Comunidade Teúrgica Portuguesa

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  • Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola

    1

    FIAT LUX ROBERTO LUCOLA

    CADERNO 33 OS TEMPLRIOS E A SINARQUIA NOVEMBRO 2002 Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 2

  • PREFCIO O presente estudo o resultado de anos de pesquisas em trabalhos

    consagrados de luminares que se destacaram por seu imenso saber

    em todos os Tempos. Limitei-me a fazer estudos em obras que h

    muito vieram a lume. Nenhum mrito me cabe seno o tempo

    empregado, a pacincia e a vontade em fazer as coisas bem feitas.

    A prpria Doutrina Secreta foi inspirada por Mahatms. Dentre

    eles, convm destacar os Mestres Kut-Humi, Morya e Djwal

    Khul, que por sua vez trouxeram o tesouro do Saber Arcano

    cujas fontes se perdem no Tempo. Este Saber no propriedade

    de ningum, pois tem a sua origem no prprio Logos que preside

    nossa Evoluo.

    Foi nesta fonte que procurei beber. Espero poder continuar

    servindo, pois tenciono, se os Deuses ajudarem, prosseguir os

    esforos no sentido de divulgar, dentro do meu limitado campo de

    aco, a Cincia dos Deuses. O Conhecimento Sagrado

    inesgotvel, devendo ser objecto de considerao por todos

    aqueles que realmente desejam transcender a inspida vida do

    homem comum.

    Dentre os luminares onde vislumbrei a Sabedoria Inicitica das

    Idades brilhar com mais intensidade, destacarei o insigne

    Professor Henrique Jos de Souza, fundador da Sociedade

    Teosfica Brasileira, mais conhecido pela sigla J.H.S. Tal foi a

    monta dos valores espirituais que proporcionou aos seus

    discpulos, que os mesmos j vislumbram horizontes de Ciclos

    futuros. Ressaltarei tambm o que foi realizado pelos ilustres Dr.

    Antnio Castao Ferreira e Professor Sebastio Vieira Vidal.

    Jamais poderia esquecer esse extraordinrio Ser mais conhecido

    pela sigla H.P.B., Helena Petrovna Blavatsky, que ousou,

    vencendo inmeros obstculos, trazer para os filhos do Ocidente a

    Sabedoria Secreta que era guardada a sete chaves pelos sbios Brahmanes. Pagou caro por sua ousadia e coragem. O polgrafo

    espanhol Dr. Mrio Roso de Luna, autor de inmeras e valiosas

    obras, com o seu portentoso intelecto e idealismo sem par

    tambm contribuiu de maneira magistral para a construo de

    uma nova Humanidade. O Coronel Arthur Powell, com a sua

    inestimvel srie de livros teosficos, ajudou-me muito na

    elucidao de complexos problemas filosficos. Alice Ann

  • Bailey, tesofa inglesa que viveu nos Estados Unidos da Amrica

    do Norte, sob a inspirao do Mestre Djwal Khul, Mahatma

    membro da Grande Fraternidade Branca, tambm contribuiu

    muito para a divulgao das Verdades Eternas aqui no Ocidente.

    E muitos outros, que com o seu Saber e Amor tudo fizeram para

    aliviar o peso krmico que pesa sobre os destinos da Humanidade.

    Junho de 1995

    Azagadir Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 3

  • OS TEMPLRIOS E A SINARQUIA NDICE PREFCIO

    ..... 2 A CINCIA ANTIGA

    ..

    ..... 5 CONHECIMENTOS CIENTFICOS NO PASSADO

    .. 6 USO DOS PODERES DIVINOS

    ...... 7 AS CONQUISTAS CIENTFICAS DOS NOSSOS

    ANCESTRAIS ....... 7 USO DE ARMAS NA SINARQUIA

    ........... 8 OS ANTIGOS J CONHECIAM A BSSOLA

    ....... 9 FABRICAO ARTIFICIAL DE PEDRAS PRECIOSAS

    ................... 10 PIRMIDE, PORTAL ENTRE DOIS MUNDOS

    ................. 11 A OBRA DE DEUS INDESTRUTVEL

    ....... 13 MISTRIOS DO VELHO DA MONTANHA ......... 14 CRIAO DOS ESTADOS UNIDOS DA EUROPA

    ......... 15 RESTAURAO DA TRADIO PRIMORDIAL

    .......... 16 FUSO DO BUDISMO COM O CRISTIANISMO

    ....... 18 OS TEMPLRIOS, ELO DE LIGAO ENTRE O

    ORIENTE E O OCIDENTE . 19 O TRPLICE PODER SINRQUICO

    ..... 20

  • A DUPLA COROA DO REI DO MUNDO

    ....... 21 O REINO DO PRESTE JOO E MELKI-TSEDEK

    ................................... 22 OS NESTORIANOS E O ITINERRIO DE IO

    ..... 23 O PODER DA ME DIVINA

    ....... 24 A CHAVE NUMRICA E A ECONOMIA

    .. 25 O HOMEM ECONMICO

    .......... 26 O VALOR SUBJECTIVO DA MOEDA

    ......... 27 O FIM DE UMA FALSA SITUAO

    ......... 29 O LUGAR QUE O DINHEIRO DEVE OCUPAR

    .... 29 OS PODERES OCULTOS QUE GOVERNAM O MUNDO

    .......... 30 COMO OS ANRQUICOS ASSUMIRAM O CONTROLE

    DA EUROPA .............. 31 AS DUZENTAS FAMLIAS ......... 32 HIPTESES SOBRE A SINARQUIA

    ......... 33 Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 4

  • A GRANDE CONSPIRAO

    .......... 34

    OS PROTOCOLOS DOS SBIOS DE SIO E A SINARQUIA .. 35 OS TEMPOS SO CHEGADOS

    ...... 36 Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 5

  • OS TEMPLRIOS E A SINARQUIA A CINCIA ANTIGA Como sabem todos aqueles que se dedicam ao estudo da Histria

    Oculta, a Evoluo no se faz linearmente mas por Ciclos bem

    definidos. Horas h em que o Gnio Humano alcana altos nveis

    de conscincia e saber que se reflectem em todos os sectores do

    Conhecimento. Quando isso acontece, a Cincia avana abrindo

    novos horizontes para todos. O mesmo acontece com as demais

    Tnicas que impulsionam a Evoluo, tais como a Arte, Filosofia,

    Poltica, Arquitectura, Teurgia, etc., sem falarmos daquilo que

    toca mais de perto a todos os seres e que o seu mundo interior

    relacionado Alquimia Interna, em outras palavras, Iniciao.

    Contudo, tambm em determinado momento descamba-se na

    decadncia advindo o crepsculo da civilizao. Quando isso

    acontece, todos os Ramos do Saber degeneram e perdem-se, ou

    melhor, so esquecidos pelos menos dignos e depois lhes negado.

    RELIGIO-SABEDORIA Os antigos no viam a Divindade como uma abstraco fora do alcance do Homem, que apenas

    podia ador-la sem poder entend-la. Os nossos antepassados

    tinham uma noo cientfica da Unidade de Deus Vivo, como um

    Poder Omnipresente que a tudo preside com Sua imensa

    Sabedoria ou Omniscincia. Da falar-se na perdida Religio-

    Sabedoria, que nada tem de comum com as religies da

    actualidade onde Deus algo inacessvel ao Homem, resultando

    dessa crena religiosa o florescer de um misticismo nada tendo de

    cientfico por acariciar mais o Afectivo-Emocional dos crentes do

    que a sua Conscincia Mondica. O fruto disso uma ignorncia

    secular sempre tendente a gerar fanatismo e intolerncia como

    anttese da verdadeira Sabedoria, e os quais tantos males tm

    causado evoluo da Humanidade em todos os sectores,

    inclusive o da prpria Cincia. Segundo Saint-Yves dAlveydre,

    essa decadncia comeou h mais de trs mil anos antes da nossa

    Era. Contudo, algo muito esparso dessa Cincia perdida ainda

    chegou ao conhecimento dos eruditos greco-latinos e at ao incio

    do Cristianismo.

    Na poca em imperava a Sinarquia na Face da Terra, o que

    imperava era a Unidade no apenas social mas tambm

    intelectual, e daqueles Colgios politestas representantes da

  • mesma hoje s resta o fraccionamento universitrio que tanto

    prejudica a viso geral da Suprema Unidade que preside a toda a

    Criao. Unidade que era denominada pelas iniciais IHVE pelos

    sacerdotes daqueles Colgios Iniciticos, no existindo separao

    entre os magistrios sacerdotal e cientfico e igualmente jamais

    traindo os seus juramentos, pois as frmulas que depois se

    vulgarizaram de modo algum saram dos Santurios na sua

    prstina pureza mas antes revestidas daquilo que os Iniciados

    hindus chamam de Maya.

    O Egipto e a ndia foram os herdeiros directos da Sabedoria

    Atlante, que foi mantida em segredo nos Santurios tendo em

    vista os antecedentes ocorridos no continente submerso pelo mal

    uso do Saber pelos descendentes da Hierarquia Assrica, como j

    vimos. At aos dias de hoje, esses Mistrios ainda continuam sob

    custdia nos Lugares Jinas no aguardo da vinda do Supremo

    Instrutor do Mundo para a sua propagao num Mundo j ento

    purificado dos seus males.

    O Egipto, durante os quatro mil anos que precederam a nossa Era,

    foi o depositrio de todas as cincias, e por isso destacou-se tanto

    dos seus vizinhos ainda em estado de semi-barbrie. Como a

    Cincia estava casada com o Sacerdcio, todos os Graus

    Iniciticos detidos representavam tambm graus cientficos

    adquiridos, porque s assim se podiam manter os princpios ticos

    em sua prstina pureza. Comunidade Tergica Portuguesa

    Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 6

  • CONHECIMENTOS CIENTFICOS NO PASSADO

    Sobre o alto nvel atingido pelo desenvolvimento cientfico

    naquelas recuadas Eras, assim se expressou Saint-Yves

    dAlveydre:

    Filiado aos antigos grupos de eruditos ou sacerdotes, como todos os seus colegas da Antiguidade, o arquitecto de Santa

    Sofia de Constantinopla, Anthme de Tralle, serviu-se da

    electricidade com uma potncia que ainda desconhecemos

    inteiramente. Em Agarthias, de Rebus Justin, Livro V, cap. 4, pode-se v-lo projectar sobre a casa de Zenon clares e raios, e

    usar o vapor como fora motora para deslocar um telhado

    inteiro.

    Na Histria Eclesistica de Sosomne, Livro IX, cap. 6, pode-se ver ainda a corporao sacerdotal dos etruscos defendendo

    contra Alarico, a golpes de raios, a cidade de Narnia, que no

    foi tomada. Alm disso, esses mesmos sacerdotes ofereceram-se

    aos cristos de Roma para salvarem a sua metrpole, mas os

    padres, muito ignorantes j pondo a Cincia por conta do

    Diabo, recusaram e Roma foi tomada. No fica por a o registo da capacidade tecnolgica dos nossos

    antepassados. Citamos uma srie de eventos selecionados por

    Saint-Yves dAlveydre, que no ficam a dever nada orgulhosa

    Cincia contempornea:

    Tito Lvio e Plnio, ao tratarem da Histria Natural, fazem

    referncias Cincia Etrusca.

