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Maria Helena Daniel: em sintonia com a ADEVA Parceiros p. 3 Daniel Hirata, engenheiro e mestre pela USP Profissão: p. 7 CONVIVA: 60 edições de histórias e conquistas Editorial p. 2 Nº 60 - jul./ago./set. de 2012 - ANO XV Associação de Deficientes Visuais e Amigos

CONVIVA: 60 edições de histórias e conquistas · Clarice Lispector (1920-1977) Arraial da ADEVA para espantar o frio No dia 14 de julho, ... e brindes, rifa, música e, como não

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Maria Helena Daniel: em sintonia com a ADEVA

Parceiros p. 3

Daniel Hirata, engenheiro e mestre pela USP

Profissão: p. 7

CONVIVA: 60 edições de histórias

e conquistas Editorial p. 2

Nº 60 - jul./ago./set. de 2012 - ANO XV Associação de Deficientes Visuais e Amigos

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Após 15 anos, o CONVIVA continua fiel à filosofia que idealizou sua criação. Por meio da seção Nossos Talentos, contamos a história da entidade na visão daqueles que fazem e fizeram parte da ADEVA. Em Profissão:, reafirmamos nossa fé na capacidade do deficiente visual em desenvolver e fazer carreira em diferentes setores da vida socioeconômica do País. Já as principais inovações tecnológicas, que melhoram a qualidade de vida dos deficientes visuais, e os assuntos relativos ao meio ambiente estão contemplados nas seções Convivaware e Ecoconvivência, respectivamente.

Não poderíamos deixar de falar também de esporte, tão essencial para a educação e a inclusão social. O sucesso nas competições paralímpicas mostra a grande contribuição que as pessoas com deficiência dão para elevar o nome do Brasil no mundo.

Em Parceiros, agradecemos e lembramos aqueles que nos ajudam a cumprirmos nossa missão: inserir o deficiente visual no mercado de trabalho e abrir portas para a cidadania para esse segmento social.

Por fim, mas não menos importante, o CONVIVA reserva um espaço à poesia e a dicas de cultura e lazer, para estimular a convivência que tanto almejamos.

O CONVIVA continua sendo o único jornal impresso em tinta e em braile no Brasil.

O que vislumbramos no horizonte do CONVIVA neste momento é a ampliação da tiragem em braile, a criação de uma edição em tipos ampliados e o nascimento do CONVIVINHA, a fim de atender nossos pequenos amigos.

Convivamos, pois a sede de ternura é insaciável!

Markiano Charan Filho e Sandra Maciel, diretor-presidente e diretora-vice-presidente da ADEVA

Por que CONVIVA?Por que CONVIVA?

Nós da ADEVA acreditamos que

a grande preocupação, aspiração

de todos, nos dias atuais, seja a

melhoria da qualidade de vida.

Qualidade de vida, para nós, é,

principalmente, criar oportunidades

de partilharmos os mesmos ideais,

de estarmos juntos nas diversas

atividades de nossas vidas.

É crescermos e amadurecermos

no companheirismo, podendo assim,

saciar nossa sede de ternura. E a

ternura é o sal de nossas vidas.

Se cada um de nós buscar o melhor

para o companheiro, estará construindo

uma sociedade melhor; e uma

sociedade melhor é aquela

que não exclui, discrimina

nenhum de seus membros.

CONVIVA vem chamar

todos a este convívio,

a este encontro.

Você não vai faltar.

ADEVA - junho de 1997

Jornalista responsável: Rafael Brandimarti (MTb 62.567). Colaboradores: Ivan de Oliveira Freitas, Laercio Sant’Anna, Liane Constantino, Lothar Bazanella, Lúcia Nascimento (MTb 29.273), Mario Luiz Brancia, Markiano Charan Filho, Sandra Maciel, Sidney Tobias de Souza. Editoração: Fernanda Lorenzo. Revisão: Célia Aparecida Ferreira. Fotolitos e impressão: cortesia Garilli Artes Gráficas Ltda. - tel.: 11 2696-3288 - e-mail: [email protected].

Correspondência: ADEVA/CONVIVA - rua São Samuel, 174, Vila Mariana, CEP 04120-030 - São Paulo (SP) - telefones: 11 5084-6693 / 5084-6695 - fax: 11 5084-6298 - e-mail: [email protected] - site: www.adeva.org.br.

Tiragem: 1.000 exemplares. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA.

