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CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E DE ALIMENTOS NO BRASIL Diogo Ferraz (UNIMEP) [email protected] Maria Rita Pontes Assumpcao (UNIMEP) [email protected] O setor sucroalcooleiro diferenciou seus produtos e processos para atender a demanda da indústria alimentícia por meio de inovações incrementais. Um exemplo foi o desenvolvimento dos Açúcares Líquido (sacarose) e Invertido. Este artigo analisa a evolução da produção de açúcar, comparando-a com a produção da indústria alimentícia entre 1996 a 2012. Diante deste contexto, coloca-se a pergunta: como foi a evolução da produção de açúcar diante do crescimento da produção da indústria de alimentos? Utilizando o método de regressão para analisar o efeito particionado da indústria de alimentos sobre a produção de açúcar, verificou-se correlação positiva entre as variáveis. Constatou-se que o segmento de alimentos e doces impacta mais fortemente a produção de açúcar que o segmento de bebidas, embora ambos sejam influenciadores no crescimento da produção de açúcar. Palavras-chave: Sucroalcooleiro, açúcar, alimentos, regressão XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

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CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E

DE ALIMENTOS NO BRASIL

Diogo Ferraz (UNIMEP)

[email protected]

Maria Rita Pontes Assumpcao (UNIMEP)

[email protected]

O setor sucroalcooleiro diferenciou seus produtos e processos para atender a

demanda da indústria alimentícia por meio de inovações incrementais. Um

exemplo foi o desenvolvimento dos Açúcares Líquido (sacarose) e Invertido.

Este artigo analisa a evolução da produção de açúcar, comparando-a com a

produção da indústria alimentícia entre 1996 a 2012. Diante deste contexto,

coloca-se a pergunta: como foi a evolução da produção de açúcar diante do

crescimento da produção da indústria de alimentos? Utilizando o método de

regressão para analisar o efeito particionado da indústria de alimentos sobre

a produção de açúcar, verificou-se correlação positiva entre as variáveis.

Constatou-se que o segmento de alimentos e doces impacta mais fortemente

a produção de açúcar que o segmento de bebidas, embora ambos sejam

influenciadores no crescimento da produção de açúcar.

Palavras-chave: Sucroalcooleiro, açúcar, alimentos, regressão

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1. Introdução

O agribusiness brasileiro é responsável por 22,3% do Produto Interno Bruto – PIB,

gerando muitos empregos. Cerca de 38% da mão de obra empregada estava neste setor na

última década, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (IBGE,

2015). O setor sucroalcooleiro é um grande responsável por estes resultados. O Brasil é o

maior produtor mundial de açúcar. A moagem de cana na safra 2013/2014 alcançou 653,5

milhões de toneladas, sendo 91% no Centro-Sul do País. Nesta safra foram produzidos 37,7

milhões de toneladas de açúcar e 27,5 milhões de metros cúbicos de etanol (UNICA, 2014).

O setor sucroalcooleiro abriu-se ao mercado competitivo no período pós-

desregulamentação, alterando suas estratégias de ação. A desregulamentação promoveu

mudanças na cadeia produtiva do açúcar, com a constituição de grupos estratégicos com a

participação de capital estrangeiro, facilitada pela abertura da economia, pós 1990.

(ASSUMPÇÃO, 2001). Assumpção (2001), Shoenherr e Swink (2012) e Zhao et al.(2011)

estudaram a coordenação desta cadeia, explicando os modos de integração de processos, tanto

no nível de operações, quanto de negócios.

A integração do setor sucroalcooleiro e a indústria alimentícia foi objeto de estudo em

Assumpção (1998, 2001) e continua sendo analisada (TOMÁS et al., 2014). Esta integração

inicia com a necessidade de maior capacitação produtiva e logística das usinas açucareiras para

suprimento mais eficiente de produtos com a qualidade demandada dos novos entrantes na fabricação

de alimentos. As empresas do setor sucroalcooleiro viram-se obrigadas a buscar estas capacitações

pelo crescimento exponencial na inovação em produtos alimentícios e de bebidas e o acirramento da

concorrência no setor de alimentos. As produtoras de açúcar mudam suas formas de movimentação

dos produtos e materiais e de circulação de informações - para suporte ao fluxo produtivo e à

distribuição física. Estas mudanças dão conta da maior complexidade das relações técnicas e

organizacionais entre os diferentes atores produtivos do sistema de oferta de alimentos. Há maior

alinhamento das estratégias de operações entre os produtores de açúcar e seus derivados com os

fabricantes de refrigerantes, doces, balas e outros, com alterações nas formas de contratação

para suprimento do açúcar (Assumpção, 2001). Diante deste contexto, coloca-se a pergunta que

este artigo responde: como foi a evolução da produção de açúcar diante do crescimento da

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produção da indústria de alimentos?

