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1 CURSO CLIO CR 2013.1 (TELEPRESENCIAL) DIREITO INTERNO PROF. RICARDO VICTALINO CADERNO DE AULA 18 EMENTA : Eficácia dos Direitos Fundamentais. Gerações dos Direitos Fundamentais. Remédios Constitucionais. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA : DIR 328 PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado, 4ª ed., Rio de Janeiro, Forense; São Paulo, Método, 2009, pp. 108-229. DIR 329 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 15ª ed., São Paulo, Saraiva, 2011, pp. 871-971. PROCESSO LEGISLATIVO Regra dos “6 não tem”: Emenda Constitucional não tem (existe apenas no processo legislativo de lei ordinária e lei complementar): 1. Iniciativa popular; 2. Iniciativa reservada ao chefe do Executivo em matéria de despesa pública suportada por esse poder; 3. Sanção e veto; 4. Promulgação realizada pelo Chefe do Executivo; 5. Casa Iniciadora nem Casa Revisora; 6. Possibilidade de retornar na mesma sessão legislativa (ano parlamentar) LEI ORDINÁRIA E LEI COMPLEMENTAR Quando se compara lei ordinária e lei complementar, verificam-se apenas duas diferenças: 1. Matéria legislável o STF entende que vigora na CF/88 a chamada cláusula de reserva de lei complementar, isto é, se o artigo da Constituição exigir lei complementar, nenhum outro ato normativo poderá substituí-la. Macete: a lei complementar é a “Maria Joaquina” da novela Carrossel no ordenamento brasileiro. Cuidado: se a CF exigir lei complementar para uma matéria, nada pode ser usada em substituição (ex.: lei complementar, medida provisória, tratado internacional etc). 2. Quórum de aprovação o quórum de aprovação da lei ordinária é da maioria simples ou relativa (metade + 1 dos presentes); já o quórum de aprovação da lei complementar é de maioria absoluta (metade + 1 dos membros). Cuidado: antes de verificar o quórum de aprovação, existe o quórum de votação. A diferença entre lei ordinária e lei complementar está no quórum de aprovação e não no quórum de votação.

CR 2013.2 - DIR 18

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    CURSO CLIO CR 2013.1 (TELEPRESENCIAL) DIREITO INTERNO PROF. RICARDO VICTALINO

    CADERNO DE AULA 18

    EMENTA: Eficcia dos Direitos Fundamentais. Geraes dos Direitos Fundamentais. Remdios

    Constitucionais.

    BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA: DIR 328 PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado, 4 ed., Rio de Janeiro, Forense; So Paulo, Mtodo, 2009, pp. 108-229. DIR 329 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 15 ed., So Paulo, Saraiva, 2011, pp. 871-971.

    PROCESSO LEGISLATIVO

    Regra dos 6 no tem: Emenda Constitucional no tem (existe apenas no processo legislativo de lei ordinria e lei complementar):

    1. Iniciativa popular; 2. Iniciativa reservada ao chefe do Executivo em matria de despesa pblica suportada por esse

    poder; 3. Sano e veto; 4. Promulgao realizada pelo Chefe do Executivo; 5. Casa Iniciadora nem Casa Revisora; 6. Possibilidade de retornar na mesma sesso legislativa (ano parlamentar)

    LEI ORDINRIA E LEI COMPLEMENTAR

    Quando se compara lei ordinria e lei complementar, verificam-se apenas duas diferenas: 1. Matria legislvel o STF entende que vigora na CF/88 a chamada clusula de reserva de

    lei complementar, isto , se o artigo da Constituio exigir lei complementar, nenhum outro ato normativo poder substitu-la. Macete: a lei complementar a Maria Joaquina da novela Carrossel no ordenamento brasileiro. Cuidado: se a CF exigir lei complementar para uma matria, nada pode ser usada em substituio (ex.: lei complementar, medida provisria, tratado internacional etc).

    2. Qurum de aprovao o qurum de aprovao da lei ordinria da maioria simples ou relativa (metade + 1 dos presentes); j o qurum de aprovao da lei complementar de maioria absoluta (metade + 1 dos membros). Cuidado: antes de verificar o qurum de aprovao, existe o qurum de votao. A diferena entre lei ordinria e lei complementar est no qurum de aprovao e no no qurum de votao.

