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CAROLINA PEREIRA DE MAURO COMPRIMIDOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA São Paulo 2007

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CAROLINA PEREIRA DE MAURO

COMPRIMIDOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA

São Paulo

2007

CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

CAROLINA PEREIRA DE MAURO

COMPRIMIDOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA

Trabalho apresentado à disciplina de

Trabalho de Conclusão de Curso do

Curso de Farmácia/FMU sob

orientação da Professora Especialista

Sheila Rodrigues.

São Paulo

2007

CAROLINA PEREIRA DE MAURO

COMPRIMIDOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA Trabalho apresentado à disciplina

Trabalho de Conclusão de Curso,

do Curso de Farmácia da FMU,

sob orientação do Profa.

Especialista Sheila Rodrigues.

Aprovado pela banca examinadora

constituída pelos professores:

__________________________________________________________ Profa. Especialista Sheila Rodrigues.

FMU - orientador

__________________________________________________________ Profo. Mestre Marco Aurélio Lamolha.

FMU

__________________________________________________________ Profa. Especialista Jaqueline Suriane Florêncio

FMU

Agradecimentos

À Profa Sheila Rodrigues, pela atenção, orientação, colaboração, incentivo,

paciência e amizade.

À minha amiga Suzane Mantovanello Ferreira, pela amizade, risadas, paciência,

atenção, e companheirismo.

Ao Tiago, Bruna, Aline e Jacqueline, pela amizade e carinho.

Aos meus pais e familiares, pelo incentivo e apoio.

Às minhas amigas Julia e Maria Fernanda que me apoiam desde sempre.

“A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente”.

Soren Kierkergaard

Resumo Os comprimidos de liberação controlada são formas farmacêuticas que não

liberam imediatamente todo o fármaco, fazendo-o de forma gradual e contínua em

diferentes tempos e locais. Representa uma das fronteiras da ciência, a qual envolve

diferentes aspectos multidisciplinares e pode contribuir muito para o avanço da saúde humana. Os sistemas de liberação controlada oferecem inúmeras vantagens

e desvantagens quando comparados a outros de dosagem convencional. As

formulações desses sistemas são classificadas em sistemas matriciais, onde o

fármaco está incluído em um sistema de substâncias que funcionam como

modulares de liberação, este pode ser classificado em matrizes hidrofílicas,

lipofílicas e inertes; sistema reservatório, onde o fármaco é recoberto por uma

membrana que regula a taxa de liberação e, sistema de bomba osmótica, onde o

fármaco é revestido por uma membrana semipermeável contendo um pequeno

orifício que permite a entrada de água. Para a obtenção de todos os sistemas são

utilizados polímeros derivados da celulose, polímeros acrílicos e metacrílicos e

polímeros vilínicos.

Palavras-chaves: liberação controlada, sistemas matriciais, polímeros.

Lista de figuras

Figura 1: Perfis plasmáticos em diferentes condições de administração. ................13

Figura 2: Curvas hipotéticas de nível-tempo do fármaco no sangue, para uma forma

farmacêutica sólida e convencional e um produto com liberação controlada............16

Figura 3: Representação esquemática do sistema reservatório...............................25

Figura 4: Esquema de um sistema de liberação por bomba osmótica .....................26

Figura 5: Representação esquemática do sistema matricial ....................................27

Figura 6: Alterações observadas nos sistemas matriciais hidrofílicos que

intumescem e sofrem erosão ....................................................................................29

Figura 7: Representação de uma matriz “verdadeira” de gel....................................30

Figura 8: Representação de uma matriz “viscolizada”..............................................30

Figura 9: Etapas de liberação dos fármacos em sistemas matriciais inertes ...........33

Figura 10: Fórmula estrutural da celulose ................................................................35

Figura 11: Representação esquemática da fórmula estrutural geral dos polímeros do

ácido metacrílico .......................................................................................................38

Figura 12: Estrutura da polivinilpirrolidona................................................................40

Figura 13: Estrutura do PEG ....................................................................................40

Lista de tabela

Quadro 1: Vantagens do sistema de liberação de fármacos com velocidade

controlada com relação às formas farmacêuticas convencionais..............................17

Quadro 2: Características de fármacos que tornam inadequados para serem

incluídos em formas de liberação controlada ............................................................19

Quadro 3: Adjuvantes adequados para formas farmacêuticas de liberação

modificada, categorizados como inertes, lipídicos ou hidrofílicos .............................24

Quadro 4: Comparação de diferentes tipos de matriz hidrocolóide ........................31

Quadro 5: Principais polímeros derivados da celulose...........................................35

Quadro 6: Características dos principais tipos de Eudragit® comercializados.......39

Sumário INTRODUÇÃO ..........................................................................................................11

1. LIBERAÇÃO CONTROLADA...............................................................................12

2. SISTEMAS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA .....................................................13

2.1 LIBERAÇÃO CONVENCIONAL OU CLÁSSICA .................................................14

2.2 LIBERAÇÃO SUSTENTADA...............................................................................14

2.3 LIBERAÇÃO RETARDADA.................................................................................14

2.4 LIBERAÇÃO REPETIDA.....................................................................................15

2.5 LIBERAÇÃO PROLONGADA..............................................................................15

3. VANTAGENS........................................................................................................16

4. DESVANTAGENS ................................................................................................18

4.1 FATORES FISIOLÓGICOS VARIÁVEIS.............................................................18

4.2 ALOJAMENTO EM LUGARES INADEQUADOS ................................................18

4.3 TIPOS DE FÁRMACOS ADEQUADOS PARA O SISTEMA DE LIBERAÇÃO

CONTROLADA .........................................................................................................18

4.4 SUPERDOSAGEM..............................................................................................19

4.5 CUSTOS .............................................................................................................19

5. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FFLC EM RELAÇÃO ÀS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO FÁRMACO..........................................................................20

5.1 SOLUBILIDADE ..................................................................................................20

5.2 COEFICIENTE DE PARTIÇÃO ÁGUA/ÓLEO.....................................................20

5.3 GRAU DE IONIZAÇÃO - PKA.............................................................................21

5.4 ESTABILIDADE...................................................................................................21

6. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FFLC EM RELAÇÃO ÀS PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS.............................................................................................22

