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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 281ª ZONA ELEITORAL DE JUNDIAÍ ESTADO DE SÃO PAULO. Ação de investigação judicial COLIGAÇÃO MAJORITÁRIA “PRA JUNDIAÍ SEGUIR EM FRENTE” (PSD-PP-PRB-PHS-PDT-PMDB-PSDC-PCDOB-PROS) e PEDRO ANTONIO BIGARDI, por seus Advogados e bastante Procuradores (instrumento de mandato anexo),que receberão todas as notificações e intimações dos atos processuais na Rua Eduardo Tomanik – 262 – Chácara Urbana – Jundiaí/SP – CEP 13.201-835- Fone: (11) 2816-4974 / Fax: (11) 2816-4976, vem a presença de V. Exª., tempestivamente, nos termos do artigo 22, caput, da Lei Complementar n.º 64/90, ajuizar a presente AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL em face de LUIZ FERNANDO ARANTES MACHADO, candidato ao cargo de Prefeito de Jundiaí sob n. 45, ANTONIO DE PÁDUA PACHECO, candidato a Vice-Prefeito, que poderão ser notificados nos endereços constantes dos arquivos dos registros de candidatura, EDUARDO DOS SANTOS PALHARES, residente e domiciliado na Rua Mauricio Lorencini – 79 - Jardim Santa Teresa – Jundiai – SP - CEP 13211-405, CAIO AUGUSTO MOTTA MONTEIRO NAVIGLI, tesoureiro do Partido DEM, residente e domiciliado na Rua Emile Pilon – 236 – Apto. 32 – Vila Arens – Jundiaí/SP – CEP. 13,202-560, e LUCIA MORAES DE CAMPOS, residente e domiciliada na Rua do Rosário – 755 – Apto. 42 – 4º Andar – Centro – Jundiaí/SP – CEP. 13.201-784, pelos motivos fáticos e jurídicos a seguir aduzidos.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 281ª ZONA ELEITORAL DE JUNDIAÍ ESTADO DE

SÃO PAULO.

Ação de investigação judicial

COLIGAÇÃO MAJORITÁRIA “PRA JUNDIAÍ SEGUIR EM FRENTE”

(PSD-PP-PRB-PHS-PDT-PMDB-PSDC-PCDOB-PROS) e PEDRO ANTONIO BIGARDI, por seus

Advogados e bastante Procuradores (instrumento de mandato anexo),que receberão todas as

notificações e intimações dos atos processuais na Rua Eduardo Tomanik – 262 – Chácara Urbana –

Jundiaí/SP – CEP 13.201-835- Fone: (11) 2816-4974 / Fax: (11) 2816-4976, vem a presença de V.

Exª., tempestivamente, nos termos do artigo 22, caput , da Lei Complementar n.º 64/90, ajuizar a

presente

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL

em face de LUIZ FERNANDO ARANTES MACHADO, candidato ao cargo de Prefeito de Jundiaí sob

n. 45, ANTONIO DE PÁDUA PACHECO, candidato a Vice-Prefeito, que poderão ser notificados nos

endereços constantes dos arquivos dos registros de candidatura, EDUARDO DOS SANTOS

PALHARES, residente e domiciliado na Rua Mauricio Lorencini – 79 - Jardim Santa Teresa – Jundiai

– SP - CEP 13211-405, CAIO AUGUSTO MOTTA MONTEIRO NAVIGLI, tesoureiro do Partido DEM,

residente e domiciliado na Rua Emile Pilon – 236 – Apto. 32 – Vila Arens – Jundiaí/SP – CEP.

13,202-560, e LUCIA MORAES DE CAMPOS, residente e domiciliada na Rua do Rosário – 755 –

Apto. 42 – 4º Andar – Centro – Jundiaí/SP – CEP. 13.201-784, pelos motivos fáticos e jurídicos a

seguir aduzidos.

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1. DOS FATOS

Os investigados, em unidade de desígnio aproveitaram da influência

política e do poder econômico que detêm para desequilibrar a disputa eleitoral em prol de sua

candidatura ao cargo de Prefeito do Município de Jundiaí.

Tal desequilíbrio decorre da utilização de veículos de comunicação

regional, sempre para o fim de trazer prestígio eleitoral para suas candidaturas, bem como com o

fim de atingir negativamente a imagem dos Representantes.

1.1.-) DAS OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO O JORNAL JUNDIAÍ NOTÍCIAS

Conforme verifica-se dos documentos que instruem a presente,

foi amplamente divulgada nas redes sociais, notícia de capa do JORNAL JUNDIAÍ NOTÍCIAS, de

propriedade da EDITORA DA CRUZ DE MALTA EDITORES ASSOCIADOS, com o seguinte conteúdo:

“PREFEITURA QUEBRADA” com foto do Paço Municipal”, compartilhada e divulgada maciçamente

pelos apoiadores dos investigados.

No dia 04/10/2016 publicou em sua página um comunicado

com o seguinte conteúdo:

“Comunicado: Circula nas redes sociais uma falsa capa do Jundiaí Notícias.

Trata-se de uma montagem com o intuito de denegrir nosso trabalho e gerar

intrigas. O fato será levado ao conhecimento das autoridades para as

providências legais cabíveis.”

Em razão do genérico comunicado e de estarmos em meio ao

pleito eleitoral e que informações inverídicas, divulgadas sem dados técnicos e sem a oitiva dos

Representantes, tendem a influenciar o eleitorado e o resultado das eleições, em 05/10/2016 foi

procedida a devida notificação da empresa jornalística (doc. anexo) para que esclarecesse os

seguintes pontos:

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a-) Em que edição jornalística do JORNAL JUNDIAÍ NOTÍCIAS foi divulgada a referida matéria

exposta na capa e que vem sendo amplamente divulgada nas redes sociais;

b-) Preservada a fonte Jornalística, em que dados técnicos esta empresa jornalística baseou-se

para a confecção e divulgação da notícia mencionada;

c-) Considerando a ética jornalística, que seja exposto por que o Sr. Pedro Bigardi como candidato,

diretamente afetado eleitoralmente pela notícia, ou como Prefeito do Município de Jundiaí, não

foi ouvido sobre os fatos;

d-) Seja enviado a NOTIFICANTE um exemplar da referida edição, para que possamos analisar o

seu conteúdo e pleitear eventual direito de resposta, seja no âmbito civil ou eleitoral.

No dia 06/10/2016, a empresa jornalística respondeu à

NOTIFICAÇÃO, esclarecendo que:

“a) Em nenhuma das edições do jornal JUNDIAÍ NOTÍCIAS foi divulgada a capa ou

matéria de capa questionada. O mesmo pode ser provada pela sequência das

edições impressas e pelos arquivos eletrônicos (jornal digital) hospedados no site

www.issu.com

b) Prejudicada. Não houve dados técnicos tampouco confecção e divulgação da

notícia

c) Prejudicada. O Sr. Pedro Bigardi não foi ouvido por não haver necessidade,

uma vez que não houve notícia

d) Prejudicada. Não há exemplar impresso da suposta edição, nem arquivo

eletrônico no site mencionado no item “a””

Em razão da resposta da empesa jornalística, no sentido que não

efetuou a divulgação de qualquer notícia ou capa de notícia, os Representantes notificaram

novamente a empresa para que esclarecesse a origem a divulgação nas redes sociais com toda

formatação e diagramação da capa do Jornal JUNDIAÍ NOTÍCIAS (doc. anexo).

Na mesa data a empresa jornalística respondeu que:

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“Com o presente, encaminhamos à COLIGAÇÃO MAJORITÁRIA “PRA JUNDIAÍ

SEGUIR EM FRENTE”, os comprovantes de diálogos havidos pelo aplicativo

Wats App , bem como resposta aos questionamentos de sua notificação”.

