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    Portugus p/ PF - Agente - 2014 - Com videoaulasProfessor: Fabiano Sales

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    AULA 10 RECONHECIMENTO DE TIPOS E GNEROS TEXTUAIS. COMPREENSO E INTERPRETAO DE TEXTOS. DOMNIO DOS MECANISMOS DE COESO TEXTUAL. EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAO, SUBSTITUIO E REPETIO, DE CONECTORES E DE ELEMENTOS DE SEQUENCIAO TEXTUAL. REESCRITURA DE FRASES E PARGRAFOS DO TEXTO. SUBSTITUIO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO.

    SUMRIO PGINA 01. Gnero Textual X Tipologia Textual 02 02. Tipologia Textual: Narrao, Descrio, Injuno e Dissertao

    03 - 15

    03. Dicas de Leitura 23 - 24 04. Compreenso e Interpretao de Textos 24 - 28 05. Coerncia e Coeso 29 - 34 06. Significao das Palavras 38 - 45 07. Reescritura de Frases e Pargrafos do Texto (Parfrase) e Substituio de Palavras ou de Trechos de Texto.

    48 - 52

    08. Lista das Questes Comentadas na Aula 71

    Reflexo:

    "Se voc quer ser bem-sucedido, precisa ter dedicao total, buscar seu ltimo limite e dar o melhor de si mesmo."

    (Ayrton Senna)

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    GNERO TEXTUAL X TIPOLOGIA TEXTUAL

    Inicialmente, importante esclarecer que gnero textual e tipologia textual no se confundem. O gnero textual relaciona-se funo, ao objetivo do texto. A observncia dos ttulos e da fonte (veculo material onde se encontra o texto) muito importante para se saber qual o objetivo textual. Por exemplo, qual o objetivo do gnero anncio? provocar uma atitude de compra. E do gnero manual de instrues? Quem j teve contato com esse gnero sabe que a finalidade auxiliar na utilizao adequada de algum aparelho. Por sua vez, o gnero noticirio tem a funo de informar. J um editorial tem a finalidade de expor um fato. Por fim, o gnero horscopo, presente diariamente em jornais e revistas, apresenta a finalidade de prever. Com relao tipologia textual, podemos dizer que h obedincia a aspectos lingusticos prprios, relacionados estrutura do texto. Por exemplo, o gnero noticirio, quando analisado sob o vis estrutural, apresenta caractersticas pertencentes a uma narrativa. Por sua vez, o gnero horscopo, quanto ao modo de organizao do discurso, contm caractersticas relativas a um texto injuntivo (ou instrucional).

    Logo, necessrio observar o objetivo a que se destina o texto e as tcnicas/caractersticas pertinentes a cada tipo textual.

    TIPOLOGIA TEXTUAL

    Seguindo a tradio exigida em concursos pblicos organizados pela banca CESPE/UnB, abordaremos os tipos de textos mais recorrentes, sendo classificados em narrativos, descritivos, injuntivos (instrucionais) e dissertativos (expositivos ou argumentativos). Por ser o texto dissertativo-argumentativo a modalidade discursiva mais recorrente em concursos pblicos, daremos nfase a essa tipologia.

    Dificilmente encontra-se um texto que apresente caractersticas exclusivamente narrativas, descritivas, injuntivas ou dissertativas (expositivas ou argumentativas). Em provas, frequente a combinao de caractersticas inerentes a esses tipos de textos em uma s superfcie textual, mas, normalmente, h a predominncia de uma dessas formas. Assim, devemos dizer que 2 WH[WR pSUHGRPLQDQWHPHQWH narrativo, descritivo, injuntivo ou dissertativo (expositivo ou argumentativo).

    Vocs podem me perguntar: Fabiano, como saberemos se um texto possui predominantemente caractersticas narrativas, descritivas, injuntivas ou dissertativas?

    Meus amigos, por isso estudaremos as caractersticas dos principais tipos de textos.

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    NARRAO

    Narrar contar uma histria, uma sequncia de fatos ocorridos em determinado local e tempo. Em outras palavras, o retrato de um fato real ou imaginrio contado por um narrador. Para que vocs consigam compreender uma narrao, preciso que o narrador evidencie:

    - O fato ocorrido;

    - O motivo de sua ocorrncia;

    - De que forma ocorreu; e

    - Com quem o fato ocorreu.

    Para tanto, necessrio conhecer os elementos bsicos de um texto narrativo: narrador, personagem, espao, tempo e enredo.

    NARRADOR - aquele que relata os fatos. A histria pode ser narrada por um narrador-personagem (1 pessoa) ou por um narrador-observador (3 pessoa).

    Conceito Exemplo

    Nar

    rado

    r- pe

    rso

    nag

    em

    (1 pe

    sso

    a)

    uma personagem que, ao mesmo tempo, participa da histria e narra os acontecimentos. Em outras palavras, a personagem v os fatos de dentro da histria (ponto de vista interno). Com o narrador-personagem, o foco narrativo de 1 pessoa, sendo marcado pelo emprego do pronome pessoal reto eu, alm de suas formas oblquas correspondentes (me, mim). Com o narrador-personagem, a narrao subjetiva, isto , os fatos so narrados de acordo com os sentimentos e as emoes daquele que narra.

    Contou-me um guia em Buenos Aires, que quando se diz que essa cidade a mais europeia das Amricas, muitas pessoas torcem o nariz. Pura dor de cotovelo! Quem conhece Buenos Aires como eu, sabe que isso verdade.

    Nar

    rado

    r-obs

    ervad

    or

    (3 pe

    sso

    a)

    Relata os acontecimentos da narrativa como observador. Em outras palavras, algum est observando o fato de fora e o relata. O foco narrativo de 3 pessoa, sendo marcado tanto pelo emprego dos pronomes ele(s), ela(s) quanto pelo uso de verbos em 3 pessoa. Com o narrador-observador, a narrao objetiva, ou seja, aquele que relata os fatos narra-os sem demonstrar seus sentimentos.

    Ele morava numa cidade-zinha do interior. Tinha nascido ali, conhecia todo mundo. Era muito dado, dado demais para o gosto da mulher, que estava sempre de olho nos salamaleques que ele vivia fazendo para a mulherada do lugar. Puras gentilezas - dizia ele.

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    PERSONAGEM o elemento que participa da histria. Pode ser pessoa, coisa ou animal. O narrador deve sempre cri-la, pois no h narrao sem personagem. Havendo mais de uma personagem, o narrador pode separ-las em protagonista e antagonista. Esta (antagonista) a personagem que se ope principal. Aquela (protagonista) a personagem principal, em quem se centraliza a narrativa. H, ainda, as personagens secundrias: so aquelas que participam dos fatos, mas no constituem o ncleo da narrativa.

    ESPAO (ou LUGAR) - a localizao fsica e geogrfica dos fatos narrados, a fim de estimular a imaginao do leitor. Vamos ver um exemplo.

    0XLWRVDQRVPDLVWDUGH$QD7HUUDFRVWXPDYDVHQWDU-se na frente de sua casa para pensar no passado. E, no seu pensamento como que ouvia o vento de outros tempos e sentia o tempo passar, escutava vozes, via caras e lembrava-se de coisas... O ano de 81 trouxera um acontecimento triste para o velho Maneco: Horcio deixara a fazenda, a contragosto do pai, e fora para o Rio Pardo, onde se casara com a filha dum tanoeiro e se estabelecHUDFRPXPDSHTXHQDYHQGD(rico Verssimo, O Tempo e o Vento)

    Esse texto caracteriza-se narrativo, porque:

    x est situado no tempo (81); x faz meno a lugares onde a trama (enredo) se desenvolve (frente da casa, fazenda e Rio Pardo); e x apresenta personagens (Ana Terra, Maneco e Horcio).

    TEMPO - o momento em que a histria se passa. O tempo da narrao pode ser presente, passado ou futuro. Em narrativas, h o predomnio do tempo passado (pretrito), pois essa tipologia textual tem como caractHUtVWLFDEiVLFDRIDWRFRQVXPDGR LVWRpR IDWRQDUUDGR MiRFRUUHX4XDQGRD LQWHQomRpD criao do imaginrio ou a sensao de fantasia, usa-se a forma do pretrito imperfeito do indicativo.

    Exemplo:

    Joo Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilnia num barraco sem nmero.

    Uma noite, ele chegou ao Bar Vinte de Novembro. Bebeu Cantou Danou

    Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado."

    (Manuel Bandeira)

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    O tempo da narrativa pode ser cronolgico (linear, ocorrendo na ordem natural dos fatos por exemplo, um dia, uma semana) ou psicolgico (a memria do narrador de acordo com as lembranas do narrador, a ordem dos acontecimentos pode ser modificada).

    Exemplo de tempo cronolgico (tempo real)

    Aps o expediente, partiu para comemorar seu aniversrio na casa de seus queridos amigos. Sabia que l haveria muita brincadeira, alegria e descontrao. Assim que chegou ao local, foi recebido alegremente por todos.

    Exemplo de tempo psicolgico (tempo mental)

    Aguardava o socorro dos bombeiros para ser retirado das ferragens. Pensou em sua vida, na famlia, nos amigos, nos planos que ainda no realizara. Tinha uma esposa linda, muito carinhosa, e uma filha que s lhe trazia alegrias. Mas voltou a si ao sentir as pernas presas nas ferragens.

    ENREDO - definido como a trama desenvolvida em torno das personagens, sendo formado pela sequncia de aes (causa e efeito) que se desenrolam durante a narrativa. Memorizem isto: toda narrao marcada por uma progresso temporal! O que pretendo dizer com isso? Que toda narrao contm uma exposio, em que se apresentam a ideia principal, as personagens e o espao (ou lugar); um desenvolvimento, em que se detalha a ideia principal, que, por sua vez, divide-se em dois momentos distintos: a complicao WrP LQtFLR RV FRQIOLWRV HQWUH DVpersonagens) e o clmax (ponto culminante); e um desfecho, que a concluso da narrativa.

    Exemplos:

    O rapaz varou a noite inteira conversando com os amigos pela Internet (exposio). O pai, quando acordou s seis horas, percebeu a porta do escritrio fechada e a luz acesa (complicao). O filho ainda estava no computador e no havia ido dormir. Sem que este percebesse, trancou a porta por fora (clmax). Meia hora depois, o filho queria sair e teve que chamar o pai, que abriu a porta (desfecho).

