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Curso de Bacharel em Jornalismo Conectados: movimentos sociais em foco Fabiana Teixeira Gonçalves Litran Kelly Cristina da Costa Lucenita da Hora Silva Orientadora: Ana Maria Fleury Seidl e Pinheiro Brasília 2014

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Curso de Bacharel em Jornalismo

Conectados: movimentos sociais em foco

Fabiana Teixeira Gonçalves Litran

Kelly Cristina da Costa

Lucenita da Hora Silva

Orientadora: Ana Maria Fleury Seidl e Pinheiro

Brasília

2014

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Curso de Bacharel em Comunicação Social – Jornalismo

Conectados: movimentos sociais em foco

Fabiana Teixeira Gonçalves Litran

Kelly Cristina da Costa

Lucenita da Hora Silva

Relatório técnico da revista Conectados:

movimentos sociais em foco apresentado ao

curso de Comunicação Social – Jornalismo

como requisito para obtenção do título de

bacharel, sob orientação da professora Ana

Seidl.

Brasília

2014

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Conectados: movimentos sociais em foco

Resumo

Os movimentos sociais representam a busca de uma ação coletiva em

prol de mudanças na sociedade. Por meio destas mobilizações, procuram

disseminar ideias e valores, bem como, diminuir preconceitos e discriminações que

prejudicam a relação social. Além de lutar por melhores condições de vida, os

movimentos sociais têm ganhado evidência na mídia. A revista Conectados visa

mostrar os movimentos organizados e os conjunturais, que são os que duram alguns

dias e desaparecem para, depois, surgir em outro momento, com novas formas de

expressão. Contudo é preciso analisar cada tipo de movimento para entender as

ideias que os motivam e sustentam as suas ações. Outro ponto que o trabalho

evidenciou são as mídias sociais que hoje têm um papel muito importante nas

mobilizações. Conclui-se que a revista tem um papel primordial na divulgação dos

movimentos sociais, e que através dos meios de comunicação as mobilizações

ganham força.

Palavras chave: movimentos sociais; mídias sociais; manifestações,

revista.

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Abstract

Social movements represent the search for collective ation pro chances in

society. Through these mobilizations, these movements aim to disseminate ideas

and values, as well as, reduce prejudice and discriminations that affect social

relationships. In addition to fight for better living conditions, social movements have

gained evidence in the media. The magazine “Conectados” aims to show organized

movements and cyclical, wich are these that last a few days, and then disapper to

come at another time, with new forms of expression. Homever, it is necessary to

analyse each type of movement to understand the ideas that motivate and sustain

their actions. Another point that the study has shown are the social media, that today

has a very important role in the demonstrations. It is concluded that the magazine

has a key role in the dissemination of social movements, and through the media,

mobilizations gain strength.

Keywords: social movements; social media; manifestations, magazine.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por tudo de bom que ele faz em minha

vida, por me ajudar a passar por cima de todos os obstáculos. À meu pai (avô)

Pablo, pelo apoio e porque se não fosse ele eu não estaria terminando o meu curso,

à minha mãe Fabíola, que sempre me incentivou a lutar e acreditar nos meus

sonhos, à meu marido João e minha filha Maria Clara pela paciência, carinho e

apoio nos momentos mais difíceis durante o curso e por saberem esperar eu

terminar meu trabalho para terem minha atenção. Às minhas companheiras de grupo

Kelly e Lucenita, pelo excelente trabalho que foi feito com muito carinho e

dedicação. Um projeto que nunca esquecerei. Foi muito bom estudar com vocês. E

claro, a minha querida orientadora, pela sua dedicação e ajuda, Ana Seidl você é

uma ótima pessoa e uma grande amiga também. Obrigada por tudo.

Fabiana Teixeira

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Gostaria de agradecer primeiro à Deus por ter me guiado a escolher o curso

de jornalismo. Também por ter me dado saúde física, mental e psicológica durante o

curso, para eu trabalhar e custear os meus estudos. Agradeço também a todos os

professores que contribuíram para o meu aprendizado, durante todo o curso, em

especial a alguns professores pelo carinho e paciência que tiveram comigo.

Agradeço às colegas de grupo, Kelly Cristina e Fabiana Teixeira, pelo convite para

integrar o grupo deste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): Meninas vocês são

demais!

