121
FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA DE UM CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ALEXANDRA DE ASSUNÇÃO ORIENTADORA: PROF. DRª. FÁTIMA CRISTINA TRINDADE BACELLAR Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2008.

CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM

ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

DDIISSSSEERRTTAAÇÇÃÃOO DDEE MMEESSTTRRAADDOO PPRROOFFIISSSSIIOONNAALLIIZZAANNTTEE EEMM AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO

CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE

DECISÃO DE COMPRA DE UM CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

AALLEEXXAANNDDRRAA DDEE AASSSSUUNNÇÇÃÃOO

ORIENTADORA: PROF. DRª. FÁTIMA CRISTINA TRINDADE BA CELLAR

Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2008.

Page 2: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA DE UM CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

ALEXANDRA DE ASSUNÇÃO

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral

ORIENTADORA: PROF. DRª FATIMA CRISTINA TRINDADE BACELLAR

Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2008.

Page 3: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA DE UM CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

ALEXANDRA DE ASSUNÇÃO

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral

Avaliação:

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________

PROF. DRª FÁTIMA CRISTINA TRINDADE BACELLAR Instituição: Ibmec - RJ _____________________________________________________

PROF. DR. JOSÉ LUIZ TRINTA Instituição: Ibmec - RJ _____________________________________________________

PROF. DRª ISABEL CERCHIARO Instituição: UNIGRANRIO

Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2008.

Page 4: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

658.8342 A851

Assunção, Alexandra de Considerações para uma melhor compreensão do processo de decisão de compra de um curso de pós-graduação / Alexandra de Assunção - Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2008. Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração das Faculdades Ibmec, como requisito parcial necessário para a obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Administração geral. 1. Comportamento do consumidor. 2. Decisão - Processos. 3. Decisão de compra. 4. Cursos de pós-graduação.

Page 5: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

1

DEDICATÓRIA

Dedico o presente trabalho a Deus quie tem me guiado e sustentado por inde quer que eu ande. A Ele toda honra e glória. “Não te mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes: Porque o Senhor, Teu Deus, é contigo, por onde quer que andares.” Josué 1 (9)

Page 6: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

2

AGRADECIMENTOS

Este foi o último texto que escrevi para minha dissertação e confesso que foi o mais difícil; muito mais que a própria conclusão. Sei que estas palavras são pequenas diante de tudo que eu gostaria de expressar, quão grande é a minha gratidão pelas pessoas que citarei e pelo que elas representam para mim. Pessoas que já estavam, pessoas que chegaram, pessoas até que já se foram, mas que continuam muito presentes em minha vida.

Assim, minha idéia foi agradecer ponto-a-ponto, não como um rito de passagem, mas de forma sincera a expressar o meu: muito obrigada!

Primeiramente, agradeço mais uma vez a Deus, que nestes dois anos me guiou e me conduziu de forma sobrenatuaral, usando pessoas para me sustentar e até preparando o caminho que eu deveria trilhar.

Depois, à minha querida família. Aos meus dois amores: minha mãe e minha irmã, minhas amigas para sempre, que souberam me ajudar, me agüentar, me dar colo nos momentos mais difícies, e até me amparar quando eu dizia “não agüento mais, vou desistir”, de maneira tão sublime e com muito carinho e amor. Ao meu pai, aos meus amigos e aos meus sobrinhos Felipe, Rodrigo e Victória, que souberam entender as minhas ausências. Agora vou colocar em dia todo este tempo de convivência.

Em especial, a minha orientadora, professora Cristina Bacellar, que com maestria soube me ensinar, me conduzir, me orientar com dedicação, carinho, sensibilidade, conselhos e principalmente por sua amizade. – “Cris, a você o meu: MUITO OBRIGADA!”

Agradeço ao Pedro Lyra e ao prof. Eric Cohen, por terem me proporcionado a possibilidade de fazer o curso. Como mestranda em Administração, na área de Marketing, agradeço ao Ibmec pelo ensino de qualidade.

Aos meus meus queridos amigos de todas as horas: Adriana, Denise, Juliana, Jacqueline, Carla, Rita Coelho, Rita Duarte, Fátima, Bigode, Antonio, Maeli, Elenice, Débora e Alexandre, e aos do coração Hélio Ramos e Kelly Cristina (sei que se vocês estivessem aqui, estariam orgulhosos de mim). Em especial a Ju, que soube me ouvir e me apoiar em todas as horas.

Page 7: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

3

Aos amigos que fiz no Ibmec: Isabel Cerchiaro, Marcelo Passos, Daniela Caruncho, Daniel Seth, Beatriz Velho, Gabriela Ramos, Máira Pereira, Marta Fleming, Liza Chiu, Regina e Luiz Fillipe.

Ao corpo administrativo do Ibmec por todo este suporte e cuidado.

Aos meus entrevistados por sua disposiação e confiança a mim depositados.

Agradeço ao Marcello, que chegou aos 45’ do segundo tempo e que fez e tem feito toda a diferença na minha vida.

E a minha oração é para que todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho sejam abundantemente abençoados.

Page 8: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

4

RESUMO

Como nos dias de hoje há uma enorme procura por cursos de pós-graduação, o presente

trabalho vem suscitar como se processa a decisão de compra por um curso deste nível, para

que se tenha um melhor entendimento acerca de características e de fatores influenciadores,

que foram identificados na revisão de literatura. A pesquisa desenvolvida teve por objetivo

trazer um conhecimento mais aprofundado do tema, direcionando o seu foco para conhecer as

reais necessidades dos entrevistados, sendo o roteiro da pesquisa pautado no processo de

decisão de compra (PDC). A pesquisa foi feita através de entrevistas em profundidade,

dividida em duas fases: a primeira com os alunos entrantes e a outra, com os já formados. A

fim de balizar melhor a pesquisa, foram levantados vários fatores que influenciam o

comportamento do consumidor: cultural, familiar, político, e também econômico, sendo estes,

contextualizados por grandes autores/pesquisadores no assunto. Além, é claro, da

hierarquização das necessidades/motivações de Maslow. Deste modo, os resultados obtidos

permitem afirmar que existe uma multiplicidade de objetivos declarados pelos alunos. Porém,

contextualizando os resultados, temos uma saturação nos seguintes objetivos: crescimento

pessoal e profissional, o peso no nome da escola (marca), perspectiva de

promoção/recolocação. Assim, o presente trabalho corrobora com considerações a respeito do

Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação.

Palavras-chave: comportamento do consumidor, processo de decisão de compra, serviços de

pós-graduação.

Page 9: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

5

ABSTRACT

As there is an impressive search for post-graduation courses today, the present work comes to

elicit how the purchase decision for such courses is processed in order to have a

comprehensive framework concerning the characteristics and influencing factors, identified in

the researched bibliography. The aim of the research is to reach a deeper understanding of the

theme, focusing on considering the respondents’ real needs, being the frame of the research

based on the purchase decision process, as well as on long interviews divided into two phases:

firstly with freshmen and secondly with graduated. In order to stand the research, several

factors that affect the consumer’s behavior have been arisen: cultural, family, political and

economical; all of them contextualized by major writers, researchers and obviously Maslow’s

hierarchy of needs. As a result, the findings allow us to infer that there is a multiplicity of

objectives declared by the students. Nevertheless, contextualizing the results, there is a

saturation around the following topics: personal and professional development, the

importance of the school’s name (brand), moving up at work and coming back to the market.

This paper offers considerations about the purchase decision process of a post-graduation

course.

Key Words: consumer behavior, purchase decision process, post-graduation services.

Page 10: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Hierarquia das Necessidades de Maslow.............................................................. 26

Figura 2 - Tipologia de tomada de decisão ........................................................................... 32

Figura 3 - Modelo de Nicosia............................................................................................... 36

Figura 4 - Modelo de Howard e Sheth.................................................................................. 39

Figura 5 - Modelo de Hoffman e Bateson............................................................................. 40

Figura 6 - Modelo Solomon ................................................................................................. 42

Figura 7 - Cinco tipos de riscos percebidos .......................................................................... 42

Figura 8 - Modelo Blackwell, Miniard e Engel..................................................................... 46

Figura 9 - Modelo construído a partir de Blackwell, Minard e Engel com adaptações........... 47

Figura 10 - Espectro da Tangibilidade.................................................................................. 52

Figura 11 - - Qualidades dos produtos/serviços afetam a facilidade de avaliação.................. 53

Figura 12 - Reconhecimento da Necessidade........................................................................ 75

Figura 13 - Busca de Informações ........................................................................................ 79

Figura 14 - Avaliação de Alternativas Pré-Compra .............................................................. 81

Figura 15 - Avaliação de Alternativas Pré-Compra .............................................................. 84

Figura 16 - Consumo ........................................................................................................... 87

Figura 17 - Avaliação Pós-Consumo .................................................................................... 88

Figura 18 - Apresentação do esquema completo dos estágios e das principais considerações

levantadas pela pesquisa realizada................................................................................ 90

Page 11: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

7

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Fatores que Influenciam o comportamento do Consumidor ................................ 27

Quadro 2 - Razões para o crescimento do setor de serviços .................................................. 50

Quadro 3 - Concepções Básicas de Pesquisa Exploratória .................................................... 63

Quadro 4 - - Caracterização das Entrevistas ......................................................................... 70

Page 12: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

8

LISTA DE ABREVIATURAS AMA American Marketing Association ANPAD Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

ENANPAD Encontro da ANPAD

IES Instituição de Ensino Superior

MBA Master in Business Administration

PDC Processo de Decisão de Compra

Page 13: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................11

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ....................................................................................................11

1.2 PERGUNTA DE PESQUISA E OBJETIVO DO ESTUDO...............................................................15

1.3 JUSTIFICATIVA DO TEMA .......................................................................................................16

1.3.1 Relevância Gerencial .......................................................................................................17

1.4 DELIMITAÇÕES......................................................................................................................18

1.5 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO..................................................................................................18

2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................................20

2.2 – COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR (MOTIVAÇÃO E NECESSIDADE) .....................................22

2.2 PRINCIPAIS FATORES QUE INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR................26

2.2.1 Fatores Culturais .............................................................................................................27

2.2.2 Fatores Sociais .................................................................................................................28

2.2.3 Fatores Pessoais...............................................................................................................28

2.2.4 Fatores Psicológicos ........................................................................................................30

2.2.5 Outro fator que influencia o consumidor – A Marca .......................................................34

2.3 PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA (PDC) .........................................................................35

2.3.1 Modelo de Nicosia............................................................................................................35

2.3.2 Modelo de Howard e Sheth ..............................................................................................37

2.3.3 Modelo de Hoffman e Bateson .........................................................................................39

2.3.4 Modelo de Solomon ..........................................................................................................40

2.3.5 Modelo de Blackwell, Miniard e Engel ............................................................................43

2.4 ESCOLHA DO MODELO ADEQUADO.......................................................................................46

2.4.1 Utilização do Processo de Decisão de Compra ...............................................................47

2.5 ASPECTOS GERAIS DA NATUREZA DOS SERVIÇOS.................................................................48

2.5.1 Características das Diferenças dos Serviços ...................................................................50

2.5.2 Qualidade .........................................................................................................................52

2.5.3 Qualidade de Serviços versus Satisfação do Consumidor ...............................................54

2.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO .....................................................55

Page 14: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

10

2.6.1 O MBA e a pós-graduação no Brasil ...............................................................................56

2.7 ESTUDOS SOBRE DECISÃO DE COMPRA DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS .................................58

2.7.1 Pesquisas realizadas sobre alunos de pós-graduação .....................................................59

3 METODOLOGIA DA PESQUISA............................................................................................61

3.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O MÉTODO DE PESQUISA ................................................62

3.2 MÉTODO DA PESQUISA DE CAMPO..............................................................................64

3.2.1 Coleta de Dados: Método e Instrumento..........................................................................64

3.2.2 Classificação das Entrevistas – Pergunta gerativa narrativa..........................................66

3.2.3 Seleção dos Entrevistados ................................................................................................68

3.2.4 Caracterização das Entrevistas........................................................................................70

3.2.5 Tratamento dos Dados .....................................................................................................71

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................................74

4.1 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS .........................................................74

4.2 ETAPAS DO PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA...................................................................75

4.2.1 Reconhecimento da Necessidade......................................................................................75

4.2.2 Busca de Informações.......................................................................................................79

4.2.3 Avaliação de Alternativas Pré-compra ............................................................................81

4.2.4 Compra.............................................................................................................................83

4.2.5 Consumo...........................................................................................................................86

4.2.6 Avaliação Pós-consumo ...................................................................................................88

4.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.....................................................................................90

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................................94

5.1 CONCLUSÃO......................................................................................................................94

5.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ...............................................................................................96

5.3 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ...................................................................97

5.4 IMPLICAÇÕES ACADÊMICAS E GERENCIAIS.............................................................97

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................99

APÊNDICE A – ROTEIRO DE PESQUISA...................................................................................105

APÊNDICE B – TABELA DE CONTEÚDOS ................................................................................107

Page 15: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

11

1 INTRODUÇÃO

Este capítulo apresenta a relevância e a justificativa do tema escolhido, assim como sua

delimitação e a definição do problema de pesquisa abordada.

Também serão apresentados os objetivos do estudo, a estruturação do trabalho, como também

o conteúdo de cada capítulo.

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

Uma das características marcantes deste início de século é a velocidade como ocorrem as

mudanças, sejam elas: sociais, econômicas, políticas e tecnológicas.

Segundo Crawford (1994, p.16), estas mudanças podem ser traduzidas como novos

conhecimentos que levam às novas tecnologias. Essas novas tecnologias, por sua vez, levam

às mudanças econômicas que, consequentemente, geram mudanças sociais e políticas. Já

essas últimas, criam um novo paradigma ou visão de mundo.

O autor chegou a esta conclusão após estudar um modelo desenvolvido por historiadores, que

diz respeito de como as economias e as sociedades evoluídas traduzem estas mudanças.

Seguindo nesta mesma lógica, Antunes (2000, p.18), diz que este período de gradativas

mudanças na economia mundial, vivenciado mais intensamente nas últimas décadas, vem

Page 16: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

12

sendo destacado por muitos autores estudiosos do assunto como o período de transição de

uma Sociedade Industrial para uma Sociedade do Conhecimento; pois, aos demais recursos

existentes e até o momento, valorizados e utilizados na produção, eram a terra, o capital e o

trabalho. Deste modo, agrega-se o conhecimento, alterando, principalmente, a estrutura

econômica das nações e, sobretudo, a forma de valorizar o ser humano, já que só este detém o

conhecimento.

Stewart apud Antunes (2000), diz que o conhecimento é mais valioso do que os recursos

naturais, do que as grandes indústrias ou de suas volumosas contas bancárias, e que empresas

como Wal-Mart, Microsoft e Toyota não se tornaram grandes por serem mais ricas do que a

Sears, a IBM e a General Motors, mas, muito pelo contrário, por possuírem algo mais valioso

do que ativos físicos ou financeiros, ou seja, por possuírem Capital Intelectual.

Desta forma, Stewart (1998, p.41) destaca a importância do “trabalhador do conhecimento”,

uma vez que, o conhecimento passa a ser a maior força de valor econômico. Assim, há de se

esperar que ocorra uma valorização, por parte do mercado de trabalho, das pessoas que

trabalham mais com o cérebro em detrimento das que não o fazem. Há uma tendência para

uma valorização da educação, que segundo Crawford (1994, p.29). Neste cenário, a educação

assume um papel fundamental quando os serviços de informações se tornam o maior

segmento da economia.

Então, segundo Crawford:

O conhecimento é a capacidade de aplicar informações a um trabalho ou a um resultado específico. Somente os seres humanos são capazes de aplicar desta forma a informação através do cérebro ou de suas habilidosas mãos. A informação é a materia-prima para o conhecimento (CRAWFORD, 1994, p.21).

Como a velocidade das informações está cada vez mais dinâmica, Ikeda, Campomar e Veludo

de Oliveira (2002, p.12), chamam atenção para a educação continuada que, segundo eles, está

cada mais crescente e que os profissionais que não acompanharem esta evolução ficarão para

Page 17: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

13

traz. Desde modo, é importante que eles busquem se especializar e aprimorar seus

conhecimentos. Uma das formas possíveis para se atingir este resultado é a participação em

cursos de pós-graduação.

O fenômeno educação continuada para executivos é muito recente no Brasil. Iniciou-se nos

anos 1990, com os cursos de especialização que proliferaram de forma impressionante, assim

como os cursos de MBA (Master in Business Administration), que, pela legislação brasileira,

trata-se de um curso lato sensu, apesar da tradução significar Mestrado em Administração de

Negócios. Em geral, os alunos buscam tais cursos de pós-graduação para reciclar seus

conhecimentos específicos ou entrar em contato com as técnicas de administração, com o

objetivo de aplicá-las em suas respectivas empresas (IKEDA, CAMPOMAR E VELUDO-

DE-OLIVEIRA, 2002, p.12).

Tais considerações nos levam a crer que a educação continuada não deve ser vista como um

mero processo e sim, como um conceito de evolução com passíveis de influências dos meios

internos e externos, somado ao conhecimento (ingrediente fundamental deste processo), pois

está em constante transformação, sustentado por uma marcante evolução do aprendizado.

Desta forma, a necessidade de educação continuada é um processo cíclico entre o

conhecimento, aprendizagem e a própria educação.

Após os conceitos de eduacação citados, vale a pena introduzir o conceito de marketing

apresentado pela AMA (American Marketing Association – 2004), que define marketing

como uma função organizacional e um conjunto de processos de criação, comunicação e

entrega de valor para os clientes e para o gerenciamento dos relacionamentos com os clientes

de forma que beneficie a organização e seus interessados.

Page 18: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

14

Nesta mesma linha, Churchill (2000) postula que tem por objetivo mostrar que o marketing

faz com que a organização e mercado se entrelacem em todo momento, sendo que a

organização oferta recurso e objetivos e, em contrapartida, o mercado demanda necessidades

e oportunidades.

Tais necessidades, segundo Kotler (2000), são pontos de partida para conhecer e satisfazer as

necessidades dos clientes-alvo é tentar compreender o comportamento do consumidor.

Segundo Solomon (2002, p.24), é muito amplo o campo do comportamento do consumidor,

abrangendo processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam e

dispõem de produtos, serviços, idéias ou experiências para satisfazer necessidades e desejos.

Deste modo, os consumidores assumem, muitas das vezes, formas que vão desde uma criança

de oito anos pedindo figuras do Pokemon para a mãe, até um executivo em uma grande

corporação decidindo sobre o sistema de computador de milhões de dólares.

No campo de comportamento do consumidor, conforme o artigo de Holbrook e Hirschman,

(1982), observa-se que as necessidades devem ser estudadas não se prendendo às teorias

“concretas”, mas sim, em “insights” que se evidenciem. Assim, o tema comportamento do

consumidor é muito amplo e não se deve ficar preso a um simples modelo, seja ele:

comportamental, psicológico, etnológico, cognitivista ou motivacional. O comportamento do

consumidor em particular é fascinante e complexo, resultando de multifacetas da interação do

organismo com o ambiente.

Então, é relevante que o objeto percebido por uma pessoa com base em suas necessidades,

valores e interesses, motive o processo de informação levando o consumidor, na maioria das

vezes, a observar algo que antes nem lhe chamava a atenção.

Page 19: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

15

Segundo Karsaklian (2000, p. 22), a motivação também deve ser estudada, sendo algo que

não pode ser diretamente observado e, por essa razão, infere-se a existência de motivações

pela observação do comportamento. Ainda nesta linha de pensamento, vale relembrar que as

necessidades vêm da Teoria de Maslow, que são as necessidades do ser humano, organizadas

por prioridades e hierarquias. E esta hierarquização obedece a um escalonamento no qual se

passa de um nível a outro mais alto, à medida que a anterior fosse satisfeita.

Desta forma, o aluno motivado a especializar, entra em um modelo chamado processo de

decisão de compra (PDC), que para Blackwell, Miniard e Engel (2005, p. 73) representa um

mapa rodoviário das mentes dos consumidores que os profissionais de marketing e gerentes

podem utilizar como guia na composição de seus mix de produtos, suas estratégias de

comunicação e de vendas. O modelo captura as atividades que ocorrem quando as decisões

são tomadas de forma esquemática e aponta como diferentes forças internas e externas

interagem e afetam como os consumidores pensam, avaliam e agem.

É também neste estágio que se identificam as necessidades internas e externas, a exemplo do

Rokeach e Regan, (1980, p. 578), a mensuração do desenvolvimento dos valores humanos:

Nós ambiciosamente resolvemos obter o máximo de quantidade de informação sobre indivíduos e grupos numa mínima quantidade de tempo, assim, pesquisas são sugeridas no sentido de se obter um instrumento de diagnóstico para se obter informações relevantes (ROKEACH e REGAN, 1980, p. 578).

Após contextualização da sociedade do consumo, passando pela era do conhecimento até

chegar à educação continuada, o próximo tópico apresentará a pergunta de pesquisa e

objetivos, justificativa, delimitações e organização do estudo.

1.2 PERGUNTA DE PESQUISA E OBJETIVO DO ESTUDO

A presente pesquisa tem como objetivo geral obter um melhor entendimento do processo de

decisão de compra de um curso de pós-graduação, tipo MBA (Master in Business

Page 20: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

16

Administration). Desse modo, respondendo a seguinte pergunta de pesquisa: Como se

processa a decisão de compra de um curso de pós-graduação de MBA?

Dentro do referencial teórico, o trabalho pretende compreender o processo de decisão de

compra de um curso de pós-graduação. Para tal, o estudo propõe analisar o processo de

decisão de compra, bem como os fatores que influenciam o comportamento do consumidor na

escolha do curso.

Assim, procurar-se-á descrever o processo de decisão de compra de um curso de pós-

graduação, identificando as fontes de informação, a fim de entender esta decisão. Além dos

atributos, das necessidades e das motivações, enfim, todos estes sentimentos serão estudados

para entender o processo de escolha do curso.

1.3 JUSTIFICATIVA DO TEMA

A preocupação principal que norteia este trabalho é identificar como se processa a decisão de

compra que leva um consumidor a adquirir um curso de pós-graduação. Logo, a justificativa

do tema processo de decisão de compra de um curso de pós-graduação se dá:

• Pela importância econômica do setor através do rápido crescimento dos cursos de pós-

graduação: “Nesta velocidade de informações, a educação continuada é crescente e os

profissionais para não ficarem de fora buscam se especializar matriculando-se em

cursos de pós-graduação” (IKEDA, CAMPONAR e VELUDO DE OLIVEIRA, 2002,

pág. 12);

• Através das mudanças nas necessidades dos clientes: Os adultos estão buscando

estudar mais do que antigamente;

Segundo estudo de Bacellar e Ikeda (2005),

Page 21: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

17

O ponto importante é que existe uma motivação interna clara que impulsiona o individuo adulto a estudar, ou seja, existe uma predisposição para aprender, uma busca mais consciente pelo conhecimento e, por conseqüência, uma possibilidade de maior valorização do mesmo (BACELLAR e IKEDA, 2005).

• Através da validação do processo de Decisão de Compra, a fim de entender as

escolhas dos consumidores (modelo de processo de decisão de compra);

• Pelo levantamento das teorias bibliográficas a respeito do processo de decisão de

compra de um curso de pós-graduação;

• Através do mapeamento dos elementos necessários para que as instituições de ensino

possam atender às exigências de inovação de mercado;

• Trazer mais conhecimentos acadêmicos a respeito do assunto, fomentando novas

pesquisas.

1.3.1 Relevância Gerencial

Ao final deste trabalho, espera-se obter um conhecimento mais profundo sobre a tomada de

decisão na compra de um curso de pós-graduação, justificando a importância destacada do

curso de pós-graduação, direcionando seu foco a fim de conhecer as reais necessidades dos

consumidores e analisando a influência do processo de decisão na escolha do curso. Deste

modo, o corpo gerencial da IES (Instituição de Ensino Superior) pesquisada poderá utilizar o

trabalho para entender o que o seu público espera, como escolhe o curso e a instituição e o

que o leva a decidir fazer um curso de pós-graduação.

Sugerir pesquisas futuras sobre o assunto, e um outro dado também importante seria aplicar a

esta pesquisa em outras IES.

Page 22: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

18

1.4 DELIMITAÇÕES

O mercado aponta para uma demanda bastante crescente no que diz respeito à educação

continuada, especificamente aos cursos de pós-graduação. Diante do estudo proposto acredita-

se que as instituições de ensino poderão utilizá-lo para entender o que o seu público espera,

como eles escolhem o curso e da instituição, e o que os leva a escolher um curso de pós-

graduação.

Porém, o presente estudo se limita às considerações expostas pelos alunos, em um

determinado período, utilizando como pano de fundo o modelo de decisão de compra dos

autores Blackwell, Minard e Engel.

A IES (Instituição de Ensino Superior) pesquisada está presente em três cidades do Brasil:

Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo. Delimitando a pesquisa de forma geográfica, foi

estudada a filial no Rio de Janeiro, da unidade Centro, do curso de MBA Executivo em

Gestão de Negócios.

1.5 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

No primeiro capítulo, foi apresentada a importância do tema escolhido, o objetivo e a

delimitação da pesquisa. Assim como o surgimento e evolução dos cursos de pós-graduação e

algumas informações sobre processo de decisão de compra (PDC).