    -RmR *RVWRVR era carregador de feira livre e morava no morro da Babilnia num barraco sem nmero. (exposio)

    Uma noite, ele chegou ao Bar Vinte de Novembro. Bebeu Cantou (complicao) Danou

    Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas (clmax) e morreu afogado (desfecho)."

    (Manuel Bandeira)

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    Narrao (sntese)

    Podemos dizer, em linhas gerais, que a narrao conceitua-se por apresentar:

    narrador participante (narrador-personagem) ou no (narrador-observador) dos fatos narrados;

    personagens que vivenciam tais fatos, localizando-os no tempo e no espao;

    fatos em sequncia (progresso temporal), numa relao de causa e efeito.

    TIPOS DE DISCURSO

    H trs tipos de discurso, a saber:

    DISCURSO DIRETO as personagens apresentam suas prprias palavras, sendo precedidas dos chamados verbos declarativos, tais como falar, dizer, responder, argumentar, confessar, ponderar, expressar etc. O discurso direto tambm marcado por alguns recursos de pontuao (dois-pontos, travesso, aspas, mudana de linha), cuja finalidade anunciar a participao direta das personagens.

    Exemplos:

    (1) O servidor disse ao chefe: Pretendo fazer hora extra.

    (2) Pretendo fazer hora extra - disse o servidor ao chefe.

    (3) O servidor GLVVHDRFKHIH3UHWHQGRID]HUKRUDH[WUD

    (4) 3UHWHQGRID]HUKRUDH[WUDGLVVHRservidor ao chefe.

    DISCURSO INDIRETO

    Ocorre quando o narrador, com suas prprias palavras, transmite a fala das personagens.

    O discurso indireto apresenta os verbos declarativos (falar, dizer, responder, argumentar, confessar, ponderar, expressar etc.), sendo marcado tambm pela subordinao (orao subordinada substantiva objetiva direta) entre as oraes, com as conjunes integrantes que e se.

    Exemplo: O servidor disse ao chefe que pretendia fazer hora extra.

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    TRANSPOSIO DE DISCURSO

    Discurso Direto

    Discurso Indireto

    Enunciado em 1 ou 2 pessoa. Ex.: 2DOXQRGLVVH

    - Irei eVFROD

    Verbo no presente do indicativo. Ex.: 2DOXQRGLVVH

    - Sou HVWXGLRVR

    Verbo no pretrito perfeito do indicativo. Ex.: 2DOXQRGLVVH

    - Estudei RQWHP

    Verbo no futuro do presente. Ex.: 2DOXQRGLVVH

    - Estudarei PXLWR

    Verbo no imperativo, presente do subjuntivo ou futuro do subjuntivo. Ex.: -No faa escndalo - GLVVHRDOXQR

    Orao justaposta. Ex.: 2DOXQRGLVVH- A prova est fcil

    Orao interrogativa direta. Ex.: 2DOXQRSHUJXQWRX

    - L bom?

    Pronomes demonstrativos de 1 (este, esta, isto) ou 2 (esse, essa, isso) pessoas. Ex.: 2DOXQRGLVVH

    -Esta pDSURYD

    Advrbios de lugar aqui e c. Ex.: 2DOXQRGLVVH

    Aqui HVWiDSURYD

    Presena de vocativo. Ex.: Voc vai aplicar a prova, professor? perguntou o aluno.

    Enunciado em 3 pessoa. Ex.: 2DOXQRGLVVHTXHiria jHVFROD

    Verbo no pretrito imperfeito do indicativo. Ex.: 2DOXQRGLVVHTXHera HVWXGLRVR

    Verbo no pretrito mais-que-perfeito do indicativo. Ex.: 2DOXQRGLVVHTXHestudara RQWHP

    Verbo no futuro do pretrito. Ex.: 2DOXQRGLVVHTXHestudaria PXLWR

    Verbo no pretrito imperfeito do subjuntivo. Ex.: 2 DOXQR GLVVH TXH QmR fizesse HVFkQGDOR

    Orao com conjuno. Ex.: 2 DOXQR GLVVH que a prova estava IiFLO

    Orao interrogativa indireta (forma declarativa). Ex.: 2aluno perguntou se l era bom.

    Pronome demonstrativo de 3 pessoa (aquele, aquela, aquilo). ([ 2 DOXQR GLVVH TXH aquela era a SURYD

    Advrbio de lugar ali e l. ([2DOXQRGLVVHTXHali HVWDYDDSURYD

    Presena de objeto indireto na orao principal. Ex.: O aluno perguntou ao professor se ele aplicaria a prova.

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    DISCURSO INDIRETO LIVRE

    O discurso indireto livre ocorre quando as falas da personagem e do narrador se misturam (narrador onisciente aquele que, alm de conhecer os fatos, sabe em que a personagem est pensando), isto , a fala da personagem includa no discurso do narrador. Nesse tipo de discurso, no h verbos declarativos e recursos de pontuao (dois-pontos, travesso, aspas, mudana de linha). Essa mistura ocasiona um monlogo da personagem.

    Exemplo:

    "Aperto o copo na mo. Quando Lorena sacode a bola de vidro a neve sobe to leve. Rodopia flutuante e depois vai caindo no telhado, na cerca e na menininha de capuz vermelho. Ento ela sacode de novoAssim tenho neve o ano inteiro0DVSRUTXHQHYHRano inteiro? Onde que tem neve aqui? Acha linda a neve. Uma enjoada. Trinco a pedra de gelo nos dentes." (Lygia Fagundes Telles, As meninas)

    Notamos que a primeira frase em destaque pertence ao narrador, todavia a segunda se confunde entre narrador e personagem. Com esse recurso, a narrativa se torna mais fluente, aproximando narrador e personagem.

    DESCRIO

    3RGHPRV GHILQLU GHVFULomR FRPR R UHWUDWR GH XPD VHTXrQFLD de FDUDFWHUtVWLFDV GH LPSUHVV}HV GH GHWDOKHV VREUH XPD SHVVRD XP REMHWRpodendo ser um animal, um ambiente ou uma paisagem. Na descrio, h valorizao dos processos verbais no significativos ou de ligao, ou seja, os verbos de ao ou movimento so secundrios. Nessa tipologia textual, o tempo verbal o presente do indicativo ou o pretrito imperfeito. Entretanto, utilizam-se em maior nmero as formas nominais do verbo (gerndio, particpio ou infinitivo), proporcionando a imobilidade do objeto descrito.

    Exemplo:

    (VWDYDP QR SiWLR GH XPD ID]HQGD VHP YLGD 2 FXUUDO GHVHUWR R FKLTXHLUR GDVFDEUDVDUUXLQDGRHWDPEpPGHVHUWRDFDVDGRFDVHLURIHFKDGDWXGRDQXQFLDYDDEDQGRQR

    (Graciliano Ramos, Vidas Secas)

    O pargrafo descritivo, pois:

    x so relatadas imagens, cenas, lugares, com adjetivaes (fazenda sem vida, curral deserto) de um lugar concreto (ptio); e

    x os acontecimentos so simultneos, isto , no h progresso temporal nem transformao de estado (as cenas ocorrem ao mesmo tempo na fazenda)

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    Tipos de Descrio

    De acordo com o REMHWRGHVFULWRa descrio pode ser:

    CONCEITO EXEMPLO

    Desc

    rio

    Obje

    tiva

    (Ex

    pres

    sion

    ista

    )

    O autor GHVFUHYHRREMHWRGHIRUPDprecisa e imparcial, sem emitir opinio, ou seja, quem descreve mostra a realidade concreta, com uma perspectiva isenta e imparcial. A descrio objetiva marcada, predominantemente, pela linguagem denotativa DSUR[LPDQGR R REMHWRda realidade, por substantivos concretos e por adjetivos pospostos.

    Ele tem uma estrutura de madeira, recoberta de espu-ma. Sobre a espuma h um tecido grosso. o sof da minha sala.

    Desc

    rio

    Sub

    jetiv

    a (Im

    pres

    sion

    ista

    )

    O autor GHVFUHYHRREMHWRGHIRUPDemotiva, fazendo uso de adjetivos, locues adjetivas, oraes adjetivas e verbos de estado. Quem descreve apresenta uma viso pessoal e parcial, na tentativa de impressionar o leitor. A descrio subjetiva marcada, predominan-temente, pela linguagem conotativa, por subs-tantivos abstratos e por adjetivos antepostos.

    Monique era magra, muito fina de corpo, com uma cor morena. Tinha as pernas e os braos muito longos e uma voz ligeiramente rouca.

    Desc

    rio

    Es

    ttic

    a

    1D GHVFULomR HVWiWLFD DXWRU H REMHWR HVWmRparados, sem movimentar-se. semelhante a uma fotografia, em que o autor faz uma descrio detida e atenta GR REMHWR RX GRlugar que observa.

    Tem trinta anos, mas aparenta mais de quarenta. Sentado no velho sof de couro, olhos fechados, pensa nos amigos ausentes ...

    Desc

    rio

    Di

    nm

    ica

    Na descrio dinmica, enquanto o autor est SDUDGR R REMHWR GHVFULWR movimenta-se. uma cena em movimento, a qual exige muita concentrao do observador.

    )LFDYD JUDQGH SDUWH GR GLDem p, andando de mesa em mesa. Um prazer de tirar os sapatos, as meias, mexer os GHGRVGRVSpV (Jorge Amado)

    Desc

    rio

    F

    sica

    O autor descreve traos fsicos da personagem: altura, cor dos olhos, cabelo, forma do rosto, do nariz, da boca, porte, trajes.

    Sua pele era muito branca, os olhos azuis, bochechas rosadas. Estatura mediana, magra. Parecia um anjo.

    Desc

    rio

    Ps

    icol

    gic

    a

    O autor apresenta o comportamento da personagem, seus hbitos, atitudes e personalidade.

    Era sonhadora. Desejava sempre o impossvel e recusava-se a ver a realidade.

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    ESTRUTURA DA DESCRIO

    Estruturalmente, a descrio deve ser dividida em:

    Primeiro pargrafo Introduo: parte do texto em que devem ser apresentados os aspectos gerais externos e/ou e internos, referentes SURFHGrQFLDGRREMHWRRXjVXDORFDOL]DomR;

    Pargrafo(s) central(is) Desenvolvimento: parte do texto em que so GHWDOKDGDVDVFDUDFWHUtVWLFDVItVLFDVHRXSVLFROyJLFDVGRREMHWRGHVFULWR

    ltimo pargrafo Concluso: parte do texto em que so mencionados os demais asSHFWRV JHUDLV GR REMHWR XWLOLGDGH RX FDUDFWHUtVWLFD TXH R UHSUHVHQWHcomo um todo).