    O romano Tlio Hostilio, de posse de um manuscrito do sacerdote

    Numa, deparou-se com fragmentos de informaes sobre

    electrodinmica. Quis aplic-la por conta prpria sem ter os

    conhecimentos necessrios. Provocou uma enorme exploso que

    incendiou o seu palcio e morreu fulminado.

    Segundo Diodoro Sculo e outros, Arramulius Slvio, 11. rei de

    Alba, lanou raios e relmpagos mas no observou as regras do

    rito, no se isolou, no se preveniu do choque de retorno,

    morrendo em consequncia.

    Em todos os Templos consagrados a Jpiter ou IHVE, cultivava-

    se cientificamente a fora elctrica, as faculdades morais e o

    princpio intelectual que se relacionavam com a Vida no Cosmos.

    Servius, no seu Livro II, diz: Os antigos no acendiam fogo nos

  • altares, as suas frmulas sagradas faziam aparecer o Fogo do

    Cu. Os Templos de Juno na Itlia, e de Hera na Grcia, eram dotados

    de para-raios. O Templo de Jerusalm, construdo segundo a

    tcnica egpcia e caldaica por sacerdotes-construtores de Mnfis e

    de Tiro, tambm era dotado de armadura metlica com pontas de

    ouro; possua vinte e quatro para-raios que se comunicavam com

    poos.

    So Joo Crisstomo, So Clemente de Alexandria e outros

    atribuem aos diversos Zoroastros e aos Magos da Caldeia os

    mesmos conhecimentos cientficos. Comunidade Tergica

    Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 7

  • USO DOS PODERES DIVINOS

    Nos Santurios Ocultos foi sempre mantida a sntese de todas as

    Cincias e Artes. Foi assim que Sinarquia sob feio teocrtica

    reinou durante milhares de anos sobre a Terra antes de Moiss,

    mantendo-se no recesso sagrado dos Santurios os Grandes

    Mistrios destinados a proteger a verdadeira Cincia da anarquia

    poltica e consequente decadncia social que surgiu aps a queda

    das Hierarquias Divinas. Desses Refgios da Primitiva

    Espiritualidade que se originou a Luz do Saber Tradicional, que

    como um facho luminoso veio passando de mo em mo at

    chegar aos Santurios Ocultos dos nossos dias, que nunca

    deixaram de existir por maior que fosse a degradao do sistema

    poltico-social.

    Naquela esplendorosa civilizao sinrquica, a instruo

    elementar e a formao do carcter eram ministrados pela famlia.

    A queda de qualquer civilizao caracteriza-se sempre pela

    decadncia generalizada dos lares. A famlia era constituda a

    partir da praxis religiosa do antigo rito de culto aos ancestrais.

    Foi, pois, a partir dos recessos dos Santurios, onde se refugiara a

    Sabedoria dos maiores portentos da intelectualidade iluminada,

    que se originaram as civilizaes atravs das idades histricas.

    PEQUENOS MISTRIOS Estudos mais completos eram ministrados pelos Templos sob o ttulo de Pequenos Mistrios. Os

    povos antigos que habitavam a Itlia chamavam aos seus

    Instrutores Iniciados de Jins ou Jinas. Aps longos anos de

    estudo, era conferido aos que completavam o curso o ttulo de

    Terapeutas, Magistrados Arbitrais, Filhos do Homem, etc.

    Acreditamos que devido a essa tradio que Jesus, quando ainda

    estava passando pela fase de Chrestus (Cresto), que a do

    Iniciado em Provao ou de Homem da Dor cuja coroa de

    espinhos, se intitulava de Filho do Homem. Aps esse Grau

    Inicitico, quando alcanou a Suprema Iluminao passando

    pertencer Hierarquia de Christos (Cristo), cuja fronte no mais

    era cingida por uma coroa de espinhos mas por um halo de luz,

    passou a intitular-se de Filho de Deus.

    GRANDES MISTRIOS Aps a fase dos Pequenos Mistrios, os ensinamentos completavam-se num nvel mais elevado

    abrangendo todos os ramos da Cincia e da Arte, cuja posse dava

  • aos Iniciados o direito ao ttulo de Filhos de Deus, ou Senhores

    dos Grandes Mistrios. Isso implicava em responsabilidades

    Sacerdotais e Reais.

    Segundo a Tradio, nunca houve o caso de qualquer Iniciado nos

    Grandes Mistrios ter trado o juramento feito quando

    consagrado, divulgando ou fazendo uso indevido de qualquer

    poder inerente Alta Iniciao. S se fazia uso dos Poderes

    Internos quando a Providncia o exigia e permitia, mesmo assim

    exclusivamente para atenuar os males pblicos, como foi o caso

    dos males causados pelo cisma na poltica arbitrria e personalista

    que se apossou do governo central no chamado Imprio de

    Nemrod, que outro no era seno o Poder Anrquico instaurado.

    Da a razo porque permitiu-se o uso do Poder Divino somente

    para a destruio dos Senhores das Faces Negras, quando chegou

    a autorizao expressa de Shamballah que atendeu ao apelo do

    povo sofredor, a despeito do Imprio Maldito j durar h muito

    tempo e o Templo das Portas de Ouro h muito ter sido

    profanado, tendo sido a Tradio Solar banida dos Templos e o

    culto lunar Personalidade ter-se imposto eclipsando o culto

    impessoal do Deus nico, sem falar-se nos sacrifcios sangrentos

    de animais e de criaturas humanas.

    AS CONQUISTAS CIENTFICAS DOS NOSSOS

    ANCESTRAIS Os mitos de Prometeu e de Tntalo so uma advertncia dos

    perigos a que esto sujeitos os imprudentes pelo uso indevido dos

    Poderes Divinos. Muitas descobertas contemporneas j existiram

    no Passado, o que demonstra o alto grau de cultura cientfica a

    que chegaram os nossos Comunidade Tergica Portuguesa

    Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 8

  • ancestrais. A diferena est em que eles agiam sempre norteados

    por severos princpios ticos, o que nem sempre acontece com os

    nossos polticos, cientistas, tcnicos e homens de negcios. O

    manuscrito de um monge grego do Monte Athos, Alexis

    Panselinos, revela a aplicao da qumica na imagem e a

    sensibilizao de placas metlicas, empregando no documento

    palavras de uma lngua erudita desconhecida. Sobre os

    conhecimentos dos nossos ancestrais, disse Saint-Yves

    dAlveydre:

    A mineralogia, a sondagem e a explorao de pedreiras e de minas, o tratamento dos minerais, a reduo dos xidos, a

    metalurgia reduzida ao mximo de simplicidade, a cermica, a

    reproduo artificial das pedras preciosas, a vidraria, com todos

    os vidros que conhecemos e mais o vidro flexvel, malevel, o

    fabrico das cores, o tingimento dos tecidos, todas essas artes

    industriais cujas noes eram dadas pelos Templos aos chefes

    das corporaes profissionais, fazem supor a existncia

    inorgnica de uma qumica completa, tanto sob o ponto de vista

    terico como prtico. No Egipto, o uso do ferro foi constatado graas a uma barra de

    metal encontrada na alvenaria da Grande Pirmide de Giz.

    Graas existncia de um ao de qualidade que o duro granito

    das pedreiras de Hammmat, na Tunsia, foi talhado, sem o qual

    no se teria essas construes em pedra que duram at aos dias de

    hoje. Diz Saint-Yves dAlveydre na sua monumental obra literria

    Misso dos Judeus, a respeito das construes do Antigo Egipto:

    Oh! So passados quatro mil, cento e trinta anos antes de nossa Era desde que Khou-Wou, o Queops de Herdoto,

    ordenou a construo dessa Pirmide, bem como a

    reconstruo do Templo de Dendera e fundou a Quarta

    Dinastia Menfita.

    As minas do Sinai, da Etipia, da Sria, do Cucaso, da Grcia,

    de Turida, da Itlia, da Espanha, etc., estiveram em plena

    atividade h milhares de anos. A civilizao egpcia, de acordo

    com Diodoro, remonta a cento e oitenta sculos antes de Mens

    que reinou cerca do ano 5.000 antes da nossa Era. Autores dos mais respeitveis como Plnio, Tito, Diodoro e

    muitos outros, atestam a aplicao da alta tecnologia nas

  • civilizaes colossais de sociedades completamente organizadas

    que floresceram milhares de anos antes da nossa Era crist.

    Fulcanelli deixou entrever claramente a Jacques Bergier, autor da

    famosa obra O Despertar dos Mgicos, que os nossos

    antepassados j haviam usado a energia atmica para fins blicos

    num Passado remoto cuja memria se perde.

    USO DE ARMAS NA SINARQUIA Devido ao alto nvel de desenvolvimento atingido pelas cincias e

    pelas artes na Antiguidade, e aos perigos que implicavam a sua

    aplicao indevida, tal levou a Grande Fraternidade Branca a

    tomar medidas acauteladoras. Encontra-se no antiqussimo

    Cdigo de Irshu uma lei proibindo o uso de armas, quer de raios e

    quer de fogo, que matassem mais de cem homens ao mesmo

    tempo.

    H quatro mil anos antes de Cristo, aps uma srie de tumultos

    provocados por alguns segmentos colegiais que se estenderam a

    toda a populao civil, foram adoptadas medidas no sentido de

    manter inalcanveis certos segredos da Cincia Sagrada que se

    tornou mais fechada e limitada, ficando sob a guarda do Templo

    em obedincia aos altos ideais da antiga Aliana Universal

    instituda pelos Sinarcas.

    Filstrato de Lemnos relata que os Magos defendiam as cidades

    persas dos ataques inimigos usando raios e fogo. O mesmo

    aconteceu quando os sacerdotes de Delfos defenderam o

    Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 9

  • seu territrio do ataque dos gauleses e dos prprios persas, onde

    tambm foram usados meios de destruio s conhecidos deles,

    como esses dos raios mortferos. Herdoto, Justino e Pausnias

    fazem referncias a exploses de minas que subterraram persas e

    gauleses sob chuva de pedras e projcteis de chamas, o que

    denota que os antigos no ficavam nada a dever, em termo de

    violncia e destruio, aos homens de hoje.

    Plutarco era Gro-Sacerdote da sua Ordem, e como tal era senhor

    de muitos conhecimentos velados ao pblico. Ele afirmava que de

    Delfos s Termpilas a elite grega pertencia Ordem Drica,

    afiliada nos Mistrios de seus Templos que eram os fiis

    guardies da Sabedoria Sagrada. A Sabedoria que traz em seu

    bojo o poder de Vida e de Morte.

    O Papa Jlio, o Africano, Ser muito relacionado Histria da

    nossa Obra, fez referncia ao uso da plvora, sendo que Marco

    Crasso chegou mesmo a descrever as propores das substncias

    para a sua fabricao. O imperador Cludio descreve na sua obra

    o uso de fogos de artifcios usados para fins de diverso no

    Egipto, na China e na sia em geral.

    CONTROLE SOBRE AS ARMAS Actualmente, o uso de armas de destruio massiva est sob o controle dos governos

    anrquicos que dominam os povos. Frequentemente so usadas

    indiscriminadamente em guerras de conquistas, causando danos

    enormes s populaes indefesas. A iniciativa privada

    transformou as armas em objecto de grandes negcios com a sua

    venda comercial, incluindo as mais mortferas. Revolues e

    guerras so fomentadas engenhosamente visando obter-se grandes

    lucros com a venda de armas aos contendores. Trata-se de um

    multimilionrio negcio armamentista ligado ao complexo

    militar-industrial que domina as potncias hegemnicas. As armas

    tambm so usadas pelos anrquicos para fins repressivos. Gastos

    expressivos em armamento pesam nos oramentos das naes

    penalizando os contribuintes, mormente as camadas mais

    humildes da sociedade.

