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Curso de A.F.O. Professor: José Garrido [email protected] http://gnetoconcurseiro.blogspot.com Aula 01: Orçamento Público; Princípios Orçamentários; Diretrizes Orçamentárias Caros colegas. Damos início, hoje, ao nosso curso de Administração Financeira e Orçamentária para Agente da Polícia Federal. Serão 5 aulas que abordarão os principais aspectos da disciplina em voga e, concluído o curso, seremos capazes de fazer praticamente qualquer questão de AFO cobrada pelo CESPE. Nossa metodologia será a de exposição da teoria e resolução de exercícios. Todos os exercícios serão resolvidos ao longo do curso. Qualquer dúvida oriunda da resolução dos exercícios pode ser tirada em sala de aula ou através de dois canais de comunicação que estabeleço com vocês desde já: meu email [email protected] e meu blog na internet http://gnetoconcurseiro.blogspot.com . Sempre que encontrar algum assunto interessante, fruto das discussões com os colegas, e não puder expor minhas considerações em sala de aula, farei posts no blog e, assim, teremos um veículo permanente de comunicação. Faço uma breve descrição do meu currículo. Sou graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Ceará (UFC), tendo obtido o título de bacharel no final de 2004. Sou especialista em Contabilidade Pública e trabalho na área de gestão desde 2005. Atualmente, exerço o cargo de Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Ceará, tendo logrado aprovação em 9º lugar no concurso realizado em 2008. Também obtive aprovação nos concursos da SEFAZ Piauí – Analista do Tesouro – 2º Lugar (2007), e para o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO - 2008), para Analista de Gestão Financeira (1º Lugar). A experiência profissional é valiosa para a absorção dos conhecimentos e o pleno entendimento da matéria e espero dispor disto para tornar este curso bastante atraente e proveitoso. Então, mãos à obra! 1. O QUE É UM ORÇAMENTO? Antes de começarmos a adentrar no conteúdo, é importante nos questionarmos acerca do que significa a expressão “orçamento”. O que é orçamento? Pra que isso serve? Qual seu objetivo?

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Aula 01: Orçamento Público; Princípios Orçamentários; 

Diretrizes Orçamentárias

Caros colegas. Damos início, hoje, ao nosso curso de Administração

Financeira e Orçamentária para Agente da Polícia Federal. Serão 5 aulas que

abordarão os principais aspectos da disciplina em voga e, concluído o curso, seremos

capazes de fazer praticamente qualquer questão de AFO cobrada pelo CESPE.

Nossa metodologia será a de exposição da teoria e resolução de exercícios.

Todos os exercícios serão resolvidos ao longo do curso. Qualquer dúvida oriunda da

resolução dos exercícios pode ser tirada em sala de aula ou através de dois canais de

comunicação que estabeleço com vocês desde já: meu email –

[email protected] – e meu blog na internet –

http://gnetoconcurseiro.blogspot.com. Sempre que encontrar algum assunto

interessante, fruto das discussões com os colegas, e não puder expor minhas

considerações em sala de aula, farei posts no blog e, assim, teremos um veículo

permanente de comunicação.

Faço uma breve descrição do meu currículo. Sou graduado em Ciências

Contábeis pela Universidade Federal do Ceará (UFC), tendo obtido o título de

bacharel no final de 2004. Sou especialista em Contabilidade Pública e trabalho na

área de gestão desde 2005. Atualmente, exerço o cargo de Analista de Controle

Externo do Tribunal de Contas do Estado do Ceará, tendo logrado aprovação em 9º

lugar no concurso realizado em 2008. Também obtive aprovação nos concursos da

SEFAZ Piauí – Analista do Tesouro – 2º Lugar (2007), e para o Serviço Federal de

Processamento de Dados (SERPRO - 2008), para Analista de Gestão Financeira (1º

Lugar). A experiência profissional é valiosa para a absorção dos conhecimentos e o

pleno entendimento da matéria e espero dispor disto para tornar este curso bastante

atraente e proveitoso. Então, mãos à obra!

1. O QUE É UM ORÇAMENTO?

Antes de começarmos a adentrar no conteúdo, é importante nos questionarmos

acerca do que significa a expressão “orçamento”. O que é orçamento? Pra que isso

serve? Qual seu objetivo?

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Por que eu faço um orçamento? Elaborar orçamento traz a idéia de controle, ou

necessidade de se controlar os recursos disponíveis. Parte-se do pressuposto que

esses recursos são escassos. Ora, se houvesse uma infinidade de dinheiro, por que

eu deveria me preocupar em aplicá-lo da maneira mais eficiente e eficaz possível?

Claro, preciso fazer um orçamento para saber se posso “pagar” aquela conta

que pretendo fazer, ou aquela despesa que pretendo realizar. E qual meu parâmetro?

Meu salário, ou o saldo da minha conta bancária! Em outras palavras: meu limite é o

dinheiro que disponho. Não há como o céu ser o limite, se só possuo R$ 50,00 no

bolso e a despesa monta um valor de R$ 100,00. Posso até me utilizar de um cartão

de crédito para efetuar tal compra, mas, como não terei mesmo condições de pagar a

fatura, vou ficar devendo. E ficar devendo não é nada bom...

O princípio mais básico de um orçamento, seguindo nosso simples exemplo, é

o EQUILÍBRIO entre Dinheiro disponível (Receitas) e Gastos a serem efetuados

(Despesas). Portanto, para que exista um orçamento, faz-se necessária a existência

de equilíbrio entre receitas e despesas, a fim de que a execução desse controle não

acarrete em déficits, ou dívidas, para o gestor do orçamento.

No setor privado, a elaboração e a execução do orçamento constituem uma

prática gerencial, não havendo a obrigatoriedade legal de sua utilização. No setor

público, a situação muda de figura. Em virtude de uma porção de leis, a prática

orçamentária é obrigatória no âmbito da Administração Pública. União, Estados, DF e

Municípios são obrigados a prever e executar seus gastos governamentais através de

um orçamento, aprovado por uma lei e executado dentro daqueles limites

estabelecidos.

A Administração Orçamentária e Financeira constitui ramo do Direito Financeiro

que respalda a atividade financeira do estado (o ato de arrecadar e gastar os recursos

públicos para o cumprimento dos objetivos governamentais), cujo foco é o

ORÇAMENTO PÚBLICO. Os principais ditames legais que regulamentam a prática

orçamentária no setor público são:

1) A Lei 4.320/64;

2) A Constituição Federal de 88 (Arts. 165 a 169);

3) A Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal);

4) O Manual Técnico de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (STN);

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5) O Decreto Federal 93.872/86;

6) O Decreto-Lei 200/67.

A obrigatoriedade de o setor público elaborar e gerir suas contas através de um

planejamento (orçamento) público está descrita na CF 88, art. 174: “Como agente

normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da

lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este

determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”

1.1 O QUE É ORÇAMENTO PÚBLICO?

Orçamento Público é o processo de previsão de receitas e fixação de despesas

que darão respaldo à execução das políticas públicas. É um processo contínuo,

dinâmico e flexível, que traduz em termos financeiros, para determinado período

(um ano), os planos e programas de trabalho do governo.

Atentemos para e expressão “flexível”. O orçamento público brasileiro possui

um formato razoavelmente flexível, no que diz respeito às dotações orçamentárias

iniciais que compõem o planejado, no início de sua execução. Dizemos que nosso

orçamento é uma Lei Autorizativa. Isto quer dizer que os créditos autorizados podem

ou não ser realizados. E pior, podem até ser realizados, mas em categorias de

despesas diversas daquelas estabelecidas no planejamento inicial.

A justificativa para essa flexibilidade é justamente a “dinâmica” da execução

das políticas públicas. Aquelas prioridades previamente estabelecidas podem ser

substituídas por outras que surgem ao longo do exercício financeiro. Para o

atendimento destas prioridades, necessitamos de orçamento, que é “remanejado” para

outros grupos de despesas, distintos daqueles previamente estabelecidos.

Existe uma fatia considerável da doutrina que perfilha pela linha da

substituição do Orçamento Autorizativo pelo Orçamento Impositivo. Alegam que a

suposta facilidade de alteração do orçamento inicial distorce o planejamento,

tornando-o ineficaz. Para esses pensadores, é competência do gestor público prever

as situações e estabelecer suas prioridades quando da elaboração do orçamento.

Uma vez estabelecidas as metas, elas devem ser cumpridas em sua integralidade,

sem que haja possibilidade de execução parcial ou remanejamento orçamentário para

outras categorias de despesa.

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Contudo, cabe ressaltar que nosso modelo orçamentário brasileiro continua

sendo o de Orçamento Autorizativo. É importante conhecermos tanto o Orçamento

Autorizativo como o Orçamento Impositivo, pois ambas as teorias têm sido cobradas

nos concursos públicos. A propósito, a questão discursiva do concurso da ANTAQ,

organizado pelo nosso querido CESPE, propôs uma dissertação sobre as diferenças

entre essas duas tipologias de orçamento.

Cuidado! Não confundamos a flexibilidade no remanejamento das dotações

orçamentárias com a rígida vinculação da arrecadação pública. Sob o aspecto da

receita pública, nosso modelo orçamentário é extremamente rígido, apesar de existir

um princípio orçamentário totalmente contra tal vinculação. Aprofundaremos todos

esses conceitos ao longo de nossa aula.

Vejamos uma questão CESPE sobre esse assunto:

(CESPE – Técnico Judiciário – TRE Alagoas – 2004) O orçamento brasileiro tem alto

grau de vinculações, tais como transferências constitucionais para estados e

municípios, manutenção do ensino, seguridade social e receitas próprias de entidades.

Essas vinculações tornam o processo orçamentário extremamente rígido.

RESPOSTA: Questão Certa. Vejam que a questão abordou a vinculação

orçamentária sob o aspecto das receitas públicas. Existe realmente um elevado grau

de vinculação das receitas a determinadas áreas, mesmo que essa prática esteja

proibida pela nossa Constituição (que estabelece uma infinidade de exceções ao

princípio da não-vinculação das receitas, que estudaremos adiante).

Para encerrarmos essa primeira parte, cabe apenas citarmos algumas

características adicionais do Orçamento Público:

1) O Orçamento Público é uma Lei Formal: o orçamento público, após o processo

de planejamento das políticas públicas, é convertido em uma Lei Formal, sendo

esta uma peça meramente autorizativa.

2) O Orçamento Público é uma Lei Temporária: todo processo de planejamento

necessita de um marco temporal, para que se possa fazer o comparativo entre

o que foi executado e o que estava previamente estabelecido. A vigência da lei

de orçamento é de um ano, conforme o princípio da anualidade. Segundo o

art. 34 da Lei 4.320/64, o exercício financeiro coincide com o ano civil.

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3) O Orçamento Público é uma Lei Ordinária: o processo legislativo que permeia

a aprovação do orçamento público é idêntico ao das leis comuns. Contudo,

apenas outra lei, em tese, pode modificar algum dos dispositivos da lei de

orçamento.

4) O Orçamento Público é uma Lei Especial: a lei de orçamento é uma lei

específica. Ou seja, essa lei não pode abranger outra matéria que não seja a

orçamentária. É vedado, por exemplo, que na lei de orçamento haja

autorização para a criação de uma autarquia, já que esta matéria não diz

respeito ao orçamento público.

1.2 ORÇAMENTO PÚBLICO CONFORME O REGIME JURÍDICO ADOTADO

Uma classificação bastante importante dos tipos de orçamento público diz

respeito à forma de governo adotada. Em outras palavras, dependendo da forma de

governo estabelecida em um país, diferentes são as competências institucionais para

a elaboração e execução do instrumento orçamentário. Existem, basicamente, três

tipos de orçamento sob esse ponto de vista: o Orçamento Legislativo, o Orçamento

Executivo e o Orçamento Misto. O que vai diferenciar um do outro é apenas a

competência para sua elaboração.

O Orçamento Legislativo é o processo de discussão, elaboração e aprovação

do instrumento orçamentário realizado em sua totalidade pelo Poder Legislativo.

Caberá ao Executivo apenas a execução da proposta aprovada. Este tipo de

orçamento já foi utilizado no Brasil. A Constituição Imperial de 1824 estabeleceu a

competência de elaboração do orçamento anual para o Legislativo, sendo que, em

1826, uma emenda constitucional transferiu tal competência para o Poder Executivo.

O Orçamento Executivo é o processo de discussão, elaboração, aprovação e

execução do instrumento orçamentário realizado em sua totalidade pelo Poder

Executivo. O Legislativo em nada participa do processo orçamentário. Este modelo se

identifica com os governos absolutistas, nunca tendo sido adotado no Brasil.

O Orçamento Misto possui procedimentos que envolvem os dois poderes em

epígrafe, cada um com sua competência estabelecida e delimitada. O processo de

elaboração, além de sua execução, cabe exclusivamente ao Poder Executivo, e a

discussão e aprovação da peça elaborada cabem ao Poder Legislativo. Cabe também

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a este poder a fiscalização da execução orçamentária, com o auxílio dos Tribunais de

Contas. Surge aqui o conceito de controle externo das contas públicas. Este é o tipo

de orçamento adotado em nosso país, cuja regulamentação será abordada em

momento oportuno.

Vejamos uma questão de concurso que contempla esse assunto:

(CESGRANRIO Analista Previdenciário/INSS – 2005). Dependendo da forma de

governo existente, os orçamentos podem ser classificados em três tipos:

a) Geral, específico e especial.

b) Presidencialista, parlamentarista e judicialista.

c) legislativo, executivo e misto.

d) plurianual, qüinqüenal e anual.

e) de investimentos, corrente e complementar.

RESPOSTA: Letra C.

1.3 EVOLUÇÃO CONCEITUAL DO ORÇAMENTO PÚBLICO

Três fatores se fizeram determinantes para a evolução instrumental da

elaboração e execução dos orçamentos públicos no Brasil: o desenvolvimento do

estado democrático, o aumento da complexibilidade das transações econômicas e o

avanço dos conhecimentos em administração, contabilidade e economia.

O orçamento surgiu, inicialmente, como uma peça de mero controle de meios.

A receita prevista era o alvo a ser alcançado pela despesa executada, não havendo

muita preocupação acerca da realização daquela receita. Se esta não fosse

arrecadada, o gasto público seria efetuado no montante autorizado pela lei, gerando

inúmeros déficits e desequilíbrios das contas públicas. Havia a necessidade de

aperfeiçoar o processo orçamentário, a fim de mitigar os efeitos negativos da

inexistência de um planejamento coerente com a realidade do Estado.

À medida que as técnicas de planejamento e de intervenção do estado na

economia foram evoluindo, novas funções ao orçamento público tiveram que ser

incorporadas. Em conseqüência disto, surgiram outras espécies de orçamento, que a

seguir serão apresentadas.

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1.3.1 ORÇAMENTO TRADICIONAL

O orçamento tradicional foi o primeiro modelo de elaboração e execução do

orçamento público visto no Brasil. Tinha como função principal estabelecer o controle

político sobre as finanças públicas. Através de controles contábeis e institucionais,

realizava o confronto entre as receitas previstas, e as arrecadadas, com as despesas

fixadas, e as executadas. Ao estabelecer a receita como limite de gastos, visava a

evitar a expansão descontrolada dos gastos públicos.

O lema do orçamento tradicional era “as coisas que o governo compra”.

Havendo recurso disponível, o governo pode comprar, mesmo sem saber se aquela

aquisição é relevante para o aumento do bem-estar das pessoas. Por que não havia

esse controle? Porque o orçamento não tinha sido concebido para propiciar as

ferramentas necessárias para tal controle.

Percebe-se, portanto, que o enfoque do orçamento tradicional se dá no

objeto do gasto público (o que eu vou comprar, apenas). A ênfase desse controle se

limita a aspectos contábeis da gestão (quanto mais receita arrecadada, mais posso

gastar). Ou seja, o foco do orçamento tradicional se restringe ao equilíbrio entre

receita e despesa (R = D). Não há qualquer vinculação entre planejamento (PPA) e

orçamento (LOA) para a definição das prioridades da administração.

E qual a conseqüência disso tudo? Os órgãos setoriais pressionando o governo

por contínua ampliação de gastos, sem prévia avaliação destes com as prioridades

governamentais; e o governo promovendo cortes indiscriminados de despesas das

unidades setoriais, com o intuito de viabilizar os ajustes necessários para compensar

eventuais frustrações da receita arrecadada, ou para obter recursos para outras

unidades melhor posicionadas, politicamente.

Vejamos uma questão de concurso sobre o assunto:

(ESAF STN 2005-ADAPTADA) De acordo com o conceito de orçamento, julgue os

itens a seguir:

Orçamento tradicional é o processo mediante o qual o governo traça um planejamento,

estimando suas receitas e planejando sua aplicação, com prévia fixação das

despesas.

O orçamento tradicional destaca as metas, os objetivos e as intenções do governo,

consolidando um conjunto de programas a ser realizado durante determinado período.

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RESPOSTA DA PRIMEIRA AFIRMAÇÃO: Correta. O simples fato de se fazer um

orçamento público já se dá ênfase ao planejamento. Não confunda esse planejamento

com a falta de vinculação entre planejamento (PPA) e orçamento (LOA) para a

definição das prioridades da administração. Buscar equilíbrio entre Receita e Despesa

(R = D) é uma espécie de planejamento, ainda que incipiente.

RESPOSTA DA SEGUNDA AFIRMAÇÃO: Falsa. O que diferencia o primeiro do

segundo item é a expressão “metas, objetivos e intenções do governo”. No orçamento

tradicional, não falamos sobre estabelecimento de metas. O controle das ações do

governo é meramente contábil (ênfase nos aspectos contábeis da gestão). O foco é

político e institucional, e não gerencial (“programas” é uma expressão eminentemente

gerencial, como veremos adiante).

1.3.2 ORÇAMENTO DE DESEMPENHO

O Orçamento de Desempenho foi uma tentativa de trazer ao instrumento

orçamentário um teor mais gerencial, agregando aos aspectos contábeis a

possibilidade de avaliar as prioridades da Administração Pública quando da execução

do gasto. Representou uma evolução ao modelo de orçamento tradicional,

melhorando o processo orçamentário de forma a garantir que o gestor pudesse avaliar

não somente o montante dos gastos, mas também os resultados da ação

governamental. Este foi o segundo modelo orçamentário utilizado no Brasil.

O lema deste modelo orçamentário era “as coisas que o governo faz”. A ênfase

era naquilo que o governo construiu. Tem-se aqui, pela primeira vez, a idéia de

programa de governo. O Enfoque está voltado para as realizações do governo. O

orçamento agrega ao equilíbrio (R = D) a alocação de recursos com base nos

produtos finais a obter ou nas tarefas a realizar.

Contudo, ainda não houve demonstrada ênfase entre planejamento (PPA) e

orçamento (LOA). Apesar do gasto público, agora, estar alinhado com um objetivo,

este não está pré-estabelecido em nenhum documento. Não há uma meta pré-

concebida. Novamente, os critérios para a elaboração do orçamento eram políticos e

institucionais. O resultado disso foram os conhecidos “Elefantes Brancos”, grandes

obras que apenas começavam, mas ficavam pelo caminho, inacabadas. Prejuízos

para os cofres públicos e para a população.

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E qual a conseqüência disso tudo? Os órgãos setoriais continuam

pressionando o governo por contínua ampliação de gastos; e o governo continua

promovendo cortes indiscriminados de despesas, das unidades setoriais, para obter

recursos para outras unidades melhor posicionadas, politicamente.

Vejamos uma questão de concurso sobre o assunto:

(ESAF AFC STN 2008-ADAPTADA) Nos que diz respeito às diferenças entre o

Orçamento Tradicional e o Orçamento de Desempenho, julgue o item a seguir:

O orçamento desempenho é um avanço em relação ao orçamento tradicional ao

buscar indicar os benefícios a serem alcançados pelos diversos gastos e assim

possibilita medir o desempenho organizacional.

