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CURSOS ON-LINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR RODRIGO LUZ E MISSAGIA www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 01 Olá, pessoal. Continuando o assunto “Classificação de Mercadorias”, abordado na aula demonstrativa, iremos apresentar as regras gerais de interpretação (RGI) do sistema harmonizado. REGRAS GERAIS DO SH O Sistema Harmonizado de Designação e Classificação de Mercadorias, ou simplesmente SH, foi criado para ser coerente e uniforme, ou seja, deve assegurar que cada mercadoria somente corresponda a uma única classificação, de forma simples e inequívoca. Assim, por exemplo, se a classificação determinada para suco de laranja congelado for a 2009.21, qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo e a qualquer instante, deveria enquadrar tal produto sempre nesse código. Além disso, todo e qualquer produto existente na natureza deve ser passível de ser classificado, inclusive aqueles que venham a existir. É isso mesmo !!! Só para citar um exemplo, quando os transistores foram descobertos, não havia um código para transistores. Mas eles deveriam ser enquadrados, mesmo assim, em algum código. Vamos lá, você é o fiscal. O importador te apresenta um produto inovador (como foi o caso recente das máquinas multifuncionais, que possuem funções conjugadas de impressora, copiadora, scanner, fax). Você consulta a tabela e não encontra uma posição específica para enquadrar os equipamentos multifuncionais. O que você vai falar pra ele? Como você vai enquadrar o produto? Será que você vai chegar pra ele e dizer: - “Ô cara, não leva a mal não, mas o teu produto não está especificado na tabela. Não tenho como tributar. Faz o seguinte: Tem um navio saindo do Porto daqui a duas horas. Corre lá que você ainda consegue levar essa coisa de volta para o exterior.”? Pessoal!!! É claro que o fiscal não poderá fazer isso!!!! Ele tem que enquadrar o produto em algum código!!! Aliás, o próprio importador já declara o seu código, podendo o fiscal

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AULA 01

Olá, pessoal. Continuando o assunto “Classificação de Mercadorias”, abordado na aula demonstrativa, iremos apresentar as regras gerais de interpretação (RGI) do sistema harmonizado.

REGRAS GERAIS DO SH

O Sistema Harmonizado de Designação e Classificação de Mercadorias, ou simplesmente SH, foi criado para ser coerente e uniforme, ou seja, deve assegurar que cada mercadoria somente corresponda a uma única classificação, de forma simples e inequívoca. Assim, por exemplo, se a classificação determinada para suco de laranja congelado for a 2009.21, qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo e a qualquer instante, deveria enquadrar tal produto sempre nesse código.

Além disso, todo e qualquer produto existente na natureza deve ser passível de ser classificado, inclusive aqueles que venham a existir. É isso mesmo !!! Só para citar um exemplo, quando os transistores foram descobertos, não havia um código para transistores. Mas eles deveriam ser enquadrados, mesmo assim, em algum código.

Vamos lá, você é o fiscal. O importador te apresenta um produto inovador (como foi o caso recente das máquinas multifuncionais, que possuem funções conjugadas de impressora, copiadora, scanner, fax). Você consulta a tabela e não encontra uma posição específica para enquadrar os equipamentos multifuncionais. O que você vai falar pra ele? Como você vai enquadrar o produto? Será que você vai chegar pra ele e dizer:

- “Ô cara, não leva a mal não, mas o teu produto não está especificado na tabela. Não tenho como tributar. Faz o seguinte: Tem um navio saindo do Porto daqui a duas horas. Corre lá que você ainda consegue levar essa coisa de volta para o exterior.”?

Pessoal!!! É claro que o fiscal não poderá fazer isso!!!! Ele tem que enquadrar o produto em algum código!!! Aliás, o próprio importador já declara o seu código, podendo o fiscal

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aceitar ou não. O sistema foi projetado para isso. Para ser COMPLETO. Se não encontrar algo com a descrição exatamente do jeito que você quer, as REGRAS GERAIS vão te direcionar para procurar o código mais adequado. E você vai ter que achar um, OK?

Por esse motivo, as Regras Gerais de Interpretação do SH prevêem o enquadramento de produtos cuja descrição não é encontrada de forma exata na Nomenclatura (na posição dos produtos mais semelhantes – regra 4). Prevêem também como classificar produtos combinados (regra 3), como é o caso do kinderovo, lembram? (ovo de chocolate com um brinquedo dentro). Como se classifica isso? Como chocolate ou como brinquedo?

Assim, as regras gerais estão aí para garantir que um determinado produto seja sempre classificado no mesmo código numérico do SH.

Bom, o Sistema Harmonizado possui Regras Gerais que asseguram uma uniforme interpretação legal. Por meio destas regras é estabelecido um procedimento de classificação de acordo com a hierarquia da mercadoria dentro do SH, de maneira que uma mercadoria deve primeiramente ser enquadrada em sua posição, em seguida na subposição de primeiro nível, e somente depois na subposição de segundo nível.

A seguir apresentaremos as Regras Gerais de Interpretação do Sistema Harmonizado.

Apresentação das Regras Gerais

A CLASSIFICAÇÃO DAS MERCADORIAS NA NOMENCLATURA

REGE-SE PELAS SEGUINTES REGRAS:

RGI-1. OS TÍTULOS DAS SEÇÕES, CAPÍTULOS E SUBCAPÍTULOS TÊM APENAS VALOR INDICATIVO. PARA OS EFEITOS LEGAIS, A CLASSIFICAÇÃO É DETERMINADA PELOS TEXTOS DAS POSIÇÕES E DAS NOTAS DE SEÇÃO E DE CAPÍTULO E, DESDE QUE NÃO SEJAM CONTRÁRIAS AOS TEXTOS DAS REFERIDAS POSIÇÕES E NOTAS, PELAS REGRAS SEGUINTES.

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Conforme visto na aula anterior, o SH é dividido em 96 capítulos, cada um possuindo um título. Por questões de apresentação, e para facilitar a localização dos códigos, os capítulos são agrupados em seções, num total de 21.

Por exemplo, vejamos a Seção XV do SH:

SEÇÃO XV METAIS COMUNS E SUAS OBRAS

Notas de Seção

Capítulos:

72 Ferro fundido, ferro ou aço 73 Obras de ferro fundido, ferro ou aço 74 Cobre e suas obras 75 Níquel e suas obras 76 Alumínio e suas obras 77 (Reservado para uma eventual utilização futura no

SH) 78 Chumbo e suas obras 79 Zinco e suas obras 80 Estanho e suas obras 81 Outros metais comuns; ceramais (“cermets”); obras

dessas matérias 82 Ferramentas, artefatos de cutelaria e talheres, e suas

partes, de metais comuns 83 Obras diversas de metais comuns

Alguns capítulos são divididos em subcapítulos, como é o caso do capítulo 72:

I – PRODUTOS DE BASE; PRODUTOS QUE SE APRESENTEM SOB A FORMA DE GRANALHA OU PÓ

Posições 7201 a 7205

II – FERRO E AÇO NÃO LIGADOS

Posições 7206 a 7217

III – AÇOS INOXIDÁVEIS

Posições 7218 a 7223

IV – OUTRAS LIGAS DE AÇOS, EM LINGOTES OU OUTRAS FORMAS PRIMÁRIAS; PRODUTOS SEMIMANUFATURADOS, DE OUTRAS LIGAS DE AÇOS

Posições 7224 a 7229

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O capítulo 72 é subdividido em subcapítulos, mas estes servem apenas para agrupar melhor as posições quando há muitas em um só capítulo (no caso do capítulo 72 são 29 posições).

O subcapítulo não compõe o código do SH. São 6 dígitos, sendo os dois primeiros o capítulo, o terceiro e o quarto a posição dentro do capítulo, o quinto a subposição de 1º nível e o sexto a subposição de 2º nível.

Voltando à RGI-1, esta afirma que os títulos possuem valor apenas indicativo. O que vale são os textos das posições e das notas. Títulos de capítulo, de subcapítulo e de seção têm apenas valor indicativo. Isso quer dizer o seguinte: o título da Seção XV é “METAIS COMUNS E SUAS OBRAS”; mesmo assim, pode haver um produto feito de metal comum que não será enquadrado nesta Seção.

Como ilustração, vejamos uma nota da Seção XV, que diz: “A presente Seção não compreende as armações de guarda-chuvas e outros artefatos, da posição 6603”. Viram? Uma armação de guarda-chuva de metal poderia, em princípio, ser classificada em algum capítulo da Seção XV (se fosse de alumínio seria no 76, por exemplo). Porém, a Nota de Seção acima rechaçou completamente essa possibilidade, remetendo o enquadramento de guarda-chuvas e suas partes e acessórios para a posição 6603, independentemente da matéria constitutiva.

Por meio do exemplo acima, chega-se à conclusão de que, para classificar corretamente uma mercadoria, devemos procurar uma das Seções (basta olhar no índice). Antes de procurar pelos capítulos, deve-se ler as notas de Seção, pois estas podem excluir o produto daquela Seção, como foi o caso das armações de guarda-chuvas. Além disso, a nota indicou a classificação correta. Depois de encontrada a Seção, o passo natural seria encontrar um capítulo dentro da Seção, ler as notas de capítulo, para finalmente partir para a leitura dos textos das posições e encontrar a posição mais adequada.

