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CuritibaMarçoSão PauloAgosto - setembroRio de JaneiroSetembro - outubro2009

Caixa Econômica FederalVestígio Produções

Letra e Imagem Impressio Editora

apresenta

SAC CAIXA0800 726 01010800 726 2492 (atendimento a deficientes auditivos)

Ouvidoria0800 725 7474

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sumário

introdução 16

o cartaz cubano 22

biografias 28

índice de ilustrações 84

notas 89

bibliografia 93

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A beleza é a única coisa contra a qual aforça do tempo é vã. As filosofias se

desmancham como areia, as crenças sucedem-se uma após a outra, mas

o que é belo é uma alegria paraqualquer época, e é algo que pertence

à toda a humanidade para sempre.

Oscar Wilde

Ao Prof. Wolney Lessa Redon In Memoriam

Ao cinqüentenário do Instituto Cubano deArte e Indústria Cinematográfica (ICAIC)

À pesquisadora e especialista em cartazes cubanos de cinema Sara Vega Miche,

pela colaboração na realização desta mostra.

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apresentação

O grande tropel do uso da infografia no design gráfico, principalmente a partir dos anos 80, transformou radicalmente a relação entre o criador e seu objeto gráfico, seja uma capa de livro, um logotipo, um folheto ou mesmo uma ilustração.

Diante desta realidade que é irreversível, sobretudo pelas grandes possibilidades expressivas que a computação gráfica disponibiliza à criação do designer, esta mostra de cartazes cubanos é bastante oportuna. Malgrado o culto tecnicista de nossos dias e sua padronização estética na área do design, ela nos revela a retomada de uma autêntica linguagem do cartaz, tendo como instrumental básico o artesanal e a reprodução em serigrafia.

Vendo esta sucessão de cartazes, constatamos o surgimento de um significado original, cultural e socialmente verdadeiro para o termo impressão digital. Aqui, a palavra digital expressa o resgate da eterna necessidade do ofício na arte, a perenidade do desenho; enfim, a mão do artista como testemunha de sua individualidade e, ao mesmo tempo, universalidade.

Assim são os cartazes cubanos: sem dogmatismos, profundamente identificados com a sua cultura, com o seu modo de fazer e ser, apesar da influência dos cartazistas húngaros, poloneses e tchecos, enfim, do grafismo do leste europeu que serviu de referência e aprendizado na formação da chamada escola cubana de cartazes.

O processo de reprodução destes cartazes em serigrafia criou não somente um modo cubano de cartaz — eles remontam à própria história desta linguagem. Seria impossível pensar na revolução ocorrida com a arte do cartaz em meados do século XIX sem o concurso da litogravura. Naquela época, os artistas se livraram da tirania da reprodução xilográfica, por exemplo, que artisticamente os limitava, e passaram a desenhar diretamente na pedra litográfica.

É necessário fazer este paralelismo, até pelas questões econômicas de Cuba, sem contudo negar que o elemento básico e fundamental foi o talento individual de artistas como Azcuy, Bachs, Dimas, Reboiro, Ñiko, entre outros nomes que estão presentes nesta exposição.

O grande ensinamento que estes cartazes nos passam, principalmente aos jovens designers, é o de que não há o decantado prodígio tecnológico —

Bachs. Maravilha com Tranças Largas, 1977. Filme soviético. Direção: Victor Titov

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da litografia do século XIX aos meandros da imagem virtual — se não houver o talento do artista, sua capacidade de representação figurativa. É justamente essa riqueza gráfica, este virtuosismo do desenho e da idéia que nos encantam nestes cartazes.

No Brasil, temos uma antiga lei que protege o cartaz nacional estabelecendo que para todo filme estrangeiro que chegasse ao país teria que ser feito um novo cartaz, criado por artista brasileiro. Só que esta lei não é cumprida. É desnecessário dizer o campo de trabalho que ela descortinaria para os designers, fotógrafos e ilustradores.

Ao reverenciar esta exposição, presto uma pessoal homenagem ao meu querido e saudoso amigo Wolney Redon — grande designer, extraordinário pedagogo e inigualável professor de Desenho-Tipográfico no curso de Desenho Industrial da UFRJ — precocemente falecido.

Em 1992, Wolney foi convidado para ir a Cuba e trouxe, com grande idealismo e esforço físico, uma preciosa coleção de cartazes. Acredito que seja a maior que possuímos em mãos particulares. Era seu sonho fazer esta exposição, que somente agora se realiza. Mas sempre é tempo para aqueles que se dedicam e refletem sobre os caminhos do nosso design gráfico. Acredito que o grande público se interessará por estes cartazes que nos ensinam lições de arte e vida, por meio da força da simplicidade, criatividade, identidade e honestidade cultural.

Rui de Oliveira*Designer e ilustradorProf. do Curso de Desenho Industrial da UFRJ Escola de Belas Artes

Bachs. Ilustração dedicada ao prof. Wolney Lessa Redon, 1992

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prefácio

O triunfo da Revolução em 1959 originou profundas mudanças políticas, econômicas e sociais na história de Cuba. Em março desse mesmo ano se instituiu a primeira lei no campo da cultura que possibilitou a fundação do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC). Com o surgimento dessa instituição manifestou-se a vontade de desenvolver um novo cinema a partir de outros pressupostos formais e conceituais diferentes de toda a produção realizada anteriormente. Além disso, foi concebida uma ampla política de exibição tanto do cinema nacional como do estrangeiro que possibilitara a formação gradual de um espectador mais culto.

Com o nascimento do novo cinema cubano e ante a necessidade de promover um maior volume de filmes, um grupo de designers — muitos dos quais provinham de agências de publicidade — começaram a realizar cartazes em solicitação das autoridades do ICAIC. Com inteligência, paixão e eficácia se apropriaram do melhor da arte contemporânea, especialmente o pop norte-americano, a Op Art e a arte cinética assim como de certos códigos da tendência psicodélica européia. Assimilaram influências do cartaz tcheco, polonês e japonês e fizeram uso de tudo o que encontraram ao seu alcance para conceber e lograr, em curto espaço de tempo, um reconhecimento nacional e internacional que significou uma verdadeira revolução nas artes visuais cubanas.

Já no final da década de 1960, os cartazes de filmes cubanos e estrangeiros com a marca de Alfredo Rostgaard, Eduardo Muñoz Bachs, Rafael Morante, Antonio Fernández Reboiro, René Azcuy e Antonio Pérez (Ñiko), entre outros, eram expostos em salões internacionais onde alcançaram importantes prêmios. Contudo seu maior mérito constituiu, sem dúvida, a transformação da cultura visual no país e da sensibilidade do público cubano que aceitou e desfrutou estas novas propostas diferentes ao realizado até aquele momento.

Debaixo deste signo inovador e transcendente, os designers desafiaram a imaginação e o gosto do público ao alterar conscientemente a comunicação visual convencional. Esta ruptura não abarcou somente a utilização de novos códigos, mas também a composição no espaço bidimensional. Modificaram a localização e a tipografia nos textos, incorporaram a técnica do papel recortado, abandonaram o recurso tradicional dos fotogramas e o desenho realista de rostos e cenas dos filmes. Por último, eliminaram as frases comerciais dentro do cartaz, limitando a informação para o público essencialmente ao título do filme e à ficha técnica mais importante.