    Outrora, na Era Sinrquica, os soberanos que tambm eram

    Iniciados, sofriam a punio e a deposio pelo Templo e o

    Colgio de Iniciados se ousassem fazer uso das armas sem o

    consentimento de quem de direito, cuja propagao era proibida e

  • o seu uso limitado pela Hierrquica Sinrquica, em obedincia

    aos compromissos assumidos pela Aliana Universal.

    OS ANTIGOS J CONHECIAM A BSSOLA Quando a Religio perdeu a sua essncia inicitica no Passado

    remoto, foi providenciado por quem de direito que a verdadeira

    Cincia dos Deuses fosse retirada para o recesso das Criptas

    Ocultas (Cryptas Ferratas), pois no havia mais ambiente para

    ela se manter exteriorizada devido implantao do Poder da

    Arbitrariedade, que uma caracterstica do domnio anrquico.

    Dion Cassius, para caracterizar essa decadncia, relata que o

    anrquico imperador Calgula chegou mesmo a comprar de um

    fugitivo caldeu o segredo da manipulao da plvora e dos raios,

    bem como da arte de provocar relmpagos e troves.

    Segundo Saint-Yves dAlveydre, o lexiclogo grego Suidas

    assinalou a esttua do deus Serapis que levitava no Templo de

    Alexandria, e Casemiro indicou a esttua de Cpido que tambm

    pairava no ar no Templo de Diana, na Grcia. Na sua Odisseia,

    Homero indica claramente a existncia da bssola que orientava

    os navios fecios sem ser necessrio o concurso das estrelas.

    Alm Homero, tambm fizeram referncia bssola Pitgoras,

    que foi discpulo dos Colgios Iniciticos egpcios, Diodoro da

    Siclia e Jmblico, sendo que os fecios eram afiliados Escola

    dos Ciclopes, por sua vez ligados aos Santurios da Lcia. No

    Antigo Testamento, Isaas diz que os navegadores fencios de

    Sdon e de Tiro eram tambm sbios afiliados aos Mistrios

    Maiores. Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat

    Lux n. 33 Roberto Lucola 10

  • O PAPEL DOS FENCIOS NA NAVEGAO Segundo JHS, os navegadores fencios estavam relacionados com a Ordem dos

    Crios e dos Piagas, cuja ramificao estendia-se desde a sia

    Menor at ao Brasil, tendo desempenhado papel importante na

    migrao dos ancestrais tupis que se salvaram do que sobrou da

    Atlntida, as Antilhas ou Atlante-ilhas, tendo sido transportados

    por navios fencios para o Norte do Brasil. No episdio do rei

    fencio Badezir, fica configurado que os fencios dominavam os

    mares e que as terras do que seria futuramente o Brasil j eram

    conhecidas deles milhares de anos antes de Cristo, conforme

    configuram as inscries na Pedra da Gvea localizada no Rio de

    Janeiro. Entre os fencios, como entre os antigos chineses, a

    bssola j era conhecida. O m natural que era usado na sua

    confeco era chamado de pedra indiana ou lapis indicus.

    Os Mistrios de Sabedoria dos Templos antigos no ficam por a,

    eles abrangem todos os sectores do Conhecimento Humano.

    Acreditamos que com a chegada da Nova Era os mesmos

    volvero Face da Terra, conforme as vrias Promessas. Os

    autores clssicos greco-latinos Plutarco, Herdoto, Sneca, Plnio,

    Pausnias, etc., falam claramente dos cidos, das bases qumicas,

    do lcool, do ter, cuja chave para sua produo esses autores no

    tinham ou no queriam revelar Diz Plnio sobre a pintura dos tecidos, praticada pelos egpcios desde h milhares de anos atrs:

    Uma vez desenhado o motivo em tecido branco, cada parte do traado untada de composio gomosa variada, de maneira a

    absorver cores diferentes. Aps a passagem numa caldeira, as

    tintas desejadas apareciam indestrutveis. Eles fixavam-nas de

    um modo to perfeito que o tempo no as alterava, e que a

    lixvia, mesmo concentrada, no as ataca. FABRICAO ARTIFICIAL DE PEDRAS PRECIOSAS A ptica, a acstica, a lei da vibrao da luz e do som, foram

    estudadas, investigadas e experimentadas de tal maneira que ainda

    hoje a nossa Cincia e Tecnologia no igualaram. Na ptica, os

    nossos ancestrais j conheciam as lentes, os prismas, os espelhos

    e at o que se pode igualar aos actuais microscpios e telescpios.

    A acstica era cientificamente aplicada na construo dos teatros

    e dos templos, cuja arquitectura obedecia s medidas cannicas,

  • tcnica Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux

    n. 33 Roberto Lucola 11

  • ainda muito distante do limitado conhecimento actual da cincia

    materialista. A acstica era matematicamente aplicada na

    arquitetura com uma preciso e uma potncia prodigiosas.

    Sobre a elaborao de pedras preciosas pelo Homem, diz Saint-

    Yves dAlveydre:

    A Indstria e a Arte, no Egipto, aplicavam informaes fornecidas pela Cincia Sacerdotal na arte de fabricao de

    pedras preciosas artificialmente. Demcrito, o primeiro

    experimentador exotrico, leigo, que residiu no Egipto durante

    longos anos, relatou conhecimentos abrangendo os Reinos

    Vegetal e Mineral, as suas experincias fsicas e qumicas, os

    seus belos trabalhos no forno de luz solar na recomposio

    artificial das pedras preciosas, e muitos outros segredos que

    tomariam demasiado espao a enumer-los.

    A ptica, a acstica, o estudo da leis da luz e do som, tinham

    sido aprofundados de um tal modo que a nossa cincia actual

    ainda no alcanou.

    Quanto Msica, ser-me-ia impossvel, sem um volume

    especial, levar a compreender at que ponto foi levada, no

    somente como arte mas como cincia absoluta de mtodo, de

    analogia e de chave universal. A Astronomia e a Arquitectura

    bastam para demonstrar os conhecimentos matemticos e

    mecnicos dos sacerdotes que foram os mestres de Pitgoras,

    Plato, Arquimedes, etc. Mas as maravilhas exotricas desses

    gnios no podem dar sequer uma plida ideia dos milagres da

    Cincia e da Arte guardadas nos Santurios.

    Emprego, ento, toda a minha discrio quanto ao lado

    esotrico da Primitiva Sntese, pelo menos no que diz respeito ao

    pleno exerccio das faculdades intelectuais, morais e biolgicas,

    atrofiadas ou adormecidas nos meus contemporneos. Sabemos que a ndia e o Egipto foram herdeiros universais dos

    valores da Religio-Sabedoria da antiga Atlntida, na poca de

    seu maior esplendor. Mas devido ao emprego indevido dos

    conhecimentos, o tesouro da Sabedoria foi resguardado nos

    Santurios para evitar novas profanaes, como as que levaram

    aquela civilizao sua autodestruio. Da a razo dos Iniciados

    egpcios resguardarem nos seus Santurios esses tesouros do

    Saber Divino. Na realidade, segundo as Revelaes, todos os

  • valores espirituais e mesmo materiais foram resguardados, com a

    devida antecedncia, nos Mundos Interditos de Agharta, que o

    Repositrio de todas as experincias j vividas. Outrossim, os

    verdadeiros detentores da Verdade j sabiam o que aguardava aos

    profanadores, em virtude de a ningum ser dado o direito de

    violar ou profanar as coisas divinas PIRMIDE, PORTAL ENTRE DOIS MUNDOS O alto Sacerdcio egpcio tinha acesso ao Mundo misterioso por

    ele chamado Duat ou Amenti, para onde os mortos eram levados

    na Barca de Osris a fim de serem julgados.

    Segundo as Revelaes, as Pirmides no eram s Tmulos mas

    tambm Templos ou Escolas Iniciticas que tinham acesso directo

    aos Mundos Subterrneos. As Pirmides tm o mesmo formato

    arquitectnico externamente, ou seja, a parte que est acima do

    nvel do solo, do formato que est abaixo do solo, como se fosse

    duas Pirmides justapostas pelas bases. O vrtice de cima da

    Pirmide externa era guarnecido por um imenso cristal que servia

    de captador da Energia Csmica chamada Fohat, enquanto o seu

    vrtice inferior, ou subterrneo, formava o Portal que dava acesso

    ao Mundo de Duat, relacionado Energia Planetria Kundalini.

    Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 12

  • Parte externa

    Nvel do solo

    Parte interna COMBATE ALIANA UNIVERSAL OU SINARQUIA A Verdade constitui um srio empecilho mentira, e por isso ela

    to combatida pelos Anrquicos. Sobre o assunto, assim se

    expressou Saint-Yves dAlveydre na sua preciosa obra Misso

    dos Judeus:

    No presente livro, ver-se- que no falei de mim mesmo, que nada inventei e que o Reino de Deus, a Sinarquia Trinria e a

    sua Aliana Universal no so somente a Promessa do Judaico-

    Cristianismo, mas que de facto existiram no Estado Social

    numa civilizao anterior fundao do Imprio da

    Arbitrariedade, caracterizado pelo nome Nemrod.

    Voltemos antiguidade dessa civilizao cuja existncia hoje

    posta em dvida e mesmo negada. Existem sempre as excepes

    honrosas, mas no geral a conduta dos telogos cristos a

    respeito de todas as sociedades religiosas e de todos os

    monumentos teocrticos, aparentemente estranhos a Moiss e a

    Jesus, foi sempre to sectria, to pag e to brbara quanto

    possvel. Se tivessem podido, teriam anulado todas as

    evidncias. Esse furor de destruio no , de modo algum,

    religioso, como se disse, mas exatamente o contrrio: o

    prprio esprito da ignorncia e do seu fruto, a poltica da

    Arbitrariedade.

    Esse esprito de domnio sectrio inspirou quase todos os novos

    povos desde o novo Imprio babilnico simbolizado pelo nome

    de Nemrod.

    Roma, o ltimo rebento desse Imprio arbitrrio, passou o seu

    tempo a demarcar a Histria religiosa e social das naes

    anteriores.

    Em 51 a. C., vemos ainda queimar o Bruckion que continha

    700.000 volumes, na maioria egpcios. Foi esse mesmo esprito,

    e no o Cristianismo, que inspirou a destruio das

    enciclopdias dos gnsticos. Foi essa mesma mania de domnio

    ignaro e brutal que Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 13

  • acendeu a tocha dos monges na Irlanda e os fez queimar dez mil

    manuscritos em caracteres rnicos sobre cascas de btula, que

    continham as tradies e os anais da Raa Celta, autctones do

    nosso continente. Na Espanha, na Frana, na Alemanha e na

    Itlia foram levados fogueira s carradas os manuscritos

    rabes e hebraicos. No final do ltimo sculo, o mesmo furor de

    queimar tudo ainda atingiu uma biblioteca hierogrfica,

    contendo, talvez, os augustos monumentos da antiga Cincia

    Egpcia e da antiga Aliana Universal.