E tem mais agradecimentos. Quero agradecer a minha mãe, Ana da Hora

Silva, palas palavras de conforto nas horas difíceis, à minha sobrinha Fábiula Bianca

Silva de Castro, pelas palavras de conforto que me fez durante o tempo que esteve

comigo. Quero agradecer em especial, à professora Ana Seidl, minha orientadora de

TCC, que esteve presente no meu aprendizado durante todo o curso. Mestra você,

contribui muito para o meu conhecimento. E por último, parabenizo todos os colegas

de turma que conseguiram alcançar a etapa final.

E por fim, está conquista não é só minha, é de todos nós que

conseguimos subir um degrau da vida.

Lucenita da Hora Silva

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Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pela oportunidade de cursar

esta graduação e por ter me dado forças para chegar até aqui. Não somente nestes

anos como universitária, mas em todos os momentos da minha vida. À minha família

por sempre ter me apoiado e em especial à minha mãe pelo incentivo nas horas

difíceis de desânimo e cansaço. Ao meu pai, pelos conselhos e direcionamento na

hora das decisões que foi preciso ser tomadas nessa caminhada. Ao meu irmão,

João Vítor, pelo companheirismo e carinho.

Agradeço aos meus avós, tios e primos que torcem e vibram com o meu

sucesso. Além disso, agradeço o incentivo, correções e a paciência da professora e

também orientadora Ana Seidl, por cada ensinamento que foi de grande importância

na minha formação.

A todos os professores que estiveram presentes nessa caminhada,

contribuindo e enriquecendo os meus conhecimentos.

Por último e não menos importante, gostaria de agradecer aos meus

colegas de turma pela amizade que construímos no decorrer do curso e

principalmente a Fabiana e Lucenita, que compartilharam a ideia deste projeto

comigo.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о

mеυ muito obrigada.

Kelly Cristina

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................09

1.1objetivos da pesquisa.....................................................................................10

1.2 objetivos Gerais.............................................................................................10

1.3 objetivos Específicos......................................................................................10

2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................ ................11

2.1 A história da revista no mundo.................................................................... 11

2.2 A história da revista no Brasil...................................................................... 13

2.3 Movimentos Sociais.......................................................................................15

2.4Uma breve história..........................................................................................15

2.5Neoliberalismo no Brasil e suas implicações para os movimentos...............17

2.6 As manifestações...........................................................................................19

4 CONTRA AGENDAMENTO: O TERCEIRO SETOR PAUTANDO A MÍDIA..23

4.1Teoria do agenda setting: origem e desenvolvimento.....................................23

4.2 Contra-agendamento:o terceiro setor pautando a mídia................................26

5 UMA BREVE HISTÓRIA SOBRE A ORIGEM DA INTERNET........................28

5.1A chegada da internet ao brasil...........................................................30

5.2 A criação do Word Wide Web .......................................................................31

5.3 A origem das redes sociais............................................................................33

5.4Ciberespaço e ciberativsmo...........................................................................36

5.5Sites e blogs: onde a história se registra.......................................................38

6 METODOLOGIA...............................................................................................38

7 MEMORIAL DESCRITIVO DA REVISTA......................................................39

7.1 Marca.............................................................................................................39

7.2 tema...............................................................................................................39

7.3 público alvo....................................................................................................39

7.4 projeto gráfico............................................................................................. 40

7.5 editorias..........................................................................................................42

8 CRONOGRAMA...............................................................................................43

9 CONCLUSÃO...................................................................................................44

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................46

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1- INTRODUÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) aqui apresentado é uma

revista voltada para os movimentos sociais e suas manifestações. Conectados visa

produzir informações sobre os diferentes tipos de Movimentos Sociais. Os assuntos

abordados procuram ser de interesse da comunidade e dos cidadãos que almejam

conhecer mais sobre os movimentos sociais e o que eles representam.

O tema é de relevância na atualidade, diante de um cenário no qual os

brasileiros dizem ter acordado para lutar em prol dos seus direitos. Com este

trabalho queremos aprofundar no tema, buscar pontos de vista distintos e revelar

pontos importantes a respeito das sequências de manifestações que ocorreram até

o momento. Para especialistas esta é a hora ideal de pressionar o governo.

A pesquisa bibliográfica foi baseada em livros, periódicos e sites. Foram

realizadas entrevistas com representantes dos movimentos sociais, cientistas

políticos, historiadores, ativistas e representantes de órgãos públicos.