Azcuy. Um Ramo de Flores e uma Bandeira, 1981. Documentário cubano. Direção: Luis Felipe Bernaza

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Os cartazes do ICAIC, como foram e são conhecidos, contribuíram com excelentes designs sobre a base de uma técnica absolutamente artesanal: a serigrafia, alcançando com ela uma grande riqueza formal e de cores, e mais especialmente de texturas. Mesmo os designers trabalhando com enormes carências materiais, estas significaram um desafio que foi sempre assumido com um grande sentido da realidade dependente, sobretudo, da disponibilidade de recursos que dispunham. Os impressores se viram obrigados a trabalhar com papéis e cartolinas de baixa qualidade, inclusive imprimir em folhas de papel tipo jornal, para solucionar as dificuldades que se apresentavam dia-a-dia.

Esta nova gráfica abandonou rapidamente o grande formato usado nos primeiros cinqüenta anos do século XX pela cartazística cubana para assumir a reprodução de cartazes em um tamanho menor: 51 x 76 centímetros. Para lograr uma maior aproximação com o público, os cartazes foram colocados não só nas fachadas e saguões dos cinemas, mas também em parques, praças e ruas mediante estruturas metálicas cobertas por uma cúpula de onde se alocavam oito cartazes que podiam ser observados de qualquer perspectiva urbana.

Também os grandes painéis publicitários existentes na cidade, que até 1959 eram utilizados para fins puramente comerciais, se converteram em suportes do novo design gráfico cinematográfico. Assim, as cidades enobreceram-se com uma beleza diferente à vista de todos os cidadãos.

O valor e a hierarquia cultural outorgados ao cartaz de cinema mudaram adiante, pois independentemente do filme promovido, o público começou a admirar os cartazes e a conservá-los por seu intrínseco valor artístico: os cartazes do ICAIC foram qualificados como obras de arte e passaram a ocupar os espaços de lares e escritórios.

Após uma frutífera década de 1960, no fim dos 70 promoveu-se uma exposição de grande porte intitulada 1000 Cartazes Cubanos de Cinema. Ela foi realizada no Museo Nacional de Bellas Artes de Havana, em decorrência do vigésimo aniversário da fundação do ICAIC e como homenagem a Saúl Yelín, principal gestor da gráfica cinematográfica, falecido alguns anos antes. Um imenso volume de obras posto à disposição do público cubano permitiu apreciar novamente o impacto gráfico e a eficácia comunicativa lograda pelos cartazes cubanos em quase 20 anos de trabalho subsidiado. Essa ampla seleção de cartazes demonstrou a transcendência alcançada em tão pouco tempo pelo design gráfico como veículo de difusão e portador de novos valores estéticos. Encerrava-se assim o período de máximo esplendor no design gráfico para o cinema, o qual foi motivo de debate e reflexão no meio intelectual cubano e de notável promoção no exterior.

Nas décadas seguintes, os anos 80 e 90, e devido à crise econômica que atravessava o país, a exibição de filmes de outros países decresceu e a

produção de filmes cubanos foi diminuída. Isto repercutiu, sem dúvida, em uma menor quantidade de cartazes do ICAIC.

No entanto, já nos anos 90 começou a observar-se uma lenta recuperação na produção cinematográfica nacional e, paralelamente, o surgimento de uma nova geração de criadores gráficos formados fundamentalmente pelo Instituto Superior de Diseño de Havana. Estes jovens designers atualmente realizam uma gráfica a partir de novas referências visuais e da utilização de técnicas vinculadas à computação. Têm aceito o desafio da impressão serigráfica de suas obras como modo de dar continuidade à importante tradição alcançada.

A presença deste novo design permitirá manter viva a imagem do cartaz cinematográfico cubano no rico espectro da cultura cubana contemporânea.

Sara Vega Miche**Havana, janeiro 2009

Ñiko. A Odisséia de General José, 1969. Filme cubano. Direção Jorge Fraga

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introdução

O cartaz não deve limitar o seu papel à comunicação entre o produtor e o consumidor;

ele deve contribuir também para o desenvolvimento de uma sensibilidade estética e cultural na consciência

e percepção dos indivíduos contemporâneos.

Josef Müller Brockmann

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A forma do cartaz

Desde tempos remotos, a forma mais comum do homem se comunicar com seus pares é através das palavras e das imagens. Na utilização da palavra, é necessário que haja um código comum — a língua — para que a troca de informações seja estabelecida. Já a imagem fala por si só. Salvo diferenças de ordem cultural, sua principal característica é a universalidade. Daí sua importância para a comunicação visual.

O cartaz — objeto dessa exposição — reside justamente na articulação do binômio imagem-texto. Nele, o elemento principal representado pela imagem tem o objetivo primeiro de “capturar” o olhar do espectador, a partir da exacerbação das características plásticas que envolvem a sua visualidade. Já o outro componente — o texto — é secundário; ele reforça a informação, ampliando-a. O perfeito equilíbrio entre esses dois elementos resulta no que chamamos de “arte do cartaz”.

Sua função e seus gêneros

A principal função do cartaz é transmitir uma mensagem de maneira atrativa. Ele constitui, essencialmente, um veículo de comunicação de massa, uma vez que a reprodução em série e sua posterior afixação em locais públicos permitem a ampla repercussão daquilo que se quer propagar.

Quanto à motivação, o cartaz está inserido em dois sistemas distintos: o circuito sócio-econômico de venda; e a comunicação de mensagens entre um organismo e a massa. De acordo com estes destinos, são classificados, respectivamente, como cartaz publicitário e cartaz de propaganda. O primeiro tinha originariamente por objetivo, divulgar um dado produto, alardeando suas qualidades, local de venda e preço. Hoje, pretende sobretudo criar o desejo de aquisição. O cartaz de propaganda, por outro lado, possui basicamente o papel de transmissor de mensagens: atua como difusor de idéias ou faz levar a público a realização de um determinado evento cultural. Seu principal objetivo é a informação.

Bachs. ICAIC 16, 1975. Cartaz para o Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC)

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Pioneiros do cartaz moderno

Antes da invenção da litografia, os cartazes eram quase sempre monocromáticos e impressos através de xilogravura ou de gravura em metal. O progresso técnico na impressão de imagens obtido através da litografia (1798) pelo alemão Aloys Senefelder criou o contexto ideal para o surgimento do cartaz moderno, uma vez que viabilizou a reprodução de peças gráficas em escala industrial a um baixo custo. Apesar disso, ainda procurava-se ajustar o texto à ilustração, pois não se tinha àquela época uma completa integração entre ambos. Isso veio a ocorrer algumas décadas depois, a partir do avanço alcançado pela própria litografia. Esse desenvolvimento “(…) permitiu aos artistas imprimir grandes áreas uniformes, utilizar cores e desenhar suas próprias letras. Antes de seu surgimento, a composição do texto estava restrita a uma pequena variedade de tipos já prontos”.1 Estas inovações ampliaram o espectro de possibilidades criativas para a comunicação visual da época.

