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  • Aula 00

    Curso Regular de Direito Eleitoral - Com VideoaulasProfessor: Ricardo Torques

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  • CURSO REGULAR DE DIREITO ELEITORAL EM TEORIA E QUESTES, COM VDEO-AULAS

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    Apresentao do Curso

    Cronograma

    Introduo ao Direito Eleitoral

    SUMRIO

    Apresentao ................................................................................... 2

    Cronograma de Aulas ........................................................................ 9

    1 Consideraes Iniciais ................................................................ 10 2 - Introduo ao Direito Eleitoral ..................................................... 10

    2.1 - Conceito .............................................................................. 11

    2.2 Fontes ................................................................................ 12 2.3 Noes de Teoria Geral do Direito .......................................... 22 2.4 - Princpios de Direito Eleitoral ................................................. 30

    3 - Questes .................................................................................. 57

    3.1 - Questes sem Comentrios ................................................... 57

    3.2 - Gabarito .............................................................................. 63

    3.3 - Questes com Comentrios ................................................... 64

    4 - Consideraes Finais .................................................................. 83

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    Apresentao

    Iniciamos nosso Curso Regular de Direito Eleitoral em teoria e questes com vdeo-aulas para voltado concursos de Tribunais Regionais Eleitorais.

    um Curso indito! Devido a procura e perspectiva de novos concursos para os Tribunais Regionais Eleitorais pelo pas, lanamos o presente curso que abranger todos os assuntos que podem ser exigidos nas provas objetivas. Num total de 13 aulas, alm desta introdutria, passaremos por todos os assuntos tericos da matria, sem deixar de alertar para as recentes reformas promovidas na legislao eleitoral, especialmente pela Lei n 12.891/2013.

    O nosso Curso ser desenvolvido tanto para os cargos de Tcnico quanto para os cargos de Analista, para as mais diversas especialidades. Desse modo, os assuntos sero tratados para atender quele que est iniciando os estudos na rea eleitoral, bem como quele que est estudando h mais tempo. Ademais, o curso ser voltado para aquele que bacharel em Direito como tambm para aquele que tem pouco conhecimento na rea jurdica. Os conceitos sero expostos de forma didtica, com explicao de termos jurdicos, de conceitos complexos e resumos da jurisprudncia, quando importante para a prova.

    Atualmente, h inmeros TREs com procedimento em trmite para realizao de novo concurso. Alguns com comisses formadas, outros com dispensa de licitao e, alguns ainda, na iminncia do edital. Se houver dvida quanto ao TRE para o qual voc pretende concorrer, escreva-nos!

    Ademais, h projeto de lei em trmite para ampliao dos quadros e das funes de todos os TREs pelo Brasil, conforme podemos acompanhar pelo link abaixo:

    http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tse-criacao-de-cargos-efetivos-e-de-funcoes-comissionadas-para-zonas-eleitorais

    Alm disso, a estrutura remuneratria dos tribunais interessante, com uma tima evoluo patrimonial ao longo dos anos, alm de funes de confiana e de cargos em comisso, que conferem tranquilidade financeira.

    Para que tenhamos ideia, atualmente a estrutura remuneratria dos quadros de Analista e de Tcnico dos Tribunais Eleitoral (TREs e TSE), a seguinte:

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    Para os cargos de Analista Judicirio, temos: Classe Padro Vencimento Bsico GAJ AQ 7,5% AQ 10% AQ 12,5% GAS 35% REM. SEM GRAT. REM. COM GRAT. - MXIMO

    C

    13 R$ 6.957,41 R$ 6.261,67 R$ 521,81 R$ 695,74 R$ 869,68 R$ 2.435,09 R$ 13.219,08 R$ 16.523,85

    12 R$ 6.754,77 R$ 6.079,29 R$ 506,61 R$ 675,48 R$ 844,35 R$ 2.364,17 R$ 12.834,06 R$ 16.042,58

    11 R$ 6.558,03 R$ 5.902,23 R$ 491,85 R$ 655,80 R$ 819,75 R$ 2.295,31 R$ 12.460,26 R$ 15.575,32

    B

    10 R$ 6.367,02 R$ 5.730,32 R$ 477,53 R$ 636,70 R$ 795,88 R$ 2.228,46 R$ 12.097,34 R$ 15.121,68

    9 R$ 6.181,57 R$ 5.563,41 R$ 463,62 R$ 618,16 R$ 772,70 R$ 2.163,55 R$ 11.744,98 R$ 14.681,23

    8 R$ 5.848,22 R$ 5.263,40 R$ 438,62 R$ 584,82 R$ 731,03 R$ 2.046,88 R$ 11.111,62 R$ 13.889,53

    7 R$ 5.677,88 R$ 5.110,09 R$ 425,84 R$ 567,79 R$ 709,74 R$ 1.987,26 R$ 10.787,97 R$ 13.484,97

    6 R$ 5.512,51 R$ 4.961,26 R$ 413,44 R$ 551,25 R$ 689,06 R$ 1.929,38 R$ 10.473,77 R$ 13.092,21

    A

    5 R$ 5.351,95 R$ 4.816,76 R$ 401,40 R$ 535,20 R$ 668,99 R$ 1.873,18 R$ 10.168,71 R$ 12.710,88

    4 R$ 5.196,07 R$ 4.676,46 R$ 389,71 R$ 519,61 R$ 649,51 R$ 1.818,62 R$ 9.872,53 R$ 12.340,66

    3 R$ 4.915,86 R$ 4.424,27 R$ 368,69 R$ 491,59 R$ 614,48 R$ 1.720,55 R$ 9.340,13 R$ 11.675,16

    2 R$ 4.772,68 R$ 4.295,41 R$ 357,95 R$ 477,27 R$ 596,59 R$ 1.670,44 R$ 9.068,09 R$ 11.335,12

    1 R$ 4.633,67 R$ 4.170,30 R$ 347,53 R$ 463,37 R$ 579,21 R$ 1.621,78 R$ 8.803,97 R$ 11.004,96

    Dessa forma, o inicial para o cargo de Analista Judicirio est em R$ 8.803,97 e o final de carreira em R$ 13.219,08.

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    Para os cargos de Tcnico, temos: Classe Padro Vencimento Bsico GAJ AQ 7,5% AQ 10% AQ 12,5% GAS 35% REM. SEM GRAT. REM. COM GRAT. - MXIMO

    C

    13 R$ 4.240,47 R$ 3.816,42 R$ 318,04 R$ 424,05 R$ 530,06 R$ 1.484,16 R$ 8.056,89 R$ 10.071,11

    12 R$ 4.116,96 R$ 3.705,26 R$ 308,77 R$ 411,70 R$ 514,62 R$ 1.440,94 R$ 7.822,22 R$ 9.777,78

    11 R$ 3.997,05 R$ 3.597,35 R$ 299,78 R$ 399,71 R$ 499,63 R$ 1.398,97 R$ 7.594,40 R$ 9.493,00

    B

    10 R$ 3.880,63 R$ 3.492,57 R$ 291,05 R$ 388,06 R$ 485,08 R$ 1.358,22 R$ 7.373,20 R$ 9.216,50

    9 R$ 3.767,60 R$ 3.390,84 R$ 282,57 R$ 376,76 R$ 470,95 R$ 1.318,66 R$ 7.158,44 R$ 8.948,05

    8 R$ 3.564,43 R$ 3.207,99 R$ 267,33 R$ 356,44 R$ 445,55 R$ 1.247,55 R$ 6.772,42 R$ 8.465,52

    7 R$ 3.460,61 R$ 3.114,55 R$ 259,55 R$ 346,06 R$ 432,58 R$ 1.211,21 R$ 6.575,16 R$ 8.218,95

    6 R$ 3.359,82 R$ 3.023,84 R$ 251,99 R$ 335,98 R$ 419,98 R$ 1.175,94 R$ 6.383,66 R$ 7.979,58

    A

    5 R$ 3.261,96 R$ 2.935,76 R$ 244,65 R$ 326,20 R$ 407,75 R$ 1.141,69 R$ 6.197,72 R$ 7.747,16

    4 R$ 3.166,95 R$ 2.850,26 R$ 237,52 R$ 316,70 R$ 395,87 R$ 1.108,43 R$ 6.017,21 R$ 7.521,51

    3 R$ 2.996,17 R$ 2.696,55 R$ 224,71 R$ 299,62 R$ 374,52 R$ 1.048,66 R$ 5.692,72 R$ 7.115,90

    2 R$ 2.908,90 R$ 2.618,01 R$ 218,17 R$ 290,89 R$ 363,61 R$ 1.018,12 R$ 5.526,91 R$ 6.908,64

    1 R$ 2.824,17 R$ 2.541,75 R$ 211,81 R$ 282,42 R$ 353,02 R$ 988,46 R$ 5.365,92 R$ 6.707,40

    Assim, o inicial para o cargo de Tcnico Judicirio est em R$ 5.365,92 e o final de carreira em R$ 8.056,89.

    Alm disso, para ambos os cargos existem funes de confiana, e demais benefcios legais, como o vale alimentao, vale transporte e planos de sade.

    Portanto, uma tima oportunidade!

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    Vistos esses aspectos iniciais referente ao cargo, vamos tecer algumas observaes prvias importantes a respeito do nosso Curso.

    PRIMEIRA, trata-se de Curso Regular. Em razo disso, nosso estudo ser DSURIXQGDGRHVHPDQHFHVVLGDGHGHFRUUHUFRPDPDWpULD9HUHPRVFDGDum dos pontos com calma e com a profundidade necessria para absorver bem os assuntos, de acordo com o que as bancas vm exigindo em prova. Isso importante, pois o nosso foco no uma doutrina, com posicionamentos divergentes, com anlise crtica da matria, com discusses tericas. Trata-se de um curso voltado para provas de concurso pblico, de modo que as questes anteriores e as caractersticas das bancas sero nosso termmetro. SEGUNDA, as provas anteriores sero nosso guia.

    Bancas como CESPE, FCC e CONSULPLAN constituem o guia da nossa matria, pois fizeram os mais recentes concursos de TRE. Desses editais anteriores todos de 2015 podemos extrair algumas informaes relevantes.

    essencial tratar da legislao eleitoral atualizada. A grande maioria das questes cobram a literalidade da lei. Em alguns pontos especficos importante o conhecimento de assuntos tericos e doutrinrios.

