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CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL – CURSO REGULAR PROF. RODRIGO LUZ E MISSAGIA www.pontodosconcursos.com.br 1 Oi, pessoal. Na divisão do curso de Comércio Internacional, coube ao Missagia explicar a matéria relativa aos tópicos 1, 3, 6, 8, 9, 10 e 12 do edital de AFRF/2005, os quais foram abordados até a aula anterior. A partir da aula de hoje, substituo o mestre Missagia na condução do curso, tratando então dos tópicos restantes do edital: 2, 4, 5, 7, 11, 13 e 14. Livros que tratam objetivamente da matéria que veremos: 1) Jayme de Mariz Maia, da Editora Atlas; 2) “Relações Econômicas Internacionais”, meu, Editora Campus 3) “Comércio Internacional e Legislação Aduaneira”, idem; e 4) “Comércio Internacional e Câmbio” do Bruno Ratti, mas cuidado com as desatualizações (principalmente na parte relativa à legislação e aos blocos comerciais). Este curso foi lançado para o concurso de AFRF promovido em 2005. Esta segunda edição traz importantes alterações, exclusões e inclusões, inclusive as questões comentadas do mais recente concurso. Tantas alterações não são novidade, pois o comércio internacional é muito dinâmico. Diariamente nos deparamos com novas normas. Para exemplificar, podemos ver que em 2006 foram travadas negociações do Mercosul com outros países (por exemplo, com Israel fecharam acordo), foi restaurada a possibilidade do uso de salvaguardas intra-Mercosul (coisa que havia morrido em 1994!), novas normas cambiais foram criadas, como a possibilidade de o exportador brasileiro poder manter no exterior uma parte da receita obtida com as vendas externas, foram aprovadas a entrada da Venezuela no Mercosul e da Eslovênia na zona do Euro, entre tantas alterações que serão devidamente exploradas neste novo curso. Algumas coisas antigas, não-abordadas no curso anterior, também foram incluídas neste. Outras coisas foram excluídas porque perderam validade. Portanto, há alterações importantes neste curso que tem minha participação iniciada hoje. Começo com a aula relativa ao tópico 4 (“Processo de integração econômica. Estágios de integração econômica. Formação de blocos econômicos. União Européia. Integração econômica nas Américas: ALALC, ALADI, Mercosul; Nafta, Pacto Andino e Alca.”) Processo de Integração Econômica

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Oi, pessoal.

Na divisão do curso de Comércio Internacional, coube ao Missagia explicar a matéria relativa aos tópicos 1, 3, 6, 8, 9, 10 e 12 do edital de AFRF/2005, os quais foram abordados até a aula anterior.

A partir da aula de hoje, substituo o mestre Missagia na condução do curso, tratando então dos tópicos restantes do edital: 2, 4, 5, 7, 11, 13 e 14.

Livros que tratam objetivamente da matéria que veremos:

1) Jayme de Mariz Maia, da Editora Atlas;

2) “Relações Econômicas Internacionais”, meu, Editora Campus

3) “Comércio Internacional e Legislação Aduaneira”, idem; e

4) “Comércio Internacional e Câmbio” do Bruno Ratti, mas cuidado com as desatualizações (principalmente na parte relativa à legislação e aos blocos comerciais).

Este curso foi lançado para o concurso de AFRF promovido em 2005. Esta segunda edição traz importantes alterações, exclusões e inclusões, inclusive as questões comentadas do mais recente concurso. Tantas alterações não são novidade, pois o comércio internacional é muito dinâmico. Diariamente nos deparamos com novas normas. Para exemplificar, podemos ver que em 2006 foram travadas negociações do Mercosul com outros países (por exemplo, com Israel fecharam acordo), foi restaurada a possibilidade do uso de salvaguardas intra-Mercosul (coisa que havia morrido em 1994!), novas normas cambiais foram criadas, como a possibilidade de o exportador brasileiro poder manter no exterior uma parte da receita obtida com as vendas externas, foram aprovadas a entrada da Venezuela no Mercosul e da Eslovênia na zona do Euro, entre tantas alterações que serão devidamente exploradas neste novo curso. Algumas coisas antigas, não-abordadas no curso anterior, também foram incluídas neste. Outras coisas foram excluídas porque perderam validade.

Portanto, há alterações importantes neste curso que tem minha participação iniciada hoje.

Começo com a aula relativa ao tópico 4 (“Processo de integração econômica. Estágios de integração econômica. Formação de blocos econômicos. União Européia. Integração econômica nas Américas: ALALC, ALADI, Mercosul; Nafta, Pacto Andino e Alca.”)

Processo de Integração Econômica

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Que negócio é esse de integração econômica? Por que dois ou mais países integram suas economias?

Pelo mesmo motivo de duas pessoas que têm profissões diferentes. Por que você é engenheiro e o seu vizinho é médico? Porque cada um é bom numa coisa, ora.

Se eu sou médico, eu não vou ficar levantando casas. Se eu sou engenheiro, eu não vou ficar lendo livros de medicina para tentar me curar.

Na vida, cada um faz uma coisa. Uns produzem camisas, outros produzem bolos. Alguns prestam serviços médicos, outros prestam serviços de arquitetura. Cada um tem mais facilidade em produzir um bem ou um serviço. Ninguém produz tudo de que necessita. Eu uso camisa, sapato, óculos, carro, enfim “trocentas” coisas que eu comprei usando o dinheiro que ganhei ensinando Comércio Internacional para o médico, para o engenheiro, arquiteto, administrador, empresário, sapateiro, alfaiate, taxista, ...

Assim também acontece com os países. Se o Brasil tem terra em abundância, ele tem um dom natural para produzir bens agrícolas. Se a Argentina tem um clima propício à produção de trigo, é isso que eles vão produzir.

A integração econômica, na verdade, só passou a ser levada a sério após Adam Smith em 1760, aproximadamente. Ele criou uma teoria chamada Teoria das Vantagens Absolutas que, em última análise, dizia exatamente o que está escrito acima. Por esta teoria, Adam Smith definia que haveria vantagem para os países que se integrassem economicamente. Ele dizia mais ou menos o seguinte: “Se a Inglaterra gasta mais tempo na produção de um sapato do que a França, e se a França gasta mais tempo na produção de uma camisa do que a Inglaterra, surge uma oportunidade para a integração econômica.”

Pelo exemplo acima, digamos que a Inglaterra gaste 1 hora na produção do sapato e 2 horas na produção da camisa. E a França, 2 horas na produção do sapato e 1 hora na produção da camisa.

Se cada país produzir uma unidade de cada bem, ambos vão gastar 3 horas.