O cartaz, tal qual o concebemos hoje, surgiu na segunda metade do século XIX, mais precisamente em 1858, com Jules Chéret. Seu primeiro trabalho de design impresso em cores a partir do processo litográfico foi para a ópera Orphée aux Enfers. Ao começar a produzir cartazes litográficos coloridos em sua própria prensa em 1866, Chéret estabelece uma virada decisiva no design de cartazes. Influenciado pelas pinturas de Rubens e Watteau, suas realizações residem nas seguintes características: interdependência dos meios plásticos que constituíam suas composições, o que favorece a percepção de uma pregnância da forma na configuração; dinâmica linear; simplicidade do desenho; emprego de cores em superficies generosas, sem modulações ou efeitos de sombra; e concisão tipográfica. O artista francês conseguiu, assim, integrar produção artística e industrial, elevando a litografia à forma de arte. É pela inovação e qualidade gráfica de suas criações que atribui-se a ele, a paternidade do cartaz moderno.

A relação de Chéret com o cinema aconteceu em 1890, quando da elaboração de uma litografia para o programa de uma pequena projeção de imagens em movimento, chamada Projections Artistiques. A obra mostrava uma jovem mulher carregando um anúncio com os horários das apresentações. Outro trabalho gráfico desenvolvido por ele de grande relevância é o poster Pantomimes Lumineuses: Théâtre Optique (projeções animadas realizadas por Émile Reynaud em salas de teatro), de 1892. Contudo, o primeiro cartaz realizado especificamente para cinema data de dezembro de 1895, quando os irmãos Lumière fizeram a primeira exibição pública do cinematógrafo, no Boulevard des Capucines, em Paris. Escolheram uma peça gráfica de Marcellin Auzolle para chamar a atenção do público. Sua obra é apenas um dos exemplos a partir dos quais constatamos a estreita ligação entre as Belas-Artes e as Artes Aplicadas.

Dentre as personalidades mais representativas da história do cartaz em sua fase preliminar, somam-se a Chéret e a Auzolle: Eugène Grasset, Henri de Toulouse-Lautrec, Alphonse Mucha, Aubrey Beardsley, William Nicholson e James Pryde. Suas realizações abriram um espaço para a criação visual que permitiu aos futuros artistas gráficos a possibilidade de desenvolver obras comparáveis — em termos de qualificação plástica — aos mestres da pintura.

Podemos dizer que nos últimos 200 anos — em decorrência de sua estreita ligação com a arte e dos avanços técnicos obtidos pela impressão —, a comunicação visual teve vários desdobramentos, dentre os quais o cartaz cubano de cinema constitui um valoroso exemplo. Digno representante da tradição artística, acabou por constituir uma escola diferenciada conhecida internacionalmente. Esta é uma rara oportunidade para apreciá-la agora e tirar proveito de seus ensinamentos.

Tônia MatosinhosDesigner e Jornalista

Chéret. Pantomimes Lumineuses – Théâtre Optique, 1892

Auzolle. Cinématographe Lumière, 1895

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o cartaz cubano

O cartaz cubano concretiza, em sua esfera particular e em função de seus propósitos,

um velho sonho, caro a muitos artistas, o de uma ‘arte que tenha origem na rua’. E dela

descendendo, nela se encontre, converse e diga aquilo que deve dizer, reinventando-se

cotidianamente diante de nós.2

Alejo Carpentier

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Até 1959, os cartazes cubanos eram voltados para uma estratégia de caráter capitalista. Com o fim da economia de mercado — após a Revolução — a publicidade não mais se justificava. O cartaz cubano, então, passa a exercer uma função relacionada à propaganda política e cultural. Contudo, antes de ser um elemento de difusão institucional, é um fator de cultura. Livre das restrições impostas pela sociedade de consumo, constitui um campo favorável à atividade criadora dos artistas gráficos.

É importante lembrar que, apesar das dificuldades oriundas do bloqueio econômico, houve a eclosão de uma escola de cartazistas das mais importantes do mundo. Nela, as possibilidades gráficas são exploradas com uma incrível imaginação e desenvoltura, resultando em projetos que associam a imagética pictórica à linguagem da comunicação imediata, essência de um design gráfico eficaz.

Os designers cubanos apresentados nesta exposição têm como referência uma série de paradigmas estilísticos que remontam às gravuras japonesas do final do século XVIII e início do século XIX, ao Art Nouveau, ao Sachplakat (“Pôster-Objeto”) alemão, à estética dos cartazes poloneses, tchecos e húngaros produzidos na segunda metade do século XX, ao Push Pin Studio de Nova York, ao design californiano do final dos anos de 1960 e à Pop Art.

Em Cuba, o órgão governamental produtor de todos os filmes do país e distribuidor dos filmes estrangeiros é o ICAIC – Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica. A promoção de qualquer obra filmográfica também é feita por ele, que se responsabiliza diretamente pela divulgação junto aos meios de comunicação. Sua ação propagandística dos filmes estrangeiros passa necessariamente pela elaboração de um novo cartaz sobre o conteúdo artístico daquilo que será apresentado nos cinemas. A adoção de uma política publicitária como essa abriu uma extensa frente de trabalho para os artistas gráficos e possibilitou o surgimento de uma linguagem visual diversificada e peculiar. Contudo, mesmo ao considerarmos a enorme variedade de estilos, os cartazes realizados pelo Instituto são os que apresentam maior unidade e coerência. Todos são assinados e têm igual formato (51 x 76 cm). São impressos em serigrafia, em pequenas tiragens — em torno de 500 exemplares — de 1 a 30 cores. A produção é abundante, pois cada filme requer um novo cartaz. Para exibí-los, suportes de rua são dispostos em locais de grande circulação urbana.

Ñiko. Morrer Olhando o Mar, 1977. Filme italiano. Direção: Romolo Guerrieri

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Embora conte com artistas de tendências criativas muito distintas, obter uma unidade formal nos cartazes produzidos constitui uma preocupação do ICAIC. Técnica, formato, senso de execução, adequação entre o conteúdo do filme e seu cartaz são alguns dos parâmetros. Apesar desta normatização, existia uma grande liberdade criativa que permitiu a renovação da linguagem do cartaz cubano, criando uma escola original. Há uma grande variedade de aspectos gráficos, que vai do uso de imagens satíricas ao emprego dramático da fotomontagem. Predominam as grandes chapadas de cor, os contornos precisos, o desenho estilizado, o amplo uso de imagens em alto-contraste ou de retículas aparente. Em alguns cartazes, encontramos elementos de acentuado caráter decorativo formal e cromático; em outros, um alto nível de depuração compositiva. Em ambos os casos, a comunicação visual é percebida a partir de uma exacerbação de natureza plástica. Outro aspecto a ser destacado é a construção do lettering (letreiro) segundo uma proposição tipográfica manuscrita, como podemos perceber em algumas obras de Eduardo Muñoz Bachs.

A fim de ilustrar a diversidade de estilos de representação relacionada ao cartaz cubano de cinema, apresentamos nesta exposição os seguintes artistas gráficos: Azcuy, Bachs, Coll, Damián, Dimas, Julio Eloy, Luis Vega, Navarro, Ñiko, Reboiro, Rostgaard e Raúl Martínez.