Este artigo analisa a evolução da produção de açúcar, comparando-a com a produção

da indústria alimentícia entre 1996 a 2012. Foi neste período a grande mudança na economia

brasileira, pela abertura econômica na década de 1990 e pela desregulamentação do setor

sucroalcooleiro. Buscar-se-á mostrar a correlação positiva entre as produções de açúcar e de

alimentos. Há uma ressalva, contudo: a produção do açúcar é dependente mais que

proporcionalmente, ao nível das exportações da commoditie. Este artigo considera como

indústria alimentícia, de acordo com a classificação CNAE 2.0, apenas as classes de

Fabricação de Outros Produtos Alimentícios e Fabricação de Bebidas (IBGE, 2015).

Este artigo está dividido em cinco seções além desta introdução. A segunda seção

revisa o embasamento teórico do estudo. A terceira aborda o método utilizado na pesquisa. A

quarta seção discute os resultados encontrados. A quinta seção finaliza o artigo.

2. A cadeia do açúcar como fornecedora de matéria prima à Indústria de Alimentos

Uma cadeia produtiva, segundo Batalha e Silva (2013), é o agrupamento de operações

ou processos de transformação orientados por uma lógica técnica. A cadeia produtiva também

é orientada por relações econômicas e comerciais. As trocas entre fornecedores e clientes têm

como objetivo valorizar os meios de produção e articular as operações, agregando valor aos

produtos finais, o que traz vantagem competitiva às empresas envolvidas. Na cadeia

agroindustrial os agentes não precisam ter os mesmos objetivos estratégicos, contanto que

haja complementariedade entre seus negócios, quando firmam alianças estratégicas

(BATALHA e SILVA, 2013). As relações são do tipo ganha-ganha. A rede de suprimento,

conforme Slack et al. (2009), trata da interconexão das operações entre fornecedores e

clientes. Já a integração das empresas em uma cadeia de suprimentos se dá pela gestão de

processos de negócios (LAMBERT et al, 1998). Tomás et al.(2014) defende que a cooperação

e parceria entre firmas pode torná-las mais competitivas.

Assumpção (2001) analisou as mudanças estratégicas do setor sucroalcooleiro pós-

desregulamentação, até 2000. Para a autora, estas mudanças ocorreram pela necessidade do

setor sucroalcooleiro fortalecer seu posicionamento junto ao mercado industrial e adequar-se

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às exigências do mercado de consumo, pela maior qualidade do açúcar. A Figura 1 mostra as

relações de fornecimento de açúcar.

Figura 1 – Simplificação da comercialização do açúcar

Fonte: Elaborado com base em Assumpção (1998, p. 148)

O setor sucroalcooleiro diferenciou seus produtos e processos para atender a demanda

da indústria alimentícia por meio de inovações incrementais. Um exemplo foi o

desenvolvimento dos Açúcares Líquido (sacarose) e Invertido. Segundo Bianchini (2007),

estes produtos possuem a solubilidade da frutose e a difícil cristalização da glicose,

aumentando o poder edulcorante e diminuindo riscos de cristalização dos alimentos. A

inovação incremental muda as formas de produzir (processos) e nas linhas de produtos. A

inovação pode vir de vários agentes da cadeia produtiva. No caso do açúcar ela veio para

oferta de produtos com maior valor agregado (ASSUMPÇÃO, 2001) (Tabela 1).

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Tipos Características Utilização

Cristal Açúcar cristalino produzido na usina sem refinoUtilizado na indústria alimentícia (bebidas, massas,

biscoitos, confeitos, etc.)

Possui granulometria muito fina e irregular;

Brancura e poder absorver bastante água.

Claro, límpido, isento de odor e aroma;Processos que exijam pureza elevada (indústria

farmacêutica);

Concentração de 65% a 68% de sólidos

Obtido pelo refino de açúcar cristal dissolvido com

água declorada.