Mas, se cada país produzir apenas aquilo onde é bom e comprar o produto do outro, eles vão se dar bem.

Por exemplo, se a Inglaterra se especializar em sapatos e a França, em camisas, eles podem gastar apenas 2 horas e produzirão duas unidades. A Inglaterra, em 2 horas, produz 2 sapatos. A França, em duas horas, produz 2 camisas. Agora basta trocar 1 camisa por 1 sapato. Cada país vai ter os dois tipos de bens, tendo gastado apenas 2 horas em vez das 3 que gastariam se fossem produzir sem comprar nada do outro.

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Assim começou a ser pregada a vantagem da integração econômica. Depois desta Teoria das Vantagens Absolutas, outras vieram para aperfeiçoar, mas elas não foram pedidas no edital de AFRF/2005. Somente o foram até 2003.

David Ricardo, John Stuart Mill, Paul Krugman, Paul Samuelson, Jacob Viner, entre outros, deixaram de ser estudados a partir de 2005.

Recapitulando: a integração econômica começou a ser vista com bons olhos a partir de Adam Smith.

Mas ainda faltava vontade política. A população “ignorante” não podia aceitar que ficássemos comprando mercadorias do outro país, se havia produção interna. Olhando para o exemplo acima de França e Inglaterra, a população francesa não podia aceitar que as empresas francesas de sapato fossem fechadas (esta é a conseqüência óbvia da especialização). Havia rejeição naquele tempo às idéias liberais (qualquer semelhança com o tempo atual não é mera coincidência...).

A vontade política para a integração econômica somente veio com as duas grandes guerras. Depois de vivenciarem os horrores dessas guerras imbecis e com povos mais esclarecidos, os países tiveram vontade política para começar a promover a integração econômica para dificultar o surgimento de novas guerras ao estreitarem os laços entre os vários países.

O primeiro bloco a surgir foi em 1948, o BENELUX, que é o embrião do que conhecemos hoje como União Européia e que estudaremos daqui a pouquinho.

Concluindo, a integração econômica surgiu empurrada pela vontade política, mas obviamente havia vantagem econômica nisso.

Estágios de integração econômica

Já que, no nosso exemplo, Inglaterra e França decidiram se integrar economicamente (esquece a Guerra dos Cem Anos...), qual a forma para isso? Vão liberar a importação das mercadorias e serviços do outro país e vão fazer mais alguma coisa? Em relação à moeda, será que vão unificar? E a mão-de-obra, vai ganhar livre trânsito entre os países? Ou será que esta integração vai se limitar às importações de bens e serviços?

Há cinco estágios de integração econômica. Não se quer dizer que uma integração vai começar pelo primeiro estágio e depois vai para o segundo... Absolutamente. Existem blocos de integração que começaram já no segundo ou terceiro estágio, sem “escalas”.

As formas (ou estágios) de integração são:

1) Área (ou Zona) de Livre Comércio

2) União Aduaneira

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3) Mercado Comum

4) União Econômica

5) Integração Econômica Total

Vamos ver na seqüência.

A Área de Livre Comércio é a forma mais simples de integração. É aquela na qual dois ou mais países reduzem as barreiras para o substancial do comércio de bens e serviços de/para os demais países do bloco. Veja bem: Importações e Exportações. De Bens e serviços.

Esta é a definição dada pelo artigo XXIV do GATT, que é o Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (General Agreement on Tariffs and Trade). Este acordo será estudado em minúcias em aula futura.

Segue o artigo XXIV: “Entender-se-á por área de livre comércio um grupo de 2 (dois) ou mais territórios aduaneiros entre os quais se eliminem os direitos (impostos) aduaneiros e as demais normas restritivas de comércio (exceto, na medida em que forem necessárias, as restrições autorizadas em virtude dos artigos XI, XII, XIII, XIV, XV e XX) relativamente a praticamente todas as transações efetuadas entre os países-membros.”

Alguns livros inadvertidamente falam apenas das importações.

Quando se diz que não há barreiras, estamos falando que não há barreira tarifária nem não-tarifária. Barreira tarifária é a cobrança de impostos. Não-tarifária é, por exemplo, a criação de quotas com limitação no volume de importações, é a imposição de barreiras técnicas e outras formas de dificultar a importação, mas sem envolver imposto de importação.

Em regra, a área de livre comércio não possui barreiras. No entanto, há algumas barreiras que são impostas numa área de livre comércio, que não a desvirtuam. Por exemplo, se for imposta uma proibição de entrada de boi com febre aftosa, isto não quer dizer que não haja livre comércio entre os dois países. A importação de drogas ilícitas obviamente também é proibida. A proibição de importação de aparelho de ar-condicionado que contenha CFC (clorofluorcarboneto), danoso à camada de ozônio, não descaracteriza o livre comércio.

Portanto, para ser considerado área de livre comércio não precisa ter um comércio 100% livre. Basta que não haja barreiras relativamente a praticamente todas as transações. O que significa a expressão “praticamente todas”? Não está escrito no GATT, mas o costume é considerar mais de 90% das transações.

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A União Aduaneira, que é o segundo estágio da integração econômica, tem a característica também de comércio substancialmente livre, mas não só isso. Se for criado um bloco nesta espécie de integração, os países terão uma política comercial comum em relação a terceiros países. Note bem: o comércio, ou seja, tanto a política de exportações quanto a de importações, em relação a terceiros será comum. Assim está escrito no artigo XXIV do GATT: haverá “...normas de comércio essencialmente iguais no comércio com países não-membros da união.”

Na prática, existe uma tarifa externa comum (TEC), onde estão listadas as tarifas de importação que são cobradas dos países externos ao bloco. E estas tarifas são cobradas igualmente pelos países do bloco. Isto não acontece nas áreas de livre comércio, pois nestas os países definem políticas comerciais independentes relativamente aos países extra-bloco.

Atualmente, o Mercosul e o Pacto Andino estão no formato de união aduaneira. Veremos estes blocos na próxima aula. O Mercosul é até chamado de união aduaneira imperfeita, porque há exceções em relação à política comum em relação a terceiros países. Por exemplo, cada país do Mercosul pode separar um número definido de produtos para tributar como quiser, podendo ser descartada a tarifa comum do bloco.

O Mercado Comum é aquele bloco comercial em que os países acordam que, além de o comércio recíproco ser livre e as tarifas cobradas de terceiros serem iguais, haverá a livre movimentação dos fatores de produção, ou seja, da mão-de-obra e do capital. Os trabalhadores e os capitais circularão livremente entre os países do bloco. Não haverá discriminação em relação à nacionalidade do trabalhador ou do investidor.