RESPOSTA DA QUESTÃO: Correta. A única diferença entre o modelo orçamentário

tradicional e o modelo baseado nas realizações, ou no desempenho, é que neste é

possível avaliar o resultado das políticas públicas, já que houve acréscimo de

indicadores, objetivando a avaliação da gestão orçamentária: as metas de alocação

dos gastos públicos unindo-se ao controle contábil das receitas e despesas (R = D).

Quando se fala em incremento de metas, estamos falando dos programas de governo.

Contudo, como essas metas não estão estabelecidas em um documento distinto da

peça orçamentária, não há vinculação entre planejamento (PPA) e orçamento (LOA).

(ESAF AFC CGU 2004-ADAPTADA) Pesquisando as experiências na área

orçamentária, podem-se encontrar diversos processos de elaboração de orçamento

nos quais a presença de maior ou menor grau de ação planejada provoca grandes

contrastes. Julgue os itens a seguir acerca do orçamento de desempenho.

-É um processo orçamentário em que é explicitado apenas o objeto de gasto.

-É um processo orçamentário que representa duas dimensões do orçamento: objeto

de gasto e um programa de trabalho, contendo as ações desenvolvidas.

-É um processo orçamentário que se apóia no critério de alocação de recursos

por meio do estabelecimento de um quantitativo financeiro fixo.

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RESPOSTA DO ITEM 1: Errada. O orçamento de desempenho não se baliza apenas

no objeto do gasto, mas também nas metas de alocação dos recursos. O objetivo do

gasto passou a ser considerado na elaboração dos orçamentos setoriais.

RESPOSTA DO ITEM 2: Certa. O comentário anterior valida essa resposta. São duas

as vertentes do orçamento de desempenho: o controle contábil da receita e despesa

(R = D) e o estabelecimento de metas através de programas de governo.

RESPOSTA DO ITEM 2: Errada. A alocação de recursos no orçamento de

desempenho obedece a duas vertentes: o controle contábil (R = D) e a necessidade

de alinhamento dos gastos com os objetivos estabelecidos. Desta forma, não há como

alocar recursos em quantidades fixas, sem que haja compatibilidade com os objetivos

institucionais.

1.3.3 ORÇAMENTO BASE-ZERO (OBZ)

O Orçamento Base-Zero, ou OBZ, também é conhecido como orçamento não-

incremental. E o que seria um orçamento incremental? Orçamento Incremental é

aquele cuja definição dos montantes de recursos se realiza através de incorporação

de acréscimos marginais em cada item de despesa, baseado no mesmo conjunto de

despesas do orçamento anterior. O orçamento seguinte é apenas um incremento do

anterior. Podemos perceber essa prática nos dois modelos orçamentários que já

conhecemos: Orçamento Tradicional e Orçamento de Desempenho.

Qual o problema de um orçamento incremental? Com o passar do tempo,

algumas rubricas incrementadas podem não se constituir mais objetivos do governo. A

alocação de orçamento para essas despesas se torna desperdício de dotações que

poderiam estar alocadas em outras áreas prioritárias. Isto implicará em engessamento

do orçamento e falta de dotações ao longo do exercício financeiro.

O lema do OBZ diz respeito a gastar de acordo com os recursos disponíveis,

evitando programas e projetos não-econômicos. Seria “o que precisa ser feito e o que

não seria bom ser feito”.

O processo de elaboração do OBZ exige que cada administrador justifique

detalhadamente todas as dotações solicitadas em seu orçamento, apresentando os

motivos que levam à execução dos gastos. Todos os gastos devem ser novamente

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justificados a cada novo ciclo. Assim, excluem-se as dotações anteriores e colocam-se

novas, todas baseadas em justificativa para sua realização.

A ênfase do OBZ está nas necessidades reais de gastos públicos, evitando ao

máximo os gastos desnecessários e desperdícios. Há utilização de critérios técnicos

e institucionais para a elaboração dos orçamentos. Contudo, ainda não é possível

verificar vinculação entre Planejamento (PPA) e Orçamento (LOA).

Este modelo de orçamento nunca foi posto em prática no nosso país.

Vejamos uma questão de concurso sobre o assunto:

(CESPE TRE-MG 2009) Acerca dos tipos de orçamento, julgue o item a seguir.

O orçamento de base zero envolve o controle operacional pelo qual cada gestor deve

justificar todas as solicitações de dotações orçamentárias em detalhes, a partir do

ponto zero, para serem avaliadas por análises sistemáticas e classificadas por ordem

de importância em diferentes etapas operacionais.

RESPOSTA DO ITEM: Certa. O orçamento OBZ é caracterizado por ser um

orçamento não-incremental, ou seja, a cada nova proposta orçamentária, é necessário

solicitar novas dotações, já que as do ano anterior “são zeradas”.

(Escola de Administração do Exército – ESAEX – Contador CFO/QC – 2005). Em

relação às metodologias de elaboração orçamentária, podemos afirmar que:

No orçamento base zero ou por estratégia, não se questionam os gastos

anteriormente realizados, valendo as prioridades historicamente determinadas.

RESPOSTA DO ITEM: Errada. Como o OBZ é não-incremental, devem-se questionar

os gastos anteriormente realizados, valendo as prioridades estabelecidas a cada novo

processo de elaboração do orçamento.

1.3.4 ORÇAMENTO PROGRAMA

Dos tipos de orçamento apresentados, este é o mais importante e,

consequentemente, o que mais cai em concursos públicos. Como o próprio nome já

diz, essa modalidade de orçamento está ligada aos programas de governo, às

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realizações que tanto os governantes almejam. Desta maneira, o orçamento-programa

é uma peça com ligação estreita ao planejamento (PPA). Ele indica as ações,

programas, projetos e atividades governamentais, bem como seus montantes

monetários, as fontes de recursos e as metas de gestão dos mesmos.

É importante entendermos isto: o Orçamento-Programa é a única

modalidade de orçamento que vincula o Planejamento (PPA) à execução, ou ao

Orçamento (LOA), por intermédio das Diretrizes Orçamentárias (LDO).

O orçamento-programa foi difundido pela Organização das Nações Unidas -

ONU a partir do final da década de 50, inspirado na experiência do orçamento de

desempenho nos Estados Unidos da América.

O orçamento-programa foi implantado no Brasil através da Lei 4320/64. O art.

2º da referida lei comprova nossa afirmação: “A Lei do Orçamento conterá a

discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica

financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de

unidade, universalidade e anualidade”.

O segundo registro de obrigatoriedade da observação do orçamento-programa

no âmbito governamental está descrito no Decreto-Lei 200/67, em seu art. 15: “em

cada ano será elaborado um orçamento-programa, que pormenorizará a etapa do

programa plurianual a ser realizada no exercício seguinte e que servirá de

roteiro à execução coordenada do programa anual”.

Mas cuidado! Se uma questão de concurso cobrar qual foi o primeiro

instrumento legal a citar o orçamento-programa como modalidade orçamentária no

Brasil foi a Lei 4320/64.

O lema do Orçamento-Programa esta ligado aos objetivos do governo. Expõe o

custo/benefício entre “o que o governo faz e o que ele gasta para fazer”. Existe ênfase

no objetivo do gasto (se o gasto alcançou o objetivo estabelecido no programa de

governo). É uma concepção gerencial de Orçamento Público (Aspectos

Administrativos e de Planejamento). Possui enfoque nos programas de governo

(classificação funcional-programática), ou seja, toda despesa pública encontra-se

dentro de um programa de trabalho, vinculado ao planejamento. 

O orçamento-programa leva em consideração, quando de sua elaboração,

critérios unicamente técnicos. Não há viés político nem institucional em sua

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elaboração. Há plena vinculação entre as metas estabelecidas no planejamento global

(PPA) e os resultados a serem alcançados (LOA), considerando todas as diretrizes a

serem seguidas para o alcance dos objetivos (LDO).

Outra observação importante. Os concursos em geral têm cobrado a definição

de orçamento-programa sob o seguinte aspecto: um plano de trabalho expresso por

um conjunto de ações a realizar e pela identificação dos recursos necessários à

sua execução.

Outras características verificadas no orçamento-programa: as relações insumo-

produto, as alternativas programáticas, o acompanhamento físico-financeiro, a

avaliação de resultados e a gerência por objetivos.

Vejamos uma questão de concurso:

(ESAF – ACE – TCU 2006). O orçamento-programa é entendido como o plano de

trabalho do governo no qual são especificadas as proposições concretas que se

pretende realizar durante o ano financeiro. Assinale a única opção incorreta em

relação a orçamento-programa.

a) A integração planejamento-orçamento é característica do orçamento-programa.

b) Orçamento-programa informa, em relação a cada atividade ou projeto, quanto vai

gastar, para que vai gastar e por que vai gastar.

c) O orçamento-programa identifica programas de trabalho, objetivos e metas,

compatibilizando-os com os planos de médio e longo prazos.

d) O orçamento-programa é o processo de elaboração do orçamento em que é

enfatizado o objeto de gasto.

e) Processo de elaboração do orçamento-programa é técnico e baseia-se em

diretrizes e prioridades, estimativa real de recursos e cálculo real das necessidades.

RESPOSTA: “D”. Como já sabemos, foco de elaboração do orçamento no objeto do

gasto é característica do orçamento tradicional e não do orçamento-programa, onde o

foco está no resultado da ação governamental.

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL-PROGRAMÁTICA

A implantação do orçamento-programa conduziu a Administração Pública à

adoção da classificação funcional-programática. A necessidade de definição das áreas

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de atuação dos gastos públicos motivou a adoção desta classificação. Analisando-a, é

possível estabelecer ONDE o gasto foi feito, com O QUÊ foi gasto, PARA QUÊ foi

gasto, o QUANTO foi gasto, e QUANDO foi gasto o dinheiro público. Ou seja, através

dessa classificação é possível efetuar a avaliação dos programas governamentais e

sua compatibilidade com o planejamento plurianual.

A moderna classificação funcional-programática aborda os seguintes itens:

FUNÇÃO, SUBFUNÇÃO, PROGRAMA, PROJETO, ATIVIDADE, OPERAÇÕES

ESPECIAIS. Na aula sobre as despesas públicas abordaremos com mais

profundidade essa classificação.

1.3.5 O ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

O orçamento participativo é um instrumento que serve para alocar os recursos

públicos de forma eficiente e eficaz de acordo com as demandas sociais. Ele surgiu

através da iniciativa de elaborar o orçamento público levando-se em conta a

participação real e efetiva da população, principalmente das associações, sindicatos e

ONGs (sociedade organizada).

A principal riqueza ou característica do Orçamento Participativo é a

democratização da relação: “Estado X Sociedade”. O orçamento participativo rompe

com a visão tradicional da política, em que o cidadão praticamente encera a sua

participação no ato de votar, e os governantes eleitos podem fazer o que bem

entendem com o dinheiro público, por meio de políticas públicas imediatistas ou

populistas, objetivando atender a determinados clientes. Nesse processo orçamentário

o cidadão deixa de ser um simples coadjuvante para ser protagonista ativo da gestão

pública.

Vejamos uma questão sobre orçamento participativo:

(ESAF APO/MPOG –2005) O orçamento participativo é um importante instrumento de

participação do cidadão na gestão pública. A respeito desse instrumento, indique a

opção correta.

a) O processo de Orçamento Participativo gera decisões públicas, pois permite que os

governantes exerçam, direta e concretamente, a luta por seus interesses, combinando

a sua decisão individual com a participação coletiva.

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b) O processo de Orçamento Participativo permite a democratização da relação entre

a União, Estados e Municípios, já que os gestores públicos deixam de ser simples

coadjuvantes da política tradicional para serem protagonistas ativos da gestão pública.

c) O processo de Orçamento Participativo contribui para a criação de uma esfera

pública, estatal, em que os governantes consolidam tanto processos de co-gestão

pública quanto mecanismos de controle social sobre o Estado.

d) O processo de Orçamento Participativo tem a necessidade de um contínuo ajuste

crítico, baseado em um princípio de auto-regulação, com o intuito de aperfeiçoar os

seus conteúdos democráticos e de planejamento, e assegurar a sua não-estagnação.

e) O processo de Orçamento Participativo é aperfeiçoado pela acumulação de

experiências orçamentárias, onde o que era apenas requerimento, demanda ou

necessidade, muda de qualidade mediante o processo eleitoral, adquirindo natureza

política.

RESPOSTA: “D”. O processo de orçamento participativo tem a necessidade de um

contínuo ajuste crítico, ou seja, a cada ano são realizados ajustes com base nas

críticas sobre as decisões do passado. Isso significa auto-regulação, com o intuito de

aperfeiçoar os seus conteúdos democráticos e de planejamento, e assegurar a sua

não-estagnação do processo orçamentário (modelo anterior). Estimular a participação

da população também traz essa obrigatoriedade de estabelecer processos de revisão

das decisões do passado, a fim de que essas passem a ser as decisões do povo e os

gastos públicos acompanhem as novas prioridades destacadas.

1.4 OBJETIVOS DA POLÍTICA ORÇAMENTÁRIA

Toda e qualquer política orçamentária visa a mitigar dois problemas graves

encontrados em todos os países do mundo, especialmente os em desenvolvimento:

1) Mitigar as disparidades existentes entre renda e riqueza;

2) Reduzir as desigualdades sociais.

Para que a política orçamentária possa apaziguar esses graves distúrbios

sociais, faz-se necessário estabelecer objetivos específicos, dentre os quais se

destacam:

a) Corrigir as imperfeições do mercado;

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b) Manter a estabilidade da economia;

c) Fomentar o crescimento econômico;

d) Melhorar a distribuição de renda;

e) Universalizar o acesso aos bens públicos ou privados;

f) Assegurar o cumprimento das funções básicas do Estado: Segurança, Justiça

etc

Os objetivos da política orçamentária são alcançados em razão da capacidade

do estado em influenciar a economia, por meio da recombinação dos recursos

arrecadados, no momento da realização da despesa pública. Ao aplicar esses

recursos arrecadados em programas e ações que respeitem os objetivos da política

orçamentária, o Estado estará exercendo seu poder regulador junto ao mercado em

benefício da sociedade.

Desta capacidade de influenciar o mercado por intermédio da política

orçamentária, no intuito de obter recursos para a diminuição das desigualdades

sociais, através das políticas e gastos públicos, o Estado faz cumprir três funções

econômicas básicas, essenciais à sua existência. Essas funções serão expostas a

seguir.

1.5 FUNÇÕES DO ORÇAMENTO PÚBLICO

As funções básicas da política orçamentária são três: Função Alocativa,

Função Distributiva e Função Estabilizadora.

1.5.1 FUNÇÃO ALOCATIVA

Existe certa dificuldade em oferecer determinados bens às pessoas, devido às

suas características peculiares. Esses itens são denominados Bens Públicos. Ou

seja, não podem ser fornecidos de forma eficiente pelo mercado, pois não há

como se aplicar o sistema de preços para restringir o livre acesso das pessoas aos

mesmos. Identificamos, em alguns casos, a aplicação do princípio da não exclusão

do consumo.

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Não há possibilidade de pagamentos voluntários aos possíveis fornecedores

desses bens e serviços denominados públicos. Portanto, perde-se a relação entre

produtor e consumidor, surgindo a necessidade de intervenção do governo para a

geração destes bens públicos.

O Estado, nesta função, atua como interventor das relações econômicas,

adotando políticas que visam a ampliar mercados, aumentar a produtividade e

satisfazer às demandas da sociedade. O setor público deve alocar recursos e prover a

sociedade de bens e serviços em duas situações, basicamente:

a) Investimentos em infra-estrutura e provisão de bens públicos: Visam

impulsionar o crescimento econômico e prover a população de bens e serviços não

fornecidos pelo mercado de forma eficiente. Exemplos: serviços de transporte,

energia, comunicação, tecnologia, segurança publica, manutenção da justiça etc.

b) Provisão de Bens Meritórios (ou Semi-Públicos): Como também já foi abordado,

apesar dos bens meritórios se submeterem ao princípio da exclusão, e sua

exploração ser prerrogativa do setor privado, o fato de gerarem altos benefícios

sociais e externalidades positivas justifica a produção, mesmo que parcial, pelo

setor público. Temos por principais exemplos os serviços de educação e saúde.

Em outras palavras, a função alocativa nada mais é do que o financiamento

dos gastos públicos, em áreas prioritárias, através da política orçamentária.

1.5.2 FUNÇÃO DISTRIBUTIVA

A Função Distributiva visa à diminuição das disparidades entre as variáveis

renda e riqueza de uma determinada população. Um Estado rico não

necessariamente resulta em pessoas abastadas de recursos. No Brasil, inúmeros são

os casos de Estados e Municípios com grandes riquezas que contrastam com a

pobreza e miserabilidade de seu povo. Em outras palavras, as riquezas produzidas

ficam nas mãos de poucas pessoas. Isto acontece porque critérios puramente

econômicos de eficiência na utilização dos fatores de produção não são suficientes

para garantir uma distribuição da renda mais justa à população.

Assim sendo, cabem alguns ajustes distributivos a serem operacionalizados

pelo Governo, com o objetivo de promover uma distribuição de renda mais justa pela

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sociedade. Para tanto, o Governo dispõe de três instrumentos básicos de

redistribuição de renda: a tributação, os gastos públicos, e os subsídios.

Através da Tributação, o Governo pode efetuar uma redistribuição direta da

renda, via tributação progressiva a indivíduos com renda mais elevada. Em

contrapartida, tributa com menos peso, podendo até mesmo nem “cobrar” tributos de

indivíduos com renda mais baixa.

Através dos Gastos Públicos, o Governo pode financiar programas voltados

para as parcelas de população de baixa renda, como a construção de casas

populares, programas que visam à geração do primeiro emprego, à qualificação

profissional, com os recursos obtidos através da arrecadação de impostos.

O Governo pode, ainda, impor alíquotas tributárias mais severas a itens

luxuosos ou supérfluos, aumentando sua arrecadação, e cobrar alíquotas mais baixas

a itens essenciais, como a cesta básica, estimulando, ou Subsidiando, a produção

desses itens, que possuem alta participação no consumo das populações mais

carentes.

Reforçando: A Função Distributiva se manifesta pela necessidade de

diminuição das diferenças entre a produção de riqueza e a distribuição de renda

de uma população. Para tanto, o Governo lança mão de instrumentos de redistribuição

da renda para garantir às populações mais carentes acesso a melhores condições de

vida. Ele faz isto, basicamente, de três formas: Através da Tributação (cobrança

progressiva de impostos), através dos Gastos Públicos (direcionados às

populações de baixa renda) e através dos Subsídios (estimulando a produção de

bens e serviços de primeira necessidade, como a cesta básica).

1.5.3 FUNÇÃO ESTABILIZADORA

A função estabilizadora do Estado passou a ser defendida, de forma mais

evidente, a partir da formulação da Teoria Geral do Emprego, Juro e da Moeda, em

1936, pelo economista John Maynard Keynes. É a conhecida Teoria Keynesiana.

Até a formulação da citada teoria, achava-se que o mercado, por si só, conseguia se

auto-ajustar ao nível de pleno emprego da economia (lembram-se do ótimo de

pareto?). Ou seja, não havia a necessidade de se preocupar com o desemprego e a

inflação. O mercado conseguia se adaptar aos diferentes panoramas econômicos que

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surgiam. Com base nesse pensamento, o mercado só estaria disposto a empregar

pessoas até o limite de vendas dos seus produtos.

Entretanto, em épocas de altas flutuações na economia, especialmente as

negativas, poderíamos ter aumento do desemprego e da inflação, desestabilizando o

crescimento econômico. É neste contexto que a atuação governamental é importante

para assegurar os altos índices de emprego e crescimento. O governo, através de

políticas governamentais, especialmente a fiscal e a monetária, protegeria a

economia de flutuações bruscas, inibindo o aumento do desemprego e os altos índices

de inflação, assegurando a estabilização do cenário econômico.

