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Colégio Salesiano Santa Rosa Memorial Histórico Diretor: Pe. Josué Francisco da Natividade Pesquisadora: Denise Campello Taraciuk e-mail: [email protected]

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Colégio Salesiano Santa Rosa

Memorial Histórico

Diretor: Pe. Josué Francisco da Natividade

Pesquisadora: Denise Campello Taraciuk

e-mail: [email protected]

Naufrágio da Barca Sétima

26 de outubro de 1915

Barca da Cantareira

fazia a travessia entre o Rio de Janeiro e Niterói

Naufrágio da barca “Sétima”

26 de outubro de 1915

Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1915. Todo o Brasil

festejava o jubileu sacerdotal de seu primeiro cardeal,

Dom Joaquim Arcoverde, arcebispo da capital da

República.

O Colégio Salesiano Santa Rosa foi para a festa, no

Palácio São Joaquim, no Largo da Glória, sob o comando

do seu diretor Pe. Antônio Dalla Via.

Uma página triste da história do Santa Rosa

A banda era a nota de destaque, com seus

instrumentos reluzentes, conduzida pelo Prof. Otacílio,

que há pouco lhe assumira a regência. Logo atrás, vinha

o Batalhão Escolar, com seus cavalos ajaezados,

cedidos pelo Comandante da Polícia Militar de Niterói, e

seu porta-bandeira.

Apresentação brilhante, a acariciar o orgulho do

Pe. Dalla Via, do mestre Otacílio e dos quatrocentos

alunos.

Na volta, como prêmio, o diretor do colégio

resolveu oferecer aos alunos um passeio pela baía de

Guanabara a bordo da barca “Sétima”, especialmente

fretada à Companhia Cantareira.

Pe. Antônio Dalla Via

Ao largo das ilhas Mocanguê, zona de difícil navegação que

ainda hoje serve como cemitério de navios, um estrondo

súbito, uma cratera no casco. A água começou a invadir

rapidamente a barca e o pânico generalizou-se entre as

crianças, agravado pelo desespero dos cavalos do Batalhão

Escolar.

Quando a barca começou a afundar, é que chegaram

os auxílios. Alguns submarinos e principalmente a lancha

“Cruzeiro” do mestre Pedro.

Enquanto, com heroísmo e coragem, o Prof. Otacílio

salvava inúmeros jovens, o aluno Antônio Chagas, dando

exemplo de patriotismo, salvou das águas o Pavilhão

Nacional.

O Prof. Otacílio, com aquela fortaleza de corpo e de

espírito, nadava continuamente entre os destroços da barca

e a base de submarinos em Mocanguê, carregando dois

meninos de cada vez. Fez duas viagens. No meio da

terceira, faltaram-lhe as forças. Os submarinos F-1 e F-3,

que já se deslocavam para o local do naufrágio,

conseguiram recolher o último par que o Prof. Otacílio

conduzia, mas já não pôde encontrar o professor cujo corpo

só apareceria cinco dias depois.

Foi sepultado no Cemitério do Maruí, o caixão foi

coberto com as flores que ele mesmo cultivara no jardim do

colégio.

Nasceu em Embaú, interior de São Paulo, aos 26 de

agosto de 1887. Ficou órfão de pais muito cedo. Era de

origem humilde. Após a morte dos pais, foi levado por gente

amiga para os salesiano de Lorena, SP, onde, aos 10 anos de

idade encantou os padres de Dom Bosco pela vivacidade,

pelo espírito alegre, sempre brincalhão e animado, de quem

sabia como ninguém equilibrar o estudo e o lazer.

Em 1902 foi para São Paulo. Ingressou no noviciado em

1905. Em 1907 veio para Niterói onde, mais tarde, em 1913,

fez a profissão perpétua.

Professor Otacílio Ascânio Nunes

- traços biográficos

Professor Otacílio Ascânio Nunes

Foi no Colégio Santa Rosa que Otacílio Nunes pode

desenvolver todo o seu talento. Exímio no piston e conhecedor

de música encontrou campo na banda do colégio. Passou a

reger a turma dos maiores e a lecionar Português. Logo depois

seria também professor de Álgebra, Desenho, Física, Química,

História Natural e História Universal.

Conhecedor de Francês, Inglês e Italiano, traduzia para as

publicações dos salesianos pequenos romances de formação

moral e religiosa, como Desventura e Inocência, A Cruz e a

Espada, O Bicho de Sete Cabeças, A Confissão da Rainha.

Nas horas vagas, fazia-se de jardineiro oficial do colégio e

ainda encontrava tempo para as memoráveis partidas de

futebol.

Foto tirada um mês antes do desastre

Repercussão na imprensa

Revista Careta

Repercussão na imprensa

Revista Careta

Repercussão na imprensa

Revista Careta

Entrega da medalha de

ouro ao aluno Carlos Chagas,

que por ocasião do naufrágio da

barca “Sétima”, salvou a

bandeira do batalhão escolar.

Estavam presentes à

cerimônia: o Presidente da

República Sr. Wenceslau Brás,

Dr.Rivadávia Corrêa, Dom

Aquino Corrêa, Bispo de Cuiabá,

e o Almirante Alexandrino de

Alencar, Ministro da Marinha.( Revista da Semana de 27/11/1915)

Festa da Bandeira

na Prefeitura

19 de novembro de 1915

Dom Agostinho Benassi, bispo de Niterói, celebrou

solenes exéquias pelo Prof. Otacílio e pelas 27 vítimas.

No ano seguinte, o Vereador Rodolfo Macedo

propunha e o Prefeito Otávio Carneiro sancionava que

seu nome fosse dado à antiga Ladeira do Lá-vai-um, em

Santa Rosa, cuja placa foi inaugurada em meio a grandes

homenagens.

No mesmo dia inaugurou-se, também, seu retrato,

no pavilhão central do Colégio Santa Rosa, oferecido

pelos alunos do Liceu Salesiano de Campinas, SP.

Justa homenagem, um ano depois

Um ano após o naufrágio

26 de outubro de 1916

Um ano após o naufrágio

26 de outubro de 1916

Quadro das vítimas do naufrágio

Um ano após o naufrágio

26 de outubro de 1916

Alunos depositam flores nas sepulturas dos colegas,no Cemitério do Maruí

Um ano após o acidente

26 de outubro de 1916

Ornamentação da capela

do colégio na missa cantada de Requiem

Um ano após o acidente

26 de outubro de 1916

Inauguração da Rua Prof. Otacílio. O Vereador Dr. Rodolfo

Macedo lê o decreto do Prefeito Otávio Carneiro

Um ano após o acidente

26 de outubro de 1916

Inauguração do retrato do Prof. Otacílio. Discurso do

Dr. Alcides Figueiredo

Um ano após o acidente

26 de outubro de 1916

O batalhão colegial na inauguração do retrato do Prof. Otacílio

Um ano após o acidente

26 de outubro de 1916

O batalhão colegial após a inauguração do retrato do

Prof. Otacílio, no pátio Dom Bosco.

Entrega da bandeira ao Museu Histórico

Nacional - 30 de outubro de 1941

Pe. Francisco Lanna, diretor do Santa Rosa

Entrega da bandeira ao Museu Histórico

Nacional - 30 de outubro de 1941

Pe. Nestor, Prof. Portugal Neves e Pe. Francisco Lanna

100 anos do Naufrágio da Barca “Sétima”

26 de outubro de 2015

A história continua, os fatos acontecidos

que nos causam desgosto e sofrimento podem

ser estímulo para superarmos as dificuldades

da vida e continuarmos nossa caminhada.

Pe. Josué Francisco da Natividade