Opinião | Editorial ...........................p. 2 Adeva | Parceiros .........................p. 3 Talentos...........................p. 4 Em foco ...........................p. 5 Mercado de Trabalho | Profissão: ........................p. 7 Esporte | Um direito de todos ........p. 8 Meio Ambiente | Ecoconvivência ...............p. 9 Tecnologia | Convivaware ...................p. 10 Na rede............................p. 11 Mais! | Para ouvir .......................p. 11 Espaço poético ...............p. 12 Para seu lazer .................p. 12

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Profissional do mundo da moda há mais de 30 anos, a consultora de imagem e estilo Maria Helena Daniel acaba de firmar uma parceria com a ADEVA, visando a gestão da imagem da pessoa com deficiência visual.

Por meio de workshops e atendimento personalizado, Maria Helena pretende levar a filosofia da Sintonia (www.sintoniamhd.com.br), consultoria de imagem e estilo que criou em 2011, à ADEVA e seus associados.

“Vou ajudá-los a se vestir adequa-damente, por exemplo, para uma entrevista de emprego. Se alguém

que enxerga tem dificuldade, imagina o deficiente visual”, diz ela, que atende tanto empresas como pessoas físicas (mais de 550 mulheres de todos os cantos do Brasil), mas sempre com discrição e respeitando a preferência do cliente.

Maria Helena chegou à ADEVA ao pensar na possibilidade de estender seu trabalho para um atendimento beneficente que contemplasse as pessoas com deficiência visual.

Autora do livro “Guia Prático dos Tecidos” (Novo Século, 312 págs.) e consultora de estilo da marca de

roupas femininas Cori, Maria Helena já trabalhou com grandes nomes e grifes da moda, como Alexandre Herchcovitch, Rita Comparato, Armani, Tufi Duek e Gregory, entre outros, e promete ser uma interessante e enriquecedora parceira da ADEVA.

“A importância de se vestir bem não se resume apenas à roupa, a autoestima é muito importante também. Quando você bate o olho [na pessoa], em 15 segundos já traça o perfil dela”, explica.

Como diz aquele velho ditado, a primeira impressão é a que fica.

ADEVA e Sintonia promovem o bem-vestir e a autoestima do deficiente visual

Consultoria de imagem e estilo de Maria Helena Daniel é a mais nova parceira da ADEVA

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ANTES

DEPOISMaria Helena Daniel e

Markiano antes e depois de uma consultoria de

imagem e estilo by Sintonia

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Mais que voluntária, uma amiga da ADEVALiane Constantino, no coração dos leitores do CONVIVA

Por Lúcia Nascimento [email protected]

Jornalista formada pela Cásper Líbero, Liane Inês Constantino Brandimarti dispensa apresentação, principalmente para os leitores do CONVIVA, que, por cerca de dez anos, se acostumaram a ver o seu nome no expediente do jornal.

Neste ano, porém, Liane decidiu iniciar uma nova atividade profissional, como instrutora da Organização Silva Internacional. “O Método Silva Brasil oferece cursos de dinâmica mental baseados na metodologia desenvolvida em 1966 por um norte-americano com o nome mais brasileiro possível: José Silva”, explica Liane. Mudança feita, passou o comando do CONVIVA para o seu filho Rafael, também jornalista. “Esse fato coincidiu com o momento de dar ‘sangue’ novo para o CONVIVA e inseri-lo no mundo digital. Por sua importância para a ADEVA, e por ser muito querido por todos que o fazem e o leem, era preciso encontrar alguém que assumisse a tarefa, mas que entendesse seu papel. Ofereci ao Rafael, que participou da reestru-turação do jornal em 2010 e, a partir de então, colaborou informalmente por meio da leitura final das edições que se seguiram.”

Liane chegou à ADEVA em 1998, por intermédio de um casal de amigos da família, Sandra e Ronaldo Cassares. “Eu estava procurando uma organização para trabalhar como voluntária, e eles conheciam a ADEVA de longa data (como colaboradores e associados). Me contaram que a entidade tinha um jornal. Meu primeiro encontro com a Sandra [Maciel], o Markiano e o Celso Oliveira foi em um restaurante na Consolação, onde eles costumavam ir almoçar. Me apresentei, me ofereci e estou por aqui até hoje”, conta.

“Comecei como jornalista e, quando o então editor do CONVIVA, Cezar Yamanaka, precisou se afastar por motivos profissionais, assumi como editora.” Dali para frente, passou a fazer um pouco de tudo. “Além de

jornalista, trabalhei como secretária, consultora informal, coordenadora da gráfica, redatora, professora e audiodes-critora”, lembra.

Nascida em São Paulo, Liane é filha de Walter Constantino e Gioconda Gobato Constantino e tem dois irmãos: Lineu e Walter. Sua infância, no bairro do Ipiranga, foi acompanhada por familiares, amigos, muitas brincadeiras e cachorros. “Tivemos vários. Morria um, já havia substituto”, recorda. “Brinquei bastante com bonecas, acho que até os sete anos. Depois, só brincadeira de moleque.”