    No pequeno porto egpcio de Uardan, o Reverendo Padre Sicard

    fez um auto-de-f com um monto de papiros antigos, sob o

    pretexto de que, desde que ele no os compreendia, eram

    evidentemente livros de magia inspirados pelo Diabo. Savary

    relata o facto nas suas Cartas sobre o Egipto, mas deixemos falar o prprio Reverendo Padre Sicard:

    Contaram-me que havia nesta aldeia um pombal cheio de papiros cobertos com caracteres mgicos, comprados a alguns

    religiosos coptas e cismticos. Fiz deles, sem resistncia, o uso

    devido, e plantei em seu lugar uma Cruz de Jerusalm, que os

    coptas reverenciam com muita devoo. Seriam Livros Sagrados indianos?

    Os nossos idlatras cristos crem-se piedosamente obrigados a

    desfigurar a antiguidade venervel dos documentos, a

    enxovalh-los com subterfgios infantis, para se furtarem a

    esse Passado que, sozinho, poderia dar ao pensamento de

    Moiss e sua misso grandeza cientfica, e a Jesus os seus

    motivos nniversais.

    Tratar-se-ia do Egipto?

    Plato, Iniciado nos seus Mistrios, pode bem dizer-nos que dez

    mil anos antes de Mens existiu uma civilizao completa, da

    qual teve provas diante dos olhos.

    Herdoto afirmou-nos muito bem o mesmo facto,

    acrescentando, ao tratar de Osris, o Deus da antiga Sntese e da

    antiga Aliana Universal, que os seus lbios esto selados por

    juramentos de que nada dir a respeito.

    Diodoro afirmou-nos muito bem ter ouvido dos sacerdotes do

    Egipto que muito antes de Mens houve um Estado Social

  • completo que durou at Horus, portanto, durante dezoito mil

    anos. A OBRA DE DEUS INDESTRUTVEL Apesar de sempre perseguidos pelos perversos, os verdadeiros

    Filhos da Lei sempre lutaram para cumprir com o seu dever

    perante a sua Conscincia e para com a Divindade, o que faz com

    que a Obra de Deus seja indestrutvel. Desaparecem de um

    determinado lugar para surgirem em outro, a fim de que o

    Trabalho no sofra falta de soluo de continuidade. Quem se der

    ao trabalho de uma pesquisa profunda, verificar existir um eterno

    caminhar em busca de um grande objectivo que a Fraternidade

    Universal. Luta que tem custado a vida de inmeros Yokanans, ou

    daqueles que sacrificam os seus interesses pessoais em prol de um

    Ideal maior.

    No meado do sculo XI apareceu na Face da Terra um Ser

    conhecido por Hassan Ibn Sabbah (1034-1124), na regio norte

    do Iro. Esse personagem era na realidade uma expresso do Rei

    do Mundo. Na Histria Secreta da Humanidade, ele ficou ficou

    conhecido como o Velho da Montanha, de quem j nos temos

    ocupado. Mas penetremos mais a fundo na vida desse misterioso

    Ser.

    Aps ter viajado por muitos lugares, ele retorna cidade de Qom,

    no Norte do Iro, que passa por ser o seu bero natal. Chegando

    a, actuou firmemente no seio do Movimento Xiita, que partilhava

    da ideia filosfica da sociedade ser composta de duas classes de

    homens: os Livres ou Comunidade Tergica Portuguesa

    Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 14

  • Libertos, que em ltima instncia so aqueles que pelos seus

    prprios esforos fizeram-se Adeptos ou Homens Sbios, libertos

    de todas as servides materiais e psquicas, podendo por isso

    mesmo ostentar na fronte o simblico barrete frgio do Adeptado

    mas a em forma de turbante. A outra classe de seres humanos

    seria a daqueles que esto presos Roda das Necessidades, por

    serem escravos das suas paixes e desejos, portanto, presos s

    coisas mundanas da matria.

    O Xiismo remonta aos meados do sculo VII, e no sculo VIII

    assumiu-se como Ismaelismo organizado pelo stimo Iman

    Ismael, e como este como fundador tivesse desaparecido

    misteriosamente dando aso a um movimento messinico e

    proftico de Advento, at hoje os ismaelitas esto aguardando o

    seu retorno como Iman Mahdi, o Grande Lder, chegando no sculo XII a ser identificado a Ibn Sabbah.

    Mas seria Abu Imra Musa Ben Maimun IbnAbd Allah (Crdova,

    30.3.11435 Cairo, 13.12.1204) quem juntaria religio ismaelita a vertente militar, unindo a F Espada. A sua filosofia

    era bastante ecltica, assimilando os valores da Filosofia Grega,

    da Tradio Hebraica, do Cristianismo Primitivo e dos princpios

    esotricos da Gnose. Todos esses valores foram agregados num

    Islo heterodoxo muito harmonioso chamado Livre (Xiita). Na

    realidade, no se tratava de mais uma religio e sim de uma

    Ordem Oculta, onde se estimulava entre os seus membros o

    princpio do livre-arbtrio independente de quem quer que fosse,

    orientando-se sempre pelas suas inclinaes pessoais mesmo no

    contrariando a Regra do Movimento. Sobre os ismaelitas, assim

    se expressou Jean-Michel Angebert na sua interessante obra O

    Livro da Tradio:

    necessrio explicarmos que a doutrina ismaelita dava um Messias aos judeus, um Esprito Santo aos cristos, um Madhi

    aos muulmanos, enfim, uma Teogonia persa e sria aos

    partidrios do Paganismo. Um amplo leque de crenas era,

    portanto, reservado aos seus futuros adeptos, como se pode

    perceber!

    O nmero de fiis aceites foi consideravelmente contido pelo

    filtro inicitico, cuja Ordem comportava nada menos que nove Graus.

  • MISTRIOS DO VELHO DA MONTANHA Os nove Graus da Ordem de Hassan Ibn Sabbah, o Velho ou o

    Ancio da Montanha (Alborj) no eram fceis de serem

    percorridos, raramente um postulante alcanava os nveis mais

    altos da Iniciao. Por exemplo, no 4. Grau o candidato

    renunciava s suas origens raciais, deixando assim de ser um

    muulmano, facto intolervel para um simples crente, e no 5.

    Grau aprofundava-se no estudo das Cincias Sagradas.

    Acrescenta o Livro da Tradio:

    No 7. e 8. Graus eram irreversivelmente rejeitados todos os dogmas das religies chamadas reveladas, enquanto no 9. Grau

    fazia-se com que o Iniciado voltasse ao incio da escala

    inicitica que to penosamente havia subido! Era-lhe

    aconselhado, nesse estgio terminal, que esquecesse tudo o que

    pudera aprender e s confiasse na sua prpria razo Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 15

  • medida que as vitrias religiosas e militares sucediam-se, esse

    ramo ismaelita foi tomando o nome de Assacis, Guardies, neste caso, da Tradio e dos Lugares Santos consignados pela

    mesma, e no que o nome provenha de Ashashins ou Assassins,

    consumidores de haxixe e assassinos como pretende a exegtica catlica romana. A Ordem dos Assacis tinha como

    princpio a divisa de que Nada imperecvel, tudo perecvel. No sculo XII surgiram no cenrio da Palestina os cruzados e

    com eles os templrios. Estes procuraram os assacis a fim dos

    mesmos darem cobertura ao trabalho oculto que estavam

    pretendendo realizar. O Velho da Montanha, um aspecto do Rei

    do Mundo segundo JHS, ciente dos mistrios que envolviam a

    misso dos templrios, imediatamente concordou em auxiliar a

    sua obra. Tratava-se, em ltima instncia, da consolidao do

    Itinerrio de Io para que os valores do Santo Graal fossem

    transladados para o Ocidente, e o antigo Pacto Social de que nos

    fala Saint-Yves dAlveydre, consequentemente a Sinarquia, fosse

    restaurado no Mundo como determinava a Lei. Sem a

    participao dos Iniciados ismaelitas dificilmente se poderia

    vencer os adversrios que no eram poucos e conheciam bem o

    terreno. Sobre o assunto, diz o Livro da Tradio:

    De qualquer modo, o que nos admira nesta Ordem dos Assacis, e que no deixa de lembrar-nos a Ordem do Templo, o sucesso

    de uma organizao secreta que se apoiava sobre um esoterismo

    e uma rede de relaes mltiplas obedecendo a palavras de

    ordem ocultas.

    O seu relacionamento histrico com os templrios foi logo

    estabelecido. At mesmo as cores dessas duas Ordens so

    idnticas. Os Cavaleiros cristos traziam uma cruz vermelha

    sobre o manto branco, e os Assacis tambm usavam faixas

    vermelhas sobre o hbito branco. Encontramos, bem mais tarde,

    uma lembrana disso na Ordem dos Jesutas e em certos

    aspectos da Poltica do Vaticano. Do mesmo modo, a

    organizao em Graus e a lembrana de um Ritual Inicitico

    no deixam de fazer-nos pensar que templrios e assacis

    buscavam uma finalidade similar. A rejeio dos dogmas e a

    implantao de uma verdadeira Gnose na qual se uniam Plato,

  • Pitgoras e os grandes alexandrinos, tudo num cadinho

    alqumico que dava parte bastante restrita ao Islo. CRIAO DOS ESTADOS UNIDOS DA EUROPA Os funestos acontecimentos posteriores no fizeram desaparecer o

    elo entre a Ordem dos Templrios e a Ordem dos Assacis.

    Segundo Ren Gunon, aps a destruio da Ordem Templria

    ordenada pelo monarca francs Filipe, o Belo, os templrios

    reorganizaram-se na clandestinidade mantendo a relao com os

    Iniciados islmicos cuja expresso mxima era a Ordem dos

    Assacis, que s aparentemente desapareceu no incio do sculo

    XIV. Apesar de serem diferentes na aparncia ambas as Ordens

    perseguiam a mesma finalidade, que era a instaurao do Reino de

    Deus na Face da Terra. Reino ao qual Jesus fez muita referncia,

    inclusive afirmando que Ele provinda dele ao dizer: O meu Reino no pertence a este Mundo. Reino tambm conhecido por Agharta no Alto Esoterismo.

    A TRADIO PRIMORDIAL E OS TEMPLRIOS Os templrios eram os fiis guardies da Tradio Primordial,

    expressa pelo Culto ao Santo Graal. Tradio que vem desde a

    velha Atlntida e preservada durante milhares de anos nos

    Templos e Confrarias do Egipto, da Comunidade Tergica

    Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 16

  • ndia, do Tibete, etc. Os templrios tinham as suas razes na Igreja

    de Roma, por isso mesmo conheciam bem os segredos e

    fraquezas dessa instituio, talvez estando nisso a origem da sua

    supresso com a anuncia do papa Clemente V.

    Os templrios, como defensores da Tradio Primordial ou do

    Pacto Universal, visavam a restaurao da Sinarquia, e eram

    tambm, segundo alguns Iniciados, os fiis depositrios da Arca

    da Aliana, firmemente vigiada pelo Rei do Mundo ou o Velho da

    Montanha e os seus assacis. Arca que continha em seu bojo as

    medidas ureas que possibilitaram a construo das catedrais

    cannicas que capitalizaram para o Ocidente as Energias

    Csmicas de natureza construtiva, o que possibilitou o grande

    salto evolucional da Europa a ponto de ali se estabelecerem as

    bases onde a 5. Raa-Me Ariana pde florescer e cumprir a sua

    misso.