    A jurisprudncia dos tribunais superiores especialmente STF e TSE sero mencionados quando relevantes para a nossa prova.

    Alm disso, discusses jurdicas recentes FRPR5HIRUPD(OHLWRUDOcriao do partido Rede Sustentabilidade, cadastro biomtrico, verticalizao das coligaes, fidelidade partidria, entre outros, so relevantes e tambm sero abordadas.

    Desse modo, podemos afirmar que as aulas sero baseadas em vrias IRQWHV

    FONTES

    Doutrina quando essencial e majoritria

    Legislao Eleitoral (em

    sentido amplo)

    Assuntos relevantes no

    cenrio jurdico

    Jurisprudncia relevante dos

    Tribunais Superiores

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    TERCEIRA, vamos resolver muitas questes. Traremos questes das mais variadas bancas de concurso pblico, notadamente do CESPE, da FCC e da CONSULPLAN. Alm disso, traremos questes adaptadas e inditas. Explico. Em razo das reformas eleitorais e devido ao fato de que nos anos de 2013 e 2014 tivemos poucos concursos de TRE, muitas das questes anteriores esto desatualizadas. Assim, a depender da questo, faremos ajustes e, em relao a determinados assuntos, criaremos questes inditas. Isso porque a realizao de questes fundamental para a fixao dos assuntos abordados.

    bom registrar que todas as questes do material sero comentadas de forma analtica. Sempre explicaremos o porqu da assertiva/alternativa estar correta ou incorreta. Isso relevante, pois o aluno poder analisar cada uma delas, perceber eventuais erros de compreenso e revisar os assuntos tratados.

    De nada adiantaria trazemos 100 ou 200 questes por aula, vrias delas sobre o mesmo assunto, e no explicar detalhadamente como vocs devem SHQVDUDTXHVWmRQDKRUDGDSURYDPegaremos a questo, analisaremos cada uma das alternativas/assertiva para que, caindo algo semelhante em prova, voc tenha segurana e tranquilidade para marc-la.

    Esta a nossa proposta!

    Vistos os aspectos gerais do curso, teamos algumas consideraes acerca da metodologia de estudo.

    As aulas em .pdf tm por caracterstica essencial a didtica. Vamos abordar assuntos doutrinrios, legislativos e jurisprudenciais com objetividade, priorizando a clareza, para facilitar a absoro.

    Isso, contudo, no significa superficialidade. Pelo contrrio, sempre que necessrio e importante os assuntos sero aprofundados de acordo com o nvel de exigncia das provas anteriores.

    Para tanto, o material ser permeado de esquemas, grficos LQIRUPDWLYRV UHVXPRV ILJXUDV WXGR FRP R ILWR GH FKDPDUDWHQomR SDUa os contedos que possuem relevncia para a prova. 6HPSUH TXH KRXYHU XPD corujinha QR PDWHULDOredobre a ateno.

    Alm disso, teremos a cada aula em .pdf uma ou algumas aulas em vdeo. Essas aulas tm por finalidade revisar a matria e lapidar assuntos relevantes de prova. Longe de qualquer outra pretenso, no h como, por intermdio das vdeo-aulas, aprofundar teoricamente todos os assuntos.

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    Dessa forma, o .pdf continua a ser o principal instrumento de estudo do nosso curso junto ao Estratgia, contudo, agregamos um instrumento de reviso e fixao da matria, que so as aulas gravadas. Assim, a cada aula, nas consideraes finais, mencionaremos os assuntos e quantidade de vdeo aulas gravadas para reviso da matria.

    Por fim, importante registrar que todos os contedos, leis e informaes pertinentes a nossa disciplina constaro do material e estaro devidamente explicadas ou, ao menos, citada. Assim, no ser necessrio recorrer a nenhum outro material complementar. O nosso curso fornecer uma preparao completa e integral!

    Foco, objetividade e didtica conduziro todo o nosso curso.

    Por fim, nossas aulas seguiro uma estrutura padronizada. Haver uma parte inicial, onde abordaremos os assuntos que sero tratados, informaes sobre aulas passadas (tais como esclarecimentos, correes etc.) e informaes sobre os concursos eleitorais e indicao das vdeo-aulas de reviso. Em seguida, teremos a parte terica da aula. Aps a teoria, vamos responder s questes. Num primeiro momento voc ter a bateria de WHVWHV QD IRUPD VHFD MXQWDPHQWH FRP R JDEDULWR $SyVcomentaremos de modo analtico, explicando cada uma das alternativas. Por fim, faremos o fechamento da aula, com sugestes para a reviso e dicas de estudo.

    Vejamos a estrutura das aulas:

    CA

    RA

    CT

    ER

    STIC

    AS

    DO

    C

    UR

    SO

    Destaque das principais aspectos de cobrana em prova.

    Utilizao de recursos didticos (esquemas, quadros, resumos, grficos).

    Questes comentadas analticamente.

    Material completo.

    Foco e objetividade.

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    Por fim, resta uma breve apresentao pessoal. Meu nome Ricardo Strapasson Torques! Sou graduado em Direito pela Universidade Federal do Paran (UFPR) e ps-graduado em Direito Processual.

    Estou envolvido com concurso pblico h 08 anos, aproximadamente, quando ainda na faculdade. Trabalhei no Ministrio da Fazenda, no cargo de ATA. Fui aprovado para o cargo Fiscal de Tributos na Prefeitura de So Jos dos Pinhais/PR e para os cargos de Tcnico Administrativo e Analista Judicirio nos TRT 4, 1 e 9 Regies. Atualmente, resido em Cascavel/PR e sou servidor Pblico na 2 Vara do Trabalho de Toledo.

    J trabalhei em outros cursinhos, presenciais e on-line e, atualmente, em parceria com o Estratgia Concursos lanamos diversos cursos, notadamente na rea eleitoral e de Direitos Humanos.

    Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dvidas ou sugestes. Terei o prazer em orient-los da melhor forma possvel nesta caminhada que estamos iniciando.

    E-mail: [email protected] Facebook: https://www.facebook.com/ricardo.s.torques

    Assuntos a serem estudadosObservaes sobre aulas passadasInformaes atinentes ao andamento do curso

    CONSIDERAES INICIAIS

    TeoriaEsquemas e grficos explicativosLegislao de AulaDoutrina e Jurisprudncia quanto estritamente necessrioResumo dos principais aspectos do tpico estudado.

    AULA

    Lista das questes sem comentriosGabaritoQuestes Comentadas analiticamente.

    QUESTES

    Sugestes de leituras e consideraes quanto revisoDicas e sugestes de estudoInformaes sobre a prxima aula.

    CONSIDERAES FINAIS

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    Cronograma de Aulas

    Os contedos acima foram distribudos da seguinte maneira:

    AULA 00 Introduo ao Direito Eleitoral Disponibilizao Conceito Fontes Princpios Teoria Geral do Estado

    18.03.2015

    AULA 01 Direito Eleitoral na Constituio Federal Disponibilizao Direitos de Nacionalidade Direitos Polticos Partidos Polticos

    01.04.2015

    AULA 02 Justia Eleitoral Disponibilizao Composio Competncia TSE, TRE, Juzes Eleitorais, Juntas Eleitorais Ministrio Pblico Eleitoral

    10.04.2015

    AULA 03 Alistamento Eleitoral (parte 01) Disponibilizao Alistamento Eleitoral segundo o Cdigo Eleitoral e Resoluo 21.538 30.04.2015

    AULA 04 Alistamento Eleitoral (parte 02) Disponibilizao Alistamento Eleitoral segundo o Cdigo Eleitoral e Resoluo 21.538 10.05.2015

    AULA 05 Elegibilidade e Inelegibilidade Disponibilizao Elegibilidade e inelegibilidade segundo a Constituio Federal, Lei das Eleies e Lei das Inelegibilidades 20.05.2015

    AULA 06 Partidos Polticos Disponibilizao Lei n 9.096/1995 e alteraes posteriores 30.05.2015

    AULA 07 Abuso de Poder e Prestao de Contas Disponibilizao Abuso de Poder e Prestao de Contas 09.06.2015

    AULA 08 Propaganda Eleitoral Disponibilizao Propaganda Eleitoral 19.06.2015

    AULA 09 Eleies Disponibilizao Eleies segundo o Cdigo Eleitoral 29.06.2015

    AULA 10 Lei das Eleies Disponibilizao Lei n 9.504/1997 e alteraes posteriores 09.07.2015

    AULA 11 Crimes Eleitorais e Processo Eleitoral Disponibilizao Crimes Eleitorais e Processo Eleitoral 19.07.2015

    AULA 12 Aes e Recursos Eleitorais Disponibilizao Aes e Recursos Eleitorais 29.07.2015

    AULA 13 Fornecimento de Transporte Gratuito, Smulas do TSE e Resumo

    Disponibilizao

    Lei n 6.091/74 e alteraes posteriores Smulas do TSE Resumo

    08.08.2015

    Como vocs podem perceber as aulas so distribudas de modo que possamos tratar cada um dos assuntos com tranquilidade, transmitindo segurana a vocs para um excelente desempenho em prova. Eventuais ajustes de cronograma podero realizados por questes didticas e sero sempre informaes com antecedncia.

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    ? ? 1 Consideraes Iniciais

    Em nossa aula inaugural vamos estudar alguns pontos introdutrios do Direito Eleitoral.

    Primeiramente devemos saber o que Direito Eleitoral, quais os assuntos abrangidos, qual o posicionamento da disciplina no ordenamento jurdico. Veremos tambm as fontes do Direito Eleitoral.

    Num segundo momento, vamos tecer algumas consideraes gerais sobre Teoria Geral do Estado, fundamentais para compreendermos a necessidade e importncia da nossa disciplina.

    Em seguida vamos analisar os princpios gerais que orientam nossa disciplina.

    Assim:

    Pessoal, embora seja um assunto introdutrio, na prova do TRE-GO/CESPE/2015 perguntaram se medida provisria pode disciplinar sobre Direito Eleitoral. Na prova do TRE-RR/FCC/2015 a banca

    questionou se as Resolues do TSE so fontes formais. Ser que vale a pena estudar esta aula introdutria?

    Boa aula a todos!

    2 - Introduo ao Direito Eleitoral

    Neste captulo vamos tratar objetivamente da parte introdutria da matria. So conceitos que, por vezes, no vm expresso em edital, contudo tm importncia para nos situarmos na matria e para formar a base para os assuntos futuros.