    Exemplo:

    (VWHSHTXHQRREMHWRTXHDJRUDGHVFUHYHPRVHQFRQWUD-se sobre uma mesa de escritrio e sua funo a de prender folhas de papel. (aspectos gerais) Tem o formato semelhante ao de uma torre de igreja. constitudo por um nico fio metlico que, dando duas voltas sobre si mesmo, assume a configurao de dois desenhos (um dentro do outro), cada um deles apresentando uma forma especfica. Essa forma composta por duas figuras geomtricas: um retngulo cujo lado maior apresenta aproximadamente trs centmetros e um lado menor de cerca de um centmetro e meio; um dos seus lados menores , ao mesmo tempo, a base de um tringulo equiltero, o que acaba por torn-lo um objeto ligeiramente pontiagudo. (caractersticas fsicas) O material metlico de que feito confere-lhe um peso insignificante. Por ser niquelado, apresenta um brilho suave. Prendemos as folhas de papel, fazendo com que elas se encaixem no meio dele. (caractersticas fsicas) Est presente em todos os escritrios onde se necessitam separar folhas em blocos diferenciados. Embora aparentemente insignificante, dadas as suas UHGX]LGDVGLPHQV}HVpPXLWR~WLOQDRUJDQL]DomRGHSDSpLVaspectos gerais)

    (Branca Granatic, Tcnicas bsicas de redao)

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    Descrio (sntese)

    Podemos dizer, em linhas gerais, que a descrio:

    caracteriza-se por meio de imagens ou palavras, seres, processos, cenas e lugares;

    emprega termos com funo adjetiva (adjetivos, locues adjetivas, oraes adjetivas) e verbos de ligao;

    estabelece comparaes (metforas, por exemplo);

    faz inferncias a impresses sensoriais: cores, formas, gostos, cheiros, sons etc.

    Vamos visualizar as diferenas entre narrao e descrio:

    NARRAO DESCRIO

    Fatos no simultneos, marcando uma temporalidade (h progresso temporal).

    Fatos simultneos, concomitantes, marcando uma atemporalidade (ausncia de progresso temporal).

    dinmica, com presena de verbos significativos, uma vez que o importante a ao, isto , o que aconteceu.

    esttica, isto , destituda de ao; o ser, o objeto ou o ambiente tm mais importncia.

    Destaca as relaes lgicas, as causalidades. Em outras palavras, sempre haver o desenrolar de um fato: a ao; a presena de quem participa do fato: a personagem; o lugar em que ocorre fato: o espao; o instante em que ocorre o fato: o tempo; algum que conta o fato: o narrador; e o fato pro-priamente dito: o enredo.

    Destaca os seres, os objetos, im-pondo-lhes caractersticas. Por essa razo, as frases tm como destaque o substantivo (representa cenas, paisagens, ambientes, seres, coisas e estados psquicos) e o adjetivo (indica aspectos mais caractersticos, representando o registro de impresses sobre o descrito, marcando cor, sonoridade, textura, aroma ou sabor).

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    Exemplo de pargrafo narrativo

    Eram sete horas da noite em So Paulo e a cidade toda se agitava naquele clima de quase tumulto tpico dessa hora. De repente, uma escurido total caiu sobre todos como uma espessa lona opaca de um grande circo. Os veculos acenderam os faris altos, insuficientes para substituir a iluminao anterior.

    Esse texto caracteriza-se narrativo, pois:

    x relata fatos concretos, num espao concreto (So Paulo) e tempo definido (sete horas da noite); e

    x os fatos narrados no so simultneos: h mudana de um estado para outro, e, por isso, existe uma relao de anterioridade e posteridade entre os HQXQFLDGRV DQWHV D FLGDGH WRGD VH DJLWDYD H GHSRLV XPD HVFXULGmR WRWDOFDLXVREUHWRGRV

    Exemplo de pargrafo descritivo

    Eis So Paulo s sete horas da noite. O trnsito caminha lento e nervoso. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Luzes de tons plidos incidem sobre o cinza dos prdios.

    O pargrafo descritivo, pois:

    x so relatadas vrias adjetivaes (trnsito lento e nervoso; pessoas apressadas; bocas cansadas) de um lugar concreto num ponto esttico do tempo (Eis So Paulo s sete horas da noite);

    x os acontecimentos so simultneos ou concebido como se fossem , isto , no h progresso temporal entre os enunciados (tudo ocorre s sete horas da noite).

    INJUNO

    O texto injuntivo (ou instrucional) aquele que, atravs de uma linguagem apelativa, tem como objetivo persuadir o leitor/alocutrio a realizar uma ao ou a adotar determinado comportamento. Nessa tipologia textual, exprimem-se ordens, pedidos, sugestes, orientaes. Alm disso, o texto injuntivo marcado pelo emprego de formas verbais no imperativo, seja no afirmativo, seja no negativo, e pelo uso da segunda pessoa (pronomes tu e voc) para aproximar o receptor da mensagem. Essa tipologia muito recorrente em textos publicitrios, propagandas, receitas, manuais, leis, horscopos, provrbios e discursos polticos. Vejam.

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    (Encarte pster, inserido na ed. 147, revista VendaMais, de julho de 2006.)

    No texto acima, encontramos formas verbais no imperativo VRQKH, HVWXGHDQDOLVHUHYHMDHWF denotando ordem, pedido e a forma pronominal voc HPSUHJDGDV FRP D LQWHQomR GH DSUR[LPDU UHFHSWRU H PHQVDJHP 6mRcaractersticas do texto injuntivo.

    (VVD p SDUD TXHP p PDLV DQWLJR HX SRU H[HPSORUV 4Xem no se recorda da famosa propaganda da Garoto? Vejam abaixo:

    Compre Baton. Compre Baton. Seu filho merece Baton!

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    No anncio, percebe-se a clara inteno de persuadir o receptor da mensagem, levando-o compra do produto. Como os publicitrios conseguiram obter esse efeito? Atravs do emprego de formas imperativas &RPSUH&RPSUHaproximando, mais uma vez, mensagem e receptor.

    Injuno (sntese)

    Podemos dizer, em sntese, que o texto injuntivo:

    caracteriza-se por uma linguagem apelativa, direta e persuasiva;

    emprega formas verbais no imperativo (afirmativo ou negativo); e

    lana mo de formas pronominais de segunda pessoa (tu e voc), com a inteno de aproximar receptor e mensagem.

    DISSERTAO

    Podemos definir dissertao como a apresentao de fatos ou a emisso de uma opinio, baseada em argumentos, acerca de um determinado assunto. Existem dois tipos de dissertao: a expositiva (objetiva) e a argumentativa (subjetiva). O texto dissertativo expositivo (objetivo), tambm conhecido com informativo, aquele em que o autor no defende sua opinio. Em outras palavras, o autor apenas explica as ideias, sem preocupar-se em convencer os leitores, tendo por objetivo apenas informar, apresentar, definir ou explicar o fato aos interlocutores. Esse tipo de texto usado na imprensa, em livros didticos, em enciclopdias, em biografias e em revistas de divulgao tcnica e cientfica.

    Exemplo:

    Cor da casca depende da rao

    Por que existem ovos de galinha com a casca branca e outros com a casca marrom? H algumas diferenas nutritivas, entre elas a cor da casca dos ovos, que GHSHQGHP EDVLFDPHQWH GD FRPSRVLomR GD UDomR TXH p GDGD j JDOLQKD ([LVWHP YiULDVopes de composio. Cada criador escolhe a que mais se adapta ao tipo de animal que HVWiFULDQGRH[SOLFDDHQJHQKHLUDGHDOLPHQWRV(QH\0DUWXFFLGD8QLYHUVLGDGH(VWDGXDOde Campinas (Unicamp), em So Paulo. Se houver, por exemplo, beterraba ou cenoura na rao, a colorao da casca ser alterada e ela ficar mais escura. A cor do ovo, portanto, no tem relao com a cor da galinha que o gerou.

    (Revista Superinteressante, novembro de 1995, com adaptaes)

    Com uma abordagem objetiva, o autor do texto acima tem por finalidade apenas informar o leitor acerca do motivo que acarreta as diferenas entre as cores dos ovos: a rao que oferecida galinha.

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    Exposio

    Em resumo, podemos dizer que o texto expositivo (ou informativo) apresenta:

    objetividade vocabulrio preciso e denotativo;

    impessoalidade/imparcialidade o autor no emite opinio; apenas expe o assunto;

    documentao o autor baseia as informaes em testemunhos de autoridades, citar fontes etc.

    J o texto dissertativo argumentativo (subjetivo) tem como finalidade o desenvolvimento de um tema, sendo composto por opinies do autor acerca do assunto. baseado em argumentos que pretendem persuadir o leitor.

    Exemplo: Preconceito contra a roa

    A sociedade brasileira, infelizmente, enxerga seu universo rural com preconceito. Em decorrncia, menospreza a importncia da agropecuria na gerao de emprego e da renda nacional. Pior, atribui ao setor uma pecha negativa: o moderno est na cidade; o atraso, na roa. Razes variadas explicam esse terrvel preconceito. Suas origens remontam ao sistema latifundirio. Com a acelerada urbanizao, o violento xodo rural subverteu, em uma gerao, os valores sociais: quem restou no campo virou passado. As distncias geogrficas do interior, a defesa ecolgica, a confuso da reforma agrria, o endividamento rural, todos esses fatores explicam a preveno contra o ruralismo. Na linguagem popular, o apelido depreciativo sempre da agricultura. Fulano burro, v plantar batatas! Nas finanas, o malandro laranja. Que pepino, hein? Um grande abacaxi! Ningum usa comparaes positivas: ntegro como boi, bonito qual jequitib! Na msica, a sanfona, ou a viola, brega. Pior de tudo, nas festas juninas, crianas so vestidas com calas remendadas, chapu de palha desfiado e, pasmem, dentes pintados de preto para parecerem banguelas. Triste pas que deprecia suas origens. Um misto de desinformao e preconceito que impede que a agricultura ressalte sua fora e seu valor. As mazelas do campo - ainda

    so muitas - suplantam, na mdia, os benefcios da modernidade rural. Os meios de comunicao focalizam seus problemas e no as vitrias alcanadas. Miopia cultural.