Família e carreiraDivorciada, Liane tem quatro filhos:

Ricardo, os gêmeos Patrícia e Rafael, e Marcella. “Meus filhos são lindos, inteligentes, de bom coração, honestos, justos...”, declara a mãe-coruja.

Professora formada pela EE Caetano de Campos, seu primeiro emprego foi na Escola Nova Lourenço Castanho, no Itaim Bibi, onde deu aulas por oito anos e de onde saiu para ingressar na Prefeitura de São Paulo. Enquanto estudava jornalismo, trabalhou na assessoria de imprensa da Secretaria

Municipal de Esportes (Seme). Redigia releases e acompanhava o secretário nos eventos aos finais de semana, entre outras coisas. “Minha primeira entrevistada foi a Inesita Barroso, convidada para cantar no Passeio a Pé da Cidade de São Paulo”, relembra.

Atualmente, Liane é responsável pela atualização do site da ADEVA e está ministrando seu primeiro curso como instrutora do Método Silva para os funcionários da entidade, a quem não poupa elogios. “Considero o trabalho que a ADEVA desenvolve importantíssimo e 100% coerente com o que seus dirigentes acreditam – o ser humano se realiza como ser social principalmente por meio do trabalho. Mesmo com os escassos recursos financeiros de que dispõe, mas graças a uma diretoria engajada, a uma equipe de colaboradores e parceiros que faz a diferença, e à Sandra Maciel, que ‘respira’ ADEVA 24 horas por dia, 365 dias por ano, a ADEVA se destaca no cenário paulista. Desde sua criação, em 1978, já contribuiu de forma ímpar para o crescimento pessoal de inúmeros deficientes visuais”, finaliza.

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Jogo rápido com Liane Constantino

Signo: Aquário.

Cor: Azul-marinho.

Hobby: Ir ao cinema, a concertos, óperas, viajar, ler, estudar etc. etc. etc.

Um filme: Mother: a busca pela verdade (2009).

Um livro: Crime e Castigo, de Dostoievski.

Um estilo de música: Dependendo do meu estado de espírito, passo

do clássico para o forró, com escala na MPB, ou na ópera.

Uma música: Unforgettable, com Nat King Cole.

Cantora preferida: Elis Regina.

Cantor: Tony Bennett.

Sobre a deficiência: Um desafio em tempo integral.

Religião: Dispensável.

Deus: Faço minhas as palavras de Voltaire (1694-1778): “Se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo

para a felicidade dos homens”.

Amigos: Preciso deles para saber quem eu sou.

Amor: É praticar a compaixão.

Esporte preferido: Corrida.

Time do coração: Não torço nem para a seleção brasileira.

Família: Porta de entrada neste Planeta.

Um sonho: Sair desta “nave” pelo menos um pouco melhor.

O que fazer para viver melhor? Aceitar aquela frase do Pai Nosso:

“Seja feita a Vossa vontade”.

Uma frase: “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca

se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.” Clarice Lispector (1920-1977)

Arraial da ADEVA para espantar o frio

No dia 14 de julho, um sábado, aconteceu a 2ª Festa Julina da ADEVA. Apesar do frio que fazia em São Paulo, muita gente compareceu ao arraial na sede da entidade, que contou com muita comida gostosa, brincadeiras

e brindes, rifa, música e, como não poderia deixar de ser, uma animada quadrilha, puxada pelo Markiano. Confira as fotos!

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Lançado no começo do ano, o novo site da ADEVA (www.adeva.org.br) foi um dos cinco finalistas do 1º Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web, Todos@Web, na categoria Projetos Web - Governo/Instituições.

O destaque ficou por conta do portal da Prefeitura de Rio das Ostras (www.riodasostras.rj.gov.br), que saiu da premiação realizada na noite do dia 14 de junho, no Memorial da América Latina, em São Paulo, com o primeiro lugar nas categorias Projetos Web e Projetos Web - Governo/Instituições.

“Ser finalista desse prêmio é um reconhecimento ao trabalho da ADEVA, que teve a preocupação de pesquisar e implementar os recursos disponíveis de acessibilidade no desenvolvimento do novo website”, diz Markiano Charan Filho, diretor-presidente da entidade. “Não adianta fazer um site visualmente bonito se ele não é acessível.”

O prêmio Todos@Web é uma iniciativa do Escritório W3C Brasil em parceria com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Participaram do concurso 54 projetos.