    INTRODUO AO DIREITO ELEITORAL

    Conceito

    Teoria Geral do Estado

    Fontes

    Princpios de Direito Eleitoral

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    2.1 - Conceito O Direito composto de vrios ramos como o Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Civil e o Direito Eleitoral entre outros. Cada um desses ramos cuida de um assunto especfico. Por exemplo, o Direito Civil cuida essencialmente das relaes entre as pessoas contratos, casamento etc.

    O Direito Eleitoral cuida, essencialmente, de tudo o que envolve eleies. Desse modo, o Direito Eleitoral quando determinada pessoa pode votar ou se candidatar a algum cargo poltico. Estuda tambm todo o processo de escolha dos nossos representantes, desde o registro da candidatura at a diplomao, oportunidade em que o candidato escolhido declarado eleito.

    Portanto, o Direito Eleitoral um ramo do Direito que trata de diversos assuntos relacionados s eleies.

    Como dissemos no incio da aula, usaremos conceitos doutrinrios apenas quando essencial para compreendermos a matria. Aqui um desses momentos. Vejamos, ento, dois conceitos:

    Segundo Francisco Dirceu Barros1:

    O Direito Eleitoral ramo do Direito Pblico que trata dos institutos relacionados com os direitos polticos e das eleies, em todas as suas fases, como forma de escolha dos titulares dos mandatos eletivos e das instituies do Estado.

    Para Marcos Ramayana2:

    Ramo do Direito Pblico que disciplina o alistamento eleitoral, o registro de candidatos, a propaganda poltica eleitoral, a votao, apurao e diplomao, alm de organizar os sistemas eleitorais, os direitos polticos ativos e passivos, a organizao judiciria eleitoral, dos partidos polticos e do Ministrio Pblico dispondo de um sistema repressivo penal especial.

    Os conceitos acima so interessantes, pois exemplificam vrios assuntos que esto abrangidos pelo Direito Eleitoral e que sero estudados em nossas aulas. No vamos, neste momento do curso, estudar cada um desses institutos, eles sero estudados, naturalmente, medida que avanarmos na matria.

    De todo modo, desde j algumas informaes so relevantes!

    (i) O Direito Eleitoral um ramo do Direito Pblico. comum a distino entre ramos do Direito Pblico e ramos do Direito Privado. O Direito Privado envolve as relaes entre pessoas fsicas e jurdicas no mbito particular (obrigaes, indenizaes, contratos). J o Direito Pblico envolve assuntos de interesse da coletividade, ultrapassando a fronteira do mero interesse particular. O Direito Eleitoral nessa classificao ramo do Direito Pblico.

    1 BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral. 10 edio. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2011, p. 01. 2 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral. 10 edio, rev., ampl. e atual., Niteri: Editora Impetus, 2010, p. 14.

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    Porque? Por um simples fato, o Direito Eleitoral disciplina como sero as eleies, quem poder votar, quem poder candidatar-se a determinado cargo poltico. So interesses da coletividade, disciplinados pelo Direito eminentemente pblico.

    (ii) O Direito Eleitoral possui institutos e princpios prprios. Isso denota que a disciplina possui autonomia cientfica e didtica, razo pela qual tratada como matria autnoma.

    Embora autnoma, h diversas normas de Direito Eleitoral que esto dentro da Constituio, como, por exemplo direitos polticos, nacionalidade, regras gerais atinentes aos partidos polticos e organizao da Justia Eleitoral. Esses assuntos so estudados tambm em Direito Constitucional, numa verdadeira interseco entre ambas as disciplinas.

    (iii) O Direito Eleitoral disciplina os direitos polticos e as eleies de modo geral. Esses dois institutos so o cerne do Direito Eleitoral. Todos os demais institutos jurdicos eleitorais decorrem dos direitos polticos e das eleies propriamente. Neste contexto, disciplina de Direito Eleitoral compete tratar do alistamento eleitoral, do registro de candidatos, da propaganda poltica eleitoral, da votao, apurao e diplomao, da organizao dos sistemas eleitorais, dos direitos polticos ativos e passivos, da organizao judiciria eleitoral, partidos polticos e crimes eleitorais.

    Ok? No incio difcil mesmo, parece um monte de informao sem sentido e complexa. Com o tempo essas informaes so compreendidas com naturalidade. Por hora importante apenas fixar que o Direito Eleitoral o ramo do direito que estuda as regras relativas aos direitos polticos e s eleies.

    Sigamos!

    2.2 Fontes Conceito

    Em termos simples, a expresso fontes refere-se aos modos de elaborao e revelao da norma jurdica. A palavra fonte remete ideia de origem, daquilo que surge. justamente esse o conceito de fonte para o direito:

    DIREITO ELEITORAL

    ramo do Direito Pblico

    possui institutos e princpios

    prprios

    disciplina direitos polticos e eleies

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    Fonte aquilo que d origem ao direito ou, mais especificamente, s normas jurdicas.

    Classificao

    Tradicionalmente a doutrina distingue fontes primrias de fontes secundrias de Direito Eleitoral.

    As fontes primrias so aquelas decorrentes do Poder Constituinte Originrio ou aquelas decorrentes do exerccio da funo tpica do Poder Legislativo (Poder Constitudo). Devemos lembrar que cada um dos poderes reserva funes tpicas: ao Executivo administrar, ao Judicirio julgar e ao Legislativo legislar e fiscalizar. Assim, compete ao Poder Legislativo editar leis eleitorais, verdadeiras fontes primrias eleitorais.

    A principal fonte primria a Constituio Federal, fruto do Poder Constituinte Originrio e, por isso, manifestao direta da soberania popular. Dela emanam todas as demais normas primrias do nosso ordenamento jurdico, em razo da superioridade hierrquica da Constituio Federal. O Texto Constitucional traz diversas regras de direito eleitoral, havendo, inclusive, um captulo prprio sobre os direitos polticos (art. 14 a 16) e sobre os partidos polticos (art. 17).

    Como tudo emana da Constituio Federal, o seu Texto que prev a competncia para que o Poder Legislativo disciplina normas de Direito Eleitoral. Assim, confere-se Unio a competncia legislar privativamente sobre Direito Eleitoral. Logo, todas as demais normas decorrentes do exerccio da funo legislativa so primrias. Podemos destacar que tais normas retiram o fundamento de validade direto do texto constitucional e esto sujeitas ao controle de constitucionalidade.

    O fundamento da competncia legislativa privativa da Unio est no art. 22, I, da CF:

    Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:

    I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo, aeronutico, espacial e do trabalho; (...)

    Ou seja, quem estabelece as regras de Direito Eleitoral a Unio!

    Aprofundando um pouco a matria neste aspecto, relevante tratar do art. 22, nico da CF, que prev a possibilidade de a Unio editar uma lei complementar autorizando aos Estados legislar sobre questes especficas arroladas nos incisos do art. 22 e, portanto, sobre Direito Eleitoral.

    A COMPETNCIA PARA LEGISLAR SOBRE DIREITO ELEITORAL

    PRIVATIVA DA UNIO

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    Pargrafo nico. Lei complementar poder autorizar os Estados a legislar sobre questes especficas das matrias relacionadas neste artigo.

    H controvrsia quanto a tal possibilidade em nossa disciplina, uma vez que o processo eleitoral e as regras aplicveis s eleies so as mesmas para todo o territrio nacional. Assim, na prtica no temos lei complementar federal que autorize lei eleitoral especfica pelos estados-membros. De todo modo, para fins da nossa prova, EM TEORIA, possvel que a Unio editar uma lei complementar geral autorizando aos demais entes da federao legislar sobre questes especfica de Direito Eleitoral.

    Retornando s normas eleitorais, editadas nos termos do art. 22, I, da CF, elas so classificadas em normas primrias diretas e normas primrias indiretas (ou subsidirias). As primeiras assim so denominadas porque disciplinam direta e especificamente assuntos de natureza eleitoral. Destacam-se:

    Lei n 4.737/1965 (Cdigo Eleitoral); Lei n 9.096/1995 (Lei dos Partidos Polticos); Lei Complementar n 64/1990 (Lei das Inelegibilidades); Lei 9.504/1997 (Lei das Eleies).

    Paralelamente, existem as fontes primrias indiretas, ou seja, normas que, embora legislativas primrias, so aplicadas subsidiria ou supletivamente. Destacam-se:

    Cdigo Penal e Cdigo de Processo Penal; Cdigo Civil e Cdigo de Processo Civil;

    Por outro lado existem tambm as denominadas fontes secundrias, normas que retiram fundamento de validade da legislao infraconstitucional, no propriamente da Constituio.

    Em Direito Eleitoral, possuem especial destaque as Resolues, que podem ser editadas tanto pelo TRE, quanto pelo TSE. Embora formais e fontes diretas, as Resolues so fontes secundrias. Aprofundaremos no tpico seguinte.

    Para alm dessas, so consideradas fontes materiais o Direito Eleitoral a doutrina eleitoral, que constitui o entendimento dos juristas de Direito Eleitoral, a jurisprudncia do TSE que constituem as decises reiteradas da Corte sobre matrias eleitorais assim como as Smulas e os Estatutos dos partidos polticos.

    Ao contrrio das fontes formais, as fontes materiais no carter vinculativo e funcionam como substrato terico para a edio posterior de fontes formais pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judicirio eleitoral no exerccio da funo normativa.

    Resolues do TSE

    As Resolues do TSE so tecnicamente normas de carter infralegal e regulamentar, por meio dos quais o rgo supremo eleitoral d

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    cumprimento legislao infraconstitucional. Por serem normas so consideradas como fontes formais.

    Tal atribuio normativa conferida ao TSE, pelo art. 23, IX do Cdigo Eleitoral:

    Compete, ainda, privativamente ao Tribunal Superior: (...)

    IX expedir as instrues que julgar convenientes execuo deste Cdigo; (...)

    Ademais, o art. 105, da Lei das Eleies, com redao dada pela Lei 12.037/2009 conceitua legislativamente as Resolues do TSE nos seguintes termos:

    Art. 105. At o dia 5 de maro do ano da eleio, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao carter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanes distintas nesta Lei, poder expedir todas as instrues necessrias para a sua fiel execuo, ouvidos, previamente, em audincia pblica, os delegados ou representantes dos partidos polticos.