    Segundo alguns autores ilustres, tambm os ctaros participaram

    do processo evolucional como os ltimos guardies europeus dos

    Mistrios do Graal. Os templrios, por certo, foram bafejados

    pela Proteco Divina, mesmo no terreno temporal, e da

    tornarem-se praticamente os senhores dos tesouros materiais do

    Mundo Ocidental, chegando a possuir a frota europeia de navios,

    a construrem estradas em todo o continente e desempenharem o

    papel de banqueiros escala internacional. Tudo isso despertou

    muita inveja.

    A supresso dos templrios e dos ctaros, que eram quem

    mantinham a paz entre os povos do Ocidente, gerou uma srie de

    conflitos que perdurou durante duzentos anos prejudicando

    sobremodo a evoluo que deveria transcorrer em paz e harmonia,

    pois Lei bem certa os valores espirituais no poderem florescer

    em ambiente de dios e guerras. Enquanto perdurarem esses

    estados caticos entre os povos, por certo o dito Reino de Deus

    no passar de um mito inatingvel.

    As Ordens Iniciticas tinham como meta principal a criao dos

    Estados Unidos da Europa. Esse objetivo era um dos maiores

    segredos da Idade Mdia, onde ainda no existiam os Estados

    Nacionais como hoje os conhecemos. Cada feudo tinha por

    dignitrio um senhor baro todo-poderoso. Assim, tinha-se que

    comear por criar os Estados Nacionais para depois reuni-los

  • numa Confederao Internacional, o que teria evitado mil anos

    de guerras fratricidas e a Histria teria dado um salto gigantesco

    em termos de progresso material e espiritual. Contudo, a Natureza

    no d saltos

    RESTAURAO DA TRADIO PRIMORDIAL O que os templrios visavam, bem assim como os Iniciados de

    todas as pocas, era restaurar a verdadeira Religio-Sabedoria,

    entretanto sepultada por dogmas irracionais e anti-cientficos que

    obscureciam a Mente do Homem retardando-lhe a sua evoluo

    espiritual.

    Manethon de Sebennytos, sacerdote egpcio do sculo III a. C., j

    em seu tempo dera-se ao trabalho de realizar o levantamento da

    Histria Egpcia a partir de Mens, indo constatar que h quase

    sete mil anos atrs existiu uma poderosa civilizao onde imperou

    a Sinarquia. Os livros das bibliotecas da antiga ndia, do Tibete e

    da China milenar, falam-nos de uma Era de Comunidade

    Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 17

  • Ouro com o Poder Divino actuando directamente na vida dos

    povos. Para restaurar essa condio, os templrios e todos aqueles

    que lutavam pela reconquista da liberdade no deixaram de

    enfrentar o deplorvel estado de sectarismo religioso cujo pesado

    obscurantismo, escondido atrs da mscara teolgica, cerceava

    feroz qualquer movimento no sentido do progresso em que campo

    social fosse.

    Para que a verdadeira Sabedoria Divina no prevalecesse, uma

    campanha sistemtica, que j durava h sculos, era alimentada

    por mentes doentias para que as trevas anulassem as luzes do

    Passado com isso afectando, por consequncia, o Futuro.

    Bibliotecas inteiras foram incendiadas, papiros queimados,

    monumentos arqueolgicos destrudos. Contudo, para apagar

    completamente o rasto luminoso da Sabedoria dos Deuses,

    tambm ter-se-ia que acabar com as escrituras sagradas dos

    Vedas, dos Puranas, das escrituras esotricas de todo o Oriente e

    do que sobrou da antiga Grcia e mesmo de Roma.

    Para Saint-Yves dAlveydre, no se pode esconder a Verdade

    para sempre. Diz ele:

    No se pode mais ensinar que o Universo tem seis mil anos, no se pode mais atribuir essa infantilidade primria ao activo

    de Moiss, quando se encontra reportado nos livros sagrados da

    ndia que o stimo Perodo Mansico, o stimo Ciclo

    Interdiluviano aconteceu quarenta sculos antes dessa data.

    Vinte sculo antes desses seis mil anos, reinou o ltimo

    soberano negro da ndia, o Rawhon Daaratha, imperador

    indiano de quem os Pha Rawhons do Egipto, da Prsia, da

    Fencia e da Taurida no eram mais do que vice-reis.

    Daaratha foi destronado pelo Manu Rama, o lder da

    emigrao celta vinda da Europa Ocidental. Daaratha era o

    quinquagsimo quinto monarca solar desde Ikshakou, o

    primeiro colonizador vermelho da ndia.

    Nessa poca, esse soberano encontrava-se frente de uma

    imensa civilizao remontando a quase seiscentos sculos antes

    da data pretendida pela Bblia para a Criao, vendo-se

    coroados os chefes das duas Ordens Sociais instalados, oito mil

    e quinhentos anos antes do momento em que escrevo estas

    linhas, em duas cidade colossais: Ayodia, metrpole da Dinastia

  • Solar, cujo dimetro era de sessenta quilmetros, e Pratishtana,

    sede da Dinastia Lunar, construda na mesma proporo.

    O nome do Deus Supremo desse Ciclo, Ishwara, Esposo da

    Sabedoria Viva, da Natureza Naturante, Prakriti, era o mesmo

    que Moiss inferia, quase cinquenta sculos depois, da tradio

    caldaica dos Abramidas e dos Santurios de Tebas, para dele

    fazer o smbolo cclico do seu movimento: Ishwara-El ou Israel,

    isto , o Esprito Real de Deus.

    Como fogo sob cinzas, as centelhas da grande lareira da antiga

    Aliana Universitria da antiga civilizao ante-abramida e pr-

    mosaica ainda subsistem, mais ou menos obliteradas, no

    pensamento dos sacerdotes brahmanes, tibetanos e budistas,

    como no dos guebres dos letrados chineses, dos sacerdotes

    japoneses, dos xams trtaros, etc. Das duas uma, ou o Cristianismo capaz de suportar e

    sintetizar cientificamente esses tesouros da antiga

    intelectualidade, ou forosamente se afogar. Mas at agora a

    nossa civilizao, longe de estar em sintonia com a inteligncia

    e a alma dos seus irmo mais antigos, pelo contrrio, tenta

    destru-los e sombre-los continuamente.

    Mais bem informados do que os europeus sobre a Cincia das

    coisas divinas e menos ignorantes que eles sobre a Histria Real

    do Mundo, os sbios asiticos, ligados de um modo mais ou

    menos consciente ao antigo Ciclo, jamais admitiro o nosso

    exoterismo judaico-cristo tal como os nossos missionrios lhes

    apresentam, nem, dentre outras coisas, a sua cronologia, que

    Jesus teria destrudo com um sorriso, Moiss com um franzir do

    cenho e os Abramidas com um desdenhoso movimento dos

    ombros. Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 18

  • Ora, o nosso esprito cientfico actual parece-lhes marcado com

    um carcter bestial e no humano, muito menos divino. Sim,

    essa Besta que eles vem blasfemando, dissociando com dio e

    com loucura os membros da Humanidade, usando e destruindo

    com diletantismo todas as energias dos povos, todas as foras do

    planeta.

    o destino mais brbaro, e no a Providncia, que lhes aparece

    sobre o trono dos nossos soberanos, sob a palma dos nossos

    sbios oficiais, sob o fraque da nossa diplomacia, atrs da

    espada dos nossos homens de guerra e do balco de nossos

    financeiros, no papel dos nossos acordos de Estado e no Moloch

    industrial servido pelos nossos engenheiros.

    A Europa, por sua constituio diplomtico-militar com a qual

    est armada, elabora a sua prpria destruio e a de todos,

    assim como toda a sua organizao aponta ao planeta inteiro os

    smbolos da aniquilao universal. FUSO DO BUDISMO COM O CRISTIANISMO As Ordens Iniciticas Secretas sempre preconizaram a unio do

    Oriente com o Ocidente, que seria consubstanciada pela fuso do

    Budismo com o Cristianismo. Naturalmente elas referiam-se aos

    aspectos esotricos dessas duas doutrinas. J no seu tempo,

    Alexandre o Grande com as suas conquistas tambm j visava

    esse mesmo objectivo. Essa unio de crenas no deixaria de

    preservar as caractersticas tnicas das mesmas.

    Sculos depois, essa inteno voltou novamente a tona com o

    chamado Projecto Turpino defendido por Carlos Magno, que

    preconizava o estabelecimento no Ocidente de trs centros

    devocionais, sendo que um teria como centro Roma sob a gide

    de S. Pedro, outro em Santiago de Compostela sob a evocao de

    S. Tiago Maior, e o terceiro centro estabelecido em feso, sob o

    padroado de S. Joo. Tratava-se de um projecto muito avanado

    para a poca, mas que se tivesse sido posto em prtica teria

    livrado a Humanidade de sangrentos conflitos de natureza

    religiosa, mantendo a unidade das crenas e respeitando a

    liberdade dos fiis de escolherem a sua inclinao confessional.

    Por sua vez, os templrios alm dos objectivos polticos tambm

    perseguiam o aspecto mstico, como j vimos. Eles eram joanitas,

    ou seja, eram partidrios do Evangelho de S. Joo que

  • acreditavam transcender a doutrina de S. Pedro. Consideravam o

    Evangelho defendido por Roma, o de Pedro, de carter exotrico

    sem a profundidade esotrica daquele do centro de feso.

    Pressentindo esses objetivos ocultos pancontinentais dos

    cavaleiros do Templo, o rei francs Filipe o Belo, como estratgia

    poltica, achou por bem pedir a sua filiao Ordem, que lhe foi

    recusada diversas vezes por saberem da prepotncia que animava

    o seu carcter desptico. Isso feriu profundamente o proverbial

    orgulho do monarca atiando o seu desejo de vingana, a que se

    juntava a sua ambio de apoderar-se da grande fortuna dos

    cavaleiros de Cristo. Ento, Filipe encarregou Guilherme de

    Nogaret, famigerado chanceler e chefe da guarda real, da infame

    tarefa de acender a fogueira que quebrou a hegemonia daqueles

    que sonhavam com a unidade dos europeus, no obstante a

    diversidade das suas crenas, raas e filosofia de vida. Contra o

    rei de Frana, contra o papa Clemente V e contra o chanceler

    Nogaret, foi proferida uma maldio pelo 22. Gro-Mestre da

    Ordem do Templo, Jacques de Molay, enquanto ardia na fogueira,

    que foi mais ou menos a seguinte:

    Rei Felipe, papa Clemente e chanceler Nogaret, juzes inquos e cruis carrascos, eu vos convoco a comparecerdes dentro de um

    ano no Tribunal de Deus.

    Conta a lenda que o monarca, ao ouvir a maldio, comentou: A nica coisa que me arrependo a de no ter mandado arrancar a

    lngua desse indivduo. Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 19

  • Maldio, conspirao templria, acaso, coincidncia ou l o que

    fosse, o facto que o Filipe IV em primeiro lugar no ano de 1314,

    o papa Clemente V no mesmo ano, e por ltimo o chanceler

    Nogaret, todos eles antes de um ano passado j no pertenciam

    mais ao mundo dos vivos. O eco dessa maldio ainda ecoava

    quatro sculo aps a tragdia, por ocasio da Revoluo Francesa

    contra a linhagem dos Capetos, qual pertenciam Felipe, o Belo,

    e o seu longnquo descendente Lus XVI que foi guilhotinado, e

    da qual, dizem as crnicas, os Rosa+Cruzes e os Francos-Maons

    afirmam-se fiis testamentrios executantes

    OS TEMPLRIOS, ELO DE LIGAO ENTRE O

    ORIENTE E O OCIDENTE O dio ancestral que acompanha toda essa tragdia humana na

    qual esto envolvidos papas, reis, homens oblicos, Ordens, etc.,

    s tem uma explicao racional: a existncia de uma Organizao

    de contra-Poder que actua alm dos tempos perseguindo uma Misso que precisa ser levada a cabo, leve o tempo que levar.