Xarope claro e isento de turbidez, odor e aromas;Processos alimentícios que exijam sabores, cores e

texturas distintas;

Obtido por processos de hidrólise ácida controlada

por uma solução de sacarose;

Fabricação de frutas em calda, sorvetes, balas e

caramelos, licores, geléias e biscoitos;

Poder anticristalizante, umectante e resistência à

contaminação microbiológica.Fabricação de bebidas carbonatdas.

Açúcar líquido

invertido

Açúcar

refinado

amorfo

Utilizado principalmente para o consumo

doméstico.

Açúcar líquido

sacaroseProcessos que exijam ausência de cor é essencial

(fabricação de bebidas claras, doces, balas e

bebidas carbonatadas).

Tabela 1 – Principais tipos de açúcares para o mercado industrial

Fonte: Elaborado com base em Assumpção (1998, p. 148)

Uma importante fonte de inovação em alimentos e bebidas é o conjunto de

fornecedores de ingredientes específicos, aditivos (ASSUMPÇÃO, 2001). Como é um setor

altamente regulamentado, a indústria alimentícia mantém com seus parceiros uma relação que

favoreça a inovação tecnológica, tanto para diferenciação de produtos quanto para garantia da

qualidade (KIM et al, 2012). Assumpção (2001) e Trail e Meulenberg (2002) chamam atenção

para a intensificação tecnológica na indústria de alimentos e no agronegócio.

Os Açúcares Líquido e Invertido têm características que aumentam sua especificidade,

mudando sua utilização nos processos produtivos de seus clientes industriais. Como

conseqüência, houve alteração no fornecimento destes produtos. O fornecimento passa a ser

contratual e o transporte e a entrega demandam ativos específicos (caminhões tanques e

tanques para armazenagem) (ASSUMPÇÃO, 2001).

A especificidade de ativos remete à Teoria dos Custos de Transação (TCT) que analisa

relações entre empresa, além das do mercado spot, regulador das transações de venda de

açúcar cristal e refinado. Para Zylbersztajn (1996), na agroindústria os ativos com baixa

especificidade podem ser comercializados pelo mercado spot. A TCT estuda os custos de

transação, a incerteza nas trocas e a racionalidade limitada nos negócios entre as empresas.

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Isto porque as relações entre as empresas se dão via contratos ou alianças estratégicas, qual

seja, novas estruturas de governança das trocas entre empresas.

Para Williamson (1985) a governança regula as transações, mitigando conflitos pela

indicação de maneiras de ganhos mútuos, propiciando ordem aos agentes econômicos. Quanto

mais eficiente a governança, menores os custos processuais das transações (WILLIAMSON,

2010). Isto ocorre pela elaboração contratual, monitoramento do desempenho dos contratos e

organização da atividade das firmas (WILLIAMSON, 2010). A estrutura de governança deve

ser a que define a relação inter-organizacional mais eficiente. Williamson (1985) vê as

transações no mercado, regido pelo sistema de preços, quando há baixa especificidade dos

ativos. Já a estrutura de governança na forma híbrida prevê dependência bilateral entre as

empresas, por meio de contratos de longo prazo, sendo adequada quando houver maior

especificidade de ativos presentes nas trocas. Por fim, a hierarquia, ou seja, internalização das

transações ou integração vertical se dá quando o “fazer” é mais adequado que o “comprar de

terceiros”.

A frequência das transações diminui os custos fixos médios de coleta de informações

sobre a negociação entre dois agentes (WILLIAMSON, 1985). Quando as trocas são

freqüentes e há presença de especificidade de ativos, a reputação do parceiro pode diminuir a

atitude oportunista (WILLIAMSON, 2010). A relação das produtoras de açúcar e empresas do

segmento de doces e de bebidas, no fornecer açúcar líquido ou invertido, exigiu uma estrutura

de governança diferenciada. Quando há especificidade dos ativos envolvidos na transação,

gera-se uma relação contratual ou integração vertical. Neves et al. (2011) levantaram os

custos de transação presentes na negociação e comercialização, formulação de contratos,

monitoramento e capacidade gerencial nas relações comerciais das empresas do setor

sucroalcooleiro.

