesitos.3. No sendo apresentado o requerimento a que se refere o nmero anterior, o juiz considera assentes a natureza e o grau dedesvalorizao e profere imediatamente a sentena; se o requerimento tiver sido apresentado mas no estiver devidamenteinstrudo, pode o juiz mandar corrigi-lo.

    Artigo 72. Constituio da junta mdicaArtigo 72. Constituio da junta mdica1. O exame realizado por uma junta mdica, constituda por trs peritos nomeados pelo juiz.2. Se na fase conciliatria o exame mdico tiver exigido o parecer de mdicos especialistas, a junta mdica constituda por, pelomenos, dois mdicos das mesmas especialidades; sempre que possvel, so nomeados pelo juiz peritos que no tenham intervindonaquela fase.3. As partes podem, at ao incio da diligncia, apresentar peritos da sua confiana, os quais so nomeados pelo juiz imediatamenteantes do exame se iniciar.4. Se at ao incio da diligncia as partes no apresentarem os seus peritos, ou no se verificarem as condies para a nomeao dosque tiverem sido apresentados, o juiz nomeia oficiosamente os peritos necessrios para a constituio da junta mdica e designanova data para a realizao do exame, se o mesmo no se puder realizar imediatamente.

    Artigo 73. Exame mdicoArtigo 73. Exame mdico1. O exame mdico tem natureza urgente e realizado, sempre que possvel, nas instalaes do tribunal, sob a presidncia do juiz.2. A formulao de quesitos facultativa, mas o juiz deve formul-los, ainda que as partes o no tenham feito, quando a dificuldadeou complexidade do exame o justifique.3. O juiz pode ainda, se o considerar necessrio boa deciso da causa, determinar a realizao de exames complementares ourequisitar pareceres tcnicos.

    Artigo 74. Deciso do apensoArtigo 74. Deciso do apenso1. Realizados os exames, o juiz fixa a natureza da incapacidade e o grau da desvalorizao.2. A deciso do apenso s pode ser impugnada no recurso a interpor da sentena final.

    SUBSECO III SUBSECO III Supervenincia da morte do sinistrado ou doenteSupervenincia da morte do sinistrado ou doente

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  • Artigo 75. Suspenso da instncia e habilitaoArtigo 75. Suspenso da instncia e habilitao1. Sem prejuzo do disposto no artigo seguinte, se na pendncia da aco a vtima vier a falecer, suspende-se a instncia e citam-se porditos os respectivos herdeiros para, querendo, deduzirem habilitao.2. A instncia interrompe-se se a sua suspenso, determinada ao abrigo do disposto no nmero anterior, durar mais de um ano.

    Artigo 76. Reforma do pedidoArtigo 76. Reforma do pedido1. Se, na pendncia da aco, houver conhecimento da morte do sinistrado ou doente, o Ministrio Pblico averigua se ela resultoudirecta ou indirectamente do acidente ou doena.2. Havendo elementos que permitam sustentar a existncia do nexo de causalidade referido no nmero anterior, o Ministrio Pblicoorganiza o processo regulado no artigo 48., o qual segue os seus termos por apenso ao processo j iniciado.3. Devendo ter lugar a fase contenciosa, o Ministrio Pblico deduz, nos termos do n. 1 do artigo 60., o pedido correspondente aosdireitos dos beneficirios legais do sinistrado ou doente.4. Apresentada a petio e rectificado o valor da causa, o ru notificado para responder, no prazo de 10 dias, seguindo-se os demaistermos do processo.5. As novas partes tm de aceitar os articulados das partes que substituem, havendo-os, sendo vlidos todos os actos e termos jprocessados, salvo se estiverem em manifesta oposio com as novas circunstncias.

    Artigo 77. Renovao da instnciaArtigo 77. Renovao da instnciaSe a morte do sinistrado ou doente ocorrer depois do julgamento da causa ou da extino, por outro modo, da instncia, esta renova-se nos mesmos autos para os efeitos do artigo anterior.