Por intermédio da política fiscal, o governo pode direcionar seus gastos

para consumo e investimento, impulsionando o aumento da demanda agregada,

tendo como resultado um maior nível de emprego e renda. Por outro lado, o governo

também pode reduzir alíquotas de impostos, com o intuito de elevar a renda

disponível das pessoas e estimular os gastos, gerando fator multiplicador de renda na

economia.

Através da política monetária, o governo pode promover redução nas

taxas de juros de empréstimos, estimulando o aumento dos investimentos, que por

sua vez aumentam a demanda agregada e a renda nacional. O que se tem visto é que

o governo se utiliza de ambas as políticas econômicas, a fiscal e a monetária, para

alcançar suas prioridades e garantir a estabilização da economia.

Bem, caríssimos, estamos encerrando nossa primeira aula. Na próxima aula

completaremos esse conteúdo e passaremos para o segundo item do nosso edital.

Um abraço e até a próxima.

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

1) Unidade – art. 2º da lei 4.320/64; art. 165, § 5º da CF/88

2) Universalidade – arts. 2º, 3º e 4º da lei 4.320/64

3) Anualidade – arts. 2º e 34 de lei 4320/64

4) Exclusividade – art. 7º da lei 4320/64; art. 165, § 8º da CF/88

5) Especificação - art. 5º da lei 4320/64

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6) Publicidade

7) Orçamento Bruto – art. 6º da lei 4320/64

8) Não-Afetação das Receitas – Art 167, IV, da CF/88

9) Equilíbrio

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Aula 02: Orçamento Público; Princípios Orçamentários; Diretrizes 

Orçamentárias (Continuação...) 

Caros colegas. Daremos sequência ao nosso curso de Administração

Financeira e Orçamentária para Agente da Polícia Federal. Continuaremos a abordar

os aspectos introdutórios da disciplina, com ênfase nos princípios orçamentários e nas

diretrizes (processo de planejamento e orçamento no Brasil)

Os dois canais de comunicação continuam abertos para dúvidas e

questionamentos: meu email – [email protected] – e meu blog na internet –

http://gnetoconcurseiro.blogspot.com. Sempre que encontrar algum assunto

interessante, fruto das discussões com os colegas, e não puder expor minhas

considerações em sala de aula, farei posts no blog e, assim, teremos um veículo

permanente de comunicação.

Então, mãos à obra!

2. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Os Princípios, em qualquer disciplina, têm o condão de direcionar os

comportamentos, a fim de garantir o cumprimento dos meios necessários à obtenção

dos fins desejados. Quanto ao Orçamento Público, os Princípios Orçamentários visam

a aumentar a consistência da elaboração e execução dos orçamentos da União,

Estados, DF e Municípios. Todos os princípios orçamentários giram em torno do

equilíbrio das contas públicas e de sua correta gestão. O objetivo é garantir o

cumprimento dos programas governamentais e da satisfação do bem-estar das

pessoas.

Atualmente, dispomos de 10 (dez) princípios orçamentários fundamentais:

Anualidade, Unidade, Universalidade, Exclusividade, Especificação, Publicidade,

Orçamento Bruto, Não-Afetação das Receitas, Legalidade e Equilíbrio. Todos terão o

devido tratamento a partir de agora.

2.1 PRINCÍPIO DA ANUALIDADE

Em uma simples acepção, o Princípio da Anualidade dispõe que os créditos

orçamentários estão adstritos ao exercício social, ou exercício financeiro, que é de um

ano, já que a vigência da Lei Orçamentária é anual.

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A essência desse princípio, também denominado Princípio da Periodicidade, é

garantir a possibilidade e reflexão contínua, periódica, a respeito da elaboração e

execução de cada orçamento anual. Um período de 12 meses é tempo suficiente para

que sejam avaliadas as políticas públicas e estabelecidas novas prioridades,

dependendo do contexto do momento.

Renè Stourm, citado por Giacomoni (2009, p. 73), afirma que: “um ano é o

máximo de tempo durante o qual podem os parlamentares consentir em delegar seus

poderes e o período mínimo necessário aos governos para pôr o orçamento em

execução”.

A regra, quanto à elaboração dos programas governamentais, é que estes

tenham sempre duração anual. Contudo, temos uma exceção que consta em nossa

legislação: a que trata dos programas plurianuais. Qualquer programa, com vigência

plurianual, só poderá constar no orçamento público caso esteja previsto no Plano

Plurianual (PPA). Em outras palavras, a vigência dos programas plurianuais está

adstrita ao exercício financeiro, só podendo constar nos orçamentos seguintes caso

existam metas respectivas no PPA.

Vejamos o Art. 167, § 1º, da CF/88: “nenhum investimento cuja execução

ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano

plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.”

Podemos concluir, então, que a regra de vigência dos créditos orçamentários é

anual, exceto quanto aos programas plurianuais constantes no PPA (autorizados por

lei), em que sua execução pode ultrapassar o exercício financeiro.

A Lei 4.320/64 também faz singela menção ao princípio da Anualidade:

“Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de

forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do

Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade.”

Isto, inclusive, já foi tema de questão de concurso do CESPE:

1) (CESPE – TRE/TO Analista Jud. 2007) Os princípios orçamentários são regras que

cercam a instituição orçamentária, visando a dar-lhe consistência, principalmente no

que se refere ao controle pelo Poder Legislativo. Relativamente aos princípios

orçamentários, Julgue o item a seguir:

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Segundo a Lei n.º 4.320/1964, a Lei de Orçamento conterá discriminação da receita e

da despesa, atendidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade.

A propósito, o CESPE repetiu essa questão em outro concurso posterior

2) (CESPE – UEPA Contador 2008) O processo orçamentário corresponde ao período

de tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento público, desde sua

concepção até a sua apreciação final. Acerca das etapas do processo orçamentário,

julgue o item a seguir:

A Lei de Orçamento (LO) conterá a discriminação da receita e da despesa, obedecidos

os princípios de unidade, universalidade e anualidade.

2.2 PRINCÍPIO DA UNIDADE

Reza o Princípio da Unidade que o orçamento público deve ser uma peça una,

única. Cada esfera governamental deve possuir apenas um orçamento anual. Ou seja,

a União tem seu orçamento, único. Estados, DF e Municípios, cada um tem o seu

também, sendo uma única lei, cada Ente elaborando a sua.

Muito cuidado! O princípio da Unidade não significa apenas um orçamento para

todas as esferas de governo. Unidade não implica dizer que o orçamento da União

será o mesmo para Estados, DF, e Municípios. Cada Ente elabora seu orçamento e o

aprova através de uma lei, votada em cada casa legislativa: Congresso Nacional,

Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais.

Isto implica dizer que cada Município terá sua lei orçamentária anual, cada

Estado e também a União.

A Lei 4.320/64 também faz singela menção ao princípio da Unidade:

“Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de

forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do

Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade.”

Outro detalhe importante: nossa CF/88 estabeleceu uma subdivisão na

estrutura orçamentária da LOA (Lei Orçamentária Anual), mas isto não significa a

existência de mais de um orçamento para cada Ente. Apenas para que se faça maior

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controle sobre determinados gastos públicos, ficou estabelecido que a Lei

Orçamentária Anual deverá conter:

CF. Art. 165:

“§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:”

“I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e

entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas

pelo Poder Público;”

“II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou

indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;”

“III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos

a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações

instituídos e mantidos pelo Poder Público.”

Portanto, a subdivisão da LOA em: Orçamento Fiscal, Orçamento de

Investimentos e Orçamento da Seguridade Social não representa desobediência ao

princípio da Unidade, já que ambas as divisões representam apenas um controle

gerencial do destino dos gastos governamentais.

Cabe ressaltar, adicionalmente, que a Lei 4.320 estabeleceu uma variante do

princípio da Unidade, que é a Unidade de Tesouraria. Vejamos o que trata o art. 56

desta Lei:

“Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao

princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de

caixas especiais.”

Especificamente para a União, que é o nosso caso, a Decreto 93.872/86

(dispõe sobre a Conta Única do Tesouro Nacional), estabelece o seguinte:

“Art. 1º A realização da receita e da despesa da União far-se-á por via bancária, em

estrita observância ao princípio de unidade de caixa (Lei nº 4.320/64, art. 56 e

Decreto-lei nº 200/67, art. 74)”.

Temos, então, além do princípio da Unidade, para a Lei Orçamentária Anual, o

princípio da Unidade de Caixa, para o Caixa Único do Tesouro Nacional.

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Vejamos uma questão de concurso:

3) (CESPE – TRE/TO Analista Jud. 2007) Os princípios orçamentários são regras que

cercam a instituição orçamentária, visando a dar-lhe consistência, principalmente no

que se refere ao controle pelo Poder Legislativo. Relativamente aos princípios

orçamentários, Julgue os itens a seguir:

Pelo princípio da anualidade, o orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um

orçamento para o exercício financeiro, para cada ente da Federação.

Conforme estabelece o princípio da unidade, as previsões de receita e de despesa

devem fazer referência, sempre, a um período limitado de tempo.

2.3 PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE

Conforme esse princípio, a Lei Orçamentária Anual, Una, deverá conter todas

as Receitas e Despesas a serem executadas pelo Governo. É com base nesse

princípio que nenhum fato econômico pode passar à margem do orçamento público.

A Universalidade na previsão das receitas e despesas governamentais visa a

garantir três objetivos:

a) possibilitar conhecimento a priori de todas as receitas e despesas a serem

executadas em determinado exercício;

b) impedir que sejam realizadas outras operações distintas daquelas autorizadas pelo

orçamento;

c) conhecer o volume máximo dos gastos governamentais que foram projetados para

determinado exercício, a fim de autorizar a cobrança de tributos no montante exato

das despesas a serem atendidas.

A Lei 4.320/64 faz menção ao princípio da Universalidade:

“Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a

evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo,

obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade.”

“Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de

operações de crédito autorizadas em lei.”

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“Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do

Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam

realizar, observado o disposto no artigo 2°.”

Citemos novamente o Art. 165, § 5º, da CF/88 para darmos esclarecimentos

adicionais:

“§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:”

“I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e

entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas

pelo Poder Público;”

“II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou

indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;”

“III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos

a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações

instituídos e mantidos pelo Poder Público.”

Observemos o inciso I. O orçamento fiscal abrange inúmeros setores do

governo (abrangendo, também, a Administração Indireta). Inclusive, um entendimento

não muito esclarecido pode concluir que os incisos I e II estão confusos, já que ambos

se referem à Administração Indireta.

Qual é o correto entendimento, então: O Orçamento Fiscal abrange as

seguintes entidades da Administração Indireta: Autarquias, Fundações Públicas e

Empresas Estatais Dependentes (empresas controladas pelo Governo que recebem

recursos os orçamentos fiscal e da seguridade social para pagamento de despesas

com pessoal e custeio, conf. Art. 2º, II, da LRF).

O Orçamento de Investimentos apenas contempla o montante de recursos que

o Governo decidiu injetar nas empresas estatais (Empresas Públicas e Sociedades de

Economia Mista) a título de aumento de capital das empresas, renúncia no

recebimento de dividendos, concessão de aval para obtenção de operações de crédito

entre outros. Dentre esses recursos, não se incluem aqueles repassados para

cobertura de despesas com pessoal ou custeio já que, neste caso, a empresa passará

a ser dependente e deverá integrar o Orçamento Fiscal.

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Vejamos uma questão de concurso sobre o assunto:

(CESPE – ANATEL Analista Adm. 2009) Com relação à contabilidade pública e à

matéria orçamentária, julgue os itens a seguir

A inclusão do serviço da dívida no orçamento público, na década de 80 do século

passado, é compatível com vários princípios orçamentários, entre os quais, pelo

menos, a universalidade, o equilíbrio e a clareza.

(CESPE – ANTAQ Analista Adm. 2009) A necessidade de acompanhamento e

controle públicos do orçamento de investimento das empresas estatais decorre não só

do volume e da natureza de suas aplicações, no contexto da programação

governamental, como também da origem de seus recursos, entre os quais dividendos

retidos, aumento de capital pelo poder público, transferências orçamentárias,

financiamentos e avais obtidos por meio do Estado.

2.4 PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE

O Princípio da Exclusividade é um dos que mais tem caído nos concursos

públicos. Ele prega que não deve constar, na Lei Orçamentária Anual, dispositivo

estranho à previsão da Receita e Fixação da Despesa. Isto implica dizer que a LOA é

uma lei Específica e, sendo assim, não pode conter em seu conteúdo, por exemplo, a

autorização para a criação de uma Autarquia ou autorização para a constituição de

uma Empresa Pública.

O objetivo deste princípio é impedir que matérias escusas fossem “colocadas”

no meio da Lei de Orçamento, sem que houvesse discussão das reais necessidades

de inserção daquela matéria em Lei.

Até aqui, tudo bem. Contudo, o importante é saber que existem duas exceções

à regra da Exclusividade: a LOA pode autorizar, em seu próprio texto, a abertura de

Créditos Suplementares e a autorização para contratação de Operações de Crédito,

conforme dispõe a CF/88, Art. 165:

“§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita

e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de

créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por

antecipação de receita, nos termos da lei.”

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A Lei 4.320/64 também dispõe do sobre o assunto:

“Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:”

“I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as

disposições do artigo 43;”

“II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por

antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa.”

Vamos à questão de concurso:

(CESPE TRE TO Analista Jud. 2007) O princípio da exclusividade dispõe que o

conteúdo orçamentário deve ser divulgado exclusivamente por meio dos veículos

oficiais de comunicação, para conhecimento público e para a eficácia de sua validade.

2.5 PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO

O Princípio da Especificação, também denominado Princípio da Discriminação,

prega que todas as Receitas e Despesas do orçamento público devem aparecer de

maneira detalhada, de tal forma que se possa saber, em seus pormenores, a origem e

a aplicação dos recursos.

A especificação é um dos pilares da transparência na divulgação das

informações governamentais. Não basta tornar público, é preciso que aquele relatório

seja de fácil entendimento e interpretação, para que qualquer pessoa saiba o que está

acontecendo com o dinheiro público. (Princípio da Clareza)

A Lei 4.320 estabelece a obrigatoriedade da observância deste princípio, em

seu Art. 5º:

“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a

atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,

transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo

único.”

Existe uma exceção à observância da Especificação:

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“Art. 20, Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua

natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução

da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as

Despesas de Capital.”

As outras normas, constantes na Lei 4.320, inerentes ao princípio da

especificação são as seguintes

“Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no

mínimo por elementos.”

“§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal,

material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração publica para

consecução dos seus fins.”

2.6 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Como em todo tipo de ato público, é preciso se dar ampla divulgação aos

orçamentos governamentais, inclusive em meios eletrônicos. Outro meio utilizado

pelos governos para dar publicidade ao orçamento público é sua publicação no diário

oficial. Contudo, a publicidade não pode nem deve encontrar limites na mera

publicação. Aqui, fazemos íntima ligação entre este princípio e o da clareza. Não basta

a informação estar disponível, ela precisa ser inteligível, compreensível a todos os

cidadãos.

Vejamos uma questão de concurso a respeito:

(CESPE INMETRO Analista 2007) Os princípios orçamentários, premissas a serem

observadas na concepção da proposta orçamentária, formam os pilares de uma boa

gestão dos recursos públicos. Considerando os princípios orçamentários previstos na

Lei n.º 4.320/1964 e outros baseados na Constituição Federal de 1988, julgue os itens

que se seguem

O princípio da publicidade dispõe que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado por

meio de veículos oficiais de comunicação, para conhecimento público e para a eficácia

de sua validade.

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2.7 PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO-BRUTO

Conforme este princípio, todas as Receitas e Despesas constantes no

Orçamento devem constar por seus valores brutos, vedadas quaisquer deduções. A

inserção dos valores brutos na proposta orçamentária visa a impedir uma

subestimação das dotações e das receitas, a fim de mascarar condutas escusas.

Temos como exemplo o fato de Estados repassarem para os Municípios, por

determinação constitucional, 25% do ICMS arrecadado. Quando da previsão, a

mesma deve ser feita em seu valor total. A saída do recurso para os Municípios via

transferência governamental será feita a título de Despesa.

A Lei 4.320 traz um dispositivo acerca da matéria em voga:

“Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus

totais, vedadas quaisquer deduções.”

“§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-

ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e, como

receita, no orçamento da que as deva receber.”

Vamos agora a mais uma questão:

(CESPE INMETRO Analista 2007) Segundo o princípio da não-afetação, as receitas e

despesas devem ser apresentadas pelos seus valores brutos, relativos a determinado

período.

2.8 PRINCÍPIO DA NÃO-AFETAÇÃO DAS RECEITAS

Este princípio afirma que não deve haver vinculação de Receitas a

determinado tipo de Despesa. Inclusive, esta afirmação encontra respaldo na nossa

CF/88, no Art. 167:

“Art. 167. São vedados: ... IV - a vinculação de receita de impostos a órgão,

fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos

a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e

serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para

realização de atividades da administração tributária, como determinado,

respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às

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operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como

o disposto no § 4º deste artigo.”

Contudo, a mesma CF, com base nesse dispositivo, autorizou a vinculação de

Receitas a inúmeros tipos de despesas, que destacamos a seguir:

a) A repartição do IR e do IPI para os Estados (FPE) e para os Municípios (FPM) – art.

159;

b) O IRRF pelos Estados e pelos Municípios fica com os mesmos - art. 157 e 158;

c) 50% do ITR vão para os Municípios (100% para os Municípios que fiscalizem e

arrecadem o tributo) – art. 158;

d) 50% do IPVA arrecadado pelo Estado vão para os Municípios – art. 158;

e) 25% do ICMS arrecadado pelo Estado vão para os Municípios – art. 158;

f) 20% dos impostos residuais instituídos pela União vão para os Estados – art.157;

g) 10% do IPI sob exportações vão para os Estados, a título de IPI-Exportação – art.

159;

h) 25% do IPI-Exportação recebido pelos Estados vão para os Municípios – art. 159;

i) 29% da CIDE-Combustíveis vão para os Estados – art. 159;

j) 25% da CIDE-Combutíveis recebida pelo Estado vão para os Municípios – art. 159;

k) o repasse que Estados e Municípios recebem da União, através do SUS - art. 198, §

2º;

l) o repasse que Estados e Municípios recebem da União, através do FUNDEB – art.

212;

m) possibilidade de destinação de parcela da arrecadação para a modernização da

administração tributária – art. 37, XXII;

n) prestação de garantia a operações de crédito tipo ARO – art. 165, § 8º;

o) vinculação de impostos a título de garantia ou contragarantia à União e para

pagamento de débitos com esta – art. 167, § 4º.

As vinculações são tantas que a União conseguiu, através de uma emenda

constitucional, aprovar a DRU (Desvinculação de Receitas da União). Pela DRU, o

governo desvincula ate 20% de suas receitas vinculadas e aplica esses recursos nos

gastos gerais da União. Sem a DRU, a gestão financeira do Governo Federal estaria

bastante comprometida.

Detalhe Importante: É possível estabelecer mais vinculações para as Receitas

Públicas? Sim! Desde que haja alteração no texto constitucional, através de emenda,

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é possível ampliar o rol de vinculações da receita pública. (A propósito, a EC 42/2003

incluiu nesse rol a vinculação de receitas para o aperfeiçoamento da administração

tributária).

Vejamos mais uma questão:

(CESPE INMETRO Analista 2007) Segundo o princípio da não-afetação, as receitas e

despesas devem ser apresentadas pelos seus valores brutos, relativos a determinado

período.

(CESPE AGENTE PF 2004) O princípio da não-vinculação das receitas de impostos

pode aceitar novas exceções desde que haja alteração no texto constitucional.