O nome Mercosul significa “Mercado Comum do Sul” e tem por objetivo atingir este estágio de integração. Mas, como já disse, está apenas na forma de união aduaneira.

O Pacto Andino também tem este objetivo.

Olha bem, se a mão-de-obra vai circular livremente entre os países do bloco, é óbvio que as legislações trabalhistas dos países têm que ser harmonizadas, ou seja, os países têm que obedecer aos mesmos princípios. Imagine se o trabalhador, apesar de ter liberdade de trabalhar em qualquer país do bloco, estiver sujeito a legislações diferentes. Vai ser uma bagunça.

Do mesmo jeito, as legislações de capitais têm que ser harmonizadas. A lógica do mercado comum é propiciar facilidades aos trabalhadores e investidores. Não há nenhuma lógica em existirem legislações conflitantes. A idéia não é só permitir a livre movimentação, mas facilitar a vida dos trabalhadores e investidores.

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Uma última observação é acerca da livre movimentação dos fatores de produção. Quando se diz que haverá esta livre movimentação, a intenção, na verdade, é de dizer que haverá a livre circulação de mão-de-obra e de capital, apesar de sabermos que os fatores de produção são 4, como estudamos em Economia: mão-de-obra, capital, recursos naturais e tecnologia.

Por que então a diferença?

Em relação ao capital, aprendemos em Economia, que este se refere ao capital fixo, ou seja, às máquinas, aparelhos, instrumentos, infra-estrutura, ... Desta forma, quando se fala em livre movimentação de capital no mercado comum, não se está falando do capital fixo, visto que este é composto de bens, e estes já circulam livremente desde o primeiro estágio de integração (área de livre comércio). Está-se falando do capital dinheiro, o qual vai poder circular livremente entre os países.

Ora, os recursos naturais podem ser móveis ou imóveis. No caso de recursos móveis, como, por exemplo, as matérias-primas, a livre circulação já existe desde o primeiro estágio de integração, visto que são bens, como quaisquer outros.

Em relação aos recursos imóveis, como, por exemplo, o clima e o solo, é óbvio que não há nem pode haver livre movimentação.

Em relação à tecnologia, ela é considerada um fator de produção que serve para interligar os demais fatores. Assim define Rossetti (“Introdução à Economia”, p.131): “[A tecnologia] como conjunto de conhecimentos e habilidades, é o elo de ligação entre o capital, a força de trabalho e o fator terra. Isto significa que as novas habilidades ou novos conhecimentos acumulados estão simultaneamente incorporados aos bens de capital e ao conjunto das capacitações da força de trabalho.”

Assim, a tecnologia, como sinônimo de “saber fazer”, é um fator de produção incorporado ao capital e à mão-de-obra. Desta forma, seria redundante dizer que a tecnologia está com o comércio liberado no mercado comum. A tecnologia tem livre movimentação a partir do momento em que a têm a mão-de-obra e o capital, onde ela está incorporada.

Pela União Econômica, os países concordam e estabelecem políticas econômicas harmonizadas. Note bem: quando falamos do mercado comum, vimos que há harmonização de política trabalhista e de capitais. Agora, na união econômica, estamos falando de harmonização de políticas econômicas. O que é isso? Harmonização das políticas cambial, monetária e fiscal. Os países vão combinar uma política cambial parecida. Também a política fiscal e a monetária serão parecidas, similares.

Os países terão políticas econômicas harmonizadas, mas não unificadas.

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A harmonização pressupõe que haverá diretrizes a serem seguidas pelos países. E tais diretrizes são definidas pelo bloco.

Na integração econômica total não ocorre simples harmonização, mas ocorre a unificação das políticas. Os países vão usar uma política monetária comum. Por conta disso, surge a moeda única. A política fiscal também será única. Todos passam a contabilizar receitas e despesas públicas da mesma forma. Passam também a usar uma política cambial única. Ora, isso é óbvio. Se há uma moeda única, a política cambial, que é a relação desta moeda com as demais no mundo, é única.

Neste estágio de integração, além de as políticas econômicas serem equalizadas, também o são as políticas sociais. Frisando: políticas econômicas E sociais equalizadas.

Como exemplo de bloco neste estágio, há a União Européia, em que o Banco Central Europeu emite a moeda, aumenta ou reduz a taxa de juros e é o gestor da política monetária e cambial.

Se a moeda é única, é óbvio que deve haver algum órgão, que não pertença a um dos países, que detenha parcela de soberania de cada país. Na União Européia, este órgão é o Banco Central Europeu.

É muito comum nas aulas os alunos perguntarem: E a Constituição Européia que eles estão querendo impor? Vai mudar alguma coisa em relação à integração econômica? Lógico que não. A Constituição Européia é instrumento para a integração política e não para a integração econômica. Em matéria econômica, não há mais o que avançar na União Européia. A Constituição Européia é assunto para o Vicente Paulo responder, porque é integração política. Perguntaram para a pessoa errada.

Antes de resolvermos alguns exercícios, vamos ver a zona de preferência tarifária ou zona preferencial. Preferência é sinônimo de redução. Logo, zona de preferência tarifária é um bloco onde as mercadorias não circulam livremente, mas também não são cobradas as tarifas cheias. Existe alguma forma de redução de tarifas. Veja bem: se houver eliminação de tarifas sobre pelo menos 90% dos bens e serviços, como escrevi antes, estaremos num bloco comercial sob o estágio de zona de livre comércio. Mas, se houver redução tarifária sem atingir tal magnitude, seja em relação ao percentual de redução das tarifas, seja em relação ao percentual dos bens atingidos, estaremos diante de uma zona de preferência tarifária. Atualmente, a ALADI (veremos nesta aula) e o NAFTA (próxima aula) estão neste formato. Ambos os blocos têm objetivos maiores, mas atualmente não há eliminação de tarifas em pelo menos 90% dos bens.

Na ALADI, por exemplo, há uma redução de tarifas que varia de 8% a 48% sobre os produtos do universo tarifário. “Universo tarifário” é o conjunto de bens tributáveis.

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Margem de preferência é o percentual de redução aplicado sobre a tarifa cheia. A tarifa cheia é cobrada quando a importação é de mercadoria de país que não pertence à zona. A tarifa reduzida é aplicada às importações de bens provenientes de um país da zona.