    SECO III SECO III Processo para a reviso da incapacidadeProcesso para a reviso da incapacidade

    Artigo 78.Admissibilidade e processamentoArtigo 78.Admissibilidade e processamento1. Quando se verifique modificao da capacidade de ganho do sinistrado ou doente, proveniente de agravamento ou recidiva da leso, deinterveno clnica ou da aplicao de aparelhos de prtese ou ortopedia, as prestaes podem ser revistas de harmonia com a alteraoverificada.2. A reviso pode ser requerida dentro dos 10 anos posteriores data da fixao da indemnizao, salvo nos casos de doenas profissionaisde carcter evolutivo, designadamente pneumoconioses, em que pode ser requerida a todo o tempo.3. O pedido de reviso deduzido em simples requerimento, o qual deve ser fundamentado ou vir acompanhado de quesitos.4. O processo de reviso da incapacidade corre no apenso para a fixao da incapacidade, se o houver; caso contrrio, corre por apenso aoprocesso principal.

    Artigo 79. Exame mdico e decisoArtigo 79. Exame mdico e deciso1. Requerida a reviso da incapacidade, o juiz manda submeter o sinistrado ou doente a exame mdico, cujo resultado lhe logo notificado,bem como entidade responsvel pela reparao.2. A parte que no se conforme com o resultado do exame pode requerer, no prazo de 5 dias, exame por junta mdica, nos termos dosartigos 72. e 73..3. O exame por junta mdica pode ainda ser ordenado pelo juiz, se tal lhe parecer indispensvel para a boa deciso do processo.4. Realizado o exame mdico e o exame por junta mdica, quando deva ter lugar, e efectuadas quaisquer outras diligncias que se mostremnecessrias, o juiz decide logo por despacho, mantendo ou aumentando a indemnizao.

    Artigo 80. Discusso da responsabilidade do agravamentoArtigo 80. Discusso da responsabilidade do agravamento1. Se a entidade responsvel pretender discutir a responsabilidade total ou parcial do agravamento e a questo s puder ser decidida com aproduo de meios complementares de prova, deve declar-lo no prazo fixado para ser requerido o exame por junta mdica e apresentar,dentro de 10 dias, a sua alegao e meios de prova.2. Tendo sido requerido o exame por junta mdica, o prazo de 10 dias referido no nmero anterior conta-se a partir da data da suarealizao.3. Da alegao e meios de prova apresentados pela entidade responsvel, notificado o requerente para, no prazo de 10 dias, apresentar asua resposta e indicar os respectivos meios de prova.4. Recebida a resposta ou findo o prazo para a sua apresentao, o processo segue os seus termos de acordo com o disposto para oprocesso declarativo comum.

    CAPTULO IV Processo de execuoCAPTULO IV Processo de execuo

    Artigo 81. Regime das aces executivasArtigo 81. Regime das aces executivas1. Podem servir de base execuo em processo do trabalho, todos os ttulos a que o Cdigo de Processo Civil ou lei especial atribua foraexecutiva, bem como os autos de conciliao obtidos em tentativa de conciliao realizada nos termos deste Cdigo.2. O disposto no presente captulo aplicvel s execues para pagamento de quantia certa baseadas em sentena de condenao ou actoequiparado, bem como, com as necessrias adaptaes, s execues da mesma natureza que se baseiem em auto de conciliao.3. s execues baseadas em ttulo no compreendido no nmero anterior, aplicvel o disposto no Cdigo de Processo Civil para a execuopara pagamento de quantia certa, entrega de coisa certa ou prestao de facto, com as especialidades constantes dos artigos 84. a 87..4. s execues para pagamento de quantia certa baseadas em ttulo no compreendido no n. 2 ainda aplicvel o disposto no artigo 88..

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  • Artigo 82. Notificao para a nomeao de bens penhoraArtigo 82. Notificao para a nomeao de bens penhora1. A execuo inicia-se com a nomeao de bens penhora ou com o requerimento previsto no n. 2 do artigo seguinte.2. Decorridos 20 dias sobre a notificao da sentena de condenao no pagamento de quantia certa, ou o prazo que nesta, por motivojustificado, for fixado pelo juiz, a secretaria notifica quem nela figure como credor, sem precedncia de despacho, para nomear penhora bensdo devedor suficientes para solver a dvida e as custas.3. A notificao a que se refere o nmero anterior no tem lugar quando:

    1) Tiver sido junto ao processo documento comprovativo da extino da dvida ou do pagamento da primeira prestao, tratando-se decondenao em prestaes sucessivas;2) Tiver sido junto ao processo documento comprovativo do depsito, ordem do tribunal, do montante em dvida;3) O devedor houver previamente procedido nomeao penhora de bens livres e de valor suficiente para se obter o pagamento da dvida edas custas.

