32
CRlSTIAN BAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE EXERciCiOS HIDROCINESIOTERAPICOS, PARA MELHORA DA QUALIDADE DO REALINHAMENTO POSTURAL EM UMA PAClENTE COM SiND ROME DE DOWN. Monografia apresentada como requisita parcial a obtenQao do grau de Especiaiista em Fisiolerapia. Curso de I-iidrocinesioterapia da Faculdade de Ciencias Biol6gicas e da Saude da Universidade Tuiuti do Parana. Orientadores: Prof a .MSc. Shirley Vargas Prudencio. Profa. MSc. Sipdinalva Wo\'roak CURITIBA 2000. I'

CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

CRlSTIAN BAZ

DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE EXERciCiOS

HIDROCINESIOTERAPICOS, PARA MELHORA DA QUALIDADE DO

REALINHAMENTO POSTURAL EM UMA PAClENTE COM SiND ROME DE

DOWN.

Monografia apresentada como requisitaparcial a obtenQao do grau de Especiaiistaem Fisiolerapia. Curso deI-iidrocinesioterapia da Faculdade deCiencias Biol6gicas e da Saude daUniversidade Tuiuti do Parana.Orientadores: Prof a .MSc. Shirley VargasPrudencio.Profa. MSc. Sipdinalva Wo\'roak

CURITIBA

2000.

I'

Page 2: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

RESUMO

Com 0 intuito de melhora a postura, de uma paciente com Sindrome de Down,

desenvolveu-se esta pesquisa, que objetiva demonstrar a efidicia da hidrocinesioterapia na

corre~ao do posicionamento pdvico e consequente melhora no realinhamento corporal.

A pesquisa, realizada com uma jovem de 17 anos portadora de Sindrome de Down,

teve como sede a piscina da Associayao de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) da

cidade de Porto Amazonas, onde foram realizados 20 atendimentos intercalados com dura~ao

de 45 minutos.

o metoda de procedimento desta pesquisa foi atraves do estudo de urn casa cHnico,

com tipo de amostragem intencional, senda a linha de pesquisa experimental com metoda de

abordagem indutivo

o protocolo de exercicios hidrocinesiotenlpicos utilizados nesta pesquisa, foi

desenvolvido com direcionamento a correy8.o postural da paciente, sendo composto por tases

de

aquecimento; fortalecimento das musculaturas: abdominal, paravertebral, flexora do quadril;

orientayao ao alinhamento corporal; alongamento das musculaturas: flexora e extensora do

quadril, da regiao anterior e posterior do tronco e da regiao cervical; re1axamento.

Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte da paciente,

do alinhamento corporal que a nivel de regiao toracica necessitava de estimulo verbal para

correyao, porern corresponde ao estimulo alinhando a postura, e a nivel de regiao 10mbar e

cintura peIvica 0 trabalho de consciencia corporal foi bern assimilado pois a paciente

permanecia em postura correta sern estimulo verbal nao s6 durante 0 atendimento como

durante suas atividades diarias

Page 3: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

ABSTRACT

With the improvement intention the position, of a patient with Syndrome of Down,

developed this research, that objective to demonstrate to the effectiveness of the

hidrocinesioterapia in the correction of the pelvic thread and consequent improvement in the

corporal realinhamento.

The research, carried through with a carrying young of 17 years of Syndrome of

Down, had as headquarters to the swimming pool of the Association of Parents and Friends of

Exceptional (APAE) of the city of Amazon Port, where 20 attendments intercalated with

duration of 45 minutes had been carried through.

The method of procedure of this research was through the study of a clinical case, with

type of intentional sampling, being the string of experimental research with inductive method

of boarding.

The protocol of used hidrocinesioterapicos exercises in this research, was developed

with aiming to the postural correction of the patient, being composite for phases of: heating~

strengthen of the musculatures: abdominal, paravertebral, flexora of the hip; prompt to the

corporal alignment~ prolongment of the musculatures: flexor and extensor of the hip, the

previous and posterior region of the trunk and the cervical region; relaxation.

It was gotten as resulted of this research an awareness, on the part of the patient, the

corporal alignment that the level of thoracic region needs verbal stimulation for correction,

however corresponds to the stimulation lining up the position, and the level of lumbar region

and pelvic waist the work of corporal conscience well was assimilated therefore the patient

not only remained in correct position without verbal stimulation during the attendance as

during its daily activities.

Page 4: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

SUMARIO

RESUMO ...

ABSTRACT .....

lNTRODUCAO .

. ..v

. ~

I EMBASAMENTO TEORICO 2

. I

2. MATERIAL E METODO ...

3. APRESENTACAO DE DADOS ..

4. INTERPRET ACAO DOS RESULTADOS ...

5. CONCLUSOES ...

ANEXOS ...

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA ....

. .. 15

. 19

. 24

...25

...26

. 28

Page 5: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

TNTRODU(:AO

A piscina e urn local para terapia e recreayao que fomece beneficios fisicos,

psicologicos e sociais para todos aque\es que sofrem de uma deficiencia.

A agua e urn melo maravilhoso para os exercicios e oferece oportunidades

estimulantes para os movimentos que nao estao dentro dos programas tradicionais de

exercicios ern solo. Os efeitos de flutuabilidade, metaccntrQ e rota90es fornecem campo para

as tecnicas especializadas.A turbulencia da agua pode ser apreciada de uma forma que nao e

passivel no aT, e 0 peso da agua significa que ela pode ser empurrada e utilizada como

resislcncia com que cada individuo pode trabalhar.

o empuxo que a agua possui, alivia 0 estresse sabre as articula90es sustentadoras de

peso e permite que se realize movimento em for~as gravitacional reduzida, 0 que favorece

nosso trabalho, liberando principal mente as articula~5es coxo-femorais.