7. MÉTODOS DE FORMULAÇÕES .........................................................................23

7.1 COMPONENTES PRINCIPAIS DE UM SISTEMA DE LIBERAÇÃO

CONTROLADA .........................................................................................................23

7.2 SISTEMA RESERVATÓRIO ...............................................................................24

7.3 SISTEMA DE BOMBA OSMÓTICA.....................................................................25

7.4 SISTEMA MATRICIAL.........................................................................................26

7.4.1 Matrizes hidrofílicas .......................................................................................27

7.4.1.1 Princípio do delineamento .............................................................................28

7.4.1.2 Mecanismo de liberação de fármaco.............................................................28

7.4.1.3 Tipos de matrizes hidrofílicas ........................................................................30

7.4.1.3.1 Géis verdadeiros ........................................................................................30

7.4.1.3.2 Matrizes viscosas .......................................................................................30

7.4.1.4 Vantagens dos sistemas matriciais hidrofílicos .............................................31

7.4.1.5 Desvantagens dos sistemas matriciais hidrofílicos .......................................31

7.4.2 Sistemas matriciais lipofílicos...........................................................................32

7.4.2.1 Princípio do delineamento .............................................................................32

7.4.3 Sistemas matriciais inertes...............................................................................32

8. POLÍMEROS UTILIZADOS NA PREPARAÇÃO DE FORMAS FARMACÊUTICAS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA.............................................................................34

8.1 POLÍMEROS DERIVADOS DA CELULOSE ......................................................35

8.1.1 Metilcelulose ...................................................................................................36

8.1.2 Etilcelulose (EC) .............................................................................................36

8.1.3 Hidroxiproprilmetilcelulose (HPMC) .............................................................36

8.1.4 Hidroxipropilcelulose (HPC) ..........................................................................37

8.1.5 Carboximetilcelulose sódica (CMC-Na)........................................................37

8.2 POLÍMEROS ACRÍLICOS E METACRÍLICOS...................................................37

8.3 POLÍMEROS DERIVADOS VILÍNICOS..............................................................39

8.3.1 Polivinilpirrolidona (PVP) ..............................................................................39

8.4 OUTROS POLÍMEROS.......................................................................................40

8.4.1 Polietilenoglicol (PEG) ...................................................................................40

CONCLUSÃO............................................................................................................41

REFERÊNCIAS.........................................................................................................42

11

Introdução

Atualmente, a qualidade de um medicamento não consiste apenas no

cumprimento de especificações quanto à quantidade e pureza dos fármacos, mas

sim o fato de que estes permaneçam estáveis na forma farmacêutica, desde a

produção até a sua administração (OJOE, 2003).

Um tratamento medicamentoso ideal é aquele que confere a segurança e

eficácia com a minimização dos efeitos adversos e obtenção do efeito terapêutico

esperado após a sua correta administração (ANSEL et al., 2007; NIES, 2000).

Com um mercado consumidor cada vez mais exigente quanto à qualidade do

medicamento, a reformulação de medicamentos existentes e a implantação de

novos sistemas de liberação na tecnologia farmacêutica, englobam a qualidade e

desempenho das formas farmacêuticas (FALCARE, 2006).

Algumas formas farmacêuticas sólidas são destinadas à pronta liberação do

fármaco, no entanto outras são formuladas para uma liberação lenta e gradual,

controlando a velocidade de absorção durante um determinado período de tempo

(ANSEL et al., 2007; LORDI, 2001).

A principal proposta desses sistemas é aumentar a segurança do produto

farmacêutico e estender a sua ação farmacológica (FALCARE, 2006).

Esses comprimidos caracterizam-se por diminuir a liberação do fármaco

quando incorporados em polímeros, que promovem a lenta dissolução do fármaco

através do intumescimento ou erosão da camada externa do fármaco (LOPES,

COSTA, LOBO, 2000).

Desta forma este trabalho tem como objetivo rever e descrever as principais

vantagens, desvantagens e formas de obtenção de comprimidos de liberação

controlada.

12

1. Liberação controlada

A extensão e velocidade com as quais um fármaco é absorvido podem ser

alteradas por diversos fatores fisiológicos e físico-químicos relacionados ao próprio

fármaco. A biodisponibilidade também pode ser influenciada devido a fatores ligados

a formulação e a forma farmacêutica. Portanto, cada vez mais estão sendo

projetadas formas farmacêuticas para modular a liberação e absorção de fármacos

(BAEZA, 1995; COLLETT; MORETON, 2005).

As formas farmacêuticas de liberação convencional, como cápsulas e

comprimidos, estão sendo substituídas por sistemas de liberação controlada, ou

seja, quando se deseja obter uma resposta farmacológica constante e evitar

ocorrências de picos e vales no perfil da curva de concentração do fármaco na

corrente sanguínea (OJOE, 2003; RODRIGUES, SILVA, 2005).

No início da década de 50 as preparações farmacêuticas com propriedades

de liberação controlada foram introduzidas com o propósito de manter níveis

constantes da concentração do fármaco no plasma em função do tempo após a sua

administração. Uns dos primeiros produtos disponível no mercado com o sistema de

liberação controlada foi o Dexemedrine Spansule®, fabricado pela Smith Kline &

French (ANSEL et al., 2007; COLLETT; MORETON, 2005; LORDI, 2001).

Segundo a farmacopéia dos Estados Unidos XXV (The United States

Pharmacopeia), os sistemas de liberação controlada são aqueles que possuem

características de liberação da droga em relação ao tempo e/ou localização, para

atingir um objetivo terapêutico que não é possível obter com formas convencionais e

reconhece apenas dois tipos a liberação estendida e a liberação retardada. Outras

literaturas apresentam classificações adicionais como: liberação sustentada,

liberação prolongada e liberação repetida.

13

2. Sistemas de liberação controlada

Para se referir a tecnologia utilizada para levar o medicamento a um local

determinado do organismo, onde o princípio ativo deve ser liberado e absorvido,

utiliza-se uma variedade de expressões para descrever esses sistemas, como

liberação retardada, repetida, prolongada, sustentada, controlada e modificada

(ANSEL et al., 2007; COLLETT; MORETON, 2005).

Perfis de Liberação “in vivo”

1

2

3

4

5

Figura 1: Perfis plasmáticos em diferentes condições de administração (VEIGA,

1988).

1- Liberação convencional

2- Liberação sustentada

3- Liberação retardada

4- Liberação repetida

5- Liberação prolongada

14

2.1 Liberação convencional ou clássica

guais e bucais (ANSEL et al., 2007; COLLETT;

ORETON, 2005; VEIGA, 1988).

.2 Liberação sustentada

do

rmaco, por um tempo estendido (COLLETT; MORETON, 2005; LORDI, 2001).

.3 Liberação retardada

inistração e a detecção do fármaco na corrente

verniz, acetoftalato de celulose,

ntre outros (ANSEL et al., 2007; SOARES, 1992).

Destina-se a liberar o fármaco, de modo que seja absorvido completamente e

com rapidez pelo organismo, caracterizado pela formação de um pico plasmático.