    Artigo 83. Nomeao de bens penhoraArtigo 83. Nomeao de bens penhora1. O credor tem o prazo de 10 dias, prorrogvel pelo juiz, para apresentar a lista dos bens que nomeia penhora.2. Sempre que o credor alegue, justificadamente, sria dificuldade na identificao ou localizao de bens suficientes para pagar a dvida e ascustas, mas esteja convencido de que existem, pode, dentro do prazo fixado no nmero anterior, requerer ao tribunal que proceda sdiligncias adequadas.3. Tendo havido nomeao de bens, ainda que de valor insuficiente, o juiz ordena a imediata penhora dos bens nomeados, sem esperar oresultado das diligncias referidas no nmero anterior, se a elas houver lugar.4. O tribunal procede oficiosamente s diligncias a que se refere o n. 2 sempre que, tratando-se de direitos irrenunciveis, o credor no fizer anomeao de bens penhora no prazo fixado; no sendo encontrados bens, determina-se o arquivamento do processo, sem prejuzo darenovao da instncia logo que eles sejam conhecidos, se no tiver entretanto decorrido o prazo de prescrio do direito.5. Tratando-se de direitos renunciveis, se o credor no nomear bens penhora nem fizer uso da faculdade que lhe concedida pelo n. 2,determina-se o arquivamento do processo; neste caso, a instncia s pode ser renovada a requerimento do exequente e se este nomear bens penhora.6. Se a sentena de condenao respeitar simultaneamente a direitos renunciveis e irrenunciveis, observa-se, quanto a uns e outros, odisposto no n. 4.

    Artigo 84. Termos a seguir em caso de oposioArtigo 84. Termos a seguir em caso de oposio1. Efectuada a penhora, o executado notificado simultaneamente da nomeao dos bens, do despacho que determinou a penhora e da suarealizao, para, querendo, deduzir oposio no prazo de 10 dias.2. No seu requerimento, o executado pode alegar quaisquer circunstncias que infirmem a penhora, bem como qualquer dos fundamentos deoposio execuo baseada em sentena previstos no Cdigo de Processo Civil.3. A oposio autuada por apenso e notificada ao exequente, que pode responder no prazo de 10 dias.4. Com a oposio e a resposta so oferecidos os respectivos meios de prova.5. A deduo da oposio no suspende a execuo, salvo se for prestada cauo.6. Decorrido o prazo para a resposta, o juiz determina as diligncias probatrias sumrias que considere indispensveis, decidindo em seguida.7. Decidido o incidente, seguem-se os termos do processo de execuo regulado no Cdigo de Processo Civil, com as especialidades constantesnos artigos seguintes.

    Artigo 85. Pluralidade de execues sobre os mesmos bensArtigo 85. Pluralidade de execues sobre os mesmos bens1. S lcito penhorar bens que estejam j penhorados em outra execuo quando ao devedor se no conheam outros bens de valorsuficiente para liquidar o crdito do exequente e as custas.2. Tendo recado sobre os mesmos bens mais do que uma penhora, aplica-se o disposto no artigo 764. do Cdigo de Processo Civil, se oprocesso em que foi ordenada a primeira penhora no tiver natureza laboral.3. Tendo ambas as penhoras sido ordenadas em processos de natureza laboral, o juiz que tiver ordenado a ltima comunica esse facto ao juizque ordenou a primeira e determina a suspenso da execuo quanto aos bens j penhorados.4. No processo em que for recebida a comunicao a que se refere o nmero anterior, procede-se venda dos bens penhorados, de cujoproduto so deduzidas as respectivas custas; porm, o a exequente no pago pelo excedente enquanto no for recebida, dos processosonde foram ordenadas as penhoras posteriores, nota da extino das respectivas execues ou do remanescente do crdito verificado e dascustas.5. Recebida a nota, o remanescente do crdito e das custas pago juntamente com o crdito deduzido no processo de execuo onde foi feitaa venda, de forma rateada se for necessrio.6. O disposto nos nmeros anteriores aplicvel, com as necessrias adaptaes, aos casos em que as penhoras tenham sido ordenadas emdiferentes processos distribudos ao mesmo juiz.

    Artigo 86. Suspenso e extino por pagamentoArtigo 86. Suspenso e extino por pagamento1. A execuo suspensa logo que se mostre paga a quantia exequenda.2. Se no tiver havido penhora, a execuo considera-se extinta logo que se verifique o pagamento da quantia exequenda e das custas.