Esta pesquisa prop5e 0 tratamento do mau alinhamento pClvico por querer melhorar a

qualidade postural de uma paciente com sindrome de Down, atraves de urn trabalho de

reequilibrio da musculatura abdominal, flexora e extensora do quadril.

Page 6: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

I. EMUASAMENTO TEORICO

A palavra hidroterapia deriva das palavras gregas hydor (agua) e therapeia (cura)

(CAMPION, 2000, p.xi). A hidroterapia e Hio antiga quanta a hist6ria da humanidade

(CAMPION, 2000, p.xi) e informar;:oes sabre as atividades aquitticas tern side documentadas

tanto para propOsitos recreacionais quanta terapeuticos apesar do fato de sua popularidade teT

oscilado durante epocas.

Noves conhecimentos a respeito da fisiologia da hidroterapia e novas H~cnicas

utilizando os padroes de movimentos adaptados a agua e exercicios aquaticos mais

especificos estao assegurando a aceita~ao crescente da hidroterapia como urn meio de

reabilitar;:.9.o com seus pr6prios meritos. Na agua 0 carpo esta simultaneamente sob a 3yaO de

duas foryas - gravidade (ou impulso para baixo) e empuxo (impulso para cima)- que

fornecem a possibilidade de exercicios tridimensionais, que nao sao possiveis no ar, e

permitem a ocorrencia de atividades de movimento sem a sustentay8.o de peso, antes mesmo

que elas sejam possiveis no solo (CAMPION, 2000, p.xii). Em decorrencia da melhor

aceitayao das vantagens das atividades na agua, 0 numero de recursos esta aumentando,

me1horando a qualidade dos atendimentos.

Atualmente, a popularidade e 0 valor crescente da hidroterapia parecem ser salientados

por urn aumento da pesquisa elll muitos aspectos diferentes da agua, como 0 estudo da

fisiologia dos exercicios aquaticos, e assim por diantc. 0 reconhecimento dos tratamentos

para os quais as caracteristicas e propriedades da agua podem ser utilizadas para criar tecnicas

que acentuem a atividade aquatica como uma parte integral de todo 0 tratamento fisico e

psico16gico e das condiyoes variadas de muitos ira assegurar 0 lugar da hidroterapia para a

reabilitayao total.

Page 7: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

A hidroterapia, utilizando-se dos principios fisicos da agua com tecnicas apropriadas

de rnanuseio, tern valor efetivo no tratarnento de uma patologia, seja ela de origem

neurol6gica, ortopedica, pneumo16gica,. .Os principios fisicos que sao relevantes para 0

manuseio de pacientes sao os seguintes(ERiCKSEN, Oscar. Apontamentos de sal a de aula do

curso de Pos Gradualtao de Hidrocinesioterapia. Disciplina de Nataltao e Biomeciinica

Aplicada it Fisioterapia. Curitiba. 1998.)::

• densidade relativa: reJaltao entre a massa de urn dado volume da substancia e a

massa do mesmo volume de agua. A densidade reJativa da agua pura e 01, acima

de 0 I afunda e abaixo tlutua.

• flutualtao: (Principio de Arquimedes) urn corpo cornpletarnente ou parcial mente

imerso em um liquido em repouso sofrera urn empuxo para cima, igual ao peso do

liquido deslocado.

• pressao hidrostatica: a lei de Pascal afirma que a pressao do liquido e exercida

iguaimente sobre todas as areas da superficie de urn corpo imerso em repouso, a

uma dada profundidade. Ah~m de ser util na redultao rnais efetiva de edemas, desde

que a parte tratada seja mantida 0 mais profunda possivel, essa pressao tambem

provou ser utiJ na atenualtao de movimentos espasrn6dicos e no aumento da

coordenaltao quando os exercicios forem realizados abaixo da superficie, 0 que

favorece nosso trabalho de consciencia corporal.

• coesao e adesao: coesao e a forlta de atraltao entre as moleculas vizinhas do mesmo

tipo de materia. Adesao e it forlta de atraltao entre as moleculas vizinhas de

diferentes tipos de materia.

• tensao superficial: e a forlta exercida entre as moleculas da superficie de urn

Iiquido.

Page 8: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

• refray30: e a deflex30 de urn raio quando passa de urn rueio rnais denso a urn

menos dense e vice-versa.

• viscosidade: causa resistencia ao fluxo de urn liquido pelo atrito entre as

rnoleculas. Sen\. util em nosso trabalho nos exercicios de fortalecimento, os quais

visam aumento de forya muscular para correyao postural.

Alem de seus principios, a agua possui certos atributos que a faz superior ao ar como

meio para se exercitar: - por ser rnais densa que 0 ar, possibilita maior resistencia ao

movimento, 0 que permite uma resposta efetiva aos exercicios de fortalecimento isotonico e

diminui a velocidade do movimento: - a temperatura mais alta da agua relaxa 0 corpo e

facilita 0 controle da dor durante 0 exercicio; - a resposta sensorial da agua a torna ideal para

treinar nova mente as deficiencias na propriocepy30 individual.

Os efeitos fisiol6gicos experimentados por urn paciente imerso em agua aquecida

dependem de sua postura e de qualquer elemento que possa alterar 0 estado neutro do corpo.

Dentre estes elementos citamos: a temperatura da agua, durayao da aula, 0 tipo e a intensidade

do exercicio, e a condiyiio pato16gica do paciente.

Os principios fisicos da agua em conjunto com 0 aumento da temperatura SaO

respons3veis por muitas das respostas fisio16gicas gerais que afetarn uma variedade de

sistemas do corpo.