    Fala-se que as Potncias Ocultas que serviram de escudo ao papa

    Clemente V e ao rei Filipe IV, foram as mesmas que destruram

    Joana dArc e Henrique IV, estes envolvidos no grande projecto

    de implantao da Sinarquia Universal e da Tradio Primordial.

    Na poca em que Napoleo Bonaparte ainda mantinha vnculos

    com a Maonaria e orientava-se pelas suas directrizes, ter

    ordenou que se resgatasse da Biblioteca do Vaticano a pea

    relativa ao processo movido contra os templrios que consistia

    num rolo medindo 22 metros de comprimento. At hoje paira um

    mistrio sobre o fim que levou o documento.

    Jean-Michel Angebert, na sua interessante obra O Livro da

    Tradio, aborda o assunto dos documentos desaparecidos

    relativos ao julgamento dos templrios, retirados dos Arquivos do

    Vaticano, com as seguintes palavras:

    Trata-se simplesmente de refazer a Histria com documentos

    verdadeiros e no com peas truncadas ou falsificadas!

    Ordem Monstica e Ordem Militar, o Templo estava bem

    situado para restabelecer o elo entre os dois plos de uma

    Tradio originalmente comum ao Oriente e ao Ocidente.

    Submetidos Autoridade Espiritual de Roma e sujeitos ao

    Poder Temporal dos reis de Frana, no de admirar que os

  • templrios tivessem conservado em depsito a Tradio Solar da

    primeira Cavalaria que era, ao mesmo tempo, Espiritual e

    Temporal, antes de se tornar, por efeito das circunstncias,

    unicamente material.

    No nosso propsito estabelecer um debate entre Cavalaria

    Terrestre e Cavalaria Celeste. Limitamo-nos apenas a constatar

    que os templrios estavam igualmente bem colocados para

    reunir na sua Ordem as qualidades inerentes a essas duas

    modalidades de Cavalaria. Comunidade Tergica Portuguesa

    Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 20

  • O retorno s origens da Cavalaria fascinava-os, desejavam a

    reposio dessa unio entre os dois Poderes, que quando postos

    em confronto conduziram ao fosso que actualmente separa os

    espiritualistas dos materialistas, e esse retorno ao Passado, na

    poca em que a instituio bancria comeou a aparecer, tinha

    um nome: Sinarquia.

    Qual era, portanto, esse sistema poltico que os templrios

    desejavam implantar em substituio monarquia francesa?

    Pelos seus elos com os assacis, os drusos, os monges-

    construtores ou primitivos maons operativos, os odinistas e os

    sbios cabalistas, os templrios estavam, como devemos

    reconhecer, bem situados para criar e enquadrar um Estado

    Supranacional Sinrquico, que teria possibilitado um

    entendimento durvel entre o Ocidente e o Oriente.

    Saint-Yves dAlveydre, ardoroso defensor do Princpio Sinrquico, pde escrever no sculo XIX que essa viso poltica

    dos templrios havia dominado todo o continente europeu,

    Mdio-Oriente e chegando at sia, possibilitando uma unio

    estreita entre as tradies nrdica, judaico-crist, islmica,

    budista e brahmnica. O TRPLICE PODER SINRQUICO No ano de 1302, em Frana e por iniciativa da Ordem do Templo,

    foram convocados os primeiros Estados Gerais, consistindo na

    convocao dos lderes das vrias regies do reino representando

    os diversos segmentos sociais com direito a opinarem sobre os

    negcios e coisas demais pblicas, por sinal tendo a convocao

    sido feita pelo prprio rei Filipe IV, o que no agradou aos bares

    e outros nobres feudais que eram os nicos com direito a opinar

    sobre os interesses pblicos da colectividade sob a sua

    responsabilidade. Com a queda dos templrios, esse sistema foi

    relegado ao esquecimento.

    Segundo Saint-Yves dAlveydre, a instituio dos Estados Gerais

    numa poca to recuada correspondia aos anseios dos templrios

    sinarquistas. Ficaram definidos os trs Poderes correspondentes s

    classes sociais de ento, constituindo-se o Poder de acordo com a

    hierarquia das classes:

    a) O Ensino, sob a gide da Igreja;

    b) A Justia, representada pela Nobreza;

  • c) A Economia descentralizada pela Burguesia.

    Observa-se o adiantamento do sistema poltico-econmico de

    ento em relao ao actual. Os templrios, obedecendo aos

    princpios sinrquicos, j naquela poca preconizavam a

    Economia descentralizada, cujos representantes eram os

    chamados cnsules, magistrados municipais e prebostes dos

    mercadores.

    Isso revela-se em franco contraste com o que ocorre actualmente

    com a chamada globalizao, que instaurou uma fantstica

    centralizao das riquezas nas mos de uns poucos plutocratas

    anrquicos, os quais manipulam as finanas mundiais atravs do

    famigerado Fundo Monetrio Internacional (F.M.I.).

    Por ironia do destino, em 1789 a instituio dos Estados Gerais

    convocados por Lus XVI, instado a isso por influncia de

    maons, serviu de estopa para detonar a Revoluo Francesa, com

    trgicas consequncias para a famlia real, que terminou os seus

    dias na guilhotina No resta dvida que a Histria est cheia de coincidncias curiosas que fazem pensar Sobre o sufrgio universal, que muitos pensam ser uma conquista

    da modernidade, diz Jean-Michel Angebert: Comunidade

    Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 21

  • Ora, ainda que correndo o risco de surpreender alguns

    leitores, devemos observar que a mulher votava como o marido

    seis sculos e meio antes da 4. Repblica!

    Com efeito, a mulher que no fosse menor podia votar, como o

    seu marido, para a eleio de trs candidatos por profisso e

    para cada corporao. A reunio desses candidatos formava um

    Primeiro Conselho que agrupava as trs funes: Ensino,

    Justia e Economia. Escolhia no seu seio os membros de um

    Segundo Conselho igualmente trplice, do qual saa um

    Conselho de Estado Legislativo composto por trs

    departamentos: Autoridade Espiritual, Poder Temporal e

    Economia. Se desejarmos penetrar mais detalhadamente nesse

    Conselho de Estado, veremos que primeira dessas seces

    correspondiam o Culto e o Ensino; segunda eram atribudas a

    Justia, a Guerra, a Marinha e a Diplomacia; por fim, a

    terceira era encarregada mais especialmente da Economia e das

    Finanas, da Agricultura, da Indstria e do Comrcio. A DUPLA COROA DO REI DO MUNDO PODER EXECUTIVO Era o Conselho de Estado que nomeava os ministros que iriam desempenhar a funo de Poder Executivo.

    Um ministro cuidava da justia social e defesa respeitante ao

    povo; outro ministro era responsvel pelo Poder Espiritual, no

    referente aos assuntos de cultura e religiosidade; finalmente, um

    terceiro ministro era responsvel pela Economia.

    Esse Poder tripartido no interessava a Filipe, o Belo, acostumado

    a exercer o domnio absoluto sem contestao. Nisto explica-se o

    golpe mortal por ele desferido no Poder Sinrquico representado

    pela Ordem dos Templrios, sendo obrigados a recolher-se na

    clandestinidade por ousarem desafiar o Poder Anrquico que

    predomina at aos dias de hoje. Diz O Livro da Tradio:

    Ainda que para os Capetos, linhagem a que pertenciam Filipe o Belo e Lus XVI, o perigo no residisse nessa falsa

    interpretao da trplice essncia do Poder Sinrquico,

    necessrio dizer que, como todos os Iniciados, os templrios

    acreditavam na reencarnao e, como por acaso, a Sinarquia

    no admite a hereditariedade arbitrria.

    Tambm como por acaso, as trs cores da Bandeira Nacional de

    Frana apresentam a caracterstica dessa triplicidade: o

  • Vermelho da Nobreza e do Clero, o Branco dos Camponeses e o

    Azul dos Burgueses, todas as trs colocadas em estrito p de

    igualdade. AGHARTA E OS TEMPLRIOS Fala-se que aps a supresso da Ordem do Templo o seu Gro-Prior, o Cavaleiro de

    Gonneville, partiu em demanda do lendrio Reino do Preste Joo,

    muito relacionado misteriosa Agharta. Segundo velhas

    tradies, trata-se de um Reino existente no seio da Terra interdito

    aos profanos. Segundo O Livro da Tradio, esse misterioso

    Mundo Subterrneo chamado simbolicamente de Reino de So

    Joo, sendo por isso que os templrios se assumiam joaninos por

    esse mistrio no ser estanho para eles, pelo menos para a sua

    elite iniciada.

    MAITREYA E O ANTI-CRISTO O Preste Joo, segundo a Tradio, governava como Pontfice e como Rei, ou seja, tal qual

    o Rei do Mundo que ostenta sobre a sua cabea dupla Coroa de

    Senhor dos dois Poderes, ou seja, a Autoridade Espiritual e o

    Poder Temporal. A Igreja e outros prncipes poderosos sempre

    almejaram exercer essa dupla funo, mas fracassaram sempre,

    porque s ao verdadeiro Rei do Mundo concedido esse

    privilgio. Os anrquicos tambm aspiram to alto Comunidade

    Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 22

  • galardo, contudo, at agora s conseguiram um Poder Temporal

    precrio, sempre abalado por profundas crises que tm levado a

    Humanidade a conflitos e sofrimentos inauditos. Quanto ao Poder

    Espiritual to almejado por eles, o mximo que podero lograr

    ser forjar um Anti-Cristo que, segundo a Tradio, ter uma

    catica vida efmera, para dar lugar ao verdadeiro Cristo, ao

    Avatara que Maitreya, o Messias esperado por todos os

    verdadeiros Filhos de Deus ao longo dos tempos, o qual vir

    implantar o Reino de Deus antecipado pela Hierarquia dos

    Cavaleiros Celestes comandados pelo Excelso Akdorge, o

    Cavaleiro das Idades, segundo ensina a Sabedoria Eterna hoje

    conhecida no Ocidente como Teosofia.

    O REINO DO PRESTE JOO E MELKI-TSEDEK Ainda sobre o misterioso Reino do Preste Joo, motivo central da

    Gesta Henriquina que o Infante Henrique de Sagres, ocupando

    posio destacada na Hierarquia do Governo Oculto do Mundo,

    ordenou aos seus capites de mar que o demandassem navegando

    para Ocidente, com conhecimento exacto do que ele era e

    significava realmente, muito mais depois das campanhas africanas

    na tomada de Ceuta que lhe serviu de pretexto para aproximar-se

    dos saberes arbigos atravs dos sbios mauritanos ou mouros,

    muitos deles vindos para Portugal para ingressar a famosa Escola

    de Navegao de Sagres.