Por essa regra, se o texto de uma posição diz “barras de ferro”, você, em princípio, só vai poder enquadrar ali barras de ferro, e não de madeira. Os textos das posições e subposições e as notas de Seção e de Capítulo definem a classificação fiscal, conforme a regra 1, e não há hierarquia entre eles.

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A regra 1 se aplica quando encontramos um texto de posição que englobe o produto que estamos querendo classificar, desde que as notas de seção e de capítulo não excluam a mercadoria da seção ou do capítulo. Caso não encontremos nenhuma posição possível de enquadrar nosso produto, teremos de partir para a leitura das regras seguintes.

Vejamos a regra 2, que é subdividida em 2-a e 2-b.

RGI-2A QUALQUER REFERÊNCIA A UM ARTIGO EM

DETERMINADA POSIÇÃO ABRANGE ESSE ARTIGO MESMO INCOMPLETO OU INACABADO, DESDE QUE APRESENTE, NO ESTADO EM QUE SE ENCONTRA, AS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO ARTIGO COMPLETO OU ACABADO. ABRANGE IGUALMENTE O ARTIGO COMPLETO OU ACABADO, OU COMO TAL CONSIDERADO NOS TERMOS DAS DISPOSIÇÕES PRECEDENTES, MESMO QUE SE APRESENTE DESMONTADO OU POR MONTAR.

RGI-2B QUALQUER REFERÊNCIA A UMA MATÉRIA EM

DETERMINADA POSIÇÃO DIZ RESPEITO A ESSA MATÉRIA, QUER EM ESTADO PURO, QUER MISTURADA OU ASSOCIADA A OUTRAS MATÉRIAS. DA MESMO FORMA, QUALQUER REFERÊNCIA A OBRAS DE UMA MATÉRIA DETERMINADA ABRANGE AS OBRAS CONSTITUÍDAS INTEIRA OU PARCIALMENTE DESSA MATÉRIA. A CLASSIFICAÇÃO DESTES PRODUTOS MISTURADOS OU ARTIGOS COMPOSTOS EFETUA-SE CONFORME OS PRINCÍPIOS ENUNCIADOS NA REGRA 3.

A regra 2 determina que as referências a uma matéria (ex:

ferro) em uma posição dizem respeito a esta em qualquer situação, em estado puro, misturado, esteja o produto incompleto, inacabado, desmontado ou por montar.

Classificação do produto desmontado é a mesma do montado, e a do incompleto é a mesma do completo, desde que contenha as características essenciais do produto. Imagine uma televisão toda desmontada, faltando um ou outro parafuso, ou o vidro. Isso é uma televisão? Pois é. O SH entende que sim, estando presentes as partes essenciais. Aí vai classificar como

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televisão, ou seja, na mesma posição que uma televisão montada.

Vou contar para vocês um caso que ocorreu comigo. Um importador trouxe um produto chamado “blocos para pranchas de surfe”, e classificou no capítulo 39 (obras de plástico), em uma posição cujo texto dizia: “blocos irregulares de poliuretano ....”.

Bom, peguei minha prancheta e fui ao armazém conferir a mercadoria. De fato eram blocos para confecção de pranchas de surfe. Porém, não tinham nada de irregulares. Havia tamanhos padronizados, para fabricação de pranchinha, prancha média, pranchão etc. Isso quer dizer que a mercadoria se encontrava em uma tal fase do processo produtivo, que dali em diante somente poderia tomar forma uma prancha de surfe, apesar de o importador ter alegado que aquele produto servia para outras coisas. Quando perguntei que coisas, ele disse: ”painéis de automóveis, por exemplo”.

Bom, aquela matéria até poderia servir para fazer painéis de carro, mas naquele estágio certamente que já estava pronto para fabricar pranchas de surfe, mesmo que ainda faltando processos importantes como aplicação de resina, “shape”, colocação de quilhas etc. Daí eu concluí tratar-se de esboços de pranchas de surfe. E daí?

Daí que percorri a nomenclatura e não encontrei uma posição para esboços de pranchas de surfe. Então, pela regra 2-A, o produto deveria ser classificado como se prancha de surfe fosse, por tratar-se de um artigo incompleto ou inacabado e apresentar as características essenciais do produto final.

Mandei o sujeito reclassificar seu produto para a posição 9506, onde se classificam as pranchas de surfe. Não precisa nem perguntar que o II e IPI eram bem maiores nessa nova posição, e o importador teve que desembolsar uma tremenda grana para pagar as diferenças de tributos e as multas.

O importante é vocês aprenderem sobre a regra, que remete os produtos inacabados, incompletos ou desmontados para a mesma posição dos artigos acabados, completos ou montados, desde que apresentem as características essenciais do produto final. Isso porque eu não poderia dizer que uma folha de plástico retangular duro seria um esboço de prancha de surfe. Nesse caso eu teria que classificar no capítulo 39 (obras de plástico), entenderam?

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E se o produto for constituído parte de uma matéria e parte de outra? Exemplo: cadeira com estrutura de ferro e assento de madeira. Como classifica-se isso? Como artigos de madeira ou como artigos de ferro?

Como as regras devem ser utilizadas na seqüência, ou seja, há uma hierarquia entre as mesmas, primeiro deve-se usar a regra 1. Então, procura-se na nomenclatura uma posição cujo texto diga: “cadeira de ferro e de madeira”. Caso encontre essa posição, o problema está resolvido. Mas e se não encontrar? Bom aí vamos à regra 2, mais especificamente a regra 2-B.

Na verdade, a regra 2-B não classifica nada, pois, segundo ela, o enquadramento de um produto desse tipo poderia ser tanto na posição de artigos de madeira (capítulo 44) quanto na posição de artigos de ferro (capítulo 73). A própria regra 2-B remete para a regra 3.

RGI-3 QUANDO PAREÇA QUE A MERCADORIA PODE CLASSIFICAR-SE EM DUAS OU MAIS POSIÇÕES POR APLICAÇÃO DA REGRA 2 b) OU POR QUALQUER OUTRA RAZÃO, A CLASSIFICAÇÃO DEVE EFETUAR-SE DA FORMA SEGUINTE:

RGI-3A A POSIÇÃO MAIS ESPECÍFICA PREVALECE SOBRE AS

MAIS GENÉRICAS. TODAVIA, QUANDO DUAS OU MAIS POSIÇÕES SE REFIRAM, CADA UMA DELAS, A APENAS UMA PARTE DAS MATÉRIAS CONSTITUTIVAS DE UM PRODUTO MISTURADO OU DE UM ARTIGO COMPOSTO, OU A0 APENAS UM DOS COMPONENTES DE SORTIDOS ACONDICIONADOS PARA VENDA A RETALHO, TAIS POSIÇÕES DEVEM CONSIDERAR-SE, EM RELAÇÃO A ESSES PRODUTOS OU ARTIGOS, COMO IGUALMENTE ESPECÍFICAS, AINDA QUE UMA DELAS APRESENTE UMA DESCRIÇÃO MAIS PRECISA OU COMPLETA DA MERCADORIA.

RGI-3B OS PRODUTOS MISTURADOS, AS OBRAS

COMPOSTAS DE MATÉRIAS DIFERENTES OU CONSTITUÍDAS PELA REUNIÃO DE ARTIGOS DIFERENTES E AS MERCADORIAS APRESENTADAS EM SORTIDOS ACONDICIONADOS PARA VENDA A RETALHO, CUJA CLASSIFICAÇÃO NÃO SE POSSA EFETUAR PELA APLICAÇÃO DA REGRA 3 a),

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CLASSIFICAM-SE PELA MATÉRIA OU ARTIGO QUE LHES CONFIRA A CARACTERÍSTICA ESSENCIAL, QUANDO FOR POSSÍVEL REALIZAR ESTA DETERMINAÇÃO.

RGI-3C NOS CASOS EM QUE AS REGRAS 3 a) e 3 b) NÃO

PERMITAM EFETUAR A CLASSIFICAÇÃO, A MERCADORIA CLASSIFICA-SE NA POSIÇÃO SITUADA EM ÚLTIMO LUGAR NA ORDEM NUMÉRICA, DENTRE AS SUSCETÍVEIS DE VALIDAMENTE SE TOMAREM EM CONSIDERAÇÃO

Vejamos o caso da cadeira de ferro e de madeira. Como o

produto é composto ou misturado, a classificação será dada por: a) a mais específica, que prevalece sobre a mais genérica

b) a que conferir a característica essencial

c) pelo código maior na nomenclatura

Isso quer dizer que, se houver uma posição que se refira a

móveis de ferro e madeira, e outra de cadeiras de ferro e madeira, a mais específica é a posição de cadeiras (regra 3-a).

Mas e se só tiver “móveis de ferro” e “móveis de madeira”. Complicou. Aí tenho que usar a regra 3-B. Quem está dando a característica essencial ao produto? O ferro ou a madeira? Só vendo a mercadoria e analisando, para decidir se a característica essencial do produto é conferida pelo ferro ou pela madeira.

Só pra dar uma idéia pra vocês, lembram do kinderovo (ovo de chocolate com o brinquedo dentro)? Classifico como chocolate ou como brinquedo? O que é o principal? Decidiram que era o brinquedo, e o kinderovo foi classificado no capítulo 95 (brinquedos).