2.1 Evolução da produção de açúcar e da indústria de alimentos

O setor sucroalcooleiro representa cerca de 8% do PIB agrícola brasileiro e 35% do

PIB paulista (UNICA, 2014). A gestão estratégica e as inovações organizacionais e

tecnológicas são condicionantes da dinâmica deste setor (ASSUMPÇÃO, 2001). A cana-de-

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Produção Açúcar (Mil toneladas) Valor transformação industrial - Indústria Alimentícia (Mil Reais)

açúcar é cultivada em mais de nove milhões de hectares, com destaque para o Centro-Sul

(87%). Esta região, na safra 2013/2014, produziu 37,7 milhões de toneladas de açúcar, sendo

64% no estado de São Paulo (UNICA, 2014). A indústria sucroalcooleira produz

concomitante o açúcar e o etanol, exportados e consumidos pelo mercado doméstico

(MORAES, 1999). A produção brasileira possui importância no mercado internacional. As

exportações do açúcar alcançaram 26,629 milhões de toneladas (94% no Centro-Sul) em

2014.

A taxa média de crescimento da produção de açúcar é superior no Centro-Sul (12,53%

a.a.) em relação ao resto do país (11,97% a.a.) entre 1990 e 2014. Entre 1996 a 2012, a taxa

média de crescimento da produção de açúcar foi de 14,2% a.a.. Observa-se crescimento

contínuo na produção de açúcar no Brasil (Figura 2).

Considerando o valor da produção industrial da Fabricação de Outros Produtos

Alimentícios (caldas, balas, doces, etc.) e Fabricação de Bebidas, observa-se que a produção é

1,5 vezes maior em 2012 do que em 1996. A taxa média de crescimento para a indústria de

alimentos foi de 8,3% a.a.. Os dados evidenciam que a produção de ambos os setores têm

crescido.

Figura 2 Produção de açúcar e da indústria de alimentos, Brasil, 1996 a 2012

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados da UNICA (2015) e IBGE (2015)

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Produção Açúcar (Mil toneladas) Valor da transformação industrial (Mil Reais) - valores reais 2014

A Figura 3 compara este crescimento por meio de números-índices. Números-Índices

são medidas estatísticas que possibilitam comparar variáveis relacionadas entre si ao longo do

tempo, por exemplo, preços e produção física de matérias-primas (GREENE, 2012). A

produção física teve crescimento mais que significativo que o valor da transformação

industrial relativa.

Figura 3 – Números-Índices para o açúcar e indústria alimentícia, Brasil, 1996 a 2012

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados da UNICA (2015) e IBGE (2015)

Segundo Kupfer (2001), as mudanças na economia brasileira na década de 1990, como

a estabilização dos preços, liberalização financeira e abertura comercial ocasionaram mudança

estrutural na produção das empresas. Nas commodities, observou-se declínio da participação

estatal e aumento do market share das empresas nacionais e multinacionais.

Tomando o ano de 1996 como base, igual a 100, verifica-se que o valor da

transformação industrial para a indústria de alimentos foi 58,1% maior em 2012. Para o

açúcar, sua produção foi 158% maior em 2012 do que no ano tomado como base. O

crescimento entre os setores foi assimétrico, pois a produção de açúcar também é influenciada

pelas exportações. Este crescimento da cadeia do açúcar proporcionou forte correlação entre

os valores produzidos pela indústria de alimentos, chegando a 0,72 no período estudado.

Correlação significa a força e a direção entre duas variáveis aleatórias (GREENE, 2012).

Observa-se que houve maior crescimento na Fabricação de Outros Produtos

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Outros produtos alimentícios - valores reais 2014

Bebidas - valores reais 2014

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Valor da transformação industrial (Mil Reais) - Outros produtos alimentícios - valores reais 2014

Valor da transformação industrial (Mil Reais) - Bebidas - valores reais 2014

Alimentícios do que na Fabricação de Bebidas. Justamente os segmentos que demandam

Açúcar Líquido e ou Invertido como matéria-prima (ASSUMPÇÃO, 2001). A Figura 4 ilustra

a evolução destes segmentos.

Figura 4 – Valor da Fabricação de Outros Produtos Alimentícios e Fabricação de

Bebidas, Brasil, 1996 a 2012

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados do IBGE (2015)

Verifica-se que taxa média de crescimento para a Fabricação de Bebidas e para

Fabricação de Outros Produtos Alimentícios foi, respectivamente, 7,7% a.a. e 9,2% a.a.,

demonstrando forte crescimento para o período estudado, bem acima das taxas de crescimento

do PIB brasileiro. A Figura 5 ilustra o cenário descrito, comparando os segmentos pelos

Números-Índices.