Jantar de aniversário da ADEVA

Como de costume, a ADEVA realiza a festa do seu 34º aniversário no tradicional Bar Brahma, no cruzamento das avenidas Ipiranga e São João, no centro de São Paulo. Os ingressos para o jantar, no dia 17 de outubro, poderão ser adquiridos antecipadamente na sede da ADEVA. Reserve a data e comemore com a gente!

Censo-Inclusão 2012 é

prorrogadoA Prefeitura de São Paulo

estendeu até o dia 21 de agosto o prazo para as pessoas com deficiência participarem do

Programa Censo-Inclusão de Pessoas com Deficiência e

Mobilidade Reduzida. A prorrogação, no entanto,

vale somente para o envio pela internet. O prazo para enviar o formulário pelos Correios

encerrou-se no dia 21 de maio.

Site da ADEVA é finalista em prêmio de acessibilidade

DoaçõesTotalmente reformulado, o site da ADEVA ganhou um novo sistema

de doações on-line, em que é possível contribuir com a entidade de modo seguro e prático por meio do serviço PagSeguro, do UOL. Sua colaboração em dinheiro ajuda a entidade a oferecer serviços de qualidade e garante às pessoas com deficiência visual melhores condições de vida e sua inclusão social por meio do trabalho.

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Por Lúcia Nascimento [email protected]

Formado em engenharia elétrica pela Escola Politécnica (USP) e com mestrado em tecnologia nuclear pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Daniel Massami Hirata, 49, não se considerava um bom aluno. “Eu não sonhava em ser engenheiro. Na época do cursinho, como tinha facilidade em exatas, acabei escolhendo engenharia elétrica, que dependia menos dos desenhos, dos quais eu tinha pavor”, afirma.

Natural de Iguaraçu, no Paraná, Hirata nasceu com uma doença chamada microftalmia, uma anomalia em que o globo ocular é muito pequeno, e enfrentou problemas de visão desde a época do colégio. “Eu tinha sempre que ficar de pé, em frente à lousa, para copiar as matérias”, recorda. Por causa da doença, os cinco anos de engenharia transformaram-se em oito, mas a maior duração do curso acabou conspirando a favor do esforçado, porém persistente, engenheiro.

Neto de japoneses e filho dos agricultores Suzushi e Mitiko Hirata, Daniel conta que sua infância em Iguaraçu foi tranquila. Na cidade vizinha de Astorga, ele fez o primeiro grau e o ensino médio. Posteriormente, toda a sua família (ele tem cinco irmãos) veio morar em São Paulo.

Tirando as dificuldades na escola, a microftalmia não o incomodava em nada. “Eu distinguia todas as cores e tinha uma autonomia completa, mas sentia dificuldade para enxergar de longe, ver detalhes e rostos. Os oftalmologistas da época diziam que a doença ficaria estável e que não tinham muito o que fazer por mim; e eu não me preocupava, porque nunca piorava.” Assim, ele ficou até os 28 anos, quando contraiu um glaucoma que fez com que, aos poucos, fosse perdendo a visão. “Passei por quatro cirurgias [duas de glaucoma e duas de catarata], além de um transplante de córnea [em dezembro de 2008], que de nada adiantou. Em janeiro de 2009, eu já estava cego”, conta.

A perda da visão, porém, não o fez desistir de concluir o curso de mestrado. “Em julho de 2008, a quatro meses de defender a minha tese, eu já não enxergava quase nada. Às pressas, tive de conseguir um atestado médico e trancar a matrícula. Um ano depois, voltei e, como já estava cego, só concluí porque a minha orientadora era compre-ensiva e me ajudou muito. Aprovado, eu senti um grande alívio, pois esse mestrado custou cinco anos da minha vida”, orgulha-se.

IndependênciaCasado há 15 anos com Elenice e pai

de Luiza e Laura, Hirata diz que as três

foram fundamentais na sua recuperação. Nesse processo, ele também destaca a professora Sandra Taioli, que lhe deu aulas de braile e o encaminhou para o curso de orientação e mobilidade na Associação Promotora de Trabalho e Instrução para Cegos (APTIC). “A Sandra foi a primeira deficiente visual que conheci e abriu as portas para a minha independência”, declara.

Há 20 anos, Hirata passou a integrar o quadro de profissionais da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), uma estatal da Marinha que contrata civis na Cidade Universitária. Lá, ele trabalha em uma área multidisciplinar, a divisão de Análise de Segurança, responsável pelo estudo de risco de projetos de instalações nucleares.