No decorrer da elaboração da revista foram realizadas muitas entrevistas

por meio de e-mail, telefone e outras pessoalmente com pessoas que entendem do

assunto e que fazem parte de algum movimento social.

Outro ponto apresentado diz respeito às manifestações ocorridas em

junho de 2013 no Brasil. Nestes protestos conhecemos uma nova configuração de

movimento social no qual não tinham uma liderança específica, surgiram de uma

pauta e de repente reuniram várias pautas e também uma nova forma de

transmissão das notícias através das mídias alternativas, em tempo real e sem corte.

Tarifas dos transportes foram o estopim para os protestos no Brasil. O

aumento de R$0,20 centavos foi o ápice para que milhões de pessoas fossem às

ruas reclamar das condições de vida no país. Não foram apenas R$ 0,20, as

manifestações populares que explodiram no Brasil no ano passado, sobretudo no

período em que o país recebeu a Copa das Confederações, anunciaram um cenário

complicado para a Copa do Mundo deste ano.

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A população questiona os investimentos em áreas públicas, como na

saúde, educação, segurança, melhoria na qualidade de vida e os escândalos de

corrupção. Outra indagação é em relação às redes sociais, local onde as

manifestações foram marcadas e levaram milhares de pessoas às ruas.

Com a desigualdade social, a população de baixa renda, os grupos

étnicos, feministas, ambientais, entre outros, sentem maior necessidade de lutar

pela sobrevivência e pelas necessidades humanas básicas. Essa realidade leva

essa parcela da população a se mobilizar através dos movimentos sociais de caráter

reivindicatórios em diversos setores.

Por fim, esse trabalho foi movido por uma curiosidade pessoal de

descobrir o que ocorreu no ano passado nas manifestações. E explicar a origem dos

movimentos sociais e suas implicações na sociedade.

1.2 OBJETIVOS

1.3 OBJETIVO GERAL:

Produzir a revista Conectados sobre os movimentos sociais no Brasil e

suas manifestações.

1.4 OBJETIVO ESPECÍFICO

Abordar desde o que são os movimentos sociais até aspectos mais

intrigantes sobre o tema.

Retratar as causas das manifestações e a indignação do povo

brasileiro com os gastos para a Copa do Mundo.

Mostrar que todas as manifestações ocorridas até agora tiveram um

grande impacto para a sociedade, política e mídia.

Entender como e porque os movimentos, que começam nas redes

sociais, conseguem movimentar tantas pessoas em todo país, sem uma liderança

definida.

Identificar porque a mídia foi tão reprimida nos protestos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A HISTÓRIA DA REVISTA NO MUNDO

Segundo Scalzo (2004), a revista é a mistura de jornalismo e entretenimento:

um produto, negócio, marca, objeto e conjunto de serviços. Além de ser um encontro

entre o editor e o leitor que juntos criam uma história, a revista ajuda a unir grupos e

a construir identidades.

A primeira revista surgiu na Alemanha, em 1663, e chamava-se

Erbauliche Monaths-Unterredungen (Edificantes Discussões Mensais). Criada por

um teólogo e poeta chamado Johann Rist, da cidade de Hamburgo, na Alemanha,

essa foi à primeira revista de que se tem notícia. Tinha o formato de um livro e só foi

considerada revista porque trazia vários artigos sobre o mesmo assunto, sendo o

principal tema Teologia e a publicação era voltada para um público específico. Essa

revista foi publicada até 1668.

A novidade alemã chamou tanto a atenção que não demorou muito para

que outras publicações semelhantes surgissem pelo mundo. Em 1665, foi lançado

na França o Journal des Savants. Três anos depois, nasce na Itália, o Giornali dei

Litteratia. Já em 1680, aparece o Mercurius Librarius ou Faithfull Account of all Book

and Pamphlets.

Todas essas publicações, mesmo não utilizando o termo

“revista” no nome (isso só aconteceria em 1704, na

Inglaterra) e parecendo-se demais com os livros, deixam

clara a missão do novo tipo de publicação que surgia:

destinar-se a públicos específicos e aprofundar os

assuntos – mais que os jornais, menos que os livros

(SCALZO, 2004, p.19).