No entanto, qual não foi a surpresa dos Representantes ao constatar

que os documentos enviados eram diálogos pelo Wats App entre o Sr. Rodrigo Malagóli – Diretor

Administrativo do Jornal Jundiaí Notícias - e pessoas diretamente ligadas ao comando da

campanha dos investigados, sendo eles os Sr Caio Navigli e Eduardo dos Santos Palhares.

Pelos conteúdos dos diálogos verifica-se o encaminhamento da capa

do Jornal Jundiaí Notícias, com a machete de PREFEITURA QUEBRADA e foto do Paço Municipal, ao

Sr. Eduardo Santos Palhares (17:53), com a seguinte mensagem (17:54):

“acha que consigo patrocínio para isso? ele já sabe os custos”

Respondendo do Sr. Eduardo Santos Palhares (17:55):

“Já estou verificando...”

Seguido de texto do interlocutor da empresa jornalística (17:58):

“TEXTO:

Para Tribunal de Contas, Prefeitura de Jundiaí está quebrada

artigo 42 da LRF, que poderá levar à rejeição das contas do prefeito e sua

c… ..”

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Responde o Sr. Eduardo Santos Palhares

“Caminhando (19:42)

Tudo bem? (21:39)

Em seguida o interlocutor da empresa jornalística posta a seguinte

mensagem (21:49):

“Boa noite Du. Cara. Tive que abortar a missão. Prolemas com a fonte da

matéria. Estamos levantando mais dados para poder soltar nos bairros

amanhã. Fazer coisas correndo da merda e a gente não pode arriscar com mais

verba em um processo. Mas fique tranquilo que não saiu a pesquisa como

pedido.

Continuamos na parceria”.

A pesquisa a que se refere o diálogo, trata-se desquisa Eleitoral –

SP-01036/2016, contratada pela empresa jornalística CRUZ DE MALTA (JORNAL JUNDIAÍ

NOTÍCIAS):

Número de identificação: SP-01036/2016 Data de registro: 23/09/2016 Cargo(s): Prefeito Data de divulgação: 29/09/2016 Empresa contratada/

Nome Fantasia: CNPJ: 68802370000186 - IBOPE INTELIGENCIA

PESQUISA E CONSULTORIA LTDA Eleição:

Eleições Municipais

2016

Entrevistados: 602 Data de início da

pesquisa: 23/09/2016

Data de término da

pesquisa: 29/09/2016

Estatístico

responsável: Márcia Cavallari

Nunes Registro do estatístico no

CONRE: 6208-A Valor: R$ 46.960,00

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Contratante é a própria

empresa? Não

Contratante(s): CPF/CNPJ: 17299572000116 - CRUZ DE MALTA COMUNICACAO INTEGRADA LTDA - ME /

JUNDIAI NOTICIAS Pagante(s) do

trabalho: CPF/CNPJ: 17299572000116 - CRUZ DE MALTA COMUNICACAO INTEGRADA LTDA - ME /

JUNDIAI NOTICIAS Origem do Recurso: (Recursos próprios)

Pergunta-se Exª., por que não publicar a pesquisa? A que parceria

estão as partes se referindo?

Não é só. Logo após o encerramento dos diálogos com o Sr. Eduardo

dos Santos Palhares, uma sequência de mensagens são trocadas entre os Srs. Rodrigo Malagoli,

com o comunicado da notícia falsa, e o Sr. Caio Navigli responde que:

“Rod

Foi uma brincadeira que saiu sem querer na rede…

A pessoa achou que era publicação e espalhou…

Como podemos resolver???

Que tal fazer essa capa virar real???

Latente os esforços em denegrir a imagem dos Representantes e do

Poder Público utilizando-se dos meios de comunicação social, em benefício dos investigados e com

o intuito de desequilibrar o pleito, em romper com a isonomia.

Em outro diálogo, agora com o Sr. Vanderlei Vieira, depois de um

pedido de nota, abaixo da capa fraudulenta:

O Sr. Rodrigo Malagoli questiona o Sr. Vanderlei Vieira de onde veio

a capa constante da mensagem que enviou, obtendo a seguinte resposta:

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“Thiago”

A pessoa mencionada pelo Sr. Vanderlei Vieria é Thiago Maia,

Assessor do Deputado Luiz Fernando Machado na Assembléia Legislativa do Estado de São

Paulo.

Em seguida, diz o Sr. Rodrigo Malagóli:

“Olha a filha da putagem

Estão usando nossa marca!!!

Responde o Sr. Vanderlei Vieira:

“Fala sério… .kkkk

Em seguida o interlocutor da empresa jornalística afirma:

“Olha a parte de baixo

Não tem nada de texto”

Prossegue do Sr. Vanderlei Vieira:

“Bom, isso não é problema meu.”

Resta claro que os investigados, e seu comando de campanha, em

unidade de desígnio aproveitaram da influência política e do poder econômico que detêm para

desequilibrar a disputa eleitoral em prol de sua candidatura ao cargo de Prefeito Municipal de

Jundiaí.

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Não é só. A referida empresa jornalística publicou, em sua Edição nº

93 - Ano 2 – de 22 a 28 de setembro, pesquisa eleitoral realizada pela F. L. S. - PESQUISA,

ASSESSORIA E MARKETING LTDA. / REINNO COMUNICACAO – Registrada sob nº SP-05200/2016 em 11/09/2016,

onde se colocava os investigados na liderança do pleito local.

A curiosidade é que o referido jornal, apesar de gratuito, não é

distribuído nas residências, sendo colocado em pontos fixos da cidade, mas a Edição nº 93 - Ano 2

– de 22 a 28 de setembro, foi distribuída de casa em casa e nos comércios, por todo o Município e

diga-se, por pessoas contratadas pelos investigados, como se material de propaganda fosse.

Se não bastasse, os investigados são useiros e vezeiros desse tipo de

conduta, qual seja, a prática do abuso de poder político, econômico e dos meios de comunicação

social.

1.2.-) DAS OCORRÊNCIA ENVOLVENDO O JORNAL DA CIDADE

A empresa de pesquisa ERICA REGINA ANÁLISE & PESQUISA LTDA.

ME foi contratada pela EDITORA PANORAMA LTDA / JORNAL DA CIDADE, cujo objeto da

contratação, que se deu em 05/09/2016 conforme dados do registro no portal do TSE, foi uma

pesquisa divulgada no jornal da contratante.

Em virtude de referida pesquisa afrontar o inciso IV do artigo 1º da

Resolução TSE de nº 23.453, porque não apresentava o correto percentual das áreas físicas em

que fora realizada a pesquisa, e, assim, dando margem a desvios na apuração estatística pela falta

de correlação entre número de pessoas pesquisadas e percentual da população da mesma região,

além de não apresentar outras ponderações e critérios mínimos exigidos pela legislação eleitoral,

a Justiça eleitoral concedeu liminar suspendendo sua publicação e divulgação.

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E isso se deu em apreciação da primeira Representação apresentada,

da Coligação “Juntos Podemos Mais” (PPS PSC PEN PTdoB PPL SOLIDARIEDADE), do Candidato

Ricardo Benassi, processo nº 0000502-78.2016.6.26.0281 , cujas cópias estão em anexo. Parte do

teor:

“Diante do exposto e pelo que mais dos autos consta, concedo medida

liminar para determinar, como determinado está, que as empresas rés

abstenham-se de divulgar, no total ou em parte, o resultado da pesquisa

mencionada nos autos, até final decisão deste processo ou até decisão em

contrário. Os demais pedidos contidos na peça inicial serão

oportunamente apreciados.”