Vamos ver como a ESAF pede isso tudo aí em prova? Perceba que em toda prova, vem uma questãozinha sobre isso:

1. (AFTN/96) União aduaneira e mercado comum são duas formas de integração econômica regional. O que diferencia essas duas formas é a(o): a) Inclusão dos fatores de produção no tratamento das relações econômicas entre os países-membros. b) Número de países participantes. c) Nível de diversificação dos produtos que fazem parte do acordo regional. d) Fato de que, na união aduaneira, somente os países-membros são beneficiados pela retirada das tarifas, enquanto que, no mercado comum, mesmo países não-membros podem gozar de benefícios semelhantes. e) Existência ou não de barreiras não-tarifárias. Resp.: Essa é mole. O que diferencia uma e outra é que o mercado comum prevê a livre circulação da mão-de-obra e capital. Letra A. 2. (AFTN/98) São fases da integração econômica, em ordem de complexidade e profundidade: a) União Aduaneira, Mercado Comum, União Econômica, Integração Total. b) União Econômica, Zona de Livre Comércio, União Aduaneira, Mercado Comum, Integração Total. c) Zona de Livre Comércio, União Aduaneira, Região Preferencial, Mercado Comum, União Econômica, Integração Total. d) Zona de Livre Comércio, Mercado Comum, União Aduaneira, União Econômica. e) Zona de Livre Comércio, Mercado Comum, Integração Total, União Econômica. Resp.: Basta ver a seqüência apresentada – Área de Livre Comércio, União Aduaneira, Mercado Comum, União Econômica e Integração Econômica Total. Letra A. 3. (ACE/97) São Fases do Processo de Integração, em ordem crescente de complexidade:

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a) Zona de Livre Comércio, Mercado Comum, União Aduaneira, União Econômica. b) Área de Livre Comércio, União Econômica, Mercado Comum, União Aduaneira. c) Zona de Livre Comércio, União Aduaneira, União Econômica, Mercado Comum. d) União Aduaneira, Zona de Livre Comércio, Mercado Comum, União Econômica. e) Zona de Preferência Tarifária, Área de Livre Comércio, União Aduaneira, Mercado Comum. Resp.: Letra E. Perceba que a questão pede “fases do processo de integração”. Está querendo dizer o seguinte: “Quando dois países resolvem abrir um processo de integração, eles podem passar por quais fases?” ou “Dois países que resolvam se integrar podem fazer isso passando por quais fases?”. Fase é meio e não um fim. Por conta disso, podemos considerar a zona de preferência tarifária como uma fase em um processo, mas sem ser considerada um estágio final de integração. Se estivesse perguntando: “Quais os estágios de integração em ordem crescente de complexidade?” teríamos um problema, pois a zona de preferência tarifária não é considerada um estágio de integração, mas uma etapa pela qual um bloco pode passar para chegar a uma integração. 4. (AFRF/2000) Dois países, ao reduzirem suas tarifas de importação entre si ao nível mais baixo possível com vistas a uma liberalização integral do comércio recíproco dentro de dez anos, sem, entretanto, estabelecerem uma tarifa externa comum para as importações de terceiros países, pretenderam criar: a) Uma união monetária. b) Uma zona de livre comércio. c) Uma união aduaneira. d) Uma ZPE (Zona de Processamento de Exportações). e) Uma zona franca.

Resp.: Questão tranqüila. Falou que haverá liberalização integral do comércio recíproco? Sim. Haverá TEC? Não. Então, estamos tratando da zona de livre comércio. Letra B.

5. (AFRF/2002-1) O que define, essencialmente, uma união aduaneira é a: a) Livre circulação de bens e serviços através das fronteiras.

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b) Adoção de uma tarifa externa comum e a harmonização das políticas comerciais dos países-membros. c) Concessão mútua, pelos países-membros, de preferências comerciais. d) Livre circulação do capital e da mão-de-obra entre os países. e) Coordenação das políticas macroeconômicas. Resp.: O que que ela tem que eu não tenho? Brincadeira... O que a união aduaneira tem que a zona de livre comércio não tem? A tarifa externa comum (TEC). Ahá! Olha que a letra B fala também da harmonização das políticas comerciais. Isto está correto? Sim. As políticas comerciais serão comuns em relação a terceiros países e em relação aos países membros. Ninguém vai tributar os produtos de quem pertencer ao bloco. Todos tributarão igualmente os terceiros que não pertençam ao bloco. Pelo amor de Deus, não confunda harmonização de política comercial com política econômica. Se houvesse harmonização de política econômica, estaríamos falando de união econômica e não de união aduaneira. 6. (AFRF/2003) Uma união aduaneira pressupõe: a) A livre movimentação de bens, capital e mão-de-obra e a adoção de uma tarifa externa comum entre dois ou mais países. b) A uniformização, por dois ou mais países, do tratamento aduaneiro a ser dispensado às importações de terceiros países, mesmo sem a adoção de um regime de livre comércio internamente. c) A existência de uma área de preferências tarifárias entre um grupo de países e a harmonização das disciplinas comerciais aplicáveis ao comércio mútuo. d) A liberalização do comércio entre os países que a integram e a adoção de uma tarifa comum a ser aplicada às importações provenientes de terceiros países. e) A completa liberalização dos fluxos de comércio entre um grupo de países e a coordenação de políticas macroeconômicas.

Resp.: Esta é só para você ver como a ESAF é repetitiva. Letra D.

União Européia

Histórico

A União Européia, como escrevi antes, teve por embrião o BENELUX. Esta sigla traz as iniciais dos três países que o criaram: Bélgica, Holanda (Netherlands) e Luxemburgo. A motivação para estes países

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foi o início, na década de 1940, da bipolarização mundial, em que o mundo passou a ser dividido naqueles que seguiam o capitalismo, estando sob a liderança dos EUA, e naqueles que se alinharam à extinta União Soviética (URSS).

A lógica dos três países foi se fortalecerem economicamente para tentar se livrar da dicotomia EUA-URSS. Não estavam a fim de se alinhar, nem serem objeto de nenhuma das duas potências.

O BENELUX era uma união aduaneira. Logo, as mercadorias e serviços circulavam livremente entre os três países e havia também uma TEC.

No ano de 1952, Itália, Alemanha e França se juntaram aos três iniciais e firmaram, no Tratado de Paris, a CECA – Comunidade Européia do Carvão e do Aço. Não era uma forma de integração, pois somente circulavam livremente entre os 6 países o carvão, o aço e o minério de ferro.

Em 1957, estes mesmos seis países formaram a Comunidade Econômica Européia (CEE), também conhecida como Mercado Comum Europeu (MCE). Quando criado, este bloco não era ainda um mercado comum, mas levou este nome porque a intenção era chegar a este estágio de integração. É exatamente a mesma coisa que ocorre com o Mercosul, que leva o nome de mercado comum, mas que hoje é apenas uma união aduaneira.