Bom, voltando à nossa cadeira de madeira e ferro, e se eu considerar que os 2 são igualmente essenciais? Aí tenho que ir para a regra 3-C (a regra do desespero!!!). Classifico naquela que der o código mais alto. Daria móveis de ferro. É o código hein, pessoal! Não tem nada a ver com alíquota mais alta, pelo amor de Deus!!! Você pode ter de reclassificar um produto para uma posição que terá uma alíquota menor. Isso quer dizer que

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o importador terá direito à restituição do tributo (II) pago a maior. Fazer o quê... De qualquer forma, ele não se livrará de uma multa por classificação incorreta.

Um outro exemplo real que posso dar é o caso de alguns equipamentos multifuncionais (impressora – capítulo 84, scanner – capítulo 84, copiadora – capítulo 90, fax – capítulo 85), que foram enquadrados, pela regra 3-C, ou seja, como copiadoras (capítulo 90), porque se chegou à conclusão de que todas as funções eram igualmente essenciais no produto, ou seja, o consumidor compra um aparelho multifuncional de determinado tipo não porque ele quer um fax ou uma impressora, mas porque ele quer um aparelho que contenha as quatro funções.

Vejamos a próxima regra.

RGI-4 AS MERCADORIAS QUE NÃO POSSAM SER

CLASSIFICADAS POR APLICAÇÃO DAS REGRAS ACIMA ENUNCIADAS CLASSIFICAM-SE NA POSIÇÃO CORRESPONDENTE AOS ARTIGOS MAIS SEMELHANTES.

Essa regra foi estabelecida para permitir a classificação de

qualquer coisa que exista no universo, e mais, aquela que porventura venha a existir também.

Será que uma posição que se refira a iates contempla

também as lanchas? E uma posição que se refira a colchões, edredões, travesseiros, pufes e almofadas? Será que contempla também os sacos de dormir?

A regra 4 diz que sim. Se não encontrarmos posição

específica para um produto, poderemos encaixá-lo na posição que contemple os artigos mais semelhantes.

Porém, essa regra é muito pouco utilizada, já que a grande

maioria dos capítulos contém posições e subposições que chamamos de “residuais”, pois seu texto começa com “outros...”.

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Vejam outro caso real. Existe um aparelho para conexão de redes chamado “switch”. A posição onde melhor se encaixa esse produto é uma que tem o título “unidades de controle ou de adaptação e unidades de conversão de sinais”. Quando vamos procurar dentro da posição, encontramos as possibilidades:

Controladora de terminais “front-end processor” “gateway” “hub” Outros Ora, sabendo que se trata de um aparelho de controle ou de

adaptação ou uma unidade de conversão de sinais, a classificação mais adequada seria mesmo “outros”, pois não se enquadrou especificamente em nenhuma das possibilidades.

Vejamos a regra 5. 5. ALÉM DAS DISPOSIÇÕES PRECEDENTES, AS

MERCADORIAS ABAIXO MENCIONADAS ESTÃO SUJEITAS ÀS REGRAS SEGUINTES:

5-a) OS ESTOJOS PARA APARELHOS FOTOGRÁFICOS,

PARA INSTRUMENTOS MUSICAIS, PARA ARMAS, PARA INSTRUMENTOS DE DESENHO, PARA JÓIAS E RECEPTÁCULOS SEMELHANTES, ESPECIALMENTE FABRICADOS PARA CONTEREM UM ARTIGO DETERMINADO OU UM SORTIDO, E SUSCETÍVEIS DE UM USO PROLONGADO, QUANDO APRESENTADOS COM OS ARTIGOS A QUE SE DESTINAM, CLASSIFICAM-SE COM ESTES ÚLTIMOS, DESDE QUE SEJAM DO TIPO NORMALMENTE VENDIDO COM TAIS ARTIGOS. ESTA REGRA, TODAVIA, NÃO DIZ RESPEITO AOS RECEPTÁCULOS QUE CONFIRAM AO CONJUNTO A SUA CARACTERÍSTICA ESSENCIAL.

5-b) SEM PREJUÍZO DO DISPOSTO NA REGRA 5 a), AS

EMBALAGENS CONTENDO MERCADORIAS CLASSIFICAM-SE COM ESTAS ÚLTIMAS QUANDO SEJAM DO TIPO NORMALMENTE UTILIZADO PARA O SEU ACONDICIONAMENTO. TODAVIA, ESTA

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DISPOSIÇÃO NÃO É OBRIGATÓRIA QUANDO AS EMBALAGENS SEJAM CLARAMENTE SUSCETÍVEIS DE UTILIZAÇÃO REPETIDA.

Pela regra 5-a, o estojo é considerado como acessório do principal, devendo se classificar junto com o artigo, desde que não seja o essencial no conjunto (ex: estojo de violino classifica junto com o violino). Se o estojo for de ouro, aí ele não é mais mero acessório, e será classificado separadamente, como artigos de ouro.

Pela regra 5-b, embalagens se classificam junto com o conteúdo, desde que não sejam de uso repetido. É o caso de importação de um determinado gás. Ele vai vir dentro de um cilindro, é claro. Em princípio, seria tudo enquadrado como gás, mas se o cilindro for reutilizável, classifica-se separado (ferro, alumínio, cobre etc.). Essa regra será complementada pela Regra Geral Complementar n° 2 da Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM (RGC-2).

As embalagens normais dos produtos, de uma única utilização (ex: caixas, sacos, isopores, latas), não são classificadas em separado, seguindo a mesma classificação do principal. Ex: O papel do maço de cigarro não é classificado separadamente. Classifica-se tudo como cigarro.

6. A CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS NAS

SUBPOSIÇÕES DE UMA MESMA POSIÇÃO É DETERMINADA, PARA EFEITOS LEGAIS, PELOS TEXTOS DESSAS SUBPOSIÇÕES E DAS NOTAS DE SUPOSIÇÃO RESPECTIVAS, ASSIM COMO, MUTATIS MUTANDIS, PELAS REGRAS PRECEDENTES, ENTENDENDO-SE QUE APENAS SÃO COMPARÁVEIS SUBPOSIÇÕES DO MESMO NÍVEL. PARA OS FINS DA PRESENTE REGRA, AS NOTAS DE SEÇÃO E DE CAPÍTULO SÃO TAMBÉM APLICÁVEIS, SALVO DISPOSIÇÕES EM CONTRÁRIO.

As regras de 1 a 5 são utilizadas para se encontrar uma posição (4 dígitos) na Nomenclatura. E o quinto e o sexto dígitos? Daí por diante, tudo que foi aplicado para posição vale

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também para subposição. Isso quer dizer que o processo de classificação compreende vários ciclos. Primeiro você determina a posição conforme as regras 1 a 5. Achou a posição? Exemplo: 3401. Aí você não sai mais dela. O próximo passo é a determinação da subposição de 1° nível. Que regras vou usar? 1 a 5, é claro. Depois, vem a subposição de 2° nível, utilizando as mesmas regras 1 a 5. Pronto. Definiu os 6 dígitos do código SH.

Na hora de encontrar a classificação, nunca devem ser comparadas uma subposição de 1º nível com uma de 2º nível. A classificação é um processo hierárquico, onde, definida a posição (4 dígitos), busca-se o quinto dígito. Somente após a definição do quinto dígito é que partimos para a determinação do sexto.

NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL (NCM)

O SH foi concebido para se tornar uma nomenclatura de utilização mundial. Por esse motivo, seus criadores decidiram que a codificação não poderia ser 100% rígida. Para que a padronização se mantivesse, decidiram que os países signatários poderiam apenas acrescentar mais dígitos aos seis já definidos pelo SH para cada produto.

O Brasil, que é signatário do SH desde 1986, já possuiu uma nomenclatura própria de 10 dígitos (6 do SH e mais 4 nacionais). Era a Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM). Porém, com a implantação do Mercosul, o Brasil passou a utilizar, desde 1995, uma nomenclatura padronizada com os demais países membros do bloco. Aliás, vocês estudarão, nesse curso, que uma nomenclatura padronizada é condição para a existência de uma união aduaneira, como o Mercosul.

A NCM passou então a ser adotada como nomenclatura única nas operações de comércio exterior, ou seja, é obrigatoriamente utilizada pelos países membros do Mercosul, nas operações de importação e de exportação, entre si ou quando envolvam terceiros países.

A estrutura da NCM é composta por 8 dígitos, sendo os 6 primeiros do SH e os dois últimos criados pelo Mercosul para definir o item (7º dígito) e o subitem (8º dígito). Assim, por exemplo, o código 3303.00 do SH se refere a “perfumes e águas-de-colônia”. Como os países do Mercosul preferiram criar um código para perfume e outro para água-de-colônia, a solução foi criar a seguinte codificação:

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3303.00 PERFUMES E ÁGUAS-DE-COLÔNIA

3303.00.10 Perfumes (extratos)

3303.00.20 Águas-de-colônia

Pronto. Por meio do desmembramento de um código SH (3303.00) em dois itens, o Mercosul pôde estabelecer alíquotas distintas para perfumes e águas-de-colônia.