    Dos dispositivos acima, podemos concluir que as Resolues do TSE so normas que estabelecem regras legais, gerais e abstratas, editadas para a execuo da legislao eleitoral. O objetivo principal de tais normas regulamentar as eleies. Anualmente e especialmente nos anos eleitorais, o TSE edita diversas Resolues, que disciplinam procedimentos no previstos na legislao eleitoral. Essas regulamentaes aplicam-se a todos aqueles que concorrerem s eleies de modo geral e abstrato e com carter vinculante.

    Alm disso, as Resolues tratam especificamente sobre Direito Eleitoral, razo pela qual so consideradas fontes diretas.

    Portanto...

    Contudo, precisamos aprofundar um pouco mais! H diversos autores na doutrina que afirmam que as Resolues do TSE possuem carter normativo primrio, normatizando hipteses no reguladas pela

    norma eleitoral. Tal entendimento predominou na doutrina, uma vez que antes da Lei 12.037/2009, a redao do art. 105 era mais simples, no continha a meno expressa ao carter regulamentar e a impossibilidade de criar ou restringir direitos das Resolues do TSE. Deste modo, o TSE entendia que suas resolues tinham carter legal. Esse entendimento foi, inclusive, sufragado no STF.

    Assim, formou-se na jurisprudncia duas posies bem claras:

    As Resolues do TSE so fontes formais e diretas do Direito Eleitoral.

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    1 POSIO: existem Resolues do TSE primrias, que inovam a ordem jurdica.

    A primeira posio foi adotada pelo STF no julgamento da ADI n 3.999 e ADI n 4.086, no qual o Plenrio confirmou a constitucionalidade da Resoluo n 22.610/2007, que disciplina o processo de perda de mandato eletivo por infidelidade partidria. Em sntese, discutiu-se que a referida Resoluo disciplinou de maneira inovadora o processo de perda de cargo

    eletivo, matria que somente poderia ser disciplinada por norma editada pelo Poder Legislativo.

    Vejamos excerto do julgado3:

    Fidelidade partidria. Ao direta de inconstitucionalidade ajuizada contra as Resolues 22.610/2007 e 22.733/2008, que disciplinam a perda do cargo eletivo e o processo de justificao da desfiliao partidria. Sntese das violaes constitucionais arguidas. Alegada contrariedade do art. 2 da Resoluo ao art. 121 da Constituio, que ao atribuir a competncia para examinar os pedidos de perda de cargo eletivo por infidelidade partidria ao TSE e aos TREs, teria contrariado a reserva de lei complementar para definio das competncias de Tribunais, Juzes e Juntas Eleitorais (art. 121 da Constituio). Suposta usurpao de competncia do Legislativo e do Executivo para dispor sobre matria eleitoral (art. 22, I; arts. 48 e 84, IV, da Constituio), em virtude de o art. 1 da Resoluo disciplinar de maneira inovadora a perda do cargo eletivo. Por estabelecer normas de carter processual, como a forma da petio inicial e das provas (art. 3), o prazo para a resposta e as consequncias da revelia (art. 3, caput e pargrafo nico), os requisitos e direitos da defesa (art. 5), o julgamento antecipado da lide (art. 6), a disciplina e o nus da prova (art. 7, caput e pargrafo nico, e art. 8), a Resoluo tambm teria violado a reserva prevista no art. 22, I, e arts. 48 e 84, IV, da Constituio. (...). Por fim, dizem os requerentes que o ato impugnado invadiu competncia legislativa, violando o princpio da separao dos poderes (arts. 2 e 60, 4, III, da Constituio). O STF, por ocasio do julgamento dos Mandados de Segurana 26.602, 26.603 e 26.604 reconheceu a existncia do dever constitucional de observncia do princpio da fidelidade partidria. Ressalva do entendimento ento manifestado pelo Ministro Relator. No faria sentido a Corte reconhecer a existncia de um direito constitucional sem prever um instrumento para assegur-lo. As resolues impugnadas surgem em contexto excepcional e transitrio, to somente como mecanismos para salvaguardar a observncia da fidelidade partidria enquanto o Poder Legislativo, rgo legitimado para resolver as tenses tpicas da matria, no se pronunciar. So constitucionais as Resolues 22.610/2007 e 22.733/2008 do TSE.

    Portanto, do que se l acima, o STF entendeu que, de fato, a matria deveria ser editada pelo Poder Legislativo, em razo da regra de competncia constante do art. 22, I, da CF. Contudo, a exigncia da fidelidade partidria extrada do prprio Texto da Constituio e, assim, no faz sentido apenas aplicar mediante lei do Poder Legislativo.

    Entendeu assim o STF que a Resoluo TSE n 22.610/2010 uma norma transitria e de carter excepcional, que se justifica em face da demora do Poder Legislativo em editar uma norma para disciplinar a matria.

    3 ADI 3.999 e ADI 4.086, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 12-11-2008, Plenrio, DJE de 17-4-2009.

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    Desse modo, neste caso, concluiu o STF que a Resoluo do TSE, alm de ser fonte formal direta , tambm, fonte primria.

    Vejamos, em seguida, outro posicionamento do STF.

    2 POSIO: existem Resolues do TSE secundrias, as quais no podem inovar na ordem jurdica.

    A Resoluo TSE n 20.993/2002 determinou a verticalizao das coligaes partidrias. Veremos esse assunto com profundidade futuramente, no se preocupem. Em termos simples o TSE obrigou os partidos adotar a coligao nacional para concorrer nas eleies estaduais e municipais, sem possibilidade de outros arranjos entre os partidos nos estados-membros e nos municpios.

    Em razo disso, vrios partidos polticos ingressaram com uma ADI perante o STF, questionando a norma criada pela Resoluo. Neste julgamento, o STF entendeu que a Resoluo do TSE possui carter secundrio e interpretativo, no

    podendo inovar na ordem jurdica, dada a natureza das resolues.

    Vejamos a ementa da ADI n 2.6264:

    AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PARGRAFO 1 DO ARTIGO 4 DA INSTRUO N 55, APROVADA PELA RESOLUO N 20.993, DE 26.02.2002, DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. ART. 6 DA LEI N 9.504/97. ELEIES DE 2002. COLIGAO PARTIDRIA. ALEGAO DE OFENSA AOS ARTIGOS 5, II E LIV, 16, 17, 1, 22, I E 48, CAPUT, DA CONSTITUIO FEDERAL. ATO NORMATIVO SECUNDRIO. VIOLAO INDIRETA. IMPOSSIBILIDADE DO CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE. Tendo sido o dispositivo impugnado fruto de resposta consulta regularmente formulada por parlamentares no objetivo de esclarecer o disciplinamento das coligaes tal como previsto pela Lei 9.504/97 em seu art. 6, o objeto da ao consiste, inegavelmente, em ato de interpretao. Saber se esta interpretao excedeu ou no os limites da norma que visava integrar, exigiria, necessariamente, o seu confronto com esta regra, e a Casa tem rechaado as tentativas de submeter ao controle concentrado o de legalidade do poder regulamentar. Precedentes: ADI n 2.243, Rel. Min. Marco Aurlio, ADI n 1.900, Rel. Min. Moreira Alves, ADI n 147, Rel. Min. Carlos Madeira. Por outro lado, nenhum dispositivo da Constituio Federal se ocupa diretamente de coligaes partidrias ou estabelece o mbito das circunscries em que se disputam os pleitos eleitorais, exatamente, os dois pontos que levaram interpretao pelo TSE. Sendo assim, no h como vislumbrar, ofensa direta a qualquer dos dispositivos constitucionais invocados. Ao direta no conhecida. Deciso por maioria.

    Em sntese, o STF afirmou que as Resolues possuem carter secundrio e destinam-se a interpretar a norma eleitoral.

    Esse o entendimento, inclusive, de Francisco Dirceu Barros5:

    A reforma eleitoral alterou totalmente o art. 105 caput da Lei n 9.504/1997 e ao estabelecer as principais caractersticas de uma resoluo, mitigou o seu carter de ato normativo primrio, pois no ser possvel uma resoluo restringir direito ou estabelecer sanes distintas das previstas na Lei 9.504/1997.

    4 ADI 2626, Relator Min. Sydney Sanches, julgado em 18/04/2004, DJ 05-03-2004. 5 BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral, p. 07/08.

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    No mesmo sentido, posiciona-se Rafael Barretto6:

    As resolues do TSE so normas de carter regulamentar que a Corte edita para disciplinar a aplicao da legislao eleitoral, normalmente sintetizando no texto delas, a jurisprudncia do Tribunal sobre as matrias versadas.

    Sintetizando as posies do STF...

    Para efeito de prova devemos levar as seguintes informaes...

    A nossa vantagem aqui a seguinte: as questes no tm perguntado se fonte primria ou secundria, limitam-se apenas a questionar se fonte formal e direta. Como veremos nas questes, esse assunto foi exigido pela FCC j neste ano, em 2015! Por isso que ns alongamos a anlise aqui! Compreendido?

    6 BARRETO, Rafael. Direito Eleitoral, Col. Saberes do Direito, So Paulo: Editora Saraiva, 2012, verso eletrnica.

    1 posio

    fonte formal - porque institui institui normas gerais e abstratasfonte direta - porque trata exclusivamente de direito eleitoralfonte primria - porque inova na ordem jurdica e no apenas regulamenta a legislao eleitoral

    2 posio

    fonte formal - porque institui institui normas gerais e abstratasfonte direta - porque trata exclusivamente de direito eleitoralfonte secundria - porque se presta a interpretar e regulamentar a legislao infraconstitucional, no podendo inovar na ordem jurdica

    Resolues do TSE

    FONTE FORMAL FONTE DIRETAFONTE

    PRIMRIA/SECUNDRIA (* divergncia)

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    Medida Provisria

    As medidas provisrias constituem uma espcie normativa peculiar. Ao contrrio da regra, elas so criadas pelo Presidente da Repblica, Governador ou Prefeitos, ou seja, pelo Poder Executivo. Em razo disso, a medida provisria tem validade apenas por 60 dias, prorrogveis por outros 60 dias e ser editada apenas em situaes de relevncia e urgncia. Passado esse perodo, se a medida provisria no for convertida em lei, perder sua eficcia.