As modificayoes fisiol6gicas que ocorrem durante 0 exercicio em agua aquecida saO

(BATES, 1998, p.07): aumento da frequencia respirat6ria, diminuiyao da pressao sanguinea,

aumento do suprimento de sangue para 0 muscul0, aumento do metabolismo muscular,

aumento da circulay30 periferica, aumento da frequencia cardiaca, aumento da quantidade de

sangue de retorno ao corayao, aumento da taxa metab61ica, diminuiyao de edemas das partes

Page 9: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

do corpo submersas, reduc;ao da sensibilidade nos tenninais nervosos, relaxamento muscular

geral.

Em adi~ao as varias modifica~oes fisiol6gicas que ocorrem durante a imersao em agua

aquecida, vamos citar os beneficios terapeuticos dos exercicios em agua aquecida (BATES,

1998, p.07): relaxamento muscular, reduvao da sensibilidade a dor, reduc;ao de espasmos

musculares, facilitac;ao de a mobilidade articular, aumento da forva e resistencia muscular em

casos de excessiva fraqueza, reducao da atuacao da forca gravitacional, aumento da circulacao

periferica, melhora da musculatura respiratoria, melhora da consciencia corporal, equilibrio e

estabilidade proximal de tronco, melhora moral e autoconfianva do paciente (efeilo

psicologico).

A terapia na agua traz seus beneficios a diversas patologias quando 0 programa e

desenvolvido e aplicado por profissionais aptos, porem esta terapia tern suas contra-

indicavoes (BATES, 1998, pI4): doencas transmissiveis pel a agua, febre alta (acima de

38°C), insuficiencia cardiaca, doencas renais, desordens gastrointestinais. doencas

infecciosas, feridas abertas, doenvas da pele com erupvoes, timpanos perfurados,

incontinencia urinaria ou fecal, menstruacao sem absorvente interno, epilepsia, pressao

arterial anormal (hipo ou hiper), em tratamento, ou tratamento recente com radia~ao (durante

ultimos tres meses), baixa capacidade pulmonar vital.

A sind rome de Down e uma condicao genetica determinada pela presenva de urn

cromossomo a mais nas ceJulas do seu portador e e caracterizada por urn variavel grau de

retardo no desenvolvimento motor, mental, fisico e psiquico. Esse cromossomo extra se

acrescenta a par de numeros 21, dai 0 tenno tambem utilizado para sua denominacao, entre

lodos 0 mais correto, de trissomia 21.

Page 10: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

o portador de sindrome de Down apresenta uma faceis caracteristica, constituida de

urn cranio braquiocefalico ou microcefalico com nuca achatada, rosl0 redondo e plano, nariz

curto com base plana e achatada, 6rbitas oculares pequenas determinando urn exoftalmo

relativo, presen~a tipica do epicanto (prega falciforme do angule mediano das palpebras),

boca pequena com hipolonia dos mllsculos orais, lingua volumosa, orelhas pequenas e

redondas (DANIELSKI, 1999, p.21).

Os membros sao grossos e curtos em rela~ao ao tronco e a mao e caracteristica, curta e

grossa (mao de tridente), apresentando varias alterayoes dermatoglificas, entre as quais a

assim chamada "linha simiesca" de Croashank (as linhas palmares constituindo 0

dermatoglifo normal em M sao constituidas de uma so linha transversal ao eixo dos quatro

dedos)(OANIELSKI ,1999, p.21). Altera~6es dermoglificas estao presentes tambem na planta

dos pes.

Tambem se associam deforma~oes dos aparelhos cardiovascular e endocrino. A

sintomatologia neurologica e constituida, como norma, unicamente pel a presenca de uma

marcante hipotonia, difusa ou simetrica, e por uma hiporreflexia osteotendinea A mobilidade

e habitual mente desajeitada e acanhada.

Notam-se no desenvolvimento motor, psicomotor, da linguagem e da simboliza~ao,

retardos em rela~ao ao tempo nonnal (BOLLEA, 1980, p.21O).

Existem tres tipos de anomalias cromossomicas na sindrome de Down (MASTRANGELO,

1982, p.113):

*Trissomia 21 livre - 94% dos casos

*Trissomia 21 em translocayao - 3 a 5% dos casos

*Trissomia 21 em mosaicismo - 2 a 3% dos casos.

Page 11: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

Na trissomia 21 livre hi! uma anornalia nurnerica devida a falta de disjun9ao durante a

meiose, isto e, 0 patrirn6nio genetico, que era normal na mae, nao se dividiu exatarnente na

rnetade e 0 ovocito ficou com urn cromossomo a mais. Neste ponto pode ocorrer urn aborto

espontaneo ou 0 nascirnento de crian9a com trissomia 21 livre ou regular, que representa

eerea de 94% dos easos de sind rome de Down (MASTRANGELO, 1982, p.113).

Na maior parte dos casos, a trissornia 21 e urn incidente: 0 pai c a mac tern os

cromossomos normais e e na "fabrica9aO"da primeira ceiuia, da primeira existencia do novo

ser humano, que 0 problema se verifica.

A trissomia 21 em transloca9aO e mais rara, pois existe urna anomalia nurnerica dos

cromossornos de urn dos pais: por exemplo, urn dos pequenos cromossomos 21 se Iiga a urn

outro cromossomo - este fenomeno chama-se transloca93o.

A trissornia 21 em mosaicismo sc verifica tambem depois da fecunda9ao por causas

que ainda nao esHio muito claras. Neste caso, a "primeira celula" do embriao e normal eo eITO

OCOITeno momento da primeira duplicay30 desta celula e se repete em cada celula enquanto 0

feto se desenvolve.

a Down ocorre tendo linhas celulares normais e uma linha celular trissomica corn 47

cromossornos: e 0 charnado "mosaicismo", cuja frequencia e de, aproximadamente 2 a 3%.

Em outras palavras, estao presentes, como em urn mosaico, dois tipos diferentes de celulas:

urn tipo com 46 cromossomos e urn tipo com 47 cromossomos.