    (Xico Graziano. O Estado de S. Paulo, Caderno 2, 25/7/2001, com adaptaes.)

    No texto acima, o autor claramente demonstra seu ponto de vista ao criticar a depreciao do universo rural feita sociedade brasileira. Para a defesa de sua tese, o autor tenta persuadir o leitor, evidenciando a importncia da agropecuria na gerao de emprego e da renda nacional, fazendo uso de modalizadores indicadores de opinio LQIHOL]PHQWH SLRU WHUUtYHO e de expresses FRQWUiULDVDRSUHFRQFHLWR0LRSLDFXOWXUDO

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    Vamos ver como o assunto foi cobrado pelo CESPE/UnB:

    (CESPE/UnB-2008/TCU) Julgue o item que se seguem, acerca dos elementos do texto abaixo.

    1. Esse texto caracteriza-se como predominantemente informativo.

    Comentrio: O texto dissertativo expositivo (objetivo), tambm conhecido com informativo, aquele em que o autor no defende sua opinio. Em outras palavras, o autor tem por objetivo apenas informar, apresentar, definir ou explicar o fato aos interlocutores. o que ocorre no texto acima. Reparem, inclusive, nas referncias GR WH[WR ORFDOL]DGDV QR URGDSp Informativo TCU 6HPSUH TXH KRXYHU OHLDP Rrodap!

    Gabarito: Certo.

    (CESPE/UnB-2009/TCU) Julgue os seguintes itens com base na organizao do texto abaixo.

    O termo groupthinking foi cunhado, na dcada de cinquenta, pelo socilogo William H. Whyte, para explicar como grupos se tornavam refns de sua prpria coeso, tomando decises temerrias e causando grandes fracassos. Os manuais de gesto definem groupthinking como um processo mental coletivo que ocorre quando os grupos so uniformes, seus indivduos pensam da mesma forma e o desejo de coeso supera a motivao para avaliar alternativas diferentes das usuais. Os sintomas so conhecidos: uma iluso de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar a riscos; um esforo coletivo para neutralizar vises contrrias s teses dominantes; uma crena absoluta na moralidade das aes dos membros do grupo; e uma viso distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos, fracos ou simplesmente estpidos. To antigas como o conceito so as receitas para contrapor a patologia: primeiro, preciso estimular o pensamento crtico e as vises alternativas viso dominante; segundo, necessrio adotar sistemas transparentes de governana e

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    procedimentos de auditoria; terceiro, desejvel renovar constantemente o grupo, de forma a oxigenar as discusses e o processo de tomada de deciso.

    2. A VHTXrQFLD QDUUDWLYD LQLFLDO UHODWDQGR D RULJHP GR WHUPR JURXSWKLQNLQJ(linhas1-2), no caracteriza o texto como narrativo, pois integra a organizao do texto predominantemente argumentativo.

    Comentrio: O tpico frasal da introduo iniciado com uma aluso histrica a um fato ocorrido, caracterstica de textos dissertativos-DUJXPHQWDWLYRV O termo groupthinking foi cunhado, na dcada de FLQTXHQWD SHOR VRFLyORJR ([LVWHPtambm, outros tipos de tpicos frasais, quais sejam: declarao inicial, definio, diviso, interrogao etc.

    Gabarito: Certo.

    3. Apesar de a defLQLomRGHJURXSWKLQNLQJOLQKDV-7) sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso metafrico de palavras da rea de sade, como VLQWRPDV OLQKD UHFHLWDV (linha 12 H SDWRORJLD linha 12), orienta a argumentao para o valor negativo e indesejvel de groupthinking.

    Comentrio: A postura negativa do autor a respeito do processo evidenciada com o emprego palavras da rea da sade que apresentam valor negativo, seguidas de suas consequncias:

    sintomas iluso de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar a riscos UHFHLWDV H SDWRORJLD o autor critica as temerrias tomadas de decises, pois causam grandes fracassos (linha 3)

    Gabarito: Certo.

    (CESPE/UnB-2008/Ministrio da Sade)

    Cuidados para evitar envenenamentos

    Mantenha sempre medicamentos e produtos txicos fora do alcance das crianas; No utilize medicamentos sem orientao de um mdico e leia a bula antes de consumi-los; No armazene restos de medicamentos e tenha ateno ao seu prazo de validade; Nunca deixe de ler o rtulo ou a bula antes de usar qualquer medicamento; Evite tomar remdio na frente de crianas; No ingira nem d remdio no escuro para que no haja trocas perigosas; No utilize remdios sem orientao mdica e com prazo de validade vencido; Mantenha os medicamentos nas embalagens originais; Cuidado com remdios de uso infantil e de uso adulto com embalagens muito parecidas; Erros de identificao podem causar intoxicaes graves e, s vezes, fatais; Plulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados despertam a ateno e a curiosidade natural das crianas; no estimule essa curiosidade; mantenha medicamentos e produtos domsticos trancados e fora do alcance dos pequenos.

    Internet: (com adaptaes).

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    4. O emprego do imperativo nas oito primeiras frases depois do ttulo indica que se trata de um texto narrativo.

    Comentrio: O texto acima injuntivo (ou instrucional), pois faz uso do emprego de uma linguagem apelativa, tendo como objetivo persuadir o leitor a adotar alguns cuidados com relao manipulao de medicamentos e produtos txicos. Alm disso, o texto marcado pelo emprego de formas verbais no imperativo 0DQWHQKD (YLWH 1mR XWLOL]H 1mR DUPD]HQH 1XQFD GHL[H 2 TXH WDPEpPcaracteriza o texto como injuntivo o emprego da segunda pessoa (pronome voc) para aproximar o receptor da mensagem.

    Gabarito: Errado.

    (CESPE/UnB-2011/Correios)

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    5. No texto, que se caracteriza como expositivo-argumentativo, identificam-se a combinao de vocabulrio abstrato com metforas e o emprego de estruturas sintticas repetidas.

    Comentrio: possvel que vocs tenham ficado confusos com a expresso H[SRVLWLYR-DUJXPHQWDWLYR3RUpPHVVDQRPHQFODWXUDHPSUHJDGDSHODEDQFDID]referncia a consideraes pessoais e crticas acerca do assunto. E como fazer isso? Atravs da apresentao de exemplos, dados estatsticos que ratifiquem o posicionamento do autor, por exemplo. Voltando ao texto, percebemos que o autor GHIHQGH D WHVH GD HVWUXWXUDomR GD IHQRPHQRORJLD GD PHPyULD 6H QRVapressarmos a dizer que o sujeito da memria o eu, na primeira pessoa do singular, a noo de memria coletiva poder apenas desempenhar o papel DQDOyJLFRRXDWpPHVPRGHFRUSRHVWUDQKRQDIHQRPHQRORJLDGDPHPyULD$OpPdisso, possvel encontrar no texto a combinao de vocabulrio abstrato com metforas e o emprego de estruturas sintticas repetidas, tal como se observa nas passagens:

    (VVDDERUGDJHPREMHWDOOHYDQWDXPSUREOHPDHVSHFtILFR QRSODQRGDPHPyULD

    6HQRVDSUHVVDUPRVDGL]HUTXHRVXMHLWRGDPHPyULDpR eu... a noo de memria FROHWLYDSRGHUi

    6HQmRTXLVHUPRVQRVGHL[DUFRQILQDUQXPDDSRULDLQ~WLO ser preciso manter...

    Gabarito: Certo.

    (CESPE/UnB-2011/Correios)

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    6. O texto, de carter informativo, exemplo do gnero biografia.

    Comentrio: O WH[WRUHSUHVHQWDXPLQIRUPDWLYRVREUH&LQFRFXULRVLGDGHVVREUHErasmo de RotterdamLQIRUPDomRFRQWLGDQRWtWXOR. Quando h a exposio de dados relativos vida de uma pessoa, temos o gnero conhecido como biografia.

    Gabarito: Certo.

    (CESPE/UnB-2011/Correios)

    7 2 WUHFKR XPD VpULH GH DYDQoRV EHQV PDWHULDLV H VLPEyOLFRV OLQKDV 6-9) constitui a tese que os autores visam comprovar por meio da argumentao formulada no texto, que pode ser classificado como dissertativo-argumentativo.

    Comentrio: O erro do item relaciona-se informao acerca da tese defendida SHORVDXWRUHV1RWH[WRHOHVGHIHQGHPRSHUtRGRhistrico no qual se opera a mais

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    radical das revolues j experimentadas pela humanidade, tanto em amplitude quanto em profundidDGH. Quanto estrutura, o texto deve ser classificado como dissertativo-argumentativo, j que os autores emitem opinies.

    Gabarito: Errado.

    (CESPE/UnB-2010/MPU)

    As projees sobre a economia para os prximos dez anos so alentadoras. Se o Brasil mantiver razovel ritmo de crescimento nesse perodo, chegar ao final da prxima dcada sem extrema pobreza. Algumas projees chegam a apontar o pas como a primeira das atuais naes emergentes em condies de romper a barreira do subdesenvolvimento e ingressar no restrito mundo rico. Tais previses baseiam-se na hiptese de que o pas vai superar eventuais obstculos que impediriam a economia de crescer a ritmo continuado de 5% ao ano, em mdia. Para realizar essas projees, o Brasil precisa aumentar a sua capacidade de poupana domstica e investir mais para ampliar a oferta e se tornar competitivo. No lugar de alta carga tributria e estrutura de impostos inadequada, o pas deve priorizar investimentos que expandam a produo e contribuam simultaneamente para o aumento de produtividade, como o caso dos gastos com educao. dessa forma que so criadas boas oportunidades de trabalho, geradoras de renda, de maneira sustentvel.

    O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptaes).

    8. Pelas estruturas sintticas, escolhas lexicais e modo de organizao das ideias, conclui-se que predomina, no texto, o tipo textual narrativo.