A Coligação Representante, impugnou a referida pesquisa, contra as

mesmas partes e pela mesma ilegalidade, assim como também o fez o Partido dos Trabalhadores.

Ou seja, dos seis candidatos na campanha majoritária, 3 candidatos

(16 partidos) se insurgiram, em representação, contra uma pesquisa que, apesar de proibida, foi

divulgada pelo candidato beneficiado Luiz Fernando Machado.

Lamentavelmente, Jundiaí já viu no passado jornais sendo

distribuídos “gratuitamente” em período eleitoral para manipular o eleitor. Isso não deveria se

repetir.

Mas os boatos, que já não eram poucos de que a história iria se

repetir e de que havia milhares de exemplares do referido jornal com a impugnada pesquisa

estampada na capa, veio a se confirmar.

Veja-se que o referido jornal (JC) apresenta um histórico de

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dificuldades financeiras que acarretaram diversas restrições em suas edições, chegando a deixar

de ser impresso, por dezenas de vezes, por falta de recursos para tanto.

Dessa forma, apesar da concessão de medida liminar para suspender

a divulgação da referida pesquisa, o mesmo MODUS OPERANDI voltou a assombrar e a ferir a

democracia na cidade.

E foi o que ocorreu, haja vista que, mais uma vez, JUNDIAÍ

presenciou o uso de pesquisas eleitorais manipuladas estampadas em jornais para influir os

eleitores.

Isso ocorreu na campanha eleitoral de 2004, onde um jornal

estampou sua capa com pesquisa manipulada única e exclusivamente para não ocorrer o 2º Turno

e deu certo – ganhou o candidato, perdeu a democracia, perdeu a Justiça Eleitoral em sua missão

de zelar pelo equilíbrio constitucional. Referido jornal foi distribuído gratuitamente pela cidade

toda.

O mesmo artifício foi usado na campanha eleitoral de 2008, onde um

jornal estampou sua capa com mais uma pesquisa manipulada, única e exclusivamente, para não

ocorrer o 2º Turno e deu certo – por diferença de 600 votos, ganhou o candidato, perdeu a

democracia, perdeu a Justiça Eleitoral em sua missão de zelar pelo equilíbrio constitucional.

Novamente ocorre o abuso de poder ao se utilizar pesquisa eleitoral,

cuja publicação estava proibida, e os meios de comunicação social para influir a população,

sempre pautados pela impunidade.

Como é de conhecimento público e notório, o JORNAL DA CIDADE

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(JC), da EDITORA PANORAMA, é um contumaz devedor e vive em dificuldades financeiras – e já faz

décadas.

Tanto é verdade que as edições do JC vire e mexe deixam de ser

publicadas durante a semana. Segundo fontes, havendo dinheiro, o jornal é impresso e

distribuído, caso contrário, aguarda-se a “oportunidade”.

O Jornal da Cidade não apresenta tiragem aos domingos faz muito

tempo, sendo que seus exemplares de sábado consignam a informação de se trata de uma edição

de final de semana: sábado e domingo.

E isso se comprova pelo próprio site do Jornal da Cidade

(www.jornaldacidade.com.br).

A edição de domingo 11/setembro/16, da ilegal pesquisa, saiu e foi

distribuída para as bancas, bares, restaurantes, padarias, prédios comercias e residenciais. A

edição deste domingo serviu para o crime eleitoral ao ser distribuída “gratuitamente” para grande

parte da cidade, somente para influir, mais uma vez, de maneira sorrateira e vil os eleitores.

Veja-se que a edição do referido domingo possui apenas 2 modestos

anúncios: de uma ótica (3% de uma página) e de um plano de saúde popular (10% de uma página),

além dos classificados que sequer ocupam 2 das 8 páginas do referido jornal.

Mas a situação fica ainda mais complicada quando se depara com o

último final de semana em que o JC também saiu com edição exclusiva no Domingo:

“PSDB OFICIALIZA LUIZ FERNANDO PARA CONCORRER À PREFEITURA”

Na mesma data ocorreu a convenção partidária que escolheu o

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Representante Pedro Bigardi para também concorrer ao pleito de Prefeito, sendo que nenhuma

linha sequer foi noticiada.

A imagem da capa da edição de 31 de julho de 2016, um domingo,

único em que o JC teve tiragem após um sábado, fala por si. E diz muito sobre a publicação da

pesquisa no domingo 11/setembro, outro domingo em que o JC teve tiragem após publicar no

sábado.

Os indícios de que referido jornal do domingo dia 11/setembro, com

a publicação da ilegal pesquisa e cuja divulgação estava impedida por ordem judicial proferida em

outra ação, são fortes e indissociáveis de que há abuso do poder econômico, político e dos meios

de comunicação social.

Como é possível a um jornal com uma ficha corrida tão extensa nas

ações de cobrança, cartório de protesto, reclamações trabalhistas, execuções fiscais e de demais

títulos, promover a divulgação de uma pesquisa da qual é patrocinador, sem patrocinadores em

sua edição? Como pode um jornal que não consegue publicar aos sábados e (+) domingos, ter tais

forças apenas e tão somente há benefício para um exclusivo candidato? Como pode um jornal

desrespeitar uma ordem da Justiça Eleitoral (proc. 50278.2016.626.0281) e publicar uma pesquisa

ilegal na aposta da impunidade?

Mas quando se depara com denúncias de que o JC do famigerado

domingo 11/setembro foi distribuído gratuitamente em várias casas e comércios, o que parecia

ilações pela manchas do passado, passa a ser déjà vu do presente, em gritante aposta na

impunidade apesar da inequívoca manipulação do eleitorado pelo abuso do poder econômico,

político e dos meios de comunicação social.

Mas não é só. O JORNAL DA CIDADE, cujas edições saem da forma

que a “sorte” ajuda, PATROCINOU na rede social FACEBOOK a pesquisa que estava, por ordem

judicial, impedido de divulgar.

É estranho que a empresa jornalística deixe de divulgar a notícia da

pesquisa na véspera, em sua edição de Sábado (aquela da rotina), e que seria objeto de uma

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edição extraordinária de domingo (já que não há JC aos domingos!), após ser intimado sobre o

impedimento na divulgação de uma pesquisa paga, afronta a Justiça para, além de distribuir o

jornal impresso, patrocinar a postagem no Facebook, fato este nada peculiar.

Mas essa ilegalidade é facilmente perceptível e apurável com o

relatório da própria rede social Facebook, a ser solicitado pelo Juízo, buscando ser esclarecido

quanto foi pago pelo patrocínio, o alcance da postagem e quem por ela pagou, bem como quando

foi contratado e quando foi retirado e qual média de patrocínio do Jornal da Cidade e quais são as

notícias.

Desta forma, resta evidente o abuso de poder econômico e o uso

indevido dos meios de comunicação social.

2.-) DO DIREITO

A investigação judicial eleitoral tem sua previsão no art. 14, §§ 10 e

11, da Constituição Federal, disposições essas regulamentadas pela Lei Complementar n. 64/1990.

Esse tipo de ação vem sendo largamente usado em campanhas eleitorais, contra candidatos que

abusam do poder econômico e ou político, bem como dos meios de comunicação social,

constituindo-se em instrumento eficaz para a fundamentação de recurso contra a diplomação ou

de ação de impugnação de mandato eletivo, e presta-se para a declaração de inelegibilidade e

cassação de registro de candidato.

A investigação judicial busca oferecer aos envolvidos no processo

eleitoral condições de normalidade e legitimidade das eleições e resguardar o interesse público

que consiste na lisura do pleito.