Nao se conhece a causa da sindrome de Down, mas de fato muitos fat ores podem

concorrer para esse risco~ Smith e Berg (Dawn's anomaly) levantam a hipotese de existencia

de 17 causas diversas concomitantes.

Sabe-se, com certeza, que na origem da trissomia 21 hit uma nao divisao (nao

disjun9ao) da dupla de cromossomos 21 no gameta masculino (fala-se em 20 - 25% dos

Page 12: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

casos) ou feminino, mas nao se conhece exatamente a causa. Urn certo numero de agentes

ambientais poderia impedir a perfeila distribui~ao dos crornossornos; urn outro fator de risco e

a idade da mae; \ongo intervalo esteril, as pniticas abortivas, abortos pregressos, fatores que

alteram a mucosa uterina, alcoolismo.

Certamente uma leoria etiol6gica aceitavel deve levar em considera~ao diversos fatos

e ao menos os tfeS seguimes:

* a nao disjunc;:ao ocorre no homem e na mulher,

* 0 conjunto completo das concepyoes com trissornia 21, incluindo os 80% que

terminam em aborto espontaneo e os 20% que chegam ao nascimento,

* a probabilidade de ter urn filho Down aumenta com 0 aumento da idade da rnulher.

Quando 0 desenvolvimento motor de urna crian~a com sindrome de Down e

comparado com 0 desenvolvimento da maioria das crianc;:as, observamos urn atraso

consistente na aquisic;:ao dos componentes do controle motor, tanto do postural como do

volunt<irio. Molnar encontrou atraso no aparecimento dos ajustes posturais e aumento na

varia~ao, na idade de aparecimento dos ajustes posturais (SCHWARTZMAN, 1999, p.174).

Em testes de atividade motora grossa, crianyas com sindrome de Down apresentaram

defasagem em relac;:ao a seus colegas sem a sindrome, sendo que a performance menos

eficiente foi em relayao ao equilibrio estatico e dinamico. Foi observado tambem urn tempo

de reac;:ao mais lento durante 0 movimento voluntario (SCHWARTZMAN, 1999, p.174).

o tonus postural normal e basico para 0 controle postural e movimentos funcionais

adequados. A sindrome de Down tern como caracteristica a hipotonia.

A hipotonia interfere nas aquisic;:oes do desenvolvimento motor da crianc;:a, nas

habilidades, nas suas intera~5es com 0 ambiente, retarda ou bloqueia sua explorayao,

diminuindo ou produzindo deficit de sensa~oes e vivencias.

Page 13: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

A postura e a relavao posicional das regi6es do corpo entre si. A configura9ao total do

corpo e a soma total dos contomos da col una vertebral e 0 COlltomo das extremidades

posteriores.

A postura "normal" e geralmente aceita da forma seguinte: lordose moderada das sevoes

cervical e lorn bar da coiuna, cifose moderada das sevoes tOHicicas e sacrococcigeas, uma

inciina9ao peIvica para frente de aproximadamente 30°, rotavao neutra dos femures e a cabe9a

centrada de tal modo que 0 prumo a partir da apofise mastoide passe atraves do meio do

ombro e 0 quadrii imediatamente anterior ao joelho e 0 maieolo medial do tornozelo. Os

desvios da posivao basica sao devidos a alteravoes estruturais por lesao ou doen9a e

deslocamentos da coluna e da pe\ve produzidos peia for9a da gravidade superando 0 tono

muscular.

A postura vertebral inadequada (curvas antero·posteriores acentuadas, inciina9ao

peivica aumentada) esta geralmente associ ada com urn defeito perto dos ombros e 0 torax

afundado proximo das extremidades inferiores (flexao e rota¥iio medial dos quadris,

gcnovalgo, pe plano). Portanlo, a corre9ao da deformidade da coluna e pelvica tem urn efeito

benefico sobre as deformidades secundarias.

Page 14: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

No curso da evolu~ao de urn animal quadrupede para urn ortogrado, a coluna

relativamente reta do primeiro desenvolve curvas para adiante e para tnls no ultimo para

vencer a for~a da gravidade. Ao mesmo tempo, os musculos paraespinhais e gluleos, que

manH~m a postura ereta, tornam-se mais completamente desenvolvidos. Na posi~ao ereta, se a

col una fosse perfeitamente reta, a coluna balanceada em bloCDS, 0 apoio muscular seria

completamenle desnecessario. Entretanto, os deslocamentos para adiante e para tras das

vertebras exigem constante contmle muscular para manter 0 equilibrio. Isso e obtido pelas

contray6es musculares minimas continuas denominadas tono postural. 0 tono postural

constante depende de impulsos sensitivos dos musculos e tend5es, vestibulo do ouvido

interno e olhos para 0 sistema nervoso central estimular reflexamente 0 musculo. Esse

mecanismo realiza os ajustes necessarios para manter 0 equilibrio a medida que sao

assumidos novos movimentos e posi~5es. Em cada musculo apenas algumas fibras se

contraem em urn periodo, depois outras e com as mudan~as continuas de fibras em contra~ao

mantem a fadiga em urn minimo. Quando a coluna torna-se deslocada ou desequilibrada,

maior for~a muscular e necessaria para controlar a posi~ao ereta, urn nurnero maior de fibras

musculares e convocado em intervalos mais frequentes e a fadiga se desenvolve rnais cedo. A

insuficiencia muscular permite que a coluna se incline ainda mais e os esfor~os passem para

os ligamentos com dor consequente. Habitualmente, a musculatura adequada mantem e

movimenta as vertebras em uma posi~ao media de modo que os ligamentos nunca estao sob

tensao, a menQs que seja aJcan~ado 0 limite extremo do movimento.