O Mercado Comum Europeu foi criado pelo Tratado de Roma e previa que, em doze ou até quinze anos, estaria configurado o mercado comum. Como entrou em vigor em 1o de janeiro de 1958, a previsão de atingimento do mercado comum estava entre 31/12/69 até 31/12/72. Mas eles conseguiram configurar o mercado comum em meados de 1968, antecipando em um ano e meio a previsão.

(Só para rir um pouco: quando criaram o Mercosul em 1991 pelo Tratado de Assunção, os quatro países – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – definiram que até o dia 31/12/94 estaria implementado o mercado comum, com livre circulação de bens, serviços e fatores de produção. Conseguiram cumprir? Estamos em 2006 e já escrevi que o Mercosul só chegou ao estágio de união aduaneira.

A Comunidade Econômica Européia prevê e antecipa.

O Mercosul prevê e não cumpre.)

Quando em 1968 foi atingido o estágio de mercado comum, passou a haver um conjunto de adesões ao bloco.

O número de participantes passou de 6 para 12. Cada um que entrava ganhava um prazo para se adequar ao estágio de mercado comum. Havia um período de adaptação para cada país.

Quando chegou o ano de 1992, estes doze países assinaram o Tratado de Maastricht e criaram a União Européia. Neste tratado estava previsto que no ano de 1997 os doze países começariam a

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implantar uma moeda única. Passariam também a existir autoridades supranacionais, ou seja, órgãos que iriam assumir parcela de soberania dos Estados-parte. Por exemplo, o Banco Central Europeu, o Parlamento Europeu, a Comissão Européia, entre outros que veremos à frente.

Posteriormente, outros países se juntaram ao bloco. E, finalmente, em 2005, entraram 10 países do Leste Europeu. A União Européia hoje possui 25 países. São eles: Bélgica, Holanda e Luxemburgo, Itália, Alemanha e França, Reino Unido, Dinamarca e Irlanda, Grécia, Portugal e Espanha, Áustria, Finlândia e Suécia e mais os 10 do Leste Europeu: Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia e República Tcheca.

Há ainda alguns países que não usam a moeda única, mas que permitem a circulação desta no seu território, como, por exemplo, a Suíça. Este país mantém sua moeda (o franco suíço), mas no seu território o euro também circula.

Não confundir instituições supranacionais com instituições intergovernamentais. As supranacionais, como a língua portuguesa ensina, são instituições “acima” das nações. São instituições que irão criar normas que irão valer como leis para os países e suas pessoas (físicas e jurídicas). O descumprimento de uma norma criada pelas autoridades supranacionais gera sanções analogamente ao descumprimento de leis internas dos países.

É fácil entender essas normas supranacionais. Pense o seguinte: aqui no Brasil, nós não devemos cumprir as leis federais, estaduais e municipais? Não há três esferas de poder? Na União Européia, todos deverão cumprir as leis supranacionais e as leis nacionais, estaduais (ou análogas) e as municipais (ou análogas). Lá, dependendo do país, pode haver até quatro esferas de poder.

Aqui no Brasil, não há a repartição das competências dada pela Constituição Federal? Lá também, sendo que as leis supranacionais tratam de assuntos específicos. Existem as competências exclusivas, concorrentes, comuns... Caramba! Eu acho que eu estou entrando na aula do Vicente...

No Mercosul, como não há a quarta esfera de poder, depois que uma decisão é tomada pelos quatro países, ela deve ser incorporada ao ordenamento jurídico de cada país. E, somente depois que os quatro países a tiverem incorporado, ela entrará em vigência. Esta será simultânea para os quatro.

No Mercosul, se algum dos quatro não incorporar, o que significa? Não entra em vigor para ninguém.

No Mercosul, as decisões precisam da ratificação pelos Estados. Na União Européia, não precisam.

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Órgãos da União Européia

Se entrar no site oficial da União Européia (europa.eu.int, sem o “www”), você vai encontrar a seguinte estrutura:

- Parlamento Europeu

- Conselho da União Européia

- Comissão Européia

- Tribunal de Justiça

- Tribunal de Contas

- Comitê Econômico e Social Europeu

- Comitê das Regiões

- Banco Central Europeu

- Banco Europeu de Investimento

Em linhas gerais, seguem as funções dos principais órgãos.

Ao Parlamento Europeu cabe a criação das normas supranacionais. É óbvio que não foram extintos os parlamentos nacionais. O parlamento italiano, o francês, o alemão continuam lá. Estes produzem normas nacionais. Basta lembrarmos que existem esferas de poder, do mesmo jeito que no Brasil. O Congresso Nacional brasileiro não inviabiliza as Assembléias Estaduais. Nem estas nem aquelas inviabilizam as Câmaras de Vereadores. São competências distintas.

Para o Parlamento Europeu existem eleições independentes das eleições nacionais. No Europeu, o número de deputados é proporcional ao tamanho da população de cada país. A Alemanha é o país mais populoso e, por isso, é o país que tem o maior número de deputados (99). Como em 2005 houve a adesão de 10 países do Leste Europeu, o número de parlamentares subiu para 732. E, em 2007, subirá para 786.

Em algumas áreas, o Parlamento legisla sozinho. Em outras, a competência é do Conselho da União Européia. Em outras ainda, existe uma co-participação dos dois órgãos.

O Conselho da União Européia é o órgão superior do bloco. É o órgão decisório. Tem uma função política, a de dar a direção para o processo de integração. Também é chamado Conselho de Ministros. Veja bem: o Conselho da União Européia é o órgão superior, acima inclusive do Parlamento Europeu. Por isso, ele pode também legislar.

ATENÇÃO: Não confunda este órgão com o Conselho Europeu, criado em 1974, muito tempo antes de se pensar em União Européia!!!!

Se pegar o livro do Bruno Ratti, você vê que ele relaciona, à folha 471 da 10a edição, o Conselho Europeu como órgão da UE. Não é. Basta ver a lista oficial do site da UE e a data de criação do Conselho Europeu.

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Apesar disso, a ESAF, por ter usado no passado o Ratti como fonte principal das questões de prova, elaborou as seguintes questões:

(ACE/97) Dentro de um processo de integração regional é

fundamental a existência de instituições para assegurar um mínimo de organização ao processo. No caso da União Européia, não é diferente. A União Européia utiliza todos os mecanismos abaixo, exceto: a) Parlamento Europeu. b) Tribunal de Justiça. c) Reunião de Ministros Europeus. d) Comissão das Comunidades. e) Conselho Europeu.