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    lei ordinria lei complementar

    QUORUM DE VOTAO maioria absoluta

    ( + 1) maioria absoluta

    ( + 1)

    QUORUM DE APROVAO

    maioria simples (ou relativa)

    (maioria dos presentes)

    maioria absoluta ( + 1)

    Concluso: como s existem as duas diferenas apontadas entre lei ordinria e lei complementar (matria legislvel e qurum de aprovao), todos os demais aspectos dessas duas leis so iguais:

    a) Mesma hierarquia; b) Mesmas etapas de votao; c) Mesmos legitimados para propositura (artigo 61 caput da CF/88) membros ou comisses da

    Cmara, Senado ou Congresso; Presidente da Repblica; STF; Tribunais Superiores; PGR; cidados;

    DEFINIO DA CASA INICIADORA E DA CASA REVISORA NA LO E NA LC

    Regra geral: na LO e na LC, a Cmara funciona como Casa Iniciadora e o Senado como Casa Revisora.

    Exceo: O Senado ser a Casa Iniciadora e a Cmara a Casa Revisora se o projeto de LO e LC for proposto por Senador ou Comisso do Senado. Pegadinha: errado afirmar que a Cmara sempre ser a Casa Iniciadora e o Senado sempre ser a Casa Revisora.

    Observao: importante saber qual a Casa Iniciadora da LO e da LC, porque vigora, no Brasil, o princpio da prevalncia de vontade da Casa Iniciadora, ou seja, as alteraes no projeto de LO e de LC feitas pela Casa Revisora apenas sero mantidas se a Casa Iniciadora concordar. MEDIDAS PROVISRIAS

    As medidas provisrias esto disciplinadas no artigo 62 da CF. O artigo 62 da CF e seus 12 pargrafos precisam ser estudados exausto, pois trazem as regras constitucionais sobre medida provisria.

    Requisitos para edio de medidas provisrias: o artigo 62 caput da CF elenca dois pressupostos ou requisitos para edio de medidas provisrias: relevncia e urgncia. Isso justifica o fato de as medidas provisrias serem editadas pelo Presidente da Repblica e terem fora de lei ordinria desde o momento da publicao. Observaes:

    1. Os requisitos relevncia e urgncia, embora sejam juzos polticos, admitem excepcionalmente controle de constitucionalidade. Em casos especficos, quando houver violao aos princpios da razoabilidade e da proporcionalidade, o Judicirio poder declarar uma medida provisria inconstitucional se entender que no existem relevncia e urgncia para sua edio.

    2. No obstante o fato de o artigo 62 caput da CF prever que apenas o Presidente da Repblica pode editar medida provisria, o STF, com fundamento no princpio da simetria, entende que, se a Constituio Estadual trouxer previso, o Governador de Estado tambm poder editar medida provisria.

    Ao ser publicada, a medida provisria adquire vigncia por 60 dias. Essa vigncia pode ser prorrogada por igual perodo uma nica vez. Concluso: em regra, o prazo mximo que uma medida provisria pode ter, contando sua prorrogao, de 120 dias. Existem, no entanto, 2 excees que permitem estender o prazo de vigncia da medida provisria para alm dos 120 dias. So elas:

    a) Recesso do Congresso Nacional durante o recesso parlamentar, o prazo de vigncia da medida provisria ficar suspenso.

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    b) Converso do texto da medida provisria em lei com alteraes a lei oriunda de uma medida provisria pode ou no exigir sano e veto presidencial. Se a converso da MP em lei for integral (sem alterao) no h sano e veto. No entanto, se a converso da MP em lei teve alterao no texto, a lei ordinria aprovada dever ser submetida a sano, veto e promulgao do Presidente da Repblica. Neste caso, se durante os 15 dias que a CF prev para sano e veto presidencial, j houve a expirao do prazo de 120 dias de vigncia da MP prorrogada, a medida provisria continuar a ser aplicada.