Já no segundo capítulo, será realizada uma revisão de literatura sobre os assuntos ligados ao

tema da pesquisa, como: programas executivos de pós-graduação (MBA), construção de

valores, conceitos de motivação, necessidades, apresentação de alguns modelos de processo

de decisão de compra, assim como serviços, qualidade em serviços, serviços educacionais e

estudos sobre decisão de compra.

Page 23: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

19

No terceiro capítulo, será abordada a metodologia adotada na pesquisa, abrangendo os

conceitos e etapas a serem evoluídas, assim como a pergunta da pesquisa e a

operacionalização do trabalho de campo, escolha de técnicas, tratamento e análise dos dados,

finalizando com as limitações da pesquisa.

No quarto capítulo do trabalho final, serão apresentados os resultados do estudo, de acordo

com as análises feitas.

Finalizando, no último capítulo, serão apresentadas as conclusões da pesquisa. Serão

oferecidas análises e interpretações dos resultados discutidos e apresentadas sugestões para

pesquisas futuras.

Page 24: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

20

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo de referencial teórico introduz os conceitos de criação de valor, satisfação para o

consumidor, abordando o comportamento do consumidor (motivação e necessidades),

trazendo alguns modelos de Decisão de Compra, bem como os fatores que influenciam estes

modelos e, por fim, os conceitos de serviços, contextualizados por pesquisas acadêmicas

realizadas com alunos de pós-graduação.

Ainda neste capítulo, serão discutidos os principais processos de decisão de compra,

destacando o mais adequado ao tema escolhido.

2.1 – DEFINIÇÃO DE VALOR E DE SATISFAÇÃO PARA O CLIENTE

Segundo Kotler (2000, p.56), há aproximadamente 35 anos, Peter Drucker observou que a

primeira tarefa de uma empresa era criar clientes. Contudo, os clientes de hoje se deparam

com um vasto universo de produtos, marcas, preços e fornecedores para optar. Desta forma,

como os clientes fazem as suas escolhas?

Os autores entendidos no assunto acreditam que os clientes avaliam qual a oferta que

proporciona maior valor. Eles procuram sempre maximizar o valor, dentro dos limites

impostos pelos custos envolvidos na procura e pelas limitações de conhecimento, mobilidade

e receita. Eles formam uma expectativa de valor e agem com base nela. A probabilidade de

Page 25: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

21

satisfação e repetição da compra depende de a oferta atender ou não a essa expectativa de

valor.

Deste modo, Churchill (2000, p. 10), afirma que o marketing orientado para o valor é uma

orientação para alcançar objetivos, desenvolvendo valor superior para os clientes. Logo,

entende-se que o valor é uma extensão da orientação para marketing que se apóia em vários

princípios e pressupostos sobre os clientes.

Da mesma maneira, Michael Porter introduz o conceito de valor como uma ferramenta para

identificar as maneiras pelas quais se pode criar mais valor para o cliente. Toda empresa

representa um conjunto de atividades que são desempenhadas para projetar, produzir,

comercializar, entregar e sustentar seu produto (KOTLER, 2000).

Então, para obter sucesso, as empresas devem buscar vantagens competitivas, além de

operações nas cadeias de valor de seus fornecedores, distribuidores e clientes. Atualmente,

muitas empresas têm formado parcerias com fornecedores e distribuidores para criar uma rede

de entrega de valor superior (também chamada de cadeia de suprimentos) (KOTLER, 2000,

p.67).

Assim, tratando-se da satisfação do consumidor, o artigo de Rossi e Slongo (1998, p.105),

destaca que foi na década de 80, que o tema comportamento do consumidor teve avanços

mais significativos, quer seja no campo macro, quer seja no campo micro. O nível macro se

refere aos estudos voltados às comparações intersetoriais das relações entre a satisfação dos

consumidores e a estrutura dos mercados, fornecendo subsídios para a própria formulação de

políticas públicas. Neste campo, destacam-se os trabalhos dos pesquisadores da Universidade

de Michigan (Ann Arbor), liderados pelo professor Claes Fornell. Já no nível micro, a

consciência de que a satisfação dos clientes é uma variável-chave de seus comportamentos

Page 26: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

22

posteriores (recompra, lealdade, propaganda boca-a-boca favorável etc) e, também, pelo

impulso dos programas de qualidade total, em que a satisfação dos clientes representa a faceta

de marketing (EVRARD, 1994).

2.2 – COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR (MOTIVAÇÃO E NECESSIDADE)

De acordo com Richers (1984), caracteriza-se comportamento do consumidor pelas atividades

mentais e emocionais realizadas na seleção, na compra e no uso de produtos/serviços de

satisfação de necessidades e desejos. Para Kotler e Keller (2006), o propósito do marketing se

concentra em atender e satisfazer às necessidades e aos desejos dos consumidores, tornando-

se fundamental conhecer o seu comportamento de compra. Desta forma, dentro do tema

comportamento do consumidor, Solomon (2002, p.24), diz o comportamento do consumidor

não pode ser descartado, uma vez que é o estudo dos processos envolvidos quando indivíduos

ou grupos selecionam, compram, usam e dispõem de produtos, serviços, idéias ou

experiências para satisfazer suas necessidades e desejos. Já para Schiffman e Kanuk (1997, p.

5), o estudo do comportamento do consumidor é um estudo de como os indivíduos tomam

decisões de como gastar seus recursos disponíveis, tempo, dinheiro, esforço, com coisas

relacionadas ao seu consumo. Para estes autores, é primordial monitorar as ações dos

consumidores, pois eles podem dizer uma coisa e fazer outra.

Para os autores Blackweell, Minard e Engel (2005, p. 39):

O comportamento do consumidor está ligado ao ambiente. Eles observam um número variado de questões, incluindo as tendências demográficas, grupos de influência e influências pessoais, motivação, atitudes, conhecimento do consumidor mudanças nas necessidades e nos desejos dos consumidores, padrões de consumo e estilos de vida. Assim, compreender as mudanças no ambiente do consumidor pode levar a novas idéias de produto, adaptações do produto, novas embalagens, ou mesmo, novos serviços para ajudar os consumidores a satisfazerem seus desejos. (BLACKWELL, MINARD e ENGEL, 2005, p. 39).

Segundo os autores Sheth, Mittal e Newman (2001, p. 29), o comportamento do consumidor é

definido como as atividades físicas e mentais realizadas por clientes de bens de consumo e

Page 27: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

23

industriais que resultam em decisões e ações, como comprar e utilizar produtos e serviços,

bem como pagar por eles.

Há muitas perspectivas sobre o comportamento do consumidor, mas as orientações de

pesquisa podem ser simplificadas, sendo divididas em duas abordagens: a perspectiva

positivista que enfatiza a objetividade da ciência e o consumidor como indivíduo que toma

decisões. Assim, há a idéia de que um comportamento está sujeito a múltiplas interpretações,

em vez de uma única explicação.

Solomon (2002, p. 25) acrescenta que outro aspecto importante no comportamento do

consumidor está na segmentação de mercado: o processo que identifica grupos de

consumidores que se assemelham de uma ou mais maneiras e cria, então, estratégias de

marketing que exercem seu apelo a um ou mais grupos, sendo os consumidores categorizados

de acordo com várias dimensões, incluindo uso de produtos, demografia (os aspectos

objetivos de uma população, tais como idade e gênero), e psicografia (características

psicológicas e de estilo de vida).

Tratando-se de segmentação, o artigo de Holt (1995) ilustra o comportamento do consumidor

por tipologias de consumo, sendo elas: 1) consumo como experiências – as ações de consumo

direcionadas ao objeto do consumo; 2) consumo como integração – os consumidores utilizam

objetos para interagir com outros consumidores; 3) consumo como classificação – descreve a

estruturação institucional do consumo e 4) consumo como jogo – como as pessoas utilizam os

objetos de consumo como expectadoras de um jogo de baseball profissional.

Neste modo, podemos começar a entender um pouco mais de motivação e também de

necessidade.

Page 28: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

24

Karsaklian (2000, p.19) entende que a necessidade de consumir, que é o ato da compra, não

surge do nada. Seu ponto de partida é a motivação, que vai conduzir a uma necessidade, a

qual, por sua vez, despertará um desejo. Com base em tal desejo, surgem as preferências por

determinadas formas específicas de atender à motivação inicial e essas preferências estarão

diretamente relacionadas ao autoconceito: o consumidor tenderá a escolher um produto que

corresponda ao conceito que ele tem ou que gostaria de ter de si mesmo.

Para Holbrook e Hirschman (1982, p.7) as necessidades oriundas do comportamento do

consumidor devem ser estudadas não apenas se prendendo às teorias concretas, mas também a

insights que se evidenciem, pois o tema é muito amplo e não se deve ficar preso a um simples

modelo, seja ele comportamental, psicilógico, etnológico, cognitivista ou motivacional. Sendo

assim, o tema em particular, é muito fascinante e complexo, resultando de multifacetas da

interação do organismo com o ambiente.

Segundo Karsaklian, (2000, p. 22), o assunto motivação é algo que não pode ser diretamente

observado e, por essa razão, infere-se a existência de motivações pela observação do

comportamento.

A fim de aprofundar um pouco mais o termo motivação, vale retomar a hierarquia das

necessidades de Abraham Maslow. Segundo ele, as necessidades humanas são hierarquizadas

sob a forma de uma pirâmide, tendo como base as necessidades mais básicas (fisiológicas e de

segurança). No meio da pirâmide, ficam as necessidades de status e de estima e no topo, a

necessidade de nível mais alto, a auto-realização. Desta forma, segundo Maslow (1999), se o

indivíduo se encontra na fase de busca de crescimento profissional/pessoal, ele está com uma

forte necessidade motivacional de melhorar ou crescer como pessoa, de desenvolver suas

capacidades e realizar seu potencial.

Page 29: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

25

A hierarquia de Maslow é um conceito útil porque nos lembra que as pessoas atribuem

diferentes prioridades para suas necessidades (BLACKWELL, MINARD e ENGEL, 2005, p.

256).

As necessidades humanas podem ser consideradas como séries de deficiências que precisam

ser satisfeitas de forma a evitar o estado de insanidade ou o mal-estar subjetivo por parte dos

seres humanos (MASLOW, 1976). Ele ainda afirma que as necessidades podem ser como um

grupo de demandas essenciais (Figura 1).

Embora este modelo seja conhecido no mundo todo, a hierarquia de suas necessidades muda

conforme a cultura de cada país. Existem países que as necessidades sociais estão no topo, e

mais, este modelo pode ser trabalhado de forma individual.

Page 30: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

26

Figura 1 - Hierarquia das Necessidades de Maslow

Necessidades de auto-realização – Curso de Pós-gradu ação

Necessidades de estima – Status, respeito

Necessidades sociais – Amizade, amor

Necessidades de segurança – Seguros

Necessidades fisiológicas – Comida, descanso

Fonte: Adaptada pela autora a partir da Hierarquia das necessidades, segundo Maslow. CHURCHILL, Marketing: Criando valor para os clientes, São Paulo, Saraiva, 2000, p.147.

Segundo (GARDNER, 1985), os indivíduos apresentam como parte da constituição natural

física e intelectual, uma série de demandas que direcionam o comportamento, a vida e o bem-

estar. A essa série de demandas pode-se dar o nome de necessidades.

2.2 PRINCIPAIS FATORES QUE INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO DO

CONSUMIDOR

Estudando o comportamento do consumidor, suas necessidades e suas motivações, se faz

necessário entender os fatores que o influenciam. Não obstante, Blackwell, Miniard e Engel

(2005, p.7) acreditam que as variáveis podem ser internas e externas, como: cultura, renda,

sentimentos, propaganda, conveniência. Contudo, estas variáveis foram introduzidas para

revelar quão único e individual o comportamento de um consumidor pode ser.

Já Schiffman e Kanuk (1997) e Solomon (2002) acreditam que os fatores de influência são

culturais, sociais, pessoais e psicológicos.

Page 31: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

27

Quadro 1 - Fatores que Influenciam o comportamento do Consumidor

Fatores Culturais Fatores sociais

Fatores pessoais

Fatores psicológicos Comprador

Cultura Grupos de referências Idade e estágio do Motivação Subcultura Família ciclo de vida Percepção

Classes sociais Papéis e posições Ocupação Aprendizagem

sociais Condições econômicas

Crenças e atitudes

Estilo de vida Personalidade

Fonte: Adaptado pela autora a partir dos Fatores que influenciam o comportamento do consumidor – KOTLER, Administração de Marketing, São Paulo, Prentice Hall, 2000, p.183.

2.2.1 Fatores Culturais

Os fatores culturais exercem a maior e mais profunda influência, pois são particularmente

importantes. Uma vez que a cultura, segundo Kotler (2000, p.183), é o principal determinante

do comportamento e dos desejos de uma pessoa. Assim, uma criança, à medida que cresce,

adquire certos valores, percepções e comportamentos de sua família. Outro conceito ao termo

cultura é o de Tylor (1994); que é o conjunto complexo, que inclui conhecimentos, crenças,

artes, lei, moral, costumes e todas as demais capacidades e hábitos adquiridos pelo homem

como membro de uma sociedade.

Já as subculturas, para Kotler (2000, p.184), fornecem identificação e socialização mais

específicas para seus membros, sendo classificadas a partir da nacionalidade, da religião, dos

grupos raciais e regiões demográficas.

E por fim, as classes sociais são as divisões relativamente homogêneas e duradouras de uma

sociedade. Elas são hierarquicamente ordenadas e seus integrantes possuem valores,

interesses e comportamentos similares. Para Solomon (2002, p. 28), a classe social abrange

grupos de pessoas aproximadamente iguais em termos de rendimentos e posição social na

comunidade. Eles têm ocupações mais ou menos semelhantes e tendem a ter gostos parecidos

para música, vestuário, arte, etc.

Page 32: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

28

2.2.2 Fatores Sociais

Além da influência dos fatores culturais, o comportamento do consumidor também é

influenciado pelos fatores sociais: grupos de referência, família, papéis e posições sociais.

Para Kotler (2000, p. 185), os grupos de referência de uma pessoa são aqueles que exercem

alguma influência direta (face a face) ou indiretamente sobre suas atitudes ou comportamento.

Estes grupos também recebem o nome de grupos de afinidade, e são representados pela

família, amigos, vizinhos e colegas de trabalho, onde a pessoa interage no meio de forma

contínua e informalmente.

O segundo do grupo é a família, e não menos importante, muito pelo contrário, esta é a mais

importante organização de compra de produtos de consumo na sociedade e tem sido

exaustivamente estudada. Segundo Karsaklian (2000), as compras diferem de acordo com o

status da família, ou seja: família que a mãe trabalha fora faz um tipo de compra, diferente da

que a mãe não trabalha; em algumas famílias as compras são ditadas pela mãe, já em outras,

ditadas pelo pai. Como por exemplo: a escolha do seguro do carro (pai), já alimentação é

escolha da mãe, então a compra neste caso é por categoria de produto.

Ainda neste grupo, temos papéis e posições sociais, ainda citando novamente Kotler (2000, p.

189):

Uma pessoa participa de diversos grupos – família, clubes e organizações, a posição de uma pessoa em cada grupo pode ser definida em termos de papéis e posições sociais. Os presidentes de empresas geralmente dirigem um carro Mercedes, usam ternos caros e tomam uísque Chivas (KOTLER, 2000, p.189).

2.2.3 Fatores Pessoais

As decisões do comprador também são influenciadas por características pessoais, como idade

e estágio do ciclo de vida, ocupação, condições econômicas, estilo de vida e personalidade.

Page 33: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

29

O quesito idade e estágio do ciclo de vida – segundo Kotler (2000, p. 189), as pessoas

compram diferentes artigos e serviços durante a vida. Elas consumem comida de bebê no

início da vida, alimentos condizentes durante a fase de crescimento e dieta nos últimos anos

de vida. Ainda com relação à idade, Solomon (2002, p. 27), diz que os consumidores de

diferentes grupos obviamente têm necessidades e desejos muito diferentes. Apesar de pessoas

da mesma faixa etária serem diferentes de muitos outros modos, elas têm uma real tendência a

compartilhar um conjunto de valores e experiências culturais comuns que mantêm ao longo da

vida.

O quesito ocupação e circunstância econômica – é variável de acordo com o padrão de

consumo da pessoa. Contrastando um operário comprará uniforme, sapatos de trabalho e

marmita, já o executivo comprará ternos caros, passagens de avião, barcos e títulos de clubes

de luxo.

Outro ponto é o estilo de vida. Para Kotler (2000, p. 191), é o padrão de vida da pessoa

expresso por atividades, interesses e opiniões. O estilo de vida representa a pessoa por inteiro

interagindo com o seu ambiente. Solomon (2002, p. 28) acrescenta que os consumidores têm

estilos de vida muito diferentes, mesmo quando compartilham outras características comuns,

como gênero ou idade. O modo como nos percebemos, as coisas que valorizamos, o que

gostamos de fazer com o tempo livre – todos os fatores ajudam a determinar quais os produtos

que vão chamar nossa atenção.

O último é a personalidade. Para Kotler (2000, p. 193), sendo normalmente descrita como

autoconfiança, domínio, submissão, sociabilidade, resistência e adaptabilidade. No entanto, os

autores: Schiffman e Kanuk (1997, p. 81), propõem outra definição: eles dizem que a

personalidade, que são as características psicológicas interiores que tanto determinam quanto

refletem como uma pessoa responde ao seu ambiente. Vale enfatizar as características internas

Page 34: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

30

– aquelas qualidades específicas, atributos, traços, fatores e maneirismos que distinguem um

indivíduo dos demais.

2.2.4 Fatores Psicológicos

As escolhas de compra de uma pessoa são influenciadas por quatro fatores psicológicos

predominantes: motivação, percepção, aprendizagem e crenças e atitudes.

Para Kotler (2000, p. 194), a motivação é uma necessidade que está pressionando

suficientemente para levar uma pessoa a agir. Sheth, Mittal e Newman (2001, p. 326), vão

mais além, eles acreditam que motivação é o que move as pessoas – a força motriz de todo o

comportamento humano. Em termos mais formais, a motivação pode ser definida como o

estado de moção ou excitação que impele o comportamento na direção de um objetivo-alvo.

Uma moção é um estado interno de tensão que produz ações que visam reduzir a tensão. Já

objetivo-alvo é algo no mundo externo cuja aquisição vai reduzir a tensão.

A excitação ou moção fornece energia para agir; o objetivo-alvo fornece a direção para que a

pessoa canalize esta energia.

Para Kotler a motivação é dividida em três teorias, a saber:

a) Freud: as forças psicológicas que formam o comportamento das pessoas são

basicamente inconscientes e que uma pessoa não pode entender completamente suas

motivações;

b) Maslow: as pessoas são motivadas por necessidades específicas em determinadas

épocas. Estas necessidades são dispostas em uma hierarquia da mais urgente para a

menos urgente;

c) Herzberg: desenvolve a teoria de dois fatores, que apresenta os insatisfatórios (fatores

que causam insatisfação) e os satisfatórios (fatores que causam satisfação). A falta de

Page 35: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

31

insatisfação não basta; a satisfação deve estar claramente presente para motivar uma

compra.

Ainda nos fatores psicológicos, temos a percepção que, segundo Kotler (2000, p. 195), uma

pessoa motivada está pronta para agir. Assim, percepção é o processo por meio do qual a

pessoa seleciona, organiza e interpreta as informações recebidas para criar uma imagem

significativa do mundo.

Para Kotler são três os tipos de percepção, a saber:

a) atenção seletiva: as pessoas recebem estímulos diariamente, são aproximadamente

1.500 por dia, então elas só receberão aqueles relacionados a uma necessidade atual,

exemplo: a compra de um computador, ela prestará mais atenção aos anúncios de

televisão, aos descontos;

b) distorção seletiva: é a tendência de transformar a informação em significados

pessoais e interpretá-la de maneira que se adapte a seus prejulgamentos;

c) Retenção seletiva: as pessoas esquecem muito do que vêem, mas tendem a reter

informações que sustentam suas crenças e atitudes.

Kotler (2000, p. 196) diz que aprendizagem são as mudanças no comportamento de uma

pessoa surgidas da experiência. Portanto, a maior parte do comportamento humano é

aprendida. Os teóricos da aprendizagem acreditam que ela é produzida por meio da interação

de impulsos, estímulos, sinais, respostas e reforços. Já Karsklian (2000, p. 72), diz que

aprendizagem é o processo de adaptação permanente do indivíduo a seu meio ambiente. Ela

pode ser de inúmeras formas: direta – quando as crianças memorizam o alfabeto, indireta –

quando aprendemos observando uma pessoa executando uma determinada tarefa ou quando

ela reage a uma situação. Também existem: a aprendizagem premeditada – no caso da auto-

Page 36: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

32

escola ou a involuntária – por ocasião de um evento inesperado, como um acidente ou uma

doença.

Passando por todos estes processos, as pessoas fazem e aprendem. Desta forma, elas adquirem

crenças e atitudes que, por sua vez, influenciam seu comportamento de compra. Então, crença

é o pensamento descritivo que uma pessoa mantém a respeito de alguma coisa. As crenças

podem ter como base de conhecimento, opinião e fé; podendo ou não conter uma carga

emocional.

Resumindo, podemos crer que é imprescindível pesquisar todos estes fatores para conhecer

melhor o comportamento do consumidor, pois eles podem fornecer sugestões sobre como

alcançar e servir os clientes efetivamente.

Para complementar, Assael (1995) acredita que a tomada de decisão do consumidor se baseia

em duas dimensões: a extensão da tomada de decisão e o grau de envolvimento. Na primeira

dimensão, segundo ele, há um continuum entre a tomada de decisão e hábito. Desta maneira, o

consumidor pode tomar suas decisões em processo cognitivo de busca de informação e

avaliação das alternativas de marcas. Por outro lado, pouca ou nenhuma tomada de decisão

pode ocorrer quando o consumidor estiver satisfeito com uma marca em particular e a compra

consistentemente (Figura 2). Já a segunda dimensão envolve um continuum de compras de

alto e baixo envolvimento.

Figura 2 - Tipologia de tomada de decisão

Page 37: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

33

DECISÃO DE COMPRA DE ALTO ENVOLVIMENTO

DECISÃO DE COMPRA DE BAIXO ENVOLVIMENTO

TOMADA DE DECISÃO Busca de informações,

consideração de alternativas de marcas

TOMADA DE DECISÃO COMPLEXA (por exemplo:

carros, eletrônicos, câmeras fotográficas)

TOMADA DE DECISÃO LIMITADA (por exemplo:

cereais matinais, salgadinhos)

HÁBITO Pouca ou nenhuma busca de informações,

consideração de apenas uma marca

LEALDADE À MARCA (por exemplo: tênis esportivos,

cereais matinais)

INÉRCIA (por exemplo: toalhas de papel, sabonete, legumes

enlatados)

Fonte: Adaptado pela autora a partir de ASSAEL, H. Consumer Behavior and Marketing Action, 1995.

Já Krugmann (1984) introduz no processo de compra que o envolvimento pode ser alto ou

baixo, dependendo do tipo de compra. Por exemplo: compras em condições de baixo

envolvimento e baixa intensidade emocional são, normalmente, aquelas que ocorrem com um

mínimo de esforço e comparação, como as compras mais baratas, mais freqüentes, ou

habituais, com nível de risco reduzido e de interesse relativo médio, e por isso, o indivíduo,

nessas circunstâncias, em primeiro lugar, compra o produto para depois desenvolver qualquer

tipo de atitude em relação ao produto. Isso ocorre porque não há riscos, isto é, não contém

fatores que exigem maior reflexão antes da compra (alto preço, interesse, posicionamento

social, situação de marca, entre outros).

Da mesma forma que os produtos de alto envolvimento do consumidor e elevada intensidade

emocional, como é o caso dos produtos de consumo durável e bens de capital, são compras

caras, pouco freqüentes, arriscadas, de grande interesse ou de relevância pessoal, o

consumidor faz a avaliação das informações mais adequadas sobre o produto ou serviço que

está sendo investigado para a compra (KRUGMANN, 1984), neste caso, um curso de Pós-

graduação.

Page 38: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

34

2.2.5 Outro fator que influencia o consumidor – A Marca

A Marca é um nome, um sinal, um símbolo com o único objetivo de identificar o produto

(DOLABELA, 1999). Segundo o comitê de definições da American Marketing Association,

“marca é um nome, um símbolo, um selo, um desenho – ou uma combinação dos mesmos –

com o objetivo de identificar bens e serviços e diferenciá-los daqueles dos concorrentes”.

De acordo com Reis e Trout (2002, p.31), o mercado nos dias de hoje, não responde mais às

estratégias que deram certo no passado. Ao tentar entender a mente das pessoas, eles

observaram que o grande volume de informações, a grande variedade de produtos e empresas

e as interferências de marketing, formam um cenário turbulento de uma sociedade com

excesso de comunicação. A mente, como uma defesa contra a quantidade de informação

rejeita grande parte dela, absorvendo somente aquilo que se enquadra previamente com um

conhecimento ou uma experiência anterior.