São representados pelos comprimidos mais comuns, como os desintegráveis,

mastigáveis, efervescentes, sublin

M

2

Sistemas de liberação sustentada caracterizam-se por manter constante a

concentração plasmática do fármaco por um período, geralmente, de 8 a 12 horas,

intervalo de tempo maior que a forma convencional. Há uma prévia liberação de

fármaco, suficiente para disponibilizar a dose terapêutica logo após a administração

e subseqüente a sustentação do efeito, através da liberação gradual e contínua

2

As formas de liberação retardada prolongam o período de latência, ou seja, o

intervalo de tempo entre a adm

sanguínea (MARANHO, 2000).

Dentre os objetivos da liberação retardada estão: (1) proteger a mucosa

gástrica da ação irritante do fármaco; (2) proteger o fármaco da destruição pelo suco

gástrico; (3) proteger fármacos melhor absorvidos em regiões definidas do intestino.

Essas formas, que podem ser comprimidos ou cápsulas, geralmente, apresentam

revestimentos gastro-resistentes, ou seja, revestimentos que permitem a passagem

intacta do fármaco pelo estomago, portanto são denominadas de cápsulas ou

comprimidos de “revestimento entérico”. O revestimento é formado por um material

cujo pH é dependente como ácidos graxos, ceras,

e

15

2.4 Liberação repetida

SEL et

l., 2007; COLLETT; MORETON, 2005; MARANHO, 2000; OJOE, 2003).

.5 Liberação prolongada

SEL et al., 2007;

OLLETT; MORETON, 2005; MARANHO, 2000; VEIGA, 1988).

Inicialmente nas formas de ação repetida, ocorre a liberação de uma dose

individual logo após a sua administração, que se apresenta na camada mais externa

do comprimido, e uma segunda ou terceira doses liberadas de 4 a 6 horas após a

ingestão. Essas formas possibilitam a manutenção do efeito terapêutico por um

maior período de tempo em relação a forma convencional, substituindo uma nova

administração do fármaco. Essas formulações são adequadas para fármacos que

atuam em doses baixas, cuja absorção é regular e a excreção é rápida (AN

a

2

No sistema de liberação prolongada, são disponibilizadas duas doses do

fármaco, a primeira, chamada de dose inicial de liberação imediata, necessária para

produzir o efeito farmacológico desejado sem causar danos ao organismo. A

segunda, chamada dose de manutenção, é liberada de modo gradual, com a

finalidade de prolongar a extensão da resposta farmacológica (AN

C

16

3. Vantagens

Os sistemas de liberação controlada requerem uma administração menos

freqüente do medicamento que as formas convencionais, portanto pacientes que

precisam ingerir uma ou duas unidades de dose por dia tem menos chances de

esquecer uma dose do que quando tomam a medicação três ou quatro vezes ao dia.

Além disso, proporcionam uma cobertura durante todo o dia (terapia continuada) e

diminuem a necessidade do paciente interromper o sono durante a madrugada,

quando as concentrações do fármaco no plasma começam a reduzir, para tomar

uma dose do medicamento e ainda, pode diminuir o custo diário para o usuário

devido a menor freqüência de administrações (ANSEL et al., 2007).

Concentração do fárm

aco no sangue

Figura 2: Curvas hipotéticas de nível-tempo do fármaco no sangue, para uma forma

farmacêutica sólida convencional e um produto com liberação controlada (ANSEL et

al., 2007).

Outra vantagem da forma farmacêutica de liberação controlada é de se

administrar um quantidade menor de fármaco para produzir o mesmo efeito

terapêutico que numa forma farmacêutica convencional de maior dose. Também

evita oscilações do fármaco na corrente sanguínea, chamados de “picos e vales”

onde se elimina as concentrações tóxicas e sub-terapêuticas, controlando a

velocidade de liberação do fármaco (ANSEL et al., 2007; LORDI, 2001; OJOE,

2003).

Estas formas farmacêuticas também possuem boa margem de segurança

com que o efeito é alcançado no paciente em relação às formas farmacêuticas

comuns. Ainda, reduzem a gravidade e aparecimento dos efeitos adversos

17

gastrintestinais produzidos pelos fármacos irritantes administrados nas formas

tradicionais, como por exemplo, cloreto de potássio (ANSEL et al., 2007; BAUER et

al., 1998; COLLETT; MORETON, 2005).

Possui a possibilidade de separar fisicamente os componentes incompatíveis

da formulação, pode melhorar a estabilidade de alguns fármacos e proteger o

princípio ativo dos fluidos digestivos através da formação de uma camada protetora

(OJOE, 2003).

Quadro 1: Vantagens do sistema de liberação de fármacos com velocidade

controlada com relação às formas farmacêuticas convencionais

Vantagens Explicações

Redução das

flutuações da

concentração do

fármaco

Controlando-se a velocidade de liberação do fármaco, os “picos e depressões”

das concentrações sanguíneas ou séricas do fármaco são eliminados.

Redução na

freqüência da dose

Maior conveniência e

cooperação do

paciente

Os produtos com velocidade controlada liberam mais que uma única dose de

medicação e assim, são ingeridos com menos freqüência.

Com a menor freqüência de administração de doses, o paciente tem menos

probabilidade de esquecer uma dose. Há também maior conveniência para o

paciente com medicação diurna e noturna, e no controle da doença crônica.

Redução dos efeitos

colaterais

Como raramente ocorrem picos de concentração do fármaco no sangue

superior à variação terapêutica do medicamento, e também na variação tóxica,

os efeitos colaterais são verificados com menos freqüência.

Redução de custos de

atendimento de

saúde, isto é,

economia

Embora o custo inicial do sistema de liberação de fármacos com velocidade

controlada seja mais elevado que o das formas farmacêuticas convencionais, o

custo médio do tratamento em períodos prolongados pode ser bem menor.

Com a menor freqüência das doses, o benefício terapêutico ampliado e os

efeitos colaterais reduzidos, o tempo dispensado pelos profissionais de saúde

no atendimento, administração e monitorização dos pacientes fica reduzido.

Fonte: ANSEL et al., 2007.

18

4. Desvantagens

4.1 Fatores Fisiológicos variáveis

Os fatores fisiológicos variáveis como pH gastrointestinal, atividades

enzimáticas, velocidade do trânsito gástrico e intestinal e a gravidade da doença,

podem influenciar a biodisponibilidade do fármaco, portanto, o alcance e

manutenção da ação prolongada dependem do controle desses fatores (COLLETT;

MORETON, 2005; LANGER; WISE, 1984).

4.2 Alojamento em lugares inadequados

Os fármacos de liberação controlada tendem a permanecerem intactos,

podendo ficar alojados ao longo do trato gastrintestinal. Caso isso ocorra, uma

irritação da mucosa pode aparecer devido a uma alta concentração de fármaco

naquela região. Os produtos que são formulados para desintegrar-se no trato

gastrintestinal são menos sujeitos a causarem esse problema (ANSEL et al., 2007;

COLLETT; MORETON, 2005; LANGER; WISE, 1984).