    Por conta de todas essas questes especficas, h vedao no Texto Constitucional para edio de tal espcie normativa para disciplinar Direito Eleitoral nos termos do art. 62. 1, I, a da CF:

    Art. 62. Em caso de relevncia e urgncia, o Presidente da Repblica poder adotar medidas provisrias, com fora de lei, devendo submet-las de imediato ao Congresso Nacional.

    1 vedada a edio de medidas provisrias sobre matria:

    I relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos polticos, partidos polticos e direito eleitoral; (...).

    Portanto...

    Consultas

    De incio saibamos, as consultas NO SO FONTES FORMAIS OU DIRETAS do Direito Eleitoral, mas to somente fontes interpretativas. Vejamos o porqu!

    As Consultas consistem na atribuio conferida aos TREs e ao TSE para responder questionamentos feitos por autoridades competentes, desde que no se refira a um caso concreto propriamente. A consulta no pode ser reportar a um caso concreto propriamente, pois seria uma forma irregular de se antecipar o julgamento de determinado processo judicial eleitoral.

    Assim, a consulta constitui uma forma de orientar as partes envolvidas no processo eleitoral, com a finalidade de evitar processos judiciais. Assim, aps as consultas os interessados sentem-se seguros dos atos praticados durante todo o processo das eleies, sem necessidade de recorrer s aes judiciais.

    A consulta no possui carter vinculante, muito menos erga omnes.

    VEDADO MEDIDA PROVISRIA DISPOR SOBRE DIREITOS POLTICOS, PARTIDOS POLTICOS E

    DIREITO ELEITORAL.

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    E o que isso significa?

    Uma deciso judicial, aps o trnsito em julgado possui efeito vinculante entre as partes. Isso significa dizer que a deciso judicial proferida vincula a parte de modo que ela no poder deixar de observar a deciso. O carter erga omnes, por sua vez, indica que a lei ou ato jurdico atinge a todos. Tais efeitos no se aplicam consulta, que constitui apenas um posicionamento da Justia Eleitoral sobre determinada matria que tem gerado dvida na comunidade, sem vincular ningum, e sem se aplicar a todos indistintamente.

    Assim, possvel que embora exarado determinado entendimento em consulta, futuramente determinado TRE ou o TSE decidam, no exerccio da funo jurisdicional, de modo diverso.

    A competncia para responder s consultas atribuda ao TRE e ao TSE. Quanto a este, vejamos o que dispe o art. 23, XII, do Cdigo Eleitoral:

    Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, (...)

    XII - responder, sobre matria eleitoral, s consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdio, federal ou rgo nacional de partido poltico; (...)

    J em relao ao TRE a competncia vem disciplinada no art.

    Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: (...)

    VIII - responder, sobre matria eleitoral, s consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pblica ou partido poltico; (...)

    Notaram alguma diferena entre os dispositivos?

    H uma diferena bastante relevante que comumente objetivo de prova. No mbito do TSE as consultas sero formuladas por autoridade de jurisdio federal ou rgo nacional de partido poltico. J no mbito dos TRE as consultas podero ser formuladas por autoridade pblica ou partido poltico.

    Logo...

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    Para finalizar, vejamos um exemplo.

    O TSE foi consultado no ano passado nos termos por um Senador da Repblica:

    1. Aplicar-se- a Lei Federal n 12.891/2013 para as eleies gerais de 2014?

    2. Em caso afirmativo, a Lei Federal n 12.891/2013 ser totalmente ou parcialmente aplicada?

    3. No caso de parcial aplicao para as eleies gerais de 2014, quais sero os dispositivos que valero para o ano que vem?

    Aps anlise das questes formuladas o TSE respondeu consulta, em sntese, do seguinte modo7:

    CONSULTA. APLICABILIDADE DA LEI N 12.891/2013 S ELEIES DE 2014. PRINCPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL. RESPOSTA NEGATIVA PRIMEIRA INDAGAO. PREJUDICADAS AS DEMAIS.

    Portanto, o entendimento foi o de que a Lei n 12.891/2013, que instituiu a Minirreforma Eleitoral no se aplica s eleies de 2014, em razo do princpio da anualidade eleitoral.

    Sntese

    Finalizamos assim, o estudo das fontes. Vimos alguns aspectos especficos, que envolvem a matria. Para a prova devemos lembrar:

    7 Consulta n 100075, Relator Min. Joo Otvio de Noronha, Publicao: DJE - Dirio de justia eletrnico, Data 01/09/2014.

    CONSULTAS

    TSE - formuladas por

    autoridade de jurisdio federal

    rgo nacional de partido poltico.

    TRE - formuladas por

    autoridade pblica

    partido poltico

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    2.3 Noes de Teoria Geral do Direito Neste tpico vamos situar vocs a respeito de como estruturado e organizado nosso Estado. Veremos alguns aspectos da organizao administrativa para que possamos compreender como ocorre o processo eleitoral no Brasil.

    A Constituio Federal a norma mxima de um Estado, que regulamenta assuntos importantes como direitos fundamentais, organizao do poder, distribuio de competncias, exerccio das funes polticas e forma de governo. Essas regras do origem ao Estado e que nada mais so do que um contrato aceito por um grupo de pessoas de determinado territrio.

    Portanto, o que veremos aqui so algumas regras que organizam e estruturam o Estrado Brasileiro.

    FO

    NT

    ES

    DE

    DIR

    EIT

    O

    ELE

    ITO

    RA

    L

    Primrias

    Diretas

    CF

    Cdigo Eleitoral

    Lei dos Partidos Polticos

    Lei das Inelegibilidades

    Lei das Eleies

    Indiretas (subsidirias)

    Cdigo Penal

    Cdigo de Processo Penal

    Cdigo Civil

    Cdigo de Processo Civil

    Reso

    lu

    es

    do

    TS

    E

    FONTES FORMAIS

    FONTES DIRETAS

    FONTES PRIMRIAS/SECUNDRIAS

    (*divergncia)

    A CONSTITUIO FEDERAL DE 1988 DEU ORIGEM AO ESTADO

    BRASILEIRO ATUAL!

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    Para a criao/constituio do Estado brasileiro foi necessrio a reunio do povo em nosso territrio que, soberanamente, ou seja, sem qualquer interferncia de qualquer outro pas, estabeleceu um contrato. Esse contrato a Constituio Federal!

    Podemos extrair, portanto, trs elementos fundamentais na constituio de um Estado:

    Vejamos cada um deles!

    O povo refere-se s pessoas que esto efetivamente ligadas ao Estado ou porque nasceram aqui ou porque residem em nosso Pas. Veremos, j na prxima aula, as regras que definem quem ser considerado brasileiro. Dito de outra forma, vamos estudar as

    regras relativas nacionalidade, definindo quais so os requisitos e quais as condies para uma pessoa ser considerada brasileira.

    A definio de territrio compreende o limite espacial onde est situado o povo brasileiro.

    O governo soberano, por fim, refere-se titularidade do poder para comandar o Estado brasileiro. Ao governo compete regulamentar a vida em sociedade de acordo com os parmetros definidos na Constituio. Compete tambm executar as prescries da CF e da legislao infraconstitucional bem como julgar os conflitos que surgirem no convvio social.

    A soberania atribuda ao povo, detentor do poder supremo, distinguindo-se em interna e externa.

    Internamente a soberania refere-se ao poder conferido ao Estado Brasileiro sobre qualquer outro poder existente na sociedade brasileira. O nico poder institucionalizado, responsvel por gerir o Brasil so os poderes constitudos pela Constituio Federal.

    Alm da soberania interna, nosso pas soberano internacionalmente, na medida em que nenhum outros Pas ou organizao internacional poder sujeitar o Estado Brasileiro. O Brasil independente e autodeterminado em relao aos demais pases.

    ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE UM ESTADO

    Povo Territrio Governo soberano

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    Trata-se de um governo soberano, porque no est vinculado, dentro dos seus limites territoriais, a nenhum outro poder social ou Estado.

    Segundo nossa Constituio Federal no art. 1, nico, a soberania exercida pelo povo, de forma direta ou indireta, conforme veremos no decorrer do curso.

    Assim, dispe o art. 1, nico:

    Pargrafo nico. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes, nos termos desta Constituio.

    Como podemos perceber, portanto, a organizao do Estado brasileiro delimitada pela ConstituimRDRDILUPDUQRVWHUPRVGHVWD&RQVWLWXLomR O Texto Constitucional define que o Brasil um Estado de Direito, de modo que compete a lei exercer papel fundamental, pois todas as pessoas que residem em nosso territrio esto submetidas ao ordenamento jurdico brasileiro, composto pela Constituio e legislao infraconstitucional.

    Ademais, segundo nossa Constituio, o Brasil um Estado Democrtico. Devemos prestar ateno nesse conceito, porque ele fundamental para o Direito Eleitoral. A democracia refere-se ao governo do povo, que funda um regime poltico pautado na soberania popular, caracterstico de uma sociedade livre, segundo a qual cada pessoa tem o direito de participar livremente das decises da sociedade.

    A soberania materializa-se pela participao da sociedade nas decises polticas, seja pelo sufrgio universal - pelo voto direto, secreto, universal e peridico - bem como pelo referendo, plebiscito e iniciativa popular.

    Entenderam a correlao da democracia com o direito eleitoral?

    A SOBERANIA ENTENDIDA COMO O PODER SUPREMO QUE O ESTADO POSSUI DENTRO DOS SEUS LIMITES TERRITORIAIS E, INTERNACIONALMENTE, REFERE-SE NO SE SUJEIO A

    NENHUM OUTRO PODER NO MBITO INTERNACIONAL.

    POVO pessoas ligadas ao Estado

    TERRITRIO delimitao territorial onde est situado o povo

    GOVERNO SOBERANO titularidade para comando do povo brasileiro

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    Nesse sentido, segundo Jos Jairo Gomes8:

    A soberania popular revela-se no poder incontrastvel de decidir. ela que confere legitimidade ao exerccio do Poder Estatal.

    Portanto, a conduo do Estado brasileiro se d por mecanismos diretos e indiretos de democracia. Ao Direito Eleitoral compete estudar esses mecanismos. Para tanto, devemos nos socorrer das fontes jurdicas de Direito Eleitoral. o que passaremos a estudar no tpico seguinte. Antes, porm, cumpre analisar alguns de conceitos especficos de Teoria Geral do Estado que so importantes: forma de Governo, forma de Estado, sistema de Governo e regime de Governo.