Um outro fator importante relacionado à marca é o valor percebido, onde a marca exerce um

papel pela criação e manutenção das características funcionais e aspectos simbólicos de um

produto, que originam alguma vantagem competitiva para a empresa perante seus

concorrentes. A imagem que o consumidor tem de uma marca é definida através do conjunto

de associações e atributos que ele reconhece e conecta ao nome dessa marca.

A marca tem a finalidade de ajudar o consumidor a identificar produtos e serviços e de

transmitir aos mesmos, algum tipo de significado. Desta forma, ao definirem suas marcas, as

empresas facilitam os consumidores a identificar os produtos e serviços que desejam com

mais facilidade, simplicando e acelerando seu processo de decisão de compra.

Page 39: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

35

2.3 PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA (PDC)

Visto os fatores que influenciam o comportamento do consumidor à tomada de Decisão de

Compra, faz-se necessário ilustrar o trabalho com os modelos de Processo de Decisão de

Compra. A seguir, são apresentados alguns modelos, com a finalidade de verificar o que

melhor se adequa aos objetivos do presente estudo.

Estes modelos que buscam explicar os Processos de Decisão de Compra são os mais variados

possíveis, pois eles refletem como os consumidores passam por processos de complexidade

variada, que dependerá da natureza da decisão a ser tomada, e das possíveis variáveis que

podem influenciar o processo em seus diferentes estágios.

Foram analisados cinco principais modelos: (1) Nicosia, (2) Howard; Sheth, (3) Hoffman;

Bateson, (4) Solomon, e (5) Blackwell; Miniard; Engel.

2.3.1 Modelo de Nicosia

Modelo proposto por Francesco Nicosia, em 1966, inspirado em um programa de computador.

Neste modelo, a compra resulta da exposição da mensagem, geralmente por anúncio, seguido

de uma atividade de pesquisa e de avaliação da informação.

De acordo com Karsaklian apud Nicosia (p.157, 2000), o modelo consistia numa análise das

decisões de um consumidor como originárias de um processo de que é possível ser dividido

em “campos de atividades” que, por sua vez, são subdivididos em “subcampos” (ou

subprogramas). Assim, o campo de ação da compra resulta de uma atividade de pesquisa e de

avaliação da informação, precedida pela exposição a uma mensagem, quase sempre

publicitária (KARSAKLIAN, p.157, 2000).

Page 40: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

36

De modo mais preciso, as características da empresa, tal como elas se manifestam na

mensagem (subcampo 1), se combinam com aquelas que o consumidor já possui (subcampo

2) para que, em caso de exposição, dêem origem a uma atitude. Esta é, então, integrada a uma

atividade de pesquisa e de avaliação das relações “meio-fins” (campo 2), associando as

marcas julgadas “disponíveis” e as expectativas surgidas das atividades. Nasce então a

motivação, específica para uma marca que, sob o efeito de fatores situacionais (propaganda

em ponto-de-venda, atitude dos vendedores etc.), transforme-se ou não em um ato de compra

(campo 3). O consumo ou estocagem dos produtos comprados acarreta para o consumidor e

para a empresa uma experiência (campo 4), modificando as características iniciais e,

retornando, assim, ao ponto de partida (Figura 3).

Este modelo, antes de mais nada, é histórico, pois significa que na década de 60 iniciaram-se

as pesquisas a respeito do assunto decisão de compra, assim como das “variáveis que são

definidas de forma explícita e as relações que as unem são formalizadas.” Porém, apesar das

sugestões operacionais do modelo sob a forma equações simultâneas, ele jamais foi testado e

seu poder de previsão continua desconhecido (KARSAKLIAN apud NICOSIA, p.158, 2000).

Este modelo nunca foi atualizado e sua estrutura é inspirada em um programa de computador.

Por este motivo é um modelo mais matemático, não se adequando à proposição do trabalho

(KARSAKLIAN, p.158, 2000).

Figura 3 - Modelo de Nicosia

Page 41: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

37

Fonte: Adaptado pela autora a partir do modelo de Nicosia (1966), KARSAKLIAN, Comportamento do Consumidor, p. 159, 2000.

2.3.2 Modelo de Howard e Sheth

Um outro modelo de decisão de compra é o criado por de J. A. Howard e J. H. Sheth que pode

ser considerado o mais completo e o mais significativo das pesquisas realizadas sobre o

comportamento do consumidor. Publicado em 1969, ele segue a escola behaviorista, uma vez

que tenta explicar a forma como o consumidor transforma, por meio de mecanismos de

aprendizagem, os inputs (estímulos de marketing) em outputs (decisões de compra).

O consumidor está suscetível a quatro classes de variáveis: as de entrada (inputs), as variáveis

hipotéticestas, as variáveis de saída (outputs) e as variáveis exógenas.

Page 42: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

38

As variáveis de input correspondem a tipos diferentes de estímulos contidos no ambiente

comercial (produtos), simbólico (propagandas), social (comunicação boca-a-boca).

(KARSAKLIAN, 2000, p. 161).

Estas três formas de input são processadas e guardadas agrupadas por interação com as

variáveis hipotéticas, não observáveis, e subdivididas em duas categorias: processos de

aprendizagem e percepção.

Conforme Karsaklian (2000, p.161):

As primeiras, no coração dos mecanismos de decisão, compreendem: as motivações; as “alternativas” ou marcas apresentadas no “conjunto evocado”; os mediadores da decisão ou critérios de escolha; as predisposições com relação às marcas; os fatores “inibidores” e o nível de satisfação (KARSAKLIN, 2000, p. 161).

Já os outputs são respostas observáveis do consumidor. Para Howard e Sheth, os

consumidores respondem depois dos inputs que são: atenção, compreensão, atitude em

relação à marca, intenção de compra e comportamento de compra.

A atenção refere-se à sensibilidade do consumidor a informação. A compreensão está

relacionada aos vieses perceptuais. A atitude em relação à marca está relacionada às

predisposições dos consumidores em adquirir uma marca ao invés da outra, sendo resultado

das articulações entre motivações, conjunto evocado e critérios de escolha. E ainda, a

intenção de compra refere-se aos fatores inibidores que podem criar barreiras. Por fim,

encerrando o processo o comportamento do consumidor, os autores reforçam que todas

estas etapas interagem entre si e com as demais variáveis citadas anteriormente.

Para os autores, sendo especificas ou genéricas, as motivações estimulam o consumidor e

chamam sua atenção para os estímulos do ambiente. O conjunto evocado, por sua vez,

corresponde às diferentes marcas suscetíveis, na mente do consumidor, de satisfazer suas

Page 43: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

39

motivações. Desta forma, o aprendizado é visto como o mediador da decisão, onde o

consumidor se utiliza para avaliar diferentes alternativas que se apresentam a ele (Figura4).

Entretanto, hoje este modelo é muito mais utilizado como referência de estudo do

comportamento de compra do que para prever comportamentos específicos de compra de

produtos e de marcas; também não se adequando ao tema da pesquisa proposta.

Figura 4 - Modelo de Howard e Sheth

Fonte: Adaptado pela autora a partir do modelo de Howard e Sheth (1969), KARSAKLIAN, Comportamento do Consumidor, p. 160, 2000.

2.3.3 Modelo de Hoffman e Bateson

Mais um processo de decisão do consumidor, para Hoffman e Bateson (2003, p. 92), este

modelo são três estágios: estágio do pré-compra, estágio do consumo e estágio de avaliação

do pós compra. Contudo, estes estágios se subdividem.

Page 44: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

40

No estágio do pré-compra, ocorrem as atividades do cliente antes da aquisição do serviço.

A segunda etapa do modelo proposto por Hoffman e Bateson (2003), é o estágio do consumo,

composto efetivamente pela decisão da compra e uso do produto (decide qual loja vai

comprar, ou se compra pela internet, processo de consumo).

O terceiro e último estágio é o de avaliação pós-compra, estágio do processo de decisão do

cliente durante o qual ele determina se foi tomada a decisão certa de compra.

Este modelo é mais adequado a aquisição de produtos, por isso, também não se adequa a

nossa pesquisa (Figura5).

Figura 5 - Modelo de Hoffman e Bateson

EstímuloConscientização do Problema

Busca de Informa

ção

DecisãoAvaliação

de alternati

vas

Avaliação Pós-

compra

Estágio de Pré-compra Estágio Consumo

Estágio Pós-compra

Fonte: Adaptado pela autora a partir do modelo de Hoffman e Bateson (2001), HOFFMAN e BATESON, Princípios de Marketing de Serviços – Conceitos, Estratégias e Casos, p. 94, 2006.

2.3.4 Modelo de Solomon

Solomon (2002) especifica o processo com cinco estágios. Inicia com o reconhecimento do

problema e finaliza na fase dos resultados. Para ele, depois que o consumidor identifica a

necessidade, ou o desejo de compra de um produto, inicia-se um processo contínuo que não se

restringe à aquisição, mas envolve também os fatores que influenciam a compra: antes,

durante e depois (Figura 6).

Page 45: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

41

O primeiro estágio é o reconhecimento do problema, momento este que o consumidor

percebe que há um problema a ser resolvido, que pode ser pequeno ou grande, simples ou

complexo.

Já o segundo estágio é a busca de informações, processo pelo qual o consumidor investiga

seu ambiente à procura de dados adequados para tomar uma decisão razoável. Para Solomon,

neste estágio, surge a percepção do risco. Como as decisões envolvem extensa pesquisa

também implicam algum tipo de risco percebido, ou a crença de que o produto tem

conseqüências potencialmente negativas. O risco percebido pode estar presente se o

produto/serviço for caro ou complexo, ou até mesmo difícil de entender. Desta forma o risco

percebido pode ser um fator atuante quanto a escolha do produto/serviço (SOLOMON, 2002,

p.216) (Figura 6).

No terceiro estágio é onde o indivíduo avalia as alternativas, onde é decidido que critérios

que são importantes e como restringi-los as alternativas de produtos a um número aceitável;

É no quarto estágio que Solomon acredita ser o momento de escolha do produto. Entre as

alternativas, há uma série de regras para decisão (critérios que o próprio consumidor escolhe

para utilizar). Kotler (2000, p. 204) contribui com a introdução do risco percebido, que de

acordo com o montante de dinheiro envolvido, o nível de incerteza quanto aos atributos e o

nível de autoconfiança do consumidor, a decisão de consumo pode ser modificada, adiada ou

ate mesmo rejeitada;

No quinto e último estágio é o momento de resultado, é onde o consumidor avalia o pós-

consumo. Neste estágio, os consumidores experimentam a sensação de satisfação ou

insatisfação. O consumidor também comunica as suas experiências de compra e consumo para

Page 46: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

42

amigos e familiares, realizando o momento do feedback (ASSAEL, 1995; BLACKWELL;

MINIARD:ENGEL, 2005).

A seguir, o modelo de Solomon (2002,0p. 217) ilustrado na figura 6, demonstrando as etapas

relacionadas aos estágios.

Figura 6 - Modelo Solomon

Busca de Informações

Avaliação de Alternativas

Reconhecimento da Necessidade

Escolha do Produto

Resultados

Fonte: Adaptado de SOLOMON, Michael, R. O comportamento do Consumidor. São Paulo. Bookman, 2002, p. 209

Ainda com relação a este modelo, os autores inserem o termo compras repetidas ou recompra.

Isto acontece quando o consumidor rapidamente desenvolve o processo de tomada de decisão.

Nesse caso, os consumidores são fiéis à marca e permanecem com suas escolhas iniciais. Isso

freqüentemente acontece quando há alto envolvimento percebido. Quando isso não é verdade,

os hábitos são construídos por fidelidade ou inércia. Caso o consumidor não tenha razão para

mudar, a recompra ocorrerá (BLACKWELL, MINARD E ENGEL, 2005).

Figura 7 - Cinco tipos de riscos percebidos

Page 47: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

43

O capital de risco consiste de dinheiro e imóveis. Pessoas com renda relativamente baixa e poucos bens são as mais vulneráveis.

O capital de risco consiste de dinheiro e imóveis.pessoas com renda relativamente baixa e poucos bens são as mais vulneráveis.

COMPRADORES MAIS SENSÍVEIS AO RISCO

COMPRAS MAIS Sujeitas A RISCO

RISCO MONETÁRIO

O capital de risco consiste de meios alternativos para desempenhar a função ou atenderà necessidade. Os consumidorespráticos são os mais sensíveis.

O capital de risco consiste de vigor físico, saúde e vitalidade.Pessoas idosas, frágeis ou doentesSão as mais vulneráveis.

O capital de risco consiste de Auto-estima e autoconfiança.Pessoas inseguras e inconstantessão as mais sensíveis.

O capital de risco consiste de associações e status. Pessoasque não têm auto-respeito ouque são atraentes aos paressão as mais sensíveis.

RISCO FUNCIONAL

RISCO FÍSICO

RISCO SOCIAL

RISCO PSICOLÓGICO

Produtos ou serviços cujacompra e uso exigemcomprometimento exclusivo docomprador são os mais sensíveis.

Bens mecânicos ou elétricos (como veículos ou inflamáveis),remédios e tratamento médico,alimentos e bebidas são osmais sensíveis.

Bens socialmente visíveis ou simbólicos, como roupas, jóias,carros, casas ou equipamentoesportivo, estão mais sujeitosao risco social.

Luxos pessoais dispendiososque podem gerar culpa e bensnão-duráveis e serviços cujouso exige autodisciplina ousacrifício são os mais sensíveis.

FFoonnttee:: AAddaappttaaddoo ddee SSOOLLOOMMOONN,, MMiicchhaaeell ,, RR.. OO ccoommppoorrttaammeennttoo ddoo CCoonnssuummiiddoorr.. SSããoo PPaauulloo.. BBooookkmmaann,, 22000022,, pp.. 221177 rreeffaazzeerr

2.3.5 Modelo de Blackwell, Miniard e Engel

Um outro processo de decisão de compra, segundo os autores Blackwell, Miniard e Engel

(2005, p. 73), se divide em sete estágios que vão de reconhecimento da necessidade até

descarte. Deste modo, como já foi dito, o modelo de Processo de decisão do consumidor

(PDC) representa um mapa rodoviário das mentes dos consumidores que os profissionais de

marketing e gerentes podem utilizar como guia na composição de seus mix de produtos, suas

estratégias de comunicação e de vendas. O modelo captura as atividades que ocorrem quando

Page 48: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

44

as decisões são tomadas de forma esquemática e aponta como diferentes forças internas e

externas interagem e afetam como os consumidores pensam, avaliam e agem (Figura 8).

Segundo Blackwell, Minard e Engel (2005, p. 74), este modelo possui sete estágios, a saber:

1º) Reconhecimento da necessidade: neste estágio o indivíduo sente a diferença entre o que

ele percebe ser ideal versus o estado atual das coisas;

2º) Busca de informação: uma vez que ocorre o reconhecimento da necessidade, os

consumidores começam a buscar informações e soluções para satisfazer as suas necessidades

não atendidas. Assim, a busca pode ser interna – recuperando o conhecimento na memória ou,

talvez, nas tendências genéticas; ou externa – coletando informações entre os pares, familiares

e também no mercado;

3º) Avaliação de alternativas pré-compra: neste estágio o consumidor avalia as alternativas

identificadas durante o processo de busca. É justamente neste estágio que os consumidores se

perguntam: “Quais são as minhas opções?” “Qual é a melhor entre elas?” Quando comparam,

contrastam e selecionam a partir de vários produtos e serviços;

4º) Compra: depois de decidir sobre a compra, os consumidores passam por duas fases. Na

primeira, eles escolhem um vendedor em vez de outro (ou qualquer outra forma de varejo

como catálogos, ou vendas diretas); Já a segunda fase envolve escolhas dentro da loja

influenciadas pelo vendedor, pelas vitrines, propagandas e etc.;

5º) Consumo: depois que o consumidor realiza a compra e toma posse do produto, o consumo

pode ocorrer – o ponto no qual o consumidor utiliza o produto; isto pode ocorrer de imediato

ou em momento posterior. O trabalho do profissional de marketing não termina quando o

Page 49: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

45

produto é comprado; ele pode monitorar a satisfação, as ações e a utilização em relação ao

produto, depois de efetuada a compra;

6º) Avaliação pós-consumo: é o estágio seguinte ao processo de decisão do consumidor. É a

avaliação pós-consumo, na qual os consumidores experimentam a sensação de satisfação ou

insatisfação. Assim, a satisfação acontece quando a performance percebida confirma as

expectativas dos consumidores; Por outro lado, quando experiências e performance frustram

expectativas, a insatisfação ocorre;

7º) Descarte: último estágio, onde os consumidores têm diversas opções até descartar por

completo, reciclar ou revender o produto.

Page 50: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

46

Figura 8 - Modelo Blackwell, Miniard e Engel

Busca de Informações

Avaliação de Alternativas Pré-compra

Reconhecimento da Necessidade

Compra

Consumo

Avaliação Pós-consumo

Descarte

Fonte: adaptado pela autora a partir do livro Comportamento do Consumidor (BLACKWELL, MINARD e ENGEL, 2005, p. 73).

2.4 ESCOLHA DO MODELO ADEQUADO

Após a análise dos modelos propostos, concluímos que o modelo que melhor se adequa é o

dos autores Blackwell, Minard e Engel, pois mesmo não utilizando o último estágio –

descarte, as etapas são apropriadas à aquisição do curso de pós-graduação. Assim, o modelo

dos autores foi utilizado como base, com uma inserção do modelo de Solomon no segundo

estágio, no que se refere ao item risco (Figura 9).

Page 51: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

47

2.4.1 Utilização do Processo de Decisão de Compra

Após todos estes estágios, é importante que os profissionais de marketing, analistas de

mercado e pesquisadores estudem os consumidores e os clientes, a fim de: identificar as

relações entre as variáveis que afetam a tomada de decisão do consumidor, identificar os

tópicos para pesquisas adicionais, desenvolver e implementar são as estratégias do mix de

marketing. (BLACKWELL, MINIARD e ENGEL, 2005, p. 87).

Segundo Jacoby e Kapln (apud Mitra, Reiss e Capella, 1999); Lovelock e Wright (2003), por

ser o produto um serviço, é preciso considerar os riscos. Por este motivo, devido ao grau de

incerteza, não há como eliminar os riscos. No entanto, Para Lovelock e Wright (2003), há

situações que podem reduzi-lo:

• confiar na reputação da empresa;

• procurar garantias;

• experimentar o serviço antes de comprá-lo;

• utilizar a internet para comparar ofertas de serviços;

• procurar informações a partir de fontes pessoais respeitadas (amigos e conhecidos).

Para Fonseca, Souza Neto et al (2002), as informações/opiniões obtidas a partir das fontes

propostas por Lovelock e Wright (2001) devem ser relativas aos atributos, facilidade de preço,

serviço pós-venda, etc.

Então, para reduzir esta incerteza e minimizar os riscos da compra, o consumidor adota

estratégias que ele mesmo pensou, quando esquematizou no passado, ao passar estágios de

busca de informações (Murray, 1991; Mitra, Reiss e Capella, 1999; Pires e Marchetti, 2000) e

na avaliação das alternativas (Murray, 1991; Abdul-Muhmin, 2000).

Figura 9 - Modelo construído a partir de Blackwell, Minard e Engel com adaptações

Page 52: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

48

Reconhecimento da

Necessidade

•Discrepância entre a situação atual e a desejada•Reconhecimento da Oportunidade e do•Problema

•Influências (família e empresa)•Necessidades (auto-realização, estima,social e segurança)

Busca de

Informações

•Busca Externa•Fontes (pessoais, comerciais, públicas e experimentais)• Risco

•Atributos de Salientes (+ importantes)•Atributos Determinantes (estilo, marca)

Avaliação das Alternativas Pré-compra

Compra •Nível de certeza: após pesquisar, escolher e comprar•Nível de incerteza quanto aos atributos escolhidos

•Planos para o futuro a partir da escolha pelo curso•Montante de dinheiro envolvido•Ao fechar a compra do curso

Avaliação Pós-consumo

•Satisfação•Insatisfação

Consumo

Exposição

Atenção

Compreensão

Aceitação

Busca Interna

Retenção

Memória

Busca Externa

Estímulos

Reconhecimento da

Necessidade

•Discrepância entre a situação atual e a desejada•Reconhecimento da Oportunidade e do•Problema

•Influências (família e empresa)•Necessidades (auto-realização, estima,social e segurança)

Busca de

Informações

•Busca Externa•Fontes (pessoais, comerciais, públicas e experimentais)• Risco

•Atributos de Salientes (+ importantes)•Atributos Determinantes (estilo, marca)

Avaliação das Alternativas Pré-compra

Compra •Nível de certeza: após pesquisar, escolher e comprar•Nível de incerteza quanto aos atributos escolhidos

•Planos para o futuro a partir da escolha pelo curso•Montante de dinheiro envolvido•Ao fechar a compra do curso

Avaliação Pós-consumo

•Satisfação•Insatisfação

Consumo

Exposição

Atenção

Compreensão

Aceitação

Busca Interna

Retenção

Memória

Busca Externa

Estímulos

Fonte: Elaborado pela autora a partir de BLACKWELL, Roger D.; MINIARD, Paul W.; ENGEL, James F. Comportamento do Consumidor. 9ª ed. São Paulo: Thompson, 2005, p. 86; SOLOMON, Michael R. Comportamento do Consumidor: Comprando, Possuindo e Sendo. 5ª ed., Porto Alegre: Bookman, 2002.

2.5 ASPECTOS GERAIS DA NATUREZA DOS SERVIÇOS

Após estudar e escolher o melhor modelo de Decisão de Compra e por ser o curso de pós-

graduação um serviço, a parte a seguir de referencial teórico tratará de serviços.

Devido a sua diversidade, tradicionalmente era difícil definir os serviços. Complicando um

pouco mais, muitas das vezes é difícil compreender o modo pelo qual os serviços são criados

e entregues aos clientes, porque muitos insumos e produtos são intangíveis.

Assim, Lovelock e Wright (2003, p. 5), apresentam duas definições que capturam a essência

dos serviços, que é um ato ou desempenho oferecido por uma parte à outra. Embora o

processo possa estar ligado a um produto físico, o desempenho é essencialmente intangível e

Page 53: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

49

normalmente não resulta em propriedade de nenhum dos fatores de produção: são atividades

econômicas que criam valor e fornecem benefícios para clientes em tempos e lugares

específicos, como decorrência da realização de uma mudança desejada no – ou em nome –

destinatário do serviço.

Já Hoffman e Bateson (2003, p. 4), acreditam ser importante para definir a distinção entre

bens e serviços.

Na verdade é muito difícil fornecer um exemplo puramente de bens ou de serviços (HOFFMAN e BATESON, 2003, p.4)

Por isso, para um melhor entendimento, define: Bens – como objetos, dispositivos ou coisas e

Serviços – como ações, esforços ou desempenho. Para as autoras Zeithaml e Bitner (2003,

p.28), de uma maneira simplificada, serviços são ações, processos e atuações, tendo sido

apontadas distinções entre serviços e serviços ao cliente.

De acordo com Kotler (1994, p.464):

Um serviço é qualquer ato ou desempenho que uma parte pode oferecer a outra que é essencialmente intangível e não resulta na posse de alguma coisa. Sua produçãopode ou não estar atrelada a um produto físico (KOTLER, 1994, p. 464).

Levitt (1983, p. 96) descreve serviço como promessas de satisfação, enquanto produtos são

pacotes de atributos que levam à satisfação (WALKER, 1995). Já Grönroos (1995, p.19)

define que serviços são objetos de transação oferecidos por empresas e instituições que

geralmente oferecem serviços ou que se consideram como organizações de serviços.

Expandindo o conceito e ainda de acordo com Grönroos (2003, p.14):

Clientes não compram bens ou serviços, compram os benefícios que os bens e serviços lhes proporcionam. Compram ofertas, consistindo de bens, serviços, informações, atenção pessoal e outros componentes. Tais ofertas lhes prestam serviços e é esse serviço na oferta percebida pelos clientes que cria valor para eles (GRÖROOS, 2003, p. 14).

Page 54: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

50

Como muitas empresas de produtos oferecem serviços ocultos (serviços que não são

considerados como tal, porque são registrados nas estatísticas como sendo parte da

contribuição das indústrias ao PIB), na análise final, empresas sempre oferecem serviços aos

clientes, não importando o que produzam. (GRÖNROOS, 2003).

Quadro 2 - Razões para o crescimento do setor de serviços

Aumento da afluência: Maior demanda por serviços que os consumidores costumavam prover para si mesmos.

Maior tempo de lazer: Maior demanda para turismo e cursos de educação de adultos.

Aumento do percentual de mulheres na força de trabalho:

Maior demanda para creches e comida pré-preparada.

Aumento da expectativa de vida: Aumento da demanda por retiros para idosos e saúde.

Aumento da complexidade dos produtos: Aumento da demanda por especialistas que provêem manutenção.

Aumento da complexidade da vida: Aumento da demanda por contadores especializados em Imposto de Renda, conselheiros matrimoniais, advogados e serviços de recolocação de emprego.

Aumento da preocupação com a ecologia e com a administração dos recursos naturais:

Aumento da demanda por serviços comprados ou leasing.