    Artigo 87. Dispensa da publicao de annciosArtigo 87. Dispensa da publicao de annciosNas execues de valor no superior alada dos Tribunais de Primeira Instncia dispensada a publicao de anncios.

    Artigo 88. Dispensa de citao dos credoresArtigo 88. Dispensa de citao dos credoresSem prejuzo do disposto no n. 2 do artigo 756. do Cdigo de Processo Civil, dispensada a citao dos credores desde que, preenchidas ascondies do n. 1 do mesmo preceito, o valor da execuo no exceda a alada dos Tribunais de Primeira Instncia.

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  • TTULO III TTULO III DO PROCESSO CONTRAVENCIONAL DE TRABALHODO PROCESSO CONTRAVENCIONAL DE TRABALHO

    CAPTULO I Da aco contravencionalCAPTULO I Da aco contravencional

    Artigo 89. Regime supletivoArtigo 89. Regime supletivo aco contravencional do trabalho so subsidiariamente aplicveis, com as necessrias adaptaes, as disposies do processocontravencional comum e, no que nelas no esteja previsto, o regime do processo por crime.

    Artigo 90. Natureza e exerccio da aco contravencionalArtigo 90. Natureza e exerccio da aco contravencional1. A aco contravencional pblica, cabendo o seu exerccio, sem prejuzo do disposto no n. 4 do artigo seguinte, exclusivamente aoMinistrio Pblico.2. O Ministrio Pblico exerce a aco contravencional em resultado de denncia ou da remessa a juzo de auto levantado pelas entidadescompetentes.

    Artigo 92. Remessa do auto a tribunalArtigo 92. Remessa do auto a tribunal1. Terminados os prazos para o pagamento voluntrio da multa sem que o arguido a tenha pago e no sendo a multa dispensada, o autoremetido a tribunal.2. Com o auto so remetidos os documentos que o instruem, bem como o mapa de apuramento dos montantes em dvida, quando asinfraces imputadas ao arguido impliquem crditos para o trabalhador.3. Recebido o auto e os documentos que o acompanham, so os mesmos sujeitos a distribuio e, sem precedncia de despacho, submetidosao Ministrio Pblico, que o aprecia para os efeitos do artigo seguinte.

    NOTA: Redaco actualizada pela Lei n. 7/2008, de 18 de Agosto.

    Artigo 91. Eficcia do autoArtigo 91. Eficcia do auto1. O auto levantado pela entidade competente, desde que devidamente confirmado, interrompe a prescrio das obrigaes pecunirias cujoincumprimento constitua infraco.2. Quando respeite a infraces presenciadas ou directamente verificadas, ainda que de forma no imediata, por funcionrio no exerccio dassuas funes, o auto faz f em juzo, desde que devidamente confirmado.3. Para os efeitos do nmero anterior, consideram-se directamente verificadas de forma no imediata as infraces cuja ocorrncia tenha sidocomprovada atravs da confisso do infractor ou da consulta de documentos por ele emitidos ou que respeitem sua actividade e que sejamsuficientemente indiciadores da prtica dessas mesmas infraces.4. O auto que faa f em juzo vale como acusao, presumindo-se verdadeiros, at prova em contrrio, os factos dele constantes que tenhamsido presenciados ou directamente verificados, ainda que de forma no imediata, pelo funcionrio que o levantou.

    Artigo 93. Interveno do Ministrio PblicoArtigo 93. Interveno do Ministrio Pblico1. Recebido em tribunal auto que faa f em juzo, o Ministrio Pblico promove a marcao da data para julgamento, sem prejuzo de poderordenar a realizao das diligncias complementares que considere necessrias para a descoberta da verdade.2. Quando verifique que est extinta a aco contravencional ou considere que existem elementos de facto que comprovam airresponsabilidade contravencional do arguido, o Ministrio Pblico promove, a final, a sua absolvio.3. Se os factos que integram a infraco constante do auto no tiverem sido presenciados ou directamente verificados pelo funcionrio que olevantou, ainda que de forma no imediata, o Ministrio Pblico pode por si completar a instruo e, sendo caso disso, deduz acusao epromove a marcao da data para o julgamento.4. Nos casos a que se refere o nmero anterior, quando verifique que no houve infraco, que est extinta a aco contravencional ou que helementos de facto que comprovam a irresponsabilidade contravencional do arguido, o Ministrio Pblico abstm-se de acusar,fundamentando de facto e de direito.5. A absteno de acusao pelo Ministrio Pblico no prejudica a continuao dos autos para a apreciao do pedido cvel que seja deduzidodentro dos prazos do artigo 102..