Adelaida de Juan — autora de Pintura Cubana: Temas y Variaciones, livro que aborda a história da produção gráfica de Cuba — redigiu um artigo na revista Cuba Internacional (Agencia Prensa Latina, 1969) que nos permite compreender com exatidão o espírito que permeia a criação gráfica cubana:

Ao limitar a divisão entre ambos os grupos de pessoas (os que vão a museus e os que não vão) limitaremos igualmente a divisão inerente a idéia que sustenta a existência de duas manifestações plásticas, uma para letrados e outra para ignorantes... Uma pintura de cavalete é instigante tanto para o espectador quanto para o seu pintor... Há, além disso, o conceito de que a pintura é fruto dos anseios do pintor (suas idéias, seus problemas, sua alegria) enquanto que o trabalho gráfico (outdoors, capas de livro, revistas, cartazes) é informação e está conseqüentemente atrelado ao cinema, ao teatro, a ideologias etc...e permanece sujeito a temas alheios ao artista; enfim, é um trabalho executado sob demanda. Adicione-se a isto, o caráter individual da pintura e o trabalho coletivo da produção gráfica...Não há distinção de qualidade entre o trabalho utilitário e o artístico. Quanto mais artístico um trabalho é, mais útil ele se torna. Naturalmente, todo trabalho de arte se enquadra melhor em seus propósitos quando transcende sua função original...

O cartaz cubano de cinema é o motivo maior desta exposição. Ele possui tamanha qualificação plástica que ultrapassa as especificidades inerentes à sua existência. É com o intuito de disponibilizá-la, que a Caixa Cultural nos presenteia com uma amostra desse significativo acervo.

Alexandre GuedesCurador

Tônia MatosinhosDesigner e Jornalista

Azcuy. Não há Rosas sem Fogo, 1976. Filme polonês. Direção: Stanislaw Bareja

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biografias

Um cartaz efetivo contém sempre algo deimponderável, difícil de avaliar e que

constitui a própria essência de um produto criativo — o seu mistério.

Josef Müller Brockmann***

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Azcuy

Azcuy. O Encouraçado Potemkin, 1977. Filme soviético. Direção: Sergei M. Eisenstein

René AzcuyHavana, 1939

Estudou na Academia de Bellas Artes San Alejandro e na Escuela Superior de Artes y Oficios, em Havana. Foi professor de design na Escuela de Arquitectura del Instituto Superior Politécnico José Antonio Echeverría, em Havana. Vinculado ao ICAIC desde sua fundação, realizou mais de 250 cartazes de filmes cubanos e estrangeiros. Sua obra como designer abrange também o desenho de logotipos, cenografia, capas de discos, livros, revistas e folders. Seus cartazes têm participado de inúmeras exposições individuais e coletivas, nacionais e internacionais, onde foi agraciado com o Grande Prêmio Concurso Internacional de Cartazes de Cinema no Festival Internacional Cinematográfico de Paris, França 1975/76, entre outros prêmios; Ostenta a Distinção pela Cultura Nacional. É pesquisador da Benémerita Universidad Autónoma de Puebla e da Universidad Autónoma Metropolitana de Xochimilco. Desde 1992, vive e trabalha no México. Azcuy. Beijos Roubados, 1970.

Filme francês. Direção: François Truffaut

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Azcuy. Alarme no Acampamento de Prisioneiros, 1976. Filme soviético. Direção: Mijail Iuzovski

Azcuy. A Inútil Morte de meu Sócio Manolo, 1990. Filme cubano. Direção: Julio Garcia Espinosa

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Azcuy. Porto Rico, 1975. Filme cubano. Direção: Fernando Pérez e Jesús Díaz

Azcuy. A Armadilha, 1975. Filme polonês. Direção: Andrzej J. Piotrowski

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BachsEduardo Muñoz BachsValencia, 1937 - Havana, 2001

Designer, ilustrador. Autodidata. Na década de 1950 desenhou anúncios para a mais importante cadeia de rádio e televisão de Cuba, a CMQ e também realizou comerciais animados para a TV. Em 1960 começou a trabalhar no Departamento de Desenhos Animados do ICAIC. Criou centenas de cartazes para o Instituto e a Cinemateca de Cuba. Muitas de suas obras integram coleções permanentes em Cuba e no exterior. Recebeu importantes prêmios: Merit Award. International Film Poster Exhibition FILMEXPO, Ottawa, Canadá, (1972); Prêmio Especial no Festival de Cinema de Cannes, França, (1973); 1º Prêmio no concurso de cartazes de cinema, organizado em 1978 por The Hollywood Reporter, Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos. Ostentou a Distinção pela Cultura Nacional e a Medalha Alejo Carpentier. Em 1995 Mayra Vilasís realizou o documentário El cine y yo dedicado à vida e à obra deste designer. Em 2007, vários cartazes e esboços de Bachs participaram de exposição no Museo da Ilustración y la Modernidad (MuVIM) em Valencia.

Bachs. Caminho e Fim de Saturno, 1969. Filme soviético. Direção: Villen Azarov

Bachs. A Espada Maldita, 1969. Filme japonês. Direção: Kihachi Okamoto

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Bachs. Pela Primeira Vez, 1968. Documentário cubano. Direção: Octavio Cortazal

Bachs. Cara a Cara, 1970. Filme brasileiro. Direção: Julio Bressane

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Bachs. Zorro, 1976. Filme ítalo-francês. Direção: Duccio Tessari

Bachs. Contas a Saldar, 1972. Co-produção franco-italiana. Direção: Roger Pigaut

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Bachs. O Chamado da Selva, 1975. Filme inglês. Direção: Ken Annakin

Bachs. A Balada do Deserto, 1973. Filme norte-americano. Direção: Sam Peckinpah

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Bachs. Como Roubar um Milhão, 1973. Filme norte-americano. Direção: William Wyler

Bachs. O zero, 1977. Desenho animado cubano. Direção: Tulio Raggi

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4746

Bachs. Um Marido para Estefânia, 1973. Filme tchecoslovaco. Direção: Jura Herz

Bachs. A Grande Incógnita, 1972. Filme tchecoslovaco. Direção: Pavel Hobl

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Bachs. Antes Tarde do que Nunca, 1987. Documentário cubano. Direção: Enrique Colina

Bachs. Esperando a Carroça, 1986. Filme Argentino. Direção: Alejandro Doria

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Bachs. Jovem de Coração, 1988. Documentário cubano. Direção: Octavio Cortazar

Bachs. Papéis Secundários, 1989. Co-produção Cuba / Espanha. Direção: Orlando Rojas

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52

Néstor CollHavana, 1948

Designer. Estudou na Academia de Bellas Artes San Alejandro. Em 1969 começou a trabalhar como diretor de arte no ICAIC. Desde 1976 trabalha como designer. Tem realizado projetos gráficos para filmes, festivais, homenagens, semanas e eventos cinematográficos, como também ambientações nas salas de cinema, maquetes, logotipos, folders, folhetos, capas de livros, revistas e cercaduras. Além disso, projetou stands para o ICAIC em Cuba e no exterior. Recebeu prêmios em concursos de cartazes, entre eles: 1º Prêmio no Salão Nacional de Propaganda Gráfica 26 de julho, 2006. Realizou exposições individuais em Cuba. Suas obras têm participado de exposições coletivas em Cuba e no exterior.