E como a ideia deu certo, logo a novidade da revista monotemática

(tratando de um único assunto por título) foi copiada. Em 1665, surgiu na França o

“Jornal dos Sábios”, sobre ciências, e a inglesa “Transações Filosóficas”. Em 1668,

apareceu na Itália o “Jornal dos Literatos”. A revista Le Mercure ou Le Mercure

Galant, contendo notícias curtas, anedotas e poesia – características tão eficazes

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que logo foi copiada, sendo publicada em 1672-1724 na França (com uma

interrupção em 1674-1677) sob o título Mercure Galant. Nouveau (1677-1724). O

título foi mudado para Mercure de France em 1724.

Inspirada em lojas que vendiam um pouco de tudo, em 1731, em Londres,

é lançada a primeira revista mais parecida com as que conhecemos nos dias de

hoje, The Gentleman’s Magazine, ela reunia vários assuntos e os apresentava de

forma leve e agradável. Na sequência, em 1749, surge a Ladies Magazine, que

lança mão da mesma receita para o público feminino. O termo Magazine, desde

então, passou a servir para designar revistas em inglês e em francês.

Os primeiros exemplares nos Estados Unidos surgiram em 1741, como o

American Magazine e General Magazine. Na medida em que o país se desenvolve,

as revistas começam a ganhar os EUA. De acordo com o crescimento do país, o

analfabetismo começa a diminuir, aumentando o interesse por novas ideias e a

necessidade de divulgá-las. Novos títulos começam a surgir e a se multiplicar, dando

início a um dos maiores mercados de revistas do mundo, com cerca de 6 bilhões de

exemplares por ano.

Com o aumento dos índices de escolarização, havia uma

população alfabetizada que queria ler e se instruir, mas

não se interessava pela profundidade dos livros, ainda

vistos como instrumentos da elite e pouco acessíveis.

(SCALZO, 2004, p.20).

Um fator determinante para o aumento das tiragens foi o avanço técnico

das gráficas, tornando os conteúdos das publicações mais atraentes. Com a ajuda

de ilustrações, também aumentou as tiragens. Uma única publicação tinha cada vez

mais exemplares, o que se tornou atrativo para os anunciantes interessados em

divulgar os seus produtos. Segundo Scalzo (2004), os anúncios passaram a

financiar os custos de produção das revistas, o que consequentemente reduziu o

custo de sua produção. Começa a nascer, então, o negócio das revistas como

conhecemos atualmente.

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2.2 A HISTÓRIA DA REVISTA NO BRASIL

As revistas chegaram ao Brasil no começo do século XIX, junto com a

corte portuguesa. De acordo com Scalzo (2004) a primeira revista chegou em 1812,

em Salvador, na Bahia. O veículo “As Variedades ou Ensaios de Literatura” propõe-

se a publicar discursos sobre costumes e virtudes morais e sociais. Como todas as

outras de sua época, Variedades também tinham cara e jeito de livro.

Em 1813, surge a revista O Patriota, no Rio de Janeiro. Contando com

colaboradores de elite, a revista propunha-se a divulgar autores e temas da terra.

Lançada em 1822, a revista Anais Fluminenses de Ciências, Artes e Literatura

mostra sinais de recém- independentes refletidas na pauta que abarcava vários

campos do conhecimento humano.

Em 1827, acontece a primeira segmentação por tema.

Dedicada aos novos médicos que começam a atuar no

país, surge O Propagador das Ciências Médicas, órgão

da Academia de Medicina do Rio de Janeiro,

considerada a primeira revista brasileira especializada.

Neste mesmo ano aparece também a pioneira entre as

revistas femininas nacionais: Espelho Diamantino –

Periódico de Política, Literatura, Belas Artes, Teatro e

Modas dedicados às Senhoras Brasileiras, que trazia

textos leves e didáticos sobre política nacional e

internacional, trechos de romances estrangeiros, críticas

de literatura, música, belas-artes, teatro e notícias sobre

moda, além de crônicas e anedotas (SCALZO, 2004,

p.28).

Começa a era das revistas de variedades. Em 1849 é lançada A

Marmota na Corte. Com textos curtos e de humor, as revistas abusam das

ilustrações. As caricaturas viram febre nas revistas brasileiras, como Semana

Ilustrada, de Henrique Fleuiss, e Revista Ilustrada, de Ângelo Agostini. Um jeito

divertido de dar notícias e fazer críticas sociais e políticas.

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Ao mesmo tempo, com o avanço dos processos de impressão, as

fotografias também ganharam espaço nas revistas. Em 1900, a Revista da Semana

é pioneira na utilização sistemática de fotos.