Quando ocorre urn aumento anormal de uma curva em uma se~ao da coluna, as curvas

acima e abaixo se fornam acentuadas na dire~ao oposta a tim de manter 0 equilibrio.

Page 15: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

Wiles considera a postora da articulac;ao do quadril como a chave para 0 corpo inteiro porque

determina a inclina9ao peJvica. sendo a pelve 0 alicerce para a coluna e a rotac;ao das pemas

(TUREK, 1991, p.I776).

Pode-se argumentar que a inclina<;ao peivica e 0 ponto inicial da deformidade. Na

verdade, a patogenia, na auseneia de lesao ossea e desconhecida. Entretanto, a posiC;ao da

pelve e um ponto inicial conveniente para determinar 0 tipo de deformidade e lratamento

(TUREK, 1991, p.I776).

Como cit amos anteriormente a pelve e 0 elemento fundamental no estabeJecimento da

postura, por isso vamos recordar esquematicamente a anatomofisiologia de seus museu los,

divididos em quatro grupos:

10 grupo - musculos anlero superiores: sao os musculos abdominais, eles unem as

bordas supero-anteriores da pelve as arcadas costais. Embora nao muito potentes, sao muito

eficazes, pois atuam em plano distante dos pontes de apoio (cabe<;as femorais), tendo por isso

longo bra90 de alavanca. Esses musculos realizam a elevac;ao das bordas supero-anteriores da

pelve e produzem, portanto, sua extensiio sobre os membros inferiores, isto e, inc1ina9ao para

tras.

2° grupo - musculos antero inferiores (tensor da fascia lala, sanorio, reto femoral,

illaco e adutores): partem do segmento anterior da pelve, rumo aos membros inferiores; em

seus trajetos estao sempre apoiados sobre estruturas osseas. Com os membros inferiores fixos,

abaixam as bordas anteriores da pe\ve, produzindo sua flexao, islo e, inclinando-a para frente.

3° grupo - musculos postero inferiores: sao os isquiotibiais e gluteos maximos que vao

da tuberosidade isquiitica e face posterior da pelve para 0 membro inferior, sao tarnbem

apoiados sobre 0 esqueleto em todo 0 seu trajeto e realizam a extensao da pelve, isto e. sua

inclinac;iio para wis.

Page 16: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

4° grupo - musculos p6stero superiores: sao 0 grande dorsal e 0 quadrado lombar;

inserem-se na pon;ao posterior das cristas iliacas vindo do umero, das ultimas costelas e das

vertebras. Embora nao completamente apoiados sobre pianos solidas, sao refor~ados por

espessa camada fibrosa e por isso sofrem menos 0 efeilO da pressao intra-abdominal. Elevam

as bordas posteriores, pOJtanlo fletem a pelve, ou seja, a inclinam para frente.

Con vern citarmos separadamente os musculos gluteos medios (refor~ados pelos

gluteos minimos), que nao tern a~ao na flexoextensao da pelve, pois que se inserem nas suas

faces laterais, realizando movimentos de inclina~ao por ocasiao do apoio unipodal na marcha

Na movimenta~ao habitual, os membros inferiores estao apoiados sobre 0 solo, e 0

t6rax esta praticamente fixo pela coluna vertebral ereta; portanto e a pelve que deve se

movimentar para manter 0 equilibrio entre as pon;:oes superior e inferior do tronco. Os

musculos destes quatro grupos sao encarregados de realizar os movimentos necessarios para a

manuten~ao desse equilibrio. Desses musculos, apenas os do primeiro grupo passarn em ponte

entre as inseryoes extremas, ficando, assim, expostos as pressoes do conteudo abdominal; eles

devem, portanto, manter urn tono elevado para cumprir sua fim~ao estatica e ainda suportar a

pressao intra-abdominal. Mas, em eventuais situa~oes criticas na vida dos individuos que

causem diminui~ao generalizada do tonus muscular, e a musculatura abdominal que cede

primeiro, em virtude das caracteristicas anatomicas apontadas. Assim se explica 0 fato de ser

mais freqiiente 0 desvio da pelve em flexilo, pelo afrouxamento dos musculos abdorninais,

provocando a hiperlordose lombar.

Urn outro importante clemento de aumento da flexao da pelve (e, consequenternente,

da lordose lombar) e a lendencia normal de fazermos baixar 0 centro de gravidade do corpo

para facilitar 0 seu equilibrio; assim, a cabc~a e projetada para frente, aumenta a cifose

ton'l.cica, 0 abdomen se torna protuso pela hiperlordose lombar, e os joelhos se projetam para

Page 17: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

tnis, em hiperextensao. Finalmente, tarnbern, os arcos plantares se abaixam e tudo isso leva a

um «achalamento" do individuo, que e urna posi~ao romoda e confortiwel porque suprime 0

esfon;:o postural de alguns mllsculos, passando a exigir mais das capsulas e ligamentos; estes

agindo mais pela sua resistencia passiva, sao rna is economicos ao organismo. Entretanto, essa

posi~ao de "achatamento" e mais confortavel e comoda somente durante urn cerlo tempo,

porque diminui a mobilidade e sobrecarrega as cartilagens articulares; leva com 0 tempo, a

situa~ao de desconforto e abre caminho para a art rose.

A musculatura paravertebral e formada por grande numero de musculos

anatomicamente individualizados, ela funciona de maneira coordenada, podendo, para fins

praticos, ser considerada em conjunto. Esses musculos realizam a extensao (lordose),

inclina~6es laterais e rota96es. Como os musculos anteriores da coluna lornbar (psoas e

diafragma) sao tambcm lordosantes, verificarnos que nao existem musculos flexores

(cifosantes) com inser~ao na coluna lombar. Isso faz ressaltar a imponancia da pelve na

corre~ao da hiperlordose iombar, a qual 56 se consegue atraves dos rnovimentos da pelve~

alem disso, as mas posturas sao sempre em hiperlordose.

o diafragrna e urn musculo muito irnportante para a postura, embora nem sempre e

lembrado pelos autores como tal. A inser~ao de seus pilares na face anterior das primeiras

vertebras lombares indica sua fi.lJ1~ao lordosante; portanto, na hiperlordose lombar, seus

pilares estarao retraidos e a inspira~ao profunda sent menos eficiente, pela menor descida do

centro frenico.