Nas horas vagas, pratica caminhadas, corridas na esteira e a leitura em braile. “Já li vários clássicos da literatura brasileira e portuguesa, e, para mim, a leitura ficou bem mais fácil. Com o braile, posso ler deitado e até no escuro”, brinca. Daniel também faz parte de um grupo de deficientes visuais que está sendo treinado pela somelier Daniela Romano para experimentar vinhos.

Superados os problemas, ele dá uma dica para os deficientes visuais que sonham em vencer profissionalmente: “Sejam persistentes, como eu fui”.

Engenheiro e mestre em tecnologia nuclear

Daniel Massami Hirata venceu a deficência com muita persistência

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Por Ivan de Oliveira Freitas [email protected]

As Paralimpíadas de Londres, que ocorrem entre os dias 29 de agosto e 9 de setembro, prometem ser uma grande festa do esporte. E o Brasil, que visa a sua melhor classificação da história, já definiu as 19 equipes que vão representar as cores verde e amarelo na terra da rainha.

Estaremos presentes no atletismo, no basquete em cadeira de rodas (feminino), bocha, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cinco, futebol de sete, goalball (feminino e masculino), halterofilismo, hipismo, judô, natação, remo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro esportivo, vela e voleibol sentado (masculino e feminino).

Entre as modalidades paralímpicas, o goalball é o único esporte criado especificamente para pessoas com deficiência – no caso, a visual. Foi idealizado em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Reindle, que tinham como objetivo reabilitar veteranos da Segunda Guerra Mundial que perderam a visão. Apresentado como modalidade paralela nos Jogos Paralímpicos de Toronto, em 1976, o goalball foi incorporado ao programa oficial paralímpico quatro anos depois, nos Jogos de Arnhem, na Holanda.

Dentre as 21 modalidades paralímpicas, o goalball é, com certeza, uma das mais empolgantes dos Jogos e, em Londres, o Brasil estará pela primeira vez com força total, com a presença das equipes masculina e feminina.

Por isso, resolvemos conversar com uma das principais jogadoras da seleção feminina, Márcia Bonfim Vieira dos Santos, 32, atleta da APADV

(Associação de Pais, Amigos e Deficientes Visuais) de São Bernardo do Campo. Márcia é bicampeã brasileira de goalball e vice-campeã parapanamericana em Guadalajara com a seleção brasileira (resultado que garantiu a participação do Brasil nas Paralimpíadas de Londres).

CONVIVA: Apesar de já ter sido tema do CONVIVA, fale um pouco sobre o goalball. Como é o jogo e quais são as suas peculiaridades?

Márcia: O goalball é disputado entre duas equipes de seis atletas, todos vendados, sendo três em quadra e três no banco; a bola tem dois guizos, e o arremesso tem de ser rasteiro [parecido com o do boliche], já que a defesa é feita deitada; a quadra tem as mesmas dimensões da de vôlei, e o gol possui 9 metros de largura por 1,30 metro de altura. Cada partida é composta por dois tempos de 12 minutos e todo o jogo é disputado em inglês. Vence quem marcar mais gols.

CV: Vocês têm um patrocínio para treinamento e competição?

Márcia: Na seleção, temos o apoio do projeto Sincov, por meio do Ministério do Esporte e do Comitê Paralímpico Brasileiro.

CV: Como está a preparação da equipe para disputar as Paralimpíadas de Londres?

Márcia: A preparação está forte. Estamos treinando já há algum tempo juntas, o que ajuda bastante no entrosamento

da equipe. Temos a parte física e os treinos técnicos e quando estamos de “folga” continuamos os treina-mentos em nossas respectivas equipes, sempre com o mesmo foco: as Paralimpíadas.

CV: Vocês já sabem quais serão as adversárias do Brasil na primeira fase? Quais são as expectativas? Já enfrentaram elas antes?

Márcia: Temos pela frente China, Inglaterra, Dinamarca e Finlândia. Nossas expectativas são as melhores possíveis. Vamos enfrentar algumas equipes antes dos jogos, em amistosos nos Estados Unidos. Dinarmarca e Finlândia já enfrentamos em outras oportunidades, como no Mundial.

Desejamos à Márcia e à equipe feminina de goalball, assim como a todos os atletas que representarão o Brasil em Londres, sucesso e que voltem com muitas medalhas, pois treinaram arduamente durante os últimos dez meses. E que na próxima edição do CONVIVA possamos falar sobre as conquistas do Brasil em Londres.

Goalball é esperança de medalha em Londres

Pela primeira vez, País estará com força total nos Jogos Paralímpicos

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Por Sidney Tobias de Souza [email protected]

Vinte anos após a Cúpula da Terra, ou Eco-92, realizada no Rio em 1992, reuniram-se novamente na capital fluminense cientistas, ambientalistas, represen-tantes de ONGs, chefes de governo, corporações e sociedade civil, a fim de debater, na Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), o futuro do planeta. Como é possível reduzir a pobreza, promovendo a justiça social e a proteção do meio ambiente, em um planeta com recursos finitos e população crescente? Que ações podem garantir o desenvolvimento sustentável e como implementá-las?