Por outro lado, o código 3305.10 do SH se refere a xampus. O Mercosul não se interessou em desmembrar esse código, mantendo enquadrado no mesmo todo e qualquer tipo de xampu. Como não houve o desmembramento, o código NCM para xampus ficou 3303.10.00, ou seja, houve a inserção de dois zeros ao final, sem que fosse necessária a subdivisão em itens e subitens.

Além dos dois dígitos inseridos pela NCM, o Mercosul também criou duas regras gerais complementares, que valem para classificar o produto na NCM. Assim, quando um importador, por exemplo, quiser saber a alíquota de um produto, terá de enquadrá-lo na NCM (8 dígitos). Para isso, primeiramente deve encontrar os 6 primeiros dígitos (código SH), utilizando as 6 regras gerais de interpretação (RGI). Encontrado o código de 6 dígitos, deve utilizar as duas regras gerais complementares (RGC) do Mercosul para definir o sétimo e o oitavo dígitos da NCM.

Não se esqueçam NUNCA de que o SH possui 6 dígitos. Porém, a nossa Nomenclatura (NCM), que é baseada no SH, possui mais 2 dígitos regionais (item e subitem), incluídos pelo Mercosul, totalizando 8, e mais duas regras gerais complementares (RGC-1 e RGC-2). Como determino o item e o subitem? Pelas regras, ora bolas! Vamos a elas:

REGRAS GERAIS COMPLEMENTARES (RGC) – da NCM RGC-1 AS REGRAS GERAIS PARA INTERPRETAÇÃO DO

SISTEMA HARMONIZADO SE APLICARÃO, MUTATIS MUTANDIS, PARA DETERMINAR DENTRO DE CADA POSIÇÃO OU SUBPOSIÇÃO, O ITEM APLICÁVEL E, DENTRO DESTE ÚLTIMO, O SUBITEM CORRESPONDENTE, ENTENDENDO-SE

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QUE APENAS SÃO COMPARÁVEIS DESDOBRAMENTOS REGIONAIS (ITENS E SUBITENS) DO MESMO NÍVEL.

Trata-se de uma regra análoga à Regra 6 do SH. Isso quer dizer que se aplicam também as regras 1 a 5 do SH para definir os itens e subitens da NCM. Vejam o ciclo novamente: depois que eu defini os 6 primeiros dígitos do SH, eu utilizo novamente as regras 1 a 5 para determinar o item e o subitem.

O termo “mutatis mutandis” quer dizer “mudando o que deve ser mudado”. Assim, para encontrar o item, as regras 1 a 5 do SH devem ser lidas trocando-se a palavra “posição” pela palavra “item”. Em seguida, após a definição do item, devem ser utilizadas novamente as regras 1 a 5 do SH para encontrar o subitem, trocando-se a palavra “posição” por “subitem”.

RGC-2 AS EMBALAGENS CONTENDO MERCADORIAS E QUE SEJAM CLARAMENTE SUSCETÍVEIS DE UTILIZAÇÃO REPETIDA, MENCIONADAS NA REGRA 5 B), SEGUIRÃO SEU PRÓPRIO REGIME DE CLASSIFICAÇÃO SEMPRE QUE ESTEJAM SUBMETIDAS AOS REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS DE ADMISSÃO TEMPORÁRIA OU DE EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA. CASO CONTRÁRIO, SEGUIRÃO O REGIME DE CLASSIFICAÇÃO DAS MERCADORIAS.

De maneira muito resumida, Admissão Temporária é a importação de alguma mercadoria que, em princípio, ficará no país só por algum tempo (importação não definitiva). Não paga imposto. Em princípio, vai voltar ao exterior. É o caso dos automóveis de fórmula 1 que vêm para o Grande Prêmio de Interlagos. Já pensou se tivéssemos que exigir tributo para cada um daqueles carros? Não sei porquê, mas acho que nunca mais teria uma corrida no Brasil.... Outro exemplo são os cilindros contendo gás. Imaginem que o importador comprou só o gás e vai devolver o cilindro ao exterior (admissão temporária).

Se lembram da RGI 5-B do SH? Ela diz que: “SEM PREJUÍZO DO DISPOSTO NA REGRA 5 a), AS EMBALAGENS CONTENDO MERCADORIAS CLASSIFICAM-SE COM ESTAS ÚLTIMAS QUANDO SEJAM DO TIPO NORMALMENTE UTILIZADO

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PARA O SEU ACONDICIONAMENTO. TODAVIA, ESTA DISPOSIÇÃO NÃO É OBRIGATÓRIA QUANDO AS EMBALAGENS SEJAM CLARAMENTE SUSCETÍVEIS DE UTILIZAÇÃO REPETIDA”.

É a regra das embalagens. Para definir o item e o subitem, utiliza-se a RGC-2, que estabelece que, quando houver um produto com embalagens de utilização repetida, como é o caso de cilindros retornáveis contendo gases importados, se a embalagem estiver submetida ao regime de admissão temporária ou de exportação temporária, então será classificada pelo seu próprio regime. Isso quer dizer que o gás será classificado como gás e o cilindro de acordo com sua matéria constitutiva (ferro, alumínio, cobre etc.).

Atenção! Essa regra só vale se o recipiente estiver sob um regime não definitivo (admissão temporária ou exportação temporária). Caso a empresa esteja importando de forma definitiva (comprando) o gás com cilindro e tudo, sem devolver o recipiente, aí será tudo classificado como gás, que é o principal do conjunto (regra 3B). É isso. O mesmo vale para exportação temporária, no sentido inverso.

NOTAS COMPLEMENTARES

Assim como o SH possui as notas de seção, de capítulo, de posição e de subposição, a NCM também criou algumas notas, que são chamadas notas complementares. As notas do SH servem para definir o código SH (6 dígitos), enquanto que as notas complementares servem para definir os dois últimos dígitos da NCM (item e subitem).

Exemplo: No capítulo 84 (máquinas e aparelhos) estão as máquinas de processamento de dados. Um dos códigos do SH (8471.49) se refere aos equipamentos apresentados sob a forma de sistemas (unidade central de processamento, unidades de memória, unidade de disco, monitor, teclado, impressora etc.). A Nota Complementar nº 1 do capítulo 84, para auxiliar a classificação na NCM dos equipamentos apresentados como sistemas, estabelece que: “as mercadorias integrantes dos sistemas da subposição 8471.49 se classificarão, separadamente, nos códigos correspondentes, dentro dos itens 8471.49.1, 8471.49.2, 8471.49.3, 8471.49.4, 8471.49.5, 8471.49.6, 8471.49.7 ou 8471.49.9”.

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NOTAS EXPLICATIVAS AO SH (NESH)

O Sistema Harmonizado possibilita a classificação de todo e qualquer produto em um código. Por esse motivo, alguns de seus capítulos são extremamente técnicos, com um linguajar pouco conhecido para a maioria de seus usuários (ex: produtos químicos, reatores, equipamentos de informática e telecomunicações etc.). Assim, os criadores do SH decidiram elaborar alguns textos para facilitar o enquadramento de produtos nos códigos. Chamaram isso de notas explicativas ao SH (NESH). Pessoal, as NESH são textos explicativos que auxiliam o processo de classificação fiscal. São adotadas universalmente, e de fato são muito úteis, mas são elementos subsidiários.

As NESH compreendem a interpretação oficial do SH. São elaboradas pela OMA (Organização Mundial das Aduanas). Devem ser utilizadas subsidiariamente na determinação da classificação fiscal das mercadorias (Decreto 4.543/2002 – RA - art. 94, parágrafo único). Na prática, trata-se de um elemento dirimidor de dúvidas suscitadas pelos textos da Nomenclatura (Regras, Notas, Posições, Subposições), os quais nem sempre podem ser semanticamente exaustivos.

O Conselho (CCA/OMA) não atribuiu às NESH valor jurídico, por considerar que levaria muito tempo para os países assimilarem e incorporassem às suas legislações as alterações constantemente efetuadas. Porém, estas são utilizadas e respeitadas por todos os países que adotam a Nomenclatura. Deve-se salientar que as NESH não são comentários invariáveis e exaustivos sobre todo o alcance das posições e subposições do SH.

........

Pessoal, após todos os termos apresentados até o momento, podemos destacar o parágrafo único do artigo 94 do Regulamento Aduaneiro (Decreto 4.543/2002), que define como devem ser interpretadas as posições e desdobramentos da NCM:

“Para fins de classificação das mercadorias, a interpretação do conteúdo das posições e desdobramentos da Nomenclatura Comum do Mercosul será feita com observância das Regras Gerais para Interpretação, das Regras Gerais Complementares e das Notas Complementares e,

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subsidiariamente, das Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, da Organização Mundial das Alfândegas.”.

PARECERES DE CLASSIFICAÇÃO

Os Pareceres de Classificação traduzem a interpretação oficial do CCA/OMA, tomada pelo Comitê do SH e aprovada segundo dispõe a Convenção. Assim como as NESH, também não possuem caráter jurídico, mas são utilizados e respeitados pelos países que adotam a Nomenclatura.

A SRF publicou a Consolidação dos Pareceres de Classificação por meio da IN/SRF 615/2006, onde aprovou “o texto consolidado, traduzido para a língua portuguesa, do Compêndio de Pareceres de Classificação do Comitê do SH adotados pela Organização Mundial das Alfândegas”, passando a adotar o Compêndio como “elemento subsidiário fundamental para a classificação de mercadorias similares às nele descritas”.