(CESPE ANTAQ Analista 2009) Suponha que a lei orçamentária tenha autorizado o

Poder Executivo a abrir créditos suplementares em favor das agências reguladoras, no

limite das suas necessidades, a serem cobertos, ainda que parcialmente, com o

excesso de arrecadação de receitas próprias e vinculadas, independentemente de sua

destinação. Nesse caso, foram infringidos pelo menos dois princípios orçamentários:

anualidade e exclusividade.

(CESPE ANAC Analista 2009) No que se refere à destinação de recursos na

contabilidade pública e a suas peculiaridades, julgue os itens a seguir.

A criação de vinculações para as receitas deve ser pautada em mandamentos legais

que regulamentam a aplicação de recursos, seja para funções essenciais, seja para

entes, órgãos, entidades e fundos. Outro tipo de vinculação deriva de convênios e

contratos de empréstimos e financiamentos, cujos recursos são obtidos com finalidade

específica.

A destinação ordinária de recursos consiste no processo de alocação livre entre a

origem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades.

2.9 PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO

Este é o princípio basilar do Orçamento Governamental. Não há como se falar

em planejamento se não houver equilíbrio entre Receitas e Despesas. Inclusive, não

existe possibilidade legal de se autorizar orçamento com Despesa Fixada maior que

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Receita Prevista. Entretanto, não há problema da peça inicial constar Receita maior

que Despesa. Neste caso, o “desequilíbrio” é permitido.

A propósito, o “desequilíbrio” entre Receitas e Despesas, com Receita >

Despesa, é fonte para abertura de créditos adicionais. Mas este é um assunto para as

próximas aulas.

Em especial, podemos destacar a famosa Regra de Ouro: o Poder Constituinte

brasileiro resolveu estabelecer, especificamente, a impossibilidade de haver déficit nas

operações de capital. Dispõe o Art. 167, III, que é vedada a obtenção de Operações

de Crédito em Montante superior às Despesas de Capital. Reforça, portanto, o

equilíbrio no orçamento de capital para inibição de déficits e, consequentemente, o

pagamento de juros e dívidas.

2.9 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Este é outro princípio básico de orçamento governamental. Estabelece este

princípio que todo o planejamento orçamentário estará respaldado por uma lei.

Qualquer alteração a ser feita no planejamento, precisa passar pro outro processo

legislativo. Isto possibilita o controle do Poder Legislativo sobre os atos do Poder

Executivo, já que, dentre as atribuições legislativas constantes no nosso ordenamento

jurídico, está a fiscalização contábil, orçamentária e financeira do Executivo.

Por exemplo, caso uma dotação orçamentária não seja suficiente para cobrir as

despesas que irão acontecer ao longo do exercício financeiro, faz-se necessário

emendar a LOA através de uma nova Lei, discutida e aprovada pela Câmara

Legislativa. Não podemos esquecer que, dentre as exceções à exclusividade, consta a

autorização, na própria LOA, que o Legislativo dá ao Executivo para a abertura de

créditos adicionais, até determinado limite.

Seguem os excertos da Lei 4.320 sobre o Princípio da Legalidade, já citados na

abordagem do Princípio da Universalidade:

“Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de

operações de crédito autorizadas em lei.”

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“Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do

Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam

realizar, observado o disposto no artigo 2°.”

3. DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

Nossa Constituição Federal de 1988 prevê a elaboração de três peças

Orçamentárias:

1) PPA – Plano Plurianual;

2) LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias;

3) LOA – Lei Orçamentária Anual.

A lógica de funcionamento desse tripé guarda íntima ligação com o orçamento-

programa. Nosso planejamento governamental é todo pautado em programas de

governo, cuja aplicação ensejará o alcance dos objetivos governamentais, que são,

dentre outros: a satisfação do bem-estar das pessoas e a melhoria das condições de

vida da população, principalmente das mais carentes.

Pois bem, para que esses objetivos ambientais sejam alcançados, faz-se

necessário um meticuloso planejamento das áreas vitais para a ação das políticas

públicas. Lembremos: os recursos são escassos, mas as necessidades são inúmeras.

É preciso ter cuidado com os passos que se dão, pois uma política mal formulada

poderá acarretar perda de recursos públicos e isto é ruim para todos nós.

No tocante aos riscos das políticas públicas, existe um determinado tipo de

gasto que é muito sensível a prejuízos e quando se começa a gastar não tem mais

volta: são os Bens de Capital (as grandes obras e construções). Não é à toa que

temos, ainda em nossos dias, algumas obras inacabadas, fruto de maus

planejamentos e desperdícios de recursos públicos. Nós também os chamamos de

“Elefantes Brancos”.

Mesmo que uma construção ou obra tenha sucesso, ou seja, seja terminada,

não há garantia que a mesma poderá ser mantida. Dizemos isso porque, desse novo

prédio, surgirão custos de manutenção, como: água, luz, telefone, material de

expediente, móveis, maquinário em geral, instalações. Tudo isso precisa de dinheiro

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para se adquirir e manter. Então, não basta apenas construir. É preciso ter recursos

para manter.

Outra área sensível é aquela que gera gastos contínuos, que não poderão ser

“cortados” tão facilmente. Falamos de despesas com pessoal. Contratação de

servidores é um gasto arriscado, pois, uma vez assumido o compromisso continuado

de pagamento da despesa, não há como diminuir o volume de gastos com essas

categorias.

Já observamos que existem duas categorias de gastos públicos que merecem

especial atenção: Despesas com Bens de Capital (e sua respectiva manutenção) e

Despesas Continuadas, que não podem ser cortadas com apenas uma “canetada” do

gestor. Esse deve ser o foco do planejamento de médio/curto prazo.

O Plano Plurianual é um planejamento de Médio prazo que abarca, em sua

elaboração, a preocupação com aquelas duas categorias de gastos. Para confirmar

isto, vejamos o que diz a CF/88:

Art. 165:

“§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as

diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de

capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração

continuada.”

Lembrem dessa expressão: DOM (Diretrizes, Objetivos e Metas). E é DOM

para quê? Para as Despesas de Capital, aquelas delas decorrentes, e para os

Programas de Duração Continuada (ou despesas continuadas).

Só mais um detalhe: como deve ser um planejamento com o intuito de agregar

aqueles dois objetivos ambientais do Estado: promoção do bem-estar e diminuição

das desigualdades sociais, o PPA precisa ser regionalizado e observar essas

diferenças.

Uma última observação sobre o PPA consta no parágrafo 4º deste artigo:

“§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta

Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados

pelo Congresso Nacional.”

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O Plano Plurianual, após a fase de planejamento e elaboração, se traduzirá em

programas de governo. Esses programas serão os mesmos utilizados quando da

elaboração da Lei Orçamentária Anual. É por isso que se diz isto: “O PPA termina no

programa e a LOA começa nele”.

A integração entre planejamento (PPA) e orçamento (LOA) é feita através da

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Diretriz dá idéia de norma, de conduta a se

seguir. As Diretrizes Orçamentárias são os passos que devem ser dados para que se

mantenha a vinculação entre o planejamento e a execução do orçamento público.

A CF/88 dispõe de algumas informações importantes a respeito da LDO:

Art. 165:

“§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades

da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício

financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá

sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das

agências financeiras oficiais de fomento.”

A Lei de Responsabilidade Fiscal, LRF, em seu art. 4º, trouxe uma série de

inovações para a LDO:

“Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165

da Constituição e:

I - disporá também sobre:

a) equilíbrio entre receitas e despesas;

b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas

hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do §

1o do art. 31;

e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos

programas financiados com recursos dos orçamentos;

f) demais condições e exigências para transferências de recursos a

entidades públicas e privadas;”

A LRF também instituiu como parte integrante da LDO dois Anexos: Metas

Fiscais (AMF) e Riscos Fiscais (ARF).

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A Lei Orçamentária Anual (LOA) deve ser elaborada em compatibilidade com o

PPA e a LDO, em conformidade com o disposto no art. 5º da LRF. Um item importante

que deve constar na LOA, imposto pela LRF, é a Reserva de Contingência, calculada

com base na Receita Corrente Líquida, que será utilizada para a cobertura de

Passivos Contingentes e Riscos Fiscais Imprevistos, dispostos no Anexo de Riscos

Fiscais (ARF).

Os prazos para a elaboração das peças Orçamentárias são os seguintes:

PPA

Envio para o Legislativo: até o dia 31/08 do primeiro ano do mandato do

governante

Aprovação pelo Legislativo: Até o final da seção legislativa (22/12)

Vigência: Válido pelos próximos 4 anos – 3 anos do atual mandante + 1 ano do

gestor seguinte

LDO

Envio para o Legislativo: até o dia 15/04

Aprovação pelo Legislativo: até o final da primeira parte da seção legislativa

(17/07)

Vigência: Até o final do exercício seguinte da sua aprovação.

LOA

Envio para o Legislativo: até o dia 31/08 do primeiro ano do mandato do

governante.

Aprovação pelo Legislativo: Até o final da seção legislativa (22/12)

Vigência: até o final do exercício seguinte ao da sua aprovação.

Mais algumas questões para encerrar o assunto:

(CESPE INMETRO Analista 2007) O orçamento público é o planejamento feito pela

administração pública para atender, durante determinado período, aos planos e

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programas de trabalho por ela desenvolvidos, por meio da planificação de receitas a

serem obtidas e dispêndios a serem efetuados, objetivando-se a continuidade e a

melhoria quantitativa e qualitativa dos serviços prestados à sociedade. Ele é efetuado

por meio de três instrumentos básicos: o Plano Plurianual (PPA), a Lei das Diretrizes

Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).

Com relação às características desses instrumentos básicos do planejamento

orçamentário, julgue os itens que se seguem.

-O PPA tem a mesma duração do mandato do chefe do Poder Executivo e coincide

integralmente com este.

-O conteúdo da LDO é estabelecido em dispositivos da Constituição Federal e na Lei

de Responsabilidade Fiscal (LRF).

-A iniciativa da elaboração da proposta orçamentária anual é sempre do Poder

Executivo.

(CESPE – ANTAQ Analista Adm. 2009) A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

admite, sob certas circunstâncias, compensar a criação de uma despesa obrigatória

de caráter continuado mediante aproveitamento da margem de expansão dessa

despesa, que deverá constar do Anexo de Metas Fiscais.

(CESPE – ANATEL Analista Adm. 2009) Com base nos conceitos e aplicações

relativos à matéria orçamentária pública, julgue os itens de 75 a 81.

O estabelecimento de limites a serem observados pelos órgãos e entidades da

administração na elaboração de suas propostas orçamentárias setoriais é necessário

para o atendimento das despesas obrigatórias e demais despesas destinadas à

manutenção de seus níveis atuais de funcionamento, além da conveniência de dar

continuidade aos projetos já iniciados.

Nos termos do plano plurianual, serão considerados prioritários os projetos que

requererem o menor índice de desembolso previsto até o final do presente período

plurianual.

(FUNRIO SUPRAMA CONTADOR) Dentre os instrumentos de Planejamento

Governamental, aquele que compreenderá as metas e prioridades da Administração

Pública Federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro

subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as

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alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências

financeiras oficiais de fomento é o(a)

A) Lei Orçamentária Anual.

B) Lei de Diretrizes Orçamentárias.

C) Plano Plurianual.

D) Orçamento Fiscal.

E) Cronograma de Desembolso.

(FCC TRT 3ª REGIÃO 2007) O investimento cuja duração ultrapasse um exercício

financeiro somente poderá ser iniciado se for previamente incluído

A) na Lei orçamentária.

B) na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

C) no Plano Plurianual.

D) no Plano de Diretor.

E) na Lei de Diretrizes e Bases.

Caríssimos colegas. Encerramos nossa segunda aula. Um abraço e até a próxima!

Sucesso!

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Aula 03: Diretrizes Orçamentárias (Continuação...); SIDOR; SIAFI 

Caros colegas. Daremos sequência ao nosso curso de Administração

Financeira e Orçamentária para Agente da Polícia Federal. Hoje, contemplaremos os

principais sistemas de Administração e Execução do Orçamento Público, que são o

SIDOR e o SIAFI.

Os dois canais de comunicação continuam abertos para dúvidas e

questionamentos: meu email – [email protected] – e meu blog na internet –

http://gnetoconcurseiro.blogspot.com. Sempre que encontrar algum assunto

interessante, fruto das discussões com os colegas, e não puder expor minhas

considerações em sala de aula, farei posts no blog e, assim, teremos um veículo

permanente de comunicação.

Então, mãos à obra!

3. SISTEMAS DE PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO

GOVERNO FEDERAL

3.1 SIDOR

O SIDOR (Sistema Integrado de Dados Orçamentários) é um sistema, sob

responsabilidade do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), onde

se operacionaliza o planejamento governamental, conforme consagra nossa

Constituição de 88. Ele é responsável pela elaboração da proposta orçamentária do

Governo Federal. O PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) é o seu produto final. É

no SIDOR onde se registra toda a programação orçamentária, traduzida em ações e

programas de governo, com seus respectivos valores e destinações geográficas,

planejada para a execução no ano seguinte.

A comunicação das Unidades Gestoras (também chamadas de Unidades

Setoriais) com o órgão central de planejamento (MPOG), feita através do SIDOR, é

toda operacionalizada on-line. As UGs elaboram suas propostas iniciais, cadastram os

dados no sistema e os enviam para o Órgão Central, que consolida as dotações,

efetuando os devidos ajustes conforme as determinações do alto escalão do Poder

Executivo (Legislativo e Judiciário, conforme suas respectivas despesas). A partir daí,

surge o PLOA (por isso que afirmamos acima que o PLOA é o produto final do SIDOR)

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O SIDOR dispõe de um subsistema de Cadastro de Atividades e Projetos,

instituído pela portaria SOF 51/98, cuja competência é condicionar a inclusão de

projetos ou atividades, seja por ocasião da elaboração da proposta orçamentária anual

ou da solicitação de créditos adicionais, ao cadastramento prévio dos mesmos no

sistema. Esses novos programas somente se efetivarão após a aprovação do MPOG.

Percebe-se, portanto, que não há como se efetivar movimentação no SIDOR sem o

respaldo do MPOG.

Resumindo: cada Unidade Gestora (como já dissemos, os usuários “de

entrada” do SIDOR) informa suas ações e previsões orçamentárias no sistema. Depois

disso, cada Ministério faz uma consolidação dessas informações que finalmente

chegam ao MPOG para uma consolidação final. De todo esse trabalho surge o PLOA,

que vai ao Congresso, onde é apreciado, discutido, emendado, votado e aprovado.

A execução efetiva do Orçamento não é feita no SIDOR, e sim no SIAFI (que

estudaremos adiante). Contudo, é preciso haver compatibilização da classificação

orçamentária das contas, e isto existe nos Sistemas. Ou seja, a classificação utilizada

no SIDOR é a mesma do SIAFI, para garantir a compatibilização dos dois sistemas.

Detalhe importante: em 2004, o desenvolvimento do SIDOR foi migrado para o

SERPRO (Serviço Federal de Processamento de Dados). A partir deste ano, a

Empresa Pública do Governo Federal ficou responsável pela produção – hospedagem

e manutenção corretiva e evolutiva – do sistema de planejamento dos orçamentos

federais.

Outro detalhe importante: em maio de 2009, com o objetivo de integrar os

atuais sistemas utilizados na elaboração e acompanhamento do Plano Plurianual e do

Orçamento da União, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF), órgão vinculado ao

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), desenvolveu e colocou em

operação o novo Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento – SIOP.

Com o SIOP, os Órgãos Setoriais e as Unidades Orçamentárias do Governo

Federal passam a ter um único sistema para alimentar o cadastro de programas e

ações utilizados no Plano Plurianual (PPA) e no Orçamento Geral da União (OGU).

O objetivo maior do SIOP é assegurar maior agilidade e qualidade no processo

de captação da proposta orçamentária, substituindo o preenchimento de formulários,

que até o ano passado eram feitos manualmente, por fichas cadastrais eletrônicas, no

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âmbito do próprio sistema. A justificativa era a seguinte: o preenchimento manual,

muitas vezes, gerava incompatibilidade nas informações.

O SIOP deverá substituir integralmente os outros sistemas de planejamento

existentes (o SIDOR, que já conhecemos, e o SIGPLAN - Sistema de Informações

Gerenciais e de Planejamento, utilizado para gerenciar o PPA). Por enquanto o SIOP

apenas cadastra programas e ações. No futuro, pretende-se também disponibilizar

módulos para acesso pelos cidadãos e por outros órgãos, como o Congresso Nacional

e o Tribunal de Contas da União.

Vejamos agora questões de concurso sobre o SIDOR:

1) (CESPE MIN. INT. NAC. Analista 2009) Com relação ao Sistema Integrado de

Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) e ao Sistema Integrado de

Dados Orçamentários do Governo Federal (SIDOR), julgue os próximos tens.

Além de ajudar na elaboração da proposta orçamentária, o SIDOR serve como agente

centralizador dos pedidos de alteração do orçamento em execução por meio de

créditos adicionais.

2) (CESPE TRE AL TEC. ADM 2004) O SIDOR e o SIAFI utilizam o mesmo sistema

de classificação, de modo que há consistência entre as informações financeiras e

contábeis.

3) (CESPE Analista DFTRANS 2008) Em relação ao Sistema Integrado de Dados

Orçamentários (SIDOR), julgue o item abaixo.

Cabe à Secretaria do Tesouro Nacional definir a forma de acesso de cada unidade

gestora ao SIDOR, bem como solicitar a alteração dessa forma de acesso, de acordo

com a necessidade do órgão solicitante.

4) (CESPE Analista MCT 2008) O orçamento percorre diversas etapas desde o

surgimento de uma proposta de lei orçamentária até o seu controle e avaliação. Julgue

os próximos itens, relativos ao ciclo orçamentário na esfera federal.

Todas as etapas do ciclo orçamentário poderão ser acompanhadas pelo Sistema

Integrado de Dados Orçamentários (SIDOR).

5) (CESPE Analista CEARÁPORTOS 2004) Julgue o item seguinte, relativo ao

Sistema Integrado de Dados Orçamentários (SIDOR).

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O SIDOR é um sistema desenvolvido, operado e gerenciado pelo SERPRO, sob a

supervisão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e tem por finalidade

auxiliar na sistematização de dados relativos aos orçamentos da União

6) (CESPE TRE RS 2004) O Sistema Integrado de Dados Orçamentários (SIDOR) —

operado e gerenciado pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF), vinculada ao

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) — foi desenvolvido com o

intuito de auxiliar a sistematização de dados relativos ao orçamento da União,

processando eletronicamente as informações de cunho orçamentário que são

inseridas por meio dos terminais da rede SIDOR e da rede SERPRO

3.2 SIAFI

O SIAFI (SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO GOVERNO

FEDERAL) é um sistema informatizado que processa e controla, por meio de terminais

instalados em todo o território nacional, a execução orçamentária, financeira,

patrimonial e contábil dos órgãos da Administração Pública Direta federal, das

autarquias, fundações e empresas públicas federais e das sociedades de economia

mista que estiverem contempladas no Orçamento Fiscal e/ou no Orçamento da

Seguridade Social da União (As Sociedades de Economia Mista independentes terão

lançadas no SIAFI apenas o valor do capital social pertencente à União).

O sistema pode ser utilizado pelas Entidades Públicas Federais, Estaduais e

Municipais apenas para receberem, pela Conta Única do Governo Federal, suas

receitas (taxas de água, energia elétrica, telefone, etc) dos Órgãos que utilizam o

sistema. Entidades de caráter privado também podem utilizar o SIAFI, desde que

autorizadas pela STN (Secretaria do Tesouro Nacional). No entanto, essa utilização

depende da celebração de convênio ou assinatura de termo de cooperação técnica

entre os interessados e a STN, que é o órgão gestor do SIAFI.