Coll

Coll. 30º Aniversário do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica, 1989. Cartaz comemorativo

Coll. Mostra de Filmes Restaurados pela Federação Internacional de Arquivos Filmográficos (FIAF), 1990.

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54

Ignacio Damián GonzálezSanta Clara, 1967

Designer. Graduação em pintura pela Escuela Nacional de Arte (ENA), em 1986 e pelo Instituto Superior de Arte (ISA), em 1993. Entre as décadas de 1970 e 1980 trabalhou na ambientação de fachadas e saguões de salas cinematográficas. Tem trabalhado como desenhista e ilustrador. Seus cartazes têm sido expostos em Cuba e no exterior e também incluídos em catálogos e livros sobre os cartazes cubanos de cinema.

Damián

Damián. O Lobo do Mar, 1973. Filme romeno. Direção: Alecu Croitoru

Damián. Dulcima, 1973. Filme inglês. Direção: Frank Nesbitt

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56

Jorge Dimas GonzálezCuba, 1948

Designer. Durante os primeiros anos da década de 1970 formou o grupo de designers do Departamento de Publicidade do ICAIC. Trabalhou para o Instituto Nacional de la Pesca. Realizou cartazes para filmes cubanos e estrangeiros. Trabalhou na ambientação de fachadas e saguões de salas cinematográficas. Seus cartazes têm sido expostos em Cuba e no exterior e têm sido incluídos em catálogos e livros sobre cartazes cubanos de cinema.

Dimas

Dimas. A Ilha do Tesouro, 1973. Filme soviético. Direção: Boris Andreiev

Dimas. Tristana, 1973. Co-produção hispano-franco-italiana.

Direção: Luis Buñuel

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5958

Dimas. Os Noivos do Ano Dois, 1972. Co-produção romeno-franco-italiana. Direção: Jean Paul Rappeneau

Dimas. A Revolução dos Inconformados, 1972. Filme norte-americano. Direção: George Seaton

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60

Julio Eloy. Assuntos do Coração, 1976. Filme soviético. Direção: Azhdar Ibraguimov

Julio Eloy. 11º Aniversário dos CDR, 1971. Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica

Julio EloyJulio Eloy Mesa Las Villas, 1943

Graduado pela Escuela Nacional de Instructores de Arte. Estudou na Academia de Artes Plásticas San Alejandro. Em 1962 começou a trabalhar no departamento de cenografia do ICAIC, onde também realizou mais de cem cartazes para filmes cubanos e estrangeiros. Desenhou cartazes para mostras da Cinemateca de Cuba e de cinema cubano no exterior. Realizou, além disso, cartazes de propaganda política e também para outras instituições culturais. Entre 1987 e 1992, foi diretor artístico da revista Cine Cubano. Tem participado de inúmeras exposições individuais e coletivas em Cuba e no exterior e obtido prêmios nacionais e internacionais: Prêmio no Concurso Internacional de Cartazes de Cinema, Festival de Cannes, França, 1976; Prêmio Concurso de Cartazes de Cinema de Moscou, URSS, 1973; Prêmio no International Film Posters Exhibition, Otawa, Canadá,1972, entre outros. Desde 1991 vive no Texas, Estados Unidos.

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62

Luis Vega de CastroHavana, 1944

Desenhista, pintor, designer. Estudou cerâmica, fotografia, artes plásticas e história da arte em Havana. Sua obra tem participado de exposições individuais e coletivas, entre as quais se destacam as selecionadas para o I Festival International de Cartazes de Cinema, XXVI Festival International de Cinema, em Cannes, França e a VI Bienal Internacional do Cartaz, em Varsóvia, Polônia. Recebeu mais de dez prêmios. Desde 1980 reside em Miami, Estados Unidos.

Luis Vega

Luis Vega. O Transplante, 1973. Co-produção ítalo-espanhola. Direção: Steno

Luis Vega. Porque se Amam, 1973. Filme romeno. Direção: Mihai Iacob

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6564

Luis Vega. Os irmãos Karamazov, 1972. Filme soviético. Direção: Iván Piriev

Luis Vega. O Domínio do Fogo, 1972. Filme soviético. Direção: Daniil Jrabrovitski

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Raúl MartínezCamagüey, 1927 - Havana, 1995

Pintor, designer, fotógrafo. Estudou na Academia de Bellas Artes San Alejandro e no Instituto de Design de Chicago, Estados Unidos. Foi um dos pintores abstratos mais importantes de meados do século XX. Ocasionalmente realizou cartazes de cinema para filmes cubanos. Foi professor de design na Escola de Arquitetura, Universidade de Havana. Realizou murais em edifícios públicos de Havana e desenhou para o teatro. Sua obra tem participado das bienais do México, São Paulo, Veneza e do Salão de Maio, Paris, entre outras. Recebeu o Prêmio Nacional de Artes Plásticas, Cuba, 1995. Foram-lhe outorgadas a Distinção pela Cultura Nacional, 1981; a Medalha Alejo Carpentier, 1983 e a Ordem Félix Varela, 1988. Em 1994 foi nomeado Doutor Honoris Causa pelo ISA, Havana. Três documentários foram dedicados a este artista: Raúl Martínez (1988), Raúl Martínez, un clásico cotidiano (1993), e Él, ustedes, nosotros (2008).

RaúlMartínez

Raúl Martínez. Lucia, 1968. Filme cubano. Direção: Humberto Solas

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68

NavarroMiguel Ángel Navarro1934

Não foram encontrados dados biográficos do artista no Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC).

Navarro. Um Caso de Consciência, 1972. Filme italiano. Direção: Gianni Grimaldi

Navarro. O Massacre de Chicago, 1972. Filme norte-americano. Direção: Roger Corman

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Antonio Pérez González (Ñiko) Havana, 1941

Designer. Graduado em História da Arte pela Universidad de La Habana. Foi membro da equipe de design da Comisión de Orientación Revolucionaria (COR). Tem realizado cartazes políticos, de campanhas e culturais. Em 1968 se vinculou ao ICAIC, onde realizou mais de trezentos cartazes para filmes cubanos e estrangeiros. Sua obra tem sido exposta nas reconhecidas bienais internacionais de Brno, República Tcheca; Florença e Varsóvia. Seus cartazes receberam prêmios em: Filmexpo, Otawa, Canadá, 1972; Festival Internacional de Cannes, França, 1973/74; II Bienal Internacional do Cartaz, México, 1990, entre outros. Recebeu a Distinção pela Cultura Nacional. Trabalha na Escola de Design Gráfico, Faculdade de Arquitetura da Benemérita Universidad Autónoma de Puebla e é professor de Design Gráfico da Escuela Gestalt de Diseño de Xalapa, Veracruz. Desde 1988 reside em Xalapa, México.