    Artigo 94. Extino da aco por prescrioArtigo 94. Extino da aco por prescrio1. A aco contravencional extingue-se, por prescrio, no prazo de dois anos a contar da data em que a infraco se consumou.2. A notificao ao arguido do despacho que marca a data para o julgamento, ou a efectuada ao defensor oficioso de acordo com o dispostonos n.os 2 e 3 do artigo 12., interrompe a prescrio.

    Artigo 95. Notificao do arguido e do lesadoArtigo 95. Notificao do arguido e do lesado1. O arguido e o lesado so notificados do despacho que marca a data para o julgamento, sendo-lhes enviada cpia do auto ou da acusao doMinistrio Pblico, bem como do mapa de apuramento das quantias em dvida remetido ao tribunal.2. Com a notificao a que se refere o nmero anterior, o lesado advertido de que pode requerer nos autos o pagamento das quantiasconstantes do mapa de apuramento ou deduzir de pedido cvel.3. No tendo sido deduzida acusao, o lesado notificado do respectivo despacho, sendo advertido de que pode deduzir pedido cvel esolicitar, para esse efeito, a nomeao de advogado ou o patrocnio oficioso do Ministrio Pblico.4. Na notificao o arguido especialmente advertido do disposto no artigo 98. e ao lesado so indicados os prazos dentro dos quais podemser efectuados os actos a que se referem os nmeros anteriores.

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  • Artigo 96. Pagamento voluntrio em juzoArtigo 96. Pagamento voluntrio em juzo1. At ao incio da audincia de julgamento, pode ser requerido o pagamento voluntrio da multa, que liquidada pelo mnimo, acrescendo liquidao o mnimo das custas do processo.2. Implicando as infraces de que o arguido acusado crditos para o trabalhador, o pagamento voluntrio da multa no admitidoenquanto no estiverem cumpridas as respectivas obrigaes pecunirias.3. A satisfao das obrigaes pecunirias tem lugar no processo, mas o juiz pode, excepcionalmente, considerar vlido o pagamentoextrajudicial mediante a apresentao de recibo, desde que, ouvido o interessado, se certifique de que a obrigao foi efectivamente satisfeita.4. Salvo se dos elementos do processo e por aplicao dos critrios legais resultarem quaisquer outros, que o juiz fixa, os montantes devidosao trabalhador so, para os efeitos dos nmeros anteriores, os que constarem do mapa de apuramento que acompanha o auto.

    NOTA: Redaco actualizada pela Lei n. 7/2008, de 18 de Agosto.

    Artigo 97. Responsabilidade pelo pagamento da multaArtigo 97. Responsabilidade pelo pagamento da multa1. Pelo pagamento da multa responde o infractor, ainda que seja pessoa colectiva.2. Se o infractor for pessoa colectiva, pelo pagamento da multa respondem ainda, solidariamente com aquela, os administradores ou quempor qualquer outra forma a represente, quando sejam julgados responsveis pela infraco.

    Artigo 98. Indicao de testemunhasArtigo 98. Indicao de testemunhas1. A acusao e a defesa podem apresentar at ao mximo de trs testemunhas por cada infraco.2. Caso o arguido pretenda que as testemunhas da defesa sejam notificadas para comparecer em julgamento, deve o respectivo rol serapresentado com 10 dias de antecedncia em relao data designada para o efeito.3. As testemunhas da defesa podem ainda ser indicadas at ao incio da realizao do julgamento, incumbindo ao arguido, neste caso,apresent-las em juzo.

    Artigo 99. Documentao da audinciaArtigo 99. Documentao da audincia1. Os depoimentos prestados em audincia de julgamento so documentados em acta, por smula, observando-se o disposto nos n.os 2 e 3do artigo 90. do Cdigo de Processo Penal.2. Sendo deduzido pedido cvel, as partes podem, at ao termo do prazo para a indicao das provas, requerer a gravao da audincia.

    Artigo 100. Arbitramento oficioso de reparaoArtigo 100. Arbitramento oficioso de reparao1. Estando reunidos os requisitos previstos nas diversas alneas do n. 1 do artigo 74. do Cdigo do Processo Penal e no tendo sido deduzidopedido cvel ou proposta em separado a respectiva aco cvel, o juiz arbitra na sentena, ainda que absolutria, uma quantia pelos danoscausados.2. No caso previsto no nmero anterior, o juiz assegura, no que concerne produo de prova, o respeito pelo contraditrio.