Page 18: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

Como a descida do diafragma comprime as visceras abdominais, e estas empurram os

musculos da parede para frente, estes ultimos precisam estar frouxos. No entanto, a inspira9ao

profunda exige a fixa9ao da coluna lombar, que e ponto de apoio dos pilares, e isto se realiza

pela contra<;ao dos musculos cifosantes, que sao os abdominais e os postero inferiores

(gluteos nuixirnos e isquiotibiais). Para se realizar, entao, a respira<;ao chamada «abdominal",

que e de grande importancia para a corre9ao da rna postura, e necessario urn aprendizado que

consiste na dissociayao dos movirnentos de contrayao do diafragma e relaxarnento dos

abdominais.

Page 19: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

2. MATERIAL E METODO

o metoda de procedimento desta pesquisa roi atraves do estudo de urn casa cHnico,

com tipo de arnostragem intencional, sendo a linha de pesquisa experimental com metoda de

abordagem hipotetico indutivo.

A paciente desla pesquisa e do sexo feminino, portadora de sindrome de Down com

grau leve de deficiencia, tendo 17 anos de idade e praticante de nata~a:o.

Esta pesquisa foi realizada, em 20 atendimentos duas vezes por semana, durante dais

meses, corn durac;ao de 45 minutos, na piscina da Associac;ao de Pais e Amigos dos

Excepcionais (APAE) da cidade de Porto Amazonas. A piscina possui 0 tamanho de 04x10m;

1,30 de profundidade, 310 de temperatura. Esta piscina possui uma escada fixa, com barras

tambem fixas ao redor da piscina. E como material utilizamos: caneleiras, aquatubes, bastao,

beia e prancha.

o roteiro do protocolo de exercicios realizados nesta pesquisa foi:

• 5' de caminhada ao redor da piscina,utilizando bastao para realizar exercicios de

nexo-extensao e inclina~ao lateral de membros superiores e rota~ao de troneo;

• 5' de nado costas, 0 quaJ foi adaptado~

• exercicios de bascula da pelve,iniciamos com 2 series de 10 repeti~6es; a partir da

OS3sessao aumentamos para 3 series de IS repeti~5es e na 15u sessao aumentamos

para 4 series de 20 repeti~6es;

• fortalecimento dos musculos abdominais utilizando aquatube (em Ires deeubitos:

dorsal, lateral direito e esquerdo), iniciamos com 2 series de 10 repeti~oes em cada

Page 20: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

decubito e a partir da I<f sessao aumentamos para 3 series de 15 repetiltoes em

cada decubito. Nestes exercicios os aquatubes eram colocados : urn em regiao

axilar e outro em regiao poplitea;

• fortalecimento dos musculos paravertebrais com prancha em decubito ventral com

a cabelta mergulhada, atraves do exercicio de deslizamento com ondulaltao

("minhoquinha"), tendo a prancha segura pelas maos, 10 vezes ida e volta no

comprimento da piscina;

• fortalecimento dos musculos flexores do quadril utilizando caneleiras e aquatubes,

em pe utilizando caneleiras, 2 series de 10 repetiltoes de flexo-extensao de quadril

e joelho e apcs a J(}' sessao aumentamos para 3 series de IS repetiltoes. Para

fortalecer flexores com aquatube, a paciente ticava em decubito ventral com a

cabeya fora da agua, pes em dorsiflexao, fazendo flexo-extenao de quadril e joeJho,

altemando 0 movimento dos membros inferiores. 0 membro inferior que fica em

extensao pennanece em contrayao isometrica. OBS: Todos os exercicios de

fortalecimento foram realizados bilateralmente~

• 5' deambulando denlro da agua com orientayao postural geral e respirat6ria~ a

orientacao postural foi geral, desde postura de cabeca (olhando no horizonte),

ombros para tnls, contrayao abdominal (forcando a posiltao neutra da pelve,

evitando a anteroversao de pelve e a hiperlordose lornbar). A orientaltao da

respiracao fora direcionada para 0 trabalho do musculo diafragma, e fora realizada

intercalando com a contracao abdominal ( inspiracao nasal, desce 0 diafragma e

"enche"a barriga, expira oralmente e contrai museulos abdominais);

• alongamento dos membros inferiores, membros superiores, regioes anterior e

posterior do tronco, regiao cervical. Os exercicios de alongamento foram

Page 21: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

realizados bilateralmente, 3 series em cada exercicio sustentando 0 alongamento

por 40 segundos. as membros inferiores foram alongados da seguinte forma

"'segurando com as duas maos na barra e os dois pes apoiados na parede da piscina

com extensao de joelhos, os membros inferiores encostados e as articula96es coxo

femorais em 90°; *0 mesmo exercicio, porem com os membros inferiores

afastados. "'Agora em pe, da-se urn passo a frente com urn mernbro inferior e

flexiona 0 joelho, rnantendo 0 joelho do outro membro estendido, pressiona 0

quadril do joelho estendido para frente enquanto manH~m 0 tronco ereta. "'Em pe

segurando na barra da piscina, flexiona urn joelhopara tras e segura 0 tomozelo

com a mao do mesmo lado, puxa 0 tornoze!o parafora ern dire9aO ao gluteo. a

membro inferior de sustentayiio pennanece com 0 joelho semi-fletido. as membros

superiores alongamos da seguinte forma *segurando as maos atris do corpo,

gentilmente eleva as maos unidas para cima sem flexionar 0 tronco, quadril ou

cotove!os, joelhos ficam semi-fletidos e os pes afastados. "'Segurando as maos

unidas a frente do corpo, gentilmente eleva os brac;os com as maos undas 0 mais

para cima possivel, sem arquear as costas ou flexionar os cotovelos, os pes estao