Resp.: O gabarito foi dado como letra C. Reunião de Ministros Europeus realmente não existe. Existe o Conselho da União Européia onde se reúnem os ministros como veremos. Mas veja a letra E: até que dá para engolir. Se tivessem perguntado: “Qual não é órgão da União Européia?” Aí haveria duas respostas: C e E. Mas como perguntaram sobre mecanismos utilizados pela União Européia, o Conselho Europeu pode ser aceito, pois é usado pela União Européia apesar de não ser um órgão seu. Basta ver o que está escrito no artigo 4o do Tratado de Maastricht: “O Conselho Europeu dará à União os impulsos necessários ao seu desenvolvimento e definirá as respectivas orientações políticas gerais.” Deram ao Conselho Europeu uma função, apesar de ele não ser um órgão da UE. Por que fizeram isso? Ora, se pegarmos a composição do Conselho Europeu, veremos que é formado pelos Chefes de Estado dos países europeus (diferente inclusive do Conselho de Ministros, que é obviamente composto de ministros). Portanto, para que a UE fosse de fato implementada pediram “ajuda” a um órgão mais antigo e que era (e é) composto dos Chefes de Estado. Pediram ajuda para os “impulsos necessários” iniciais do bloco. Toda ajuda era bem-vinda. Mas a questão seguinte deveria ter sido anulada. Vejamos. (AFTN/98) De acordo com o Tratado de Maastricht, não é

organismo da União Européia, o(a): a) Conselho de Ministros Europeus. b) Conselho Europeu. c) Parlamento Europeu. d) Grupo do Mercado Comum Europeu. e) Comissão Européia.

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Resp.: O gabarito foi a letra D. Mas, se olharmos a lista do site oficial da União Européia, lá não consta nem o Grupo do Mercado Comum Europeu nem o Conselho Europeu. Cabem duas respostas: B e D. Tinham que anular. Mas infelizmente...

Vamos ver o terceiro órgão da UE: a Comissão Européia.

Um Estado possui três Poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. De forma análoga, também a UE possui esses Poderes.

O Poder Legislativo da UE é o Parlamento Europeu.

O Poder Executivo é a Comissão Européia, que pode ser chamada de Comissão das Comunidades, Comissão Executiva ou, simplesmente, Comissão.

Já o Judiciário é a Corte de Justiça, que veremos à frente.

A Comissão tem a função de administrar políticas da UE.

O Tribunal de Justiça (ou Corte de Justiça) julga as lides que decorram das normas supranacionais. Quando algum conflito surgir em decorrência de uma norma supranacional, recorre-se à jurisdição do Tribunal. Tem por função evitar que as normas supranacionais sejam julgadas de formas diversas pelos vários tribunais nacionais.

O Banco Europeu de Investimento tem a função de financiar o desenvolvimento dos membros e regiões menos favorecidos. Empresta recursos a taxas facilitadas para projetos que visem ao incremento do bem-estar social.

O Banco Central Europeu tem a função de definir a poítica monetária da UE. Decide sobre a emissão do EURO e também sobre a taxa de juros.

O Euro surgiu em 1999, mas não fisicamente. Ele passou a ser usado apenas contabilmente na escrituração dos bancos centrais. Era uma moeda meramente escritural, ou seja, existente apenas na escrituração.

Dos quinze países da União Européia em 1999, somente 11 adotaram o EURO. Havia um conjunto mínimo de condições para que um país pudesse adotar o euro. Não podia ter um déficit público nem taxa de juros muito altos. Também o endividamento estava limitado a um percentual do PIB e a inflação não podia ser muito alta. Com tantas condições, era natural que um ou outro país não conseguisse se adequar. E a Grécia ficou nesta situação. Mas não foi a única que não aderiu ao EURO. Três outros países até hoje não quiseram substituir sua moeda: a Inglaterra (cuja moeda é um símbolo intocável como a Rainha), a Suécia e a Dinamarca (suas populações não aceitaram em plebiscito).

Somente em 1o de janeiro de 2002, o euro deixou de ser uma moeda meramente escritural para se tornar uma moeda física, na forma de papel-moeda. E, durante dois meses, o euro foi uma moeda comum,

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mas não a única. Em janeiro e fevereiro de 2002, o euro passou a ser mais uma moeda em circulação na Europa.

Exatamente em 1o de março de 2002, o euro passou a ser a única moeda entre os onze países que o haviam adotado. Note bem: A União Européia somente passou a ter uma moeda única em 1o de março de 2002. Desta data em diante, passou a estar na forma de integração econômica total.

Em 2001, a Grécia finalmente passou a usar o Euro. E, em 2007, a Eslovênia será o 13o país a usar a moeda única.

Vamos ver mais algumas questões da ESAF sobre União Européia: (AFTN/96) Em fins dos anos 50, disseminou-se, no mundo, a idéia de promover o crescimento econômico por meio da integração econômica regional. Um marco deste fenômeno foi a assinatura do Tratado de Roma, em 1957. Neste tratado, foram estabelecidas as bases contratuais para a organização que, no futuro, viria a se transformar na União Européia. A organização estruturada pelo Tratado de Roma foi: a) Associação Européia de Livre Comércio. b) Comunidade Européia do Carvão e do Aço. c) Comunidade Econômica Européia. d) Organização Européia de Cooperação Econômica. e) Conselho de Assistência Econômica Mútua. Resp.: Letra C. Em 1948 foi criado o BENELUX. Em 1952, pelo Tratado de Paris foi criado a CECA. E, em 1957, foi criada a Comunidade Econômica Européia (CEE) ou Mercado Comum Europeu. (AFRF/2002-1) A recente introdução do Euro como moeda comum entre doze dos quinze países-membros da União Européia representou importante avanço em direção à formação de um(a): a) Mercado comum. b) União aduaneira. c) Zona de preferências tarifárias. d) Área de livre comércio. e) União econômica total. Resp.: Esta questão tem uma sutileza. Apesar de a resposta ser fácil, letra E, perceba que o elaborador foi muito feliz na questão. A questão é do início do ano de 2002: O euro ainda não era a moeda única e, por isso, o elaborador mencionou que o euro era uma moeda apenas comum. A sutileza está em que a pergunta não foi qual a

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forma naquele dia da União Européia. Se perguntasse isso, a resposta seria união econômica. Mas perguntou qual a direção tomada com a introdução do euro. A direção foi no caminho da integração econômica total.

Integração Econômica nas Américas

Neste tópico, veremos os blocos que tiveram ou têm a participação brasileira (ALALC e ALADI, respectivamente). Estudar a ALCA é algo inglório porque hoje não passa de um arremedo de pseudo-acordo. Não há nada concreto na ALCA.

O Mercosul, o Pacto Andino e o NAFTA estudaremos na próxima aula.

ALALC – Associação Latino-Americana de Integração

A ALALC surgiu em 1960 quando um argentino – Raúl Prebisch – no âmbito da CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina, órgão da ONU – começou a falar mal do liberalismo.