Esses Pareceres também não possuem valor jurídico definido pela OMA. Servem, assim como as NESH, como apoio à classificação. São elaborados quando um país está classificando uma mercadoria de um jeito e outro país classifica de outra forma. Aí a OMA elabora um Parecer e define qual é o seu entendimento.

PROCESSO DE CONSULTA DE CLASSIFICAÇÃO

Pessoal, entendemos que o examinador não deverá exigir o conhecimento de etapas de um processo de consulta de classificação fiscal, mas achamos que vale a pena fornecer o conceito básico.

Imaginem que um importador traz uma mercadoria e o fiscal Fulano classifica essa mercadoria no código 8471.80.90. Não se esqueçam de que a competência para decidir a classificação fiscal é da RECEITA FEDERAL!!! O importador só indica a classificação que ele adotou (é semelhante à declaração de IR, que você declara ao fisco o que ganhou durante o ano). O fiscal pode aceitar ou não. Bom, aí o importador muda a classificação, paga uma multa e consegue levar embora sua mercadoria.

Duas semanas depois, novo lote do mesmo produto chega às mãos do fiscal Beltrano (pode ser até na mesma unidade da

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SRF, ou até na mesma sala), que entende que a classificação é 8471.80.10, e cobra multa do importador. Ele pode fazer isso? O pior é que pode! É claro que o importador provavelmente não vai concordar, e o fiscal (Beltrano) terá que autuar a empresa para exigir o crédito tributário. Isso parece meio absurdo.

Bom, o que nos interessa isso? É que, para esse tipo de mercadoria que gera muitas dúvidas de classificação fiscal, o importador tem um procedimento à sua disposição chamado de CONSULTA DE CLASSIFICAÇÃO FISCAL. Funciona como se ele apresentasse todas as informações sobre um produto (antes de importar, é claro) para a própria Receita Federal, que por meio de um órgão regional decidirá por uma classificação. Isso quer dizer que, dali pra frente, quando o importador trouxer novamente a mesma mercadoria, ele vai juntar uma cópia dessa decisão para esfregar na cara do fiscal e dizer: ”olha aqui, meu amigo, a classificação que eu estou utilizando já foi decidida para o código tal por meio deste processo, portanto trate de aceitá-la.”. E o fiscal terá que aceitar. Isso é uma consulta.

NOMENCLATURA DE VALOR ADUANEIRO E ESTATÍSTICO (NVE)

O assunto valoração aduaneira será estudado em tópico próprio. Imaginem que a receita quer realizar um controle rígido de preços declarados pelos importadores (valoração aduaneira). Ora, isso poderia ser feito com base em cada código NCM, não é mesmo? Então, por exemplo, se a Receita quer analisar preços de importações de DVDs, vocês acham que todos os DVDs serão classificados na mesma posição NCM? Em princípio sim. Então, DVDs de marcas diferentes ficarão na mesma NCM? Sim, pois a classificação não tem nada a ver com marca ou com preço.

Então, se eu quiser realizar um controle sobre preços de importados de forma a diferenciá-los bem uns dos outros, talvez, para algumas posições, eu precise estabelecer um conjunto de atributos e de especificações para cada NCM (ex: 8527.31.90 – Aparelhos de som).

O que são os atributos? São características do produto, por exemplo: marca, potência, recursos etc. E as especificações? Se referem a cada atributo. Assim, para o código NCM 8527.31.90, foi criado o atributo MARCA, que terá as seguintes especificações possíveis: AIWA, PHILIPS, PHILCO, SONY ou LG.

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O atributo POTÊNCIA terá as seguintes especificações: ATÉ 100 W; de 101 W A 200 W; acima de 200 W.

Nem toda NCM possui atributos e especificações associados (código NVE), mas, quando possuir, a sua informação pelo importador é obrigatória, para facilitar o controle que a Receita Federal realiza sobre os preços declarados pelo importador, entendeu? Isso foi criado para tentar reduzir as fraudes de subvaloração (preços declarados a menor).

Funciona assim: quando uma declaração de importação é registrada, para aparelhos de som, por exemplo, o importador é obrigado a declarar aqueles atributos e especificações que o sistema exigir. Aí, o próprio sistema vai checar os preços declarados e confrontar com uma base de preços para aqueles produtos, considerando os atributos e especificações. Se houver uma discrepância muito grande, a declaração de importação do sujeito será encaminhada para o que se chama de procedimento especial de controle (equivale à “malha fina” do imposto de renda).

Concluindo, com os atributos bem especificados, ficaria bem mais fácil realizar o exame de valor aduaneiro, que será analisado por completo em aula futura.

TABELA SIMPLIFICADA DE DESIGNAÇÃO E DE CODIFICAÇÃO DE PRODUTOS – TSP

Algumas importações são consideradas por nosso governo como sendo simplificadas. Sendo assim, para evitar a complexidade de classificar o produto em um código NCM nesses casos, a IN/SRF 611/2006 criou a Tabela Simplificada de Designação e de Codificação de Produtos (TSP), para as seguintes situações, conforme o artigo 50 da referida Instrução Normativa:

“Art. 50. A Tabela Simplificada de Designação e de Codificação de Produtos (TSP), constante do Anexo VIII a esta Instrução Normativa, poderá ser utilizada na formulação de DSI para o despacho aduaneiro:

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I- de bens submetidos ao Regime de Tributação Simplificada - RTS; II - de bagagem desacompanhada, sujeita ao pagamento de tributos; III - de bens objeto de imunidade; IV - de bens substituídos em decorrência de garantia; V - de admissão temporária de bens: a) de caráter cultural; b) destinados a espetáculos, exposições e outros eventos artísticos; c) destinados a competições ou exibições desportivas; d) destinados à prestação, por técnico estrangeiro, de assistência técnica a bens importados, em virtude de garantia; e) destinados à assistência e salvamento em situações de calamidade ou de acidentes de que decorram dano ou ameaça de dano à coletividade ou ao meio ambiente; f) destinados ao exercício temporário de atividade profissional de não residente; g) destinados ao uso do imigrante, enquanto não obtido o visto permanente; ou h) destinados ao uso de viajante não residente, desde que integrantes de sua bagagem. Parágrafo único. As eventuais atualizações da TSP, bem como das hipóteses de sua utilização serão divulgadas por meio de Ato declaratório da Coana.”.

A IN/SRF 611/2006 criou duas regras gerais para o enquadramento dos produtos em um dos códigos, que são de 4 dígitos.

Regras gerais para a classificação de produtos na TSP

Regra 1: Os produtos devem ser obrigatoriamente classificados por códigos de quatro dígitos.

Regra 2: Caso um produto possa classificar-se em mais de um código na Tabela, tal produto deve ser classificado no código mais específico. Havendo códigos igualmente específicos, o

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produto classificar-se-á no código situado em último lugar na ordem numérica.

A título de exemplo, vejamos os primeiros códigos da TSP:

Capítulo 1 - Animais vivos, exceto para consumo humano; material de multiplicação animal

01.10 Bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos 01.20 Eqüinos, asininos e muares 01.30 Suínos 01.40 Caninos e felinos 01.5 Aves 01.51 Aves domésticas 01.52 Aves silvestres 01.6 Peixes, crustáceos e moluscos 01.61 Peixes ornamentais de água doce ou salgada 01.62 Outros peixes, crustáceos e moluscos aquáticos, de

água doce ou salgada, para cultivo 01.69 Outros peixes, crustáceos e moluscos, exceto para

consumo humano

CODIFICAÇÃO SIMPLIFICADA DE MERCADORIA (CSM)

Analogamente à situação da TSP, há outra situação na qual não é necessária a classificação formal na NCM para enquadrar o produto importado ou exportado. É o caso de produtos que sujeitos à aplicação da pena de perdimento. Por se tratar de caso de não incidência de tributos na importação, a classificação é simplificada, conforme a IN/SRF 370/2003.

A CSM também estabeleceu duas regras gerais para a Codificação de Bens:

Regra 1: Os bens devem ser obrigatoriamente codificados por códigos de oito dígitos.

Regra 2: Caso um bem possa classificar-se em mais de um código na Tabela, tal bem deve ser classificado no código mais específico. Havendo códigos igualmente específicos, o produto classificar-se-á no código situado em último lugar na ordem numérica.

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MULTA POR ERRO DE CLASSIFICAÇÃO FISCAL

O assunto infrações e penalidades aduaneiras não consta no programa dos concursos para AFRF e TRF. Porém, vale a pena destacar que, tal é a importância da classificação fiscal para o comércio exterior, que o governo instituiu uma multa de 1% sobre o valor aduaneiro da mercadoria classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a identificação da mercadoria (artigo 633 do Decreto 4.543/2002 – Regulamento Aduaneiro).

Resumo:

O Sistema Harmonizado possui 6 Regras Gerais de Interpretação (RGI), de utilização obrigatória. Muito simplificadamente, e em linguagem coloquial, as regras, que devem ser aplicadas na ordem seqüencial, dizem o seguinte:

RGI-1) Textos de posições e notas de seção e de capítulo definem a classificação. Já os títulos dos capítulos, das seções e dos subcapítulos só servem para indicar que um produto “pode” estar naquele capítulo, seção ou subcapítulo.