4.3 Tipos de fármacos adequados para o sistema de liberação controlada

Existem restrições para a fabricação de alguns tipos de medicamentos em

formulações de liberação controlada, por exemplo, fármacos com meia-vida de uma

hora ou menos, pois a alta velocidade de eliminação faz com que a dose para se

garantir 8 a 12 horas seja extremamente grande e com uma dose grande o tamanho

físico da forma farmacêutica seria de difícil deglutição. Outra restrição são

medicamentos que possuem regiões específicas de absorção no sistema

gastrintestinal (COLLETT; MORETON, 2005; LORDI, 2001).

Portanto, são bons candidatos para possuírem o sistema de liberação

controlada, fármacos que possui meia-vida de 4 a 6 horas e que são bem absorvidos

em todas as regiões do trato gastrintestinal (OJOE, 2003).

19

Quadro 2: Características de fármacos que tornam inadequados para serem

incluídos em formas de liberação controlada

Características Farmácos

Não ser absorvido eficazmente no intestino Riboflavina, sais ferrosos

Absorvido e excretado rapidamente. Meia-vida

biológica reduzida (< 1h) Penicilina G, furosemida

Meia-vida biológica prolongada (> 12hs) Diazepam, fenitoína

Doses necessárias elevadas (> 1g) Sulfonamidas

Ação acumulada e efeitos colaterais indesejados;

fármacos com baixo índice terapêutico Fenobarbital, digitoxina

Dosagem precisa para cada doente Anticoagulantes, cardioglicosídeos

Fonte: LORDI, 2001.

4.4 Superdosagem

Os fármacos de liberação controlada possuem uma quantidade maior do

fármaco em comparação à dose administrada na forma convencional. Se o

medicamento não for produzido de maneira segura e correta, existe a possibilidade

que o fármaco contido nele seja liberado de uma só vez (dose dumping) ou em um

intervalo curto de tempo, levando assim a superdosagem. Devido a esse risco,

fármacos muitos potentes não são indicados para esse tipo de forma farmacêutica

(BAUER et al., 1998; LORDI, 2001).

4.5 Custos

Essas formulações custam mais por dose unitária em relação às formas

convencionais contendo o mesmo fármaco devido ao tipo de matéria-prima utilizada

para o seu desenvolvimento, por outro lado a redução das doses diárias poderá

reduzir os gastos em tratamentos longos (COLLETT; MORETON, 2005; OJOE,

2003).

20

5. Propriedades físico-químicas dos comprimidos de liberação controlada

As propriedades físico-químicas do fármaco e dos excipientes condicionam a

velocidade de liberação dos fármacos a partir das formas farmacêuticas e o seu

transporte através das membranas fisiológicas, portanto uma ótima administração da

substância ativa no local de ação depende das variáveis da formulação e das

biológicas (LORDI, 2001).

As propriedades físico-químicas, como a solubilidade, estabilidade, o pKa,

coeficiente de partição (permeabilidade) e o tipo de sal, podem influenciar na

escolha da forma farmacêutica, na resposta farmacêutica e devem ser consideradas

para o sucesso do sistema de liberação do fármaco (COLLETT; MORETON, 2005).

5.1 Solubilidade

Para que um fármaco possa ser incorporado a uma forma farmacêutica de

liberação controlada, não deve apresentar valores extremos de solubilidade em

água. ERIKSEN (1970 apud ZARONI, 2006, p. 20) indica que os fármacos de

solubilidades extremas, seja muito fraca ou elevada, são maus candidatos a esse

tipo de sistema farmacêutico.

No entanto, a solubilidade de um fármaco pode ser modificada, como fizeram

VENTOURAS e BURI (1978 apud ZARONI, 2006, p. 22) e RUTZ-COUDRAY et al.

(1979 apud ZARONI, 2006, p. 22), utilizando alguns artifícios técnicos, viabilizando a

utilização de fármacos com variadas solubilidades nas formas farmacêuticas de

liberação controlada.

5.2 Coeficiente de partição água/óleo

O coeficiente de partição água/óleo de um fármaco revela a sua afinidade

pelos meios lipídicos, influenciando na sua absorção, distribuição e eliminação.

Quanto menor for o tempo de penetração e travessia das membranas, maior

atividade do fármaco. Os fármacos com valores do coeficiente de partição extremos,

alto ou baixo, não são adequados para as formas farmacêuticas de liberação

controlada (ANSEL et al., 2007; LONGER; ROBINSON, 1995; VEIGA, 1988).

21

5.3 Grau de ionização - pKa

O pKa é o parâmetro que indica o grau de ionização de uma substância e

está diretamente ligado ao pH do meio em que esta se encontra. Sabe-se que a

fração não ionizada é a mais facilmente absorvida e que uma vez conhecido o valor

do pKa de um fármaco é possível prever a sua absorção (VEIGA, 1988; ZARONI,

2006).

5.4 Estabilidade

A estabilidade do fármaco nos fluidos biológicos e aos diferentes pHs do trato

intestinal, enzimas e a flora microbiana normal é essencial para garantir a absorção

das quantidades corretas, caso haja problemas um revestimento especial pode ser

implantado (NIES, 2000; NÖEL, 2004).

É necessário que o princípio ativo não reaja com os excipientes da forma

farmacêutica, ou seja, deve haver compatibilidade entre ambos (COLLETT;

MORETON, 2005).

22

6. Propriedades farmacocinéticas dos comprimidos de liberação controlada

As propriedades farmacocinéticas quantificam a absorção, a sua distribuição,

metabolização e excreção de um fármaco, usando estas informações para prever os

efeitos e alterações da dose, regime posológico, via de administração e estado

fisiológico do fármaco (CABRAL, 2004; ZARONI, 2006).

Os fármacos que são absorvidos em locais específicos do trato intestinal não

devem ser implantados e administrados em uma forma farmacêutica de liberação

controlada, pois grande parte destes são liberados em regiões onde não há

absorção, resultando num processo de absorção não confiável. O correto é que o

fármaco seja absorvido ao longo do trato gastrintestinal, de uma maneira uniforme,

para que a duração da resposta farmacológica seja estendida (LOPES, COSTA,

LOBO, 2000).

O tempo de meia-vida biológica é outro fator importante em relação ao

fármaco, o ideal é que não seja nem muito curta e nem longa (OJOE, 2003).