Ñiko. Semana do Cinema Sueco, 1975

Ñiko. Antonio das Mortes, 1970. Filme brasileiro. Direção: Glauber Rocha

Ñiko

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7372

Ñiko. Frenesi, 1973. Filme inglês. Direção: Alfred Hitchcock

Ñiko. Gatinha Selvagem, 1969. Filme japonês. Direção: Kenji Yoshida

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7574

Ñiko. Coronel Delmiro Gouveia, 1980. Filme brasileiro. Direção: Geraldo Sarno

Ñiko. Marianela, 1973. Filme espanhol. Direção: Angelino Fons

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7776

Ñiko. Um Trem para a Estação Céu, 1974. Filme tchecoslovaco. Direção: Karel Kachyna

Ñiko. A Última Gargalhada, 1971. Filme alemão. Direção: Friedrich Wilhelm Murnau

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Antonio Fernández Reboiro Camagüey, 1935

Designer e diretor de cinema. Estudou arquitetura e design na Universidad de La Habana. Foi auxiliar do arquiteto Ricardo Porro no projeto e construção da Escuela Nacional de Arte em Havana, Cuba. De 1963 a 1982 trabalhou no ICAIC como designer gráfico e realizou os documentários: Un retablo para Romeo y Julieta (1971) e Edipo Rey (1972). Seus cartazes têm participado de inúmeras exposições em Cuba e no exterior, integrando importantes coleções: The Museum of Modern Art (MOMA), New York, U.S.A; Centre National d’Art et Culture Georges Pompidou, Paris, França. Recebeu o Prêmio Especial por seu cartaz Harakiri, em Colombo, Sri-Lanka. Foi o 1º Prêmio Internacional outorgado à nova gráfica produzida em Cuba depois do triunfo revolucionário. Recebeu, entre outros, o Prix Special, XXVII Festival Internacional de Cinema, Cannes, França. De 1982 a 1987 residiu em Madrid, onde elaborou projetos gráficos como o do Ballet Nacional de España. Desde 1998 reside entre Miami e Madrid.

Reboiro

Reboiro. Overlord, 1977. Filme inglês. Direção: Stuart Cooper

Reboiro. Moby Dick, 1968. Filme norte-americano. Direção: John Huston

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8180

Reboiro. O Monstro em Primeiro Plano, 1973. Co-produção ítalo-francesa. Direção: Marco Bellocchio

Reboiro. Greve, 1976. Filme soviético. Direção: Sergei M. Eisenstein

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Alfredo González RostgaardGuantânamo, 1943 - Havana, 2004

Pintor, designer, desenhista. Graduado pela Escuela Provincial de Artes Plásticas José Joaquín Tejada, Santiago de Cuba. Realizou cartazes para diversas instituições políticas e culturais. Entre 1966 e 1970 colaborou com o ICAIC na criação de cartazes para cinema. Muitos deles têm integrado mostras individuais e coletivas em Cuba e no exterior. Recebeu o Prêmio Especial do Concurso Internacional de Cartazes de Cinema, Festival Internacional de Cinema de Cannes, França; e a Medalha de Ouro no Visual Communication Design na III Bienal Americana de Artes Gráficas, Museo de Arte Moderno La Tertulia, Cali, Colômbia, ambos em 1976. Deu aulas de design no Instituto Superior de Diseño Industrial em Cuba e em Xalapa, México. Sua obra integra importantes coleções em Cuba e no exterior. Ostentou a Medalha pela Cultura Nacional e a Ordem ao Mérito e à Cultura da República da Polônia.

Rostgaard

Rostgaard. Now!, 1965. Documentário do ICAIC. Direção: Santiago Alvarez

Rostgaard. O Quê da Questão, 1967. Filme inglês. Direção: Richard Lester

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8584

índice das ilustrações

p.8 Eduardo Muñoz Bachs. Maravilha com Tranças Largas, 1977. Filme soviético. Direção: Victor Titov. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.11 Eduardo Muñoz Bachs. Ilustração dedicada ao prof. Wolney Lessa Redon, 1992. Aquarela e bico de pena. 29,7 cm x 42 cm.

p.12 René Azcuy. Um Ramo de Flores e uma Bandeira, 1981. Documentário cubano. Direção: Luis Felipe Bernaza. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.15 Antonio Pérez González (Ñiko). A Odisséia de General José, 1969. Filme cubano. Direção Jorge Fraga. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.16 Eduardo Muñoz Bachs. ICAIC 16, 1975. Cartaz para o Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica - ICAIC. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.21 Marcellin Auzolle. Cinématographe Lumière, 1895. Litografia.p.21 Jules Chéret. Pantomimes Lumineuses — Théâtre Optique, 1892. Litografia.

31 cm x 22 cm. p.24 Antonio Pérez González (Ñiko). Morrer Olhando o Mar, 1977. Filme italiano.

Direção: Romolo Guerrieri. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.27 René Azcuy. Não há Rosas sem Fogo, 1976. Filme polonês. Direção:

Stanislaw Bareja. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.30 René Azcuy. O Encouraçado Potemkin, 1977. Filme soviético. Direção:

Sergei M. Eisenstein. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.31 René Azcuy. Beijos Roubados, 1970. Filme francês. Direção: François

Truffaut. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.32 René Azcuy. Alarme no Acampamento de Prisioneiros, 1976. Filme soviético.

Direção: Mijail Iuzovski. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.33 René Azcuy. A Inútil Morte de meu Sócio Manolo, 1990. Filme cubano.

Direção: Julio Garcia Espinosa. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.34 René Azcuy. Porto Rico, 1975. Filme cubano. Direção: Fernando Pérez e

Jesús Díaz. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.35 René Azcuy. A Armadilha, 1975. Filme polonês. Direção: Andrzej J.

Piotrowski. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.36 Eduardo Muñoz Bachs. Caminho e Fim de Saturno, 1969. Filme soviético.

Direção: Villen Azarov. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.37 Eduardo Muñoz Bachs. A Espada Maldita, 1969. Filme japonês. Direção:

Kihachi Okamoto. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.38 Eduardo Muñoz Bachs. Pela Primeira Vez, 1968. Documentário cubano.

Direção: Octavio Cortazal. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.39 Eduardo Muñoz Bachs. Cara a Cara, 1970. Filme brasileiro. Direção: Julio

Bressane. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.40 Eduardo Muñoz Bachs. Zorro, 1976. Filme ítalo-francês. Direção: Duccio

Tessari. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.41 Eduardo Muñoz Bachs. Contas a Saldar, 1972. Co-produção franco-italiana.

Direção: Roger Pigaut. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.42 Eduardo Muñoz Bachs. O Chamado da Selva, 1975. Filme inglês. Direção:

Ken Annakin. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.p.43 Eduardo Muñoz Bachs. A Balada do Deserto, 1973. Filme norte-americano.