    Comentrio: Textos que apresentam o posicionamento (opinio) do autor acerca de determinado assunto so caracterizados como dissertativo-argumentativos. Isso fica mais evidente no ltimo pargrafo do texto, em que so feitas consideraes finais DFHUFD GD WHPiWLFD R SDtV GHYH SULRUL]DU e GHVVD IRUPD TXH VmR FULDGDVRSRUWXQLGDGHVGHWUDEDOKR

    Gabarito: Errado. (CESPE/UnB-2010/ANEEL)

    Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) estima que, nos prximos quatro anos, os investimentos na indstria brasileira chegaro a R$ 500 bilhes, um valor 60% maior do que os R$ 311 bilhes investidos entre 2005 e 2008 (o banco no incluiu 2009, pois ainda no dispe de dados consolidados do ano passado). O estudo aponta forte concentrao dos investimentos na explorao de petrleo e gs, no tanto no pr-sal, mas, especialmente, na cadeia econmica ligada ao leo, como a indstria naval e a de fabricao de plataformas. Trata-se de um investimento que estimula outros setores da economia. Mas o BNDES prev

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    tambm fortes investimentos em setores voltados para atender demanda interna, entre os quais o automobilstico.

    O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptaes).

    9. Trata-se de texto subjetivo e pessoal, em que o autor explicita sua opinio individual.

    Comentrio: 2 TXH R &(63(8Q% TXLV GL]HU FRP WH[WR VXEMHWLYR H SHVVRDO"Bem, amigos, sabemos que os textos dissertativo-argumentativos so subjetivos tm como finalidade o desenvolvimento de um tema, sendo composto por opinies do autor acerca do assunto. No o que ocorre no texto em comento, pois se trata de um mero informativo (portanto, com o objetivo de informar) sobre investimentos na indstria brasileira nos prximos quatro anos, com base em estudos feitos pelo BNDES.

    Gabarito: Errado.

    TEXTO

    Conceito

    Antes de passar propriamente para o estudo da compreenso e da interpretao textual, necessrio esclarecer o que texto. Texto no um aglomerado de palavras e de frases desconexas, mas, sim, um todo, com unidade de sentido e intencionalidade do discurso. Em outras palavras, texto qualquer mensagem, todo tipo de comunicao de sentido completo, oral ou escrita (no se restringe linguagem escrita).

    Para Plato e Fiorin, possvel tirar duas concluses de noo de texto:

    - XPD OHLWXUD QmR SRGH EDVHDU-se em fragmentos isolados do texto, j que o significado das partes detHUPLQDGRSHORWRGRHPTXHHVWmRHQFDL[DGDV

    - XPDOHLWXUDGHXPODGRQmRSRGHOHYDUHPFRQWDRTXHQmRHVWiQRLQWHULRUGRtexto e, de outro lado, deve levar em conta a relao, assinalada de uma forma ou de outra, por marcas textuais, que um texto esWDEHOHFHFRPRXWURV

    Meus alunos, quero dizer o seguinte a vocs: uma frase s far sentido no texto, o qual, por sua vez, s ter sentido no discurso. Por exemplo, em um dia de muito frio, se o interlocutor estiver em um nibus, olhar para a janela e dLVVHU4XHIULRHQWHQGHUHPRVTXHHOHGHVHMDTXHDMDQHODVHMDIHFKDGD 2XWURH[HPSORVHGHUHSHQWHDOJXpPJULWD)RJRpyEYLRTXHHPJHUDOnossa primeira reao ser sair correndo, o que nos permite chegar concluso de que a mensagem foi compreendida. Com isso, percebemos que a situao em que se produz a linguagem e a inteno dos interlocutores, clara ou subentendida, so essenciais ao entendimento do texto.

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    DICAS DE LEITURA

    x Ideia-chave

    Uma boa dica de leitura de textos dividir os pargrafos (ou partes dele), fazendo um resumo da(s) ideia(s) principal(is) apresentada(s) em cada um. a tcnica das ideias-chave.

    x Palavra-chave

    Outra boa estratgia de leitura buscar as palavras mais importantes de cada pargrafo. Elas constituiro as palavras-chave do texto, em torno das quais as outras se organizaro e criaro um intercmbio de significao para produzirem sentidos. As palavras-chave representam uma sntese temtica, contm a ideia central do texto. Funcionam como uma chave que introduz o leitor ao assunto principal da mensagem. A correlao entre texto e ttulo, em geral, feita atravs das palavras-chave. Portanto, nem sempre preciso saber a acepo de todas as palavras do texto para compreend-lo. Por adquirir tal importncia na estrutura textual, as palavras-chave normalmente aparecem ao longo de todo o texto das mais variadas formas: repetidas, modificadas, retomadas por sinnimos etc. Elas estruturam o caminho da leitura, levando o receptor a compreender melhor o texto.

    x Inferncia lexical

    A inferncia lexical faz parte de uma srie de recursos utilizados para identificar o sentido da mensagem que se deseja entender, ou seja, um recurso que auxilia na compreenso do texto. e XP SURFHGLPHQWR XVDGR SRU QyV GHVGH EHErV, na linguagem verbal e desde a alfabetizao, na linguagem escrita. Por exemplo, um bilhete mal escrito, com partes apagadas, expresses desconhecidas ou estrangeirismos, muitas vezes no impede o entendimento da mensagem. Do vocabulrio que utilizamos hoje, apenas algumas poucas palavras procuramos no dicionrio ou algum nos disse seu significado. O conhecimento do significado da grande maioria foi atravs da deduo pelo contexto. As palavras adquirem um sentido peculiar, s vezes nico, dependendo do contexto. Somente atravs do uso podemos determinar, com exatido, o seu significado. Quando precisamos saber o significado de uma palavra ou expresso que desconhecemos e que fundamental para a compreenso do texto ou para respondermos a uma pergunta proposta, devemos buscar um significado que se adapte ao contexto, atravs das informaes verbais e no-verbais que j possumos ou pela posio na frase ou pela classe gramatical. Alm das estratgias disponveis, podemos fazer uso da analogia e de conhecimentos prvios sobre o assunto. preciso ter cautela, entretanto, com o TXH FKDPDPRV GH FRQKHFLPHQWR SUpYLR RX FRQKHFLPHQWR GH PXQGR ,VVRporque, muitas vezes, uma questo pode levar vocs a extrapolar, a responder no

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    o que est no texto, mas exatamente aquilo em que vocs acreditam ou aquilo que vocs conhecem.

    x Enunciados das perguntas

    Para compreendermos os enunciados das perguntas, devemos utilizar as mesmas estratgias de leitura que utilizamos para o texto (a busca das palavras/ideias-chaves, a deduo pelo contexto etc.). A partir do enunciado da pergunta, decidimos o que vamos buscar no texto, se a ideia global, uma referncia numrica ou uma informao especfica. Caso o enunciado mencione tema ou ideia principal, procurem a resposta nos pargrafos de introduo e/ou concluso. comum retomada do principal contedo apresentado. Se, no enunciado, o examinador mencionar argumento, procurem a resposta nos pargrafos de desenvolvimento.

    Vencida essa etapa inicial, partiremos para o estudo de sua compreenso e interpretao.

    COMPREENSO TEXTUAL

    Quando mencionamos compreenso textual, referimo-nos ao que est escrito no texto, isto , a compreenso baseia-se no plano do enunciado.

    Erros clssicos de entendimento de textos

    Em provas do CESPE/UnB, possvel que a banca induza vocs a alguns erros clssicos de extrapolao, reduo ou contradio. Mas o que caracteriza cada um desses erros ? Vejamos:

    Extrapolao ocorre quando vamos alm dos limites do texto, isto , quando realizamos inferncias sem base no texto analisado. Por exemplo, se o enunciado trouxer o perodo

    1HPWRGDVDVSODQWDVKRUWtFRODVVHGmREHPGXUDQWHWRGRRDQR ,

    um erro de extrapolao ocorreria se compreendssemos que

    7RGDVDVSODQWDVKRUWtFRODVVH GmREHPGXUDQWHWRGRRDQR

    Reduo uma particularizao indevida. Nesses casos, ao invs de sairmos do contexto, restringimos a significao de uma palavra ou passagem textual. Por exemplo, aproveitando o primeiro enunciado

    Nem todas as plantas KRUWtFRODVVHGmREHPGXUDQWHWRGRRDQR ,

    haveria um erro de reduo caso compreendssemos o perodo acima como

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    1HQKXPDSODQWDKRUWtFRODVHGiEHPGXUDQWHWRGRRDQR

    Contradio a reescritura contrria passagem original do texto. Tomando por base o enunciado

    1HPWRGDVDVSODQWDVKRUWtFRODVVHGmREHPGXUDQWHWRGRRDQR

    um erro de contradio ocorreria se entendssemos que

    7RGDVDVSODQWDVKRUWtFRODVQmRVHGmREHPGXUDQWHRDQRWRGR

    Um entendimento correto acerca do enunciado em questo seria, por exemplo:

    $OJXPDVSODQWDVKRUWtFRODVVHGmREHPGXUDQWHRDQRWRGR

    Nas provas do CESPE/UnB, a compreenso textual exigida da seguinte forma:

    (CESPE/UnB-2010/MPU)

    Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da cidade so o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais criminosos causam so minsculos quando comparados com os de criminosos respeitveis, que vestem colarinho branco e trabalham para as organizaes mais poderosas. Estima-se que as perdas provocadas por violaes das leis antitrust apenas um item de uma longa lista dos principais crimes do colarinho branco sejam maiores que todas as perdas causadas pelos crimes notificados polcia em mais de uma dcada, e as relativas a danos e mortes provocadas por esse crime apresentam ndices ainda maiores. A ocultao, pela indstria do asbesto (amianto), dos perigos representados por seus produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as destrudas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados Unidos da Amrica durante uma dcada inteira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, tambm provocam, a cada ano, mais mortes do que essas.

    James William Coleman. A elite do crime. 5. ed., So Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptaes).

    10. Pela leitura do texto, conclui-se que, nos Estados Unidos da Amrica, os efeitos anuais do tabagismo so mais danosos que os de uma dcada de violncia urbana somados aos do uso de produtos fabricados com amianto.

    Comentrio: 1R WH[WR DFLPD R DXWRU FRPSDUD DV PRUWHV FDXVDGDV SRU RXWURVSURGXWRV SHULJRVRV FRPR R FLJDUUR OLQKD H HP RXWUR PRPHQWR DV PRUWHVSURYRFDGDV SHOD LQG~VWULD GR DVEHVWR OLQKD H SRU WRGRV RV DVVDVVLQDWRVocorridos nos (VWDGRV 8QLGRV GD $PpULFD OLQKDV 13). No enunciado, entretanto, a banca tentou induzir o candidato ao erro, fazendo uma comparao

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    entre os efeitos anuais do tabagismo e os de uma dcada de violncia urbana somados aos do uso de produtos fabricados com amianto. Aqui, vale uma dica: nunca leiam o item sem antes ter lido o texto. Caso contrrio, o examinador pode convenc-los de um argumento invlido, induzindo-os ao erro.