Aumento no número de novos produtos: O advento do computador criou novas indústrias de serviços como programadores, consertos e time sharing

Fonte: Adaptado pela autora a partir de GRÖROOS, C. Service Management and Marketing, Lexington, Massachusetts, USA: Lexington Books, 1990ª.

Outro motivo para o crescimento do estudo de marketing de serviços é o fato de muitos

produtores de manufaturados estarem oferecendo serviços anteriormente não oferecidos como

“parte integral do produto total” (GRÖNROOS, 1990b, p. 3), criando, desta maneira, um setor

de serviços “oculto” (GRÖNROOS, 1990b, p. 3) e adicionando mais valor ao relacionamento

com o cliente. Vale observar que os setores de serviços e indústria estão cada vez mais

ligados.

2.5.1 Características das Diferenças dos Serviços

Para podermos definir serviços, é importante observarmos as principais características deles.

De acordo com Lovelock e Wright (2003), existem quatro características que separam os

serviços dos produtos, em diferentes graus: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e

perecibilidade.

Page 55: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

51

• Intangibilidade: Serviços são intangíveis, não podem ser vistos, sentidos, ouvidos, ou

cheirados, antes de serem comprados. Segundo Zeithaml e Bitner (2003), está é a

diferença básica entre bens e serviços. Assim, Hoffman e Bateson (2003), ilustram da

seguinte maneira: por exemplo, compare as diferenças entre comprar um par de

sapatos e um bilhete para o cinema. O par de sapatos você poderá objetivamente

analisá-los antes da compra, pois são bens tangíveis; já para a compra do bilhete, pelo

cinema ser um bem intangível, as avaliações serão subjetivas. Podemos remeter isto

para o nosso produto – curso de pós-graduação, ao consultar pessoas que já fizeram o

curso, você terá as mais variadas referências.

• Inseparabilidade: Serviços são produzidos e consumidos simultaneamente. Para os

autores Hoffman e Bateson (2003), a inseparabilidade refere-se a (1) conexão física do

provedor de serviços com o serviço; (2) o envolvimento do cliente no processo de

produção do serviço; (3) o envolvimento de outros clientes no processo de produção

do serviço. Ao contrário do fabricante de bens, que raramente pode ver um cliente

enquanto está produzindo o bem em uma fábrica isolada, os provedores de serviços

muitas vezes estão em constante contato com os seus clientes e devem elaborar suas

operações de serviço tendo em mente a presença física do cliente. Essa interação entre

cliente e provedor de serviços define um incidente crítico. Os incidentes críticos

representam a maior oportunidade tanto para ganhos quanto para perdas no que

concerne a satisfação e retenção do cliente.

• Variabilidade: Serviços dependem de quem, de quando e de onde são providos. Desta

forma, os serviços são altamente sujeitos à variação. Ainda neste item, os autores

Hoffman e Bateson (2003, p. 31), usam o termo heterogeneidade que são relacionados

à variabilidade inerente ao processo de prestação de serviços. Assim, o principal

problema é “a padronização e o controle de qualidade que são difíceis de prover

regularmente pela empresa de serviços.” Já as autoras Zeithaml e Bitner (2003, p.37),

Page 56: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

52

vêem a heterogeneidade ocorre pelo fato de dois clientes nunca serem exatamente os

mesmos; cada qual terá demandas exclusivas ou suas experiências do serviço

ocorrerão de modo muito particular.

• Perecibilidade: Serviços não podem ser guardados, nem estocados, nem a capacidade

não usada pode ser recuperada ou utilizada depois.

Figura 10 - Espectro da Tangibilidade

Fonte: Ilustrando o espectro da tangibilidade, mostra a localização do objeto de estudo – Ensino. Fonte Zeithaml e Bitner, p.30, 2003.

2.5.2 Qualidade

O conceito de qualidade surgiu na literatura de marketing primeiramente associado a produto.

É mais fácil avaliar qualidade de produtos do que dos serviços. Produtos livres de defeitos é

uma das definições de qualidade de produto. Este conceito foi aplicado em marketing de

serviços (GOVERS, 1993; MEFFORD, 1993; REICHHELD, 1990). Entretanto, Juran (1988)

nos oferece uma definição de qualidade que combina produtos livres de defeitos com

satisfação do cliente:

Uma das definições de qualidade é desempenho do produto. Desempenho do produto resulta das características do produto que geram satisfação e levam o cliente a comprar o produto.

Outro significado de qualidade é ausência de defeitos. Defeitos de fabricação geram insatisfação e levam os clientes a reclamarem.” (JURAN, 1988, p. 11)

Page 57: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

53

Pelo ponto de vista do consumidor, o desenvolvimento da qualidade é visto como uma

ferramenta para satisfazer as necessidades e expectativas dos consumidores. O segundo ponto

de vista é o desenvolvimento da qualidade como desenvolvimento de padrões de produção

dos produtos.

Alguns estudos focaram na qualidade objetiva, ou seja, a qualidade do ponto de vista da

produção (HJORTH-ANDERSEN, 1984; TROYE, OGAARD e HENJESAND, 1995), e

outros focaram na qualidade percebida (PARASURAMAN, ZEITHAML e BERRY 1988 e

1990; TEAS, 1994), que é a qualidade como observada pelo consumidor.

É imperativo que se distingue entre estes dois pontos de vista. Qualidade objetiva é avaliada

através de relatórios independentes pelas autoridades ou outras fontes como a revista

“Consumidor Moderno” ou outras publicações similares. Este conceito é ligado ao conceito

de “Livre de defeitos”. Qualidade percebida é o “julgamento do consumidor sobre a

superioridade ou excelência de um produto” (ZEITHMAL, 1988, p.16), e não é baseada em

dados objetivos, mas sim, nas percepções, crenças e atitudes dos consumidores, e resulta da

comparação entre expectativas e o desempenho (PARASURAMAN, ZEITHAML e BERRY

1988). A qualidade de serviços é sempre uma qualidade percebida, posto que a própria

natureza intangível do serviço faz com que seja difícil mensurá-la.

Figura 11 - - Qualidades dos produtos/serviços afetam a facilidade de avaliação

Maioria

dos Bens

Maioria

dos Serviços

Fácilde Avaliação

D ificilde Avaliação

Rou

pas

Jóia

s

Aut

omó

veis

Ref

eiçõ

es e

m

Res

tau

rant

es

Fér

ias

Cor

te d

e C

abel

o

Con

sert

o de

Tv

Ser

viço

s A

dvo

catíc

ios

Ciru

rgia

Com

plex

a

Alta Concentraçãode atributos de

de Procura

A lta Concentraçãode atributos deExperienciais

A lta Concentração de atributosCredenciais

Page 58: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

54

Fonte: Adaptado pela autora a partir de Zeitthaml e Bitner, 2003, p.52.

Como resultado das características acima, serviços são difíceis de serem avaliados pelos

consumidores (LOVELOCK, 2003). De acordo com o autor, alguns serviços podem enfatizar

as qualidades experenciais que só podem ser apreendidas após a compra, ou seja, durante o

consumo. Alguns serviços são plenos de qualidades credenciais, qualidades que são difíceis

de avaliar mesmo após o consumo. Produtos, por outro lado, são plenos de qualidades de

procura, atributos que podem ser avaliados pelo consumidor antes da compra, como por

exemplo: cor, estilo, forma ou cheiro. Para Bateson e Hoffman (2002), é difícil encontrar um

produto ou um serviço puro. Serviços e produtos se encontram, portanto, em um continuum

que vai desde “fácil de avaliar” até “difícil de avaliar”.

2.5.3 Qualidade de Serviços versus Satisfação do Consumidor

A satisfação do cliente é um antecedente da qualidade de serviço percebida. Qualidade

percebida é uma forma de atitude, uma avaliação construída ao longo do tempo, enquanto

satisfação se dá por transação efetuada. A satisfação do consumidor afeta intenções

comportamentais como, por exemplo, intenção futura de compra (CRONIN e TAYLOR,

1992). Quando avaliando qualidade de serviço, o consumidor avalia não apenas o resultado de

um serviço, mas também o “processo da entrega do serviço” (ZEITHAML,

PARASURAMAN e BERRY 1990, p. 16).

De acordo com Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988), qualidade percebida de serviço é um

julgamento global, ou atitude, relacionado com a superioridade do serviço, enquanto

satisfação é primeiramente uma resposta afetiva a uma transação específica.

Page 59: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

55

Alguns pesquisadores (GOTLIEB, GREWAL e BROWN, 1994) indicam que a satisfação

deve vir antes da qualidade percebida e que o efeito da satisfação nas intenções é indireto, isto

é, através de sua habilidade de influenciar atitudes. Para que possamos compreender a

qualidade de serviços, temos que compreender, portanto, a satisfação do consumidor

(CHAUVEL, 1998).

Então, o parâmetro que melhor demonstra a satisfação, ou insatisfação dos consumidores, está

na qualidade do serviço oferecido. Esta avaliação pode ser feita de forma direta, por

questionamento ou comunicação com os consumidores. Visto que a qualidade de serviço está

diretamente relacionada à comparação entre as expectativas e as percepções dos

consumidores, e assim como forma de melhorar esta situação, é papel da empresa gerenciar as

expectativas dos consumidores, a fim de atingir os objetivos propostos (LEITE, LOPES e

LEITE, 2006, p. 3).

2.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO

A educação continuada para executivos é um fenômeno recente no Brasil. Surgido,

aproximadamente, na década de 90, sendo exemplificado este trabalho pelo nome fantasia de

MBA (Master of Business Administration). Sendo assim, alguns autores, como Mariotti

(1995, p.112), descrevem este momento como indiscutível, uma vez que, se vive numa época

onde o conhecimento e a informação são as bases da produção e essência do produto. Para

Mariotti (1995), a capacidade mais importante que uma pessoa pode ter é a sua disposição

para aprender incessantemente. Já Guimarães (2000, p.9), acredita que se faz necessária a

própria natureza do saber e do fazer do ser humano, como práticas que se transformam

constantemente.

Page 60: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

56

Conforme Panorama da Gazeta Mercantil (2001, p.4), as taxas de crescimento têm obtido uma

elevação de 20 a 25% ao ano no país. Estes números refletem uma demanda considerável por

educação continuada e um aumento vertiginoso da quantidade de cursos oferecidos. Segundo,

os autores Ikeda, Campomar, Veludo-de-Oliveira (2005, p.12), se deve a uma demanda

reprimida do passado, que está sendo progressivamente sendo atendida.

Para estes autores, o avanço do número de MBAs e as transformações pelas quais o setor

educacional está passando hoje indicam a necessidade de se buscar um maior entendimento

desse mercado. Por isto, apesar da popularidade da educação continuada, ainda se conhece

pouco a respeito daqueles que a demandam. Ikeda, Campomar, Veludo-de-Oliveira (2005).

2.6.1 O MBA e a pós-graduação no Brasil

Os primeiros passos da pós-graduação no Brasil iniciaram na década de 1930. No entanto, foi

na década de 1940 que, efetivamente, foi introduzido o termo de pós-graduação.

Segundo o Artigo 71, do Estatuto da Universidade do Brasil, extraído do plano de nacional de

pós-graduação (1975), no ano de 1950, as universidades começaram a firmar os acordos entre

Brasil e Estados Unidos, que implicaram numa série de convênios entre escolas e

universidades brasileiras com as norte-americanas, com a finalidade de fomentar a pesquisa,

com o intercâmbio de alunos e professores.

Contudo, o avanço considerável no Brasil foi por volta de 1960, com a integração entre países

periféricos e países centrais. Ainda nesta época, a dependência em relação às nações centrais

se deu com a instalação da pós-graduação no Brasil. Esta dependência foi considerada nociva

na área de pesquisa, pois o know-how estrangeiro se torna um mau negócio porque

desestimula o desenvolvimento tecnológico do país importador, limitando assim, a formação

de cientistas e pesquisadores (VELLOSO, 2003).

Page 61: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

57

Passadas algumas décadas, precisamente no ano de 1980, o professor Ernst Hamburger fez

uma crítica à estrutura da pós-graduação brasileira, propondo que “os cursos desenvolvessem

suas linhas de pesquisas voltadas mais para o país”. Segundo ele, em uma séria crítica, “o

modelo brasileiro de pós-graduação teve a sua regulamentação copiada nos mínimos detalhes

da norte-americana”, sendo este modelo um orientador e não uma matriz. (VELLOSO, 2003)

E por fim, conforme Cafardo (2003) apud Filho (2005, p. 3) – a valorização da pós-graduação

no Brasil é bem recente, pois segundo ele, foi quando os cursos de especialização

exclusivamente no âmbito da universidade pública, de difícil acesso, serviram como um

verdadeiro gargalo, um freio à motivação para que os indivíduos buscassem um maior

desenvolvimento acadêmico, profissional e pessoal, após a conclusão dos cursos de terceiro

grau.

Segundo Bianchetti e Machado (2002, p. 136-137) apud Filho (2005, p.3), citam “que os

cursos de pós-graduação são entendidos como aqueles que se realizam após a graduação e, no

contexto brasileiro, têm se tornado coerente à distinção entre a pós-graduação lato-sensu, que

assume as formas de aperfeiçoamento, especialização e aprimoramento como uma espécie de

prolongamento da graduação, e a pós-graduação stricto-sensu, organizada sob a forma de

mestrados e doutorados, possuindo objetivos distintos daqueles dos cursos de graduação que é

a formação de pesquisadores”.

Desde modo, o termo MBA (Master of Business Administration) é um nome fantasia, advindo

dos Estados Unidos, que aqui no Brasil tem a finalidade de um curso de especialização, e

consequentemente faz parte do leque de cursos de pós-graduação.

Segundo Ikeda, Campomar, Veludo-de-Oliveira (2005), no Brasil, MBA é o nome dado a um

curso de especialização, voltado à educação continuada para executivos, que procuram se

Page 62: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

58

reciclar ou entrar em contato com as técnicas de Administração. O programa de MBA é uma

alternativa para os profissionais que procuram de desenvolver e completar sua formação após

a conclusão da graduação. É, portanto, um curso de pós-graduação no lato sensu da expressão,

vinculado à área de negócios, que não tem o compromisso de contribuir com o avanço do

conhecimento e da pesquisa na área e sim, de promover o aperfeiçoamento profissional

daqueles que o cursam.

O tópico seguinte trata das expectativas e dos atributos mais importantes para o aluno em um

curso.

2.7 ESTUDOS SOBRE DECISÃO DE COMPRA DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS

Os serviços, de uma maneira geral, possuem características específicas que tornam ainda mais

desafiadora a tarefa de gerenciar expectativas. Como já mencionado, diferente de bens físicos,

os serviços não podem ser tocados ou sentidos, nem estocados, sendo o seu consumo

realizado no momento da prestação de serviço. Pelas características já apresentadas, “nem

sempre é possível garantir que ele seja prestado da mesma forma, o que acaba por influenciar

as expectativas daqueles que o demandam” (IKEDA; CAMPOMAR; VELUDO-DE-

OLIVEIRA, 2005).

Desta maneira, em serviços, as expectativas recebem influências da comunicação boca-a-

boca, de necessidades pessoais, de experiências passadas e de atividades promocionais. Por

sua vez, as experiências, são determinadas pela forma com a qual uma organização entrega

seus serviços, segundo Parasuraman, Zeithml; Berry, (1998, p.36) apud Ikeda, Campomar,

Veludo-de-Oliveira (2005).

Page 63: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

59

2.7.1 Pesquisas realizadas sobre alunos de pós-graduação

Conhecer as expectativas do público-alvo e os atributos considerados como mais importantes

na oferta é parte essencial da dinâmica do trabalho de um gestor. Na área educacional não é

diferente, pois é imprescindível investigar o que o aluno espera de um curso e o que ele

considera mais relevante no momento de sua decisão por um curso ou escola. (IKEDA;

CAMPOMAR; VELUDO-DE-OLIVEIRA, 2005).

Baseados em uma pesquisa de campo: expectativas e atributos importantes para o postulante a

um programa de MBA com ênfase em Marketing, por Ikeda; Campomar; Veludo-de-Oliveira

(2005), os candidatos confirmaram a forte influência da indicação de pessoas conhecidas para

a escolha do MBA e afirmaram que se inscreveram por necessidade de desenvolvimento

profissional, para aprofundar conhecimentos e buscar atualização (necessidades pessoais). Os

alunos responderam que prestam atenção em reportagens a respeito de MBAs e buscam

informações no site da instituição (atividades promocionais).

Dados da pesquisa indicaram que os candidatos esperam se desenvolver como profissionais,

se atualizar e aprofundar conhecimentos por meio de debates e discussão de casos, tendo

como foco aplicação prática do curso. A expectativa é de um curso difícil, com enfoque

qualitativo, arrojado, organizado, de alto prestígio e que exija muito estudo. Resumindo,

dentre os atributos importantes de um MBA, destacam-se: reputação da instituição, corpo

docente e conteúdo programático.

Outra pesquisa realizada por Bacellar; Ikeda (2005) teve por objetivo: a) levantar objetivos e

expectativas dos alunos em relação ao curso de pós-graduação; b) enumerar os atributos

considerados mais importantes para um curso de MBA; e c) verificar se existem perfis

característicos para definir uma tipologia de alunos baseada nos atributos escolhidos como

mais importantes. Foi detectada uma multiplicidade de objetivos declarados pelos alunos.

Page 64: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

60

Além disso, os atributos mais importantes foram: “Aprender coisas novas para aplicar no

trabalho”, “Fazer um networking interessante” e “Ter uma aula estimulante”. Os menos

valorizados foram: “Ter aula com um professor de renome” e “Infra-estrutura da

universidade”. Por fim, foram observados quatro diferentes perfis quanto à importância dos

atributos pesquisados. Embora todos tenham como atributo mais valorizado “Aprender coisas

novas para aplicar no trabalho”, as posições dos demais atributos variam consideravelmente

entre os grupos não parecendo existir um único aluno típico. Embora tenha sido muito

mencionado na literatura e observado nas avaliações individuais com grande freqüência, fazer

um networking é o atributo menos importante para um dos grupos. Por outro lado, a obtenção

de um diploma reconhecido pelo mercado nem sempre é um dos atributos mais importantes.

Por fim, no que se refere às características demográficas associadas a cada grupo, não se pôde

observar diferenças significativas.

Diante do exposto, o próximo capítulo terá a função de demonstrar qual foi a metodologia

utilizada para investigar o problema proposto e responder aos objetivos específicos propostos

no capítulo 1.

Page 65: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

61

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Este capítulo expõe toda trajetória seguida na presente pesquisa para a obtenção e o

tratamento dos dados, cuja finalidade é, ao lado do conteúdo teórico contemplado, abrir

caminho para responder à pergunta de pesquisa proposta na introdução.

Desta forma, será preciso retomar o objeto principal da pesquisa, qual seja o processo de

decisão de compra de um curso de pós-graduação.

Assim, o presente capítulo descreve os procedimentos metodológicos adotados, com o

objetivo de responder a pergunta de pesquisa e alcançar os objetivos do estudo. Além disso, o

capitulo abordará o método adotado na pesquisa de campo, descrevendo o procedimento de

coleta de dados e demonstrando o tratamento dos dados realizado, com a finalidade de prover

subsídios à análise com base no estabelecimento de conexões com a bibliografia estudada,

possibilitando responder às questões do estudo.

Para um melhor entendimento, o capitulo será dividido em subitens: método de pesquisa

utilizado, etapas de pesquisa, incluindo a coleta de dados, bem como o tipo de pesquisa

escolhido, e por fim o tratamento dos dados.

Page 66: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

62

3.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O MÉTODO DE PESQUISA

A pesquisa tem como objetivo principal ajudar a identificar problemas que talvez não

apareçam na superfície, mas que existem ou provavelmente irão existir no futuro

(MALHOTRA, 2001). Desta forma, podemos afirmar que existem diferentes tipos de

pesquisa para diferentes objetivos.

Conforme Malhotra (2001, p. 105), podemos destacar que a pesquisa exploratória tem por

objetivo prover a compreensão do problema enfrentado pelo pesquisador. A pesquisa

exploratória é usada nos casos em que é necessário definir o problema com maior precisão,

identificar cursos relevantes de ação ou obter dados adicionais, antes que se possa

desenvolver uma abordagem.

Malhotra (2001, p. 106) acrescenta que a pesquisa exploratória tem por objetivo explorar um

problema ou uma situação para prover critérios e compreensão. Assim, a pesquisa

exploratória pode ser usada para qualquer das finalidades abaixo:

• Formular um problema ou defini-lo com maior precisão;

• Identificar cursos alternativos de ação;

• Desenvolver hipóteses;

• Isolar variáveis e relações-chave para exame posterior;

• Obter critérios para desenvolver uma abordagem do problema e

• Estabelecer prioridades para pesquisas posteriores.

Em geral, segundo Malhotra (2001, p. 106) a pesquisa exploratória é utilizada em situações na

qual o pesquisador não disponhe do entendimento suficiente para prosseguir com o projeto de

pesquisa. Por ser uma pesquisa de característica flexível e versátil, a área de investigação

Page 67: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

63

pode ser tão nova ou tão vaga que o pesquisador precisa fazer uma exploração a fim se saber

algo sobre o problema.

O quadro 3 apresenta as concepções básicas da pesquisa exploratória.

Quadro 3 - Concepções Básicas de Pesquisa Exploratória

Objetivo: Descoberta de idéias e dados. Características: Flexível, versátil. Métodos: Com freqüência o início da pesquisa.

Surveys com especialistas Surveys piloto Dados secundários Pesquisa qualitativa

Fonte: Adaptado pela autora a partir de MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing Uma Orientação Aplicada, 3ª. edição, São Paulo: Editora Bookman, 2002.

Deste modo, o foco da investigação pode mudar constantemente, à medida que são

descobertos novos dados. Assim, a criatividade do pesquisador pode ser o ponto chave da

pesquisa.

Segundo Cooper e Schindler (2003), os objetivos da pesquisa exploratória podem ser

atingidos com diferentes técnicas, podendo ser qualitativas e quantitativas.

A pesquisa qualitativa é uma metodologia exploratória não estruturada, baseada em pequenas

amostras, que proporciona insights e compreensão do conteúdo do problema (MALHOTRA,

2001). Muitos pesquisadores dão menos importância à pesquisa qualitativa do que à

quantitativa, devido a pressões por respostas rápidas ou devido a possíveis vieses da

abordagem qualitativa: subjetividade, não representatividade e planejamento não sistemático.

Em resposta aos defensores da pesquisa meramente quantitativa, Malhotra (2001) cita Ernest

Dichter: “A simples quantificação quando o comportamento de interesse subjacente não está

bem entendido, não conduz a resultados significativos” (p.155).

Page 68: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

64

No presente estudo, não seria possível partir direto para uma abordagem quantitativa, sem a

investigação prévia no Processo de Decisão de Compra dos fatores que são considerados

primordiais para a escolha de um curso de pós-graduação.

Para Cooper e Schindler (2003), estudos qualitativos contribuem para chegar a definições,

significados, caracterizando alguma coisa, enquanto que os estudos quantitativos assumem os

significados existentes e buscam uma medida para estes.

3.2 MÉTODO DA PESQUISA DE CAMPO

3.2.1 Coleta de Dados: Método e Instrumento

Flick (2004) e Cooper; Schindler (2003) acreditam que a pesquisa qualitativa trabalha,

sobretudo, com textos. E os métodos para a coleta de informações são:

1) Entrevistas: se comunicar, questionar as pessoas sobre vários assuntos, são entrevistas

detalhadas, normalmente, coloquiais e não-estruturadas;

2) Observações: observar condições, comportamentos, fatos, pessoas ou processos,

ambos produzem dados que são transformados em textos por gravação ou transcrição.

Assim, para a coleta de dados foi escolhida a técnica de entrevistas em profundidade, semi-

estruturadas com abordagem direta não simulada, onde os respondentes conhecem o

verdadeiro objetivo do projeto.

A entrevista em profundidade tem abordagem direta, pessoal, em que um único respondente é

testado por um entrevistador, para descobrir motivações, crenças, atitudes e sensações

subjacentes sobre um determinado tópico (HARRIS apud MALHOTRA, 2001).

Page 69: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

65

No método de entrevista em profundidade, os entrevistados tendem a se sentir mais

confortáveis em responder às questões formuladas do que nas entrevistas feitas em grupo

(focus groups), por isso, essa abordagem é indicada em situações onde o entrevistado pode ser

facilmente influenciado pelas respostas do grupo (MALHOTRA, 2001). Os entrevistados se

sentem menos constrangidos e menos intimidados com a presença de um único indivíduo – o

entrevistador – do que com a presença de vários membros no grupo, e se preocupam menos

com o próprio desempenho: o grupo pode funcionar como instrumento de pressão para que

não errem, o que pode provocar inibição ou distorção entre o que pensam e o que expressam

verbalmente. Dessa forma, a interação um a um da entrevista em profundidade difere de uma

interação em grupo: a primeira é individualizada e potencialmente íntima e a segunda é

associada a risco e a exposição.

Outra vantagem atribuída à entrevista em profundidade é a maior facilidade de obtê-la, pois o

entrevistado não precisa se deslocar para responder à entrevista, já que, normalmente, o

entrevistador vai até ele.