Com a participação de líderes dos 193 países que fazem parte da ONU (Organização das Nações Unidas), as expectativas eram grandes, e os debates iniciais basearam-se nos dez principais pontos entre as milhares de sugestões recebidas na plataforma on-line disponi-bilizada pelo governo brasileiro, anfitrião do evento.

Três recomendações foram votadas para fazerem parte do documento entregue aos governantes presentes. As recomendações mais votadas, que expressam a preocupação da sociedade civil, tratam do direito à educação como ferramenta para o trabalho, renda básica e proteção social, e mudanças de paradigma para a imigração no mundo. Já o setor privado insistiu em contrapartidas econômicas, alegando que a produção verde requer investimentos e que isso encarece seus produtos. Os governos, por sua vez, não chegaram a um acordo quanto a quem deve fazer aporte financeiro ao fundo do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), a fim de ajudar os países pobres para um desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento sustentável é o modelo que prevê a integração entre sociedade, economia e meio ambiente. Ou seja, é a noção de que o crescimento econômico não deve desconsiderar a inclusão social e a proteção ambiental. O problema é que o poder de decisão está nas mãos de quem é focado apenas na economia e vê o consumo como o propulsor do desenvolvimento.

Por exemplo, se todo o mundo passasse a consumir como os estadunidenses, esgotaríamos os recursos naturais. Mas como convencer a China (mais de 1,3 bilhão de habitantes) que ela não pode consumir como os Estados Unidos (350 milhões)? Ou como dizer aos países pobres que eles precisam fazer sacrifícios que os ricos não estão dispostos a fazer?

Mal comparando, é como uma reunião de condomínio. Quem tem crianças quer investir em playground, quem não tem prefere cobrir o estacionamento; e ainda há os que não dão importância nem para uma coisa, nem para outra. Sem consenso, a conferência acabou por produzir um documento de 85 páginas de generalidades; recomendações que podem ou não serem seguidas.

O secretário-geral da Rio+20, Sha Zukan, avaliou que o documento é “o melhor que se poderia conseguir”, ou seja, não se pode esperar muito.

Rio+C40Apesar do documento anódino produzido pela

Rio+20, merece destaque a decisão tomada pelo C40 (Grupo de Grandes Cidades para a Liderança Climática): reduzir as emissões de gás carbônico em 1 bilhão de toneladas por ano até 2030.

Para alcançar essa meta, as cidades devem realizar ações como a recertificação de prédios públicos, a troca da iluminação pública por lâmpadas LED e a substituição do transporte público movido a combustíveis fósseis por energia limpa, como biocombustível e eletricidade gerada por fontes renováveis.

Além disso, o C40 implantará uma rede de cooperação entre metrópoles para lidar com lixo sólido urbano. Afinal, os lixões emitem grandes quantidades de metano, um dos maiores vilões do aquecimento global.

As 56 cidades que compõem o C40, entre elas Curitiba, São Paulo e Rio, concentram mais de 320 milhões de pessoas, e representam 21% do PIB mundial e 14% das emissões de gases que aceleram o efeito estufa.

Rio+20 e o futuro do planetaConferência das Nações Unidas termina sem grandes avanços

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Por Laercio Sant’anna [email protected]

A primeira grande experiência no sentido de trazer o computador do mundo corporativo para os nossos lares foi o sistema operacional CP/M, criado por Gary Kildall, da Digital Research. Mas a ideia só decolou de fato quando Bill Gates o adquiriu, batizando-o de DOS e tornando a Microsoft, em 1980, fornecedora da gigante IBM, que, naquele momento, decidia entrar no então novo mercado de PCs (computadores pessoais).

Nessa mesma época, a Apple, de Steve Jobs, já trabalhava no aprimo-ramento da interação homem/máquina por meio do desenvolvimento de um ambiente gráfico. A Microsoft, influenciada por ideias geradas na Xerox, começou a tomar o mesmo rumo.

Com o sucesso alcançado com o MS-DOS e o fim da parceria com a IBM, nascia o Windows para a Microsoft e o OS2 para a IBM. Apesar de ser um sistema mais robusto que o Windows, o OS2 não decolou. A IBM não tinha se adaptado à era do varejo. Já a Microsoft ganhou o mercado por dispor de aplicativos adequados ao novo ambiente e o resto é história.