afastados e os joelhos semi-fletidos.A regiao cervical alongamos assim : *levando

o queixo em dire9ao ao peito, mantendo a regiao tonicica ereta, as maos estao

postas atnts da cabec;a para forc;ar 0 alongamento. '"Alcan9ando 0 topo da cabec;a

com 0 brac;o esquerdo, colocando 0 dedo medio esquerdo acima da orelha direita, a

mao direita esta atras das costas, gentilmente puxa a cabe9a em dire9ao ao ombro

esquerdo, olhando direlamente para £Tente. Para alongar tronco fizemos 0 seguinte

: *segurando-se verticalmente em uma boia, traz os dois joelhos em direC;ao ao

peilo e segura atras dos mesmos com as maos, flexiona a coluna para frente. "'Em

Page 22: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

pe, com as membros inferiores unidos, os bravos a lateral e as costas contra a

parede da piscina, eleva urn joelho e agarra-o abaixo do rnesmo com as duas maos,

puxa-o em direQao ao peito, mantendo a perna oposta est end ida.

dissocia~ao das cinturas pelvica e escapular com beia. Para dissociar apelve, a b6ia

foi colocada em regiao axilar e a paciente foi conduzida para a dissocia~ao

inicialmente por membros inferiores e apes per membros superiores. Para dissociar

cintura escapular, a b6ia foi colocada na cintura da paciente e a paciente roi

conduzida a alcan~ar 0 objetivo da djssocia~ao escapular.

Page 23: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

3. APRESENTACAO DE DAD OS

Para a realiza~ao desta pesquisa, fizemos inicialmente urna avaliacao postural e urna

avaliac;:ao aquatica e apos 0 termino do 200 atendimento, themos urna avaliac;:ao postural final

que sent confrontada com a inicial para se tef 0 resultado, baseando-se na escala ana logo

visual.

SEGMENTOS AV. POSTURAL AV. POSTURAL AQUISICOES

OBSERVADOS INICIAL FINAL

VISTA ANTERIOR

CABECA ALlNHADA ALlNHADA ·OMBROS ALlNHADOS ALINHADOS *MAMILOS ALINHADOS ALINHADOS ·TRIANG.DE IGUAlS IGUAIS ·

TALLES

C.lAS. ALINHADAS ALlNHADAS ·JOELHOS VALGOS VALGOS ·

MALEOLOS ALINHADOS ALINHADOS ·PES ALINHADOS ALlNHADOS ·

Page 24: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

SEGMENTOS AV. POSTURAL AV. POSTURAL AQUlSl<;:OES.

OBSERVADOS INICIAL FINAL

VISTA POSTERIOR

CABE<;:A ALlNHADA ALlNHADA *OMBROS ALINHADOS ALlNHADOS *MAMfLOS ALINHADOS ALfNHADOS *

"".DE TALLES IGUAIS IGUAIS *

CIAS. ALINHADAS ALINHADAS *JOELHOS VALGOS VALGOS *

MALEOLOS ALINHADOS ALlNHADOS *PES ALINHADOS ALINHADOS *

Page 25: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

SEGMENTOS AV. POSTURAL AV. POSTURAL AQUlSI<;:OES.

OBSERVADOS INICIAL FINAL

VISTA LATERAL DlREITA

CABE<;:A PROTUSA PROTUSA I

OMBROS PROTUSOS PROTUSOS 2

LORD. CERV. AUMENTADA AUMENTADA 2

CIF. TORAC. AUMENTADA AUMENTADA 3

LORD. LOMB. AUMENTADA NORMAL 5

ABDOMEN PROTUSO NORMAL 4

PELVE ANTEROVERT NEUTRA 5

JOELHOS HJPEREXTEND. HIPEREXTEND. 2

PES PLANOS PLANOS .

Page 26: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

SEGMENTOS AV. POSTURAL AV. POSTURAL AQUISICOES

OBSERVADOS INICIAL FINAL

VISTA LATERAL ESQUERDA

CABECA PROTUSA PROTUSA I

OMBROS PROTUSOS PROTUSOS 2

LORD. CERV. AUMENTADA AUMENTADA 2

CIF. TORAC. AUMENTADA AUMENTADA 3

LORD. LOMB. AUMENT ADA NORMAL 5

ABDOMEN PROTUSO NORMAL 4

PELVE ANTEROVERT. NEUTRA 5

JOELHOS HIPEREXTEND. HIPEREXTEND. 2

PES PLANOS PLANOS .

Legenda:

* = sem aitera90es

1 = nao obteve melhora

2 = obteve melhora com estimulo verbal, sem manutenQao da postura correta

3 = obteve melhora com estimulo verbal, com manuten9ao da postura correta

por urn certa periodo de tempo (aproximadamente 10 minutos).

4 = obteve melhora sem estimulo verbal, corn manuten9ao da postura correta

pDf urn lango periodo de tempo (durante todo 0 atendimento).

5 = obteve melhora sem estirnulo verbal com manutem;:ao da postura correta

tambem em periodos fora do atendimento fisiotenipico.

Page 27: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

08S: Os valores mencionados dizem respeito a evolw:;ao da paciente apcs 0 termino da 2an

sessao, onde confrontamos as avalia~oes posturais inicial e final.

Em anexo segue a avalia9ao aquiltica inicial, a qual s6 foi realizada para saber qual 0

dominio do meio liquido da paciente.