As características de uma entrevista em profundidade, por outro lado, exigem preparo especial

por parte do entrevistador, que deve ter grande domínio do tema sobre o qual a pesquisa trata

e tenha na cabeça os seus objetivos. Em linha com essa premissa, a presente pesquisa foi

conduzida pela própria autora do estudo.

Segundo, McCracken, 1988, p.65:

A entrevista em profundidade tem muitas qualidades especiais. Ela dá ao entrevistador um instrumento ágil com o qual ele captura como o respondente vê e experiência o mundo. Ela o faz de tal maneira que nem o entrevistador, nem o respondente façam sacrifícios extras no tempo ou na privacidade (McCRACKEN, 1988, p.65).

Page 70: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

66

Desde modo, ainda, segundo McCracken, 1988, p.65, a entrevista em profundidade foi

projetada, para dar ao entrevistador meios de coletar e tratar dados qualitativos de forma que

possam ser abundantes (ricos) e gerenciáveis. Projetada para capturar a famosa “riqueza” dos

dados qualitativos sem fazer com que o entrevistador perca o foco.

3.2.2 Classificação das Entrevistas – Pergunta gerativa narrativa

Segundo Flick (2004, p. 109) para classificar as entrevistas temos: entrevista narrativa,

entrevista episódica e as narrativas entre a biografia e o episódio. Na narrativa,

primeiramente, delineia-se a situação inicial – como tudo começou; então, são selecionados os

eventos relativos à narrativa, a partir de todas as experiências, depois são apresentadas – como

todas as coisas avançaram e finalizando, com o que aconteceu (HERMANNS, 1995, p.183

apud FLICK, 2004, p.110).

A entrevista narrativa é iniciada com a utilização de uma “questão gerativa narrativa”

referente ao tópico de estudo e que tem por finalidade estimular a narrativa principal do

entrevistado. A questão gerativa narrativa tem que ser formulada com clareza, devendo,

porém, ser ao mesmo tempo, especifica o suficiente para que o domínio experimental

interessante seja seguido como o tema central (FLICK, 2004, p. 110).

Desde modo, o processo de entrevistas se iniciou com um roteiro semi-estruturado do qual

constava uma pergunta gerativa narrativa, conforme exemplo abaixo, e mais uma série de

outras perguntas. Exemplo da Pergunta Gerativa Narrativa:

“Bom, o objetivo do meu estudo é entender a decisão de fazer uma pós-graduação. Então, eu gostaria que você me dissesse como foi que você pensou em cursar um pós. Em primeiro lugar, eu gostaria que você tentasse se lembrar da primeira vez que em que você pensou, o que levou em consideração etc. Você consegue?”.

Page 71: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

67

Além da pergunta gerativa narrativa, o roteiro utilizado continha uma série de perguntas com

base nas etapas do Processo de Decisão de Compra (ver apêndice A).

Ao iniciar a entrevista, cada pergunta gerativa narrativa teve um direcionamento de acordo

com o relato de cada respondente. Desde modo, a riqueza de considerações foi vastíssima, em

função da própria diferença entre os entrevistados e a diversidade de razões e desejos em fazer

um curso de pós-graduação. Cada aluno entrante entrevistado tinha uma riqueza de histórias

que foram muito diferentes entre si. Alguns pontos se entrelaçaram e as considerações foram

as mais diversificadas possíveis.

As demais perguntas serviram como guia, sendo que algumas adaptações foram feitas ao

longo da entrevista, sempre com o objetivo de estimular o entrevistado. As entrevistas

seguiram de uma forma muito espontânea e natural. As entrevistas foram realizadas na

própria escola, no trabalho e até mesmo no playground do prédio em que mora um dos

alunos. A maioria dos entrevistados, após a introdução com a pergunta gerativa narrativa,

entrou mais naturalmente no tema, mas com alguns foi necessário estimulá-los fazendo a

pergunta novamente ou em partes.

As entrevistas narrativas se mostraram adequadas aos objetivos a que se pretendia chegar na

pesquisa. Para Flick (2004, p. 110), na entrevista narrativa se espera, por um lado, que os

processos factuais ganhem evidência, revelando-se “como algo era de fato”, uma idéia que

esta vinculada à natureza dos dados narrativos.

Page 72: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

68

Segundo, Hermanns, 1995, p. 183

Na entrevista narrativa, pede-se ao informante que apresente, em uma narrativa improvisada, a história de uma área de interesse da qual o entrevistado tenha participado (...) A tarefa do entrevistador é fazer com que o informante conte a história da área de interesse em questão como uma história consistente de todos os eventos relevantes, do início ao fim. (HERMANNS, 1995, p. 183 apud FLICK, 2004, p.205).

Neste mesmo direcionamento, Flick (2004, p.110), acredita ser importante se certificar de que

a questão gerativa realmente seja uma questão narrativa. Assim, quando o entrevistado

começar uma narrativa após essa pergunta, é crucial, para a qualidade dos dados, que essa

narrativa não seja interrompida nem dificultada pelo entrevistador.

Na entrevista narrativa, por um lado, espera-se que os processos factuais ganhem evidência,

revelando-se “como algo era de fato”, uma idéia que está vinculada à natureza dos dados

narrativos. Por outro lado, a análise dessas histórias de vida narradas deve levar a uma teoria

geral dos processos biográficos, que segundo SCHÜTZE (1983) apud FLICK (2004, p.110)

chamam-se “estruturas de processo sobre o curso de vida individual”.

3.2.3 Seleção dos Entrevistados

A seleção dos entrevistados foi por conviência, devido ao acesso obtido junto à instituição da

qual os entrevistados eram alunos. Este método ocorre quando o entrevistador seleciona

membros da amostra para atender a alguns critérios (COOPER; SCHINDLER, 2003, p. 169).

No que tange à seleção dos entrevistados, dois aspectos são relevantes: o perfil dos

entrevistados e a quantidade das entrevistas.

Na primeira fase da pesquisa, foram entrevistados dez alunos, cujo perfil era alunos recém

admitidos em um curso de MBA de formação genérica; Já na segunda fase foram

entrevistados três alunos, já formados há no máximo 3 anos no mesmo curso.

Page 73: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

69

Na literatura, há várias sugestões para o problema da seleção da amostragem, situadas em dois

pólos: em critérios mais ou menos abstratos ou em critérios mais ou menos concretos (FLICK,

2004, p. 76).

Para Flick (2004, p. 76-77), em um pólo estão os critérios abstratos na medida em que partem

de uma idéia de tipicidade e distribuição do objeto pesquisado. Tal idéia deve estar

representada na amostra do material que é estudado de forma a permitir a interferência das

relações no objeto. Portanto, esses critérios são abstratos, por terem sido desenvolvidos

independentemente do material concreto analisado e antes de sua coleta e análise. A coleta de

dados é voltada para o preenchimento das lacunas da estrutura de amostras, com o máximo de

equilíbrio possível, ou de todas as lacunas adequadamente.

Já no que se refere à quantidade de entrevistados, para Flick (2004, p. 80) o número de

entrevistados depende da natureza da pesquisa a ser explorada. Como citado anteriormente, o

objetivo do presente estudo é ampliar o entendimento a respeito do Processo de Decisão de

Compra de um curso de Pós-graduação.

Um outro dado importante na definição dos critérios de seleção da amostra é como decidir

quando interromper a integração de casos adicionais. Glaser; Strauss (1967, p. 61) sugerem o

critério da “saturação teórica”, como sendo o critério para o julgamento de quando

interromper a amostragem de diferentes grupos pertinentes a uma categoria e a saturação

teórica da categoria. Segundo Flick (2004, p. 80), a amostragem e a integração de mais

material são encerradas quando a “saturação teórica” de uma categoria ou grupo de casos for

atingida, ou seja, quando não houver o surgimento de mais nada novo.

Page 74: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

70

3.2.4 Caracterização das Entrevistas

Na primeira fase, foram realizadas dez entrevistas, com alunos recém admitidos em um curso

de MBA de formação genérica, da unidade do Rio de Janeiro, no período de março a abril de

2008.

As entrevistas foram gravadas em gravador de fitas K-7 e também em gravador digital (mp3),

de modo a não ter risco de perda alguma. A duração variou entre 14 e 57 minutos e tal

processo resultou em 393 minutos de entrevista e 121 páginas de transcrição. Todas as

entrevistas foram realizadas em ambiente confortável ao entrevistado, ou seja, locais onde os

entrevistados pudessem se sentir à vontade, sendo feitas na própria escola, no trabalho ou até

no playground do prédio de um dos entrevistados.

Já na segunda fase da pesquisa, feita com três alunos já formados, as entrevistas tiveram a

duração de 25 a 46 minutos, que resultou em 101 minutos e 17 páginas de transcrições. Como

forma de análise dos dados, procedimento mais utilizado em pesquisas qualitativas, fez-se

necessário que os mesmos fossem documentados e editados. Segundo Flick (2004, p. 179-

180), no caso de dados de entrevista, um elemento importante neste processo de edição

consiste na gravação sonora das palavras e na sua posterior transcrição. A gravação sonora faz

com que a documentação de dados se torne independente das perspectivas do pesquisador e

dos sujeitos em estudo.

Quadro 4 - - Caracterização das Entrevistas

1ª Fase da Pesquisa – Alunos recém admitidos

Nome fictício Sexo Estado civil Profissão Cargo Ana Feminino Solteira Engenheira Gerente de Projetos

Luiza Feminino Casada Jornalista Analista

Elenice Feminino Separada Analista de Sistemas Desempregada

Page 75: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

71

Claudia Feminino Casada Engenheira Química Gerente de Contas

Flavia Feminino Casada Economista Analista de

Planejamento

Carlos Masculino Casado Engenheiro Gerente de Contas

André Masculino Separado Administrador Gerente de Logística

Edson Masculino Solteiro Administrador Desempregado

Adriana Feminino Solteira Tecnóloga em RH Analista de RH

Marcel Masculino Casado Marketing Supervisor de Vendas

2ª Fase da Pesquisa – Alunos já formados

Nome fictício Sexo Estado civil Profissão Cargo

Maria Feminino Solteira Matemática Analista de

Investimentos Michelle Feminino Solteira Administradora Consultora

Marcelo Masculino Casado Contador Supervisor de Infraestrutura

Fonte: Desenvolvido pela autora.

3.2.5 Tratamento dos Dados

Os procedimentos para análise dos dados foram: transcrição, codificação, análise dos dados e

interpretação, que serão descritos a seguir:

1. Transcrição

A transcrição dos dados das entrevistas foi feita no editor de texto e depois eles foram tratados

individualmente.

Flick (2004, p. 182) afirma que a transcrição dos dados gravados é uma etapa necessária para

a interpretação. Existem diversos sistemas de transcrição disponíveis, que variam em grau de

exatidão e ainda não há um padrão estabelecido. Nas análises da linguagem, é comum o

interesse se concentrar na obtenção do máximo de exatidão ao classificar e apresentar

enunciados intervalos, etc.

2. Codificação e Análise dos dados

Page 76: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

72

A técnica utilizada foi a análise global, uma vez que o objetivo era obter uma visão geral do

espectro temático do texto analisado. Como fase preparatória, sugere-se um esclarecimento do

próprio conhecimento de fundo e da questão de pesquisa que é transportada ao texto. Na

leitura do texto, anota-se palavras-chave ao longo da transcrição e se estruturam os trechos

extensos do texto. Após esta fase, a pesquisa é estruturada com a marcação de conceitos ou

enunciados centrais, assim identificada às informações sobre a geração de cada texto.

Na fase seguinte, segue-se a produção de uma tabela de conteúdos de texto, incluindo as

palavras-chave estruturadas anteriormente, juntamente com as linhas as quais estas se refiram.

Os temas são colocados em ordem alfabética, e, finalmente, as idéias anotadas nas diversas

fases coletadas em uma lista. (apêndice B)

Na fase final da análise global, seguiu-se o texto e julga-se por sua inclusão ou não na

interpretação efetiva. Com relação “à verdade e à integralidade dos fatos relatados, à

apropriabilidade do locutor, etc.” Deste modo, este processo busca “indicadores de espaços

vazios”, visões tendenciosas devido à situação comunicativa (...) manobras de fraude”

(BÖHM et alii, 1992, p.23 apud FLICK, 2004, p.205).

Finalizando a codificação, anota-se palavras-chave para o texto inteiro e se formula as

conclusões do trabalho com o material ou da seleção ou integração de novos textos, casos e

informações de acordo com a amostragem teórica (FLICK, 2004, p. 205).

Já as limitações do método de análise global, conseguem suplementar os métodos de

categorização, mas não substituí-los. Procedimentos como a hermenêutica objetiva ou a

análise de conversas, que têm por objetivo uma revelação seqüencial do texto não serão

compatíveis com essa forma de edição do material (FLICK, 2006, p. 205).

Page 77: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

73

Um aspecto comum entre os métodos discutidos é o fato de que o material textual é analisado

pela codificação global. As categorias são, na maioria das vezes, desenvolvidas a partir do

texto, mas também são recebidas da literatura. A estrutura interna (formal ou de significado)

do texto analisado não constitui o ponto de referência (principal) para a interpretação. Mais

cedo ou mais tarde, todas estas abordagens se voltam para a descoberta de evidências em

relação a determinadas categorias no texto atribuindo-as às categorias. O tratamento do caso

individual ganha importância de diversas formas. Na codificação temática, primeiramente,

faz-se um análise de caso antes de o material ser analisado através dos casos. Os demais

procedimentos tomam todo o material textual como um ponto de referência, desenvolvendo

ou aplicando um sistema de categorias que transcenda o caso único (FLICK, 2006).

3. Interpretação

A base para a interpretação das entrevistas em profundidade foi o Processo de Decisão de

Compra com as características e os fatores influenciadores que foram identificados na revisão

de literatura.

Desde modo, ao final deste trabalho, espera-se obter um conhecimento mais profundo da

tomada de decisão na compra de um curso de pós-graduação. Justificando a importância

destacada do curso de pós-graduação, direcionando seu foco, a fim de conhecer as reais

necessidades dos consumidores e analisando a influência do processo de decisão na escolha

do curso.

Page 78: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

74

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo, serão apresentados os resultados obtidos na pesquisa de campo, ou seja,

resultados das entrevistas realizadas. O foco da pesquisa foi saber como se processa a decisão

de compra de um curso de pós-graduação. Segue-se uma discussão baseada nesses resultados,

em reflexões realizadas pela autora com base na literatura sobre o tema.

4.1 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS

Como a proposta o estudo era analisar o processo de decisão de compra em seus seis estágios,

cada um deles será analisado sequencialmente. A fim de facilitar a compreensão, para cada

estágio foi elaborado um esquema resumido (Figuras 12 a 17) e, ao final, todos são reunidos

para a apresentação do modelo completo do processo de decisão de compra de um curso de

pós-graduação (Figura 18).

Por uma questão de preservação da privacidade dos entrevistados, todos os nomes foram

ocultados e o tratamento dos dados, foram guiados por cores, assim, nomes utilizados são

fictícios e o nome das escolas foram preservados.

Como proposta, o estudo foi pautado nas seis etapas do Processo de Decisão de Compra.

Deste modo os itens serão explicados a partir destas etapas com os seus desdobramentos.

Page 79: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

75

Reconhecimentoda

Necessidade

Motivação - Tipos de Necessidades* Auto-real ização- crescer profissionalmente e pessoalmente;- melhorar na função;- ganhar conhecimentos.

* Estima- reconhecimento profissional e pessoal, networking.

* Social- atualização em seu meio.

* Segurança- empregabilidade, salário maior.

Discrepância entre a situação atual e a desejada

- desemprego/ recolocação;- lacuna na formação;- fal ta de conhecimentos específicos

Reconhecimento da Oportunidade

- amadurecimento profissional, troca com os pares;

Reconhecimento da Problema- desestruturação familiar, demissão (possibilidade de).

Influências Ambientais – família- conflito: tempo de dedicação, questionamento;- apoio: financeiro, logístico, psicológico.

Influências Ambientais – grupo social- empresa: pressão, condição essencial para promoção;- amigos (grupos de referência): indicação, boca-a-boca, projeção social.

Reconhecimentoda

Necessidade

Motivação - Tipos de Necessidades* Auto-real ização- crescer profissionalmente e pessoalmente;- melhorar na função;- ganhar conhecimentos.

* Estima- reconhecimento profissional e pessoal, networking.

* Social- atualização em seu meio.

* Segurança- empregabilidade, salário maior.

Discrepância entre a situação atual e a desejada

- desemprego/ recolocação;- lacuna na formação;- fal ta de conhecimentos específicos

Reconhecimento da Oportunidade

- amadurecimento profissional, troca com os pares;

Reconhecimento da Problema- desestruturação familiar, demissão (possibilidade de).

Influências Ambientais – família- conflito: tempo de dedicação, questionamento;- apoio: financeiro, logístico, psicológico.

Influências Ambientais – grupo social- empresa: pressão, condição essencial para promoção;- amigos (grupos de referência): indicação, boca-a-boca, projeção social.

4.2 ETAPAS DO PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA

4.2.1 Reconhecimento da Necessidade

A figura 12 apresenta uma visão resumida dos resultados que foram obtidos. A seguir, então,

desdobraremos os pontos essenciais de cada um dos tópicos.

Figura 12 - Reconhecimento da Necessidade

Fonte: adaptado pela autora a partir do livro Comportamento do Consumidor (BLAKWELL, MINARD e ENGEL, 2005, p. 75).

Nesta fase, foi observada que existe uma discrepância entre a situação atual e a desejada que

pode estar ligada a três fatores diferentes:

a) Discrepância entre situação real e desejada

• Desemprego real ou eminente

É muito comum que existam casos em que as pessoas estavam desempregadas, ou mesmo

tendo acabado de se formar não tiveram muitas escolhas, portanto o curso se tornou a sua

única opção. Esse é o caso de Ana e Michelle, que relatam respectivamente:

Eu fui demitida da empresa e não foi à toa que comecei o MBA, pois eu estava sentindo uma movimentação na empresa.

Page 80: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

76

Eu estava desempregada, tinha acabado de me formar e não tive muitas escolhas – era fazer o curso ou fazer o curso.

Outros reforçam que o curso de MBA é uma melhor oportunidade de conseguir uma

recolocação no mercado, também para mudar de área na empresa e até mesmo para retomar a

vida profissional daqueles que estão fora do mercado há algum tempo. A fim de ilustrar,

segue o relato de Luiza, Claudia e Elenice, respectivamente.

Há algum tempo quando eu estava de licença maternidade refleti a respeito de minha vida profissional e pensei estou sem foco, necessito me recolocar no mercado. Como eu desejava mudar radicalmente de pesquisadora para gestora, vi que eu necessitava de ferramentas para gerir o meu novo cargo. Por ter acabado de me separar, achei melhor para conseguir um reposionamento no mercado fazer uma pós-graduação.

• Lacuna na sua graduação

Um outro aspecto da discrepância da situação atual e a desejada ocorre quando o individuo

percebe uma lacuna na sua formação de graduação. Conforme Flávia relata:

Sinto a necessidade de preencher a lacuna deixada pela graduação.

• Falta de conhecimentos específicos

Um outro dado relevante informado pelos entrevistados, ainda no item de discrepância da

situação atual e a desejada, foi a falta de conhecimento específico, uma vez que alguns têm

dificuldades eminentes que estão impedindo suas promoções. Deste modo, Luiza relata:

Na minha situação atual, tenho muita dificuldade com números e tenho certeza que este quadro reverterá fazendo o MBA.

b) Reconhecimento da Necessidade

• Amadurecimento profissional e troca de experiências

Ainda no estágio Reconhecimento da Necessidade, foi observado que os entrevistados

enxergam no MBA uma oportunidade de um amadurecimento profissional, e ainda estão bem

Page 81: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

77

direcionados para uma das proposições do curso que é a troca de experiências. Como ilustram

Ana e Carlos:

Como tenho minha carreira bem estruturada, sei que este MBA trará um amadurecimento profissional para a minha vida. Minha idéia é que o curso traga coisas novas, experiências de vida e convívio com outras pessoas com experiências infinitamente superiores.

• Possibilidade de demissão:

Também há o reconhecimento do problema quando o indivíduo entende que sua empresa está

passando por mudanças e estas podem afetá-lo, daí ele se antecipa. Este foi o caso de Ana,

que ficou desempregada logo que o curso iniciou:

Senti que ia ser mandada embora do trabalho, me antecipei me matriculando no curso.

• Desestruturação familiar

Um outro dado importante é a situação de desestruturação familiar, pois neste momento do

reconhecimento do problema a entrevistada diz que sentiu a necessidade de se atualizar, de se

reestruturar no mercado de trabalho a fim de dar a volta por cima desta situação. Conforme

relata Elenice:

Ao me separar, tive que repensar a minha vida toda e a necessidade de me reestruturar foi muito forte.

No Reconhecimento da Necessidade, as influências também foram relatadas pelos

entrevistados. Uma vez que eles estão sendo influenciados por vários grupos. No grupo

familiar, os conflitos de abdicação do tempo são latentes nas mulheres, já para os homens a

família influencia com questionamentos financeiros. A seguir relatos Flávia e Marcelo:

• Família - Conflito: tempo de dedicação e questionamento

Tenho uma filha de nove e outra de treze. A de nove, quando eu falei que ia fazer um curso e ia chegar às 22:00hs, ficou revoltada e brigou comigo. E até hoje de manhã ela disse: “Até manhã, né, mãe?”.

Page 82: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

78

Para os meus pais um investimento de 20.000,00 reais, talvez seria uma entrada num apartamento, seria a quitação no financiamento do carro ou a compra de um carro melhor.

Também há uma forte influência dos grupos sociais como empresa; com a pressão de fazer o

curso para alcançar uma nova posição, ou até por imposição de programa de recursos

humanos. Já os amigos servem como grupos de referência, fazendo indicações, relatando suas

experiências. Assim, relata André e Carlos:

• Empresa – pressão, condição essencial para promoção

A empresa está custeando todo o curso, pois fui indicado a fazer o curso por ter obtido uma boa avaliação no PDI (Programa de Desenvolvimento Individual) visando um up-grade em minha empresa.

Eu preciso fazer o curso por questões profissionais dentro da minha empresa, além do financiamento está sendo feito pela empresa.

Finalizando este tópico, temos as necessidades que estão ligadas diretamente às nossas

motivações. A maioria dos entrevistados tem o objetivo de crescer profissionalmente e

pessoalmente com o curso; também há os que apostam na mudança de cargo e os que

acreditam que o curso agregará mais conhecimento. Neste estágio, Carlos e Flávia atestam o

relatado:

• Motivação - Necessidades

Senti que seria o momento, pois estava com uma necessidade motivacional de crescer, de ter mais reconhecimento por parte de minha empresa e dentro do meu contexto social. A necessidade de me atualizar, de estudar, de trazer mais conhecimento para minha vida, e é claro ter conhecimentos que ainda não tive acesso.

E com isto, os entrevistados também no que concerne a auto-estima buscam reconhecimento

profissional e pessoal, além do networking que é extremamente importante para eles. Estar

atualizado em seu contexto social também é relevante para eles e consolidando tudo isto,

alguns até acreditam que o curso os manterá no emprego (empregabilidade) e,

consequentemente, alcançarão melhores salários. Relatos de Adriana e Edson:

Espero um networking pessoal e profissional com o curso, além de um reforço na minha auto-estima. Quando você faz um curso na IES, você é reconhecido e apontado por tal.

Page 83: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

79

Busca de Informações

Busca Interna (Memória)- Sonho de estudar numa escola de ponta;-Sempre estudou nas melhores escolas- conceito pré-estabelecido

Busca Externa

* Fontes Pessoais- amigos: recomendação, feedbacks, depoimentos a cerca do curso;-empresa: chefe fez o curso, históricos de colegas que fizeram o curso;- ajudar no reposicionamento profissional;- curso focado com repostas a alguns questionamentos.

* Fontes Comerciais- no site, em folder, em jornais, na própria internet (depoimento das pessoas);-propagandas (enxurrada de informações);- estuda a concorrência;- pesquisa na Revista Você S/A;- conhecimento das dependências da IES.

* Fontes Públicas- meio de comunicação em massa (conheça a perceber o curso na mídia).

* Fontes experimentais: manuseio, exame, uso do produto- assistir uma aula experimental.

Resumindo as fontes=Estímulos* Variedade de Fonte de Informação- qualidade do corpo docente e discente;- peso do nome da marca;- conteúdo programático (ementa das disciplinas).

(-) Risco-Psicológico – o capital de risco consiste de associações e status;- Monetário – o capital de risco consiste de dinheiro.

Atenção

Compreensão

Exposição

Aceitação

Retenção

Busca de Informações

Busca Interna (Memória)- Sonho de estudar numa escola de ponta;-Sempre estudou nas melhores escolas- conceito pré-estabelecido

Busca Externa

* Fontes Pessoais- amigos: recomendação, feedbacks, depoimentos a cerca do curso;-empresa: chefe fez o curso, históricos de colegas que fizeram o curso;- ajudar no reposicionamento profissional;- curso focado com repostas a alguns questionamentos.

* Fontes Comerciais- no site, em folder, em jornais, na própria internet (depoimento das pessoas);-propagandas (enxurrada de informações);- estuda a concorrência;- pesquisa na Revista Você S/A;- conhecimento das dependências da IES.