Detalhe Importante: a competência de Gestão do SIAFI pertence ao

Ministério da Fazenda, através da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

Muitas são as facilidades que o SIAFI oferece a toda Administração Pública

que dele faz uso. Pode-se dizer, a título de simplificação, que essas facilidades foram

desenvolvidas para registrar as informações pertinentes às três tarefas básicas da

gestão pública federal dos recursos arrecadados legalmente da sociedade:

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· Execução Orçamentária;

· Execução Financeira; e

· Elaboração das Demonstrações Contábeis, consolidadas no Balanço Geral da

União.

3.2.1 VANTAGENS DO SIAFI

O SIAFI representou tão grande avanço para a contabilidade pública da União

que ela é hoje reconhecida, no mundo inteiro, e recomendada inclusive pelo Fundo

Monetário Internacional. Seu desempenho transcendeu de tal forma as fronteiras

brasileiras e despertou a atenção no cenário nacional e internacional, que vários

países, além de alguns organismos internacionais, têm enviado delegações à

Secretaria do Tesouro Nacional, com o propósito de absorver tecnologia para a

implantação de sistemas similares.

Vejamos os principais ganhos que a implantação do SIAFI trouxe para a

Administração Pública Federal:

·Contabilidade: o gestor ganha tempestividade na informação, qualidade e

precisão em seu trabalho;

·Finanças: agilidade da programação financeira, otimizando a utilização dos

recursos do Tesouro Nacional, por meio da unificação dos recursos de caixa do

Governo Federal na Conta Única no Banco Central;

·Orçamento: a execução orçamentária passou a ser realizada tempestivamente

e com transparência, completamente integrada à execução patrimonial e financeira;

·Sistema on-line: execução orçamentária e financeira feita de forma on-line

(contudo, ainda existe a modalidade off-line para alguns poucos órgãos da

administração indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário);

·Desconto na fonte de impostos: hoje, no momento do pagamento, já é

recolhido o imposto devido;

·Auditoria: facilidade na apuração de irregularidades com o dinheiro público;

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·Transparência: poucas pessoas tinham acesso às informações sobre as

despesas do Governo Federal, antes do advento do SIAFI. A prática da época era

tratar essas despesas como “assunto sigiloso”. Hoje a história é outra, pois, na

democracia, o cidadão é o grande acionista do estado;

·Fim da multiplicidade de contas bancárias: os números da época indicavam

3.700 contas bancárias e o registro de aproximadamente 9.000 documentos por dia.

Com a implantação do SIAFI, constatou-se que existiam em torno de 12.000 contas

bancárias e se registravam em média 33.000 documentos diariamente.

Hoje, 98% dos pagamentos são identificados de modo instantâneo na Conta

Única e 2% deles com uma defasagem de, no máximo, cinco dias.

Além de tudo isso, o SIAFI apresenta inúmeras vantagens que o distinguem de

outros sistemas em uso no âmbito do Governo Federal:

·Sistema disponível 100% do tempo e online (exceto para as poucas entidades

anteriormente citadas);

·Sistema centralizado, o que permite a padronização de métodos e rotinas de

trabalho;

·Interligação em todo o território nacional;

·Utilização por todos os órgãos da Administração Direta (poderes Executivo,

Legislativo e Judiciário);

·Utilização por grande parte da Administração Indireta; e

·Integração periódica dos saldos contábeis das entidades que ainda não

utilizam o SIAFI, para efeito de consolidação das informações econômico-financeiras

do Governo Federal, à exceção das Sociedades de Economia Mista, que têm

registradas apenas a participação acionária do Governo e para proporcionar

transparência sobre o total dos recursos movimentados.

3.2.2 DOCUMENTOS DO SIAFI

Toda a lógica de funcionamento do SIAFI está baseada em seus documentos.

Para cada tipo de operação, um documento específico é utilizado. Todos os

documentos do SIAFI possuem vinculação com os Eventos do Sistema, que nada

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mais são do que os roteiros de contabilização das transações do Governo Federal no

SIAFI.

Segue abaixo um texto explicando o funcionamento dos Documentos do SIAFI

e sua ligação com as classes de eventos do Sistema.

ND (Nota de Dotação):

A ND é o documento utilizado para fazer a abertura do Orçamento, com base

na LOA aprovada, no SIAFI. A ND sempre utiliza eventos da mesma classe (Classe

20) e preenchidos de forma individual (cada documento - um evento. OBS:

existem exceções de eventos conjugados, como, por exemplo, quando há

necessidade de se detalhar a dotação fixada por fonte de recurso).

NC (Nota de Movimentação de Crédito)

A NC é utilizada para movimentação de créditos, internas e externas, e suas

anulações. São indicados, na NC, de forma individual, os eventos da classe 30.

NE (Nota de Empenho)

Um dos documentos mais importantes do SIAFI. É através da NE que se inicia

a execução orçamentária da despesa, pois registra os empenhos, reforços de

empenhos e suas anulações. Quando o gestor lança uma NE no sistema, o roteiro

contábil do evento (classe: 40), efetua os lançamentos nas contas respectivas e

diminui o saldo da dotação orçamentária disponível. A partir daí é que se passa

para a segunda fase de execução da despesa, a liquidação, que é registrada pela

contabilidade em outro momento.

NL (Nota de Lançamento)

A NL é o documento mais utilizado do SIAFI. Possui várias funções. Tem por

principal característica a não vinculação a eventos específicos. Você pode lançar,

por NL, desde a receita prevista aprovada na LOA (eventos da classe 10, utilizados

de forma individual), até o registro da liquidação da despesa (2º estágio de execução

orçamentária) e outros atos e fatos administrativos. Quanto aos eventos de liquidação

da despesa (Classe 50), não podem se apresentar de forma individual. Ou seja, todo

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evento da classe 50 deve ser combinado com outro evento (todos os eventos da

classe 50 são partidas simples, exceto os da classe 54, que possuem débitos e

créditos). Cabe aqui destacar as subdivisões da classe 50:

Classe 51 - registra a apropriação da despesa (reconhece a despesa orçamentária; as

contas de controle, ativo e passivo compensado, geralmente são cadastradas nesta

classe de evento).

Classe 52 - é a contrapartida da classe 51. Registra as obrigações decorrentes da

execução da despesa orçamentária. Temos por exemplo as retenções, consignações,

fornecedores e credores a pagar etc.

Classe 53 - registra a liquidação das obrigações retidas pelos eventos da classe 52

(são os eventos de baixa contábil das obrigações).

Classe 54 - São os eventos de partida dobrada (Débito e Crédito) da classe 50 e

registram operações diversas (geralmente reconhecem as baixas das contas de

controle do ativo e/ou passivo compensado, que exigem sempre uma partida

dobrada).

Classe 55 - são utilizados para apropriação de valores relativos a direitos da Entidade.

Por exemplo, quando você está fazendo uma conciliação de contas e precisa efetuar

um ajuste contábil para reconhecer a entrada de uma receita, que não fora

contabilizada, na conta bancos, deve-se utilizar um evento da Classe 55 para

reconhecer esse direito.

Classe 56 - são utilizados para liquidação (baixa) dos direitos reconhecidos por

eventos da classe 55.

DARF-Eletrônico

DARF significa Documento de Arrecadação de Receitas Federais. Por meio

desse documento se registra a arrecadação de tributos e demais receitas diretamente

na Conta Única do Tesouro Nacional, sem trânsito pela rede bancária, ou seja,

por meio de transferências de recursos intra-SIAFI. Em outras palavras, o DARF é

o documento que registra a arrecadação de valores administrados pela Receita

Federal.

GPS-Eletrônica

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GPS significa Guia da Previdência Social. Esse documento permite registrar o

recolhimento das contribuições para a Seguridade Social por meio de transferências

de recursos intra-SIAFI entre a UG recolhedora e a Conta Única do Tesouro

Nacional.

OB (Ordem Bancária)

A OB é o documento responsável por registrar as saídas de recursos dos

cofres públicos. Toda vez que um gestor necessitar efetuar um pagamento ou

qualquer outra transferência financeira (adiantamento, diárias, suprimento de fundos,

cota, repasse, sub-repasse etc), ele vai lançar mão de uma OB. Os eventos

geralmente utilizados em OB são os da classe 70 (transferências financeiras). Vão

exigir, como contrapartida, eventos que registrem a saída das contas de bancos.

Em outras palavras, os eventos da classe 70 sempre devem vir com uma contrapartida

(evento) de saída de dinheiro (R$) em bancos. Temos como caso especial a

transferência financeira para pagamento de restos a pagar. A liquidação de restos a

pagar, inscritos no ano anterior, é efetuada através de eventos da Classe 61 e exige,

como contrapartipa, eventos de saída em bancos.

GR (Guia de Recolhimento)

A Guia de Recolhimento (ou Recebimento) é o documento utilizado para

registrar as entradas de receitas que não foram efetuadas através de DARF e GPS.

Na União, existe o documento chamado GRU (Guia de Recolhimento da União).

Sempre utilizam eventos da Classe 80 e exige, como contrapartida, eventos de

entrada em bancos.

Vejamos agora algumas questões de concurso:

(CESPE Câmara dos Deputados - Analista 2003) O Sistema de Administração

Financeira do Governo Federal (SIAFI) é informatizado e registra, controla e

contabiliza toda a execução orçamentária, financeira e patrimonial do governo federal

em tempo real. Por meio de terminais, os usuários das diversas unidades gestoras

(UGs) integrantes do sistema registram seus documentos e efetuam consultas online.

O SIAFI é, também, o principal instrumento de gestão da Secretaria do Tesouro

Nacional (STN). A STN, por intermédio do SIAFI, realiza o acompanhamento e

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controle de toda a execução orçamentária e financeira do governo federal. No que se

refere ao SIAFI, julgue os itens abaixo.

7) O dado constante do SIAFI é considerado oficial para efeito de divulgação ou

publicação, dispensando autenticação.

8) Uma vez incluídos os dados de um documento no SIAFI, independentemente da

sua contabilização, somente será possível corrigi-los por meio da emissão de um novo

documento que efetue o acerto.

(CESPE MC Analista em Comunicação 2008) Por mais que tenha melhorado nos

últimos anos o acesso a informações sobre políticas públicas, algumas disponíveis

pela Internet — caso do Sistema Integrado de Administração do Governo Federal

(SIAFI) —, ainda é bastante difícil aferir os resultados de uma ação específica e a

eficácia de determinados programas.

Marta Salomon. Além da manada. In:, Guilherme Canela. Políticas públicas sociais e os desafios para o jornalismo. São Paulo: ANDI, 2008, p. 87

Julgue os itens seguintes tendo o texto acima como referência para o controle social

das políticas públicas.

9) A constatação da jornalista decorre do fato de que ela não compreende que a

função de sistemas como o SIAFI é o fornecimento de dados não para o controle de

políticas públicas, mas apenas para sua formulação.

10) O SIAFI não trata de gastos relacionados a políticas públicas, mas, na verdade, de

despesas relacionadas com pessoal, o que o torna inadequado para o controle de

políticas públicas.

(CESPE SERPRO 2008) O SIAFI é o principal instrumento utilizado para registro,

acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial do

governo federal. Com relação aos objetivos do SIAFI, julgue os itens subseqüentes.

11) Cabe ao SIAFI integrar e compatibilizar as informações no âmbito dos governos

federal, estadual e municipal.

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12) É objetivo do SIAFI padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão

dos recursos públicos, permanecendo essa atividade, no entanto, sob o total controle

do ordenador de despesa de cada unidade gestora.

(CESPE SERPRO 2008) A respeito dos principais documentos utilizados pelo SIAFI e

seus papéis, julgue os itens seguintes.

13) Por meio do DARF se registra a arrecadação de tributos e demais receitas

diretamente na conta única do Tesouro Nacional.

14) A nota de dotação é um documento utilizado para registro das informações

orçamentárias elaboradas pela Secretaria de Orçamento Federal, vinculada ao MPOG.

(CESPE ANATEL ANALISTA 2009) A respeito dos registros contábeis na

administração federal e das tomadas e prestações de contas, julgue os itens

seguintes.

15) Os registros contábeis produzidos pelo Sistema Integrado de Administração

Financeira do Governo Federal (SIAFI) são efetuados automaticamente, de acordo

com a tabela de eventos, correspondentes aos atos e fatos administrativos, cuja

entrada dos respectivos dados no sistema é de responsabilidade das unidades

gestoras.

Caros amigos, encerramos agora nossa aula. Um abraço e até a próxima!.

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RESPOSTAS:

1) Tudo que se refere à matéria orçamentária, no que diz respeito ao PLOA e alterações na LOA, deve ser efetuado no SIDOR. Portanto, a abertura de créditos adicionais está vinculada à prévia inclusão das mesmas no subsistema de projetos e atividades do SIDOR e condicionada à aprovação pelo MPOG. (RESPOSTA: CERTA)

2) A execução efetiva do Orçamento não é feita no SIDOR, e sim no SIAFI. Contudo, é preciso haver compatibilização da classificação orçamentária das contas, e isto existe nos Sistemas. Ou seja, a classificação utilizada no SIDOR é a mesma do SIAFI, para garantir a compatibilização dos dois sistemas. (RESPOSTA: CERTA)

3) Cabe ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) definir a forma de acesso de cada unidade gestora ao SIDOR. (RESPOSTA: ERRADA)

4) Nem todas as fases do ciclo orçamentário são acompanhadas pelo SIDOR. A execução efetiva do Orçamento não é feita no SIDOR, e sim no SIAFI (RESPOSTA: ERRADA)

5) O SERPRO apenas desenvolve e mantém a estrutura de software do SIDOR, desde 2004. Quem opera e gerencia o Sistema são as Unidades Gestoras (ou Unidades Setoriais) e o MPOG (Órgão Central de Orçamento da União). (RESPOSTA: ERRADA).

6) O SIDOR é administrado pela SOF (Secretaria de Orçamento Federal), órgão pertencente à estrutura do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). (RESPOSTA: CERTA)

7) Qualquer informação lançada no SIAFI é considerada oficial, não sendo necessária autenticação posterior. Qualquer erro de lançamento, percebido após sua concretização, deve ser corrigido através de outro lançamento, feito por intermédio de um novo documento do SIAFI (RESPOSTA: CERTA).

8) Qualquer erro de lançamento, percebido após sua concretização, deve ser corrigido através de outro lançamento, feito por intermédio de um novo documento do SIAFI (RESPOSTA: CERTA).

9) Um dos grandes objetivos do SIAFI é o de proporcionar informações íntegras e tempestivas, necessárias ao controle dos gastos governamentais. São informações úteis tanto para o processo de formulação das políticas públicas quanto para o acompanhamento e controle. (RESPOSTA: ERRADA)

10) O SIAFI controla todos os gastos públicos executados por intermédio dos Orçamentos da União (RESPOSTA: ERRADA)

11) O SIAFI é utilizado apenas no Âmbito Federal (RESPOSTA: ERRADA)

12) O Controle da execução orçamentária e financeira é de inteira responsabilidade do ordenador de despesa do órgão.

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13) O DARF é um dos documentos utilizados para registrar a arrecadação do governo. Pode-se registrar, via DARF, toda a arrecadação sob responsabilidade da Receita Federal do Brasil (RESPOSTA: CERTA).

14) RESPOSTA: CERTA

15) Todos os registros no SIAFI são feitos através de documentos, onde são inseridos

os eventos referentes aos atos e fatos geradores de registros contábeis (RESPOSTA:

CERTA)

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Aula 04: Receitas Públicas

Caros colegas. Daremos sequência ao nosso curso de Administração

Financeira e Orçamentária para Agente da Polícia Federal. Hoje, contemplaremos a

análise das Receitas Públicas acerca de todos os seus aspectos relevantes: Fontes,

Categorias, Estágios.

Os dois canais de comunicação continuam abertos para dúvidas e

questionamentos: meu email – [email protected] – e meu blog na internet –

http://gnetoconcurseiro.blogspot.com. Sempre que encontrar algum assunto

interessante, fruto das discussões com os colegas, e não puder expor minhas

considerações em sala de aula, farei posts no blog e, assim, teremos um veículo

permanente de comunicação.

Então, mãos à obra!

4. RECEITAS PÚBLICAS

4.1 CONCEITO AMPLO E ESTRITO

As Receitas Públicas, em sentido amplo, representam todo e qualquer ingresso

aos cofres públicos. Independente da forma que esse ingresso se dá, entrou nas

contas do governo, deve ser contabilizado como Receita.

Existem duas formas de ingresso de recursos no caixa do governo: através de

receitas que não exigirão contraprestação e através de outras que exigirão

contraprestação, ou devolução futura. Sob essa ótica, a contabilização de qualquer

recebimento deve ser feita via receita, mesmo que haja necessidade de devolução

futura dos recursos. Por exemplo: temos o recebimento de cauções como requisito

para participação em licitações. Esse recurso recebido é apenas transitório, contudo,

deve ser dada a entrada dos valores recebidos e feita essa contabilização como

receita, em sentido amplo. Quando da devolução dos valores, em contraprestação,

contabilizamos a saída como despesa.

As Receitas Públicas, em sentido estrito, são apenas aquelas que representam

acréscimo definitivo de valores aos cofres públicos. Ou seja, só consideramos receitas

públicas, de fato, quando não há contraprestação, ou devolução futura. Sob essa

ótica, só são contabilizados como receita os valores que não exigirão contraprestação.

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Temos como exemplo de receitas em sentido estrito a arrecadação de impostos, já

que estes recursos, uma vez entregues aos cofres públicos, não mais retornarão ao

bolso dos contribuintes, a não ser através de políticas públicas (ou gastos públicos).

O manual técnico de contabilidade, aplicado ao setor público, dispõe esta

definição a respeito da Receita Pública, em sentido estrito:

“Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo

poder público em qualquer esfera governamental, para a alocação e cobertura das

despesas públicas. Dessa forma, todo o ingresso orçamentário constitui uma receita

pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas.

Vejamos uma questão de concurso sobre o assunto;

(CESPE FUNCAP 2004) Com relação à receita e à despesa públicas, considerando as

disposições legais vigentes e a doutrina, julgue os seguintes itens.

1) Receita pública, em sentido amplo, é todo e qualquer ingresso de recursos no

patrimônio público. Refere-se, mais especificamente, a qualquer entrada de recursos

financeiros que se reflete no aumento das disponibilidades.

2) Receita pública, em sentido estrito, representa entrada de recursos, sem a

correspondente contraprestação, no patrimônio público. Refere-se, mais

especificamente, às entradas de recursos decorrentes da execução do orçamento

governamental.

4.2 CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA

4.2.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA

Existem duas classificações da receita pública, quanto à sua natureza:

Receitas Orçamentárias e Receitas Extra-orçamentárias.

As Receitas Orçamentárias são aquelas que constam na Lei Orçamentária

Anual (LOA) e representarão receitas definitivas para os cofres públicos. Como já

vimos, as receitas arrecadadas em virtude de previsão orçamentária não serão

devolvidas, pelo menos de forma direta, ao bolso dos contribuintes. O objetivo de se

efetuar esse tipo de receita é o financiamento das despesas governamentais, também

constantes no orçamento público.

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Portanto, a primeira conclusão que tiramos é que as receitas orçamentárias só

poderão ser arrecadadas se autorizadas pela LOA. Este procedimento deve

obediência ao princípio da universalidade, já que devem constar na lei de orçamento

todas as receitas públicas a serem arrecadadas durante o exercício financeiro.

Mas cuidado! Não é porque determinada receita orçamentária não foi

considerada na LOA que não poderá ser executada (arrecadada). É por isso que

utilizamos a terminologia “Previsão” para a receita constante na lei de orçamento,

porque este valor pode ser diferente do previsto, quer seja por arrecadação ocorrida

em montante maior do que a previsão, ou em virtude de arrecadação de receitas que

não constavam na LOA.

Vamos a um exemplo: o governo recebe uma doação em dinheiro para a

construção de um hospital. Como deve ser efetuada essa contabilização?

A doação estava prevista no orçamento? Dificilmente há possibilidade de

previsão de doações, pois esta é uma atitude espontânea e até inesperada.