    Vamos iniciar com um esquema simples e, na sequncia, vejamos cada um desses conceitos, em separado:

    Forma de Governo Repblica

    Forma de Estado Federativa

    Sistema de Governo Presidencialista

    Regime de Governo Democrtica

    Parte da doutrina denomina a forma de governo e o regime de governo como princpios! Isso destaca a importncia desse assunto para a nossa prova.

    Deste modo, podemos afirmar que so princpios constitucionais eleitorais o princpio republicano e o princpio democrtico, que passamos estudar.

    Forma de Governo

    A forma de governo determina como se atinge o poder, disciplinando a relao entre aqueles que governam o Estado e os governados. Deste modo, a forma de governo fixa a sistematizao do exerccio do poder e composio dos rgos estatais.

    8 GOMES, Jos Jairo. Direito Eleitoral. 9 edio, So Paulo: Editora Atlas S/A, 2013, p. 44.

    O DIREITO ELEITORAL NADA MAIS DO QUE O EXERCCIO DA SOBERANIA PELO POVO

    BRASILEIRO, PELOS DIVERSOS MECANISMOS PREVISTOS NA CONSTITUIO FEDERAL.

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    Tradicionalmente, existem duas formas de Governo bastante difundidas: a Monarquia e a Repblica.

    A Monarquia caracteriza-se pela vitaliciedade e hereditariedade. Isso significa dizer que a pessoa do governante permanecer no governo durante toda a sua vida, no havendo processo eleitoral e, com sua morte, assumem o poder os sucessores.

    Na Repblica o governo do povo. A Repblica pressupe que as funes governamentais sejam ser exercidas por cidados que foram eleitos pelo sufrgio universal, escolhidos para exercerem tal funo. Desse modo, podemos afirmar que a Repblica tem como premissa basilar o princpio da igualdade, uma vez que no h possibilidade de adoo da sucesso hereditria para os cargos polticos, nem mesmo tratamento diferenciado queles que pretendem chegar ao poder. Isso significa dizer que todas as pessoas podem concorrer em condies de igualdade aos cargos polticos previstos em nossa Constituio.

    Na Repblica o exerccio do poder supremo atribudo ao povo, que HVFROKHVHXVUHSUHVHQWDQWHVSDUDFXLGDUGDFRLVDS~EOLFD5HS~EOLFD Antes de finalizar, vejamos as caractersticas da Repblica:

    (i) O exerccio do Governo pelo poltico escolhido transitrio, segundo mandatos fixos, com renovaes peridicas. por isso, por exemplo, que temos eleies a cada 4 anos.

    (ii) Os governantes so escolhidos pelo povo, por intermdio do voto.

    (iii) Qualquer cidado tem a prerrogativa de participar da vida poltica em condies de igualdade, desde que preenchidos os requisitos previstos na legislao.

    Forma como se atinge o Poder.No Brasil, o governo do povo.O exerccio dos cargos polticos so transitrios.Os governantes so escolhidos pelo povo.Os cidado podem concorrer aos cargos pblicos em condies deigualdade.

    REPBLICA

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    Forma de Estado

    A forma de Estado se refere a organizao poltico-administrativa dos entes que compe determinado Estado. No Brasil existem trs entes federativos: a Unio, os estados-membros e os municpios. Por isso a forma do Estado brasileiro a federativa, porque dividida em entes. A forma adotada por determinado Estado pode ser federativa ou unitria.

    O Estado unitrio caracterizado pela concentrao de poder no governo central, o

    qual simplesmente delega parcelas de prerrogativas aos demais entes, na extenso da sua vontade e pelo tempo que interessar. Essa forma de Estado marcada pela inexistncia de autonomia para os demais entes governamentais, uma vez que todo o poder concentrado no governo central.

    O Brasil, como dissemos, adota a forma de estado federativa, isso equivale dizer que no nosso pas prevalece a descentralizao de poder entre os entes polticos. Assim, cada ente federado possui autonomia e uma esfera de competncia prpria, delimitada pela Constituio.

    A autonomia dos entes federados se caracteriza, em especial, pela capacidade de autogoverno, sendo garantida competncia oramentria, administrativa, legislativa, financeira e, principalmente, tributria.

    Podemos citar como outra caracterstica do federalismo a aptido de produo de leis pelos entes federados, tendo em vista a possibilidade dos Estados e Municpios de legislar desde que observados certos parmetros constitucionais.

    Vejamos, tambm, as principais caractersticas da federao:

    (i) O Estados-membros influenciam na formao da vontade nacional. Assim, no compete apenas Unio definir os rumos gerais do pas. No Brasil a influncia regional se d pela atuao dos senadores, que so representantes dos Estados-membros e, no Congresso Nacional, legislam em prol de interesse dos seus respectivos Estados.

    (ii) A igualdade dos entes federativos. Cada ente federativo possui esfera de competncia prpria, sem distines ou preferncia entre os entes federativos.

    (iii) A existncia uma Justia especfica para resolver os litgios entre os entes. No Brasil, a Justia Federal a responsvel por tal competncia.

    (iv) A existncia de um espao de competncia exclusiva para cada um dos entes federativos. Cada ente federativo possui algumas matrias que somente ele pode tratar e legislar. Um exemplo clssico so os tributos. O IPTU, por exemplo, competncia exclusiva do municpio, o IPVA de

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    competncia exclusiva dos Estados-membros e IR da Unio. Um ente no pode interferir na competncia do outro.

    Sistema de Governo

    O sistema de governo adotado pelos Estados representa o modo como conduzido o relacionamento entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Os dois sistemas de governo contrastantes so o parlamentarismo e presidencialismo. J o sistema de governo adotado pelo Brasil o presidencialismo.

    O sistema parlamentarista possui uma maior aplicabilidade do sistema de freios e contrapesos, tendo em vista que a chefia de

    Estado e a chefia de governo so exercidas por pessoas diferentes. Nesse sistema, a chefia de Estado ocupada pelo monarca ou pelo presidente, enquanto a chefia de governo fica a cargo do primeiro ministro ou chanceler, escolhido pelo Poder Legislativo. um sistema de chefia dual, todavia, o poder que possui maior relevncia o Poder Legislativo, tendo em vista que cabe aos seus membros escolher o Chefe de Governo.

    J no presidencialismo h predominncia do Poder Executivo.

    Assim, nesse sistema existe uma separao entre quem faz as leis Poder Legislativo e quem tem a obrigao de cumpri-las Poder Executivo. O governo independente do parlamento e a este cabe fiscalizar o Executivo. Nesse sentido, as funes de chefe de governo e chefe de estado se concentram em uma nica figura, o Presidente.

    Vamos s caractersticas sistema presidencialista de governo?

    (i) A chefia de Estado e a chefia de Governo so ocupadas pela mesma pessoa.

    O CHEFE DE GOVERNO o representante do pas no mbito da poltica e economia interna. Representa o pas nas relaes com os cidados e com os demais

    entes.

    Forma descentralizada de organizao do Estado brasileiro.Autonomia e esfera de competncia prpria dos entes.Estados-membros influenciam na vontade nacional (Senado Federal).Igualdade entre os entes federativos.Justia especfica para soluo de litgios.Espao de competncia exclusiva.

    FEDERAO

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    O CHEFE DE ESTADO representa o pas em relao aos outros pases. O chefe de Estado representa o pas internacionalmente. No Brasil, tanto a chefia de Estado como a chefia de governo so exercidas pelo Presidente da Repblica.

    (ii) Preponderncia do Poder Executivo.

    (iii) A chefia de governo ocupada pelo candidato que individualmente alcanar o maior nmero de votos. Determina a Constituio que o Presidente ser eleito se obtiver a maioria absoluta dos votos vlidos.

    (iv) O Poder Legislativo no participa diretamente do governo.

    Vejamos, por fim, o regime de governo!

    Regime de Governo

    O regime de governo adotado no Brasil o regime democrtico e exatamente o que permite a aplicao do Direito Eleitoral. Na verdade, a Constituio Federal consagrou o Brasil como um Estado Democrtico de Direito, o que caracteriza, segundo Francisco Dirceu Barros9:

    Uma convergncia de vontades entre os legalmente administrados (povo) e aqueles que legitimamente administram (governo).

    O regime democrtico, com maior ou menor amplitude, o adotado na maior parte das naes desenvolvidas. Tendo em vista que a participao popular nas decises do governo eleito possuem maior legitimidade, o que permite, pelo menos em tese, a fiscalizao do governo e a possibilidade de discusso na tomada de decises.

    Esse regime de governo pressupe uma interao entre entes governamentais e a sociedade. Tem como princpio a participao popular e o respeito aos direitos fundamentais dos cidados.

    No Brasil a democracia exercida, em regra, de forma indireta, ou seja, o povo no toma as decises polticas direta e pessoalmente, uma vez que os representantes so eleitos pela sociedade para, em nome da sociedade e segundo os interesses desta, escolherem os caminhos que sero seguidos.

    9 BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral, p. 15.

    Modo como conduzido o relacionamento entre o Poder Executivo e oPoder Legislativo.

    H predominncia do Poder Executivo.A chefia de Estado e a chefia de governo exercida pelo Presidente daRepblica.

    O Poder Legislativo no participa diretamente do governo.

    PRESIDENCIALISMO

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    Assim, para formao de uma democracia representativa indireta h a necessidade de que os representantes sejam legitimamente eleitos.

    ... um esquema que voc dever levar para a prova:

    Vimos os conceitos mais importantes de Teoria Geral do Direito e com isso finalizamos a primeira parte da nossa aula.

    Sigamos!

    2.4 - Princpios de Direito Eleitoral

    Introduo

    Dentro do ordenamento, as normas jurdicas podem se revelar por intermdio de regras jurdicas ou de princpios. Essa frase muito relevante e a correta compreenso fundamental para o entendimento do Direito contemporaneamente.

    Permite a aplicao do Direito Eleitoral.Convergncia entre o povo e os governantes, dada a interao entreambos.

    Maior legitimidade no exerccio do poder.

    REGIME DEMOCRTICO

    Forma como se atinge o poder.RepblicaFORMA DE GOVERNO

    Organizao poltico-administrativa dos entesque compe determinado Estado.