No caso de fármacos com meia-vida inferior a duas horas há necessidade de

aumentar a sua concentração na formulação para garantir os níveis plasmáticos

desejados, porém qualquer falha no sistema de liberação poderá liberar quantidades

excessivas do fármaco no organismo de forma tóxica e fatal. Por outro lado para

fármacos de meia-vida longa, maior do que dez horas, não há necessidade da

implantação de um sistema de liberação controlada, pois a meia-vida do fármaco já

se encontra elevada, a não ser que se faça um planejamento para que seja

administrada uma única dose e os níveis plasmáticos sejam mantidos (NÖEL, 2004;

OJOE, 2003).

23

7. Métodos de formulações

As formulações de sistemas de liberação controlada podem ser classificadas

como: (1) sistema reservatório, (2) sistema de bomba osmótica e (3) sistema

matricial; ou classificados como: (1) hidrofílicas, (2) lipofílicos e (3) inertes,

dependendo dos adjuvantes farmacêuticos utilizados.

Um princípio básico governa os sistemas citados acima. Em uma solução, a difusão de fármaco ocorre de uma região de alta

concentração para uma de baixa. Essa diferença de concentração é a força

motriz para a difusão de fármaco para fora do sistema. A água difunde para

o interior do sistema de forma análoga. Existe uma abundância de água no

meio circundante, e o sistema deve permitir a entrada dela. O interior do

sistema, normalmente, possui no início um conteúdo de água. (COLLETT;

MORETON, 2005, p. 305).

7.1 Componentes principais de um sistema de liberação controlada

• Fármaco

• Agentes controladores da liberação

• Modificadores de matriz ou membrana

• Solubilizantes, modificadores de pH e densidade (se necessário)

• Lubrificantes e promotores de fluxo

• Revestimentos complementares

Esses tipos de componentes são geralmente iguais para todas as

formulações de formas farmacêuticas orais de liberação controlada,

independentemente de fabricantes. As diferenças consistem nos adjuvantes (Tabela

3), técnicas de fabricação e função farmacológica (COLLETT; MORETON, 2005).

24

Quadro 3: Adjuvantes adequados para formas farmacêuticas de liberação

modificada, categorizados como inertes, lipídicos ou hidrofílicos.

Adjuvantes inertes

Fosfato dibásico de cálcio

Etilcelulose

Copolímeros de metacrilato

Poliamida

Polietileno

Acetato de polivinila

Adjuvantes lipídicos

Cera de carnaúba

Álcool cetílico

Óleos vegetais hidrogenados

Ceras microcristalinas

Mono e triglicerídeos

Monoestearato de PEG

PEG

Adjuvantes hidrofílicos

Alginatos

Carbopol

Gelatina

Hidroxipropilcelulose

Hidroxipropilmetilcelulose

Metilcelulose Fonte: COLLETT; MORETON, 2005.

7.2 Sistema reservatório

Neste tipo de sistema o fármaco é recoberto por uma membrana polimérica

que regula a taxa de liberação do fármaco para o exterior, de forma que uma parte

do fármaco pode ser incorporada na camada de revestimento para possibilitar a

liberação de uma primeira dose (ANSEL et al., 2007; CHIEN, 1992).

O fármaco também pode ser incorporado em pequenas unidades esféricas ou

na forma de grânulos que serão revestidos por uma membrana polimérica. Essas

unidades podem ser comprimidas ou acondicionadas em cápsulas possibilitando um

ajuste fácil das doses. A quantidade de fármaco liberada depende da solubilidade,

área, espessura e porosidade da membrana (ANSEL et al., 2007; COLLETT;

MORETON, 2005).

25

No sistema reservatório, o revestimento deve ser insolúvel nos fluidos

gástricos, ser permeável à água e o fármaco ser resistente para possibilitar e facilitar

a expansão do núcleo. Os materiais mais utilizados para a composição do

revestimento são polímeros plásticos insolúveis, agentes modificadores de filme,

plastificantes e corantes (MARANHO, 2000; RODRIGUES; SILVA, 2005).

Os polímeros insolúveis podem ser de origem natural, derivados de celulose

(metil ou etilcelulose, hidroxipropilcelulose), copolímeros do ácido metacrílico

(Eudragit®) e álcool polivinílico, entre outros (MARANHO, 2000).

Os agentes modificadores de filme, representados pela lactose,

trietanolamina, polivinilpirrolidona, polietilenoglicois sólidos e citrato de magnésio,

removem a película de revestimento na presença de fluidos biológicos, por

dissolução ou digestão e agem também aumentando a porosidade da membrana

(OJOE, 2003).

Os plastificantes dão maior flexibilidade ao revestimento e garantem uma

camada mais lisa e uniforme, como o citrato de trietila, triacetina e derivados da

celulose de baixa viscosidade (COLLETT; MORETON, 2005; MARANHO, 2000).

Figura 3: Representação esquemática do sistema reservatório. (FIALHO; CUNHA,

2007).

7.3 Sistema de bomba osmótica

O fármaco é revestido por uma membrana semipermeável que contém um

pequeno orifício para a difusão da água, esta água dissolve o fármaco, resultando

numa diferença de pressão osmótica. Com a entrada da água e a dissolução do

fármaco, a pressão osmótica força a saída da solução pelo orifício. Os materiais

utilizados são: álcool polivinílico, acetato de celulose, entre outros (OJOE, 2003).

26

Figura 4: Esquema de um sistema de liberação por bomba osmótica. Adaptado de

THEEUWES et al., 1993.

7.4 Sistema matricial

A utilização de sistemas matriciais constituídos por diversos tipos de

polímeros é uma opção interessante, sendo um dos mais empregados para o

desenvolvimento de uma formulação oral de liberação modificada devido às

vantagens ligadas a estes sistemas: versatilidade, eficácia, baixo custo e produção

que recorre a equipamentos e técnicas convencionais. Além disso, a utilização de

sistemas matriciais permite a incorporação de quantidades relativamente elevadas

de fármacos. Do ponto de vista tecnológico, um sistema matricial pode ser definido

como sistema que controla a liberação da(s) substância(s) ativa(s), molecularmente

dispersa(s) ou dissolvida(s) num suporte resistente à desintegração (polímero ou

agente formador da matriz) (LOPES, COSTA, LOBO, 2005).

Nos sistemas farmacêuticos matriciais o fármaco está incluído num sistema

formado por cadeias de uma ou mais substâncias químicas polimerizadas, que

funcionam como agentes moduladores da liberação. Quando em contato com o

fluido gástrico, o fármaco dissolve-se e difunde-se para o exterior a partir das

camadas superficiais. Esse processo progride para o interior da matriz lentamente,

uma vez que as camadas externas já foram degradadas (LOPES, COSTA, LOBO,

2005; OJOE, 2003).

27

Figura 5: Representação esquemática do sistema matricial (FIALHO; CUNHA,

2007).