RGI-2A) Artigo incompleto ou inacabado classifica-se na mesma posição do completo ou acabado, desde que contenha as características essenciais do produto. O mesmo vale para o desmontado ou por montar.

RGI-2B) As referências a uma matéria na nomenclatura valem se a mesma está misturada ou composta com outros (as). A classificação desses artigos é pela regra 3.

RGI 3) Quando pareça que um produto pode se classificar em mais de uma posição, utilize, na seqüência, as regras abaixo:

RGI 3A) A posição mais específica prevalece sobre a mais genérica.

RGI 3B) Classifica-se o produto pela matéria ou item que conferir a característica essencial ao mesmo.

RGI 3C) Classifica-se pelo código mais alto.

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RGI 4) Classifica-se um produto não encontrado por aquele mais semelhante.

RGI 5A) Os estojos normalmente utilizados com o produto classificam-se junto com este.

RGI 5B) As embalagens não reutilizáveis se classificam junto com o produto

RGI 6) Definida a posição, basta seguir novamente as regras 1 a 5 para encontrar a subposição.

......

A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) é utilizada pelos países membros do bloco para todas as suas importações e exportações. Tem como base o SH, possuindo 8 dígitos, sendo 6 do SH e mais 2 regionais (item e subitem), além de 2 regras gerais complementares (RGC).

RGC-1: Tudo o que foi dito para posição e subposição vale para encontrar item e subitem.

RGC-2: As embalagens de utilização repetida seguem seu próprio regime de classificação, ou seja, não seguem a classificação do conteúdo, quando submetidas a regime especial de admissão temporária ou exportação temporária.

EXERCÍCIOS – AULA 01 1. (AFRF/2003) Assinale a opção que completa

corretamente a afirmativa abaixo.

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No Brasil, a classificação tarifária é feita enquadrando-se a mercadoria ou produto no respectivo código da Nomenclatura, aplicando-se as regras de interpretação, segundo as quais a classificação é determinada

a) pelos textos das posições e das Notas de Seção e de

Capítulo e, desde que não sejam contrárias a esses textos, pelas demais regras gerais de interpretação, bem como pelas regras gerais complementares e, no caso da NVE (Nomenclatura de Valor e Estatística), pelos atributos e especificações da mercadoria, não tendo valor legal as Notas Explicativas do SH (NESH), os Pareceres do Comitê Técnico do SH e os Pareceres de Classificação da OMA (Organização Mundial de Alfândegas).

b) pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e pelas demais regras gerais de interpretação, bem como pela regra geral complementar e, no caso da NVE (Nomenclatura de Valor e Estatística), pelos atributos, características e especificações da mercadoria, as Notas Explicativas do SH (NESH), e, subsidiariamente, os Pareceres do Comitê Técnico do SH e os Pareceres de Classificação da OMA (Organização Mundial de Alfândegas), devendo os órgãos da administração pública observar os Pareceres da OMA e as soluções dadas às consultas pela SRF.

c) pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e pelas demais regras gerais de interpretação, bem como pelas regras gerais complementares e, no caso da NVE (Nomenclatura de Valor e Estatística), pelos atributos e características da mercadoria, não tendo valor legal as Notas Explicativas do SH (NESH), os Pareceres do Comitê Técnico do SH e os Pareceres de Classificação da OMA (Organização Mundial de Alfândegas).

d) pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam contrárias a esses textos, pelas demais regras gerais de interpretação, bem como pela Regra Geral Complementar (RGC-1) e, no caso da NVE (Nomenclatura de Valor e Estatística), pelos atributos e especificações da mercadoria, e subsidiariamente as Notas Explicativas do SH (NESH), os Pareceres do Comitê Técnico do SH e os Pareceres de Classificação da OMA (Organização Mundial de Alfândegas), devendo os órgãos da administração pública, ao solucionar

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consultas, observar os Pareceres da OMA e as orientações normativas da SRF.

e) pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam contrárias a esses textos, pelas demais regras gerais de interpretação, bem como pelas regras gerais complementares e, no caso da NVE (Nomenclatura de Valor e Estatística), pelos atributos e especificações da mercadoria, não tendo valor legal as Notas Explicativas do SH (NESH), os Pareceres do Comitê Técnico do SH e os Pareceres de Classificação da OMA (Organização Mundial de Alfândegas), devendo os órgãos da administração pública observar os Pareceres da OMA, os laudos técnicos e as soluções dadas às consultas pela SRF ou em Certificado de Classificação para Fins de Fiscalização de Exportações.

COMENTÁRIO

a) (CORRETA) O início do texto da alternativa é a reprodução da regra 1. Lembrem-se do artigo 94 do Regulamento Aduaneiro e do fato de que nem as NESH nem os Pareceres da OMA possuem valor jurídico;

b) (ERRADA) Hoje são duas Regras Gerais Complementares (RGC-1 e RGC-2). Os órgãos da administração não DEVEM observar os Pareceres da OMA, pois estes não possuem valor jurídico. São elementos subsidiários. A NVE define atributos e especificações. As NESH também são subsidiárias.

c) (ERRADA) NVE possui atributos e especificações.

d) (ERRADA) são 2 regras gerais complementares (RGC-1 e RGC-2). Também os órgãos da administração não DEVEM observar os Pareceres da OMA, pois estes não possuem valor jurídico.

e) (ERRADA) Mais uma vez, os Pareceres da OMA não possuem valor jurídico.

02 - (AFRF/2002-1) Identifique, no código tarifário abaixo, os dígitos que indicam a sub-posição tarifária.

0703.90.01

a) o primeiro e o segundo dígitos

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b) o segundo e o terceiro dígitos

c) o terceiro e o quarto dígitos

d) o quinto e o sexto dígitos

e) o sétimo e o oitavo dígitos

COMENTÁRIO: A vontade é dizer, sobre uma questão dessas, “SEM COMENTÁRIOS”, uma vez que, para quem percebeu, o camarada conseguiu colocar um código INEXISTENTE. Não há como aparecer o “01” no sétimo e oitavo dígitos, pois não há divisão em subitens se o item está FECHADO (sétimo dígito igual a zero). Fazer o quê... Bom, de qualquer forma, costumamos dizer que o candidato não deve brigar com a prova e se desesperar, mas sim imaginar o que o doido do examinador estava querendo com a questão. Nesse caso, o código apresentado era simplesmente IRRELEVANTE, pois perguntava quais eram os dígitos referentes à sub-posição tarifária. Aprendemos que são o quinto e o sexto dígitos, qualquer que seja o código, certo? Lembrando 2 primeiros dígitos = capítulo (ex: 84) 4 primeiros dígitos = posição dentro do capítulo (ex: 8471) Dígitos 5 e 6 = subposições de 1° e de 2° nível (ex: 8471.49) Dígitos 7 e 8 = item e subitem (ex: 8471.49.10) Resposta: Letra D 03 - (AFRF/2002-1) Para efeito de classificação das mercadorias na Nomenclatura Comum do MERCOSUL e aplicação das Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado, quando inaplicável a RGI nº 1, o artigo desmontado ou por montar a) não pode ser classificado na posição do artigo completo ou acabado porque as Notas Explicativas do Sistema Harmonizado determinam sua classificação preponderante no artigo em referência.

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b) não é abrangido pela posição do artigo completo ou acabado porque nesse estado sua classificação far-se-á individualmente segundo as posições específicas de suas partes. c) é classificado na posição do artigo completo ou acabado, montado ou por montar, sempre que apresente no estado em que se encontra, as características essenciais do artigo completo ou acabado. d) é abrangido pela posição do artigo completo ou acabado, montado ou por montar, desde que através de operação de ensamblagem, essa condição seja atestada pelo Assistente Técnico (perito oficial) credenciado pela Secretaria da Receita Federal. e) é abrangido pela posição do artigo completo ou acabado, montado ou por montar, desde que se comprove que os componentes do artigo executem a mesma função do artigo completo ou acabado, montado ou por montar. COMENTÁRIO: Pessoal, essa questão é retirada de forma literal da Regra 2. Se lembram? É a regra que determina que o artigo que vier desmontado será classificado como se montado fosse, na mesma posição, desde que reúna as características essenciais do produto montado ou completo. Antes que vocês perguntem, ensamblagem quer dizer montagem, ou reunião / inclusão de artigos. Resposta: Letra C Só uma lembrança: Se houver uma posição com o seguinte texto: “Aparelhos de TV desmontados”, e outra para “Aparelhos de TV montados”, é claro que a TV desmontada será classificada na primeira posição, mas aí eu não estaria aplicando a regra 2, mas sim a regra 1, sacou? Se encaixa no texto, classifica pela regra 1, não havendo necessidade de seguir nas regras 2,3,4,5 e 6 para achar a posição. 4 – (AFRF/2005) Assinale a opção incorreta.