    FederalFORMA DE ESTADO

    O modo como conduzido o relacionamentoentre o Poder Executivo e o Poder Legislativo

    PresidencialismoSISTEMA DE GOVERNO

    convergncia de vontade entre os legalmenteadministrados (povo) e aqueles quelegitimamente administram (governo).

    DemocrticoREGIME DE GOVERNO

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    Veremos uma srie de caractersticas que distinguem os princpios das regras. A cada caracterstica analisada voc compreender cada vez melhor a diferena e a importncia dos princpios jurdicos para o nosso ordenamento. Essa a nossa pretenso.

    As regras so enunciados jurdicos tradicionais, que preveem uma situao ftica e, se esta ocorrer, haver uma consequncia jurdica. Por exemplo, se algum violar o direito imagem de outrem (fato), ficar responsvel pela reparao por eventuais danos materiais e morais causados pessoa cujas imagens foram divulgadas indevidamente (consequncia jurdica).

    Assim...

    Os princpios, por sua vez, segundo ensinamentos de Robert Alexy, so GHQRPLQDGRVGHmandados de otimizaoTXHFRQGLFLRQDPWRGDVDVestruturas subsequentes e servem de parmetro para interpretao. Isso significa dizer que os princpios constituem normas com carter mais amplo, aplicveis a diversas situaes fticas a depender do contexto envolvido. Os princpios constituem espcie de normas que devero ser observados na medida do possvel.

    As regras so aplicadas a partir da tcnica da subsuno, ou seja, se ocorrer a situao de fato haver a incidncia da consequncia jurdica prevista. Ou a regra aplica-se quela situao ou no se aplica (tcnica do WXGRRXQDGD3DUDRVSULQFtSLRVDRFRQWUiULRDDSOLFDomRSUHVVXS}HRuso da tcnica de ponderao de interesses, pois a depender da situao ftica, assegura-se com maior ou menor amplitude o princpio WpFQLFDGRPDLVRXPHQRV Por exemplo, para o processo do trabalho o decurso de 2 anos poder implicar violao ao princpio da celeridade; para o processo crime o decurso de 5 anos no implicar, necessariamente, violao ao mesmo princpio. Notem que so dois contextos fticos diferentes em que o princpio poder ser aplicado de forma diferente e com consequncias distintas.

    DIVULGAR INDEVIDAMENTE

    A IMAGEM DE UMA PESSOA

    fato jurdico

    VIOLAO AO DIREITO IMAGEM

    regra jurdica (art. 5, X e XXIII, da CF, combinado com

    dispositivos do CC)

    CONSEQUNCIA dever de indenizar

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    Isso no acontece em relao s regras. Lembre-se do exemplo que demos no incio. Se o sujeito praticar o fato jurdico e este se amoldar perfeitamente aos termos da regra jurdica haver incidncia com o surgimento das consequncias decorrentes. No h maior ou menor aplicao da regra. Perfeito?

    Quanto natureza, os princpios fundamentam as regras de modo que FRQVWLWXHPDUDWLRGDQRUPDIXQGDPHQWDGD. As regras, por sua vez, buscam fundamento nos princpios, o que lhes confere forma e amplitude.

    O que isso significa?

    Vimos que os princpios so gerais, aplicam-se a diversas situaes, porque possuem uma carga valorativa. Em razo disso, os princpios muitas vezes so utilizados para justificar a aplicao da regra jurdica. Isso significa dizer que vrias regras jurdicas so pensadas (racionalizadas) a partir dos princpios envolvidos. Por exemplo, h, como veremos ainda na aula de hoje, uma regra que disciplina que o processo eleitoral que possa implicar em perda do mandato eletivo dever tramitar em, no mximo, um ano. Essa regra fundamentada no princpio da celeridade, pois determina que no processo eleitoral, em funo dos valores e princpios envolvidos, ser considerado clere o processo que tramitar no prazo referido. Assim, o legislador valendo-se da racionalidade dos princpios que envolvem o direito eleitoral, fixou a regra. Por isso se diz que os princpios constituem a ratio (a racionalidade, a razo) das regras jurdicas.

    Os princpios possuem alto grau de abstrao, podendo abranger diversas situaes heterogneas, de modo que se concretizam em graus diversos. As regras, entretanto, possuem baixo grau de abstrao, abrangendo to somente situaes homogneas. Conforme vimos acima, os princpios podem ser aplicados s mais diversas situaes (heterogneo) com maior ou menor aplicabilidade a depender da situao em concreto. J as regras jurdicas aplicam-se apenas s mesmas situaes envolvidas (homogneo), tal como descrito pela norma.

    Distinguem-se ainda os princpios das regras quanto aplicabilidade. Os princpios sujeitam-se tcnica interpretativa, em razo da indeterminabilidade ou generalidade do seu comando. As regras, por seu turno, possuem aplicao direta e imediata, desde que se enquadrem na situao objetivamente especificada.

    Assim...

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    Vimos, assim as diferenas entre os princpios e regras. Notamos tambm que os princpios possuem enorme relevncia e so naturalmente fonte formal do direito eleitoral, uma vez que so normas ao lado das regras jurdicas.

    Na sequncia veremos uma srie de princpios aplicveis ao Direito Eleitoral e que podem ser objeto de cobrana em prova. Vamos dividir os princpios didaticamente em trs grupos: princpios eleitorais em espcie, princpio processuais civis aplicveis ao processo eleitoral e princpios eventualmente aplicveis na seara eleitoral.

    Dos trs grupos, o mais relevante o primeiro, razo pela qual dedicaremos maior tempo de estudo. Os demais sero tratados objetivamente, uma vez que ao longo do nosso Curso eles sero retomados em assuntos especficos.

    Princpios Eleitorais em Espcie

    Princpio da lisura das eleies

    Informa o referido princpio que a atuao da Justia Eleitoral, do Ministrio Pblico Eleitoral, dos partidos polticos e candidatos deve ser pautada na preservao da lisura das eleies.

    Por lisura podemos compreender a conduo das aes e atitudes com sinceridade, com franqueza. Esse o sentido do princpio eleitoral, a conduo franca, leal, sincera das eleies por todas as partes envolvidas no processo eleitoral, com vistas ao exerccio legtimo da democracia.

    O referido princpio encontra previso no art. 23 da Lei das Inelegibilidades:

    Art. 23. O Tribunal formar sua convico pela livre apreciao dos fatos pblicos e notrios, dos indcios e presunes e prova produzida, atentando para circunstncias ou fatos, ainda que no indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse pblico de lisura eleitoral.

    O dispositivo enuncia que ao julgar a ao de investigao judicial eleitoral (que estudaremos adiante) a Justia Eleitoral dever levar em considerao diversos valores envolvidos, desde que haja preservao da lisura eleitoral.

    REGRAS

    mandados de determinaoaplicado por subsunotcnica do "tudo ou nada"buscam fundamento nos princpiospossuem reduzido grau de abstrao e indeterminabilidade

    aplicao direta e imediatada

    PRINCPIOS

    mandados de otimizaoaplicado por ponderao de interesses

    tcnica do "mais ou menos"constituem a ratio das regraspossuem elevado grau de abstrao e de indeterminabilidade

    dependem da interpretao

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    Por fim, leciona Marcos Ramayana10:

    A garantia da lisura das eleies nutre especial sentido de proteo aos direitos fundamentais da cidadania (cidado-eleitor), bem como encontra alicerce jurdico-constitucional nos arts. 1, inciso II e 14 9 da Lei Fundamental.

    Trouxemos o conceito do doutrinador acima, porque ele faz referncia a dois dispositivos constitucionais. O primeiro deles reporta-se cidadania como fundamento da Repblica e o segundo, dada a importncia, citamos:

    9 Lei complementar estabelecer outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessao, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exerccio de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleies contra a influncia do poder econmico ou o abuso do exerccio de funo, cargo ou emprego na administrao direta ou indireta. (Redao dada pela Emenda Constitucional de Reviso n 4, de 1994)

    De acordo com o dispositivo acima, compete ao legislador infraconstitucional estabelecer por meio de lei complementar outras hipteses de inelegibilidade tendo em vista valores que assegurem a lisura do processo eleitoral, ao proteger a probidade administrativa, a moralidade para exerccio de mandato e a normalidade e legitimidade das eleies contra a influncia do abuso de poder.

    Para a nossa prova...

    Princpio do aproveitamento do voto

    Pelo princpio do aproveitamento do voto, a atuao da Justia Eleitoral, de um modo geral, deve pautar-se no sentido de preservar a soberania popular, a apurao do voto e a diplomao dos eleitos.

    Esse princpio tambm conhecido como princpio do in dubio pro voto, em comparao com o princpio penal do in dubio pro reo, vem disciplinado no art. 219 do Cdigo Eleitoral:

    Art. 219. Na aplicao da lei eleitoral o juiz atender sempre aos fins e resultados a que ela se dirige, abstendo-se de pronunciar nulidades sem demonstrao de prejuzo.

    Segundo Thales e Camila Cerqueira11 esse princpio tambm conhecido como princpio da vedao da restrio de direitos polticos, da atipicidade eleitoral ou da estrita legalidade eleitoral.

    10 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral, p. 22. 11 CERQUEIRA, Thales Tcito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado, p. 43.

    O princpio da lisura das eleies impe a atuao correta, sincera, proba dos atos que envolvam o

    processo eleitoral.

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    Em decorrncia do referido princpio afirma-se que so mitigados eventuais formalismos no processo eleitoral, inclusive aqueles que implicam em nulidades absolutas, desde que seja possvel sanar a nulidade. Desse modo, se as partes interessadas no alegarem a nulidade em momento oportuno no podero faz-lo posteriormente. Alm disso, no poder o Juiz reconhecer de ofcio a nulidade, sob pena do violao do princpio do aproveitamento do voto.

    o que se extrai dos arts. 223, caput, e 259, caput, ambos do Cdigo Eleitoral:

    Art. 223. A nulidade de qualquer ato, no decretada de ofcio pela Junta, s poder ser argida quando de sua prtica, no mais podendo ser alegada, salvo se a argio se basear em motivo superveniente ou de ordem constitucional.

    Art. 259. So preclusivos os prazos para interposio de recurso, salvo quando neste se discutir matria constitucional.