Dos anos 90 até o início deste século, a empresa criada por Bill Gates e Paul Allen reinou soberana, dominando o mercado dos sistemas operacionais para desktops e o de ferramentas para escritório, estendeu seus tentáculos sobre todo o setor e fez do navegador Internet Explorer o browser mais usado no mundo, além de conseguir um enorme sucesso no universo dos games.

Em seguida, tirou a Novell da liderança dos sistemas operacionais de rede e avançou sobre os bancos de dados da Oracle, com o seu SQL Server. As coisas só começaram a complicar quando a empresa sofreu as primeiras condenações pela prática de monopólio.

Apesar disso, conseguiu ainda desbancar o ICQ com o seu comunicador pessoal MSN, mas, a essa altura, a Apple já sinalizava o início de um novo ciclo.

O ressurgimento da Apple com seus iPods, iPhones e iPads, o surgimento do Google com seu sistema de busca e novas ferramentas e a chegada das redes sociais, como o Facebook e o Twitter, trouxeram novas perspectivas e incertezas para o setor. Mais uma vez, assistíamos à decadência de uma grande empresa de tecnologia e à disputa acirrada para ocupar o espaço deixado por ela.

Internet móvelO acesso à internet está cada vez

mais na palma das mãos. Segundo a consultoria britânica Canalys, o mercado de smartphones cresceu 63% em 2011, para 488 milhões de unidades, enquanto o de PCs teve expansão de 15%, para 415 milhões de equipamentos. É a primeira vez que, em um balanço anual, as vendas de smartphones superaram as de computadores pessoais.

Não há dúvidas de que a internet móvel de alta velocidade está se tornando uma realidade para cada vez mais brasileiros. Segundo dados da consultoria Teleco em parceria com a Huawei, fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações, no ano passado o número de municípios brasileiros com cobertura de banda larga móvel chegou a 2.702, atingindo 48,6% dos municípios – ou 84% do total da população brasileira. Em 2010, apenas 23% dos municípios tinham o serviço disponível.

O uso de banda larga móvel no Brasil dobrou em 2011. Foram 41,1 milhões de acessos no ano, a maior parte originados de aparelhos com tecnologia 3G, que já representam 20% do total de celulares vendidos no País. A tendência é que a participação dos celulares 3G aumente a cada ano, substituindo a tecnologia GSM.

Para este ano, a consultoria IDC Brasil prevê que a venda de celulares inteligentes no País avance mais de 70%, para 15,4 milhões de unidades. O mercado continuará aquecido por conta dos investimentos nas redes 4G, previstas para entrar em operação no fim deste ano e início de 2013.

O boom da banda larga móvel no Brasil deve continuar. A expectativa é que o número de acessos móveis cresça 78% em 2012, para 73 milhões. Não tenha dúvida, não estamos apenas assistindo, mas participando ativamente neste novo momento da disputa pelo domínio do mercado do mundo da tecnologia. Ou como disse Chris Anderson, da revista “Wired”: “Mais do que uma época de mudanças, estamos vivendo uma mudança de épocas”.

Do MS-DOS às redes sociais na palma da mão

Uma breve cronologia dos avanços vivenciados pelo computador

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Literatura

Ponto de encontro entre pessoas interessadas em audiodescri-

ção e deficiência visual, o blog Outros Olhares traz histórias,

dicas e ideias sobre o universo dos deficientes visuais. Projeto

da jornalista, locutora, audiodescritora e cronista Lúcia Maria.

http://outrosolhares.blog.terra.com.br

Aqui e agora

O Komutá é um aplicativo para dispositivos móveis que permi-

te o compartilhamento de informações em tempo real sobre

as condições de tráfego da malha metroferroviária. Disponível

para São Paulo, Rio e Brasília, entre outras.

http://www.komuta.com.br

Eu, computador

Bastante simples, o site ifconfig.me (em inglês) mostra o

endereço IP externo, a identidade do provedor de internet e

o navegador que está sendo usado. Muito útil para resolver

problemas do computador.

http://ifconfig.me

Sai “Garotinho”, entra “Garotinho”O surgimento” de novos nomes para o radiojornalismo ou

para a locução esportiva é uma preocupação das emissoras? Como são os cursos nas faculdades de jornalismo e o treinamento nas rádios e demais veículos de comunicação? Existe um grupo que trabalha forte para investir em novos talentos?

São muitas as perguntas, mas, ao que parece, essa renovação/descoberta de novos talentos nas rádios parece estar adormecida, ou distante dos ouvidos do público. A não ser que isso esteja sendo muito bem trabalhado nos bastidores, sem pressa.