    Gabarito: Errado.

    (CESPE/UnB-2009/TCU)

    O exerccio do poder ocorre mediante mltiplas dinmicas, formadas por condutas de autoridade, de domnio, de comando, de liderana, de vigilncia e de controle de uma pessoa sobre outra, que se comporta com dependncia, subordinao, resistncia ou rebeldia. Tais dinmicas no se reportam apenas ao carter negativo do poder, de opresso, punio ou represso, mas tambm ao seu carter positivo, de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si no existe, no um objeto natural. O que h so relaes de poder heterogneas e em constante transformao. O poder , portanto, uma prtica social constituda historicamente. Na rede social, as dinmicas de poder no tm barreiras ou fronteiras: ns as vivemos a todo momento. Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos ou programados em um vnculo, ou podemos comand-lo para a realizao de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo papel social, que nos faz complementar, passivamente ou no, as regras polticas da situao em que nos encontramos.

    Maria da Penha Nery. Vnculo e afetividade: caminhos das relaes humanas. So Paulo: gora, 2003, p. 108-9 (com adaptaes).

    11. correto concluir, a partir da argumentao do texto, que o poder dinmico e que h mltiplas formas de sua realizao, com faces heterogneas, positivas ou negativas; alm disso, ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se submetem, quanto os que a ele resistem.

    Comentrio: O enunciado acima representa um resumo do texto, elaborado de acordo com as ideias presentes na superfcie textual. O examinador selecionou, em cada pargrafo, as ideias mais importantes (tcnica das ideias-chave), que, geralmente, so apresentadas no tpico frasal. Por exemplo, nos dois primeiros pargrafos, as principais ideias so:

    O exerccio do poder ocorre mediante mltiplas dinmicasOLQKDH

    Tais dinmicas no se reportam apenas ao carter negativo do poder, mas tambm ao seu carter positivoOLQKDV6)

    No terceiro pargrafo, a principal ideia apresentada pelo trecho:

    Na rede social (...) podemos ser comandados, submetidos ou programados em um vnculo, ou podemos comand-ORlinhas 1012).

    Gabarito: Certo.

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    12. 'H DFRUGR FRP D DUJXPHQWDomR GR WH[WR R SRGHU QmR p XP REMHWR QDWXUDO (linhas 7-8) porque criado artificialmente nas relaes de opresso social.

    Comentrio: No enunciado, a justificativa apresentada pela banca RSRGHUQmRpXPREMHWRQDWXUDOSRUTXHpFULDGRDUWLILFLDOPHQWHQDVUHODo}HVGHRSUHVVmRVRFLDO acarreta um erro de reduo, que a valorizao de apenas uma parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade. Em outras palavras, a reduo ocorre quando o autor deixa de considerar o texto como um todo para se ater apenas parte dele. 6HJXQGRRWH[WRDVGLQkPLFDVTXHLPSOLFDPRH[HUFtFLRGRSRGHUno se reportam apenas ao carter negativo do poder (...)PDVWDPEpPDRVHXFDUiWHUSRVLWLYR

    Gabarito: Errado.

    INTERPRETAO TEXTUAL

    Interpretar um texto no simplesmente saber o que se passava na cabea do autor enquanto ele escrevia. , antes de tudo, perceber a intencionalidade do texto, inferir (deduzir). Por exemplo, se eu disser

    /HYHLPLQKDILOKDFDoXODDRSDUTXH

    podemos inferir que tenho mais de uma filha.

    Em outras palavras, inferir retirar informaes implcitas e explcitas do texto. E mais: ser com essas informaes que vocs resolvero as questes de interpretao na prova. e SUHFLVR WHU FXLGDGR HQWUHWDQWR FRP R TXH FKDPDPRV GH conhecimento SUpYLRFRQKHFLPHQWRGHPXQGR

    Conhecimento prvio

    Conhecimento prvio (ou conhecimento de mundo) o conhecimento acumulado do assunto abordado no texto. aquilo que todos carregamos conosco, fruto do que aprendemos na escola, com os amigos, assistindo televiso, enfim, vivendo. Num contexto conhecido, a deduo de palavras feita por analogia com as informaes que j possumos sobre o tema. Portanto, o conhecimento prvio do tema em questo facilita, ratificando ou ampliando o entendimento do texto. No basta, porm, retirar informaes de um texto para responder corretamente s questes. necessrio saber de onde tir-las. Para tanto, temos que ter conhecimento, tambm, da estrutura textual e por quais processos se passa um texto at seu formato final de narrao, descrio, injuno ou dissertao (expositiva ou argumentativa), conforme j estudamos. Em geral, os textos tm a seguinte estrutura: introduo, desenvolvimento e concluso. Ao l-lo, devemos procurar a coerncia, a coeso, a relao entre as ideais apresentadas.

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    Agora, precisarei chamar a ateno de vocs para as interpretaes indutiva e dedutiva.

    TIPOS DE RACIOCNIO

    Entre os vrios tipos de pargrafos argumentativos, h os indutivos e os dedutivos. Os indutivos tm como tpico frasal (frase nuclear) uma premissa (afirmativa) de carter particular. O raciocnio desenvolvido e a concluso a que se chega de carter geral (do particular para o geral). o que chamamos de interpretao indutiva (ou inferncia). Cuidado com isso, pessoal! Geralmente, essa interpretao pode induzi-los a cometerem erros.

    Exemplo:

    Os mdicos entrevistados declararam que seus pacientes tiveram uma boa reao ao genrico Amoxilina (carter particular). Por isso, hoje, quando precisam prescrever antibitico, ressaltam que a nica diferena entre o Amoxil e o Amoxilina est no valor a pagar. Portanto, todo genrico to eficiente quanto o seu correspondente de fantasia (carter geral).

    um equvoco considervel chegar concluso de que todo remdio genrico mantm o grau de eficincia de seu correspondente de fantasia. Ainda que partamos da premissa de que os pacientes dos mdicos entrevistados tenham tido uma boa reao ao genrico Amoxilina, h o conhecimento de que somente estes pacientes apresentaram esse resultado (no sabemos a reao dos outros pacientes que no foram entrevistados). Por apresentar informaes no contidas nas premissas, isto , por extrapolar, a concluso apresentada no exemplo errada.

    J os pargrafos dedutivos so justamente o contrrio: o tpico frasal contm afirmativa de carter geral (do geral para o particular). o que chamamos de interpretao dedutiva.

    Exemplo:

    A violncia uma caracterstica das cidades grandes (carter geral). A busca de emprego, apontam os socilogos, , entre outros fatores, responsvel pela recepo constante de imigrantes. O mercado de trabalho no Rio de Janeiro, por exemplo, no tem como absorver tanta mo de obra. Da h um verdadeiro efeito domin. A falta de emprego gera a misria que, por sua vez, gera a violncia. O Rio de Janeiro uma das cidades mais violentas do mundo (carter particular).

    Nos argumentos dedutivos, chega-se a uma concluso que se faz presente nas premissas. Em outras palavras, a concluso no apresenta um conhecimento novo, ou seja, no extrapola as premissas.

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    COERNCIA

    O devido emprego de marcas lingusticas na superfcie textual implica coeso. No entanto, esta por si s no garante a coerncia, pois um texto pode ser simultaneamente coeso e contraditrio. Vamos ver o exemplo a seguir:

    Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e Flamengo, pois o estado do gramado do Maracan no pGRVSLRUHV

    No perodo acima, percebemos que h uma incoerncia, uma vez que a FRQMXQomRH[SOLFDWLYDpoisHRDGYpUELRnoIRUDPHPSUHJDGRVLQFRUUHWDPHQWHPoderamos reescrever, coerentemente, o excerto acima das seguintes formas:

    Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e Flamengo, pois o estado do JUDPDGRGR0DUDFDQmpGRVSLRUHV

    Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e Flamengo, pois o estado do gramado do Maracan no dos melhores

    Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e Flamengo, ainda que o estado do gramado do Maracan no seja GRVSLRUHV

    importante chamar a ateno de vocs quanto existncia de textos coerentes, mas sem coeso.

    Exemplo:

    pau pedra o fim do caminho um resto de toco um pouco sozinho um caco de vidro a vida, o sol (...) (Tom Jobim)

    Segundo as lies de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhes, texto coerente p R UHVXOWDGR GD DUWLFXODomR GDV LGHLDV GH XP WH[WR p D estruturao lgico-semntica que faz com que numa situao discursiva palavras HIUDVHVFRPSRQKDPXPWRGRVLJQLILFDWLYRSDUDRVLQWHUORFXWRUHV

    Ento, meus amigos, conclumos que coerncia a harmonia existente entre as vrias partes do texto, produzindo uma unidade de sentido.

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    COESO

    Importantssimo fator a ser observado em um texto coeso, isto , a passagem harmnica de uma orao outra, de um perodo para outro, de um pargrafo para outro. A coeso estabelece elos entre as partes, garantindo a unidade do todo. Essas relaes lgicas entre os enunciados e os pargrafos so explicitadas atravs de marcas lingusticas, que so os mecanismos de coeso, os nexos oracionais, articuladores textuais (conjunes, pronomes, preposies, artigos, advrbios etc.).

    Principais mecanismos de coeso textual

    Coeso referencial um elemento sequencial do texto se refere a um termo da mesma superfcie textual.

    Exemplos:

    A mulher foi passear na capital. Dias depois o marido dela recebeu um telegrama: Envie quinhentos cruzeiros. Preciso comprar uma capa de chuva. Aqui est chovendo sem parar. E ele respondeu: Regresse. Aqui chove mais barato.

    (Ziraldo. In: As Anedotas do Pasquim)

    No exemplo acima, temos que:

    - o pronome ela HPGela (linha 1) tem como referente o substantivo mulher (linha 1); - o pronome ele (linha 4) tem como referente a palavra marido (linha 1); - o advrbio aqui (linha 2) refere-se capital (linha 1).

    &DSLWX GHX-me as costas, voltando-se para o espelhinho. Peguei-lhe dos cabelos, colhi-os todos e entrei a alis-los FRPRSHQWH

    (Machado de Assis. In: Dom Casmurro)

    No excerto acima, verificamos que:

    - o pronome oblquo -os FROKL-RVUHIHUH-se a cabelos; - a forma pronominal -los DOLVi-los) tambm se refere a cabelos.

    importante chamar a ateno de vocs para a existncia de dois tipos de coeso referencial: a exofrica e a endofrica.