    9RFrVQRWDUDPTXHGHVWDFDPRVRVDOYR"3HVVRDOateno! Existem mitigaes do princpio do aproveitamento do voto. Toda vez que a nulidade for pautada em uma violao a regra constitucional, ela

    poder ser declarada a qualquer tempo, ainda que o cidado j tenha efetuado o voto. Essa exceo se justifica em razo da supremacia e a hierarquia da Constituio, que disciplina os assuntos mais relevantes para a sociedade. Veremos, futuramente, por exemplo que a alegao de inelegibilidade fundada na Constituio no se sujeita a prazo prescricional, ao passo que as hipteses de inelegibilidades previstas to somente na legislao infraconstitucionais se no forem arguidas no momento oportuno sujeitam-se prescrio.

    Princpio da celeridade eleitoral

    O princpio da celeridade comum a diversos ramos processuais do direito. Aqui no Direito Eleitoral, segundo Marcos Ramayana12, o princpio da celeridade ganha contornos prprios no sentido de que

    as decises eleitorais devem ser imediatas, evitando-se delongas para as fases posteriores data da diplomao, sendo verdadeiras excees os casos que possam demandar um julgamento para alm da posse.

    Notem que a celeridade eleitoral aproxima-se da imediaticidade. No Direito Eleitoral o processo deve ser o mais rpido possvel.

    12 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral, p. 24.

    princpio do in dubio pro votoprincpio da vedao da restrio de direitos polticosprincpio da atipicidade eleitoralprincpio da estrita legalidade eleitoral

    PRINCPIO DO APROVIETAMENTO DO VOTO - SINNIMOS

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    A finalidade deste princpio evitar o prolongamento de decises eleitorais aps a posse dos eleitos e aps o incio do exerccio do mandato eletivo. Nesse contexto relevante o art. 257, nico, do Cdigo Eleitoral, que adota a tutela da imediaticidade, segundo a qual a execuo das decises eleitorais ser imediata adotando-se meios eficazes e prticos de intimao, tais como telegrama e fax.

    Vejamos o dispositivo:

    Pargrafo nico. A execuo de qualquer acrdo ser feita imediatamente, atravs de comunicao por ofcio, telegrama, ou, em casos especiais, a critrio do presidente do Tribunal, atravs de cpia do acrdo.

    H, ainda, importante dispositivo da Lei das Eleies que disciplina o prazo de um ano entre a propositura da ao e o resultado final do julgamento para as aes que possam resultar na perda de mandato eletivo. o que disciplina o art. 97-A:

    Art. 97-A. Nos termos do inciso LXXVIII do art. 5o da Constituio Federal, considera-se durao razovel do processo que possa resultar em perda de mandato eletivo o perodo mximo de 1 (um) ano, contado da sua apresentao Justia Eleitoral. (Includo pela Lei n 12.034, de 2009)

    1o A durao do processo de que trata o caput abrange a tramitao em todas as instncias da Justia Eleitoral. (Includo pela Lei n 12.034, de 2009)

    2o Vencido o prazo de que trata o caput, ser aplicvel o disposto no art. 97, sem prejuzo de representao ao Conselho Nacional de Justia. (Includo pela Lei n 12.034, de 2009)

    Assim, para o processo eleitora...

    Sobre o dispositivo citado leciona Marcos Ramayana13:

    O legislador tratou de contemplar na Lei das Eleies a garantia efetiva da proteo judicial, pois cedio que se registrou casos em que o diplomado eleito exercia o mandato em toda a sua plenitude pelo prazo de 4 (quatro) anos e a ao ainda no tinha soluo final.

    Caso no seja observado o referido prazo podem decorrer uma srie de consequncia tais como crime de desobedincia (art. 345 do CE), infrao disciplinar a ser apurada perante as corregedorias dos tribunais eleitorais,

    13 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral, p. 25.

    DURAO RAZOVEL DO PROCESSO

    1 ano, quando envolver aes que possam resultar na perda do

    mandato eletivo

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    TSE e Ministrio Pblico, bem como representao ao Conselho Nacional de Justia, segundo dispe 2 supracitado.

    Registre-se, por fim, que esse prazo de um ano restringe-se s aes judiciais que podem implicar perda de mandato, de modo que demais processo e questes eleitorais submetem-se regra geral da celeridade prevista no art. 5, LXXVIII, da CF.

    Princpio da devolutividade dos recursos

    Embora venhamos tratar desde princpio posteriormente, importante, desde logo fixarmos a premissa de que os recursos eleitorais so dotados, em regra, apenas do efeito devolutivo, por aplicao do art. 257, caput, do Cdigo Eleitoral.

    Art. 257. Os recursos eleitorais no tero efeito suspensivo.

    Isso significa dizer que os recursos eleitorais tm apenas o efeito de devolver a matria especfica recorrida ao Tribunal para nova anlise. Assim, com o recurso leva-se a matria recorrida para anlise

    pelo rgo julgador de hierarquia superior, o qual analisar se a sentena foi correta. Enquanto o tribunal analisa o recurso a sentena recorrida vlida e poder ser executada, no permanecendo suspensa em razo do recurso apresentado.

    A finalidade desse princpio conferir maior celeridade ao processo eleitoral.

    Portanto...

    Se vocs estiverem atentos, perceEHUDPTXH GHVWDFDPRV R HP UHJUDJustamente! Existem excees. Vejamos o art. 216 do CE:

    Art. 216. Enquanto o Tribunal Superior no decidir o recurso interposto contra a expedio do diploma, poder o diplomado exercer o mandato em toda a sua plenitude.

    De acordo com o dispositivo acima, enquanto o TSE no decidir o recurso contra a expedio do diploma (RCED) o diplomado poder exercer o madando. Isso significa dizer que a deciso que cassa o diploma do candidato tem efeito suspensivo de forma que a sentena condenatria no ser aplicada enquanto o recurso estiver sob anlise.

    Pelo princpio da devolutividade dos recursos eleitorais EM REGRA as sentena no possuem efeitvo suspensivo, podendo ser executadas,

    independentemente de recurso instncia superior.00000000000

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    Essa mitigao, contudo, relativizada. A jurisprudncia do TSE14 compreende que o art. 216 no aplicvel. Ademais, na Resoluo n 21.635 o

    TSE posicionou-se no art. 90, 2 - no sentido de que o efeito do recurso da deciso que julga procedente o pedido de nulidade do diploma em razo de fraude, corrupo e abuso do poder econmico ou poltico nas eleies possui apenas efeito devolutivo.

    Princpio da precluso instantnea

    Inicialmente, vamos conceituar precluso. De acordo com a doutrina, precluso consiste na perda de uma situao jurdica processual ativa. A precluso constitui instrumento processual fundamental para o deslinde da ao. Assim, pode-se afirmar que sem precluso no h processo, ou melhor, sem o instituto da precluso o processo no termina.

    A precluso consagra trs princpios:

    princpio da segurana jurdica; princpio da boa-f; princpio da durao razovel do processo.

    Tradicionalmente, a doutrina menciona espcies de precluso, que sinteticamente podem ser definidas do seguinte modo:

    1. Precluso Temporal: perda de um poder processual em razo do decurso do tempo (exemplo: perda de um prazo para apresentar recurso)

    2. Precluso Consumativa: perda de um poder processual em razo do seu exerccio (exemplo: aps a apresentao da contestao a parte no poder apresentar nova contestao alterando a anterior).

    3. Precluso Lgica: perda do poder processual em razo da prtica anterior de um ato incompatvel com ele (exemplo: firma-se espontaneamente um acordo judicial e, em seguida, a parte recorre do acordo).

    4. Precluso sano: precluso decorrente da prtica de ato ilcito. Em Direito Eleitoral podemos encontrar diversas aplicaes para princpio. Para a nossa prova duas delas possuem interesse.

    (i) No processo eleitoral, a matria encontra-se disciplinada nos arts. 171 e 259, ambos do CE:

    Art. 171 No ser admitido recurso contra a apurao, se no tiver havido impugnao perante a Junta, no ato apurao, contra as nulidades argidas.

    Art. 259. So preclusivos os prazos para interposio de recurso, salvo quando neste se discutir matria constitucional.

    14 Cite, por exemplo, o Acrdo n 1.272, de 2003, e a Medida Cautelar n 1.181/SP, de 2002.

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    Sobre o assunto, lecionam Thales e Camila Cerqueira15:

    Ao contrrio da Justia Comum, a Justia Eleitoral mais clere, alm de conter algumas peculiaridades, tal como a precluso dos prazos para interposio de recursos, no sendo estes atinentes matria constitucional, ou de recursos contra a apurao das eleies, que no sero admitidos caso no haja prvia e oportuna impugnao perante a Junta Eleitoral. Logo, no havendo impugnao imediata e/ou no se tratando de matria constitucional, considera-se preclusa a matria.

    (ii) Ainda segundo o princpio da precluso eventuais impugnaes quanto identidade do eleitor devero ser formuladas antes do exerccio do voto, sob pena de se considerar consumado o ato do sufrgio.

    Esse o entendimento que se extrai dos arts. 147, 1, 149 e 223, todos do CE. Considerando que o ltimo dispositivo j foi citado quando abordamos o princpio do aproveitamento do voto, vejamos a literalidade dos dois primeiros:

    1 A impugnao identidade do eleitor, formulada pelos membros da mesa, fiscais, delegados, candidatos ou qualquer eleitor, ser apresentada verbalmente ou por escrito, antes de ser o mesmo admitido a votar.

    Art. 149. No ser admitido recurso contra a votao, se no tiver havido impugnao perante a mesa receptora, no ato da votao, contra as nulidades argidas.

    A ideia aqui a de resolver eventuais impugnaes at o exerccio do voto. Para tanto os partidos polticos e coligaes, por meio dos fiscais e delegados de partido, devem impugnar o voto at o ato de votar, sob pena de incidncia da precluso instantnea.

    Sobre o referido princpio lecionam Thales e Camila Cerqueira16:

    Ao contrrio da Justia Comum, a Justia Eleitoral mais clere, alm de conter algumas peculiaridades, tal como a precluso dos prazos para interposio de recursos, no sendo estes atinentes matria constitucional, ou de recursos contra a apurao das eleies, que no sero admitidos caso no haja prvia e oportuna impugnao perante a Junta eleitoral. Logo, no havendo impugnao imediata e/ou no se tratando de matria constitucional, considera-se preclusa a matria.

    Princpio da anualidade eleitoral

    O princpio da a