* Fontes Públicas- meio de comunicação em massa (conheça a perceber o curso na mídia).

* Fontes experimentais: manuseio, exame, uso do produto- assistir uma aula experimental.

Resumindo as fontes=Estímulos* Variedade de Fonte de Informação- qualidade do corpo docente e discente;- peso do nome da marca;- conteúdo programático (ementa das disciplinas).

(-) Risco-Psicológico – o capital de risco consiste de associações e status;- Monetário – o capital de risco consiste de dinheiro.

Atenção

Compreensão

Exposição

Aceitação

Retenção

Acredito que com o curso minha empresa me achará mais essencial e que o meu salário aumentará. Pelo menos é o que eu espero!

4.2.2 Busca de Informações

A figura 13 apresenta uma visão resumida dos resultados que foram obtidos no 2º estágio

Busca de Informações.

Figura 13 - Busca de Informações

Fonte: adaptado pela autora a partir do livro Comportamento do Consumidor (BLACKWELL, MINARD e ENGEL, 2005, p. 76).

Avançando um pouco mais, temos o próximo tópico que é a Busca de Informações e os seus

desdobramentos conforme pontuados na pesquisa. Neste estágio, são considerados dois

caminhos: um de busca interna e outro de externa.

Assim, quando citamos busca interna recuperamos o conceito que fica na memória. Deste

modo, os entrevistados trouxeram à tona situações de estudar numa escola de ponta,

crenças/valores de sempre estudar nas melhores escolas. Também traz da memória a questão

do reposicionamento profissional, dado que está em consonância com o reconhecimento da

Page 84: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

80

necessidade, bem como com a determinação de que o curso trará respostas aos seus

questionamentos. Seguem os relatos de Ana, Marcelo e Maria.

• Busca Interna - Memória

Na verdade, eu sempre estudei nas melhores escolas. Tudo eu sempre fiz nas melhores escolas, batalhei pra sempre fazer nas melhores. Não adianta fazer um curso num lugar fraco e não ficar bem preparada, pelo menos na IES eu sabia que é uma boa instituição. Tenho a impressão que no meio ao qual pertenço, as pessoas não dispõem de muito tempo, então, querem, assim como eu, respostas rápidas. Quando eu passei no vestibular, eu queria estudar administração na IES, porém passei para duas faculdades públicas e ai, o meu pai que na época não tinha condição de pagar. Hoje também estou realizando um sonho!

Quando o indivíduo está interessado em alguma coisa, ele tende a buscar mais informações.

Por este motivo, ele interage com os pares, com os familiares e com o mercado. Esta busca

ativa de informações é chamada busca externa. Espelhando no esquema apresentado, ele tem

fontes das mais variadas, para que se sinta mais confortável na tomada de decisão. Deste

modo, ele tem as fontes pessoais: ele busca amigos, amigos dos amigos, interage também com

as pessoas do trabalho, colhe depoimentos e observa as recomendações; tudo isso para que ele

possa escolher o que melhor lhe convier. Veja o relato de Michelle, Edson e Marcel:

• Busca externas – Fontes

Eu precisava ouvir as pessoas mais experientes, pessoas que já estavam no mercado há mais tempo. Ouvi o meu irmão, que fez Gestão no Fundão, ouvi o meu namorado e alguns amigos dele que também estudaram aqui na IES. Meu chefe me disse – não está na hora de você fazer uma especialização? (...) Ele me disse que havia feito na IES e aí eu me senti a vontade de pesquisar a IES. Com a indicação dele ficou mais fácil decidir. Quando eu ainda estava na Inglaterra (...) eu comecei a pesquisa curso de pgraduação. Pedi uma indicação de minha irmã, do meu tio (...) Entrei no site do MEC, procurei saber, como a IES se comportava no mercado e conclui que seria bom fazer lá.

À medida que o indíviduo começa a ter contato com determinado assunto, ele começa a

perceber mais o assunto, e a buscar mais informações. Assim, ele parte para fontes comerciais

como site, folder e também para fontes comerciais como os meios de comunicação em massa.

Começa a estudar a concorrência, recebe uma enxurrada de informações como estímulo, que

Page 85: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

81

mais tarde ele irá reter para fazer a sua escolha. Marcel sentiu a necessidade ainda quando

estava na Inglaterra e de lá mesmo começou a fazer pesquisas, como relata a seguir:

Olhei os concorrentes que minha irmã havia me pontuado, ainda na Inglaterra (...) pesquisei todas as informações que eu achava relevante nos sites das IE. A IES tem um marketing bem focado para o mercado alvo. Ele está com propaganda na Você S/A, na revista Exame.

Ainda no que diz respeito às fontes de informações, para tomarem suas decisões quanto à

escolha do produto, os entrevistados utilizam fontes experimentais como assistir aula e

conhecer as dependências da IES. Vejam os relatos de Maria e Michelle.

Estou apaixonada pela biblioteca da IES, pela localização (...) isto tudo me ajudou a tomar a decisão. Pedi para assistir uma aula, gostei, e achei a aula bem dinâmica; depois soube que o método de aprendizagem era pautado em estudos de casos reais, isto eu achei bem interessante, assim, tornando as aulas mais dinâmicas.

Ainda neste estágio, o entrevistado percebe o risco envolvido na aquisição do serviço.

Conforme a colocação dos entrevistados, os riscos envolvidos são os psicológicos no que

tange ao entendimento das disciplinas; monetários, no que diz respeito ao dinheiro envolvido.

Vejam os relatos de Marcelo e Flávia:

• Risco Percebido

Na verdade não é um curso barato (...) eu levei um ano pensando em fazer o curso. Na minha empresa eu teria a oportunidade de fazer o curso em 2010 (...) eu não podia esperar, minha carreira não pode esperar. Eu juntei o dinheiro necessário, obtive um desconto por pagar a vista, mas na hora de assinar o cheque dei uma tremida. È muito dinheiro! Ainda pensei: “Será que vou dar conta?”.

4.2.3 Avaliação de Alternativas Pré-compra

A figura 14 apresenta uma visão resumida dos resultados que foram obtidos no 3º estágio

Avaliação de Alternativas Pré-compra.

Figura 14 - Avaliação de Alternativas Pré-Compra

Page 86: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

82

Fonte: adaptado pela autora a partir do livro Comportamento do Consumidor (BLAKWELL, MINARD e ENGEL, 2005, p. 80).

É neste estágio que o consumidor processa as informações recebidas no estágio anterior,

fazendo um julgamento de valor final. Não existe apenas um único processo de avaliação.

Estes diversos processos de avaliação das alternativas são cognitivamente orientados, ou seja,

consideram que o consumidor forma julgamentos principalmente em uma base racional e

consciente (KOTLER, 2000, p. 202). Retomando o estágio anterior, os benefícios de escolha

mais relacionados pelos entrevistados foram: qualidade do corpo docente e discente, peso do

nome da IES e conteúdo programático. Estes são chamados conjunto evocado, pois

compreendem benefícios já existentes na memória dos consumidores.

Assim, os atributos foram divididos por salientes os mais importantes, como conteúdo

programático, qualidade do corpo docente e discente, networking, ajuda do pai e convênio

internacional. É neste momento que o consumidor assume atributos relacionados ao serviço

de acordo com a sua necessidade. Veja alguns relatos de Maria, Marcelo e Marcel:

• Atributos Salientes Este modelo de cases, eu gosto bastante de ajuda no processo decisório, na tomada de decisão, de avaliar as coisas, é o modelo de aprendizagem, a metodologia eu gosto; a qualidade de ensino. Quero o nível das pessoas daqui – que eles me agreguem – eu quero mais que eles me agreguem do que eu a eles, pode até ser uma visão egoísta, mas é o que eu quero neste momento. Está nos meus planos, usufruir desta parte de convênio internacional. O nome de uma escola de primeira linha, neste patamar os concorrentes são poucos ficando fácil fazer a escolha. A qualidade do corpo docente, isto dá um respaldo ao curso e ao diploma é claro!

Page 87: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

83

Um outro dado relevante para ele é o networking, pois como está desempregado terá no seu convívio pessoas de mercado, pessoas com experiências para trocar, acredita ser este o fator primordial da escolha por um MBA.

Já os atributos determinantes relacionados foram: posicionamento das pessoas que estudaram

na IES, o reconhecimento da turma e o retorno à sala de aula. Para ilustrar, veja as

contribuições de André, Carlos e Elenice:

• Atributos Determinantes E eu pesei todas as opiniões das pessoas que estudam e estudaram na IES, e vi o posicionamento profissional delas no mercado de trabalho, a evolução delas, eu pesei tudo. Tinha que escolher uma instituição que me desse o peso da qualificação, de estar me certificando, por isso eu escolhi a instituição X e por isso eu quis fazer também uma pós-graduação e não ainda um outro curso talvez o mestrado. Então assim, nada melhor do que eu voltar à sala de aula e está retomando isso e está conhecendo novas pessoas e está aumentando meu networking.

4.2.4 Compra

A figura 15 apresenta uma visão resumida dos resultados que foram obtidos no 4º estágio que

é a compra, efetivamente.

Page 88: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

84

Figura 15 - Avaliação de Alternativas Pré-Compra

Compra

Nível de certeza: após pesquisar, escolher e comprar- necessidades reais e imediatas; -credibilidade e solidez da IES no mercado;- recolocação mais rápida;- troca de experiências;- atividades extra-classes;- investindo no potencial da filha

Nível de incerteza quanto aos atributos escolhidos- programa de Carreiras é eficaz?- teme que não seja plenamente satisfatório;- preocupação de ter um bom aproveitamento;- preocupação com a família

Montante de dinheiro envolvido- reflexo na vida financeira;- esforço para realizar este sonho.

Planos para o futuro a partir da escolha pelo curso- grande aprendizado;- apto para cumprir desafios;- frutos para a vida pessoal e profissional;- networking para o futuro;- reestruturação familiar;- um emprego melhor.

Ao fechar a compra do curso- estabeleceu rotinas de estudos- vida melhor, melhor emprego, melhor salário;- localização, infraestutura, segurança, foram secundários.

Fonte: adaptado pela autora a partir do livro Comportamento do Consumidor (BLAKWELL, MINARD e ENGEL, 2005, p. 82).

• Nível de certeza

Depois que escolhe o serviço, o consumidor se vê entre dois níveis: um de certeza e outro de

incerteza, a respeito dos atributos de escolha, o que poderá ocorrer mesmo depois da compra

efetivada. Assim, no nível de certeza os entrevistados tiveram necessidades reais e imediatas,

levantaram o peso da credibilidade e da solidez da IES, reforçaram que esperam uma

recolocação rápida, apostaram na troca de experiências, especularam a respeito das atividades

extraclasses que devem ser rígidas e, por fim, ainda neste item, há aqueles que confiam no

curso a melhora de vida profissional de seus próprios filhos. Deste modo, seguem os

exemplos reais conforme relatado por Adriana, Marcel, Maria e Elenice:

Ao escolher o curso pontuei minhas necessidades reais e imediatas, e tenho certeza que serão alcançadas. Tenho certeza que voltarei logo para o mercado, fazendo o MBA e com a ajuda do setor de carreiras será rápida a minha recolocação. Acredito na credibilidade e na solidez da instituição X (...) Espero também que o corpo docente e que as aulas sejam exigentes, de alta qualidade, com propostas extra-classes interessantes. Com professores altamente qualificados e focados. Estou confiante no curso e mais sou dar o máximo de mim em retribuição ao que meu pai está fazendo por mim, é o meu momento.

• Nível de Incerteza

Page 89: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

85

Porém, há também o nível de incerteza, onde os entrevistados colocaram suas dúvidas como:

se o programa de carreiras é eficaz, se o curso será plenamente satisfatório, preocupação de

ter um bom aproveitamento e preocupação com a família. Este item é direcionado às

incertezas dos alunos e isto é bem natural, pois o que eles têm pela frente é algo novo. Para os

que querem se recolocar, como Marcel, o serviço de carreiras é um diferencial importante

uma vez que ele está desempregado.

Espero que com o departamento de Carreiras eu consiga voltar para o mercado com rapidez.

O questionamento mais comum entre eles é a satisfação com o curso, dado levantado pela

maioria dos entrevistados, conforme ilustrado por Adriana:

Acredito que sairei plenamente satisfeita, mesmo ficando um pouco indecisa acho até que isto é normal diante do investimento de um curso deste porte.

Também tem a questão do bom aproveitamento em sala de aula, como ilustram André e

Flávia:

A empresa está investindo em mim e eu não possa vacilar, tenho que estudar desde início. Já estou me programando. Estou preocupada, pois minha formação é em jornalismo. As disciplinas quantitativas serão os meus grandes desafios.

Em especial, para as mulheres que são mães, a preocupação também vem dobrada, pois além

do curso, há os filhos. Uma vez que elas sentem que estão abdicando do tempo com os filhos,

ficando de um lado está à realização da mulher, profissional de mercado e de outro a

preocupação que inerente das mães, o acompanhamento dos filhos, a questão do tempo longe

deles, relatam Claudia e Luiza:

Já me organizei com relação de como será condução da junção de trabalho, da família e do curso. Nos dias que não tenho aula, um, fico até mais tarde no trabalho, no outro, faço um programa com a família. Como meu trabalho é bem puxado, me programei para estudar nos finais de semana pela manhã, pois a tarde precisa estar com a família.

Um outro exemplo interessante é o de André, que escolheu fazer o curso em horários que lhe

permitisse ver as filhas, que foram em outro estado.

Escolhi estudar as 2as e 4as feiras, mesmo com o ritmo de trabalho que tenho, quando na verdade seria melhor era estudar aos sábados, mas como tenho ver as

Page 90: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

86

minhas filhas, de 15 em 15 dias em São Paulo e disso eu não abro mão, foi a melhor escolha.

Neste estágio, os entrevistados também ilustraram com as suas perspectivas com os seus

planos para o futuro. Daí obtivemos atributos de futuro como: grande aprendizado, apto para

cumprir desafios, este curso renderá frutos para a vida pessoal e profissional, o networking

para o futuro, reestruturação familiar e um emprego melhor, estas foram às considerações

deste estágio, conforme ilustra Marcel, Elenice e Claudia:

• Planos para o futuro Aposto no talento das pessoas, na felicidade e na qualidade de vida, assim acredita que as coisas fluem melhor (...) Após o curso estarei pronto para novos desafios. Espero que antes mesmo de terminar o curso tenha voltado ao mercado de trabalho (...) Esteja voltando a realizar os meus sonhos profissionais e de repente com uma outra pessoa já pra ajudar a cuidar dos meus filhos (...) Mas realmente seguindo a vida e tendo uma oportunidade maior né. “ Depositando todas as suas fichas no futuro, uma melhor colocação profissional, quero ir para uma empresa que reconheça o meu valor.

4.2.5 Consumo

A figura 16 apresenta uma visão resumida dos resultados que foram obtidos no 5º estágio

Consumo, no caso do serviço oferecido, ao iniciar as aulas, o consumo começa. Assim, neste

tópico será ilustrado pelos alunos que já terminaram o curso.

Page 91: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

87

Figura 16 - Consumo

Consumo

Avaliações no uso do Serviços

-ótima performance acadêmica.-programa de qualidade e professores reconhecidos;- aulas dinâmicas- networking, troca de experiências;- disciplinas focadas- na recompra (complementação acadêmica) poucas disciplinas sendo oferecidas;-turmas imatura- muito alunos queriam apenas o diploma- pouca cobrança dos professores- turma de pessoas experientes

Fonte: adaptado pela autora a partir do livro Comportamento do Consumidor (BLAKWELL, MINARD e ENGEL, 2005, p. 84).

• Avaliação durante o curso

Para os alunos formados, estas certezas de certa forma se concretizaram, pois segundo eles,

obtiveram uma ótima performance acadêmica, com professores verdadeiramente qualificados

e o com um programa que correspondeu às suas expectativas. Assim, os alunos já formados

Ana, Edson e Michelle relatam:

Sempre fui boa aluna, sempre sentei na frente para não perder nada, entre outras coisas avalio que obtive uma ótima performance acadêmica e que o curso também me incentivou para isso. Com professor altamente qualificado com domínio amplo sobre sua disciplina, atualizados e com material de apoio bem interessante. Buscar mais e mais conhecimentos, não deixar que o que eu aprendi se vá, a não ser que seja para dar espaço para novos conhecimentos e manter vivo contato com a minha turma (networking).

• Relacionamento com a turma

Também foram levantados pontos negativos como: a aluna que está fazendo complementação

acadêmica, que teve poucas disciplinas eletivas sendo oferecidas, assim o curso se estendeu

mais do que o prometido. Houve também avaliação da turma que era muito imatura, alunos

interessados apenas no diploma. Nesta mesma linha, um outro aluno discorda, pois sua turma

formada por pessoas altamente gabaritadas, como ele mesmo afirma. Na avaliação geral do

Page 92: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

88

curso, uma aluna diz que ele poderia ter tido mais cobrança, também o aluno da outra turma

discorda, assim, podemos confluir que a formação da turma influencia diretamente do

desempenho geral. Veja a seguir os relatos de Ana e Edson:

Lembro-me que no início do curso eu reclamei bastante do curso, porém depois entendi que o problema era a turma, eles não sabiam direito o que queriam (...) Esta sensação melhorou quando nas eletivas eu interagi com outras turmas. Lamentável! Isto não acontece no curso que estou fazendo complementação. A troca de experiências, os estudos de caso foram formas de aprendizado que até então eu não havia vivenciado – isso foi muito útil para aumentar nosso censo crítico e capacidade de buscar soluções dentro do dia-a-dia de forma muito mais eficaz do que se fosse um curso à moda tradicional. A turma foi fator relevante neste aprendizado.

4.2.6 Avaliação Pós-consumo

A figura 17 apresenta uma visão resumida dos resultados que foram obtidos no 6º estágio e

último estágio, pois em nossa pesquisa não foi abordado o 7º estágio proposto pelos autores

Blackwell, Minard e Engel, uma vez que em serviços não existe descarte.

Figura 17 - Avaliação Pós-Consumo

Avaliação Pós-consumo

Experiência de Satisfação

Pós curso- recolocação no mercado;- complementação acadêmica (recompra);- preenchimento de lacunas;- troca experiências = abertura de negócio próprio com colega de turma.- promoção instantânea.

Experiência de InsatisfaçãoDurante o curso- maior rigor no processo seletivo;- curso mais rigoroso;-preocupação com a super posição das disciplinas.

-Relacionando com as expectativas iniciais- algumas disciplinas sem aplicabilidade.

Recomendação (redes sociais)

- Recomenda o curso.- Fará outro curso em 2010.

Fonte: adaptado pela autora a partir do livro Comportamento do Consumidor (BLAKWELL, MINARD e ENGEL, 2005, p. 84).

• Satisfação

Page 93: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

89

É neste estágio que o consumidor tem contato com as experiências de satisfação. Por este

motivo, o referido estágio também foi direcionado aos alunos que já terminaram o curso.

Assim, foram obtidas as seguintes considerações: conseguiram se recolocar no mercado, com

a aquisição da complementação acadêmica o aluno teve a experiência da recompra, houve

preenchimento de lacunas deixadas pela graduação como citado anteriormente, a troca de

experiências foi disparadamente um sucesso e a promoção veio, conforme relatado por eles.

Finalizando, os entrevistados Michelle, Ana, Michelle e Edson ilustram a análise:

O curso foi de extrema importância para mim, lembro-me que me matriculei desempregada e logo consegui um emprego. E no final do curso abri minha empresa de consultoria com um colega de classe. Para mim o curso foi muito bom! Como ainda queria dar um foco mais quantidade em meu curriculum, eu me matriculei na complementação e já estou terminando. O curso também preencheu uma lacuna deixada pela graduação. Logo após terminar o curso recebi minha primeira promoção, supervisor, com uma equipe (...) Cerca de 1 ano e meio depois (...) passei a responder por parte da área administrativa da empresa. Algo em torno de 8 meses após fui promovido a coordenador administrativo, quando, incorporando todas as funções administrativas, de compras e controle de estoque, a infra-estrutura.

• Insatisfação

Em contrapartida, houve também o sentimento de insatisfação. Foi levantado um maior rigor

no processo seletivo por conta da turma imatura, uma maior cobrança por parte dos

professores. Também houve preocupação com a sobreposição das disciplinas e que eles

fizeram algumas disciplinas sem aplicabilidade. Porém, no geral, o curso foi satisfatório e

todos os entrevistados o recomendam; inclusive, até tem um aluno com a intenção de fazer

um outro MBA, o de Gestão de Projetos. Relatos de Ana e Marcelo, em determinado

momento, são totalmente díspares:

Gostei do curso, mas relato nesta entrevista que deve haver um maior rigor no processo seletivo, acredito que isto tenha influenciado na performance de minha turma, também deve disciplina que repetiu o que a anterior disse (alguns pontos). Além das disciplinas sem aplicabilidade, pelo menos para a minha vida. É claro que houve erros – o que é comum - mas a própria instituição tratou de corrigi-los. Fiquei muito satisfeito destaco a maturidade de minha turma e isso também foi o diferencial no aprendizado.

Page 94: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

90

Reconhecimento da

Necessidade

•Desemprego/ reconhecimento; lacuna na formação; falta de conhecimento específico.•Amadurecimento profissional, troca com pares, desestruturação familiar, demissão.

•Conflito X apoio; Pressão, promoção,boca-a-boca, projeção social.•Crescimento profissional, pessoal, melhora na função, ganhar mais conhecimento, reconhecimento profissional e pessoal, networkingnetworking, empregabilidade, salário maior.

Busca de

Informações•Recomendação, feedbacks,depoimentos;•Site, folder, jornais, na própria internet;•Estudo da concorrência. Assistir uma aula experimental; Pesquisa na Revista Você S/A.Conhecimento das dependências da IES;Risco – psicológico e monetário.

Avaliação das Alternativas Pré-compra

Compra

Avaliação Pós-consumo

Consumo

•Sonho de estudar numa escola de ponta;•Sempre estudou nas melhores escolasconceito pré-estabelecido;•Ajudar no reposicionamento profissional;•Curso focado com repostas a alguns questionamentos.

•Propostas extra-classes; investimento para a vida; metas pessoais; pessoas que estudaram em •escolas de alto nível; aprendizado é continuo;•retomar atividades na vida; melhor conhecimento de gestão;junção dos atributos pesquisados das outras IES;avaliações novas ou pré-existentes em sua memória.

-Conteúdo programático direcionado para o mercado, metodologia de estudo também focada; qualidade do corpo docente; networkingmuito favorável; estudar nas melhores escolas; ajuda financeira do pai; convênio internacional.•Posicionamento das pessoas que estudaram na IES - o antes e o depois; reconhecimento da marca – fator decisivo. Retorno à sala de aula, conhecer pessoas .novas, confiabilidade, horário, proximidade, comodidade.

•Certezas: necessidades reais e imediatas; credibilidade e solidez da IES no mercado; - recolocação mais rápida; troca de experiências;atividades extra-classes;investindo no potencial da filha.•Incertezas: programa de Carreiras é eficaz? teme que não seja plenamente satisfatório; preocupação de ter um bom aproveitamento; preocupação com a família.•Futuro : grande aprendizado; apto para cumprir desafios; frutos para a vida pessoal e profissional;networking para o futuro; reestruturação familiar; emprego melhor.•Ao fechar o curso: estabeleceu rotinas de estudos, vida melhor, melhor emprego, melhor salário;localização, infraestutura, segurança, foram secundários.•Montante de dinheiro envolvido: reflexo na vida financeira; esforço para realizar este sonho.

•Performance acadêmica; programa de qualidade e professores reconhecidos; aulas dinâmicas; networking, troca de experiências;•disciplinas focadas; na recompra; turma imatura;alunos querendo apenas o diploma; pouca cobrança dos professores; turma de pessoas experientes.

Satisfação: recolocação no mercado; complementação acadêmica (recompra);preenchimento de lacunas; abertura de negócio, promoção instantânea.Insatisfação: turma imatura, maior rigor no processo seletivo; curso mais rigoroso;super posição das disciplinas;algumas disciplinas sem aplicabilidade.

Reconhecimento da

Necessidade

•Desemprego/ reconhecimento; lacuna na formação; falta de conhecimento específico.•Amadurecimento profissional, troca com pares, desestruturação familiar, demissão.

•Conflito X apoio; Pressão, promoção,boca-a-boca, projeção social.•Crescimento profissional, pessoal, melhora na função, ganhar mais conhecimento, reconhecimento profissional e pessoal, networkingnetworking, empregabilidade, salário maior.

Busca de

Informações•Recomendação, feedbacks,depoimentos;•Site, folder, jornais, na própria internet;•Estudo da concorrência. Assistir uma aula experimental; Pesquisa na Revista Você S/A.Conhecimento das dependências da IES;Risco – psicológico e monetário.

Avaliação das Alternativas Pré-compra

Compra

Avaliação Pós-consumo

Consumo

•Sonho de estudar numa escola de ponta;•Sempre estudou nas melhores escolasconceito pré-estabelecido;•Ajudar no reposicionamento profissional;•Curso focado com repostas a alguns questionamentos.