    Historicamente, comeou a falar-se em Preste Joo e no seu

    Reino mtico quando o bispo armnio de Jabala assinalou em

    1145 a existncia desse personagem misterioso, que apesar de to

    falado era ainda menos conhecido passando a ingressar o grosso

    das lendas medievais. Com a morte do Papa Adriano IV, o seu

    sucessor, o Papa Alexandre III (1100-1181), que foi quem deu o

    reconhecimento da fundao e independncia de Portugal, teve a

    grata surpresa de receber vrias cartas assinada pelo Preste Joo,

    Senhor da Tartria, que lhe trouxe o dito bispo armnio. Essa

    correspondncia era dirigida no somente ao Papa mas tambm ao

    Imperador Frederico I do Sacro Imprio Romano-Germnico e a

    Lus VII, Rei de Frana. A partir da, o que era um mito ou lenda

    passou a configurar algo mais ou menos real e histrico.

    Provavelmente, nos Arquivos do Vaticano devero existir

    documentos mais comprobatrios da existncia histrica desse

  • poderoso Imperador da frica, sia e Amrica que se intitulava

    Rei dos Reis.

    OS QUATRO MONARCAS CELESTIAIS Os Iniciados da Ordem do Templo por certo no ignoravam a existncia do

    Supremo Monarca Universal, e por isso na sua ritualstica interna

    prestavam homenagens aos Quatro Reis que adejam em torno do

    Supremo Monarca, que com o ttulo de Melki-Tsedek, Rei de

    Salm e Sacerdote do Altssimo, sem genealogia terrena, detm

    na sua cabea a dupla coroa do Poder Temporal e da Autoridade

    Espiritual. Essas Quatro Potestades em torno da Quinta mais no

    so que os Quatro Maha-Rajas da Tradio Inicitica hindu-

    europeia, os quais, segundo as Revelaes do Novo Ciclo, so

    chamados de Reis Divinos do Segundo Trono ou Monarcas

    Celestiais, os Senhores dos quatro Pontos Cardeais.

    O mistrio do Rei do Mundo sempre esteve relacionado ao Santo

    Graal, e da Saint-Yves dAlveydre falar-nos dos Templrios de Agharta guardies da Taa Sagrada. Templrios profundamente relacionados Maonaria dos Traishus-Marutas pertencentes

    Corte do Traishu-Lama, quando esta Coluna Viva do Rei do

    Mundo ainda residia em Tjigad-J, no Oeste do Tibete, at ao ano

    de 1924, quando a Trade Oculta Governadora do Mundo

    transferiu-se para o Brasil por exigncia da Lei, cumprindo-se as

    profecias e augrios de todas as mais venerandas tradies.

    Contudo, o mais extraordinrio de tudo isso que tais factos so

    tomados como inusitados at pelos mais ilustres autores da

    literatura esotrica mundial, como Ren Gunon, por exemplo,

    revestindo-os com uma aura de mitologia fantasista, certamente

    por ignorarem a profundidade deste mistrio que alavanca a

    evoluo do Mundo, pois que de facto trata-se de Comunidade

    Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 23

  • uma transcendente e gloriosa realidade conhecida por alguns

    poucos mas que um dia, possivelmente, vir a lume aqui nas

    terras sagradas do Brasil, por ser a Ptria do Avatara do Ciclo de

    Aquarius.

    Os templrios historicamente conhecidos nada mais eram do que

    a ramificao externa de uma outra Ordem muito mais secreta, e

    por isso mesmo que puderam ser atingidos pelas mos

    impiedosas dos senhores anrquicos do Mundo. Portanto, eram

    uma cobertura exterior dos verdadeiros Templrios Aghartinos

    que so intocveis, como o so os seus 33 Templos Jinas

    relacionados Tradio do Santo Graal, e pela qual se deram em

    holocausto.

    OS NESTORIANOS E O ITINERRIO DE IO Os templrios eram considerados na Europa os Guardies da Terra Santa. Contudo, para os Iniciados nos Grandes Mistrios essa Terra Santa referia-se Jerusalm Celeste ou o Paraso Terreal da Tradio Primordial que Agharta. Talvez por isso

    Jerusalm tenha sido escolhida para ser a Oitava Cidade ou o

    Centro do Sistema Geogrfico que deu cobertura ao trabalho de

    Jesus, o Cristo.

    O Livro da Tradio afirma que os nestorianos actuando na sia

    tinham conexes com Agharta, e que no Turquesto foram

    descobertas cruzes nestorianas em cujo centro aparece o smbolo

    da Sustica ou Swstika, smbolo do Rei do Mundo que

    venerado em toda sia Central desde os tempos mais remotos.

    Ferdinand Ossendowsky faz referncia a um anel ornado com

    uma Sustica que se encontrava no Museu de Urga, capital da

    Monglia, hoje chamada de Ulan Bator. Segundo a tradio, esse

    anel teria sido oferecido a Gengis-Khan pelo prprio Rei do

    Mundo. Os nestorianos mantinham relaes coma Ordem dos

    Templrios e com o Clero Lamasta do Tibete, estabelecendo uma

    tessitura entre a Cristandade ocidental e a Espiritualidade oriental.

    Tratava-se de um trabalho transcendental no sentido de firmar-se

    o Itinerrio de Io. Sobre a tentativa de se reatar o elo quebrado

    entre a Tradio Primordial, conservada em Agharta, e a

    implantao da Sinarquia na Face da Terra, pela Ordem do

    Templo, assim se expressou Andr Gauthier-Walter:

  • Aps a sua destruio, a Ordem do Templo continua tambm

    se metamorfoseando de vrios outros modos. Em 1318, uma

    grande Conveno reuniu na Dalmcia, em Spalato (Salnica)

    um grande nmero de Cavaleiros Tributrios de todos os pases

    onde a Ordem tinha Comendadorias. O Grande Prior (ou

    Grande Pontfice) de Gonneville transmitiu uma mensagem de

    Jacques de Molay e acrescentou mesma as suas prprias

    instrues.

    Anunciou a futura ressurreio da Ordem aps de mais de seis

    sculos. Para acalmar a clera dos cavaleiros, principalmente

    dos Cavaleiros Tributrios, contra o Papado e a Monarquia

    francesa, Gonneville foi obrigado a usar de toda a sua

    autoridade, sustentado pelo Conselho Supremo. Ele fez vrias

    profecias, e revelou que os responsveis pela Ordem haviam

    sabido, com vrios anos de antecedncia, que esta iria

    desaparecer e que no deveria resistir, apesar de ser mais forte,

    por diversas razes que ele indicou.

    Aps essa importante Conveno que durou uma semana, todos

    voltaram aos seus pases de origem enquanto o Supremo

    Conselho embarcava para uma ilha do Adritico, que

    Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 24

  • sem dvida era a antiga Cocria (a actual Corfu), a ilha em que

    Ulisses encontrou Ulissipa (Nausica...) e onde Jaso viveu com

    Medeia. O Supremo Conselho ali permaneceram por mais de

    trs anos em grande trabalho, antes de se dispersar.

    Alguns comentadores so de opinio que foi l que se previu o

    que deveria vir a ser, mais tarde, a Ordem da Rosa+Cruz e os

    Graus Cavaleirescos da Franco-Maonaria Escocesa. O certo

    que Gonneville partiu em seguida para a Prsia de onde passou

    para a sia Central, onde desapareceu O PODER DA ME DIVINA As bases de uma sociedade realmente livre, prspera, feliz e

    espiritualizada apoiam-se, segundo os Grandes Iniciados de todos

    os tempos, no equilbrio do Poder Temporal com a Autoridade

    Espiritual. Quando esse equilbrio quebrado sobrevm,

    inexoravelmente, o caos social e a desarmonia entre os seres e a

    decadncia das civilizaes. Por isso, o Poder Sinrquico tem por

    misso restabelecer a Harmonia Universal que algum dia j foi

    apangio da Humanidade. Esses valores esto presentes na vida

    de todos. Para se poder optar pelo caminho da espiritualidade no

    preciso necessariamente desligar-se do mundo material, porque

    os dois mundos completam-se. Segundo ensina a Sabedoria

    Inicitica das Idades, para chegar-se ao pinculo da vida espiritual

    o primeiro patamar a ser transposto o de ter de vencer as provas

    que so prprias do mundo material, o que em si mesmo j uma

    Iniciao, porque enfrentar a vida no mundo o mesmo que

    enfrentar o mestre mais rigoroso que exista.

    O mundo material est relacionado, antropogenicamente falando,

    ao veculo fsico do ser humano. Ningum alcana os mais altos

    nveis de conscincia sem antes superar a sua personalidade, que

    est mais relacionada s coisas materiais do que s espirituais.

    Por isso que a grande Sabedoria dos Iniciados da Antiguidade

    procurou resolver esse dilema atravs da Meditao e das Yogas.

    O Caminho a ser percorrido est bem patente, por exemplo, nos

    conhecidos Passos da Yoga de Patanjali. Segundo essa Yoga, a

    primeira postura direcciona-se para o domnio do Corpo Fsico,

    denominada Asana, pela qual o aspirante exercita o domnio

    completo do seu veculo mais denso. O segundo Passo

    destinado ao corpo mais acima do fsico em termos de subtileza,

  • ou seja, o Corpo Vital, cujo equilbrio est relacionado

    directamente prtica da respirao inicitica denominada

    Pranayama. A prtica desta Yoga vai sucessivamente trabalhando

    os demais veculos at ao domnio de Kama-Manas, atravs do

    Passo chamado Pratyhara. Finalmente, logra-se alcanar os

    Princpios Superiores Mondicos, Atm-Budhi-Manas,

    relacionados aos Passos chamados respectivamente Dhran,

    Dhyana e Samadhi. Assim se realiza o trabalho integral do ser

    humano.

    DINHEIRO, SEXO E PODER A Sabedoria dos Deuses ensina que a Divindade manifesta-se nos Planos mais densos da

    Manifestao atravs da Me Divina, que o seu Aspecto Criador

    no Mundo das Formas. Por sua vez, os valores mais imediatos e

    grosseiros da Grande Me expressam-se na vida diria dos seres

    humanos como trs potncias: dinheiro, sexo e poder. So

    potncias naturais que em si nada tm de mal. Contudo, so

    foras que se forem mal dirigidas podem prejudicar a evoluo

    das pessoas, gerando um karma negativo que ter de ser resgatado

    custa de sacrifcios e sofrimentos, mas que se forem operadas

    com sabedoria podero ajudar os seres humanos na Senda

    Espiritual.

    Essas trs vertentes esto presentes na vida de todas as pessoas.

    Trata-se de desafios que precisam ser vencidos. Embora esses

    desafios revistam-se de carcter sacrificial, no entanto conduzem

    o discpulo libertao das teias mayvicas que o prendem ao

    mundo das iluses e o libertam daquilo que as Estncias de

    Dzyan chamam de Mundo das Necessidades. Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 25

  • A CHAVE NUMRICA E A ECONOMIA

    A respeito da trade dinheiro-sexo-poder como potncias

    inferiores da Natureza, daremos nfase ao aspecto monetrio por

    estar to presente no nosso dia-a-dia. O dinheiro devia ter, como

    antigamente, a sua expresso na moeda, que alm da sua

    conotao puramente material tem razes nas energias espirituais.

    Segundo pode-se constatar nos Arcanos Aghartinos nmeros 1,

    12 e 21, a Moeda valor tendo os seus fundamentos na Moneda

    ou Mnada. Por a pode-se aquilatar dos valores no fsicos que

    deveriam secundar um s Padro Monetrio que foi aviltado

    pelos Anrquicos, mas que ser restaurado quando voltar a

    imperar a Sinarquia.