    - Exofrica (ou ditica): ocorre quando o referente est fora da superfcie textual, ou seja, faz parte da situao comunicativa (extratextual).

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    Exemplos:

    Porque ser que ele no chegou ainda? (ele = a pessoa de quem se fala)

    L muito quente. (L = lugar a que a pessoa se referiu)

    - Endofrica: ocorre quando o referente se encontra expresso no texto (intratextual).

    Exemplos:

    Joo disse que estava a caminho. Por que ser que ele no chegou ainda? (ele refere-se a Joo)

    Nas frias, viajei para Mato Grosso do Sul. L muito quente. (L refere-se a Mato Grosso do Sul)

    A coeso endofrica, por sua vez, subdivide-se em anafrica e catafrica.

    - Anafrica: o termo refere-se a um elemento anteriormente mencionado no texto.

    Exemplo:

    Vasco e So Paulo: esses so os melhores times do campeonato brasileiro.

    No exemplo acima, o pronome esses retoma os termos Vasco e So Paulo.

    - Catafrica: o termo refere-se a um elemento que ainda no foi mencionado no texto.

    Exemplo:

    Estes so os melhores times do campeonato brasileiro: Vasco e So Paulo.

    Neste exemplo, o pronome estes refere-se aos termos Vasco e So Paulo, que ainda no haviam sido citados no texto.

    Dica estratgica!

    Para estabelecer a diferena entre dois elementos anteriormente citados, emprega-se este(s), esta(s) e isto, em relao ao que foi mencionado por ltimo, e aquele(s), aquela(s), aquilo, em relao ao que foi nomeado em primeiro lugar.

    Exemplo:

    Jos de Alencar e Machado de Assis so importantes escritores brasileiros; este escreveu Dom Casmurro; aquele, Iracema.

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    Coeso sequencial o emprego de elementos coesivos (preposies, locues prepositivas, conjunes, locues conjuntivas, articuladores sintticos, ou seja, conectivos) que permitem o encadeamento e, por consequncia, a evoluo do texto. Difere da coeso referencial, pois no se trata de referncias a elementos intratextuais ou extratextuais.

    Exemplos:

    Embora tivesse estudado pouco, passou no concurso. (o conectivo embora estabelece uma relao de concesso)

    No posso atend-lo, visto que suas pretenses so descabidas. (o conectivo visto que apresenta uma relao de causa)

    O importante no decorar os conectivos, e sim perceber a relao entre as oraes, o contexto. Vejam:

    VALOR DE ... EXEMPLO MAS x Adversidade

    Estudou pouco, mas foi aprovado.

    x Adio (seguido de tambm).

    No s estuda, mas tambm trabalha.

    E x Adversidade

    Estudou pouco, e foi aprovado.

    x Adio

    Acordou e estudou.

    x Consequncia

    Os estudos foram intensos e o aluno ficou bem preparado.

    POIS x Concluso (aps o verbo). Equivale a

    portanto, logo)

    estudioso; conseguir, pois, a aprovao.

    x Explicao (antes do verbo)

    Era muito estudioso, pois passou na prova.

    x Causa

    Estava animado pois passou no concurso.

    PORQUE

    x Explicao (equivale a pois).

    O verbo da orao principal aparecer no impera-tivo.

    Estude, porque ser aprovado.

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    VALOR DE ... EXEMPLO PORQUE x Causa

    Passei porque gabaritei a prova.

    x Finalidade (equivale a para que)

    Dedicou-se porque a aprovao fosse breve.

    UMA VEZ QUE

    x Causa (equivale a j que)

    Estava animado uma vez que passou no concurso.

    x Condio (equivale a desde que)

    Uma vez que estude mais, ser aprovado.

    SE

    x Condio (equivale a caso)

    Explicarei a questo, se for sua dvida.

    DESDE QUE

    x Condio (equivale a caso, se)

    Ser aprovado, desde que estude mais.

    x Tempo (equivale a quando)

    Ficou tranquilo desde que soube o resultado do concurso.

    SEM QUE

    x Condio (equivale a caso no)

    Sem que estudem, no passaro.

    x Concesso

    Sem que estudasse muito, passou.

    x Modo

    Fez a prova sem que estudasse.

    COMO

    x Adio

    $SDUHFHQDFRUUHODomRno s ... como tambm

    No s estuda como tambm trabalha.

    x Causa (quando estiver antecipada na frase.). Equivale a j que.

    Como estudou muito, gabaritou a prova.

    x Comparao

    Ele sempre estudou como o av. (= Ele sempre estudou como o av

    estudou.)

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    VALOR DE ... EXEMPLO COMO

    x Conformao Estudou como o pai mandou. (= Estudou conforme o pai mandou.) QUANTO

    x Adio

    Ele tanto estuda quanto trabalha. (= Ele estuda e trabalha.)

    x Comparao

    $SDUHFHQDFRUUHODomRWmRTXDQWR

    O filho to estudioso quanto o pai. (= O filho to estudioso quanto o pai .)

    Vamos ver como o assunto foi cobrado pelo CESPE/UnB:

    (CESPE/UnB-2009/TCU)

    Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, est vinculado a um pressuposto que se apresenta como novo em face da Idade Antiga e Mdia, a saber: a prpria ideia de democracia. Para ser democrtico, deve contar, a partir das relaes de poder estendidas a todos os indivduos, com um espao poltico demarcado por regras e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o atendimento s demandas pblicas da maior parte da populao, elegidas pela prpria sociedade, atravs de suas formas de participao/representao. Para que isso ocorra, contudo, impe-se a existncia e a eficcia de instrumentos de reflexo e o debate pblico das questes sociais vinculadas gesto de interesses coletivos e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos liberais de liberdade, de opinio, de reunio, de associao etc. , tendo como pressupostos informativos um ncleo de direitos inviolveis, conquistados, principalmente, desde o incio da Idade Moderna, e ampliados pelo Constitucionalismo Social do sculo XX at os dias de hoje. Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de todas as geraes ou ciclos possveis.

    Rogrio Gesta Leal. Poder poltico, estado e sociedade. Internet: (com adaptaes).

    13. Na organizao da argumentao, o segundo pargrafo do texto estabelece a condio de o debate e a reflexo sobre os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na base da ideia de democracia.

    Comentrio 1R LQtFLR GR SDUiJUDIR D H[SUHVVmR 3DUD TXH LVVR RFRUUD GHQRWDXPDFRQGLomRSDUDDexistncia e a eficcia de instrumentos de reflexo e o debate S~EOLFR $OpP GLVso, o autor do texto frisa a importncia da eficcia dos instrumentos de reflexo e do debate pblico para que haja um governo democrtico.

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    Gabarito: Certo.

    14. O desenvolvimento das ideias demonstra que, na linha 3, a flexo de singular HP GHYH HVWabelece relaes de coeso e de concordncia gramatical com o WHUPRGHPRFUDFLD

    Comentrio$IRUPDYHUEDOGHYHPDQWpPUHODomRGHFRHVmRHFRQFRUGkQFLDFRPRYRFiEXORJRYHUQROLQKD

    Gabarito: Errado.

    2SURQRPHLVVROLQKD) exerce, na organizao dos argumentos do texto, a funo coesiva de retomar e resumir o fato de TXHDVGHPDQGDVS~EOLFDVGDmaior SDUWH GD SRSXODomR OLQKD ) so HVFROKLGDV SRU PHLR GH IRUPDV GHpDUWLFLSDomRUHSUHVHQWDomROLQKD).

    Comentrio 2 SURQRPH LVVR p HPSUHJDGR SDUD ID]HU UHIHUrQFLD DQDIyULFD RXseja, referir-se a algo que j foi citado na superfcie textual. No texto, esse pronome VHUHIHUHjQRomRGHJRYHUQRGHPRFUiWLFR

    Gabarito: Errado.

    (CESPE/UnB-2009/TCU)

    O exerccio do poder ocorre mediante mltiplas dinmicas, formadas por condutas de autoridade, de domnio, de comando, de liderana, de vigilncia e de controle de uma pessoa sobre outra, que se comporta com dependncia, subordinao, resistncia ou rebeldia. (...)

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    16. Nas relaes de coeso que se estabelecem no WH[WRRSURQRPHTXHOLQKD) UHWRPDDH[SUHVVmRH[HUFtFLRGRSRGHU (linha 1).

    Comentrio1RWH[WRRSURQRPHUHODWLYRTXHUHWRPDRYRFiEXORRXWUDRXVHMDa pessoa controlada:

    controle de uma pessoa sobre outra, que se comporta com dependncia

    Gabarito: Errado.

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    (CESPE/UnB-2010/ANEEL) Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) estima que, nos prximos quatro anos, os investimentos na indstria brasileira chegaro a R$ 500 bilhes, um valor 60% maior do que os R$ 311 bilhes investidos entre 2005 e 2008 (o banco no incluiu 2009, pois ainda no dispe de dados consolidados do ano passado). O estudo aponta forte concentrao dos investimentos na explorao de petrleo e gs, no tanto no pr-sal, mas, especialmente, na cadeia econmica ligada ao leo, como a indstria naval e a de fabricao de plataformas. Trata-se de um investimento que estimula outros setores da economia. Mas o BNDES prev tambm fortes investimentos em setores voltados para atender demanda interna, entre os quais o automobilstico.

    O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptaes).

    17. 2WHUPRFRPROLQKD) estabelece, no perodo em que foi empregado, uma UHODomRGHFRPSDUDomRHQWUHDFDGHLDHFRQ{PLFDOLJDGDDRyOHRlinhas 7-8HDLQG~VWULDQDYDOHDGHIDEULFDomRGHSODWDIRUPDVlinha 8).

    Comentrio: Conforme vimos, no devemos decorar os conectivos, e sim perceber D UHODomRHQWUHDVRUDo}HV1R WH[WRRFRQHFWLYR FRPRQmR IRLHPSUHJDGRSDUDcomparar, e sim para exemplificar RDUJXPHQWRO estudo aponta forte concentrao dos investimentos na explorao de petrleo e gs, no tanto no pr-sal, mas, especialmente, na cadeia econmica ligada ao leo

    Gabarito: Errado.