•Propostas extra-classes; investimento para a vida; metas pessoais; pessoas que estudaram em •escolas de alto nível; aprendizado é continuo;•retomar atividades na vida; melhor conhecimento de gestão;junção dos atributos pesquisados das outras IES;avaliações novas ou pré-existentes em sua memória.

-Conteúdo programático direcionado para o mercado, metodologia de estudo também focada; qualidade do corpo docente; networkingmuito favorável; estudar nas melhores escolas; ajuda financeira do pai; convênio internacional.•Posicionamento das pessoas que estudaram na IES - o antes e o depois; reconhecimento da marca – fator decisivo. Retorno à sala de aula, conhecer pessoas .novas, confiabilidade, horário, proximidade, comodidade.

•Certezas: necessidades reais e imediatas; credibilidade e solidez da IES no mercado; - recolocação mais rápida; troca de experiências;atividades extra-classes;investindo no potencial da filha.•Incertezas: programa de Carreiras é eficaz? teme que não seja plenamente satisfatório; preocupação de ter um bom aproveitamento; preocupação com a família.•Futuro : grande aprendizado; apto para cumprir desafios; frutos para a vida pessoal e profissional;networking para o futuro; reestruturação familiar; emprego melhor.•Ao fechar o curso: estabeleceu rotinas de estudos, vida melhor, melhor emprego, melhor salário;localização, infraestutura, segurança, foram secundários.•Montante de dinheiro envolvido: reflexo na vida financeira; esforço para realizar este sonho.

•Performance acadêmica; programa de qualidade e professores reconhecidos; aulas dinâmicas; networking, troca de experiências;•disciplinas focadas; na recompra; turma imatura;alunos querendo apenas o diploma; pouca cobrança dos professores; turma de pessoas experientes.

Satisfação: recolocação no mercado; complementação acadêmica (recompra);preenchimento de lacunas; abertura de negócio, promoção instantânea.Insatisfação: turma imatura, maior rigor no processo seletivo; curso mais rigoroso;super posição das disciplinas;algumas disciplinas sem aplicabilidade.

Figura 18 - Apresentação do esquema completo dos estágios e das principais considerações levantadas pela pesquisa realizada

Fonte: Desenvolvido pela autora.

4.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Em seus aspectos gerais, as histórias dos entrevistados são consistentes em diversos pontos da

literatura levantada. Analisando as interações observadas, podemos resumir os principais

pontos que parecem caracterizar as considerações do Processo de Decisão de Compra de um

curso de Pós-graduação.

Como o objetivo da pesquisa não era categorizar e sim, levantar as considerações do processo,

a divisão para o entendimento da análise será feito da seguinte forma: (1) objetivos

Page 95: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

91

relacionados às necessidades de acordo hierarquização de Maslow impulsionados pela

motivação, (2) variáveis que influenciam o processo de decisão e, por fim, (3) satisfação e

insatisfação.

De acordo com Maslow (1976), “as pessoas são motivadas por necessidades específicas em

determinadas épocas”. Assim, o presente estudo trouxe à tona os objetivos relacionados às

mais variadas necessidades.

Na sua grande maioria, os entrevistados focaram suas necessidades e motivações no seu dia-a-

dia, quando responderam à entrevista com relação ao curso pretendido. No que concerne às

necessidades de auto-realização, os entrevistados estão desejosos, mais do que nunca, por

crescimento profissional e pessoal, além de um engrandecimento em suas funções atuais ou

até pretendidas. Isto está em consonância com o referencial teórico no que tange à explicação

do tema motivação.

De acordo com o artigo de Bergamini (1998, p. 15), “a necessidade de auto-estima é a grande

busca de hoje em dia, somada à motivação que tem uma dinâmica de caráter eminentemente”.

Então, vale ressaltar que os entrevistados introduziram suas necessidades de reconhecimento

profissional e pessoal, além da expectativa de troca de experiências futuras.

No item necessidades sociais, os entrevistados evidenciaram que esperam que, a partir do

curso, eles se atualizem no meio em que vivem e mantenham a sua empregabilidade. Este

dado foi latente, pois os entrevistados se mostraram preocupados com a concorrência em si,

além de buscarem atualização e permanência no mercado de trabalho.

Um outro fator relevante são as variáveis que influenciam o processo de decisão de compra.

Estas variáveis podem ser internas e externas como: cultura, renda, sentimentos, propaganda,

Page 96: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

92

conveniência (BLACKWELL, MINARD e ENGEL, 2005, p.7). Contudo, estas variáveis

foram introduzidas para revelar quão único e individual o comportamento de um consumidor

pode ser. Assim, Schiffman e Kanuk (1997) e Solomon (2002), acreditam que os fatores de

influência são culturais, sociais, pessoais e psicológicos.

Já no âmbito da família, a pesquisa demonstra que as influências ambientais podem gerar

conflitos com relação à abdicação de tempo e também por outros questionamentos como o

montante de dinheiro. Por outro lado, o apoio da família pode ser a influência decisiva na

escolha. Já as influências de indicação de amigos e projeções sociais podem repercutir como

um boca-a-boca positivo.

Nos conceitos de satisfação e de insatisfação, onde destacamos que, de acordo com Chauvel

(1998), “a satisfação do consumidor é um dos pilares do marketing”, observa-se a importância

de que os serviços oferecidos estejam em consonância com este pilar. Já Rossi e Slongo

(1998, p. 121) acrescentam que “a satisfação dos clientes deve imperar nas práticas de

comportamento do consumidor”.

Analisando ainda os grupos sociais, a empresa mostrou ter uma forte influência na realização

dos cursos, com programas de incentivo. Outro fator relevante também é o meio de trabalho

(colegas de trabalho), que contribuem bastante.

Johnson, Anderson e Fornell (1995) acreditam que a satisfação é cumulativa; é um constructo

abstrato que descreve a experiência total de consumo com um produto ou serviço.

Os entrevistados avaliaram o estágio de pós-consumo, que foi dividido em dois momentos:

um durante o curso, sentindo-se satisfeitos com o networking, com a troca de experiências,

com disciplinas focadas; e em outro momento, no pós-curso, com a recolocação no mercado,

Page 97: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

93

com a complementação acadêmica, com o preenchimento de lacunas deixadas pela graduação

e até com um relato de uma promoção instantânea.

Porém, também foram levantadas as experiências de insatisfação direcionadas ao nível da

turma, conseqüentemente, com um maior rigor do processo seletivo. Ainda neste item,

também foi exposto um maior rigor acadêmico.

De uma forma geral, observou-se que os resultados obtidos estão pautados no que foi

observado na revisão da literatura.

Page 98: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

94

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A presente pesquisa propôs identificar de que forma se processa a decisão de compra de um

curso de pós-graduação, em uma Instituição de Ensino Superior (IES), em um curso de

Gestão de Negócios (MBA).

A seguir, serão apresentadas as conclusões obtidas levando em consideração as análises e

resultados constantes no capítulo 4, as limitações da presente pesquisa e, por último, algumas

sugestões para pesquisas futuras.

5.1 CONCLUSÃO

O objetivo principal da pesquisa era identificar as considerações para um melhor

entendimento do Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação. Conclui-

se, a partir da análise das entrevistas, que as principais considerações oriundas do Processo de

Decisão de Compra de um curso de Pós-graduação devem ser observadas estágio a estágio.

Então, conforme apresentado no capítulo 1 – Introdução, a pergunta de pesquisa é: Como se

processa a Decisão de Compra de um curso de pós-graduação de MBA?

Resumindo as principais descobertas do estudo, temos:

• No 1º estágio – Reconhecimento da Necessidade, foi levantado pelos entrevistados

discrepância entre a situação atual e a desejada. Assim, fatores como: desemprego,

Page 99: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

95

recolocação, existência de lacunas na formação de graduação, além de falta de

conhecimento específicos, foram explicitados.

Ainda neste estágio, foram apresentadas a busca por uma amadurecimento profissional e a

enfatização da proposição de troca com os pares. Não obstante, também vieram à tona a

desestruturação familiar e a possibilidade de demissão. Tais fatores foram situados em

reconhecimentos de oportunidade e de problema, respectivamente.

No que tange à motivação, as necessidades foram o “carro-chefe” da discussão, onde auto-

realização, a estima, parte social e segurança são ilustradas por crescimento profissional e

pessoal, aquisição de conhecimento, reconhecimento em todos os âmbitos, finalizando

com a tão sonhada empregabilidade.

• No 2º estágio - O processamento de Busca de Informações acontece na retenção das

informações recebidas pelo consumidor. Assim, ele é exposto à informação resultante

da busca externa e começa a processar o estímulo, passando pela atenção, depois pela

compreensão, aceitação e depois retenção. No caso desta pesquisa, os benefícios de

escolha mais relacionados pelos entrevistados foram: qualidade do corpo docente e

discente, peso do nome da IES e conteúdo programático.

• Já o 3º estágio – Avaliação de Alternativas, os entrevistados criaram critérios dos mais

diversos de acordo com a forma que escolheram para avaliar a sua escolha. Deste

modo, atributos como: propostas extraclasses interessantes, investimento para a vida

toda, estabelecimento de metas, possibilidade de fazer o mestrado depois e de estar do

lado de pessoas que estudaram em escolas de alto nível, foram fatores levados em

consideração na escolha de um curso de pós-graduação. Além destes, outros fatores

também considerados: o aprendizado contínuo, a possibilidade de retomar atividades

na vida e de melhorar conhecimento de gestão, com a junção dos atributos

pesquisados das outras IES e avaliações novas ou pré-existentes em sua memória.

• No 4º estágio – Efetuar a Compra, os entrevistados, ao se matricularem no curso,

estabeleceram rotinas de estudo, metas de melhoria na qualidade de vida pessoal e

Page 100: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

96

profissional. Além do montante de dinheiro envolvido, que refletirá na vida financeira

por um bom tempo e também para alguns será reforço de um sonho realizado.

• Continuando no 5º estágio – Consumo, o consumidor tem contato com as experiências

de utilização do serviço, sendo este estágio direcionado aos alunos que já terminaram

o curso. Assim, foram obtidas as seguintes considerações: conseguiram se recolocar

no mercado, com a aquisição da complementação acadêmica o aluno teve a

experiência da recompra, houve preenchimento de lacunas deixadas pela graduação

como citado anteriormente, a troca de experiências foi disparadamente um sucesso e a

promoção foi alcançada, conforme relato dado por um eles.

• Finalizando, com o 6º estágio – Avaliação Pós-consumo, os entrevistados

experimentaram a sensação de satisfação e de insatifação. Assim, neste estágio, os

resultados apontam para experiências de satisfação superiores às insatisfações. Todos

os entrevistados declararam que o curso acrescentou muito às suas vidas.

5.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Como ocorre com qualquer pesquisa, existem limitações no presente estudo. Em primeiro

lugar, pode-se destacar, além dos limitadores inerentes de uma pesquisa qualitativa, como

subjetividade das conclusões e a impossibilidadede repetição do estudo, um limitante de um

estudo exploratório, que não é conclusivo e as descobertas apresentadas não podem ser

consideradas como aplicáveis a quaisquer situações. Ou seja, o objetivo do presente trabalho é

de apenas levantar novas abordagens e perspectivas.

Um outro limitador encontrado é referente à amostra, que foi não probabilística e por

julgamento, ou seja, amostra para atender a alguns critérios. Os entrevistados foram de uma

escola específica, assim, os seus resultados não podem ser generalizados para todos os tipos

Page 101: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

97

de MBA. Isto se agrava, pois se trata de uma escola de renome, conseqüentemente, de alto

custo e não acessível a todos os possíveis interessados num curso deste tipo.

Desde modo, após analisar estágio por estágio, houve saturação nos seguintes itens:

crescimento profissional e pessoal, networking, reconhecimento pessoal e profissional.

5.3 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

Neste item, são apresentadas algumas sugestões de pesquisas futuras para que a IES realize,

dando continuidade às considerações do processo de decisão de compra de um curso de pós-

graduação.

Estas sugestões são importantes, pois podem ser usadas para nortear a evolução dos alunos na

IES, podendo até antever algumas insatisfações.

Desta forma, as seguintes sugestões são apresentadas:

• Aplicação das entrevistas com outros alunos de cursos diferentes para que se possa

realizar comparações;

• Aplicação das entrevistas nas demais unidades da IES, visando comparação entre estas

unidades;

• Aplicação das entrevistas em outras instituições de ensino de mesmo porte, visando

comparação entre a IES pesquisada e a concorrência.

5.4 IMPLICAÇÕES ACADÊMICAS E GERENCIAIS

Diversas pesquisas poderiam ser sugeridas a partir dos achados neste estudo, pois ele fomenta

algumas implicações acadêmicas e gerenciais.

Page 102: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

98

No contexto acadêmico, as análises e o processo de desenvolvimento do trabalho contribuem

para a intensificação de novas pesquisas sobre o tema, e mais, novas formas de analisar esta

pesquisa. Algumas hipóteses podem ser provocadas a fim de possibilitar o fornecimento de

novas pesquisas.

Já no âmbito gerencial, as implicações gerenciais, de empresas como a IES poderão utilizar o

presente estudo como referencial, no sentido de iniciar um alinhamento de suas expectativas

com as expectativas de seus clientes.

Por fim, o presente estudo pode ser aproveitado como base conceitual para futuros estudos

sobre o tema ou utilizado em pesquisas com o mesmo foco.

Page 103: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

99

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDUL-MUHMIN, A. G. Contingent decision behavior: effect of number of alternatives to be selected on consumers’ decision process. Journal of Consumer Psychology, v.8, p. 91-111, 2000. ABNT. NBR 6023. Informação e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, Ago. 2002. ANTUNES, Maria Thereza Pompa. Capital Intelectual. São Paulo: Atlas, 2000. ASSAEL, H. Consumer Behavior and Marketing Action, Cincinnati: Sooth-Western College Publishing, 1995. BACELLAR, Fátima C. T.; AGUIAR, Silvana; CASTILHO, Newton Jr. “Tipologia dos Alunos de um Curso de Pós-Graduação em Administração com Base na Escolha de Disciplinas Eletivas”. In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PROGAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 27, 2003, Atibaia. Anais... Atibaia: ENANPAD, 2003. BACELLAR, Fátima C. T.; IKEDA, Ana A.; O que querem nossos alunos? Compreendendo expectativas de executivos em cursos de MBA. In: Cladea 2005, Anais... Santiago: v.1. p.1-16, 2005.

BERGAMINI, Cecília W., A difícil administração das motivações. RAE, São Paulo, v.38, n.1, p. 6-17, Jan/ mar. 1998.

BLACKWELL, Roger D., MINIARD, Paul W., ENGEL, James F. Comportamento do Consumidor. 9ª Edição, São Paulo: Thompson, 2005. BRASIL, Ministério da Educação e Cultura, Secretaria de Educação Superior/Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, (1975). I Plano Nacional de Pós-Graduação, 1975-1979. Brasília: MEC/SESu/CAPES.

CHAUVEL, Marie Agnes. A Satisfação do Consumidor no Pensamento de Marketing: Revisão de Literatura. In: ENANPAD, 22, 1998. Anais... CHURCHILL, Gilbert A. e PETER J. P. Marketing: Criando Valor para o Cliente. Tradução Cecília Camargo Bartalotti e Cid Knipel Moreira. São Paulo: Editora Saraiva, 2000. COOPER, Donald R.; SCHINDLER, Pamela S. Métodos de Pesquisa em Administração, 7ª. edição, São Paulo: Editora: Bookman, 2003.

Page 104: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

100

CRAWFORD, Richard. Na era do capital humano: o talento, a inteligência e o conhecimento como forças econômicas, seu impacto nas empresas e nas decisões de investimento. São Paulo: Atlas, 1994. CRONIN, J. J., TAYLOR, S. A. Measuring Service Quality: A Re-examination and Extension. Journal of Marketing, 56, July, p. 55-68, 1992. DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. São Paulo: Cultura, 1999. EVANS, R. J. Quality versus Cost – Lessons for the Late 1990s. Managing Services Quality , 5 (1), p.10, 1995. EVRARD, Y. La satisfaction des consommateurs: etat des recherches. Gropu HEC, Working Paper, 1994. FILHO, Geraldo Alemandro L., Atitudes e Opiniões dos Alunos do Curso de Graduação em Ciências Contábeis quanto a cursar Pós-graduação: um estudo numa Universidade Pública. ENANPAD, 2005. FISK, R. P., BROWN, S. W., BITNER, M. J. Tracking the Evolution of the Services Marketing Literature. Journal of Retailing, 69, 1 (Spring), p.61-103, 1993. FLICK, Uwe;. Uma introdução à Pesquisa Qualitativa, 2ª edição, São Paulo: Bookman, 2004. FONSECA, F. R. B. , SOUZA NETO, A. F. et al Risco percebido e estratégias redutoras de risco através de diferentes tipos de serviços. ENANPAD, 2002. GARDNER, Meryl P. Mood states and consumer behavior: a critical review. Journal of Consumer Research. v.13, dec. 1985.

GLASER, B. G., STRASS, A. L. The discovery of Grounded Thoery: Strategies for Qualitative Research. Nem York: Aldine, 1967.

GOTLIEB, J. B., GREWAL, D. BROWN, S. W.. Consumer Satisfaction and Perceived Quality: Complementary or Divergents Constructs? Journal of Applied Pshichology, 79,6, p. 875-885, 1994.

GOVERS, C. P. M.. Is Quality of Services “Applicable to Production?” International Journal of Production Economics, 30, 31, p. 385-397, 1993.

GRÖNROOS, C.. Marketing: Gerenciamento e Serviços. Rio de Janeiro, Elsevier, 2003.

GRÖNROOS, C.. Relationship Approach to Marketing in Service Context: The Marketing and Organisational Behaviour Interface. Journal of Business Research, 20, 1, p. 3-11, 1990b.

Page 105: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

101

GRÖNROOS, C.. Service Management and Marketing, Lexington, Massachusetts, USA: Lexington Books, 1990a.

GUIMARÃES, Ana Archangelo et alli. O coordenador pedagógico e a educação continuada. 3ª Edição, São Paulo: Loyola, 2000.

HJORTH-ANDERSEN, C.. The Concept of Quality and the Efficiency of Markets for Consumer Products. Journal of Consumer Research, 11, September, p. 708-718, 1984.

HOFFMAN, K. Douglas, BATESON, John E. G. Princípios de Marketing de Serviços: Conceitos, Estratégias e Casos. 2ª Edição, São Paulo: Thomson, 2006. HOLBROOK, Morris B.; HIRSCHMAN, Elizabeth C. The Experiential Aspects of Consumption: Consumer Fantasies, Feelings and Fun. Journal of Consumer Research, v. 9, p. 132-140, 1982. HOLT, Douglas B. How Consumers Consume: A Typology of Consumption Parctices. Journal of Consumer Research, v. 22, p. 1-16, 1995. IKEDA, Ana A.; CAMPOMAR, Marcos C.; VELUDO-DE-OLIVEIRA, Tânia M.. Educação coninuada para executivos: considerações sobre as expectativas e os atributos importantes para o aluno em um MBA. Revista de Economia e Administração, 2 (jul.set.), p. 11-25, 2005. IKEDA, Ana A.; VELUDO-DE-OLIVEIRA, Tânia M. e MIYAZAKI, Marcelo. “A disciplina de marketing na perspectiva discente: um estudo comparativo com estudantes de graduação e pós-graduação”. In: CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE ESTRATÉGIA, 17, 2004, Anais... Itapema, 2004. JOHNSON, M. D.; ANDERSON, E. W.; FORNELL, C. Rational and adaptive performance expectations in a customer satisfation framework. Journal of Consumer Research, v. 21, p. 695-707, Mar. 1995.

JURAN, J. M.. Juran on Planning for Quality, New York, USA: The Free Press, 1988.

KARSAKLIAN, Eliane. Comportamento do Consumidor. São Paulo: Atlas, 2000. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 7ª edição. Rio de Janeiro: Prentice Hall, 2000. KOTLER, P.; KELLER, Kevin L.. Administração de Marketing. 12ª edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. KRUGMANN, H. E., Low envolvement theory in the light of new brain research. Em: ROBERTSON, et all. Consumer Behavior. USA: Scott Foresmann and Company, 1984. LEITE, Ramon S., LOPES, Humberto E. G., LEITE, Diego S. A Qualidade Percebida no Ensino Spueprior: Um Estudo em uma Instituição do Centro-Oeste de Minas Gerais. In: ENANPAD, 16, 2006. Anais... LEVITT, T. A Imginação de Marketing. São Paulo: Atlas, 1985.

Page 106: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

102

LOVELOCK, Christopher, WRIGHT, Lauren. Serviços – Marketing e Gestão. São Paulo: Saraiva, 2003. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing Uma Orientação Aplicada. Tradução Nivaldo Montingelli Jr. e Alfredo Alves Farias. 3ª. edição, São Paulo: Editora Bookman, 2001. MARIOTTI, Humberto. Organizações de Aprendizagem: educação continuada e a empresa do futuro. São Paulo: Atlas, 1995. MASLOW, A. (1999). Toward a psychology of being. 3a edição. Nova York: John Wiley & Sons. McCRAKEN, G. D.. The Long Interview. London, Sage, 1988.

MEFFORD, R.. Improving Service Quality: Learning from Manufacturing. International Journal of Production Economics, 30, 31, p. 399-413, 1993.

MITRA, K., REIS, M. C. & CAPELLA, L. M. An examination of perceived risk, information search and bechavioral intentions in search, experience and credence services. The Journal of Service Marketing, v. 13, 3, p. 208-228, 1999.

MURRAY, K. B. A test of services Marketing Theory: consumer information acquisition activies. Journal of Marketing, v. 55, p. 10-25, 1991.

OLIVEIRA, Tânia M. V. de. Valor em serviços educacionais: um estudo sobre o marketing educacional no contexto da teoria das cadeias meios-fim. Dissertação (Mestrado em Administração) apresentada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. São Paulo: USP, 2003. PANORAMA setorial. Gazeta Mercantil, São Paulo. Cursos & Carreiras III, Administração, p. 4, 2001.

PARASURAMAN, A., ZEITHAML, V. A., BERRY, L. L.. Reassessment of Expectations as a Comparison Standard in Measuring Service Quality: Implications for Further Research. Journal of Marketing, 58, January, p. 111-124, 1994.

PIRES, V. C. & MARCHETTI, R. Z. Fatores influenciadores na escolha da fonte de informação na compra de automóveis novos: a importância da comunicação boca a boca. ENANPAD, 2000.

REICHELD, F., EARL SASSER Jr., W.. Zero Defections: Quality Comes to Serviços. Harvard Business Review, Set-Out, p.105-111, 1990.

REIS, Al & TROUT, Jack. Posicionamento: a batalha por sua mente. São Paulo: Pearson, 2002.

Page 107: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

103

RICHERS, Raimer. O enigmático mais indispensável consumidor: teoria e prática. Revista da Administração, jul./set. de 1984.

ROGERS, Ala. Teaching adults. 2ª edição. Buckingham: Open University Press, 1996. ROKEACH, M., REGAN, John F. The Role of Values in the Counseling Situation. Personnel and Guidance Journal, v58 n9 p576-82 May 1980. ROSSI, C. A. V.; SLONGO, L. A.Pesquisa de Satisfação de Clientes: o Estado-da-Arte e Proposição de um Método Brasileiro. RAC, v.2, n.1, Jan/Abr. 1998: 101-125. SCHIFFMAN, Leon G., KANUK, Leslie Lazar. Comportamento do Consumidor. 6a Edição, Rio de Janeiro: LTC, 2000. SHETH, Jagdish N.; MITTAL, Banwari., NEWMAN, Bruce I. Comportamento do Consumidor – Indo além do Comportamento do Consumidor. São Paulo: Atlas, 2001. SOLOMON, Michael R. Comportamento do Consumidor: Comprando, Possuindo e Sendo. 5ª Edição, Porto Alegre: Bookman, 2002. STEWART, Thomas A. Capital Intelectual: a nova vantagem competitive das empresas. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

TEAS, R. K. Expectations as a Comparison Standard in Measuring Service Quality: An Assessment of a Reassessment. Journal of Marketing , 58, January, p. 132-139, 1994.

THOMPSON, Craig J. (1997) Interpreting Consumers: A Hermeneutical Framework for Deriving Marketing Insights from the Texts of Consumers’ Consumption Stories. Journal of Marketing Research, Vol.34, Issue 4, p. 438-455.

TROYE, S. V., OGAARD, T., HENJESAND, I. J.. The Triple Importance of Service: an Alternative Model of Service and Product Quality. . In EMAC , p. 1135-1154, 1994.

TYLOR, E. Primitive culture. In: DUBOIS, B. Comprendre le consommateurs. Paris: Dalloz, 1994.

VELLOSO, Jacques; A pós-graduação no Brasil: formação e trabalho de mestres e doutores no país. Caderno de Pesquisa Brasília: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, 2003, v.2, 290p.

VELUDO-DE-OLIVEIRA, T.; IKEDA, A. O conceito de valor para o cliente: definições e implicações gerenciais em marketing. Gestão Org, Recife, v. 3, n. 1, jan/abr. 2005. Disponível em: www.gestãoorg.dca.ufpe.br , acesso em: 13 mar. 2006.