Page 28: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

4. INTERPRETACAO DOS RESULTADOS

Os resultados aqui descritos, mensurados na escala analoga visual, foram obtidos

atraves da comparac;ao entre as avalia(\:oes posturais inicial e fmaL

Os segmentos do corpo, cabeya, om bros e lordose cervical nao obtiveram melhora

significativa pais, nosse trabalho estava direcionado ao realinhamento pelvico, e as aquisic;5es

nestes segment os aconteceram par conseqOencia ao realinharnento. A hipercifose tonicica

obteve melhora a nivel de consciencia corporal, mesmo este segmento nao tendo side

estimulado diretamente, ou seja. a paciente era estimulada verbal mente para a correyao da

hipercifose, a mesma correspondia com 0 estimulo mantendo a postura correta durante urn

curto periodo de tempo, onde em seguida esquecia e relaxava, retornando it hipercifose la a

hiperlordose lombar, a protusao abdominal e a anteroversao pelvica, principais segmentos

trabalhados nesta pesquisa, obtiveram os seguintes resultados na protusao abdominal

obtivemos um resuhado expressivo, pois nao era necessario 0 estimulo verbal ja que durante 0

atendimento a paciente permanecia em postura abdominal correta. A anteroversao pelvica e a

hiperJordose lombar foram nosso melhor resultado, pois a paciente assimilou 0 trabalho

realizado de reajuste postural da cintura pelvica e permanecia na POSiy80 pelvica correta nao

56 durante 0 atendimento como tambem ern suas atividades diarias. Acredita-se que este

result ado IOrnaria-se mais positivo com urn trabalho associado de fisioterapia em solo, ou com

a manutenyao de uma atividade fisica regular, ja que durante 0 periodo da pesquisa a paciente

deixou de praticar a natayao a pedido dos familiares.

Page 29: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

5. CONCLUSAO

Baseando-se na comparayao entre as avaliayoes posturais inicial e final, pudemos

concluir que 0 resultado nao foi tao satisfat6rio quanta 0 almejado, parem conseguimos uma

conscientizayao do alinhamento corporal voluntaria, bern como melhora da protusao

abdominal, sem estimulo verbal em curto periodo de tempo e melhora postural consciente da

hiperlordose lombar e da atitude em anteroversao pe\vica, 0 que demonstrou uma aquisiyao de

consciencia corporal nestes segmentos do corpo

Em nossa pesquisa algumas aquisiyoes nao foram totalmente alcam;adas, em

decorn!ncia de variaveis intervenientes como: assiduidade, obesidade, numero insuficiente de

atendimentos, e lambem pela propria caracteristica da sindrome de Down, a hipotonia.

Sugerimos que sejarn feitas outras pesquisas com grupo controle mai~r, ou ate rnesmo

dois grupos controles, urn com sindrome e outro sem, porem ambos com os mesmos

problemas posturais, onde trabalhasse a mesma teenica para ver qual a influencia da hipotonia

na demora da aquisi~ao do realinhamento postural.

Associada it. Fisioterapia, a pnitica de uma atividade de carater esportivo com devida

orienta~ao do fisioterapeuta e recomendavel, pois estirnula, tarnhem, a integra~ao social,

seguimento de limites e motivayao.

Page 30: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

ANEXOS

1. AVALIACAO AQuATICA INICIAL:

A paciente desta pesquisa pratica natac;:ao regularmente ha tres anos, devido a ista ela e

bern ambientalizada, domina 0 meio Iiquido.

AVALIACAO:

*13. teve algum cantata com a agua?

Sim, pratica natat;ao ha tres anos.

*Aceila presenc;:a de agua nos orificios?

Sim. Parern, por onenta9ao de urn otorrinolaringologista faz usc de tampao de

silicone nos ouvidos.

*Estahelece comunicacao?

Sim.

*FJutua sozinha?

Sim.

*Faz rota90es sem auxilio?

Sim

*Domina entrada e saida da piscina?

Sim.

*Locomove-se na agua?

Sim.

Page 31: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

*Tem cant role respiratorio e habilidade de imersao?

Sim.

·Como e seu equilibrio?

Deficitario.

*Desliza?

Sim.

·Utiliza a corpo como propulsor?

Sim.

·Faz saltos?

Sim

*Executa 0 dominic de um nado?

Sim.

Page 32: CRlSTIANBAZ DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/DESENVOLVIMENTO-1.pdf · Obteve-se como resultado desta pesquisa uma conscientizayao, por parte

BIBLlOGRAFlA

1. BATES, Andrea; HANSON, Norm. Exercicios Aquaticos Terapeuticos. Sao Paulo. Ed.

Manole. 1998

2. BOLLE~ G. Compendia di Psichiatria dell'etit evolutiva. Rama. Ed. Bulzoni. 1980.

3. CAMPION, Margaret Reid. Hidroterapia, Principios e Pniticas. Sao Paulo.

Ed. Manole. 2000.

4. DANIELSKI, Vanderlei. Sind rome de Down. Sao Paulo. Ed. Ave Maria. 1999.

ERICKSEN, Oscar. Apontamentos de Sala de Aula do Curso de Pos

Gradu3(,'ao de FJidrocinesioterapia. Disciplina de Natac;ao e Biomecanica Aplicada

it Fisiolerapill. Curitiba. 1998.

6. MASTRANGELO, G. Manuale di Neuropschiatria Infantile. Roma.JI

Pensiero Scientifico. 1982.

7. SCHWARTZMAN, Jose Salomao e col.. Sind rome de Down. Sao Paulo.

Ed. Mackenzie. 1999.

8. TUREK, Samuel L. Orlopedia, Principios e sua Aplicac;ao. 4' Ed. Sao Paulo.

Ed. Manole. 1991.