Em linhas gerais vimos que o liberalismo passou a ser a menina-dos-olhos dos teóricos a partir de Adam Smith em 1760. Além deste teórico, muitos outros pregaram que o liberalismo era a política que traria maiores vantagens aos países comerciantes.

Mas, em 1947, Raúl Prebisch levantou a voz contra o liberalismo. Por esta política comercial, os países em desenvolvimento continuariam a ser eternamente produtores de bens agrícolas, sendo que nunca produziriam bens industrializados, pois os países mais ricos já haviam tomado a ponta e eram mais eficientes.

O liberalismo iria congelar a situação dos países em desenvolvimento e nunca se desenvolveriam. Para agravar a situação e atacar o liberalismo, Prebisch fez uma pesquisa em que analisou a evolução dos preços dos bens primários comparando-os com os preços dos bens industrializados.

Prebisch percebeu mais ou menos o seguinte exemplo hipotético: em 1876, para comprar 10 bens industrializados, um país em desenvolvimento usava a receita obtida com a venda de 10 unidades de um determinado bem agrícola. Mas, em 1947, para comprar os mesmos 10 bens industrializados, os países em desenvolvimento precisariam entregar 14 unidades de bens primários.

Prebisch chegou à seguinte conclusão: “Hermanos, chegará o dia em que nós teremos que entregar 20 bens primários para poder comprar 10 bens industrializados. Depois teremos que entregar 30, 40, 50, ...

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Caramba! (em castelhano) Chegará o dia em que vamos entregar toda a nossa produção para comprar 10 bens industralizados.”

Prebisch analisou as causas desta “deterioração dos termos de troca” e percebeu que ela se devia aos ciclos econômicos. O mundo vive de ciclos econômicos: primeiro estamos na prosperidade, depois vem a recessão, a depressão e a recuperação. E começa tudo de novo...

Nos tempos de vacas magras, os preços dos bens primários caem mais do que os preços dos bens industrializados, pois os bens primários são produzidos por países em desenvolvimento em que a mão-de-obra é abundante. Como, em época de crise, os preços das coisas têm que cair, isso só será possível se os custos de produção, incluindo os salários caírem. Em país com abundância de mão-de-obra, os salários podem cair. Em países com escassez de mão-de-obra, a reação à queda de salário é maior e mais eficaz.

Por isso, os preços dos bens primários caem mais proporcionalmente que os preços dos bens industrializados. Aliado a isso, ainda há o problema da elasticidade, ou seja, em épocas de bonança, o preço do carro tende a subir mais do que o preço do arroz, pois a maior parte do aumento de renda vai costumeiramente para bens industrializados: televisão, geladeira, carro, ...

Em épocas de vacas gordas, os preços dos bens industrializados sobem mais que os preços dos bens primários. Costumo exemplificar que se alguém tem seu salário dobrado, ele não passará a almoçar em dobro, mas poderá comprar carro e outros produtos industrializados em dobro. O aumento do consumo de bens primários fica limitado pelas necessidades do nosso organismo, enquanto que o consumo de bens industrializados não tem nenhuma limitação dada pelo nosso organismo.

A conclusão óbvia é: tanto em crise quanto em bonança, os preços dos industrializados tendem a se distanciar dos preços dos produtos primários.

Prebisch então prega: “Vamos nos industrializar. Vamos sair desta armadilha.”

Os países em desenvolvimento adoram esta pregação. No Brasil, Getúlio e Juscelino abraçam a nova causa. Industrialização a todo vapor.

Por causa deste desejo de industrialização, os países latino-americanos decidiram se ajudar. “Sozinhos somos fracos, mas se aumentarmos a integração entre nós, poderemos ser mais eficientes com o aumento dos mercados consumidores.” E criaram, em 1960, a ALALC, em que se previa a criação de uma área de livre comércio entre eles, embarreirando as importações de bens industrializados dos países desenvolvidos.

Guarde isso: A ALALC tinha por objetivo o estabelecimento de uma área de livre comércio em até 12 anos. Portanto, até 1972. Quando

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estava perto de vencer o prazo, os países viram que não iam conseguir e resolveram aumentar o prazo para 1980. Mas, de novo, chegando perto do prazo, perceberam que não iam conseguir cumprir. Não quiseram prorrogar de novo. Fizeram uma maquiagem.

Extinguiram a ALALC e criaram a ALADI.

Antes de olharmos o novo bloco, cabe analisar o motivo pelo qual a ALALC não obteve sucesso. O grande problema foi que todo benefício que um país concedia a outro deveria ser estendido aos demais (este é o significado da Cláusula da Nação Mais Favorecida, presente no Tratado de Montevidéu, de 1960, que criou o bloco). Por exemplo, se o Brasil concedesse uma redução tarifária para o Equador, esta devia ser estendida para a Argentina, México e demais países. A conseqüência óbvia desta rigidez foi o congelamento na concessão de benefícios. Por isso, a ALALC não foi capaz de eliminar as barreiras entre os países latino-americanos.

No novo Tratado de Montevidéu, de 1980, está escrito que o objetivo da ALADI é o atingimento de mercado comum. Veja bem: enquanto na ALALC, o objetivo era chegar à área de livre comércio, na ALADI, o objetivo é chegar ao mercado comum. E não foi definido nenhum prazo para isso. Eles aprenderam com a ALALC.

Para chegar ao mercado comum, eles criaram três instrumentos:

1) a preferência tarifária regional,

2) os acordos de alcance parcial e

3) os acordos de alcance regional.

Lembra o que é “preferência tarifária”? Redução tarifária.

Preferência tarifária regional é a redução dos tributos de mercadorias originárias de países da região, ou seja, dos países membros da ALADI.

Toda vez que um país da ALADI importa uma mercadoria de outro país da ALADI, há um “desconto” na cobrança do imposto de importação. O tamanho da redução depende diretamente do nível de desenvolvimento do país. Por exemplo, quando o país mais forte da ALADI importa da Bolívia ou do Paraguai (só destes dois. Para o Equador, não, apesar de ser considerado também de menor desenvolvimento econômico relativo), a redução é de 48%. Quando a importação é no sentido inverso, a redução é de apenas 8%. Mas sempre há redução.

Os mais fortes da ALADI são Argentina, Brasil e México. Imagine os mais fracos...

Os mais fracos são Bolívia, Equador e Paraguai. Eles são chamados de países de “menor desenvolvimento relativo”.

(Atenção: Esta expressão cai bastante na prova da ESAF. Dizer que é um país de menor desenvolvimento relativo não é dizer que é um

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país em desenvolvimento. É dizer que é o menos desenvolvido dentro de um grupo de países.