A receita vai impactar os cofres públicos? Sim.

Será preciso devolvê-la, pelo menos diretamente? Não.

Então, estamos diante de uma receita em sentido estrito. São receitas que o

governo dispõe, sem precisar se preocupar em devolver ao bolso de quem entregou

tais recursos. Logo, será possível arrecadá-las, independente de constar ou não no

orçamento. Contudo, para que haja atualização da LOA, faz-se necessário registrar a

previsão da arrecadação das doações, mas somente após seu efetivo recolhimento.

Portanto, a segunda conclusão que tiramos é que as receitas orçamentárias

geralmente estão previstas no orçamento anual. Contudo, em alguns casos, não há

essa previsão. Isso não implica dizer que tais receitas não poderão ser arrecadadas.

Efetua-se o recolhimento dos recursos aos cofres do governo, como receita

orçamentária, e atualiza-se a LOA conforme tal arrecadação.

As receitas orçamentárias são subdivididas em dois grupos: Receitas

Correntes e Receitas de Capital (essa é a classificação quanto às categorias

econômicas, que abordaremos adiante).

Sob o enfoque orçamentário, as receitas são executadas quando há a

arrecadação das mesmas, conforme dispõe o art. 35 da Lei 4.320/64.

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Vejamos algumas questões de concurso a respeito:

(CESPE TRT 17ª Região 2009) No que diz respeito a conceitos básicos de

contabilidade pública, julgue os itens

3) A receita pública somente pode ser considerada orçamentária se estiver incluída na

lei orçamentária anual.

(CESPE CEHAP PB 2009) A receita pública, pelo enfoque orçamentário, é composta

por todos os ingressos disponíveis para cobertura das despesas públicas, em qualquer

esfera governamental. Acerca das receitas públicas, julgue os itens a seguir.

4) O registro da receita orçamentária, em contas orçamentárias, deverá ocorrer no

momento do fato gerador da receita pública.

(CESPE Bombeiros DF Analista 2007) Considerando o Manual de Procedimentos das

Receitas Públicas, da Secretaria do Tesouro Nacional, julgue os itens que se seguem

5) Todo ingresso orçamentário é uma receita pública.

As Receitas Extra-orçamentárias são aquelas que possuem caráter temporário.

Representam recursos recolhidos aos cofres públicos, mas que há necessidade de

devolução posterior. Relembremos do exemplo da Caução para participação em

procedimento licitatório. Todos os licitantes entregam suas cauções no ato da

habilitação. Os perdedores terão de volta os recursos entregues, já não serão os

contratados pela administração. Esses recursos entraram como receita extra-

orçamentária e sairão como despesa extra-orçamentária.

Conclusão: tudo que entra como receita extra-orçamentária vai sair como

despesa extra-orçamentária. Aqueles são denominados de ingressos extra-

orçamentários e estes saídas extra-orçamentárias.

Toda entrada de caráter temporário faz surgir uma dívida de curto prazo, ou

dívida flutuante. Por isso mesmo dizemos que as receitas extra-orçamentárias não

aumentam em definitivo o caixa governamental, pois existe uma contrapartida, ou seja,

uma contraprestação de devolver o dinheiro recebido em um futuro próximo.

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Detalhe importante: a inscrição em restos a pagar do exercício constitui um

exemplo clássico de inclusão de receita extra-orçamentária, e tem caído bastante em

concursos.

Outro exemplo clássico de receita extra-orçamentária é a obtenção de

operação de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO). Há apenas uma

entrada via conta bancária e um registro concomitante de reconhecimento da

obrigação a pagar (o “empréstimo” concedido pelo banco).

Para concluir, como o próprio nome já diz, as receitas extra-orçamentárias são

executadas à margem do orçamento governamental.

Vejamos algumas questões de concurso:

(CESPE Bombeiros DF Analista 2007 - adaptada) No que diz respeito à execução

orçamentária e extra-orçamentária de receitas e despesas, julgue os itens a seguir:

6) Nas receitas extra-orçamentárias, estão computados os valores relativos aos restos

a pagar inscritos no exercício.

7) Só é possível executar operações de crédito tipo ARO se houver autorização na

própria lei orçamentária, ou em lei específica. Contudo, sua efetiva arrecadação não

constará no orçamento.

(CESPE TCE-PE AUDITOR 2004) A realização de receita e despesas pela

administração pública implica a necessidade de registros pela contabilidade. A

respeito desse assunto, julgue os itens seguintes.

8) O recolhimento de receita extra-orçamentária provoca o surgimento de passivo

financeiro.

(CESPE INMETRO 2007) De acordo com o art. 101 da Lei n.º 4.320/1964, os

resultados gerais do exercício devem ser demonstrados no balanço orçamentário,

balanço financeiro, balanço patrimonial e demonstração das variações patrimoniais.

Acerca do conteúdo desses balanços públicos, julgue os itens a seguir

9) os restos a pagar inscritos no exercício devem ser computados na receita

extraorçamentária, para se compensar sua inclusão na despesa orçamentária.

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4.2.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CATEGORIAS ECONÔMICAS

Quanto à classificação econômica, assim como dispõe a Lei 4.320/64 (art. 11),

as Receitas subdividem-se em:

Receitas Correntes, e

Receitas de Capital.

Por sua vez cada grupo possui suas devidas subdivisões:

RECEITAS CORRENTES

-Receitas Tributárias

-Receitas de Contribuições

-Receitas Patrimoniais

-Receitas de Serviços

-Receitas Agropecuárias

-Receitas Industriais

-Transferências Correntes

-Outras Receitas Correntes

RECEITAS DE CAPITAL

-Alienação de Bens

-Operações de Crédito

-Amortização de Empréstimos

-Transferências de Capital

-Outras Receitas de Capital

OBS: A Lei 4.320/64 dispõe que o superávit do orçamento corrente é uma Receita de

Capital Extra-Orçamentária.

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Vejam como isso já caiu em um concurso:

(ESAF TCU 2000 – adaptada) Acerca da receita pública é correto afirmar que:

10) O superávit do orçamento corrente é classificado como receita corrente

(FUNDAC PB 2008 - adaptada) A Lei n.º 4.320/1964 e suas alterações estabelecem

normas gerais para a contabilidade pública. Acerca das receitas públicas, julgue os

itens a seguir:

11) as auferidas com a alienação de bens móveis e imóveis serão registradas como

receitas de transferências correntes.

12) imobiliárias serão registradas como receitas patrimoniais.

13) advindas de operações de crédito serão contabilizadas como receitas de capital.

14) advindas de participações e dividendos serão contabilizadas como receita de

capital.

4.2.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À AFETAÇÃO PATRIMONIAL

Quanto à afetação patrimonial, as receitas podem se dividir em: Efetivas e Não-

Efetivas.

A Receita Efetiva caracteriza-se por se incorporar ao patrimônio,

proporcionando aumento no mesmo. São os ingressos obtidos sem que haja qualquer

contrapartida no passivo (aumento) ou no ativo (diminuição). Podemos afirmar,

portanto, que as receitas efetivas, vistas isoladamente, aumentam o Patrimônio

Líquido do Ente Governamental. Com essa arrecadação, o Estado fica mais rico, pois

dispõe de maior volume de recursos para financiar seus gastos.

Do ponto de vista contábil, o lançamento das Receitas Efetivas não é precedido

de registro de reconhecimento, havendo o ingresso gerado impacto direto no

patrimônio da entidade.

Dito isto, podemos afirmar o seguinte: Todas as Receitas Correntes geram

variações efetivas positivas no Patrimônio Líquido governamental. Exceção:

recebimento de dívida ativa, que é uma receita não efetiva.

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A Receita Não-Efetiva caracteriza-se por não se incorporar ao patrimônio,

proporcionando apenas meras mutações patrimoniais (fatos permutativos). São os

ingressos obtidos com contrapartida no passivo (aumento) ou no ativo (diminuição).

Podemos afirmar, portanto, que as receitas não-efetivas, vistas isoladamente, não

afetam o Patrimônio Líquido do Ente Governamental. Com essa arrecadação, o

Estado não fica mais rico, visto que a entrada de recursos no ativo foi

contrabalanceada com o aumento do passivo, ou a diminuição de outro ativo.

Dito isto, podemos afirmar o seguinte: Todas as Receitas de Capital, além do

recebimento de dívida ativa, geram variações permutativas, ou mutações, no

Patrimônio Líquido governamental. Exceção: não há exceção para esta regra.

Todo lançamento de Receita Não-Efetiva vai gerar uma contrapartida em uma

Mutação Passiva. Isto decorre do fato de que o dinheiro recebido está atrelado a uma

contraprestação, ou uma obrigação para posterior pagamento.

Vejamos agora questões de concurso:

(CESPE SEGER ES Analista Adm. 2009) Acerca das receitas e despesas públicas,

julgue os itens seguintes.

15) A mutação passiva sempre decorre de um fato permutativo e tem a função de

compensar o montante incorrido na receita orçamentária não efetiva.

(CESPE FUNCAP 2004) Com base nas disposições legais em vigor, bem como nos

ensinamentos de contabilidade pública, acerca do regime de adiantamento de

numerário, do inventário e da escrituração de operações típicas da contabilidade

pública, julgue os itens que se seguem.

16) A cobrança ou o recebimento da dívida ativa caracteriza uma receita corrente não

efetiva, ocorrida por mutação patrimonial, que não afeta o resultado

(CESPE Fiscal PM Rio Branco AC 2007) A propósito das demonstrações da

contabilidade pública e da prestação e julgamento das contas governamentais, julgue

os itens que se seguem.

17) A venda de um imóvel constitui uma desincorporação passiva, caracterizada como

uma mutação patrimonial resultante da execução orçamentária.

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4.2.4 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À COERCITIVIDADE

Quanto à Coercitividade, as Receitas podem ser : Originárias e Derivadas.

As Receitas Originárias são aquelas em que não há manifestação do poder de

império do Estado em cobrar tributos das pessoas, para o financiamento dos gastos

governamentais. Esse tipo de receita surge quando o Estado resolve dispor de sua

própria mão-de-obra ou patrimônio e obtém receitas através do fruto de sua

exploração. Advém de atos negociais, revestidos de prerrogativas de direito privado,

onde o pagamento é voluntário. São as receitas de Economia Privada obtidas pelo

governo. Este deve utilizar-se desses recursos como forma de complementar a

arrecadação tributária.

Exemplos de Receitas Originárias: Receitas de Aluguéis, Receitas de venda de

bens (estoques de produtos acabados, de mercadorias para revenda), Receitas de

Aplicações Financeiras.

As Receitas Derivadas são aquelas em que o Estado manifesta,

deliberadamente, seu poder de império e cobra, compulsoriamente, tributos das

pessoas, a fim de financiar seus gastos governamentais. Essa prerrogativa advém das

competências constitucionais de que o Estado dispõe para instituir e cobrar tributos.

São encargos que as pessoas não podem se negar a pagar, pois servem como a base

financeira para o desenvolvimento da atividade estatal. São as receitas de Economia

Pública, ou Direito Público, obtidas pelo governo.

Exemplos de Receitas Derivadas: Receitas de Tributos, de Contribuições

Sociais e demais espécies tritutárias.

4.2.5 ESTÁGIOS DA RECEITA PÚBLICA

Quatro são os estágios da Receita Pública: um de planejamento (previsão) e

três de execução (Lançamento, Arrecadação e Recolhimento).

Sob o enfoque orçamentário, a receita pública é reconhecida no momento da

arrecadação (art. 35, Lei 4.320/64). É por isso que dizemos que a receita pública, sob

esse enfoque, é mensurada pelo regime de caixa.

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Detalhe importante: toda Receita Lançada e não Arrecadada se transforma em

Dívida Ativa. Nesse momento, a Receita deixa de ser reconhecida pelo regime de

caixa e passa a ser pelo regime de competência.

Mas cuidado! Se as questões solicitarem qual o tratamento contábil das

receitas sob o enfoque orçamentário, você responderá que elas são reconhecidas pelo

regime de Caixa. Mas se as questões cobrarem o enfoque geral da contabilização das

receitas, o novo entendimento emanado pelos manuais técnicos de contabilidade,

aplicados ao setor público, e pelas normas brasileiras de contabilidade aplicadas ao

setor público, é que a receita é integralmente reconhecida pelo regime de

Competência. Assim, é possível se fazer a hamonização das normas contábeis

praticadas tanto pelo setor público quanto pelo privado.

(CESPE TRT 17ª Região 2009) No que diz respeito à contabilidade pública, julgue os

itens que se seguem.

18) Se uma parcela da receita pública devida por pessoas físicas e jurídicas à União

for paga somente no exercício seguinte ao dos respectivos fatos geradores, essa

parcela será registrada como receita no exercício de pagamento, em observância ao

regime de caixa das receitas.

(CESPE TCU 2007) O legislador definiu para a execução financeira aplicada à

administração pública brasileira o regime misto, ou seja, o regime de competência

para as despesas e de caixa para as receitas, conforme disposto no art. 35 da Lei n.o

4.320/1964. Contudo, o registro do direito se dará no momento do fato gerador, em

observância aos princípios da competência e da oportunidade.Acerca desse

entendimento, julgue o item abaixo.

19) No momento da arrecadação, o ente deverá registrar no sistema orçamentário a

receita pelo regime de caixa e, ao mesmo tempo, proceder à baixa do ativo

anteriormente registrado.

(CESPE CEHAP PB 2009) Acerca dos estágios da receita pública, julgue os itens a

seguir

20) No estágio da previsão, tem-se a estimativa de arrecadação da receita, constante

da Lei Orçamentária Anual ( LOA ) e resultante da metodologia de projeção de

despesas orçamentárias.

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21) O comportamento dos estágios da receita orçamentária não depende da ordem de

ocorrência dos fenômenos econômicos.

22) No lançamento, tendo ocorrido o fato gerador, há condições de se proceder ao

registro contábil do direito a receber da fazenda pública.

23) O recolhimento ao tesouro é realizado pelos próprios agentes ou bancos

arrecadadores.

RESPOSTAS:

1) C 11) E 21) E

2) C 12) C 22) C

3) E 13) C 23) C

4) E 14) E

5) C 15) C

6) C 16) C

7) C 17) C

8) C 18) E

9) C 19) C

10) E 20) E

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Aula 05: Despesas Públicas 

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5. DESPESAS PÚBLICAS

5.1 CONCEITO AMPLO E ESTRITO

As Despesas Públicas, em sentido amplo, representam toda e qualquer saída

de dinheiro dos cofres públicos. Independente da forma que esse dispêndio (também

denominado de desembolso) se dá, saiu dinheiro das contas do governo, deve ser

contabilizado como Despesa.

Existem duas formas de saída, a título de desembolso, de recursos do caixa do

governo:

Primeiro, através de desembolsos precedidos de entrada de recursos nos

cofres públicos, mas que deveriam ser devolvidos posteriormente. A entrada do

recurso era meramente transitória, portanto, deveria ser devolvido em seguida.

Continuamos com o exemplo do recebimento de cauções: o ingresso do recurso é

registrado como receita, em sentido amplo. Como o mesmo possui o caráter de

transitoriedade, deve sair dos cofres públicos em um futuro próximo. Quando houver

essa saída, deve ser efetuada como Despesa, em sentido amplo.

Segundo, através de desembolsos em que não há registro prévio de entrada de

recursos nem a necessidade de devolução futura. Ou seja, a Despesa efetuada não

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possuía vinculação com uma Receita. O que fez surgir a obrigação de pagamento foi

uma relação entre partes, sendo que uma entrega o objeto da negociação e a outra se

compromete a efetuar o pagamento em virtude da aquisição. Desta maneira, o gasto é

independente, desvinculado, em tese, e deve ser financiado com as Receitas de

caráter não devolutivo. Temos como exemplo o pagamento de salários de servidores.

A obrigatoriedade surgiu por intermédio da força de trabalho oferecida pelos

servidores, e não de uma entrada compensatória de recursos. Quando tratamos do

pagamento de salários, por exemplo, estamos diante de uma Despesa em Sentido

Estrito.

As Despesas Públicas, em sentido estrito, são apenas aquelas que

representam decréscimo definitivo de valores aos cofres públicos. Ou seja, só

consideramos despesas públicas, no caso concreto, quando não há registro prévio de

entrada compensatória, ocasionando devolução futura. Sob essa ótica, só são

contabilizados como despesa os valores que não são resultado de uma

contraprestação. Outro exemplo de despesas em sentido estrito são os pagamentos

de contratos de manutenção de ar condicionado. A origem do desembolso foi um

serviço prestado, cujos termos estão estabelecidos em um contrato, e o decréscimo de

valores representa uma diminuição no Patrimônio Líquido da Entidade Governamental.

A resolução CFC nº 1.121/08, do Conselho Federal de Contabilidade, assim

define Despesa, em sentido estrito:

“... são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período

contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou

incremento em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio

líquido...”

5.2 CLASSIFICAÇÕES DA DESPESA

5.2.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA

Existem duas classificações da despesa pública, quanto à sua natureza:

Despesas Orçamentárias e Despesas Extra-orçamentárias. O que vai diferenciar uma

da outra é a sua autorização na Lei do Orçamento.

As Despesas Orçamentárias são aquelas que constam na Lei Orçamentária

Anual (LOA) e representarão desembolsos definitivos para os cofres públicos. As

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Despesas Orçamentárias são os gastos gerais do governo, utilizados como meio

próprio para operacionalizar as políticas públicas. Seu financiamento se dá através da

arrecadação das Receitas Orçamentárias.

Portanto, podemos concluir que só é possível executar despesas

orçamentárias caso estejam autorizadas na LOA. Este procedimento deve obediência

aos princípios da legalidade e universalidade, uma vez que a Lei de Orçamento Fixa

um limite máximo de todos os gastos públicos, sendo vedada a realização de despesa

cujo programa não conste na LOA.

Cuidado! Diferentemente do tratamento despendido à Receita Orçamentária,

que pode ser executada mesmo não constando previsão na Lei Orçamentária,

bastando o ingresso possuir caráter não-devolutivo, a Despesa NÃO pode ser

executava caso não haja fixação expressa de recursos na referida lei. Inclusive, tal

afirmação ganha destaque em foro constitucional:

CF. Art. 167. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei

orçamentária anual;

Desta forma, não é possível executar despesa sem que tenha havido prévia

inclusão dos valores na LOA. Não há exceção.

Mas, caso ocorra a necessidade de se executar despesas não previstas pelo

Orçamento? Como é que isso será feito? Não se poderá gastar? Deve-se alterar a Lei

de Orçamento e adequá-la às necessidades de momento?

É possível se gastar sim, visto que a LOA é um instrumento de planejamento,

formal, cujo objetivo é nortear a ação governamental com vistas à efetiva execução

das políticas públicas. Contudo, sendo uma peça de planejamento, alguns itens

podem fugir da previsão inicial e, para isto, existe um mecanismo de modificação do

Orçamento, com vistas a adequá-lo à nova realidade. Estamos tratando dos Créditos

Adicionais.

Contudo, percebamos, estamos tratando de uma Lei (LOA). Logo, só será

possível se alterar a Lei Orçamentária através da elaboração de outra, que “emenda” a

Lei inicial.

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Existem três formas de modificação da Lei Orçamentária Anual, cujo objetivo,

como já afirmamos, é adequar o planejamento às novas necessidades que o momento

demanda: Créditos Suplementares, Créditos Especiais e Créditos Extraordinários.

É possível abrir Créditos Suplementares caso já exista a dotação orçamentária

específica e a alteração sirva apenas como reforço da fixação inicial. Quando se abre

um crédito suplementar, não há a abertura de uma nova rubrica de gasto. É preciso

que já exista a categoria de gasto que se quer suplementar.