O art. 14, § 9º, da Constituição da República, com a nova redação que

lhe deu a Emenda Constitucional n. 4, de 7 de junho de 1994, dispõe:

“Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto

direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

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[...]

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos

de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade

para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a

normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico

ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou

indireta.”

Dando eficácia concreta a esse dispositivo constitucional, foi

promulgada a Lei Complementar n. 64, em 18 de maio de 1990. Nela foi previsto o procedimento

da ação de investigação judicial, com o objetivo de apurar denúncias de abuso de poder e

influência no processo eleitoral, bem como a eficácia das sentenças proferidas nos respectivos

processos. Portanto, a investigação judicial eleitoral tem manifesto conteúdo de processo, dotado

de procedimentos céleres e conteúdo sentencial determinado, conforme o momento de seu

julgamento por parte do Juiz Eleitoral, quando se trata de eleições municipais, ou por parte dos

Tribunais Eleitorais para os demais pleitos.

A ação de investigação judicial eleitoral, portanto, tem a finalidade de

promover a apuração de fatos suscetíveis de configurar o cometimento de qualquer irregularidade

no processo eleitoral e a perniciosa influência do abuso do poder econômico, político e o uso

indevido dos meios de comunicação social, tal como nos fatos narrados na presente inicial.

2.1.-) DA LEGITIMIDADE ATIVA

A legitimidade ativa para a Ação de Investigação Judicial Eleitoral é

estabelecida, por entendimentos doutrinários e jurisprudenciais, de acordo com o art. 22 da Lei

Complementar nº 64/1990 – Lei das Inelegibilidades. Assim, estão legitimados qualquer candidato,

partido político, coligação ou o Ministério Público.

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A lei confere legitimidade aos personagens do processo eleitoral para

defesa do interesse público de se coibir a prática de condutas tendentes a afetar a integridade do

pleito, não importando se haverá, ou não, repercussão da decisão na esfera política do candidato.

Destarte, sendo dos Representantes Coligação e Candidato

participantes do pleito eleitoral, resta indene de dúvidas a legitimidade ativa.

2.2.-) DA LEGITIMIDADE PASSIVA

Nos termos do art. 22 da LC nº 64/90, podem sofrer uma AIJE aquele

que contribuiu para o ato, ou seja, o responsável, e o candidato diretamente beneficiado.

Para que não se alegue nulidade acerca de eventual litisconsórcio

necessário, atualmente, exige-se que o vice também integre a relação processual (passivo) em

feitos que possam atingir seu patrimônio jurídico, como, por exemplo, nas hipóteses das chapas

majoritárias.

Em regra, deve figurar no polo passivo da Ação de Investigação

Judicial tanto o agente público responsável pela prática do ato irregular quanto o candidato

beneficiado pelo mesmo.

Expondo o tema, ADRIANO SOARES DA COSTA, com fundamento, 1

outrossim, na jurisprudência, leciona, in verbis :

“Questão de interesse surge quanto a legitimidade passiva ad causam, ou seja

1 In Instituições de Direito Eleitoral, Editora Del Rey, 3.ª edição, Belo Horizonte, 2.000, págs. 312 e 313.

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sobre quem pode ser acionado através da AIJE.

Durante muito tempo se compreendeu que os efeitos da AIJE apenas alcançariam

aquelas pessoas efetivamente culpadas pela prática do ato vergastado, não

podendo alcançar os que tivessem concorrido para o abuso de poder econômico,

ou uso ilegal de transporte, nada obstante fossem beneficiados por esses fatos

ilícitos. Mas desde o advento do Ac. 12.030 (rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJU de

16.09.1991), houve uma nova linha jurisprudencial adotada pelo TSE, segundo a

qual:

“A perda de mandato que pode decorrer da ação de impugnação, não é uma

pena cuja imposição devesse resultar da apuração de crime eleitoral de

responsabilidade do mandatário, mas, sim, conseqüência do comprometimento

da legitimidade da eleição, por vício de abuso do poder econômico, corrupção ou

fraude. Por isso, nem o art. 14, § 10 (da Constituição), nem o princípio do due

process of law, ainda que se lhe empreste o conceito substantivo que ganhou na

América do Norte, subordinam a perda do mandato à responsabilidade pessoal

do candidato eleito nas práticas viciosas que, comprometendo o pleito (...)”

(...)

Por essa razão, fica evidenciado que a ação de investigação judicial eleitoral

pode ser proposta contra:

- os candidatos beneficiados pelo abuso do poder econômico e político...

- qualquer pessoa, candidato ou não-candidato, que beneficie ilicitamente

algum candidato... (g.n.)

Os investigados concorreram para o uso indevido dos meios de

comunicação com aparente abuso de poder político econômico. Os primeiros investigados por

serem os mentores e beneficiários diretos de toda engenharia de abusos aqui relatadas. Os

demais por serem os executores diretos, dos atos de abuso de poder econômico, político e dos

meios de comunicação social, sendo, inclusive, a Sra. Lúcia Moraes Campos por ser a

sócia-proprietária da Editora Panorama / JC, responsável direto pelo descumprimento da ordem

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judicial e, em tese, pelas postagens patrocinadas.

Ressalte-se, ainda, que o Sr. Caio Augusto Motta Monteiro Navigli é

tesoureiro do DEM, e o Sr. Eduardo Santos Palhares é filiado ao Partido Verde – PV e do mesmo

partido do candidato a Vice-Prefeito Antonio de Pádua Pacheco, sendo ambos os coligados com o

PSDB do investigado Luiz Fernando Arantes Machado.

Desta forma, os investigados são inquestionavelmente partes

legítimas para figurar no polo passivo da presente Representação.

2.3.-) NO MÉRITO.

2.3.1.-) DA OCORRÊNCIA DO ABUSO DE PODER ECONÔMICO E USO INDEVIDO DOS MEIOS DE

COMUNICAÇÃO SOCIAL. COMPROMETIMENTO DA NORMALIDADE DAS ELEIÇÕES.

A pergunta a ser fazer sobre os fatos narrados nos itens 1.1 e 1.2 é

quem são as pessoas que praticaram as condutas e a quem tais posturas beneficiam?

O que temos, é a história se repetindo sob os mesmos interesses. Nas

campanhas passadas, o modus operandi sempre foi para beneficiar o mesmo grupo e não é à toa

que deu certo em 2004 e em 2008, cujas eleições se resolveram no primeiro com baixíssima

margem de votos somente após a distribuição desses jornais ilegalmente distribuídos

gratuitamente e com pesquisa que induzia o voto no candidato apontado como vitorioso e com

larga margem na frente.

E quem foi beneficiado? O mesmo grupo do candidato Luiz Fernando

Machado, ora Representado.

E não foi à toa que a candidatura de Luiz Fernando Machado não

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perdeu tempo em divulgar a pesquisa proibida, conforme se constata em sua página na rede social

Facebook.

A engenharia foi a seguinte: a-) JC encomendou a pesquisa viciada e a

publicou contra a ordem judicial; b-) o JC patrocinou a notícia na rede social, artifício proibido ao

candidato; c-) o candidato Luiz Fernando Machado fez postagem destacando o teor da pesquisa e

a fonte; d-) o Jornal impresso, que não saída ao domingo, não só saiu contra ordem judicial, como

foi distribuído gratuitamente em diversas casas e estabelecimentos comerciais.

As condutas descritas, não deixam dúvidas da ocorrência do abuso de

poder econômico e dos meios de comunicação social.

Neste sentido, já se manifestou o Egrégio Tribunal Superior Eleitoral,

nos autos do Respe nº 26.054/AL, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJ de 25.8.2006, em caso

assemelhado, onde ocorreu a distribuição gratuita de jornais, constatando-se o abuso dos meios

de comunicação social.