Direção: Sam Peckinpah. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.44 Eduardo Muñoz Bachs. Como Roubar um Milhão, 1973. Filme norte-americano. Direção: William Wyler. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.45 Eduardo Muñoz Bachs. O zero, 1977. Desenho animado cubano. Direção: Tulio Raggi. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.46 Eduardo Muñoz Bachs. Um Marido para Estefânia, 1973. Filme tchecoslovaco. Direção: Jura Herz. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.47 Eduardo Muñoz Bachs. A Grande Incógnita, 1972. Filme tchecoslovaco. Direção: Pavel Hobl. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.48 Eduardo Muñoz Bachs. Antes Tarde do que Nunca, 1987. Documentário cubano. Direção: Enrique Colina. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.49 Eduardo Muñoz Bachs. Esperando a Carroça, 1986. Filme Argentino. Direção: Alejandro Doria. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.50 Eduardo Muñoz Bachs. Jovem de Coração, 1988. Documentário cubano. Direção: Octavio Cortazar. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.51 Eduardo Muñoz Bachs. Papéis Secundários, 1989. Co-produção Cuba/Espanha. Direção: Orlando Rojas. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.52 Néstor Coll. 30º Aniversário do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica, 1989. Cartaz comemorativo. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.53 Néstor Coll. Mostra de Filmes Restaurados pela Federação Internacional de Arquivos Filmográficos, 1990. Cartaz comemorativo. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.54 Ignacio Damián González. O Lobo do Mar, 1973. Filme romeno. Direção: Alecu Croitoru. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.55 Ignacio Damián González. Dulcima, 1973. Filme inglês. Direção: Frank Nesbitt. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.56 Jorge Dimas González. A Ilha do Tesouro, 1973. Filme soviético. Direção: Boris Andreiev. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.57 Jorge Dimas González. Tristana, 1973. Co-produção hispano-franco-italiana. Direção: Luis Buñuel. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.58 Jorge Dimas González. Os Noivos do Ano Dois, 1972. Co-produção romeno-franco-italiana. Direção: Jean Paul Rappeneau. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.59 Jorge Dimas González. A Revolução dos Inconformados, 1972. Filme norte-americano. Direção: George Seaton. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.60 Julio Eloy Mesa. Assuntos do Coração, 1976. Filme soviético. Direção: Azhdar Ibraguimov. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.61 Julio Eloy Mesa. 11º Aniversário dos CDR, 1971. Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.62 Luis Vega de Castro. O Transplante, 1973. Co-produção ítalo-espanhola. Direção: Steno. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.63 Luis Vega de Castro. Porque se Amam, 1973. Filme romeno. Direção: Mihai Iacob. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.64 Luis Vega de Castro. Os irmãos Karamazov, 1972. Filme soviético. Direção: Iván Piriev. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.65 Luis Vega de Castro. O Domínio do Fogo, 1972. Filme soviético. Direção: Daniil Jrabrovitski. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.67 Raúl Martínez. Lucia, 1968. Filme cubano. Direção: Humberto Solas. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.68 Miguel Ángel Navarro. Um Caso de Consciência, 1972. Filme italiano. Direção: Gianni Grimaldi. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.69 Miguel Ángel Navarro. O Massacre de Chicago, 1972. Filme norte-americano. Direção: Roger Corman. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.70 Antonio Pérez González (Ñiko). Semana do Cinema Sueco, 1975. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

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p.71 Antonio Pérez González (Ñiko). Antonio das Mortes, 1970. Filme brasileiro. Direção: Glauber Rocha. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.72 Antonio Pérez González (Ñiko). Frenesi, 1973. Filme inglês. Direção: Alfred Hitchcock. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.73 Antonio Pérez González (Ñiko). Gatinha Selvagem, 1969. Filme japonês. Direção: Kenji Yoshida. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.74 Antonio Pérez González (Ñiko). Coronel Delmiro Gouveia, 1980. Filme brasileiro. Direção: Geraldo Sarno. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.75 Antonio Pérez González (Ñiko). Marianela, 1973. Filme espanhol. Direção: Angelino Fons. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.76 Antonio Pérez González (Ñiko). A Última Gargalhada, 1971. Filme alemão. Direção: Friedrich Wilhelm Murnau. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.77 Antonio Pérez González (Ñiko). Um Trem para a Estação Céu, 1974. Filme tchecoslovaco. Direção: Karel Kachyna. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.78 Antonio Fernández Reboiro. Overlord, 1977. Filme inglês. Direção: Stuart Cooper. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.79 Antonio Fernández Reboiro. Moby Dick, 1968. Filme norte-americano. Direção: John Huston. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.80 Antonio Fernández Reboiro. O Monstro em Primeiro Plano, 1973. Co-produção ítalo-francesa. Direção: Marco Bellocchio. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.81 Antonio Fernández Reboiro. Greve, 1976. Filme soviético. Direção: Sergei M. Eisenstein. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.82 Alfredo González Rostgaard. Now!, 1965. Documentário do ICAIC. Direção: Santiago Alvarez. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.83 Alfredo González Rostgaard. O Quê da Questão (originalmente em inglês, The Knack... and How to Get It), 1967. Filme inglês. Direção: Richard Lester. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.87 René Azcuy. A Luz na Janela, 1967. Filme húngaro. Direção: Laszlo Nadasy. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.88 Eduardo Muñoz Bachs. Cartas do Parque, 1989. Filme cubano. Direção: Tomás Gutiérrez Alea. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.91 Eduardo Muñoz Bachs. O Cavaleiro Inexistente, 1972. Filme italiano. Direção: Pino Zac. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.92 René Azcuy. A Ferradura Partida, 1975. Filme soviético. Direção: Semion Aranovich. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

p.94 Eduardo Muñoz Bachs. Seguro de virgindade, 1969. Filme italiano. Direção: G. Bianchi. Serigrafia. 51 cm x 76 cm.

Azcuy. A Luz na Janela, 1967. Filme húngaro. Direção: Laszlo Nadasy

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notas

* Rui de Oliveira nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Estudou pintura no Museu de Arte Moderna, artes gráficas na Escola de Belas Artes da UFRJ e, durante 6 anos, ilustração no Instituto Superior Húngaro de Artes Industriais, em Budapeste. Além disso, cursou cinema de animação no estúdio húngaro Pannónia Film. Ao longo de sua carreira profissional ilustrou mais de 100 livros e projetou mais de 400 capas para as principais editoras brasileiras. É autor de seis filmes de animação, tendo recebido vários prêmios nacionais e internacionais por seu trabalho como animador e ilustrador. Em 2006 foi indicado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil ao prêmio Hans Christian Andersen de Ilustração, patrocinado pelo International Board on Books for Young People (IBBY). Entre 1975 e início dos anos 80 foi diretor de arte da TV Globo e da TVE do Rio de Janeiro. Neste período, seus mais importantes trabalhos para a televisão foram a direção artística da série “O Sítio do Picapau Amarelo” e toda a programação visual da TVE. No decorrer de sua vida profissional criou uma série de aberturas para cinema e cartazes para filmes brasileiros. Como professor, leciona há 25 anos no curso de desenho industrial da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui mestrado e doutorado em Comunicação e Estética do Audio Visual pela Escola de Comunicação e Artes da USP. Entre suas principais publicações de produção acadêmica está o livro sobre teoria da ilustração “Pelos Jardins Boboli”, lançado em 2008 pela Editora Nova Fronteira.** Sara Vega Miche (Havana, 1956). Graduada em Língua e Literatura pelo Instituto Superior Pedagógico Enrique José Varona de Havana, Cuba. Formou-se também em Apreciação e Crítica Cinematográfica no Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC). Desde 1987 trabalha como especialista em Cinema Cubano e Cartazes Cinematográficos na Cinemateca de Cuba. No decorrer de sua carreira escreveu artigos para as seguintes publicações: Cuba Update (USA), AGR (España), Cine Cubano, Sol y Son, Noticias Arte Cubano y Bisiesto cinematográfico (Cuba). Em 1997 editou, em colaboração, o livro de cartazes La otra imagen del cine cubano (Havana, Cuba, 1999). Realizou a seleção de filmes que integram o livro Cien años de cine Latinoamericano 1897-1996. Além de sua atividade como pesquisadora, vem realizando ao longo de sua carreira conferências relacionadas ao cinema e à cartazística cubanos em Cuba, Itália, Turquia, Chile, Colômbia, México e Estados Unidos da América do Norte. Como Curadora de exposições de cartazes cubanos, já realizou várias mostras em Cuba e em outros países, como por exemplo, para o Festival Internacional de Cinema de Biarritz (França, 1999). No ano de 2006 concluiu em co-autoria um livro sobre a cartazística cinematográfica cubana intitulado Carteles son Carteles del ICAIC, e uma multimídia sobre o mesmo tema com igual nome. Encontra-se em processo de edição Ciudadano cartel que reúne textos, opiniões e currículos de designers e uma relação dos cartazes produzidos pelo ICAIC durante os últimos 50 anos. Escreveu o roteiro cinematográfico para o documentário Poética gráfica insular (Havana, Cuba, 2007). Atualmente trabalha no Catálogo Raisonné sobre o Cartaz Cubano de Cinema para a Cinemateca de Cuba.