CRÉDITO SUPLEMENTAR = REFORÇO DE DOTAÇÃO JÁ EXISTENTE

Detalhe importante: como exceção ao princípio orçamentário da Exclusividade,

a própria Lei Orçamentária pode autorizar, dentro de limites por ela estabelecidos, a

abertura de créditos suplementares sem que haja necessidade de edição de uma nova

lei. Contudo, isso não representa desobediência ao princípio da Legalidade, visto que

existe autorização para modificação dos valores orçamentários, constando na própria

lei de meios.

É possível abrir Créditos Especiais caso não exista a dotação orçamentária

específica e a alteração sirva como incremento de programas à fixação inicial. Quando

se abre um crédito especial, há a abertura de uma nova rubrica de gasto. Essa

modificação só poderá ser efetuada através de uma nova Lei. A exceção ao princípio

orçamentário da Exclusividade não alcança os créditos especiais (alcança apenas os

suplementares).

CRÉDITO ESPECIAL = ATENDER DESPESAS QUE NÃO POSSUEM DOTAÇÃO

ORÇAMENTÁRIA ESPECÍFICA

É possível abrir Créditos Extraordinários para a cobertura de despesas

imprevistas ou urgentes. Os exemplos mais clássicos desse tipo de situação são:

Guerra, Calamidade Pública, Grave Perturbação da Ordem, Catástrofes Naturais entre

outros.

Assim como ocorre com os créditos especiais, os extraordinários farão surgir

novas rubricas, e seu nascimento INDEPENDE de autorização legislativa. O Poder

Executivo autoriza a abertura dos créditos extraordinários e, em seguida,

concomitantemente, envia projeto de alteração da LOA para o Legislativo providenciar

as devidas alterações.

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IMPORTANTE: Os instrumentos legais disponíveis para cada esfera governamental

efetivar a abertura de créditos extraordinários são os seguintes:

UNIÃO – Créditos Abertos por medida provisória (CF. 88, art. 167, parágrafo 1º, d);

ESTADOS E MUNINCÍPIOS – Créditos abertos por Decreto (Lei 4.320/64, art. 44).

OUTRO DETALHE IMPORTANTE: A CF. 88, no art. 167, parágrafo 2º, permite a

seguinte prática: se os Créditos ESPECIAIS e EXTRAORDINÁRIOS forem abertos

nos últimos 4 meses do ano e remanescerem dotações disponíveis, esses valores

podem ser reabertos no orçamento seguinte, nos limites de seus saldos.

FONTES DE ABERTURA PARA CRÉDITOS ADICIONAIS:

A legislação inerente elenca algumas possibilidades de fontes para abertura

dos créditos adicionais:

LEI 4.320/64 (art. 43, parágrafo 1º)

1) Excesso de Arrecadação;

2) Anulação de Dotações Orçamentárias;

3) Obtenção de Operações de Crédito;

4) Superávit Financeiro apurado em balanço patrimonial de exercício anterior.

CF. 88

1) Recursos sem despesas correspondentes (art. 166, parágrafo 8º)

LRF

1) Reserva de Contingência (Art. 5º)

CUIDADO! Só precisa haver prévia existência de fonte para abertura de créditos

suplementares e especiais. Para os créditos extraordinários, não há necessidade de

justificativa de fonte de recursos para seu custeio.

As despesas orçamentárias são subdivididas em dois grupos: Despesas

Correntes e despesas de Capital (essa é a classificação quanto às categorias

econômicas, que abordaremos adiante).

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As Despesas Extra-orçamentárias são aquelas executadas à margem do

orçamento, justamente por possuírem caráter transitório. Representam devolução de

recursos recolhidos aos cofres públicos, de caráter apenas compensatório.

Relembremos do exemplo da Caução para participação em procedimento licitatório.

Todos os licitantes entregam suas cauções no ato da habilitação. Os perdedores terão

de volta os recursos entregues, já não serão os contratados pela administração. Esses

recursos entraram como receita extra-orçamentária e sairão como despesa extra-

orçamentária.

Recapitulando: tudo que entra como receita extra-orçamentária vai sair como

despesa extra-orçamentária. Aqueles são denominados de ingressos extra-

orçamentários e estes saídas extra-orçamentárias.

Toda entrada de caráter temporário faz surgir uma dívida de curto prazo, ou

dívida flutuante. Os desembolsos decorrentes da devolução dos referidos valores são

classificados como Despesas Extra-orçamentárias.

Detalhe importante: o pagamento de restos a pagar é classificado como

despesa extra-orçamentária. O pagamento de operações de crédito tipo ARO também

é uma despesa extra-orçamentária. Mas, cuidado! Os juros que incidem sobre a

operação tipo ARO são despesa orçamentária, empenhada à conta Juros e Encargos

da Dívida.

5.2.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CATEGORIAS ECONÔMICAS

Quanto à classificação econômica, as Despesas subdividem-se em:

Despesas Correntes, e

Despesas de Capital.

Por sua vez cada grupo possui suas devidas subdivisões:

DESPESAS CORRENTES

-Pessoal e Encargos

-Juros e Encargos da Dívida

-Outras Despesas Correntes

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DESPESAS DE CAPITAL

-Investimentos

-Inversões Financeiras

-Amortização da Dívida

A classificação Orçamentária da Despesa Pública obedece a uma

nomenclatura de 8 dígitos, resumida na seguinte expressão: C.G.MM.EE.DD, onde:

C – Categoria Econômica

3 – Despesas Correntes

4 – Despesas de Capital

G – Grupo de Natureza da Despesa

1 – Pessoal e Encargos Sociais

2 – Juros e Encargos da Dívida

3 – Outras Despesas Correntes

4 – Investimentos

5 – Inversões Financeiras

6 – Amortização da Dívida

MM – Modalidade de Aplicação

90 – Aplicações Diretas

91 – Transferências Intragovernamentais

5.2.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À AFETAÇÃO PATRIMONIAL

Quanto à afetação patrimonial, as despesas podem se dividir em: Efetivas e

Não-Efetivas.

A Despesa Efetiva caracteriza-se por se desincorporar ao patrimônio,

proporcionando diminuição no mesmo. São os desembolsos efetuados sem que

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houvesse prévia inclusão de recursos no Ativo da Entidade Governamental. Podemos

afirmar, portanto, que as despesas efetivas, vistas isoladamente, diminuem o

Patrimônio Líquido do Ente Governamental. Com esse dispêndio, o Estado fica mais

“pobre”, pois dispõe de menor volume de recursos para financiar seus gastos.

Do ponto de vista contábil, o lançamento das Despesas Efetivas não é

precedido de registro de reconhecimento, havendo decréscimo gerando impacto

negativo no patrimônio da entidade.

Dito isto, podemos afirmar o seguinte: Todas as Despesas Correntes geram

variações efetivas negativas no Patrimônio Líquido governamental. Exceção: aquisição

de material de consumo, que é uma despesa não efetiva.

A Despesa Não-Efetiva caracteriza-se por não se incorporar ao patrimônio,

proporcionando apenas meras mutações patrimoniais (fatos permutativos). São os

desembolsos efetuados com contrapartida no passivo (diminuição) ou no ativo

(aumento). Podemos afirmar, portanto, que as despesas não-efetivas, vistas

isoladamente, não afetam o Patrimônio Líquido do Ente Governamental. Com esse

dispêndio, o Estado não fica mais “pobre”, pois a entrada de um ativo foi

contrabalanceada com o surgimento de um passivo, ou a diminuição de um ativo

originou o surgimento de um outro, com igual valor.

Dito isto, podemos afirmar o seguinte: Todas as Despesas de Capital, além da

aquisição de material de consumo, geram variações permutativas, ou mutações, no

Patrimônio Líquido governamental. Exceção: não há exceção para esta regra.

Todo lançamento de Despesa Não-Efetiva original contrapartida em uma

Mutação Ativa. Isto ocorre porque a despesa, de fato, não ocorreu, ou seja, o

patrimônio líquido não foi diminuído. Como essas Despesas são consideradas como

tal apenas por imposição legal, é preciso efetuar o registro adicional da Mutação Ativa

para contrabalancear os valores registrados.

5.2.5 ESTÁGIOS DA RECEITA PÚBLICA

Quatro são os estágios da Despesa Pública: um de planejamento (fixação) e

três de execução (Empenho, Liquidação e Pagamento).

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Sob o enfoque orçamentário, a despesa pública é reconhecida no momento do

empenho (art. 35, Lei 4.320/64). É por isso que dizemos que a despesa pública, sob

esse enfoque, é mensurada pelo regime de competência.

Tanto no enfoque orçamentário, como no patrimonial, a despesa sempre será

registrada pelo regime de competência.

Detalhe importante: toda Despesa Empenhada e não Paga se transforma em

Restos a Pagar.

Existe um caso especial de execução da despesa pública, é o regime de

adiantamento, ou de suprimento de fundos. Vejamos o que a lei 4.320/64 diz a

respeito:

Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de

despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de

numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação

própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-

se ao processo normal de aplicação.

Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a

responsável por dois adiantamento.

No regime de suprimento de fundos, efetua-se o empenho da despesa,

entrega-se o numerário ao servidor designado como supridor. Este executa as

despesas e presta contas do suprimento. Neste momento é efetuada a liquidação do

suprimento de fundos e efetuada a baixa da obrigação relativa ao servidor. 

O Governo Federal, atualmente, executa seus suprimento de fundos através do

Cartão Corporativo (também denominado cartão de pagamentos do governo federal).

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CASOS ESPECIAIS

6.1 – CONTA ÚNICA DO TESOURO NACIONAL

A utilização da Conta Única do Tesouro Nacional (CTU) tem por objetivo

eliminar a profusão de contas correntes nas unidades gestoras do Governo Federal,

em agências bancárias espalhadas por todo o país.

Parte-se do seguinte pressuposto: o controle dos saldos bancários não

necessariamente precisa ser executado através de extratos bancários. Uma

quantidade interminável de contas correntes dificultaria a gestão da conciliação

bancária e em nada contribuiria para o controle dos saldos financeiros. Tal controle

deveria ser feito pela contabilidade, através de contas específicas e lançamentos

adequados para tal.

Os fundamentos para motivação da centralização de recursos do governo

federal em um caixa único foram desenvolvidos, no âmbito da legislação inerente, com

o passar do tempo. O primeiro registro que se tem da necessidade de centralização

dos saldos financeiros em um caixa único surgiu com o advento da lei 4.320/64:

“Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita

observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer

fragmentação para criação de caixas especiais.”

Esse é mais um princípio norteador da execução financeira do governo: o

princípio da unidade de caixa, ou unidade de tesouraria. Com base nesse princípio, e

vedada a criação de caixas especiais para guarda dos recursos financeiros do Estado.

O princípio acima citado motivou à criação de uma conta única, onde fossem

registradas todas as receitas arrecadadas do governo e, de lá, sairiam os recursos

para pagamento das despesas governamentais.

O documento legal que sacramentou a criação da Conta Única do Tesouro

Nacional foi o Decreto 93.872/86, que em seu art. 1º assim dispôs:

Art . 1º A realização da receita e da despesa da União far-se-á por

via bancária, em estrita observância ao princípio de unidade de

caixa

Art . 2º A arrecadação de todas as receitas da União far-se-á na

forma disciplinada pelo Ministério da Fazenda, devendo o seu

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produto ser obrigatoriamente recolhido à conta do Tesouro Nacional

no Banco do Brasil S.A.

§ 1º Para os fins deste decreto, entende-se por receita da União todo

e qualquer ingresso de caráter originário ou derivado, ordinário ou

extraordinário e de natureza orçamentária ou extra-orçamentária,

seja geral ou vinculado, que tenha sido decorrente, produzido ou

realizado direta ou indiretamente pelos órgãos competentes.

§ 2º Caberá ao Ministério da Fazenda a apuração e a classificação

da receita arrecadada, com vistas à sua destinação constitucional.

§ 3º A posição líquida dos recursos do Tesouro Nacional no Banco

do Brasil S.A. será depositada no Banco Central do Brasil, à ordem

do Tesouro Nacional.

A CF/88, por sua vez, assim determinou:

Art. 164:

§ 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no

Banco Central

Podemos, desde já, tirar algumas conclusões acerca dos artigos citados até

aqui. Em primeiro lugar, como já exaustivamente afirmamos, há a consagração da

unidade de caixa e da instituição da Conta Única do Tesouro Nacional (CTU).

A CTU deverá guardar todas as disponibilidades de caixa da União,

abrangendo o conjunto de receitas, em sentido amplo (ou seja, abrangem as de

caráter não devolutivo e as de caráter devolutivo).

CTU – RECEITAS ARRECADADAS EM SENTIDO AMPLO (Qualquer disponibilidade

recebida é receita para a CTU).

O Ministério gestor dos recursos da CTU é o da Fazenda (MF), sob a

supervisão da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), órgão vinculado àquela

estrutura. As disponibilidades da CTU serão depositadas no Banco Central do Brasil, e

movimentadas através do Banco do Brasil, por autorização da Secretaria do Tesouro

Nacional.

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A legislação pertinente autoriza, em casos especiais, que outros agentes, além

do Banco do Brasil, possam movimentar recursos da CTU.

CTU – Orgão Gestor = Secretaria do Tesouro Nacional (STN – MF);

CTU – Disponibilidades = Depositadas no Banco Central do Brasil;

CTU – Movimentação das Disponibilidades = efetuada pelo Banco do Brasil, através

de ordem da STN (em casos especiais, outras instituições podem efetuar as

movimentações, além do Banco do Brasil).

Nos últimos anos, as Leis de Diretrizes Orçamentárias têm trazido dispositivos

acerca da operacionalização da CTU. Afirmam que toda a execução orçamentária e

financeira deve passar pelo SIAFI. Ou seja, a operacionalização da Conta Única

(arrecadação e pagamentos) deve ser feita integralmente dentro do SIAFI.

No que diz respeito aos documentos do SIAFI, os principais documentos

utilizados para a movimentação da conta única são:

ARRECADAÇÃO DA RECEITA

1) DARF

DARF significa Documento de Arrecadação de Receitas Federais. Por meio

desse documento se registra a arrecadação de tributos e demais

receitas diretamente na Conta Única do Tesouro Nacional, sem trânsito

pela rede bancária, ou seja, por meio de transferências de recursos intra-

SIAFI. Em outras palavras, o DARF é o documento que registra a arrecadação

de valores administrados pela Receita Federal. Caso haja retenção, o prazo

máximo de repasse dos recursos arrecadados pelos agentes à CTU é de um

dia (D+1). Caso esse prazo não seja cumprido, os agentes devem pagar

remuneração calculada através da taxa SELIC do dia.

2) GPS

GPS significa Guia da Previdência Social. Esse documento permite registrar o

recolhimento das contribuições para a Seguridade Social por meio

de transferências de recursos intra-SIAFI entre a UG recolhedora e a

Conta Única do Tesouro Nacional.

3) GRU

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A Guia de Recolhimento (ou Recebimento) é o documento utilizado para

registrar as entradas de receitas que não foram efetuadas através de DARF e

GPS. A arrecadação de recursos via GRU deve ser repassada dos bancos

arrecadadores para a CTU no prazo máximo de 2 (dois) dias.

PAGAMENTO DE DESPESAS

1) OB

A OB (Ordem Bancária) é o documento responsável por registrar as saídas de

recursos dos cofres públicos. Toda vez que um gestor necessitar efetuar um

pagamento ou qualquer outra transferência financeira (adiantamento, diárias,

suprimento de fundos, cota, repasse, sub-repasse etc), ele vai lançar mão de

uma OB. A emissão de OB sempre subtrairá uma parcela de recursos da

Conta Única do Tesouro Nacional.

Os Órgãos da Administração Direta, Autarquias, Fundações, Fundos Especiais

e Empresas Estatais Dependentes estão obrigados a depositar e movimentar seus

recursos exclusivamente por intermédio dos mecanismos da Conta Única do Tesouro

Nacional, sendo que toda essa movimentação financeira deve ser feita integralmente

no SIAFI.

Cuidado: As Empresas Estatais Independentes não estão obrigadas a manter

suas disponibilidades financeiras na CTU, nem movimentar seus recursos através do

SIAFI.

Outro detalhe muito importante: A partir de do ano de 1998, as disponibilidades

da previdência social também fazem parte do bolo de recursos movimentados através

da CTU. Ou seja, os recursos das contribuições previdenciárias e o pagamento dos

benefícios correspondentes saem à conta da CTU, operacionalizada integralmente

através do SIAFI.

Para facilitar a gestão da CTU no SIAFI, foram criadas três sub-contas da

mesma junto ao Banco Central: Sub-conta do Tesouro (registra toda a movimentação

financeiras das despesas financiadas pelo Orçamento Fiscal, parte do Orçamento da

Seguridade Social e movimentações extra-orçamentárias inerentes), Sub-conta da

Previdência (registra a movimentação financeiras das despesas financiadas pelo

Orçamento da Seguridade Social e movimentações extra-orçamentárias inerentes),

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Sub-conta da dívida pública (registra a movimentação financeiras das despesas

relativas ao principal e encargos da dívida pública).

Os recursos disponíveis na CTU podem ser aplicados no mercado financeiro

(através de aplicações financeiras e/ou aquisições de títulos de capital). Contudo, para

aplicar recursos do órgão, o gestor deve primeiro verificar se há autorização legal para

a prática da operação (LDO ou lei que autorize).

Vejamos, agora, algumas questões de concurso sobre o assunto:

(CESPE ANTAQ 2009) Com relação às receitas e despesas públicas, julgue os itens a

seguir.

1) O pagamento dos tributos devidos pelos contribuintes constitui o estágio do

recolhimento da receita. A arrecadação realiza-se com a transferência desses

recursos para a conta única de cada ente, em prazos definidos contratualmente, com

cada instituição.

(CESPE TRE MA 2009 – ADAPTADA) A conta única do Tesouro Nacional constitui

importante instrumento de controle das finanças públicas, uma vez que permite a

racionalização da administração dos recursos financeiros, reduzindo a pressão sobre o

caixa do Tesouro, além de agilizar os processos de transferência e descentralização

financeira e os pagamentos a terceiros. Acerca desse assunto, julgue os itens a

seguir:

2) A conta única é mantida no Banco do Brasil.

3) Em alguns casos, os recursos pagos ao governo federal por meio de documento de

arrecadação de receitas federais (DARF) na rede bancária não necessitam ser

imediatamente depositados na conta única.

4) As parcelas do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES) correspondentes às

contribuições para a previdência social devem ser excluídas da conta única.

5) Em nenhuma hipótese, recursos de fundos, autarquias e fundações públicas

federais podem ser aplicados no mercado financeiro.

(CESPE Ceará Portos 2004) Quanto à conta única do tesouro nacional, julgue o item

abaixo.

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6) A conta única do tesouro nacional é mantida pelo Banco Central do Brasil e tem por

finalidade acolher as disponibilidades financeiras da União, movimentáveis pelas

unidades gestoras da administração federal — direta e indireta — participantes do

SIAFI, na modalidade online. A movimentação de conta única é realizada com o

concurso do Banco do Brasil e, em casos especiais, com o apoio de outros agentes

financeiros credenciados pelo Ministério da Fazenda.

(CESPE MIN. INT. NACIONAL 2009) Com relação à conta única do Tesouro Nacional,

julgue os próximos itens.

7) Nos casos em que características operacionais específicas não permitam a

movimentação financeira pelo sistema de caixa único do Tesouro Nacional, os

recursos podem ser movimentados por qualquer instituição financeira autorizada a

operar no mercado brasileiro.

8) No caso de autarquias, fundações públicas e fundos autorizados a aplicar

disponibilidades no mercado financeiro, a remuneração correspondente às aplicações

realizadas integra o superavit financeiro das respectivas instituições, que deve ser

destinado à amortização da dívida pública federal, ainda que o recurso permaneça

aplicado ao final do exercício.

(CESPE ANA Analista Ciências Econômicas 2006) A conta única do Tesouro

Nacional, mantida pelo Banco Central do Brasil, acolhe as disponibilidades financeiras

da União, na modalidade online. A esse respeito, julgue os itens subseqüentes.