Entre o final do século XIX e o início do XX, surge num novo tipo de

revista voltada para o público masculino, Galantes que fala sobre notas políticas e

sociais, piadas e contos picantes, caricaturas, desenhos e fotos eróticos. A primeira

revista foi em 1898, O Rio Nu, mas o auge vem em 1922, com o lançamento de A

Maçã, que se propõe a “dizer com graça, com arte, com literatura, o que se

costumava dizer por toda parte sem literatura, sem arte e muitas vezes sem graça”.

Em 1928 nasce um fenômeno, a revista O Cruzeiro, criada pelo jornalista

e empresário Assis Chateaubriand, com uma nova linguagem na imprensa nacional,

através da publicação de grandes reportagens e dando ênfase no fotojornalismo.

Vinte anos depois surgem a Manchete, da Editora Bloch. A revista valoriza mais os

aspectos gráficos e fotográficos.

Apesar do sucesso que teve, O Cruzeiro incapaz de se renovar não

conseguiu se manter no mercado. A revista parou de ser publicada na década de

1960. Já a Manchete sobrevive até o começo da década de 1990.

Em 1928, nasce o que viria a ser um dos maiores fenômenos editoriais brasileiros: a revista O Cruzeiro. Criada pelo jornalista e empresário Assis Chateubriand, a publicação estabelece uma nova linguagem na imprensa nacional, através da publicação de grandes reportagens e dando uma atenção especial ao fotojornalismo. Na década de 1950, chega a vender cerca de 700 mil exemplares por semana. (SCALZO, 2004, p.30)

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2.3 Movimentos Sociais:

2.4 UMA BREVE HISTÓRIA

Segundo Tomazi (2007), Os movimentos sociais são ações coletivas com

o intuito de manter ou mudar uma determinada situação. Eles podem ser

movimentos locais, regionais, nacionais e internacionais.

Historicamente a ideia de luta por direitos começa num período entre os

anos de 1650 e 1700. Essa ideologia influenciou a Revolução Francesa de 1789 ao

perceber que seria favorável a tomada do poder na França e a partir daí usam o

slogan que ficaria para a história, liberdade, igualdade e fraternidade.

O século XVIII ficou conhecido como o século das revoluções não apenas

pelos movimentos da França, mas pela onda de revoltas que se espalharam pelo

mundo. É uma época de revoluções não apenas no campo social, mas também

econômico, de uma dupla revolução que mudaria os séculos futuros.

A revolução francesa foi o acontecimento político e social mais

significativo da história contemporânea que ocorreu a partir de 1789.

A grande revolução de 1789 -1848 foi o triunfo não da

“indústria” como tal, mas da classe média ou da

sociedade “burguesa” liberal; não da “economia

moderna” ou do “estado moderno”, mas das economias

e Estados em uma determinada região geográfica do

mundo (parte da Europa e alguns trechos da América do

Norte), cujo centro era os Estados rivais e vizinhos da

Grã-Bretanha e França. A transformação de 1789 – 1848

é essencialmente o levante gêmeo que se deu naqueles

dois países e que dali se propagou por todo o mundo.

(HOBSBAWM, pag. 20)

Na metade do século XX os movimentos sociais começam a se espalhar

pelo mundo, surgindo o movimento do rock, do reggae, o movimento dos negros nos

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EUA, o movimento das mulheres que vinha desde o começo dos séculos e também

a luta pelos direitos humanos.

Segundo Melo (2012), na madrugada do dia 28 de junho de 1969, um

grupo de homossexuais se revoltaram contra uma blitz da polícia em um bar em

Stonewall, um dos principais bares gays da década de 60 nos EUA, em Nova Iorque,

e criam um protesto no qual ficou conhecido como um grande marco do movimento

homossexual. Por causa disso o dia 28 é conhecido como o dia internacional do

orgulho gay e lésbico.

Em meados do século 20 surgiu o Movimento dos Trabalhadores Rurais

Sem Terra, também conhecido pela sigla MST, que é um movimento social brasileiro

de inspiração marxista cujo objetivo é a implantação da reforma agrária no Brasil.

Já o movimento feminista começa a surgir no século XIX e início do

século XX, com discurso intelectual, filosófico e político que tem como meta os

direitos iguais e a proteção legal às mulheres. Envolvem diversos movimentos,

teorias e filosofias, todas preocupadas com as questões relacionadas às diferenças

entre os gêneros e advoga a igualdade para homens e mulheres e a campanha

pelos direitos das mulheres e seus interesses.