    Na modernidade fala-se muito de Cincia Econmica. Mas que

    haver de errado na Economia com as suas crises cclicas que

    afectam to profundamente a vida dos povos? Do ponto de vista

    sinrquico, a Economia moderna peca por dois motivos bem

    distintos: como pretensa Cincia exacta tem falhado nas suas

    previses e conceitos por ignorar como se opera com a Chave

    Numrica, que uma das sete Chaves que abrem as portas dos

    Grandes Arcanos, alis, uma Chave muito conhecida dos

    cabalistas e que constitua uma das exigncias para pertencer-se

    Escola Pitagrica. A outra falha fatal da Economia estar

    desvinculada dos princpios ticos e espirituais, por estar ao

    servio dos exclusivos interesses de banqueiros aptridas onde a

    imoralidade campeia e a espiritualidade inexiste na quase

    totalidade deles.

    Um outro elo causador do fracasso da Economia contempornea

    que ela se funda num acerbado individualismo sem nenhuma

    conotao com o Estado Social, estimulando ao mximo a cobia

    e expandindo-se custa dos mais fracos e desprovidos. Os

    senhores do Poder Econmico para alcanarem os seus objectivos

    egostas no medem as consequncias, pois s visam, como disse

    Gorbachov, o lucro mximo. Isso puro imperialismo

    psicossocial na sua expresso mxima, onde qualquer sentimento

    de compaixo e fraternidade varrido da convivncia humana,

    tornando-se assim a Economia uma Cincia Satnica ao servio

    dos Anrquicos. Como consequncia deste estado anmalo de

    coisas, o que se verifica uma ausncia total de solidariedade e o

  • florescer de um individualismo feroz que corri e corrompe os

    laos da sociabilidade humana, espezinhando uma vocao

    natural da natureza ntima dos seres.

    O que denuncia com maior clareza a debilidade da falsa

    Economia exotrica, so os seus fracassos contnuos manifestados

    como a persistncia da inflao, s vezes escamoteada para

    enganar os desprevenidos, o crescimento do desemprego, o

    aumento da disparidade de rendas e taxas de que resulta o

    crescente acmulo de bens nas mos de pequena minoria, mas

    diminuindo o poder aquisitivo da maioria do povo, aumentando

    assim a misria que se generaliza. No sector da Economia

    relacionada produo industrial, observa-se a flagrante

    incapacidade de lidar com os avanos tecnolgicos que so uma

    conquista do gnio criador humano, deixando assim de ser uma

    ddiva no sentido de aliviar a carga de trabalhos pesados e

    montonos para se tornar um dos maiores flagelos da

    Humanidade como pretexto para gerar de desemprego em massa,

    provocando a desocupao de um nmero crescente de cidados

    com suas letais consequncias Comunidade Tergica

    Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 26

  • sociais e morais, mormente para os jovens que se defrontam com

    uma vida sem expectativa. Por isso, dizia Thomas Carlyle:

    A Economia uma Cincia Sombria. Porque o Homem Econmico o agente econmico ideal no livre nem responsvel. Ele dominado por uma ideia fixa: os seus

    prprios ganhos individuais. um fantico, um desvairado, o

    egosmo em forma de pessoa. Ele o modelo contraditrio em si

    mesmo. O HOMEM ECONMICO Como vimos, o chamado Homem Econmico pura e simplesmente, do ponto de vista esotrico, uma Egrgora

    humanizada gerada pelas vibraes psicomentais do egosmo que

    germina no corao do Homem. O Dicionrio Internacional

    Webster foi muito feliz no verbete seguinte:

    Homem Econmico. Homem Hipottico, supostamente desprovido de sentimentos e motivos altrustas que interfeririam

    na sua busca puramente egosta de auferir lucros e de desfrut-

    los individualmente. Di-nos o corao constatar que so esses indivduos de mentes

    doentias que governam o Brasil e as suas finanas neste final de

    sculo XX e dealbar do sculo XXI. Brasil que a Ptria do

    Avatara, anttese completa da nossa realidade presente.

    Um autor, preocupado com os rumos das coisas neste fim de Ciclo apodrecido e gasto, num momento de grande exaltao exclamou: Quando a Idade da tica terminou, surgiram na plancie desolada os economistas, os comunicadores de

    encomenda e os tecnoburocratas. No livro A Morte do Homem Econmico de George P. Brockway,

    editado pela Livraria Nobel, encontramos o seguinte conceito

    sobre os Homens Econmicos: tpico dos monomanacos tratarem as suas obsesses como se fossem coisas concretas. Assim, em vez de se interessar por

    pessoas reais a Economia tem-se ocupado com coisas como os

    recursos naturais, o produto nacional bruto, o lucro que as

    empresas auferem, etc. Em qualquer Economia do futuro, isso

    deve ser invertido: os seres humanos sero considerados mais

    importantes do que as coisas e os lucros, e a Cincia que Carlyle

  • apropriadamente denominou de Sombria assumir um aspecto

    novo e humanizado. De modo que a Economia, que deveria ser a Cincia mais

    avanada por estar relacionada directamente evoluo social do

    Homem, foi transformada pelos Anrquicos decadentes numa

    Cincia Sombria e atrasada, incapaz de solucionar os problemas

    que se apresentam a todo o momento. Isto porque se abstraiu das

    condies sociais, histricas, polticas, psicolgicas e ecolgicas

    que so condies inseparveis das actividades econmicas.

    Os economistas tm-se mostrado cada vez mais incapazes de ver

    as causas e as consequncias das perturbaes financeiras das

    Bolsas de Valores e de prever e predizer a evoluo econmica,

    mesmo a curto prazo. Em vista disso, talvez se repita a crise que

    abalou as Bolsas de todo mundo a partir da de Nova-Iorque em

    1929, promovida pela sbia interveno do Venervel Ralph

    Moore, Adepto pertencente Linha dos Moryas que evitou um

    mal maior que era a hegemonia da Monopol.

    O processo que se opera actualmente escala mundial no sentido

    de substituir a moeda por papis simblicos sem nenhum valor

    real, cujo valor oscila consoante os interesses escuros que se

    escondem no anonimato, sabemos que ele feito a partir de um

    ncleo altamente centralizado do Poder Anrquico que detm as

    finanas internacionais e as manipula a seu favor em detrimento

    da sociedade geral. Comunidade Tergica Portuguesa

    Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 27

  • O VALOR SUBJECTIVO DA MOEDA

    O esvaziamento do valor intrnseco da moeda, que uma

    instituio que se perde na memria da Histria, implica num

    processo de dissoluo da vida em sociedade realmente civilizada.

    A estabilidade do Estado est estreitamente vinculada

    estabilidade da moeda que o espelho de uma nao governada

    sabiamente. Sem uma moeda estvel torna-se impraticvel o

    Estado manter em boa condies de funcionamento os servios

    que cabe a ele prover, tais como a segurana social, os servios de

    sade pblica, a educao e cultura, o lazer, a segurana do

    cidado, os transportes colectivo dignos, a moralidade

    administrativa e a eficincia na prestao de servios, etc. A

    estabilidade poltica e a manuteno do regime democrtico

    depende directamente da estabilidade econmica reflectida numa

    moeda forte e confivel. Sem uma moeda estvel no h

    credibilidade nas instituies com reflexos at na segurana e

    integridade nacional, baluarte que est sofrendo rudes golpes dos

    aptridas de planto no nosso pas. Escudados no Poder

    Econmico aliengena, tentam promover a desagregao nacional

    onde os sos princpios da nacionalidade e do patriotismo sofrem

    os mais srdidos ataques.

    O conhecido cabalista Ren Gunon, falando do valor subjectivo

    da moeda, teve ocasio de dizer:

    De qualquer modo, a concepo puramente quantitativa da moeda marca evidentemente o esquecimento do simbolismo da

    emblemtica tradicional das suas efgies.

    O caso da moeda tal como ela existe actualmente, pode mais

    uma vez servir aqui de exemplo caracterstico. Ao contrrio das

    civilizaes tradicionais que faziam dela um veculo das

    influncias espirituais, na actualidade, despojada de todos os seus valores qualitativos, ela foi reduzida a no ser mais do que

    um signo material e quantitativo em si mesmo.

    Nesta questo da moeda, se nos limitarmos s ao ponto de vista

    econmico, tal como entendido hoje, ficaremos presos ao

    reino da quantidade, que na sociedade moderna tem papel preponderante que conhecemos bem e sobre o qual seria

    suprfluo insistir. Mas a verdade que o ponto de vista

    econmico e a concepo exclusivamente quantitativa da moeda

  • que lhe inerente, no so mais do que o produto de uma

    degenerao bastante recente, porque a moeda teve na sua

    origem um carcter totalmente diferente preponderantemente

    qualitativo que conservou durante muito tempo, embora isso

    possa parecer espantoso para a generalidade dos nossos

    contemporneos.

    As moedas antigas, literalmente cobertas de smbolos

    tradicionais, apresentavam um sentido particularmente

    profundo, nomeadamente as moedas celtas. Os smbolos que a

    figuram esto ligados a conhecimentos doutrinais que eram

    prprios dos druidas, o que alis implica numa interveno

    deles neste domnio.

    Outrora, a moeda era coisa profana como que se tornou mais

    tarde. No fosse assim, como se explicaria a interveno de uma

    Autoridade Espiritual que evidentemente no tem nada em

    comum com isso, e como se poderia compreender que vrias

    tradies falem da Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 28

  • moeda como alguma coisa verdadeiramente carregada da

    influncia espiritual, cuja aco podia efetivamente manifestar-se por meio dos smbolos nela impressos que

    constituam o seu suporte normal? O controle da Autoridade Espiritual sobre a moeda, sob

    qualquer forma que seja exercida, no alis um facto limitado

    exclusivamente Antiguidade, e sem sair do Mundo Ocidental

    h indcios mostrando que esse controle deve ter-se perptuado

    at ao final da Idade Mdia, ou seja, enquanto esse mesmo

    Mundo possuiu uma civilizao tradicional. Com respeito ao

    facto de alguns soberanos terem sido acusados pelos seus

    contemporneos imputando-lhes o crime de alterar as moedas, leva-nos a concluir que os reis no dispunham livremente do

    ttulo da moeda, e que ao mud-lo por sua prpria iniciativa

    ultrapassavam os direitos reconhecidos ao Poder Temporal.

    O ttulo cunhado na moeda teria desse modo uma importncia

    meramente convencional e varivel ou substituvel por um

    simples papel-moeda. Contudo, existia uma outra ordem

    superior, porque s assim se explica o facto de que qualquer

    alterao arbitrria na moeda podia revestir-se de carcter de

    tamanha gravidade que podia at comprometer a prpria

    estabilidade do Poder Real. A Ordem dos Templrios, na poca do seu apogeu, possua uma

    moeda prpria de circulao internacional, que valia mais que

    qualquer outra de carcter puramente quantitativo. Alguns autores

    menos avisados atribuem que o mal uso do poder econmico

    pelos cavaleiros de Cristo foi a causa da sua queda. Todavia,

    ainda nos dias de hoje, principalmente na Frana e em Portugal,

    alimenta-se a crena de que o verdadeiro tesouro dos templrios

    jamais foi tocado por mos profanas por estar impregnado de

    valores espirituais, e como tal s podia ser aplicado para

    objectivos nobres. Da a Tradio afirmar que desse tesouro

    templrio foi utilizado pelo Infante Henrique de Sagres, o seu

    guardio oculto como