Não satisfeitos, em continuidade, trataram os investigados Luiz

Fernando, Antonio de Padua Pacheco, Eduardo dos Santos Palhares e Caio Navigli, de

rapidamente traçar novo plano vil para afetar a igualdade de desequilibrar o resultado do pleito.

Desta vez, seria a falsa denúncia de que a Prefeitura de Jundiaí

estaria quebrada, afetando negativamente do candidato Pedro Bigardi e fortalecendo o discurso

do Representado Luiz Fernando Machado.

Para isso, Eduardo dos Santos Palhares tratou de negociar uma capa

no Jornal Jundiaí Notícias, prometendo patrocínio à empresa jornalística, para que divulgasse

noticia negativa em relação ao candidato Pedro Bigardi, tudo restando demonstrado nas

conversas de wats app fornecidas pela empresa jornalística.

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Ao ser abortada a matéria, em razão da confiabilidade na fonte da

matéria, o Sr. Rodrigo Malagóli ressalta que atendendo o pedido não publicaria a pesquisa

(Pesquisa Eleitoral nº SP-01036/2016, registrada em 23/09/2016, realizada pelo IBOPE

INTELIGENCIA PESQUISA E CONSULTORIA LTDA., cuja data de divulgação prevista era

29/09/2016), continuando, assim a parceria, demonstrando a conduta nefasta dos investigados

em relação ao pleito, na busca desenfreada pelo poder.

A curiosidade é, quais seriam os números da referida pesquisa?

Estaria o Representante liderando a pesquisa, daí a necessidade de

atacá-lo? Estariam empatados?

A única situação que se presume é que os investigados não estavam

liderando a corrida eleitoral.

Do contrário qual seria o interesse em não divulgar a pesquisa?

Não divulgar a pesquisa e arrebentar com a imagem de bom gestor e

homem probo do Representante, custe o que custar, compre quantos jornais for necessário, essa

era a ordem do Representado Luiz Fernando Machado e seu comando de campanha.

Como tal capa acabou sendo abortada pelo Jornal Notícias de Jundiaí,

o Sr. Caio Navigli e Thiago Maia, este segundo Assessor do Candidato e Deputado Luiz Fernando

Machado na Assembleia Legislativa, maliciosamente, trataram de divulgá-la nas redes sociais

como se fosse da empresa jornalística, buscando dar credibilidade a uma matéria que jamais

existiu, argumentando, posteriormente tratar-se de uma brincadeira.

O material foi fortemente divulgado e compartilhado pelos

apoiadores do Representado Luiz Fernando Machado, contaminando as redes sociais e

provocando grande alvoroço, inclusive no Paço Municipal, com servidores temendo até pelos

seus vencimentos.

Mais uma vez a conduta dos investigados enquadra-se como uso

indevido dos meios de comunicação social, na modalidade abuso de poder econômico,

sendo que nos autos da AIJE 229032 – TRE/PI, com acórdão publicado em 14/12/2012, o

Tribunal se manifestou no sentido de que “O envio a jornalistas, em pleno período

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eleitoral, de mensagens dotadas de cunho eleitoreiro favoráveis aos Investigados,

evidencia a real intenção do emitente, então Coordenador de Comunicação do Estado, que,

seguramente, era conferir publicidade a tais mensagens e, por conseguinte, beneficiar os

demais Investigados em detrimento dos outros candidatos, violando o magno princípio da

isonomia que deve ser rigorosamente observado.”

2.2.-) DA GRAVIDADE DO ABUSO DE PODER ECONÔMICO E DO USO INDEVIDO DOS MEIOS DE

COMUNICAÇÃO PELOS INVESTIGADOS.

O abuso de poder político ou econômico que enseja conduta passível

de punição em ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) é aquele que se reveste de gravidade,

conforme a dicção do inciso XVI do mesmo artigo 22:

“XVI – para a configuração do ato abusivo, não será considerada a

potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade

das circunstâncias que o caracterizam.”

Anote-se que tal inciso foi incluído na LC 64/90 pela Lei

Complementar nº 135/2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa.

Deflui da legislação que, para a aplicação das sanções decorrentes da

AIJE, faz-se necessário que haja abuso de poder político ou econômico por parte do candidato e

que este se revista de gravidade.

Sobre o conceito de “gravidade”, colho a lição de Marcos Ramayana:

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“Como se nota, é suficiente a comprovação da gravidade dos fatos durante uma

determinada campanha eleitoral. No entanto, a potencialidade lesiva é um

conceito que está englobado dentro da gravidade, o que significa dizer que uma

conduta mínima ou média dentro de uma avaliação probatória não acarreta a

inelegibilidade por abuso do poder econômico ou político.” (Direito Eleitoral. 12ª

ed., Niteroi/RJ: Impetus, 2011, p. 585.)

O bem jurídico que se busca proteger através da AIJE é a normalidade

e legitimidade das eleições, conforme o disposto no artigo 14, §9º, da Constituição Federal, do

qual emana a LC 64/90: Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos

de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do

mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições

contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na

administração direta ou indireta.

Visa, portanto, a lei eleitoral garantir que os candidatos a cargo

eletivo concorram em igualdade de condição, impedindo-se que aquele que tem acesso ao poder

político (isto é, o já ocupante de cargo eletivo) ou que tem acesso a maiores ou melhores recursos

financeiros possua proeminência na eleição, descaracterizando o processo democrático.

O abuso dos meios de comunicação social situa-se no campo do

abuso do poder econômico, já que aquele candidato que tem maior acesso ao meio de

comunicação, seja porque é de sua propriedade, ou de propriedade de seu apoiador ou seja pelo

uso de recursos financeiros, pode adquirir vantagem eleitoral indevida pelo seu uso divergente do

previsto na lei eleitoral.

Os meios de comunicação social são arma poderosa no processo

eleitoral, já que atingem a população em massa, sobre ela exercendo maciça influência. Não é a

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toa que os meios de comunicação social são instrumento de exercício da democracia e, ao mesmo

tempo, absolutamente controlados em caso de regimes totalitários, vale dizer, os meios de

comunicação social revestem-se de papel especial na formação da opinião pública.

Daí porque a lei eleitoral possui regras deveras rígidas sobre o seu

uso, limitando o tamanho da propaganda na imprensa escrita e restringindo de forma estrita a

aparição de candidatos na rádio e na televisão. As regras são inclusive mais severas em relação aos

meios de comunicação falados em virtude de sua influência direta e poderosa sobre a população.

Deflui que o uso abusivo do meio de comunicação social, modalidade

de abuso de poder econômico, como no caso dos autos, tem grande probabilidade de ferir o bem

jurídico que o artigo 14, §9º, da Constituição Federal e o artigo 22, XVI, da LC 64/90 visam a

proteger, já que o abuso resulta na proeminência dos investigados que detém acesso ao meio de

comunicação em detrimento daquele que não possui tal vantagem na corrida eleitoral.

No caso em tela, caracterizado o abuso do poder econômico,

restando claro que ele chegou a gerar o desequilíbrio no pleito eleitoral, atingindo o bem jurídico

protegido, que é a legitimidade e normalidade das eleições.

Sobre a lesão ao bem jurídico em tela, leciona José Jairo Gomes:

“Já foi ressaltado alhures que o conceito de abuso de poder é, em si, uno e

indivisível. Trata-se de conceito fluido, indeterminado, que, na realidade

fenomênica, pode assumir contornos diversos. Tais variações concretas

decorrem de sua indeterminação a priori. Logo, em geral, somente as

peculiaridades divisadas no caso concreto é que permitirão ao intérprete afirmar

se esta ou aquela situação real configura ou não abuso. O conceito é elástico,

flexível, podendo ser preenchido por fatos ou situações tão variados quanto os

seguintes: uso nocivo e distorcido de meios de comunicação social; propaganda

eleitoral irregular; (...)” (Direito Eleitoral, 7ª ed., revista, atualizada e ampliada,

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2011, São Paulo: Atlas, pp. 448/449.)