Enquanto isso, grandes nomes do rádio são contratados (a peso de ouro?) a ocuparem os microfones de emissoras concorrentes, numa eterna dança das cadeiras.

Foi o que aconteceu em 2007 com a Rádio Eldorado, hoje Estadão ESPN (FM 92,9 - AM 700), que levou de uma só vez nomes consagrados da Bandeirantes e da Globo, entre outras, além de profissionais que já ocupavam os quadros da ESPN Brasil.

Agora, é a Bradesco Esportes FM (94,1 MHz), parceria entre o Bradesco e o Grupo Bandeirantes de Comunicação, que investe pesado em nomes que jamais imaginaríamos que fossem deixar seus tradicionais prefixos. Com a proposta de falar de esportes 24 horas por dia, contratou o locutor José Carlos Araújo, conhecido também como “Garotinho”, que há mais de 40 anos era o número 1 dos locutores esportivos da Rádio Globo do Rio. O mesmo ocorreu com o trepidante repórter Gilson Ricardo e o seu companheiro de campo Jorge Eduardo, sem esquecer Gerson, o “Canhotinha de Ouro”, nos comentários.

Ou seja, quatro nomes de peso que a Rádio Globo do Rio perdeu para a novata Bradesco Esportes, que, por enquanto, é uma aposta para a instituição bancária e uma incógnita para o público ouvinte. Vai dar certo? Ou é só até a Copa do Mundo de 2014 no Brasil?

Fazem parte também do quadro de profissionais da Bradesco Esportes FM os jornalistas e locutores Paulo Galvão, Sérgio Patrick e Ricardo Capriotti, entre outros. Já a Rádio Estadão ESPN é uma parceria entre o Grupo Estado e a ESPN Brasil visando os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Resumindo: ao que parece, não há, na prática, pelo menos por enquanto, o surgimento de novos talentos nas atuais emissoras de rádio brasileiras.

Por Mário Luiz BranciaADEVA nas redes sociais:

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SHUT

TERS

TOCK

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Um dedo de trova

Quem sabe, por ironia,pobre cãozinho infeliz,viesses a ser o guiado dono que não te quis...

Direi ao sol, ao se pôr,quando da minha partida:nem sombra foste do amorque iluminou minha vida!

Era tão gordo o Joãoque se dizia em segredo,que, em vez de samba-canção,ele usava samba-enredo!

*Excepcionalmente, as trovas e o poema são da

autoria de Lothar Bazanella.

Longe de tiLonge de ti a vida é bem mais dura...O tempo, duplamente me vitima!Incrivelmente não me adapto ao clima,como, ao deserto árido, a verdura.

Falta-me a inspiração, foge-me a rimase um verso penso fazer, por ventura,igual ao criador que a criatura������������������� ��������������������

Assim, meus dias se sucedem tristes...E nem mais conto as noites em que choro...Então, desconsolado, feito um tolo,

Eu próprio passo a duvidar que existes.Ora, que existes, sei, o que ignoro,se para meu consolo ou desconsolo...

SHUT

TERS

TOCK

Cinema em casaHasta la Vista - Venha Como Você É conta a divertida história de três amigos portadores de necessidades especiais, Josef (quase cego), Lars (paraplégico) e Philip (tetraplégico), que decidem perder a virgindade num bordel na Espanha. Para tanto, precisam convencer seus pais e vencer suas limitações numa “road trip” recheada de situações hilárias e, muitas vezes, tocantes. Em DVD (com audiodescrição).

LiteraturaLendas do Povo de Deus, de Malba Tahan (“O Homem que Calculava”), é uma coletânea de contos, preces e parábolas inspirados nas tradições bíblicas, nos livros santos, no Talmude e no inesgotável folclore judaico. Record, 135 págs., R$ 27,90 (na Saraiva); em braile, para empréstimo, na Biblioteca Louis Braille do Centro Cultural São Paulo - tel. 3397-4088.

TeatroO espetáculo Sua Incelença, Ricardo III, inspirado no clássico texto “Ricardo III”, de William Shakespeare, faz temporada no Sesc Belenzinho, entre os dias 25 de julho e 16 de agosto, integrando a programa-ção da Mostra Sesc de Artes. A montagem marca o encontro do grupo potiguar Clowns de Shakespeare com o encenador minei-ro Gabriel Villela. Sesc Belenzinho - Rua Padre Adelino, 1.000 - Belenzinho. Terça a quinta, às 20h30. Grátis.

ADEVA - Associação de Deficientes Visuais e Amigose-mail: [email protected] - site: www.adeva.org.br

Correspondência: rua São Samuel, 174, Vila Mariana, CEP 04120-030 - São Paulo (SP)