Figura 5 – Números-Índices Fabricação de Outros Produtos Alimentícios e Fabricação

de Bebidas, Brasil, 1996 a 2012

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Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados do IBGE (2015)

O valor da transformação industrial da Fabricação de Outros Produtos Alimentícios foi

72,8% maior em 2012 do que em 1996. Por outro lado, para a Fabricação de Bebidas, o

crescimento foi de 48,3% no período. Este comparativo demonstra que ambos os segmentos

cresceram no período analisado, embora desproporcionalmente.

Os dados sustentam a hipótese de que o crescimento da produção da indústria de

alimentos possui correlação positiva com a produção de açúcar no Brasil. A correlação para o

segmento da Fabricação de Outros Produtos Alimentícios (0,53) foi menor do que no

segmento de Fabricação de Bebidas (0,76).

3. Metodologia

A análise do crescimento da produção de açúcar e de alimentos, baseado em métodos

econométricos, utilizou o programa estatístico Stata. O método de regressão, segundo Greene

(2012), relaciona uma variável dependente, neste caso a produção anual do açúcar, com

variáveis explanatórias (valor da produção industrial da indústria de alimentos e seus

derivados e renda per capita familiar).

A importância do método da regressão está em apresentar estimativas empíricas de

uma variável explanatória, enquanto as demais variáveis permaneçam constantes

(WOOLDRIDGE, 2010). Este método possibilita testar parâmetros, verificando sua

significância estatística e a distribuição probabilística do resíduo. Isto evita viéses na análise

(GREENE, 2012).

Relacionando o logaritmo neperiano da produção do açúcar (lw) como dependente de

uma variável observável, admite-se que a relação é log-log e igual para todos os anos

analisados. Acrescentando todas as variáveis independentes do modelo, obtêm-se uma

equação onde e i são parâmetros do modelo e ij o erro aleatório que representa o efeito

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das variáveis não estimadas, com propriedades estatísticas usuais. A Equação 1 demonstra o

modelo ajustado pelo método de mínimos quadrados ordinários:

Sete modelos foram estimados, para verificar o impacto da produção da indústria

alimentícia sobre a produção de açúcar entre 1996 e 2012. São consideradas as seguintes

variáveis explanatórias: valor da produção anual da indústria alimentícia ( .lima ), fabricação

de outros produtos alimentícios (caldas, doces, balas e outros) ( entosaoutros lim. ), fabricação de

bebidas ( bebidas ) e a renda média domiciliar per capita ( renda ). Espera-se correlação positiva

de todas as variáveis citadas. Os valores foram corrigidos para todos os anos anteriores com

base na média anual do IGP-M, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, para o ano

de 2014.

4. Resultados e discussão

Os dados confirmaram que existe correlação positiva entre o crescimento de

produção de alimentos e a produção de açúcar. Observou-se forte participação do setor

sucroalcooleiro como fornecedor da indústria de alimentos. A Tabela 2 traz os resultados dos

modelos.

Os modelos 1 e 2 não apresentaram significância estatística para os parâmetros

estimados. No primeiro modelo, a variável renda apresentou probabilidade t de 0,268, o que

não pode ser considerado estatisticamente significativo. No segundo modelo, a variável

fabricação de outros produtos alimentícios (probabilidade t foi 0,723) não foi significativa.

No quarto modelo, a Fabricação de bebidas não teve significância estatística. Isto pode

ter ocorrido pela correlação entre as variáveis explanatórias (0,54).

Os modelos 6 e 7 não apresentaram significância estatística para os parâmetros. Os

coeficientes tiveram sinal inesperado. A variável Indústria de alimentos impactou

negativamente a produção de açúcar, o que não correspondem aos pressupostos teóricos.

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Há evidências de problemas estatísticos nestes modelos. Segundo Wooldrige (2010)

a multicolinearidade é um problema estatístico representado pela correlação entre as variáveis

independentes. Quando existe multicolinearidade, não há significância estatística para os

parâmetros e os sinais tornam-se inesperados. Neste caso, o pesquisador deve aumentar o

número da amostra de dados ou eliminar algumas variáveis do modelo.