ZEITHAML, V. A., PARASURAMAN, A., BERRY, L. L.. Delivering Quality Service. New York, The Free Press, 1990. ZEITHAML, Valarie A. Consumer Perceptions of Price, Quality, and value: A Means-End Model and Synthesis of Evidence. Journal of Marketing , v. 52, issue 3, July, p. 2-22, 1988.

Page 108: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

104

ZEITHAML, Valarie A., BITNER, Mary Jo. Marketing de Serviços: a Empresa com Foco no Cliente. 2 ed., Porto Alegre: Bookman, 2003.

Page 109: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

105

APÊNDICE A – ROTEIRO DE PESQUISA

Pergunta gerativa narrativa:

O objetivo do meu estudo é entender a decisão de fazer uma pós-graduação. Então, eu

gostaria que você me dissesse como foi que você pensou em cursar uma pós. Em primeiro

lugar, eu gostaria que você tentasse se lembrar da primeira vez em que você pensou que seria

interessante entrar num curso de pós-graduação. O que você pensou, o que levou em

consideração etc. Você consegue?

Perguntas a serem feitas ao longo da entrevista:

• No seu ponto de vista, hoje em dia, o que leva as pessoas a fazerem um curso de pós-

graduação?

• Já fez algum outro curso antes?

• Ao pensar em fazer o cursou você compartilhou com alguém? Conversou com outras

pessoas? Pessoas que já fizeram o curso? E no trabalho, como foi? Foi assim também

na sua família?

• Como você buscou informações sobre os diferentes tipos de cursos? Você ficou em

dúvida entre mais de um curso? Que elementos levou em consideração para decidir?

• E sobre as escolas? Quantas você considerou? Algum amigo ou parente teve algum

tipo de participação em sua escolha? Qual?

• Você se lembra de ter visto propagandas, jornais falando sobre cursos de pós? Se sim,

poderia me dizer quais? Que elementos chamaram mais sua atenção? Você ainda

Page 110: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

106

busca algum tipo de informação sobre cursos de pós? Se sim, o que você procura

como informação?

• Houve algum momento que fez com que você pensasse em desistir ou até mesmo

adiar a realização do curso?

• Depois de todas estas pesquisas o que você fez, o que fez você decidir pelo curso

escolhido? O que pesou mais na sua escolha?

• Você procurou saber como eram as aulas? Pesquisou o corpo docente? Conheceu as

instalações?

• Você já fez a sua matrícula, certo? E agora, o que você espera do curso?

• O que você acha que seria o mais importante para garantir que o curso escolhido

realmente atenda suas expectativas?

• Como você avaliaria o impacto do curso em sua vida profissional? Como espera que

seja a sua vida daqui a 5 anos como resultado do curso? E em sua vida pessoal?

• Há alguma outra coisa que você gostaria de acrescentar e que, por ventura, nós não

tenhamos abordado?

Page 111: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

107

APÊNDICE B – TABELA DE CONTEÚDOS 1º estágio - Reconhecimento do Problema

o - Discrepância entre a situação atual e a desejada

• Buscando experiência não só profissional como pessoal; • Melhorando o reconhecimento dentro de sua empresa; • Sentindo a necessidade de preencher a lacuna deixada pela graduação; • Entendendo a situação atual na qual vive, tem dificuldade com números e tendo a

certeza que este quadro inverterá estudando numa escola de ponta; • Por ter acabado de se separar, achando melhor para conseguir um reposionamento no

mercado fazer uma pós-graduação; • Desejando mudar radicalmente de pesquisadora para gestora, fez um concurso

público, passou, e depois necessitou de ferramentas para gerir o seu novo cargo; • Estando de licença maternidade, pensou em como a sua vida profissional estava sem

foco e que a sua empresa não se preocupava com isso; • Estando desempregada, tinha acabado de se formar e não teve muitas escolhas – era

fazer o curso ou fazer o curso.

o - Reconhecimento da oportunidade ou problema

• Com a carreira bem focada, buscando amadurecimento profissional; • O curso trazendo coisas novas, experiências de vida e convívio com outras pessoas,

que têm experiências infinitamente superiores; • Sabendo onde queria chegar na empresa; • Enxergando a oportunidade de abrir novos horizontes, até então nunca pensados; • Sentindo que ia ser despedida, antecipando sua matrícula no curso; • Separada, necessitando se estruturar também profissionalmente.

Tipos de Necessidades - Motivação

o - Necessidade de Auto-realização (desenvolvimento e realização pessoal)

• Vontade de estudar na IES desde época que passou para o vestibular; • Necessidade motivacional de crescer, reconhecendo que estava faltando algo em sua

formação; • Necessidade de se se atualizar, estudar, necessidade de trazer mais conhecimento para

sua vida, e é claro ter conhecimentos que ainda não tinha acesso;

Page 112: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

108

• Reconhecimento profisional.

o - Necessidade de estima (auto-estima, reconhecimento, status)

• Fazendo um intercâmbio no exterior para ajudar no entendimento das literaturas em inglês;

• Meta pessoal; • Tendo feito um intercâmbio na Inglaterra que tem certeza que o ajudou no processo

seletivo do MBA (experiencias a agregar), e também pôde juntar dinheiro para fazer o curso;

• Além de um bom networking pessoal e profissional, o curso traria um reforço para a auto-estima.

o - Necessidade de social (sensação de pertencer)

• Acreditando que as pessoas hoje em dia fazem MBA também no embalo, achando que será um diferencial no currículo e no salário. Também por modismo;

• Acreditando também que hoje em dia as pessoas buscam um curso de pós-graduação por vários motivos: para manter a empregabilidade, para se manter atualizado, ou apenas por fazer (crença);

• Ficando parado o mercado te engole, passa por cima de você; • Nos dias de hoje, as pessoas imendam graduação com especialização.

o - Necessidade motivacional de melhorar ou crescer como pessoa

• Trabalhando próximo da diretoria teve a necessidade de se aprimorar; • Formado, sempre pensou em fazer uma pós-graduação, pois sempre quis crescer

profissionalmente; • Necessidade de crescer como pessoa, como profissional; como mora em um local

pequeno teve que sair de sua cidade para estudar numa IES melhor; • Reconhecimento profissional, pessoal, aumentar a auto-estima.

o - Influência de natureza pessoal ou profissional (ambiente)

• Tendo colocado a necessidade de fazer uma pós-graduação na sua avaliação desempenho;

• O curso impulsionará a vida profissional;

o - Busca apenas do diploma e pela pressão da empresa

• Havendo duas situações importantes para ele fazer o curso, uma pelo peso do diploma (peso na qualificação) e outra, pela questão profissional, sua empresa tem um programa que incentiva fazer cursos;

• O diploma sendo o que mais importa no curso; • O nome da IES sendo um fator de relevância para ele.

Page 113: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

109

o - Uma promoção a partir da realização do curso

• Acreditando também que o cargo que ocupa necessitava deste curso, apesar de achar que verá coisas repetidas do dia-a-dia do curso, porém agora terá um diploma de peso. Mas insiste que é o momento em sua vida pessoal e profissional;

• Pós-graduação numa IES “top de linha”, buscando uma promoção; • Fazendo o curso para conseguir uma posição melhor na empresa.

o - Motivação

• Destacando que, hoje em dia, a busca por esta necessidade vem de diversas direções. E acrescentando que o próprio mercado dita este direcionamento. A possibilidade de uma ascensão profissional, pela valorização no currículo, reconhecimento do nome da IES, os conhecimentos inerentes ao curso; assim trazendo oportunidade para mudar de carreira;

• Diploma emitido pela IES será o passaporte para a sua promoção.

o - Necessidade de segurança (segurança, protenção)

• Maior projeção social, uma vida melhor cercada de mais segurança; • Tendo um salário melhor para ter mais segurança.

o - Influências ambientais - família

• Formado, não fez nenhum outro curso por conta da dedicação a família; • Não podendo perder mais tempo, já havia deixado muito coisa de lado por conta da

família; • Estando fora do mercado de trabalho por conta dos filhos; • Ao engravidar tendo que parar de trabalhar; • Já que a sua empresa não a ajuda, o marido está sendo o seu patrocinador; • Seus pais achando melhor ele comprar um apartamento ao invés de fazer o curso.

o - Influências Ambientais – classe social

• No seu contexto social, este tipo de curso é normal; porém com este diploma; é para se dar um salto considerável na empresa;

• Exercendo em sua empresa funções acima de seu cargo, acredita que a IES ajudará com que ela se posicione melhor;

• Estudando numa escola de renome para ela era um sonho; • Status em estudar numa escolha como a IES.

2º estágio - Busca de Informação

Page 114: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

110

o - Conceitos construídos a partir da memória

• Conceitos construídos no passado a respeito de uma IES que ficara em Minas Gerais; • Não tendo passado para as IES que havia pesquisado, tentaria novamente em outro

momento; • Tendo certeza da dualidade do processo: não basta estudar numa escola de ponta, tem

que se esforçar para tal; • Necessitando de um curso que desse num norte para um novo posicionamento.

o - Curso imediatista com respostas rápidas (mais focado)

• Tendo feito um outro curso na concorrência que o decepcionou, precisava de um curso

para atender às expectativas que o outro não atendera.

o - Investigando o ambiente

• A IES era avaliada como top em seu local de trabalho, assim não tendo dúvidas na escolha;

• Tendo a impressão que no grupo ao qual pertence, as pessoas não dispoem de tempo, então, resolvem rápido;

• No seu ambiente de trabalho, as pessoas fazem o MBA em Finanças.

o - Variedade de fonte de informação • Passando a observar melhor o posionamento da IES na mídia; • Fazendo parte deste contexto; • Estudado os concorrentes pela internet apenas; • Na Inglaterra, havia pesquisado os concorrentes; • Buscando informações sobre o curso, no site, folder, jornais, na própria internet,

buscando depoimento das pessoas; • Estudando as opções de ofertas; • Pesquisando mais duas escolas, porém uma era integral; e a outra, o conteúdo

programático não lhe agradou.

o - Busca externa (contacta outras pessoas) • Compartilhando a busca por um curso de pós-graduação com outras pessoas, assim

como também com sua família; • Como não conhecia bem o Rio de Janeiro, sendo indicado por seu gerente a estudar na

IES; • Conversando com pessoas de seu trabalho e todas recomendaram a IES; • Tendo conhecimento de algumas pessoas da IES, como profesores, sua escolha foi

mais fácil; • Compartilhando com a esposa que já havia feito um curso na IES; • Sendo indicada pelo chefe, sentiu-se segura em fazer o curso na IES; • Por seu chefe ser um profissional no qual se espelha, a sua indicação para fazer o

curso na IES foi crucial; • No contato com pessoas que fizeram ou fazem o curso, o feedback foi super positivo; • Contato com pessoas que já estudaram na escola (feedback´s reais);

Page 115: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

111

• Compartilhando esta informação com o seu chefe; • Compartilhando a vontade de fazer o curso com sua irmã com o seu tio; • Buscando informações junto aos amigos e conhecidos; • A indicação do chefe sendo o bastante; • Consultando um amigo (muito estudioso) e lhe perguntou sobre a IES – obteve um

bom feedback; • Conversando com um, com outro e vendo que a qualidade da IES se destacava; • Precisando ouvir as pessoas mais experiências para tomar a decisão.

o - Risco

• Não vendo risco na escolha, nem tampouco vontade de desistir; • Não vendo risco em fazer o curso, nem tampouco sentiu necessidade de desistir,

apenas ficou apreensivo com o que viria pela frente; • Só não faria caso não tivesse dinheiro; • Mesmo tendo estudado a vida inteira, sendo uma pessoa autodidata (como se define),

achou melhor encarar o desafio de fazer um curso totalmente diferente de tudo que ela já estudou.

o - Busca interna da memória (estocagem na memória)

• Sempre teve interesse em uma IES do governo, porém como ficara reprovada veio

para esta IES; • Conhecendo a IES, sempre teve vontade de estudar lá; • Nunca havia ouvido falar da IES; • Desde que fez vestibular, tinha o sonho de estudar na IES; • Sempre estuda nas melhores escolas e não foi diferente com a pós-graduação.

o - Serviço

• Fazendo pesquisas entre três IES; • Obtendo uma enxurrada de informação de curso, e identifica esta diferenciação como

forma de reter o nome da escola; • O produto se diferenciou dos outros por sua “qualidade”; • Buscando de informações a cerca do serviço, o oferecido pela IES foi o melhor.

o - Marca

• Reconhecendo a diferenciação do nome da escola no mercado, o peso da marca; • Pesando do nome da IES no currículo; • A família reconheceu valor no investimento do curso, pois conhecia a marcar da IES.

o - Qualificação do corpo docente

• Buscando informações sobre o corpo docente; • Pesquisando o corpo docente e discente; • Verificando a formação dos professores.

Page 116: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

112

o - Conteúdo Programático

• Solicitando ao callcenter ementas de todas as disciplinas; • Buscando saber as formas de avaliação e a metodologia aplicada; • Buscando saber conteúdo programático com ementas (precisa saber em que estava

aplicando o dinheiro); • Ficando entusiasmada com a metodologia de casos.

o - Fontes Experimentais: manuseio, exame, uso do produto.

• Procurando saber como era a dinâmica das aulas, refletiu se estava preparado para esta

cobrança; • Precisando estar alerta aos sinais, não é mais possível esperar; • Acompanhado a pesquisa da Revista Você SA; • Sempre obtendo as melhores referências; • Conhecendo as dependências da IES.

3º estágio - Avaliação as alternativas pré-compra

o - Comodidade

• Não tendo pesquisado o corpo docente e nem infra-estrutura, porém o fato de ser perto de seu trabalho pesou na escolha pela IES;

• Flexibilidade nas eletivas, programa adequado ao mercado;

o -Proximidade

• Próximo ao trabalho; • Proximidade com combinação de horários foi essencial para a escolha.

o - Horário

• Sendo o horário aos sábados um diferencial de escolha; • Trabalho muito puxado, 2ªs e 4ªs feiras à noite sendo a escolha; • As escolas pesquisadas o regime era integral; • Horário aos sábados foi essencial para quem mora em outra cidade.

o - Atributos de Determinantes

• Convênio internacional; • Pesquisa boca-a-boca positiva; • Estrutura das disciplinas do curso;

Page 117: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

113

• Conteúdo programático direcionado para o mercado, professores de mercado; • Sem tempo a perder acredita que a metodologia de estudo também seja focada; • O nome da IES no currículo; • Qualidade do corpo docente; • Instalações e ferramentas; • Networking muito favorável; • A ajuda da irmã foi crucial na escolha; • O peso do nome da marca foi importante; • O preço foi fundamental – vendeu o carro para fazer o curso; • Preço – queria ter certeza que a IES era confiável para aplicar toda a sua economia; • Foi a ajuda financeira do pai, ele patrocinou o curso. O tio estudou na IES e o pai

confiou plenamente o seu investimento; • Preço confiabilidade, horário, reconhecimento da marca, pesquisa boca-a-boca

positiva, proximidade – por morar na Tijuca tem metrô direto; • Estudar sempre nas melhores escolas, batalhou por isto; • Peso do nome da IES no cv, conteúdo programático e os melhores professores no

mercado. o - Atributos Salientes

• O antes e o depois das pessoas que estudaram IES; • Preço – não foi um fator que sobressaiu; • A IES possui respeito e confiabilidade no mercado; • Preço – fator decisivo; • Reconhecimento da marca – fator decisivo; • Reputação da escola – conta que em uma reunião em São Paulo disse que estava

fazendo a IES e todos elogiaram; • Área de carreiras oferecida pela IES; • Retornar a sala de aula, conhecer pessoas novas, fazer um networking.

o - Avaliações novas ou pré-existentes em sua memória

• Experiência do passado – um professor do corpo docente da IES foi seu professor da graduação em uma Universidade pública;

• Um parente de sua família vez o 1ª MBA em Finanças e até hoje fala da qualidade; • Sempre no contato com outras pessoas, avaliou a IES como excelente e isso se

confirmou quando foi para a Inglaterra e de lá foi pesquisando cursos.

o - Copilado os atributos pesquisados das outras IES

• Buscou informações com outras pessoas. O Feedback de pessoas amigas, também foi um atributo de levado em consideração;

• Satisficing – cliente como decisor - aceita uma alternativa que ele julga satisfatória; • Comparou também com o regime de aulas, pois devido ao seu dia-a-dia de executivo

não dispõe de um dia inteiro para freqüentar as aulas;

Page 118: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

114

• A proposta de metodologia de estudo também foi um diferencial. Explorar o estudo em profundidade, trazer temas do dia-a-dia tendo tudo a ver com o seu cargo;

• Professores focados para ele também é um diferencial; • Como já estudou em outras IES faz comparações e vê que a IES é melhor.

o - Critérios que o próprio consumidor escolhe utilizar

• Acreditando que o corpo docente e que as aulas fossem bem exigentes, com alta

qualidade e com propostas extraclasses interessantes; • Investimento de tempo e de dinheiro que levaria para resto da vida; • Decisões pré-estabelecidas em função do trabalho e da vida pessoal; • Estudando numa IES em que possa também ter qualidade de vida; • Fazendo o MBA e depois no Mestrado na IES; • Estando do lado de pessoas que estudaram em escolas de alto nível, que são altamente

gabaritadas, também será um fator relevante para a aluna; • Os professores são pessoas altamente qualificadas, espero que estejam antenados com

o dia-a-dia; • O aprendizado é continuo, temos que ter a sensibilidade de nós tornarmos

multiplicadores do conhecimento. “Hoje ensino o que sei para dar espaço para novos conhecimentos no futuro.”;

• Precisando retomar a minha vida, pois fiquei muito tempo parada; • Organizando todo o seu tempo para não perder nem conhecimento. “Tenho que

absorver tudo, está a minha chance.”; • Tudo vindo ao encontro: o talento das pessoas, os professores de mercado, as

instalações, e o nome da IES; • Mesmo tendo doutorado, acreditando que o MBA terá maior peso por conta da área na

qual se encontra; • Melhores chances de concorrer neste mercado tão acirrado; • Teve rápida recolocação no mercado.

4º estágio - Compra (decisão de compra, compra efetiva)

o - Nível de confiança: após pesquisar, escolher e comprar

• Curso satisfatório com relação às experiências com pessoas, principalmente com os

seus funcionários; • Curso vindo ao encontro de necessidades reais e imediatas; • A credibilidade na IES aumenta o nível de confiança na escolha; • O curso será um divisor de águas em sua vida; • O curso será muito prazeroso e rico em conhecimento; • IES sólida, reconhecida no mercado; • Da confiança na IES, projeta o seu futuro; • Curso agregará muito a vida profissional; • Acreditando que este acompanhamento do programas de Carreiras seja fundamental; • Metodologia interativa, casos de Havard (material e preparo dos professores); • Agora já matriculado, acredito que as propostas em sala de aula e o networking

engrandecerão a minha vida; • Confiando muito na proposta do curso – troca de experiências;

Page 119: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

115

• O programa de Carreiras voltado para o mercado muito mais rápido; • Confio que o peso do nome da IES em meu currículo, me recolocará no mercado com

maior facilidade; • O curso abrindo uma perspectiva, saindo da vida acadêmica para gerencial; • O curso tendo uma ótima performance acadêmica; • Sem dúvida foi de muita valia; • Programa de qualidade e professores reconhecidos por seu conhecimento e capacidade

em transmiti-los; • Professores com o domínio amplo sobre sua disciplina, é atualizado e que não utilize

seus materiais de apoio apenas como tal. Capazes de transmitir esse conhecimento, consegue trazer os alunos ao pensamento crítico das matérias;

• Excelente curso com programa moderno e sempre atualizado com uma opção interessante de disciplinas eletivas onde eu, como aluno, pude focar em temas de meu interesse;

• Procurando comprovar que a base eram estudos de casos que tornavam as aulas mais dinâmicas e favoreciam as trocas de experiências entre os alunos;

• Procurando informações sobre o corpo docente – era importante saber quem eram, quais suas experiências, não só como professores, mas também como profissionais de mercado.

o - Nível de incerteza quanto aos atributos escolhidos

• Tendo esperado tanto para fazer um MBA; • Temendo que não seja o momento; • Se questionando se o programa de Carreiras funciona; • Pagando o curso do próprio bolso, teme que não seja plenamente satisfatório; • Absorverá todo o conhecimento quer seja dentro ou fora de sala; • Preocupada em deixar as filhas para estudar; • Preocupação em ser o momento certo; • A incerteza que tem é se vai se sair bem nas disciplinas que nunca viu: negociação,

estratégia; como sempre foi uma pessoa da área de matemática se preocupa; • Este curso tem que valer a pena, estou deixando o meu bebê de nove meses para

estudar aos sábados.

o - O Montante de dinheiro envolvido

• Investimento que refletirá por um bom tempo na vida; • O montante de dinheiro depositado também é fruto de um esforço para realizar este

sonho; • Ainda esperei um ano para decidir pela escola, realmente é muito dinheiro em jogo

(não podia vacilar); • É um valor considerável, o pai está investindo nela e ela terá que fazer jus.

o - Planos para o futuro a partir da escolha pelo curso

• Terminando o curso, tem muitos projetos de futuro, adquirindo grande aprendizado; • Estando apto para encarar metas e desafios estabelecidos por minha empresa, e

reparado para novas oportunidades; • Acreditando em bons frutos para vida pessoal e profissional, melhores condições de

vida, um apartamento melhor, um carro melhor, viajar com a família;

Page 120: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

116

• Minha família abdicará de minha presença por dois anos, porém, depois poderemos desfrutar de momentos melhores em melhores condições (viagem ao exterior);

• Tenho uma carga horária puxada, acredito que conseguirei um emprego melhor, assim, mudando de emprego;

• O networking será fundamental para o futuro; • Após o término do curso, quero ser promovida; • O curso me proporcionando ótima visão do mercado.

o - Ao fechar a compra do curso

• Pensando que o seu intercâmbio fará a diferença na leitura de outras literaturas; • Idealizando o seu programa de estudos, necessitando ganhar tempo para sobressair na

sala de aula e assim arrumar um emprego junto aos colegas; • Este curso trará um relacionamento com outras pessoas que não conseguiria sozinho; • Acreditando que além de voltar para o mercado também conhecerá alguém – “quem

sabe retomar a vida pessoal?”; • Pré-estabelecendo uma rotina de estudos, trabalhos e vida pessoal – “não posso privar

minhas filhas, quem está fazendo o curso sou eu”; • O curso incrementará a sua carreira, deixando um pouco a área técnica e

acrescentando conhecimento da área de gestão de negócios; • Pesando no up-grade de seu currículo; • Pensando numa vida melhor, melhor emprego, melhor salário; • Ter maior conhecimento de finanças, pois sua formação em jornalismo não lhe

proporcionou; • Buscando programa e professores antenados com o mercado; • Comparando os professores a malabaristas, pois eles precisavam passar a disciplina,

estarem atentos ao mercado, dar exemplos atuais, prender a turma; • Curso focado no que o mercado está demandando (atualizado). • Método de aprendizagem era um modelo pautado em estudos de casos foi muito

interessante, assim, tornando as aulas mais dinâmicas; • Também o corpo docente, professores que de dia estão no mercado e à noite levam

estas experiências para a sala de aula; • Fatores como localização, infraestutura, segurança, foram secundários.

5º estágio - Avalia pós-consumo

o - Experiência de Satisfação

• Sendo demitida, minha recolocação foi rápido por conta do MBA; • Voltando para fazer a complementação em Finanças; • Também realço as disciplinas de Gestão financeira e Custos (Excelentes!); • Valeu muito a pena fazer o curso; • Gestão Financeira e Inovação foram altamente aplicadas; • A troca de experiências e o networking foram essenciais; • A vivência dos alunos na aplicabilidade das disciplinas foi maravilhoso; • Estava desempregada e consegui me recolocar no mercado, e logo fui promovida; • Os conhecimentos adquiridos e aplicados;

Page 121: CONSIDERAÇÕES PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec... · Processo de Decisão de Compra de um Curso de Pós-graduação

117

• Quanto ao aprendizado - a troca de experiências e os estudos de caso foram úteis para mim, pude ter um conhecimento mais aprofundado das coisas do ponto de vista das experiências dos alunos de minha turma.

o - Experiência de Insatisfação

• Turma imatura, maior rigor no processo seletivo; • A complementação está demorando a terminar, pois tem pouca disciplina sendo

oferecida; • O curso de Gestão deveria ser mais rigoroso como o de Finanças; • O programa de disciplinas do curso de Gestão tem disciplinas dispensáveis (como TI); • O programa necessita de alguns ajustes. Trabalhar melhor a sobreposição das

disciplinas; • Houve erros, porém foram contornados. • A disciplina de TI não teve aplicabilidade.

o - O consumidor comunica a sua experiência aos outros

• Eu recomendo o curso; • Eu me recoloquei no mercado, logo no início do curso.

o - O consumidor avalia quão importante foi o processo para adquirir o curso

• Nesses quatro anos de curso, fui promovido três vezes; sendo promovido logo assim

que eu terminei o curso; • Tenho exercido todo o conhecimento que adquiri no curso.

o - O consumidor – avalia, compara quão favorável foi a sua escolha

• Participei de um processo seletivo e fui escolhida por conta do curso; • Recomendaria a IES e tenho planos para 2009; • Fará o mestrado em 2010.