9) As diferentes modalidades de saídas de recursos, no âmbito dessa conta, incluem

ordens bancárias utilizadas para fins de pagamento por meio de crédito em conta-

corrente, para pagamentos diretamente ao credor, em espécie, excluindo-se, porém,

as saídas de recursos destinadas a aplicações financeiras, já que esse tipo de

transferência não pode ser realizado por meio de movimentação da conta única.

10) A operacionalização da conta única do Tesouro Nacional somente pode ser feita

por intermédio do Banco do Brasil.

11) Os recursos oriundos de receitas do INSS, que incluem as contribuições

previdenciárias e as parcelas sob a sistemática do SIMPLES, ingressam diretamente

na conta única do Tesouro Nacional sob a gestão do INSS.

(CESPE ANTAQ 2009) A respeito da conta única do Tesouro Nacional, julgue os itens

a seguir.

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12) A conciliação da conta única é a compatibilização de seus saldos no Banco

Central e no SIAFI. Essa conciliação é desnecessária, caso não existam pendências a

regularizar ou valores a identificar.

13) A conta única do Tesouro Nacional, mantida junto ao Banco do Brasil e

operacionalizada pelo do Banco Central, destina-se a acolher as disponibilidades

financeiras da União, à disposição das unidades gestoras.

(CESPE TCU 2007) Segundo o disposto no art. 1.o do Decreto n.o 93.872/1986 e no

art. 56 da Lei n.o 4.320/1964, a realização da receita e da despesa da União far-se-á

por via bancária, em estrita observância ao princípio de unidade de caixa, conhecido

como conta única. Acerca do funcionamento da conta única, julgue o item que se

segue

14) O controle dos saldos e a transferência de recursos entre as unidades gestoras

são feitos pelo Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI).

(CESPE CONSULTOR SENADO 2002) O SIAFI foi implantado pelo governo federal

com o objetivo de promover a modernização e a integração dos sistemas de

programação financeira, de execução orçamentária e de contabilidade nos seus

órgãos e entidades públicas. No SIAFI, diferentemente da contabilidade comercial, que

procede os registros desses documentos em livros próprios, a contabilidade pública

registra a entrada de dados necessários à execução orçamentária, financeira e

contábil por meio de documentos constantes no próprio sistema, cuja instrução de

preenchimento está contida na transação correspondente. Com base nesse contexto,

julgue os itens abaixo.

15) A guia de recebimento (GR) destina-se a registrar a arrecadação dos tributos e

outras receitas efetivadas pelos órgãos e entidades, por meio de transferências de

recursos intra-SIAFI entre a unidade gestora recolhedora e a conta única do Tesouro

Nacional

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6.2 – SUPRIMENTO DE FUNDOS

A lei 4.320/64 assim dispõe sobre o regime de adiantamento (ou suprimento de

fundos):

Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou

pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários

credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento.

Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas

expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a

servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim

de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo

normal de aplicação.

Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a

responsável por dois adiantamentos

A complementação da normatização acerca da utilização do suprimento de

fundos consta no Decreto 93.872/86:

Art . 45. Excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob

sua inteira responsabilidade, poderá ser concedido suprimento de

fundos a servidor, sempre precedido do empenho na dotação própria

às despesas a realizar, e que não possam subordinar-se ao processo

normal de aplicação, nos seguintes casos (Lei nº 4.320/64, art. 68 e

Decreto-lei nº 200/67, § 3º do art. 74):

I - para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com

serviços especiais, que exijam pronto pagamento (a redação anterior

possuía a expressão em espécie);

Il - quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se

classificar em regulamento;

III - para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas

aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido

em Portaria do Ministro da Fazenda.

§ 1º O suprimento de fundos será contabilizado e incluído nas contas

do ordenador como despesa realizada; as restituições, por falta de

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aplicação, parcial ou total, ou aplicação indevida, constituirão

anulação de despesa, ou receita orçamentária, se recolhidas após o

encerramento do exercício.

§ 2º O servidor que receber suprimento de fundos, na forma deste

artigo, é obrigado a prestar contas de sua aplicação, procedendo-se,

automaticamente, à tomada de contas se não o fizer no prazo

assinalado pelo ordenador da despesa, sem prejuízo das

providências administrativas para a apuração das responsabilidades

e imposição, das penalidades cabíveis

§ 3º Não se concederá suprimento de fundos:

a) a responsável por dois suprimentos;

b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do

material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro

servidor;

c) a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo,

não tenha prestado contas de sua aplicação; e

d) a servidor declarado em alcance.

§ 5o As despesas com suprimento de fundos serão efetivadas por

meio do Cartão de Pagamento do Governo Federal - CPGF

Vejamos algumas questões de concurso:

(CESPE Analista Jr. DF 2004) Para cumprir os programas autorizados no orçamento,

a administração pública capta suas receitas, realiza diversos tipos de despesas e

movimentações financeiras. Acerca dessas atividades da administração pública, julgue

os seguintes itens.

16) Não deve ser concedido suprimento de fundos a servidor que utilizará o material a

ser adquirido com esses recursos, salvo se não houver na repartição interessada outro

servidor.

(CESPE Ceará Portos 2004) No que se refere a suprimento de fundos, julgue o item

abaixo.

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17) Suprimento de fundos é a modalidade de realização de despesas por meio de

adiantamento concedido a um servidor pelo ordenador de despesas, para prestação

de contas posterior. O suprimento de fundos pode atender a qualquer tipo de despesa,

de pequeno ou de grande porte, e a entrega do numerário é feita por meio de ordem

bancária, ficando a emissão do empenho para o momento em que for feita a prestação

de contas.

(CESPE TRE RS 2003) A administração financeira e orçamentária brasileira é regida

por uma série de normas legais e infralegais, embasadas a partir da própria

Constituição da República, que criam uma série de institutos e estabelecem conceitos

e procedimentos. A respeito desse tema, julgue os itens a seguir.

18) É permitida a concessão de suprimento de fundos a servidor que seja responsável

por dois suprimentos.

19) O suprimento de fundos constitui modalidade simplificada de execução de

despesa, consistindo na entrega de numerário a servidor para a realização de despesa

que anteceda ao empenho na dotação própria, que, por sua natureza ou urgência, não

possa subordinar-se ao processo normal da execução orçamentária e financeira.

(CESPE TCU 2007) A administração pública prevê, em determinadas situações, a

utilização de uma sistemática especial, denominada suprimento de fundos, para

realizar despesas que, por sua natureza ou urgência, não possam aguardar o

processo normal da execução orçamentária. Quanto à concessão do suprimento de

fundos,julgue o item seguinte.

20) É permitida a concessão de suprimento de fundos a servidor que seja declarado

em alcance ou esteja respondendo a processo administrativo, desde que o objeto do

inquérito não esteja relacionado à concessão de suprimentos de fundos anteriores.

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6.3 – DESPESA DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

A lei 4.320/64 assim dispõe sobre o regime DEA:

Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o

orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo

suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época

própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e

os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício

correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica

consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida,

sempre que possível, a ordem cronológica.

O Decreto 93.872/86 acrescenta os seguintes pontos:

Art . 22. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o

orçamento respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente

para atendê-las, que não se tenham processado na época própria,

bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida, e os

compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício

correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destinada a

atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria

econômica própria (Lei nº 4.320/64, art. 37).

§ 1º O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata

este artigo, cabe à autoridade competente para empenhar a

despesa.

§ 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se:

a) despesas que não se tenham processado na época própria,

aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e

anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que,

dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua

obrigação;

b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja

inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda

vigente o direito do credor;

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c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a

obrigação de pagamento criada em virtude de lei, mas somente

reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do

exercício correspondente.

Vejamos mais algumas questões de concurso a respeito:

(CESPE ANTAQ 2009) Com relação às receitas e despesas públicas, julgue os itens a

seguir.

21) Suponha que, na execução de um contrato, firmado nos últimos quatro meses do

exercício, tenha havido divergência na aplicação de suas cláusulas entre a

administração e a empresa contratada. O empenho correspondente foi cancelado,

revertendo-se o crédito à respectiva dotação, cujo saldo foi baixado ao final do

exercício. Nesse caso, esclarecida a situação, no exercício seguinte, e reconhecido o

direito do credor, a administração deverá quitar a obrigação à conta de despesas de

exercícios anteriores.

(CESPE ANAC 2009) Acerca dos procedimentos contábeis específicos da

administração pública, julgue os próximos itens.

22) O cancelamento de restos a pagar corresponde ao recebimento de recursos

provenientes de despesas pagas em exercícios anteriores, os quais devem ser

reconhecidos como receita orçamentária.

(CESPE MIN. INT. NAC. 2009) A despesa pública envolve uma série de aspectos

jurídicos, técnicos, financeiros e orçamentários. Acerca desse assunto, julgue os itens

23) No caso de restos a pagar referentes a despesas empenhadas por estimativa, se o

valor real a ser pago for superior ao valor inscrito, a diferença deverá ser empenhada à

conta de despesas de exercícios anteriores.

24) Se o empenho de uma despesa for considerado insubsistente e anulado no

encerramento do exercício, mas, em momento posterior, o credor cumprir com sua

obrigação, o pagamento será obrigatório e deverá correr à conta de despesas de

exercícios anteriores.

25) Tendo em vista o agrupamento de diversos itens registrados como despesas de

exercícios anteriores, não é possível manter, nesse caso, os registros de cada

despesa segundo a categoria econômica original.

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GABARITOS

1) E 2) E 3) C 4) E 5) E 6) C 7) E 8) E 9) E 10) E 11) C

12) E 13) E 14) C 15) E 16) C 17) E 18) E 19) E 20) E 21) C 22) E

23) C 24) C 25) E

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QUESTÕES DO AULÃO DE AFO

QUESTÕES DE CONCURSOS CESPE

I – ANATEL – ANALISTA ADMINISTRATIVO (2009)

Com relação à contabilidade pública e à matéria orçamentária, julgue os itens a seguir.

01 (Questão 71) As transações no setor público são classificadas como de natureza

econômico-financeira quando se originam de fatos que afetam o patrimônio público,

em decorrência ou não da execução do orçamento, podendo provocar alterações

qualitativas ou quantitativas, efetivas ou potenciais.

02 (Questão 72) A inclusão do serviço da dívida no orçamento público, na década de

80 do século passado, é compatível com vários princípios orçamentários, entre os

quais, pelo menos, a universalidade, o equilíbrio e a clareza.

03 (Questão 73) Uma das condições estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias

em vigor para a transferência de recursos a título de subvenções econômicas para

entidades privadas, que exerçam atividades esporádicas em áreas sociais, é que

prestem serviços a preços subsidiados e estejam registradas no Conselho Nacional de

Assistência Social.

A respeito da receita e da despesa públicas, julgue os itens seguintes.

04) (Questão 75) As receitas intraorçamentárias se contrapõem às despesas

intraorçamentárias e se referem a operações entre órgãos e entidades integrantes dos

orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental.

05) (Questão 76) O lançamento, caracterizado como um dos estágios da receita

pública, não se aplica a todos os tipos de receita. São tipicamente objetos de

lançamento os impostos indiretos e, em particular, os que decorrem de substituição

tributária.

06) (Questão 77) Supondo que determinada despesa estivesse inscrita em restos a

pagar, com posterior cancelamento, por não se ter habilitado o credor no momento

oportuno, e que, mais adiante, esse pagamento, para o qual já fora aprovada dotação

no exercício correspondente, seja reclamado, o respectivo pagamento deverá ser feito

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mediante reinscrição do compromisso, sem necessidade de nova autorização

orçamentária.

07) (Questão 78) As despesas extraorçamentárias se caracterizam por

desincorporação de passivo ou apropriação de ativo. É o caso da quitação das

operações de crédito por antecipação de receita, efetuadas em razão de dificuldades

momentâneas de caixa.

A respeito dos registros contábeis na administração federal e das tomadas e

prestações de contas, julgue os itens seguintes.

08) (Questão 80) Os registros contábeis produzidos pelo Sistema Integrado de

Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) são efetuados

automaticamente, de acordo com a tabela de eventos, correspondentes aos atos e

fatos administrativos, cuja entrada dos respectivos dados no sistema é de

responsabilidade das unidades gestoras.

II – ANAC – ANALISTA ADMINISTRATIVO (2009)

Julgue os itens subsequentes, referentes à receita pública e a suas características.

09) (Questão 69) A receita orçamentária não efetiva, que constitui fato contábil

permutativo, altera a situação líquida patrimonial no momento do seu reconhecimento.

Nesse caso, além da receita orçamentária, registra-se, concomitantemente, conta de

variação passiva para reforçar o efeito dessa receita sobre o patrimônio líquido da

entidade.

10) (Questão 70) A receita orçamentária efetiva, no momento do seu reconhecimento,

constitui fato contábil modificativo aumentativo, aumentando a situação líquida

patrimonial da entidade.

11) (Questão 71) Em algumas transações realizadas no âmbito da União, dada a

necessidade de autorização legislativa para sua efetivação, há o registro da receita

orçamentária mesmo não havendo ingressos efetivos. Transações como aquisições

financiadas de bens e arrendamento mercantil-financeiro, por serem consideradas

operação de crédito, são registradas como receita orçamentária e despesa

orçamentária.

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No que se refere à destinação de recursos na contabilidade pública e a suas

peculiaridades, julgue os itens a seguir.

12) (Questão 73) A criação de vinculações para as receitas deve ser pautada em

mandamentos legais que regulamentam a aplicação de recursos, seja para funções

essenciais, seja para entes, órgãos, entidades e fundos. Outro tipo de vinculação

deriva de convênios e contratos de empréstimos e financiamentos, cujos recursos são

obtidos com finalidade específica.

13) (Questão 74) A destinação ordinária de recursos consiste no processo de

alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer

finalidades.

Acerca da despesa pública, de suas características e reflexos no orçamento público,

julgue os itens subsequentes.

14) (Questão 83) A reserva de contingência, que compreende o volume de recursos

destinados ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos, bem como

eventos fiscais imprevistos, poderá ser utilizada para abertura de créditos adicionais,

desde que definida na lei de diretrizes orçamentárias.

No que se refere ao mecanismo de utilização da fonte de recursos, à elaboração e

execução do orçamento e a suas características, julgue os seguintes itens.

15) (Questão 85) Ao se fixar a despesa orçamentária, deve-se incluir na sua

classificação a fonte de recursos que irá financiá-la, juntamente com a natureza da

despesa orçamentária, a função, a subfunção e o programa, bem como outras

classificações necessárias para estabelecer uma interligação entre determinado gasto

e o recurso que irá financiá-lo. Por conseguinte, o controle das disponibilidades

financeiras por fonte de recursos deve ser feito desde a elaboração do orçamento até

a sua execução, incluindo-se o ingresso, o comprometimento e a saída dos recursos

orçamentários.

16) (Questão 86) Ao se realizar a execução orçamentária da despesa, deve haver, no

momento da liquidação, a baixa do crédito disponível de acordo com sua a destinação.

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III – AGENTE PF (2004)

Considerando as características, os princípios, as técnicas e as normas próprias da

administração financeira e orçamentária do setor público federal brasileiro, julgue os itens

subseqüentes.

17) (Questão 98) A elaboração e a execução orçamentárias são processadas em um mesmo

sistema informatizado, o que garante celeridade e uniformidade.

18) (Questão 99) O princípio da não-vinculação das receitas de impostos pode aceitar novas

exceções desde que haja alteração no texto constitucional.

19) (Questão 100) A liquidação da despesa ocorre no momento em que o credor recebe o

valor que lhe é devido pelo setor público.

IV – ANALISTA SERPRO (2008)

Julgue os itens que se seguem quanto às disposições do Decreto n.º 93.872/1986

relativas à execução da despesa pública.

20) (Questão 103) Em caso de urgência caracterizada na legislação em vigor, é

permitida a realização de despesa sem prévio empenho.

21) (Questão 104) As despesas relativas a contratos ou convênios de vigência

plurianual serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte a ser executada

no referido exercício.

O SIAFI é o principal instrumento utilizado para registro, acompanhamento e controle

da execução orçamentária, financeira e patrimonial do governo federal. Com relação

aos objetivos do SIAFI, julgue os itens subseqüentes.

22) (Questão 105) Cabe ao SIAFI integrar e compatibilizar as informações no âmbito

dos governos federal, estadual e municipal.

23) (Questão 106) É objetivo do SIAFI padronizar métodos e rotinas de trabalho

relativas à gestão dos recursos públicos, permanecendo essa atividade, no entanto,

sob o total controle do ordenador de despesa de cada unidade gestora.

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A lei orçamentária anual (LOA), a lei das diretrizes orçamentárias (LDO) e o plano

plurianual (PPA) são instrumentos de planejamento da ação governamental. Com

relação às características desses instrumentos, julgue os itens a seguir.

24) (Questão 109) As emendas ao projeto de LDO não poderão ser aprovadas

quando forem incompatíveis com o PPA.

25) (Questão 110) É vedado o início de programas ou projetos não incluídos na LOA.

26) (Questão 111) Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício

financeiro poderá ser iniciado sem a prévia inclusão no PPA ou lei que autorize a

inclusão.

V – ANALISTA DFTRANS DF (2009)

A Constituição Federal de 1988 atribuiu ao Poder Executivo a responsabilidade pelo

Sistema de Planejamento e Orçamento, que tem a iniciativa dos projetos de Lei do

Plano Plurianual (PPA), da Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei

Orçamentária Anual (LOA). No que concerne às características desses instrumentos,

julgue os próximos itens.

27) (Questão 77) Integra o PPA o Anexo de Riscos Fiscais, em que são avaliados os

riscos capazes de afetar as contas públicas.

28) (Questão 78) Cabe à LDO dispor sobre os critérios e as formas de limitação de

empenho.

29) (Questão 79) É vedado consignar, na LOA, crédito com finalidade imprecisa ou

com dotação ilimitada.

Os créditos extraordinários são destinados a despesas urgentes e imprevistas. Quanto

aos requisitos para sua abertura e vigência, julgue os itens a seguir.

30) (Questão 80) A abertura de créditos extraordinários depende da existência de

recursos e deve ser precedida de justificativa.

31) (Questão 81) Se a autorização para a abertura dos créditos extraordinários for

promulgada nos quatro últimos meses do exercício, esses créditos poderão ser

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reabertos nos limites dos seus saldos, sendo incorporados ao orçamento do exercício

financeiro subseqüente.

Em relação ao Sistema Integrado de Dados Orçamentários (SIDOR), julgue o item

abaixo.

32) (Questão 82) Cabe à Secretaria do Tesouro Nacional definir a forma de acesso de

cada unidade gestora ao SIDOR, bem como solicitar a alteração dessa forma de

acesso, de acordo com a necessidade do órgão solicitante.

Despesa pública é o conjunto de gastos realizados por determinada entidade

governamental para se garantir o funcionamento dos serviços públicos. No que

concerne aos procedimentos aplicáveis às despesas públicas, julgue os itens

subseqüentes.

33) (Questão 85) Em casos especiais, previstos na legislação específica, a emissão

da nota de empenho pode ser dispensada.

34) (Questão 86) Após o cancelamento da inscrição da despesa de exercícios

anteriores, o pagamento que vier a ser reclamado poderá ser atendido à conta de

restos a pagar.

35) (Questão 87) O suprimento de fundos, após ser contabilizado, deve ser incluído

nas contas do ordenador como despesa realizada.

RESPOSTAS:

1) C 2) C 3)E 4) C 5) E 6) E 7)C 8)C 9)E 10)C

11)C 12)C 13)C 14)C 15)C 16)E 17)E 18)C 19)E 20) E

21)C 22)E 23)C 24)C 25)C 26)C 27)E 28)C 29)C 30)E

31)C 32)E 33)C 34)E 35)C