Tabela 2 – Estimativas dos modelos de regressão

Modelo Variável Coeficiente Dif. %¹ Teste t Probabilidade t R² Teste F(²)

Modelo 1 Constante 2,318 - 2,89 0,0001

57,31 32,27 Renda 0,097 10,23 1,11 0,268

Modelo 2 Constante 1,114 - 0,36 0,06

18,80 4,15 Fab. outros alimentos 0,610 83,99 2,04 0,723

Modelo 3 Constante -3,295 - -1,12 0,281

42,90 13,29 Fab. bebidas 1,027 179,27 3,65 0,002

Modelo 4

Constante -3,930 - -1,47 0,164

43,79 9,22 Fab. outros alimentos 0,158 17,10 0,60 0,56

Fab. bebidas 0,932 153,92 2,58 0,022

Modelo 5 Constante -4,183 - -1,71 0,108

39,96 22,76 Ind. Alimentos 1,086 196,25 4,77 0,0001

Modelo 6

Constante 2,144 - 0,67 0,512

57,34 16,49 Ind. Alimentos -0,058 -5,60 -0,15 0,885

Renda 2,077 698,42 3,83 0,002

Modelo 7

Constante 3,591 - 0,89 0,388

58,12 16,09 Fab. outros alimentos 0,033 3,36 0,14 0,893

Fab. bebidas -0,345 -29,17 -0,60 0,556

Renda 2,498 1116,37 3,53 0,004

¹ Valores obtidos calculando o crescimento percentual do rendimento: 100[exp (coeficiente)-1].

² Os valores de F são estatisticamente significativos ao nível de 1%.

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados pesquisados

Os dados analisados demonstraram alta correlação entre a indústria de alimentos e

seus segmentos, fabricação de outros alimentos (0,87) e fabricação de bebidas (0,89), além de

correlação com a renda (0,80). O Variance Inflation Factor – VIF (GREENE, 2012) que

analisa a presença de multicolinearidade, comprovou a presença do problema. Não havendo

possibilidade de aumentar o número de dados na amostra, o número de variáveis foi reduzido.

Os modelos 3 e 5 se apresentaram viáveis para análise.

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O terceiro modelo apresenta a contribuição da Fabricação de bebidas sobre a produção

de açúcar. A figura 6 ilustra a distribuição normal dos resíduos e o ajustamento da regressão.

Figura 6 – Distribuição normal do resíduo e ajustamento da regressão

Fonte: Elaborado pelos autores

O modelo foi estatisticamente significativo e apresentou alto grau de explicação (R² =

42,9%). Esta estimativa foi estatisticamente significativa a 1%. Na relação entre o valor da

produção industrial na indústria de alimentos sobre a produção física de açúcar, verifica-se

que a cada Real produzido na indústria de bebidas gera-se 179,8 unidades de açúcar

produzido. Portanto, há impacto positivo da produção de alimentos sobre o açúcar,

comprovando a hipótese deste trabalho e os pressupostos teóricos (ASSUMPÇÃO, 2001;

TOMAS et al., 2014).

O quinto modelo estimou a contribuição da indústria de alimentos sobre a produção do

açúcar. O modelo foi estatisticamente significativo e apresentou alto grau de explicação (R² =

40%). A cada Real produzido na indústria de alimentos são geradas 196 unidades na produção

de açúcar.

Estes modelos demonstraram a importância da indústria de alimentos como

demandante do açúcar. Fica evidente a integração entre estes dois setores que, embora

possuam estratégias distintas, possuam atividades complementares (BATALHA e SILVA,

2013).

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5. Considerações finais

Este artigo mostra, por meio de modelos econométricos, a relação entre a produção de

açúcar e de alimentos doces e de bebidas, analisando dados no período entre 1996 a 2012.

Os modelos foram ajustados para demonstrar o impacto da produção da indústria

alimentícia sobre a produção de açúcar. A regressão linear foi utilizada para garantir o efeito

isolado de cada variável controlada pelo modelo. Constatou-se que o segmento de alimentos e

doces impacta mais fortemente a produção de açúcar que o segmento de bebidas, embora

ambos sejam influenciadores no crescimento da produção de açúcar.

Propõe-se que estudos futuros apresentem maior variabilidade dos dados, por

exemplo, tratar da produção mensal dos setores, evitando problemas estatísticos.

Vale lembrar, que a produção de açúcar tem o mercado internacional como

demandante de grande parcela do açúcar produzido no Brasil, maior exportador de açúcar do

mundo.

6. Referências Bibliográficas

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