    (CESPE/UnB-2010/MPU)

    As projees sobre a economia para os prximos dez anos so alentadoras. Se o Brasil mantiver razovel ritmo de crescimento nesse perodo, chegar ao final da prxima dcada sem extrema pobreza. Algumas projees chegam a apontar o pas como a primeira das atuais naes emergentes em condies de romper a barreira do subdesenvolvimento e ingressar no restrito mundo rico. Tais previses baseiam-se na hiptese de que o pas vai superar eventuais obstculos que impediriam a economia de crescer a ritmo continuado de 5% ao ano, em mdia. Para realizar essas projees, o Brasil precisa aumentar a sua capacidade de poupana domstica e investir mais para ampliar a oferta e se tornar competitivo. No lugar de alta carga tributria e estrutura de impostos inadequada, o pas deve priorizar investimentos que expandam 16 a produo e contribuam simultaneamente para o aumento de produtividade, como o caso dos gastos com educao. dessa forma que so criadas boas oportunidades de trabalho, geradoras de renda, de maneira sustentvel.

    O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptaes).

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    18. Depreende-se da leitura do texto que o Brasil, em uma dcada, ser membro do grupo dos pases ricos.

    Comentrio: O enunciado apresenta um erro de extrapolao, pois no se pode afirmar, categoricamente, com toda certeza, que o Brasil ser membro do grupo dos pases ricos, tanto que, no texto, expressa uma possibilidade, baseada em previses:

    Se o Brasil mantiver razovel ritmo de crescimento nesse perodo, chegar ao final da prxima dcada sem extrema pobreza.

    Algumas projees chegam a apontar o pas como a primeira das atuais naes emergentes em condies de romper a barreira do subdesenvolvimento e ingressar no restrito mundo rico

    Gabarito: Errado.

    (CESPE/UnB-2010/ANEEL) Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) estima que, nos prximos quatro anos, os investimentos na indstria brasileira chegaro a R$ 500 bilhes, um valor 60% maior do que os R$ 311 bilhes investidos entre 2005 e 2008 (o banco no incluiu 2009, pois ainda no dispe de dados consolidados do ano passado). O estudo aponta forte concentrao dos investimentos na explorao de petrleo e gs, no tanto no pr-sal, mas, especialmente, na cadeia econmica ligada ao leo, como a indstria naval e a de fabricao de plataformas. Trata-se de um investimento que estimula outros setores da economia. Mas o BNDES prev tambm fortes investimentos em setores voltados para atender demanda interna, entre os quais o automobilstico.

    O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptaes).

    19. Infere-se das informaes do texto que o investimento na explorao de combustveis fsseis e na cadeia econmica associada a essa atividade influencia o desenvolvimento de outras reas da economia.

    Comentrio +DMD YLVWD R HPSUHJR GR YHUER HVWLPXODU OLQKD p FRUUHWR LQIHULUque o investimento na explorao de combustveis fsseis e na cadeia econmica associada a essa atividade influencia o desenvolvimento de outras reas da economia:

    Trata-se de um investimento que estimula outros setores da economia.

    Gabarito: Certo.

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    (CESPE/UnB-2010/BASA)

    A discusso acerca da influncia do pensamento econmico na teoria moderna aparentemente uma discusso metaterica, ou seja, de carter metodolgico. Mas, na cincia econmica, como de resto nas cincias sociais em geral, no h consenso sobre a forma de evoluo dos paradigmas. Contrariamente ao que, em regra, acontece no mundo das cincias naturais, h aqui dvidas a respeito de se o conhecimento mais recente necessariamente o melhor, o mais verdadeiro, ou seja, aquele que incorporou produtivamente os desenvolvimentos tericos at ento existentes, tendo deixado de lado aqueles que no se mostraram adequados a seu objeto. (...)

    Leda Maria Paulani. Internet: (com adaptaes).

    20. Infere-se do texto que o conhecimento recente da rea econmica pode no ser, necessariamente, o que incorporou as melhores facetas do conhecimento historicamente desenvolvido.

    Comentrio: correto inferir a possibilidade de o conhecimento recente da rea econmica no ser o que incorporou as melhores facetas do conhecimento historicamente desenvolvido. Essa inferncia pode ser confirmada pela passagem h aqui dvidas a respeito de se o conhecimento mais recente necessariamente o melhor, o mais verdadeiro, ou seja, aquele que incorporou produtivamente os desenvolvimentos tericos at ento existentes (..

    Gabarito: Certo.

    SIGNIFICAO DAS PALAVRAS

    A anlise de textos pode ser influenciada pelas relaes lexicais, as quais sero mostradas a seguir.

    Campo Semntico

    possvel que as palavras se associem de diversas maneiras. Uma dessas associaes ocorre quando os vocbulos apresentam o mesmo radical palavras pertencentes mesma famlia, chamadas cognatas , isto , pertencem ao mesmo campo semntico.

    Exemplo:

    terra terrestre terra terreiro terrqueo.

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    Entretanto, no necessrio que as palavras possuam o mesmo radical para pertencerem ao mesmo campo semntico. possvel que os vocbulos se relacionem pelo sentido em um determinado contexto.

    Exemplo:

    Joo Camilo dirigia-se casa de Maria Odete. No meio do percurso, ouviu um trovo. De repente, o cu ficou escuro; viu um relmpago. Comeou a chuva e Joo teve de voltar a casa.

    1RFRQWH[WRDFLPDRVYRFiEXORVtrovorelmpagoHchuvaDLQGDTXHno possuam o mesmo radical, aproximam-se pelo sentido, ou seja, pertencem ao mesmo campo semntico.

    HOMONMIA

    Homnimos so palavras que, embora tenham significados diferentes, tm a mesma estrutura fonolgica. Tripartem-se em:

    x Homnimos homFONOS mesmo som (pronncia) e grafias diferentes.

    Exemplos: coser (costurar) / cozer (cozinhar); expiar (pagar a culpa) / espiar (observar secretamente); cela (quarto de dormir) / sela (pea de couro posta sobre o lombo da cavalgadura);

    x Homnimos homGRAFOS mesma grafia (escrita) e pronncias diferentes.

    Exemplos: colher (verbo) / colher (substantivo); sede // (lugar principal) / sede // (secura, necessidade de ingerir lquido).

    x Homnimos perfeitos - pronncia e grafia iguais.

    Exemplos: so (verbo VHU) / so (adjetivo = sadio).

    Os alunos do Estratgia Concursos so GHPDLVYHUERVHU Mente s no corpo so. (adjetivo = sadio)

    cedo (advrbio de tempo) / cedo (verbo FHGHU).

    Chegarei cedo ao local de prova. (advrbio de tempo) Neste instante, eu cedo RDSDUWDPHQWRSDUDYRFrVYHUERFHGHU

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    importante diferenciar os homnimos perfeitos das palavras polissmicas. Homnimos perfeitos so nomes que tm mesma grafia e pronncia, mas que pertencem a classes gramaticais distintas. Por sua vez, termos polissmicos so vocbulos que apresentam uma s forma com mais de um significado, pertencendo mesma classe gramatical.

    Exemplos:

    Os alunos do Estratgia Concursos so GHPDLVYHUERVHU Mente s no corpo so. (adjetivo = sadio)

    Nos exemplos acima, houve alterao da classe gramatical. Logo, temos homnimos perfeitos.

    O cabo obedeceu s ordens dos superiores. (cabo = patente militar substantivo) A cozinheira pegou a faca pelo cabo. (cabo = parte do instrumento substantivo)

    Nos exemplos acima, no houve alterao da classe gramatical. Logo, temos vocbulos polissmicos.

    PARONMINA

    Parnimos a relao entre palavras que so parecidas, mas que possuem significados diferentes.

    Exemplos:

    Ascender: subir, elevar-se. Acender: atear fogo, abrasar.

    Acento: inflexo de voz, sinal grfico. Assento: base, cadeira, apoio; registro, apontamento.

    Acerca de: a respeito de, sobre. A cerca de: a uma distncia aproximada de. H cerca de: faz aproximadamente, existe(m) perto de.

    Acerto: estado de acertar; preciso, segurana; ajuste. Asserto: afirmao, assero.

    Afim: parente por afinidade; semelhante, anlogo. A fim (de): para (locuo conjuntiva final).

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    Amoral: indiferente moral, que no se preocupa com a moral. Imoral: contrrio moral, indecente.

    Ao encontro de: para junto de, favorvel a. De encontro a: contra, em prejuzo de.

    Ao invs de: ao contrrio de. Em vez de: em lugar de.

    A par: ciente, ao lado, junto. Ao par: de acordo com a conveno legal; equivalncia.

    Aprear: marcar o preo de, avaliar, ajustar. Apressar: acelerar, dar pressa a, instigar.

    Arrear: pr arreios a; aparelhar. Arriar: abaixar, descer, inutilizar, desaminar.

    Arrochar: apertar muito. Arroxar: tornar roxo.

    s: pessoa notvel em sua especialidade; carta de jogo. Az: esquadro, ala do exrcito, fileira.

    Asado: que tem asas, alado. Azado: oportuno, propcio.

    Avocar: atrair, atribuir-se, chamar. Evocar: trazer lembrana.

    Caar: perseguir, apanhar. Cassar: anular, suspender.

    Cavaleiro: homem a cavalo. Cavalheiro: homem gentil, de boas maneiras e aes.

    Cela: aposento de religiosos, cubculo. Sela: arreio de cavalgadura.

    Censo: recenseamento, contagem. Senso: juzo, discernimento.

    Cerrar: fechar, apertar, encerrar. Serrar: cortar, separar.

    Cesso: ato de ceder, cedncia. Seo ou seco: setor, corte, subdiviso, parte de um todo. Sesso: espao de tempo em que se realiza uma reunio; reunio.

    Cheque: ordem de pagamento. Xeque: chefe rabe; lance de xadrez; perigo.

    Comprimento: extenso, tamanho, distncia. Cumprimento: saudao, ato de cumprir.

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    Concertar: combinar, harmonizar, arranjar. Consertar: remendar, restaurar.

    Conjetura: suposio, hiptese. Conjuntura: oportunidade, momento, ensejo, situao.

    Coser: costurar. Cozer: cozinhar.

    Deferir: atender, conceder, anuir. Diferir: divergir; adiar, retardar, dilatar.

    Delatar: denunciar, acusar. Dilatar: adiar, prorrogar.

    Descrio: ato de descrever; explanao. Discrio: moderao, reserva, recato, modstia.