O requisito de afetar a legitimidade e normalidade das eleições,

necessário para a procedência de AIJE por abuso do poder econômico, exige que a conduta tenha

conseguido desequilibrar o pleito eleitoral, nele influenciando, não se exigindo, contudo, que se

prove que o número de votos atingidos é suficiente para alterar o resultado da eleição, ou seja,

não se trata de conta matemática.

Marcos Ramayana esclarece:

“Para a caracterização do abuso do poder econômico ou político, é necessária a

prova da potencialidade lesiva (gravidade), mas o Tribunal Superior Eleitoral

consagra que não se exige a prova do nexo de causalidade entre a conduta

comissiva do abuso e o vício do pleito eleitoral. Deve-se provar o

comprometimento da lisura das eleições, à luz do contexto probatório coligido na

investigação judicial eleitoral, até porque a prova do vício das eleições, como,

v.g., a modificação do número de votos dados ao fraudador, pode ser uma prova

impossível de ser feita. Afigura-se relevante destacar que a sanção de

inelegibilidade ou cassação do registro ou diploma leva em consideração o

desequilíbrio causado com a prática da ação comissiva por parte do infrator ou

de seus cabos-eleitorais e simpatizantes em geral . ” 5

No caso dos autos, verifica-se que os investigados :

a-) o Jornal da Cidade, em conluio com os demais investigados, encomendou a pesquisa viciada e a

publicou contra a ordem judicial;

b-) o Jornal da Cidade patrocinou a notícia na rede social, artifício proibido ao candidato;

c-) o candidato Luiz Fernando Machado fez postagem destacando o teor da pesquisa e a fonte,

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mesmo sendo amplamente divulgado que a publicação da referida pesquisa estava proibida;

d-) o Jornal da Cidade, que não saída aos domingos, não só saiu contra ordem judicial, como foi

distribuído gratuitamente em diversas casas e estabelecimentos comerciais do município;

e-) ato contínuo, distribuíram a edição……………..do Jornal Jundiaí Notícias de casa em casa e nos

comércios de toda cidade, por pessoas contratadas pelos investigados, sendo que, curiosamente,

apesar de gratuito, o Jornal Jundiaí Notícias não é distribuído nas residências, sendo colocado em

alguns pontos fixos da cidade;

f-) não satisfeitos, em continuidade de conduta, trataram os investigados Luiz Fernando, Antonio

de Padua Pacheco, Eduardo dos Santos Palhares e Caio Navigli, de rapidamente traçar novo plano

vil para afetar a igualdade de desequilibrar o resultado do pleito, buscando plantar no Jornal

Jundiaí Notícias que a Prefeitura de Jundiaí estava quebrada, no intuito de atingir o adversário

Pedro Antonio Bigardi, inclusive proprodo-se a buscar patrocínio para a referida edição, ou seja,

pagar pela confeccão e distribuição do jornal;

e-) usaram de poder político e econômico para impedir que a pesquisa realizada pelo IBOPE e

contratada pelo Jornal Jundiaí Notícias não fosse divulgada;

f-) não conseguindo publicar a matéria fraudulenta intitulada PREFEITA DE JUNDIAÍ QUEBRADA,

trataram de soltar a falsa capa do Jornal Jundiaí Notícias, nas redes sociais, como se fosse matéria

divulgada pela emprega jornalística, buscando emprestar-lhe credibilidade e influenciando o

eleitor e a normalidade do pleito.

Por óbvio que as condutas acima narradas, atingindo número

significativo de eleitores com caráter claramente eleitoral, abusando do poder econômico, em

virtude do amplo acesso aos mencionados órgãos de imprensa, gerou desequilíbrio no pleito

eleitoral, colocando os candidatos investigados em situação de superioridade de concorrência em

relação a seus adversários que não tiveram acesso aos mesmos recursos.

As condutas dos investigados atingiram número significativo de

eleitores, afetando a normalidade e a legitimidade das eleições, gerando o desequilíbrio e

desproporção de meios que enseja a cassação do registro da candidatura de Luiz Fernando

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Arantes Machado e Antônio de Pádua Pacheco.

Nessa linha, veja-se o seguinte julgado do Tribunal Superior Eleitoral:

“AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. PRELIMINARES REJEITADAS.

ABUSO DE PODER E USO INDEVIDO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO.

CONFIGURAÇÃO. AÇÃO JULGADA APÓS AS ELEIÇÕES. CASSAÇÃO DE REGISTRO E

INELEGIBILIDADE. POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. (...) 4. A ação de

investigação judicial eleitoral constitui instrumento idôneo à apuração de atos

abusivos, ainda que anteriores ao registro de candidatura. Precedentes. 5. O

Tribunal Regional pode analisar a questão da cassação de registro em sede de

embargos de declaração, quando a própria Corte reconhece omissão do acórdão

embargado, suficiente para a concessão de efeitos infringentes. 6. O conjunto

probatório dos autos revela o abuso do poder político, econômico e o uso

indevido dos meios de comunicação. 7. A potencialidade para influenciar o

resultado do pleito é manifesta. O nexo de causalidade quanto à influência das

condutas no pleito eleitoral é tão-somente indiciário, sendo desnecessário

demonstrar, de plano, que os atos praticados foram determinantes do

resultado da competição; basta ressair, dos autos, a probabilidade de que os

fatos se revestiram de desproporcionalidade de meios. 8. O todo articulado da

Constituição Federal abona a conclusão de que, nos termos do inciso XIV do

artigo 22 da Lei Complementar nº 64/90, é possível, em sede de ação de

investigação judicial eleitoral, a imposição da pena de cassação de registro e de

inelegibilidade, mesmo após o dia da votação, mas antes da diplomação do

candidato eleito. Interpretação constitucional que visa a excluir um vácuo

jurisdicional (do dia da votação até a diplomação dos eleitos) durante o qual não

existiria qualquer provimento jurisdicional efetivo, capaz de gerar a cassação de

registro, hábil a afastar do processo eleitoral e a impedir que venha a ser

diplomado o candidato que abusou do seu poder econômico ou político. 9.

Execução do julgado com a publicação deste acórdão. 10. Recurso desprovido.”

(Recurso Ordinário nº 1362, Acórdão de 12/02/2009, Relator(a) Min. JOSÉ

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GERARDO GROSSI, Relator(a) designado(a) Min. CARLOS AUGUSTO AYRES DE

FREITAS BRITTO, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Volume -, Tomo

66/2009, Data 06/04/2009, Página 45 )

No mesmo sentido:

“RECURSO ORDINÁRIO. ELEIÇÕES 2010. DEPUTADO ESTADUAL. AÇÃO DE

INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE). ART. 22 DA LC 64/90. USO INDEVIDO

DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL. CONFIGURAÇÃO. POTENCIALIDADE

LESIVA. INAPLICABILIDADE DA LC 135/2010. PARCIAL PROVIMENTO. 1. A

representação por propaganda eleitoral antecipada e a AIJE constituem ações

autônomas, com causas de pedir e sanções próprias. Assim, a procedência ou

improcedência de uma não é oponível à outra. 2. Fatos anteriores ao registro de

candidatura podem configurar uso indevido dos meios de comunicação social,

visto que compete à Justiça Eleitoral zelar pela lisura das eleições. Precedentes. 3.