Segundo Lordi (2001), os materiais que podem ser utilizados para a

formulação de comprimidos matriciais dividem-se em três grupos:

• Matrizes hidrofílicas

• Matrizes insolúveis em água e erodíveis (matrizes lipofílicas)

• Matrizes insolúveis e inertes

7.4.1 Matrizes hidrofílicas

Em geral, essa matriz compreende uma mistura comprimida de uma fármaco

com um polímero hidrofílico entumescível em água. Os sistemas são capazes de

sofrer entumescimento, seguido da erosão do gel formado e dissolução em meio

aquoso. Com a erosão do gel ocorre a formação de mini-canais, possibilitando que

as moléculas do fármaco nas partes mais internas da matriz sejam solubilizadas e

liberadas (COLLETT; MORETON, 2005; OJOE, 2003).

Os principais agentes formadores das matrizes hidrofílicas (colóides

hidrofílicos) são: hidroxipropilmetilcelulose (HPMC), carboximetilcelulose, alginatos,

goma xantana, combinações de goma xantana e goma de alfarroba e carbopol

(LOPES, COSTA, LOBO, 2005).

28

7.4.1.1 Princípio do delineamento O sistema matricial hidrofílico compreende uma mistura de fármaco, colóide

hidrofílico, modificador de liberação, lubrificante e/ou deslizante. Em contato com a

água, os componentes intumescem e formam uma camada de matriz hidratada,

onde esta irá controlar a difusão de água para interior da matriz. A difusão do

fármaco pela camada da matriz hidratada controla a velocidade de liberação

(CABRAL, 2004; LOPES, COSTA, LOBO, 2005; ZARONI, 2006).

7.4.1.2 Mecanismo de liberação de fármaco

A velocidade de liberação do fármaco em comprimidos matriciais constituídos

à base de polímeros hidrofílicos é condicionada por um ou mais dos mecanismos

cinéticos citados abaixo (CABRAL, 2004; LOPES, COSTA, LOBO, 2005):

• Transporte do meio de dissolução para a matriz polimérica;

• Intumescimento do polímero com formação de uma camada de gel;

• Difusão do fármaco através da camada de polímero intumescido;

• Erosão do polímero intumescido.

A etapa de liberação de fármaco através de matrizes hidrofílicas é composta

de diversas fases representadas na Figura 6.

29

Figura 6: Alterações observadas nos sistemas matriciais hidrofílicos que

intumescem e sofrem erosão: 1) matriz no estado seco; 2) início da hidratação e

intumescimento da matriz; 3 e 4) aumento da hidratação e intumescimento da

matriz, diminuição do núcleo seco e início da erosão das cadeias poliméricas; 5)

aumento da erosão das cadeias poliméricas; 6) separação das cadeias poliméricas

com a liberação rápida do fármaco restante. (LOPES, COSTA, LOBO, 2005).

As matrizes hidrofílicas (1), quando entram em contato com o fluido gástrico

ou com meio de dissolução, absorvem a água através dos mini-canais da matriz.

Após a hidratação, ocorre a liberação imediata do fármaco existente na superfície do

comprimido, havendo o intumescimento das cadeias poliméricas, formando-se uma

camada gelatinosa do polímero (estado maleável) à volta do núcleo seco do

comprimido (2). A água continua a penetrar na matriz, mas agora a camada

gelificada vai se formando, e a medida que o núcleo seco fica hidratado, a camada

gelificada vai sofrendo erosão (3 e 4). Quando a penetração da camada gelificada

atinge um valor crítico, as cadeias começam a separar, a taxa de hidratação diminui

em relação à taxa erosão (5). Com o aumento da distância das cadeias ocorre a

desintegração total do sistema (6) (LOPES, COSTA, LOBO, 2005).

30

7.4.1.3 Tipos de matrizes hidrofílicas

7.4.1.3.1 Géis verdadeiros

Estes sistemas interagem na presença de água para formação de uma

estrutura polimérica de ligações cruzadas, que são ligações químicas ou físicas

baseadas em pontes de hidrogênio, estas pontes concedem limites ao gel e limitam

a mobilidade da cadeia (COLLETT; MORETON, 2005; SOARES, 1992).

Figura 7: Representação de uma matriz “verdadeira” de gel (COLLETT; MORETON,

2005). 7.4.1.3.2 Matrizes viscosas

Alguns sistemas matriciais formam soluções viscosas, ou seja, na presença

de água forma-se uma matriz na qual a viscosidade aumentada já resulta em um

simples embaraço das cadeias poliméricas, sem que haja a ligação cruzadas. As

cadeias movem-se uma em relação à outra sem limitações de mobilidade e o

fármaco espalha-se de uma forma contínua dentro do sistema (COLLETT;

MORETON, 2005, SOARES, 1992).

Figura 8: Representação de uma matriz “viscolizada” (COLLETT; MORETON,

2005).

31

Quadro 4: Comparação de diferentes tipos de matriz hidrocolóide.

Géis verdadeiros Matrizes viscosas

A via de difusão é pela fase contínua nos

interstícios do gel

A via de difusão ocorre pela fase contínua que

se encontra entre as cadeias poliméricas

adjacentes

As ligações cruzadas são mais ou menos “fixas”

após o gel ter sido formado Não existem ligações cruzadas “fixas”

A viscosidade bruta do gel é derivada da

estrutura das cadeias poliméricas de ligação

cruzada com contribuição da fase contínua

A viscosidade bruta está relacionada ao

embaraço de cadeias poliméricas adjacentes,

que são livres para mover-se no interior da fase

contínua

A viscosidade bruta geralmente não se

correlaciona bem com a difusão

A viscosidade bruta pode correlacionar-se com

a difusão

A difusão no gel correlaciona-se com a

“microviscosidade”

Fonte: COLLETT; MORETON, 2005.

7.4.1.4 Vantagens dos sistemas matriciais hidrofílicos • Representam uma concepção simples;

• As matérias-primas são baratas, em geral;

• Incorporam grande quantidade de fármacos;

• São fáceis de obter por compressão direta, granulação úmida ou compactação

• Permite obter diferentes tipos de perfil de liberação.

(CABRAL, 2004; LOPES, COSTA, LOBO, 2005).

7.4.1.5 Desvantagens dos sistemas matriciais hidrofílicos

• A penetração da água pela matriz e a difusão do fármaco dissolvido pela matriz

hidratada;

• Se caso a camada externa da matriz sofrer erosão, irá afetar o perfil de liberação;

• Requer uniformidade dos lotes fornecidos das substâncias utilizadas para

formação da matriz, de outros componentes e de parâmetro do processo;

• Inversão da ordem da escala de fabricação pode causar problemas;

32

• Exigência de polímeros que controlem a velocidade de liberação ideal para

diferentes fármacos.