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a) O Sistema Harmonizado, composto por 21 Seções, constitui instrumento empregado internacionalmente para a classificação de mercadorias, a partir de uma estrutura de códigos e suas respectivas descrições. Os Capítulos 98 e 99 do referido Sistema, contudo, foram reservados para usos especiais dos países vinculados a ele. O Brasil emprega o Capítulo 99 para registrar operações como, por exemplo, de consumo de bordo de combustíveis. b) No que atine à interpretação do Sistema Harmonizado, quando uma mercadoria aparentemente possa ser classificada em duas ou mais posições, a classificação deve ser feita, em regra, pela posição mais genérica em detrimento das mais específicas. c) A classificação fiscal da mercadoria deve ser feita pelo próprio importador. Não obstante, em caso de dúvida sobre a classificação do bem, há previsão legal para que, respeitados parâmetros, seja formulada consulta à autoridade aduaneira com vistas à correta classificação da mercadoria. d) Dos oito dígitos que compõem a Nomenclatura Comum do Mercosul, os seis primeiros são formados pelo Sistema Harmonizado, ao passo em que o sétimo e oitavo dígitos correspondem a desdobramentos específicos definidos no âmbito do Mercosul. e) Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos do Sistema Harmonizado têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação fiscal é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo. Comentário: a) (Correta) O capítulo 77 está reservado para utilização futura do SH quando descoberto um novo elemento na natureza, por exemplo) e os capítulos 98 e 99 para utilização das partes contratantes (os países que aderiram ao SH). A ESAF mais uma vez foi no detalhe quando citou na assertiva que o capítulo 99 é utilizado no Brasil para consumo de bordo de combustíveis. O

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fornecimento de consumo de bordo, para quem não sabe, é considerado como uma exportação. E a classificação fiscal, nesses casos, utiliza um código especial. A tabela está disponível no site do Ministério do Desenvolvimento (www.mdic.gov.br). b) (Incorreta) a regra 3-A diz exatamente o contrário da assertiva, ou seja: “quando pareça que uma ou mais mercadorias possam ser classificadas em mais de uma posição, a classificação deve ser feita, em regra, pela posição MAIS ESPECÍFICA, em detrimento da mais genérica. Vejamos o que diz a regra literalmente: 3. QUANDO PAREÇA QUE A MERCADORIA PODE CLASSIFICAR-SE EM DUAS OU MAIS POSIÇÕES POR APLICAÇÃO DA REGRA 2 b) OU POR QUALQUER OUTRA RAZÃO, A CLASSIFICAÇÃO DEVE EFETUAR-SE DA FORMA SEGUINTE: 3-a) A POSIÇÃO MAIS ESPECÍFICA PREVALECE SOBRE AS MAIS GENÉRICAS. TODAVIA, .... Vejam o exemplo: Imaginem uma mesa composta de madeira e ferro. Não há uma posição para “móveis de madeira e ferro”. Assim, a regra 1 não se aplica. Vamos à regra 2. Se existir uma posição para “móveis de qualquer material” e outra para “mesas de qualquer material”, é claro que a posição de mesas seria mais específica (regra 3-A), e ali deveria ser enquadrado o produto.....” c) (Correta) Achei que nessa caberia recurso, pois a classificação não deve ser feita pelo IMPORTADOR, mas sim INDICADA pelo IMPORTADOR (é isso que o examinador provavelmente quis dizer). Quem classifica é a SRF. Trata-se de uma de nossas mais nobres atividades verificar se a classificação INDICADA pelo importador está correta ou não. Se estiver incorreta, inclusive (nós decidimos qual é a correta), cabe multa pelo erro de classificação. Vejamos o artigo:

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Mas, considerando que já é a segunda vez que a ESAF considera como certa uma afirmação como essas, passemos a interpretar como correta a afirmativa de que a classificação será feita pelo próprio importador. d) Correta. A NCM tem por base o SH, que possui um código de 6 dígitos. A NCM acrescentou a estes seis dígitos mais dois, como acréscimo regional, que constituem o item e o subitem. A base do SH (6 dígitos) não varia nunca. Assim, o código NCM é composto por 8 dígitos. O item é indicado pelo 7º dígito e o subitem pelo 8º dígito. e) Correta. É a Regra Geral de Interpretação 1. Vejam o texto da regra: 1. OS TÍTULOS DAS SEÇÕES, CAPÍTULOS E SUBCAPÍTULOS TÊM APENAS VALOR INDICATIVO. PARA OS EFEITOS LEGAIS, A CLASSIFICAÇÃO É DETERMINADA PELOS TEXTOS DAS POSIÇÕES E DAS NOTAS DE SEÇÃO E DE CAPÍTULO E, DESDE QUE NÃO SEJAM CONTRÁRIAS AOS TEXTOS DAS REFERIDAS POSIÇÕES E NOTAS, PELAS REGRAS SEGUINTES. ....... Traduzindo a regra, o que vale para classificar são os textos das posições e das notas. Títulos de capítulo, de subcapítulo e de seção têm apenas valor indicativo. Por essa regra, se o texto da posição diz “móveis de madeira”, você, em princípio, só vai poder enquadrar ali móveis de madeira, e não de ferro. 05 – (AFRF/2003) O Sistema Harmonizado distribui as mercadorias em: a) seções e capítulos, dos quais três foram reservados para utilização futura. Possui seis regras gerais de interpretação (RGI) e duas regras gerais complementares (RGC-1 e RGC-2). O texto de descrição das mercadorias é precedido de um código, composto de seis algarismos, separados da seguinte forma XXXX.XX, indicando os dois primeiros o capítulo, os quatro primeiros a posição, e os dois últimos, a subposição, que pode ser de primeiro nível ou de segundo nível ou composta.

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b) seções e capítulos, dos quais três foram reservados para utilização pelas partes contratantes, individualmente. Possui seis regras gerais de interpretação (RGI) e uma regra geral complementar (RGC-1). O texto de descrição das mercadorias é precedido de um código, composto de oito algarismos, separados da seguinte forma XXXX.XX.XX, indicando os dois primeiros o capítulo, os quatro primeiros a posição, o 5º e o 6º, a subposição, que pode ser de primeiro nível ou de segundo nível ou composta, e os dois últimos, o item e o subitem. c) seções e capítulos, dos quais um foi reservado para utilização pelas partes, individualmente, e dois foram reservados para utilização futura. Possui seis regras gerais de interpretação (RGI) e uma regra geral complementar (RGC-1). O texto de descrição das mercadorias é precedido de um código, composto de oito algarismos, separados da seguinte forma XX.XX.XX.XX, indicando os dois primeiros o capítulo, os quatro primeiros a posição, o 5º e o 6º, a subposição, que pode ser de primeiro nível ou de segundo nível ou composta, e os dois últimos, o item e o subitem. d) seções e capítulos, dos quais três foram reservados para utilização futura. Possui seis regras gerais de interpretação (RGI) e uma regra geral complementar (RGC-1). O texto de descrição das mercadorias é precedido de um código, composto de oito algarismos, separados da seguinte forma XXXX.XX.XX, indicando os dois primeiros o capítulo, os quatro primeiros a posição, o 5º e o 6º, a subposição, que pode ser de primeiro nível ou de segundo nível ou composta, e os dois últimos, o item e o subitem. e) seções e capítulos, dos quais um foi reservado para utilização futura e dois, para utilização pelas partes contratantes. Possui seis regras gerais de interpretação (RGI). O texto de descrição das mercadorias é precedido de um código, composto de seis algarismos, separados da seguinte forma XXXX.XX, indicando os dois primeiros o capítulo, os quatro primeiros a posição, e os dois últimos, a subposição, que pode ser de primeiro nível ou de segundo nível ou composta. Comentário:

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Dois capítulos foram reservados para utilização pelas partes contratantes (98 e 99) e somente um capítulo foi reservado para utilização futura (77). O código SH é de 6 dígitos. Item e subitem compõem o código NCM. As regras complementares (RGC-1 e RGC-2) compõem a NCM, e não o SH. Sendo assim, a única alternativa que resta correta é a letra E.

6 – (AFRF/2002-2) O contêiner encerrando em seu interior

mercadorias despachadas para consumo de uma só espécie, natureza, tipo etc. (por exemplo, tecidos idênticos) por ocasião da conferência aduaneira

a) classifica-se em posição específica da Nomenclatura

Comum do Mercosul (NCM). b) segue a classificação fiscal da mercadoria nele contida. c) classifica-se de conformidade com a Regra 5-b, para a

Interpretação do Sistema Harmonizado. d) não é objeto de classificação fiscal na Declaração de

Importação para consumo das mercadorias despachadas. e) classifica-se à parte, porém, em regime isentivo do

imposto de importação tendo em vista não pertencer ao consignatário das mercadorias. Comentário: O contêiner é uma unidade de carga. A carga transportada em contêiner é chamada de carga unitizada. Ele pode pertencer ao importador, ao exportador, ao transportador ou ser alugado. Quando utilizado para transportar mercadorias, não é objeto de classificação fiscal. Não se faz declaração de importação para o contêiner, a não ser que ele seja a própria mercadoria importada. Cuidado com isso. Quando entra no país contendo mercadorias, aplica-se ao mesmo o regime de admissão temporária, de forma automática. 7 – (AFRF/2002-2 - adaptada) Aplicando-se a Regra Geral Complementar n° 2 da NCM, é correto afirmar-se que a embalagem de utilização repetida, apresentada com os artigos nela contidos