O uso indevido dos meios de comunicação caracteriza-se, na espécie, pela

veiculação de nove edições do Jornal Correio do Vale, no período de março a

julho de 2010, nos formatos impresso e eletrônico, com propaganda eleitoral

negativa e graves ofensas pessoais a Sebastião Pereira Nascimento e Carlos

Eduardo Vilela, candidatos aos cargos de deputados estadual e federal nas

Eleições 2010, em benefício do recorrido - único editor da publicação e candidato

a deputado estadual no referido pleito. 4. Na espécie, a potencialidade lesiva da

conduta evidencia-se pelas graves e reiteradas ofensas veiculadas no Jornal

Correio do Vale contra os autores da AIJE, pelo crescente número de exemplares

distribuídos gratuitamente à medida que o período eleitoral se aproximava e

pelo extenso período de divulgação da publicação (5 meses). 5. A procedência

da AIJE enseja a inelegibilidade para as eleições que forem realizadas nos 3 (três)

anos subsequentes ao pleito em que ocorreu o ato abusivo, nos termos da

redação originária do art. 22, XIV, da LC 64/90. 6. Recurso ordinário parcialmente

provido.” (Recurso Ordinário nº 938324, Acórdão de 31/05/2011, Relator(a) Min.

FÁTIMA NANCY ANDRIGHI, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data

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01/08/2011, Página 231/232 )

“RECURSO ESPECIAL. USO INDEVIDO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL.

MÍDIA IMPRESSA. POTENCIALIDADE. CONFIGURAÇÃO. REEXAME DE FATOS E

PROVAS. NÃO PROVIMENTO. 1. A novel jurisprudência do e. TSE considera

possível a cassação de registro de candidatura mesmo que a Ação de Investigação

Judicial Eleitoral (AIJE) seja julgada procedente após a realização do pleito, desde

que tal julgamento seja proferido antes da diplomação (RO nº 1.362/PR, Rel. Min.

José Gerardo Grossi, DJe de 6.4.2009). In casu, a discussão sobre a data em que

proferida a sentença de procedência da AIJE ficou prejudicada, já que anterior à

diplomação dos eleitos. 2. Irrelevante a alegação de que a conduta abusiva não

teria causado prejuízo direto à esfera jurídica dos recorridos. A AIJE visa

proteger bem jurídico de titularidade coletiva, qual seja, a estabilidade do

regime democrático manifestado pela soberania do voto popular. Assim, a

configuração do abuso dos meios de comunicação social exige apenas a

potencialidade lesiva da conduta para interferir na lisura e no equilíbrio das

eleições. (RO nº 1.460/SP, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJe de 5.10.2009; RO nº

1.537/MG, de minha relatoria, DJ de 29.8.2008) . 3. O e. TRE/SP, instância

soberana na apreciação do acervo fático-probatório, consignou que a

potencialidade lesiva no uso indevido dos meios de comunicação social decorre:

a) da tiragem de 1.000 exemplares do ¿Jornal Já¿ distribuídos no Município de

Araras/SP; b) de ampla quantidade de anúncios comerciais no mencionado

jornal; c) de anterior utilização deste periódico como órgão de imprensa oficial

na publicação de atos do Poder Executivo Municipal; d) da quantidade de 8

(oito) edições nos meses que antecederam o pleito, com intensa propaganda

negativa dos recorridos; e) da disponibilidade dos exemplares do jornal em

determinados pontos da cidade . Para a adoção de entendimento contrário sob o

argumento de que ¿o aludido jornal 'Já' é editado apenas uma vez por semana e

tem a menor tiragem e distribuição entre outros periódicos da cidade, como o

jornal 'Opinião', que combateu as candidaturas dos recorrentes e tem uma

distribuição semanal de 10.000 exemplares, assim como o jornal 'Tribuna do

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Povo', editado três vezes por semana com distribuição em torno de 30.000

exemplares, seria necessário o reexame de fatos e provas, atraindo o óbice das

Súmulas nºs 7/STJ e 279/STF, pois nenhuma destas alegações trazidas pelos

recorrentes faz parte da moldura fática delimitada pelo v. acórdão regional. 4. A

discussão sobre a maior quantidade de jornais supostamente utilizados contra a

campanha dos recorrentes, bem como a maior periodicidade na sua distribuição,

somente teria relevância para o deslinde da causa se fosse possível afirmar,

indene de dúvidas, que tal veículo de comunicação social foi usado de forma

abusiva, como de fato ocorreu com o jornal utilizado pelos recorrentes. Trata-se,

todavia, de matéria fática não abordada no v. acórdão regional cujo

conhecimento em sede de recurso especial também esbarraria no óbice das

Súmulas nºs 7/STJ e 279/STF. 5. A suposta ausência de responsabilidade dos

recorrentes pela veiculação das matérias abusivas afigura-se inócua, já que,

segundo a jurisprudência do e. TSE, ¿pode vir a ser configurado o abuso de poder

mesmo sem ter havido participação do candidato beneficiado, se evidente a

potencialidade de influência no pleito¿. (RO nº 782/SP, Rel. Min. Fernando Neves,

DJ de 3.9.2004). 6. O recurso contra expedição de diploma (RCED), a Ação de

Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) e a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo

(AIME) possuem causas de pedir própria e consequência jurídica distinta. Assim, o

julgamento favorável ou desfavorável de cada uma dessas ações não influencia

no trâmite uma das outras. (AREspe 26.276/CE, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJ de

7.8.2008; REspe 28.015/RJ, Rel. Min. José Delgado, DJ de 30.4.2008). 7. Recurso

especial a que se nega provimento.” (Recurso Especial Eleitoral nº 35923,

Acórdão de 09/03/2010, Relator(a) Min. FELIX FISCHER, Publicação: DJE - Diário

da Justiça Eletrônico, Data 14/04/2010, Página 43/44 )

Por fim ressalte-se que o Tribunal Superior Eleitoral, nos autos do

Agravo regimental no recurso especial eleitoral nº 7730- 14.2008.6.19.0109/RJ, rel. Min. Arnaldo

Versiani, em 02.03.2011, DJE de 10.05.2011, já se manifestou no sentido de que “ Ainda que os

fatos narrados na inicial da ação de investigação judicial eleitoral tenham sido enquadrados

pelo autor como abuso do poder econômico, é permitido ao juiz concluir pela caracterização do

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uso indevido dos meios de comunicação social, aplicando a sanção legal cabível”.

Portanto, restou plenamente configurado o abuso de poder

econômico e o uso indevido dos meios de comunicação social, por parte do requerido Luiz

Fernando Arantes Machado, e demais investigados, com ferimento da lisura e legitimidade do

pleito, pelo desequilíbrio e quebra da isonomia estabelecidos em relação a outros candidatos pelo

uso indevido dos meios de comunicação social, imprensa escrita e internet, sendo que com ele

cabe a condenação também do candidato a vice prefeito, beneficiado pelo fato de a candidatura

dar-se em chapa única, sendo demais Eduardo dos Santos Palhares, Caio Navigli e Pedro…………..,

foram executores e contribuíram para a conduta abusiva.

2.3.-) DAS SANÇÕES

No que tange às sanções a serem aplicadas, assim dispõe o inciso XIV,

do art. 22 da Lei Complementar 64/90:

Art. 22: (... omissis...)

XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos

eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos

hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de

inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à

eleição em que se verificou, além da cassação do registro ou diploma do

candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou

pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação,

determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para

instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal,ordenando

quaisquer outras providências que a espécie comportar; (Redação dada pela Lei

Complementar nº 135, de 2010)

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Diante disso, deve ser aplicada aos investigados Luiz Fernando

Arantes Machado e Antonio de Pádua Pacheco a sanção de inelegibilidade para as eleições a se

realizarem nos oitos anos subsequentes à esta eleição, além da cassação do registro de

candidatura. Se por absurdo, dado o rito processual previsto na LC 64/90, a ação for julgada após a

eventual diplomação, seja cassado o diploma dos candidatos beneficiados. Com relação aos

demais investigados, como os mesmos não concorreram às eleições, seja aplicada a sanção de

inelegibilidade, sem prejuízo da remessa dos autos ao Ministério Público para as providências

pertinentes.

3.-) DAS PROVAS

REQUER provar o alegado por todos os meios de prova em

direito moralmente admitidas, notadamente pelos documentos que instruem a presente, oitiva

das testemunhas abaixo arroladas, perícias, arbitramentos e todas as demais que se fizerem

necessárias no transcorrer da lide.

REQUER seja intimada a empresa CRUZ DE MALTA

COMUNICAÇÃO INTEGRADA LTDA - ME / JUNDIAÍ NOTICIAS CNPJ nº 17.299.572/0001-16, para

que junte aos autos cópia integral da Pesquisa Eleitoral nº SP-01036/2016, registrada em

23/09/2016, realizada pelo IBOPE INTELIGENCIA PESQUISA E CONSULTORIA LTDA., cuja data de

divulgação prevista era 29/09/2016, objeto de diálogo entre ao Diretor Financeiro da Empresa e o

investigado Eduardo dos Santos Palhares.

REQUER, também, que seja intimada a Editora

Panorama/Jornal da Cidade, de propriedade dos investigados Lúcia Moraes Campos, para que

apresente e comprove a tiragem de suas edições anteriores e da tiragem de do dia 10/09/2016,

seja com Notas Fiscais, seja com comprovação de venda de anúncios, custeio por assinatura e

venda em bancas de jornais e afins.

REQUER, também se requer que a Editora Panorama/Jornal

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da Cidade comprove a compra de papel para impressão pelos últimos 3 meses, bem como a

comprovação do pagamento da pesquisa divulgada e a origem dos recursos, juntando cópia do

cheque e/ou microfilme, comprovante de depósito ou transferência.

Cumpre ressaltar que em sede impugnação da pesquisa

divulgada pelo Jornal da Cidade, a Coligação Majoritária “Pra Jundiaí Seguir em Frente”, já havia

consignado que os comentários / notícias nos bastidores políticos davam conta de que os dados

da pesquisa impugnada, já encontravam na posse da empresa contratante e do candidato

investigado Luiz Fernando Machado, requerendo naquela oportunidade, a quebra do sigilo da

empresa realizadora da pesquisa e de seus sócios, determinado-se a busca a apreensão dos dados

de seus computadores, a fim de verificar o e-mail desta e dos sócios, bem como foi levado ao

conhecimento do Juízo que os resultados da pesquisa teriam sido enviados do e-mail do PSDB,

partido do candidato Luiz Fernando Machado, para os e-mails do Jornal da Cidade :

[email protected], [email protected] e [email protected],

ocasião em que se pleiteou a quebra do sigilo de telemática dos mesmos, o que contou com

parecer favorável do Ministério Público mas somente foi apreciado quando do julgamento do

mérito, que argumentou que a medida não mais teria efeito pelo decurso de tempo, desta forma,

neste momento, REQUER a intimação da empresa Editora Panorama/Jornal da Cidade, pra que

informe os usuários dos referidos e-mail, para que possam arrolados como testemunhas nos

presente feito.

REQUER seja intimada a Editora Panorama/Jornal da Cidade

para que informa ao Juízo, no período de 1º junho de 2016 a 09 de outubro de 2016, quantas

edições do Jornal da Cidade saíram exclusivamente aos domingos, juntando um exemplar dos

mesmos, não se considerando as edições sábado/domingo, mas tão somente a publicadas

unicamente no domingo.

Caso V. Exª., entenda não ser o caso de intimação da

empresa, REQUER seja a determinado a juntada de tais documentos e informações pela

investigada Lúcia Moraes Campos, sócia-proprietária da Editora Panorama Ltda./Jornal da Cidade,

sob pena de violação do princípio do contraditório e da ampla defesa.

Com relação ao patrocínio das postagens da pesquisa no

facebook do Jornal da Cidade, REQUER seja oficiado o Facebook para que informe: a-) Quanto foi

pago nesse patrocínio; b-) qual foi o alcance da postagem; c-) quem pagou, ou seja, o titular do

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Cartão de Crédito; d-) quando foi contratado e quando foi retirado; e-) qual é a média de

patrocínio e quais são as notícias patrocinadas pela Editora Panorama/Jornal da Cidade nos 3

(três) meses que antecederam o patrocínio da notícia da pesquisa eleitoral.

Sem prejuízo de outras a serem arroladas, após as

informações prestadas pela Editora Panorama/Jornal da Cidade, REQUER, desde já, a intimação

das pessoas abaixo arrolada, para deporem no presente feito como testemunhas:

- ANSELMO BOAVENTURA BROMBAL, NACIONALIDADE BRASILEIRA, CPF: 962.728.808-04, RG/RNE: 130182096 - SP,

RESIDENTE À AVENIDA BENEDICTO CASTILHO DE ANDRADE, 877, APTO 12 BLOCO, PARQUE RESIDENCIAL, JUNDIAI - SP,

CEP 13212-070

- MARCIO ROBERTO VICCIOLI MEDINA, NACIONALIDADE BRASILEIRA, CPF: 180.591.068-05, RG/RNE: 207899642 - SP,

RESIDENTE À RUA ANTONIO MELATO, 387, VILA DE VECCHI, JUNDIAI - SP, CEP 13202-200

- RODRIGO ARTHUR MALAGOLI DOS SANTOS, NACIONALIDADE BRASILEIRA, CPF: 223.520.818-58, RG/RNE: 435145794

- SP, RESIDENTE À RUA JOAO CAFE FILHO, 102, JARDIM DANUBIO, JUNDIAI - SP, CEP 13215-081

- ALCIR DE OLIVEIRA, NACIONALIDADE BRASILEIRA, JORNALISTA, PODENDO SER ENCONTRADO NA RUA PETRONILHA

ANTUNES, 493 - CENTRO - (13201108) - JUNDIAÍ, SÃO PAULO.

4.-) DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se:

a-) que os denunciados Luiz Fernando Arantes Machado e Antonio de Pádua Pacheco, sejam

citados no endereço constante de seus registros de candidatura, e os demais naqueles declinados

no preâmbulo desta petição, para que apresente defesa, em assim o querendo;

b-) a intimação e oitiva do DD Promotor Eleitoral;

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c-) a produção de todas as provas requeridas, em atenção ao princípio do contraditório e da ampla

defesa;

d-) por fim, reafirma-se o requerimento de procedência da presente ação, a fim ser aplicada aos

investigados Luiz Fernando Arantes Machado e Antonio de Pádua Pacheco a sanção de

inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos oito anos subsequentes a esta eleição, além da

cassação dos registros de candidaturas. Se por absurdo, dado o rito processual previsto na LC

64/90, a ação for julgada após a eventual diplomação, seja cassado o diploma dos candidatos

beneficiados Luiz Fernando Arantes Machado e Antonio de Pádua Pacheco. Com relação aos

demais investigados, como os mesmos não concorreram às eleições, seja aplicada a sanção de

inelegibilidade, sem prejuízo da remessa dos autos ao Ministério Público para as providências

pertinentes.

Termos em que,

P. Deferimento.

Jundiaí, 11 de outubro de 2016.

Edson Aparecido da Rocha Amaury Ricardo Piccolo

OAB/SP 163.709 OAB/SP 300.208