(CABRAL, 2004; LOPES, COSTA, LOBO, 2005).

7.4.2 Sistemas matriciais lipofílicos

Neste sistema, o fármaco será disperso em uma matriz fundida ou dissolvida

em solvente orgânico, depois é solidificada por resfriamento, granulada e

comprimida. No caso das matrizes lipofílicas, a biodisponibilidade do fármaco pode

ser modificada pela adição de diluentes como a lactose, substituindo parte do

polímero da formulação (OJOE, 2003).

Os principais constituintes são basicamente a mistura de cera de carnaúba,

álcool estearílico, polietilenoglicol, óleo de rícino hidrogenado, monoestearato de

polietilenoglicol, carboximetilcelulose sódica, hidroxipropilmetilcelulose, metil e

etilcelulose e triglicérides. São materiais insolúveis em água e susceptíveis a erosão.

(ZARONI, 2006).

7.4.2.1 Princípio do delineamento

O sistema matricial lipofílico compreende numa mistura de fármaco, um

formador de matriz de cera, agente formador de canal, solubilizante e/ou deslizante

e um lubrificante. Quando o fármaco é colocado em uma matriz hidrofóbica, esta fica

intacta durante todo o processo de liberação, que depende do meio aquoso para

dissolver o agente formador de canal, o qual sofre o processo de erosão, formando

uma matriz porosa. A substância ativa dissolve-se no meio aquoso e difunde para

fora da matriz pelos capilares (COLLETT; MORETON, 2005).

7.4.3 Sistemas matriciais inertes

Um sistema de matrizes inertes é aquele no qual o fármaco é incorporado em

um polímero inerte, não solúvel nos fluidos gastrintestinais (OJOE, 2003).

São constituídas por polímeros insolúveis, que originam estruturas porosas,

mantendo a mesma superfície ao longo da dissolução. Os comprimidos preparados

com esta matriz não se alteram ao longo do trato gastrintestinal, sendo eliminados

33

intactos. Segundo Doelker Salomon (1980 apud LOPES, COSTA, LOBO, 2005, p.

34), a dissolução do fármaco verifica-se após a entrada do líquido nos poros,

seguindo a etapa de dissolução do fármaco dissolvido nos mini-canais (canalículos).

Figura 9: Etapas de liberação dos fármacos em sistemas matriciais inertes

a)penetração do líquido de dissolução nos poros do sistema matricial

b) difusão lentas pelos canalículos do fármaco dissolvido até o exterior

(SALOMON, 1980).

34

8. Polímeros utilizados na preparação de formas farmacêuticas de liberação controlada

Os polímeros são os excipientes mais utilizados na tecnologia farmacêutica,

devido as suas diversas aplicações nos sistemas de liberação de fármacos. A

escolha depende de vários fatores relacionados às propriedades dos princípios-

ativos, dos polímeros e dos demais excipientes da formulação (ZARONI, 2006).

Segundo Pillai e Panchagnulla (2001 apud OLIVEIRA e LIMA, 2006, p. 30), os

polímeros são uma das classes mais versáteis e tem mudado o cotidiano com

importantes aplicações em diversas áreas como: engenharia e medicina. A junção

dos polímeros com as ciências farmacêuticas levou a um grande avanço para a

inovação no “design” e desenvolvimento de novos sistemas de liberação de

fármacos.

Um sistema de liberação de fármacos por via oral pode ser planejado e

desenvolvido através da modificação das propriedades dos polímeros para formar,

por exemplo, um sistema de liberação controlada (OLIVEIRA; LIMA, 2006).

Em relação às propriedades, dois critérios devem ser levados em conta na

elaboração de uma formulação. As características químicas não devem

comprometer a ação dos princípios ativos e as características físicas devem ser

resistentes e reprodutíveis a cada lote. Para a elaboração de um sistema de

liberação de fármaco outras propriedades devem ser levadas em conta como:

permeabilidade, hidrofilicidade, lubrificação, lisura, adesão e solubilidade (RIOS,

2005).

Os materiais mais comuns, utilizados em sistemas de liberação controlada,

incluem hidroxipropilmetilcelulose (HPMC), etilcelulose (EC), polivinilpirrolidona

(PVP), ésteres poliacrílicos, entre outros (ZHU, 2002).

35

8.1 Polímeros derivados da celulose

Os polímeros celulósicos apresentam uma ampla aplicação na indústria

farmacêutica, pois além da vantagem de serem fáceis para compressão e solúveis

em água ou solventes orgânicos, eles não alteram as condições de liberação do

fármaco. Além de exercerem a ação de formadores de filmes de revestimento,

aglutinantes, espessantes, colóides e suspensores (OJOE, 2003; HANDBOOK...,

1994).

A celulose é definida como um polímero linear, constituído por uma seqüência

de glicoses interligadas pelas ligações glicosídicas, apresentando pontos reativos

representados pelas funções hidroxilas (BAUER et al., 1998).

Figura 10: Fórmula estrutural da celulose. (OLIVEIRA; LIMA, 2006).

Quadro 5: Principais polímeros derivados da celulose

Polímero Substituinte R’ Substituinte R

Metilcelulose H CH3

Hidroxipropilmetilcelulose CH3 CH2CH(OH)CH3

Etilcelulose H CH2CH3

Hidroxipropilcelulose CH2CH(OH)CH3 CH2CH(OH)CH3

Hidroxietilcelulose CH2CH2OH CH2CH2OH

Carboximetilcelulose sódica OCH2CH2OONa OCH2CH2OONa

Fonte: OJOE, 2003.

Os derivados da celulose apresentam uma ampla aplicação na indústria

farmacêutica, como aglutinantes, no revestimento de comprimidos e como

36

moduladores da liberação na preparação de comprimidos de liberação controlada

(LORDI, 2001).

8.1.1 Metilcelulose

Este polímero possui estrutura parecida com a hidroxipropilmetilcelulose

(HPMC), portanto possui propriedades semelhantes ao HPMC. É obtida através da

celulose previamente tratada em meio alcalino com cloreto de metileno e,

posteriormente, com óxido de etileno (LORDI, 2001).

8.1.2 Etilcelulose (EC)

A etilcelulose é um polímero inerte e insolúvel em água. Obtido pela reação

da celulose alcalinizada com cloreto de etila sob elevadas temperaturas e pressão. É

um polímero extensivamente usado como veículo em diversas formulações

farmacêuticas como material de revestimento para grânulos e comprimidos, na

preparação de microcápsulas e microesferas, e como filme e material para formação

de matriz nos sistemas de liberação controlada (OJOE, 2003).