Por exemplo, o Brasil é considerado país em desenvolvimento, mas é tratado como “país de maior desenvolvimento econômico relativo”.

As expressões “maior ...” ou “menor desenvolvimento relativo” são sempre usadas na comparação com outros dentro de um bloco ou de um acordo econômico.)

Preferência tarifária é redução tarifária. E margem de preferência é percentual de redução.

Olhe a questão que caiu em AFRF/2000: (AFRF/2000) Considerando que uma importação brasileira oriunda de países-membros da ALADI – Associação Latino-Americana de Integração, e não membro do MERCOSUL, goza de uma margem de preferência de 30%(trinta por cento) sobre a alíquota da TEC – Tarifa Externa Comum de 10%(dez por cento), o imposto resultante alcançará o percentual de: a) 10% b) 7% c) 40% d) 20% e) 3% Veja bem: se falou em “uma margem de preferência de 30% sobre a alíquota .... de 10%”, a resposta é direta: em vez de se cobrar a alíquota cheia de 10%, dá-se um desconto de 30%, ou seja, será cobrada uma alíquota de 7% (=10% - 30%x10%). Letra B.

Os acordos de alcance parcial são permissões para que os países da ALADI criassem “sub-blocos” dentro do blocão da ALADI.

E tudo o que fosse combinado nestes “sub-blocos”, ou seja, nos acordos de alcance parcial, só valeria dentro deles. Dois exemplos de acordos parciais são o Mercosul e o Pacto Andino.

Os países do Mercosul, por exemplo, eliminaram as barreiras no comércio recíproco, não havendo tributação sobre as mercadorias importadas dos parceiros comerciais. Mas isto só vale para as importações de países do bloco. Por isso, o Brasil não cobra nada de imposto de importação sobre os produtos argentinos, mas o cobra se vier do Chile, da Colômbia ou de qualquer país da ALADI.

Registrando: não cobra nada de produto argentino, cobra (com preferência tarifária) de produto colombiano, cobra a tarifa cheia de produto inglês.

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Somente podem ser criados acordos de alcance parcial envolvendo países da ALADI?

Não. Se pegar o tratado de Montevidéu, vai ver que há permissão de se celebrarem acordos parciais mesmo com países de fora da ALADI. Mas há duas condições:

1) o país de fora deve ser país em desenvolvimento; e

2) todos os benefícios para alguém de fora devem ser estendidos aos países de menor desenvolvimento econômico relativo (Paraguai, Bolívia e Equador).

Pôxa, será que os acordos parciais não atrapalham a integração da ALADI como um todo, já que podem ser criadas “panelinhas”?

A lógica, quando criaram a ALADI, foi permitir que os países criassem sim as “panelinhas”. A outra alternativa seria proibir “panelinhas”, mas aí seria muito mais difícil qualquer concessão de benefício, pois se algum país quisesse dar um benefício para a coitada da Bolívia, teria que estender também para o Brasil, Argentina e todos os demais. A verdadeira justiça é tratar diferentemente quem é diferente. É justo permitir tratamentos diferenciados para alguns países. É melhor que se reduzam barreiras dentro de “panelinhas” do que não se reduzir nada.

E foi justamente por proibir as “panelinhas” que a antecessora da ALADI, a ALALC, naufragou...

Os acordos parciais, entretanto, devem obrigatoriamente prever a entrada de novos membros. É o que diz o tratado de Montevidéu.

E o que é um acordo de alcance regional?

Essa é mole. São acordos que envolvem todos os países da região, ou seja, da ALADI.

Vamos resolver algumas questões

(AFRF/2002-1) A Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) foi criada em 1980 com o objetivo de estabelecer, em forma gradual e progressiva, um mercado comum latino-americano com base em: a) Acordos de cooperação setorial. b) Uma união aduaneira. c) Uma união econômica. d) Área de livre comércio. e) Uma área de preferências econômicas.

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Resp.: Às vezes a gente tem que traduzir a pergunta da ESAF. A pergunta é: “Qual o instrumento criado para se atingir o mercado comum latino-americano?” A resposta é a letra E. Será estabelecido um mercado comum começando pela área de preferências econômicas (Para falar a verdade, a questão não está boa, não, pois preferência econômica é redução econômica! Na ALADI fala-se em preferência tarifária e não em preferência econômica. Mas por falta de uma melhor...). Guarde isso: A ALADI atualmente é apenas uma área de preferências tarifárias ou zona preferencial. (AFRF/2002-2) A Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) foi estabelecida em 1980, sucedendo à Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC). Ao longo de pouco mais de duas décadas de funcionamento, a ALADI logrou estabelecer: a) Uma área de preferências tarifárias alcançando a totalidade dos países-membros. b) Uma área de livre comércio que alcança apenas o comércio de bens e da qual participam todos os países-membros. c) Uma união aduaneira da qual participam todos os países-membros, exceto Cuba. d) Um mercado comum com várias disciplinas ainda por serem aperfeiçoadas, do qual tomam parte apenas os países que integram iniciativas sub-regionais de integração, a exemplo do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e) Uma união econômica que envolve apenas os países de maior desenvolvimento relativo pertencentes à Associação.

Resp.: Olha o português! Não o vascaíno nem o torcedor da Lusa paulista, mas a língua portuguesa. “Logrou estabelecer” é sinônimo de “conseguiu estabelecer”. A ALADI conseguiu chegar a que configuração? Uma zona preferencial. A resposta é a letra A. Mas não se esqueça: a redução tarifária atinge a todos os membros, mas de forma distinta. Os mais fracos ganham maiores “descontos”.

Resuminho:

Estágios de integração

Área de Livre comércio (ALC) – circulação livre de bens e serviços

União Aduaneira (UA) = ALC + política comercial comum em relação a terceiros países (existência de TEC)

Mercado Comum (MC) = UA + Livre movimentação de mão-de-obra e capital

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União Econômica = MC + Harmonização de políticas econômicas

Integração Econômica Total = MC + Equalização de políticas econômicas E sociais

Blocos

ALALC – Nasceu em 1960 e morreu em 1980. O objetivo era Área de Livre Comércio. Não conseguiu atingi-lo. Foi substituída pela ALADI.

ALADI – Criada em 1980. Objetivo é Mercado Comum. Está apenas como Zona Preferencial. Principais características: Preferências Tarifárias Regionais e Acordos de Alcance Parcial.

União Européia – Criada em 1992 pelo Tratado de Maastricht. O objetivo já foi atingido apesar de a moeda única ser usada por apenas uma parte dos países: Integração Econômica Total.

Um abraço.

Rodrigo Luz