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a) não segue a classificação das mercadorias, tendo em vista sua utilização repetida, quando importada sob o regime de admissão temporária. b) segue a classificação das mercadorias tendo em vista ser embalagem de apresentação à autoridade fiscal. c) segue a classificação das mercadorias por ser de uso prolongado. d) não segue a classificação das mercadorias porque não confere às mesmas o seu caráter de essencialidade. e) não segue a classificação das mercadorias porque a ela se aplica o regime de trânsito aduaneiro. Comentário: A RGC-2 da NCM determina que, quando importada uma mercadoria em um recipiente de utilização repetida, como por exemplo, um cilindro contendo gás, a classificação do cilindro não seguirá a do gás se o cilindro for retornável, ou seja, quando estiver amparado por regime de admissão temporária. Resposta: Letra A 8 – (AFRF/2000) A Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) a) tem por base a Nomenclatura do Conselho de Cooperação Aduaneira (NCCA), e é aplicável no comércio dos países do MERCOSUL com todos os demais países b) tem por base a Classificação Uniforme para o Comércio Internacional (CUCI), e é aplicável no comércio dos países do MERCOSUL com todos os demais países c) é aplicável apenas no comércio interno do Brasil e no comércio com os países do MERCOSUL d) é adotada pelos países do MERCOSUL exclusivamente para a elaboração das tarifas dos impostos de importação e de exportação no comércio recíproco, adotando-se no comércio com os demais países as Tarifas Aduaneiras Nacionais e) é baseada na Nomenclatura do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias e adotada para a formulação da Tarifa Externa Comum (TEC) e da Tabela de Incidência do IPI (TIPI)

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Comentário: A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) tem como base a Nomenclatura do SH. Assim, dos 8 dígitos da NCM, 6 se referem ao código SH, constituindo este um núcleo rígido para todas as nomenclaturas nele baseadas. Por isso diz-se NCM/SH. Essa nomenclatura é base para elaboração das nossas tarifas nacionais (TEC e TIPI). As letras A e B estão erradas pois dizem que a NCM se baseia na CUCI ou na NCCA. As letras C e D estão erradas pois dizem que a NCM possui utilização restrita ao comércio interno ou recíproco no Mercosul, o que não é verdade. A NCM é utilizada pelos países do Mercosul para todas as operações de importação e de exportação pelos países-membros. O fato de ser comum do Mercosul é que a Nomenclatura é a mesma para todos os países membros. Resposta: Letra E 9 – (AFRF/1998) Para efeito de classificação das mercadorias na Nomenclatura e Aplicação das Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado, quando inaplicável a RGI nº 1, o artigo incompleto ou inacabado a) não pode ser classificado na posição do artigo completo ou acabado porque as Notas Explicativas do Sistema Harmonizado determinam sua classificação segundo a matéria preponderante no artigo em referência b) é abrangido pela posição do artigo completo ou acabado, desde que apresente, no estado em que se encontra, as características essenciais do artigo completo ou acabado, não valendo essa regra para o artigo completo ou acabado desmontado ou por montar c) assim considerado ou desmontado ou por montar não é abrangido pela posição do artigo completo ou acabado porque nesse estado sua classificação far-se-á individualmente segundo as posições específicas de suas partes d) é classificado na posição do artigo completo ou acabado, sempre que apresente, no estado em que se encontra, as características essenciais do artigo completo ou acabado, aplicável tal regra também para o artigo desmontado ou por montar

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e) é abrangido pela posição do artigo completo ou acabado desde que se comprove que a parte faltante confira ao mesmo suas características essenciais Comentário: Perceberam a falta de criatividade do examinador? Essa questão é igualzinha à questão 3, da prova AFRF/2002-1, com a única diferença que nessa a pergunta é sobre a classificação do artigo incompleto ou inacabado, enquanto que naquela se fala sobre o artigo desmontado ou por montar. Em ambos os casos, conforme a regra nº 2A, o artigo é classificado na mesmo posição do artigo completo ou acabado, desmontado ou por montar, desde que, no estado em que se encontre, apresente as características essenciais do produto final. 10 – (AFTN/96) A Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM / SH), a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM / SH) e a Nomenclatura da Associação Latino-Americana de Integração (NALADI / SH) são exemplos de: (A) Códigos que descrevem as características dos produtos que integram a pauta de exportação de um país ou região e que são utilizados nos contratos de câmbio (B) Códigos de valoração aduaneira empregados no âmbito de um território às mercadorias importadas sujeitas a tributação (C) Sistemas de informações sobre comércio exterior através dos quais se formulam as estatísticas comerciais de um país ou região e as descrições de suas pautas de importação e exportação (D) Sistemas de designação e codificação de mercadorias para uso na formulação das estatísticas de comércio exterior, nas negociações de preferências tarifárias e para uso aduaneiro (E) Conjunto de informações estatísticas sobre a produção e a comercialização de mercadorias no âmbito de um país ou região em um período de tempo determinado.

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Comentário: As três nomenclaturas citadas são baseadas no SH, sendo que a NBM/SH não é mais utilizada pelo Brasil, que passou a adotar a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM/SH) desde 01/01/1995. Desde então, a NCM/SH é a Nomenclatura oficial dos países do Mercosul. A NCM/SH, que possui 8 dígitos (2 além dos 6 do SH) é base para a Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC). Já a NALADI/SH é uma Nomenclatura de 8 dígitos, que também tem como base o SH, e serve para aplicação das margens de preferência tarifária da ALADI. A NALADI não consta mais no edital, mas é importante saber que se trata de uma Nomenclatura, também baseada no SH, tal como a NCM. Resposta: Letra D 11 – (AFTN/96) A instauração de uma união aduaneira entre o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai levou à adoção, por estes países, de mecanismos e códigos comerciais comuns, entre os quais a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). A aplicação desta pelo Brasil (A) Abrange todas as operações de comércio exterior (B) Restringe-se às operações de comércio exterior efetuadas pelo país no âmbito do Mercosul (C) É facultativa para as operações de comércio exterior com outros países latino-americanos (D) É obrigatória para as operações de comércio exterior efetuadas no âmbito do Mercosul e facultativa para o comércio com outras regiões (E) É obrigatória para o comércio com os países do Mercosul e com os demais países da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) e facultativa para o comércio com outras regiões. Comentário:

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Muita gente caiu nessa questão. A NCM é de utilização obrigatória pelos países do Mercosul. É a Nomenclatura oficial dos países membros, e deve ser utilizada nas operações de importação e de exportação com quaisquer países. Resposta: Letra A 12 – (ACOMEX/2002) O instrumento concebido para realizar a classificação de mercadorias, que é referido internacionalmente e do qual derivam outros sistemas de classificação, denomina-se: a) Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) b) Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH) c) Nomenclatura da Associação Latino-Americana de Integração (NALADI) d) Termos Internacionais de Comércio (INCOTERMS) e) Sistema Internacional de Nomenclatura (SIN) Comentário: Pessoal, conforme vimos em outra questão, tanto o SH quanto a NCM e a NALADI são nomenclaturas. Porém, o SH é uma nomenclatura que serve de base para a grande maioria das nomenclaturas utilizadas pelos países. As demais nomenclaturas dele derivam. Incoterms (letra D) não tem nada a ver com nomenclatura. Sistema Internacional de Nomenclatura (letra E) é um termo que se utiliza para diversas áreas técnicas, como química, cromossômica, de doenças etc., mas não tem nada a ver com classificação de mercadorias. Resposta: Letra B 13 – (ACOMEX/1998) Em relação à Nomenclatura Comum do MERCOSUL, é correto afirmar-se que a) é empregada na classificação aduaneira de mercadorias comercializadas entre os países do MERCOSUL b) é utilizada no cálculo do valor base das importações no âmbito do MERCOSUL

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c) foi substituída pela NALADI (Nomenclatura Comum da Associação Latino-Americana de Integração) d) é empregada, pelos países membros do MERCOSUL, para a classificação aduaneira de mercadorias importadas ou a exportar e) é empregada exclusivamente para a classificação aduaneira de mercadorias provenientes do MERCOSUL Comentário: Mais uma vez, cuidado para não confundir as coisas. A letra A está errada porque a NCM é utilizada pelos países do Mercosul para todas as operações de importação e de exportação, e não somente para as operações entre os membros. A letra B é um absurdo, pois o valor base das importações é definido de comum acordo entre importador e exportador, e a nomenclatura não tem nada a ver com isso.

A NALADI é utilizada para se apurar a margem tarifária de um produto oriundo de um país da ALADI. Exemplo: O Brasil importa “chicharo” (um peixe semelhante ao atum) do Peru. Com base na NCM, é definida a classificação do produto e a alíquota do II na TEC (Ex: 10%). Como a mercadoria veio do Peru, tem acordo comercial (ALADI). Com base na classificação do produto na NALADI, encontra-se a margem de preferência do produto (ex: 40%). Assim, o “chicharo” oriundo do Peru tem preferência (redução tributária) de 40% da alíquota do II, e o importador pagará uma alíquota reduzida (6%) quando trouxer o produto para o Brasil.

A letra D é a correta, pelo que vimos, e a letra E está

errada, pois a NCM não é utilizada somente para as mercadorias provenientes dos países do Mercosul, mas sim para todas as operações de importação e de exportação dos países do Mercosul. Resposta: Letra D GABARITO: 1-A / 2-D / 3-C / 4 – B / 5 – E / 6 – D / 7 – A / 8 – E / 9 – D / 10 – D / 11 – A / 12 – B / 13 – D É isso, pessoal.

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Grande abraço. Missagia