8.1.3 Hidroxiproprilmetilcelulose (HPMC)

A hidroxipropilmetilcelulose é um polímero semi-sintético derivado da

celulose. Há mais de 50 anos é um componente do sistema de matriz hidrofílica da

liberação controlada de fármacos, pois quando em contato com a água o polímero

se hidrata, formando uma camada que funciona como barreira, evitando a entrada

de água para o interior do comprimido. Em comparação aos outros polímeros quanto

a barreira formada, a HPMC apresenta uma barreira mais firme e rígida quanto aos

outros derivados da celulose (MARANHO, 2000).

A sua utilização deve-se também, a outras características, como a natureza

atóxica e não iônica do polímero, assim não apresentando problemas com

compatibilidade, a capacidade de incorporar elevadas quantidades de substâncias

ativas e a possibilidade de fabricação de comprimidos por compressão direta,

apresentando boas características de compressão, sem a necessidade de

granulação (OLIVEIRA; LIMA, 2006).

37

Segundo a USP XXV, dos vários tipos HPMC, os mais utilizados, são os que

apresentam viscosidade elevada para preparar sistemas matriciais de

intumescimento – HPMC 2208, HPMC 2906 e HPMC 2910.

Os diferentes tipos de hidroxipropilmetilcelulose são caracterizados por

variações no grau de substituição dos grupos hidroxipropoxila e metoxila e graus de

polimerização, que são responsáveis pelas propriedades relacionadas à rapidez de

hidratação e viscosidade, respectivamente (OJOE, 2003).

8.1.4 Hidroxipropilcelulose (HPC)

A HPC possui alta solubilidade em meio gastrintestinal, em solventes

orgânicos polares e solúvel em água (temperatura abaixo de 40ºC). Este polímero é

mais adequado para sub-revestimentos e geralmente é utilizado com outros

polímeros para melhorar as suas características (LORDI, 2001).

8.1.5 Carboximetilcelulose sódica (CMC-Na)

É um polímero aniônico facilmente dispersível em água, porém, praticamente

insolúvel na maioria dos solventes orgânicos, como acetona, etanol, éter e tolueno.

Sua obtenção se dá através da reação da celulose sódica com o sal do ácido

monocloroacético. Possui problemas de incompatibilidades com goma xantana,

ácidos fortes, sais de cálcio e outros metais como, alumínio, mercúrio e zinco

(MARANHO, 2000).

8.2 Polímeros acrílicos e metacrílicos

Os polímeros derivados do ácido metacrílico, ou polimetacrilatos são

representados, quimicamente, pela formula descrita na Figura 11.

38

Figura 11: Representação esquemática da fórmula estrutural geral dos polímeros do

ácido metacrílico (OJOE, 2003).

O emprego destes polímeros na área farmacêutica vem sendo difundido

devido as grandes variedades de copolímeros que podem ser obtidos através de

combinações, originando derivados com propriedades bem distintas (FERREIRA,

2006).

Os metacrilatos se diferenciam dos acrilatos pela substituição do hidrogênio

por um grupo metila, esse grupo proporciona estabilidade, dureza e rigidez ao

polímeros. A ausência do grupo metila, que conferem características hidrofóbicas

nos derivados acrílicos, resultam em maior reatividade e hidrofilicidade quando

comparados aos derivados metacrilatos (FERREIRA, 2006; OJOE, 2003).

Os metacrilatos são denominados comercialmente de Eudragit®, tem sido

desenvolvido para serem utilizados em diferentes etapas da obtenção de formas

farmacêuticas, trazendo diversas vantagens: (1) revestimento de todos os tipos de

formulações sólidas convencionais; (2) preparações de pellets; (3) obtenção de

comprimidos de liberação controlada por matrizes (FERREIRA, 2006).

39

Quadro 6: Características dos principais tipos de Eudragit® comercializados

Nome Comercial Tipo Características de solubilidade e permeabilidade

Eudragit® E Copolímero aminoalquilmetacrilato

Solúvel em suco gástrico até pH 5,0. Em pH > 5,0 intumescem e tornam-se

permeáveis.

Eudragit® L100 Copolímeros do ácido metacrílico Tipo A

Solúveis nos fluidos gástricos com pH > 6,0

Eudragit® L100-55 Copolímeros do ácido metacrílico Tipo C

Solúveis nos fluidos gástricos em pH a partir de 5,5

Eudragit® L30D

Eudragit® S Copolímeros do ácido metacrílico Tipo B Solúvel em pH acima de 7,0

Eudragit® RL Copolímero metacrilato de amônio Tipo A Filme de alta permeabilidade

Eudragit® RS Copolímero metacrilato de amônio Tipo B Filme de baixa permeabilidade

Eudragit® NE Dispersão polimérica Filme de média permeabilidade Fonte: FERREIRA, 2006.

Os tipos de Eudragit® mais utilizados em sistemas de liberação de fármacos

são: (1) Eudragit® RL, pode ser usado em formulações que necessitam da liberação

retardada do fármaco, independente do pH gastrintestinal; (2) Eudragit® RS e NE,

utilizado como formador de matrizes para liberação controlada de fármaco (FREIRE

et al., 2006).

8.3 Polímeros derivados vilínicos Os polímeros vilínicos são obtidos através de monômeros vilínicos, quando

estes possuem esqueleto inicial igual a C=C, o que lembra o radical vinila (ROCHA,

1999).

8.3.1 Polivinilpirrolidona (PVP)

É um polímero sintético, atóxico e solúvel em água, fluidos gastrintestinal e

solventes orgânicos. Devido a sua hidrofilicidade e a facilidade de utilização é

bastante usado na área farmacêutica para prolongar a ação de fármacos (ROCHA,

1999).

40

Figura 12: Estrutura da polivinilpirrolidona (VELILLA, 2002).

8.4 Outros polímeros

8.4.1 Polietilenoglicol (PEG)

Os PEG’s são obtidos pela reação entre o etilenoglicol e o óxido de etileno na

presença de hidróxido de sódio á temperatura e pressão elevadas. (LORDI, 2001).

Figura 13: Estrutura do PEG (LORDI, 2001).

41

Conclusão

Pode-se concluir que o uso da tecnologia de liberação controlada de fármacos

tem se tornado muito importante nos últimos anos devido as suas inúmeras

vantagens como, a possibilidade de reduzir a freqüência das administrações,

melhorar a estabilidade de certos fármacos, diminuir os efeitos colaterais, aumentar

a adesão do paciente ao tratamento e entre outras.

As suas principais formas de obtenção são classificadas em sistema matricial,

sistema reservatório e sistema de bomba osmótica, onde cada um deles irá liberar o

fármaco de forma diferente, usando polímeros específicos e adequados.

42

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