    CAPTULO II Da aco cvel em processo contravencionalCAPTULO II Da aco cvel em processo contravencional

    Artigo 101. Pedido cvelArtigo 101. Pedido cvel1. No tendo sido proposta em separado a respectiva aco cvel, o pedido respeitante s obrigaes cujo incumprimento constitui infracopode ser formulado no processo contravencional.2. Exceptuam-se do disposto no nmero anterior as aces relativas a acidentes de trabalho ou doenas profissionais, cujos direitos s podemefectivar-se em aco cvel instaurada para o efeito.

    Artigo 102. Prazo para a formulao do pedidoArtigo 102. Prazo para a formulao do pedido1. O pedido cvel deve ser apresentado no prazo de 10 dias a contar da notificao ao lesado do despacho que designa a data para ojulgamento, ou no prazo de 20 dias, se o Ministrio Pblico se abstiver de acusar.2. Tendo havido acusao, o pedido cvel pode consistir em simples requerimento a solicitar o pagamento, a ttulo de indemnizao, dasquantias constantes do mapa de apuramento que acompanha o auto; neste caso, o lesado no carece de patrocnio judicirio.3. Sendo requerida a nomeao de advogado oficioso, os prazos a que se refere o n. 1 contam-se a partir da data da notificao ao lesado dodespacho da nomeao.4. No tendo havido acusao e sendo devido o patrocnio oficioso do Ministrio Pblico, por o mesmo lhe ter sido solicitado, esse factoimediatamente declarado no processo, contando-se o prazo para a apresentao do pedido da data dessa declarao.

    Artigo 103. Processamento da aco cvelArtigo 103. Processamento da aco cvel1. No tendo havido acusao, o julgamento da aco cvel processado nos autos de processo contravencional j iniciados, de acordo com odisposto neste Cdigo para o processo declarativo comum.2. Nos casos a que se refere o nmero anterior, o tribunal pode fundar a sua deciso em todos os elementos de prova que constem doprocesso, ainda que no tenham sido indicados pelas partes, desde que sobre eles tenha incidido discusso.3. Em caso de acusao, o julgamento da matria cvel segue os termos da legislao processual penal comum aplicvel e, subsidiariamente, odisposto neste Cdigo para o processo declarativo comum, com as especialidades constantes dos artigos seguintes.

    Artigo 104. ContestaoArtigo 104. Contestao1. A pessoa ou pessoas contra as quais for deduzido pedido cvel so notificadas para, querendo, contestar no prazo de 10 dias.2. A falta de contestao no implica a confisso dos factos, salvo naquilo que respeitar exclusivamente matria do pedido cvel.

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  • Artigo 105. Indicao das provasArtigo 105. Indicao das provasAs provas so indicadas com os articulados, no podendo as partes, sem prejuzo do disposto no n. 4 do artigo 36., arrolar mais do que cincotestemunhas.

    Artigo 106. Interveno do tribunal colectivoArtigo 106. Interveno do tribunal colectivo1. O julgamento feito por tribunal singular, salvo se o montante do pedido cvel exceder a alada dos Tribunais de Primeira Instncia equalquer das partes requerer a interveno do tribunal colectivo.2. A interveno do tribunal colectivo requerida com os articulados.

    CAPTULO III Execuo da sentenaCAPTULO III Execuo da sentena

    Artigo 107. Prazo para o cumprimento das obrigaesArtigo 107. Prazo para o cumprimento das obrigaes1. Tendo havido condenao em multa, o prazo para o seu pagamento de 20 dias, a contar da data da notificao da sentena ao arguido; nomesmo prazo deve efectuar-se o pagamento das obrigaes pecunirias em que o arguido tenha sido condenado.2. Se tiver sido autorizado o pagamento diferido da multa, o prazo para o pagamento das obrigaes pecunirias ainda de 20 dias, salvo seoutro, por motivo justificado, tiver sido fixado pelo juiz.

    Artigo 108. Execuo em caso de condenao em multaArtigo 108. Execuo em caso de condenao em multa1. Nos casos em que tenha havido condenao em multa e no pagamento de outras obrigaes pecunirias, o montante em dvida includona conta do p