Bachs. Cartas do Parque, 1989. Filme cubano. Direção: Tomás Gutiérrez Alea

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*** Josef Müller-Brockmann (1914-1996), designer gráfico suíço e professor com formação em arquitetura, design e história da arte pela universidade de Kunstgewerbeschule, em Zurique. Em 1936 abriu um estúdio especializado em design gráfico, design de exposição e fotografia. Ao longo de sua carreira produziu cartazes publicitários, institucionais e culturais. Em 1958 fundou a New Graphic Design juntamente com C. Vivarelli e H. Neuburg. Também foi autor de publicações como Design, Grid Systems, onde defende o uso de uma grade estrutural para a construção da página; “História do Cartaz” e “A História da Comunicação Visual”. É reconhecido pela simplicidade no desenho de suas peças gráficas e pela utilização tipográfica da Akzidenz-Grotesk.1 - HOLLIS, 200, p. 12.2 - CARPENTIER, Culture et Revolution, 1977, p. 4.

Bachs. O Cavaleiro Inexistente, 1972. Filme italiano. Direção: Pino Zac

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bibliografia

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Azcuy. A Ferradura Partida, 1975. Filme soviético. Direção: Semion Aranovich

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Agradecimentos

Ana Lucia Puga de LacerdaFernando Rodrigues

Graça LimaIsis Ramalho Silveira

José Sauer (Glatt Molduras)Joyce Enzler (Caixa Cultural RJ)

Karen GaeskiMarisa Mello

Pablo Pacheco LópezRui de Oliveira

Sara Vega MicheTerence Keller

e a todos os cartazistas cubanos, pela oportunidade de

contemplarmos suas obras, cuja contribuição para a arte e

a cultura é inestimável.

Bachs. Seguro de virgindade, 1969. Filme italiano. Direção: G. Bianchi

Exposição “Cartazes Cubanos – Um Olhar sobre o Cinema Mundial”

De 10 a 29 de março de 2009 – CAIXA Cultural Curitiba, PRDe 5 de agosto a 13 de setembro de 2009 – CAIXA Cultural São Paulo, SPDe 28 de setembro a 25 de outubro de 2009 – CAIXA Cultural Rio de Janeiro, RJ

RealizaçãoVestígio Produções Ltda.Impressio Editora Ltda.Letra e Imagem Editora Ltda.

Produção executivaDario Pontes Regis

Direção de produçãoMônica Ramalho

CuradoriaAlexandre Guedes

PalestrasSara Vega Miche (ICAIC)Pablo P. López (ICAIC)Rui de Oliveira

Identidade visual da exposiçãoImpressio Editora

Design da exposiçãoLeila Scaf

CenografiaAna Dornelles MacedoGuido Brasil Coelho Neto

VídeoVestígio Filmes

Documentário exibidoPoética Gráfica Insular, produzido pelo ICAIC

Restauração e conservação das obrasCamilla Ottati

MoldurasGlatt

Transporte das obrasAL Consultancy

Catálogo

OrganizaçãoAlexandre Guedes

Produção editorialLetra e Imagem

Design gráficoImpressio Editora

TextosAlexandre GuedesRui de OliveiraSara VegaTônia Matosinhos

RevisãoTônia MatosinhosLetra e Imagem

Fotografia de obrasFábio Seixo

ImpressãoZoomgraf-K

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

C314 Cartazes cubanos : um olhar sobre o cinema mundial / [Alexandre Linhares Guedes (org.)]. – Rio de Janeiro: Impressio: Letra e Imagem, 2009. il. color. “Mostra de cartazes cubanos” Inclui bibliografia ISBN 978-85-98122-04-5 1. Cartazes de cinema – Cuba – Exposições. I. Guedes, Alexandre Linhares.

09-0692. CDD: 769.5 CDU: 76(729.1)

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da FazendaGuido Mantega

Presidenta da CAIXA Econômica FederalMaria Fernanda Ramos Coelho

Este catálogo foi produzido em fevereiro de 2009. Textos compostos em Optima, CTP e Impressão Zoomgraf-K. O papel do miolo é Couché Matte 115g/m2 e o da capa é Couché Matte 230g/m2. Tiragem: 3.000 exemplares.

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Realização

Patrocínio

9788598122045

ISB

N 9

78-8

5-98

122-

04-5Cartazística Cubana: Design e Arte

A palavra design é originária do vocábulo latino designatio e significa o que entendemos por desenho: um conjunto de procedimentos de ordem gráfica, a partir dos quais expressamos uma idéia. No século XX, a terminologia inglesa assumiu um outro sentido enquanto verbo: processo de criar e desenvolver um projeto. Essa nova acepção contribuiu para desvincular o termo daquilo que é denominado como “arte” e, conseqüentemente, do próprio desenho. Uma reflexão que gera questionamentos de natureza plástica e funcional, pois como dissociar pressupostos que são absolutamente correlatos? Podemos encontrar respostas, por exemplo, nos afrescos de Michelangelo para a Capela Sistina (1508 - 1512) e nos de Tiepolo, para o Palácio de Würzburg (1751 - 1752). A menção a tais referências é apenas uma amostra de como formas de representação alicerçadas no binômio plástica-função estão a serviço da comunicação visual, ou seja, do design.

É a partir de uma perspectiva histórica cujos desdobramentos apresentam um resultado efetivo, que percebemos o cartaz cubano elaborado para divulgar obras cinematográficas. Um objeto visual que vai muito além das especificidades que envolvem seu tempo de exposição em espaços públicos: apresenta um sentido de permanência que se desprende do caráter de momento e que, por meio do desenho, manifesta seu estado de transcendência. Neste sentido, essa é uma oportunidade para observarmos a comunicação visual como um instrumento de valoração da cultura de massa através da imagética. A cartazística cubana é, portanto, uma possibilidade para repensarmos a lógica do que compreendemos por design e os caminhos que regem atualmente a sua produção.

Alexandre GuedesCurador