O movimento estudantil é um movimento social da área da educação, no qual os

sujeitos são os próprios estudantes. Caracteriza-se por ser um movimento

policlassista e constantemente renovado - já que o corpo discente se renova

periodicamente nas instituições de ensino.

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2.5 NEOLIBERALISMO NO BRASIL E SUAS IMPLICAÇÕES PARA OS

MOVIMENTOS SOCIAIS

Segundo Moraes (2001), o neoliberalismo “é uma corrente de

pensamento e uma ideologia, isto é, uma forma de ver e julgar o mundo social; um

movimento organizado, que realiza reuniões, conferências e congressos”, além de

organizar publicações, divulgando-as, defendendo, justificando sua concepção de

mundo.

Para fazer frente à tempestade neoliberal, os educadores

e, mais amplamente, os movimentos sociais, terão de

resistir ao encanto da simbiose movimento-governo. A

adesão dos movimentos à agenda governamental,

mesmo a de Luiz Inácio Lula da Silva, significa a

subordinação à agenda neoliberal da última década.

Assim, a autonomia dos movimentos é condição para o

enfrentamento das políticas dominantes. A produção de

conhecimento original, capaz de romper com os valores

e os limites do pensamento estabelecido, igualmente é

uma tarefa indispensável. É preciso teoria nova, para

que novas ações políticas possam surpreender os

senhores do mundo (BARRETO e LEHER, 2003, p. 57).

A organização dos trabalhadores contra o neoliberalismo é fundamental,

observando a importância de movimentos sociais nesta luta, como o MST no Brasil e

os Zapatistas no México, além dos povos indígenas no Equador, como forma de

confrontar o projeto neoliberal.

Antunes (2005) considera importante o fato de ter se estabelecido uma

articulação entre milhares de movimentos sociais e organizações comprometidas

com as bandeiras de mudanças deste mundo.

(...) movimentos sociais de esquerda, capazes de

enfrentar alguns dos mais agudos desafios deste final de

século, mostra-se bastante promissor. Desde o

movimento social e político dos zapatistas, no México,

passando pelo advento do MST no Brasil, pela retomada

das lutas operarias e sindicais na América Latina dos

anos 1990, pelas explosões sociais dos trabalhadores

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desempregados, pelas batalhas de Seattle, Nice, Praga,

Gênova, pelos encontros do Fórum Social Mundial,

dentre tantas outras ações e batalhas que estão no

horizonte imediato, e entre tantos outros movimentos de

esquerda que emergem no mundo contemporâneo, mais

episódios ou mais abrangentes, ampliam-se os exemplos

de novas formas de organização dos trabalhadores e

dos precarizados, dos novos proletários do mundo que

se rebela contra o sentido destrutivo do capital e sua

forma mundializada. Cada vez mais os movimentos

sociais assumem a forma de movimentos contra a

completa mercantilização do mundo, contra a totalizante

(e autoritária) mercantilização de tudo o que se produz.

Deverão perseguir de modo cada vez mais persistentes

o capital em sua própria materialidade (...). O maior

mérito desses novos movimentos sociais de esquerda

aflora na centralidade que conferem as lutas sociais. O

desafio maior do mundo do trabalho e dos movimentos

sociais de esquerda é criar e inventar novas formas de

atuação autônomas, capazes de articular e dar

centralidade às ações de classe (ANTUNES, 2005, p.

117-118).

Movimentos sociais, principalmente o MST, no Brasil têm se mobilizado

contra a lógica do mercado no setor agrário. Para Antunes (2005), está ocorrendo

um processo interessante de explosão de movimentos sociais por toda a América

Latina e também pelo mundo, demonstrando que é um claro sinal de que novas

fases das lutas sociais estão se iniciando.

Segundo Galvão (2008), o avanço do neoliberalismo na América Latina e

a luta e resistência dos movimentos sociais nos anos 1990 indicam que esses

movimentos eclodem questionando o neoliberalismo. Entende-se que os objetivos

destes movimentos são os de denunciar as políticas neoliberais, “os tratados de livre

comércio, a ingerência dos organismos multilaterais sobre as políticas

governamentais, declaram-se anti-imperialista, criticam o capitalismo neoliberal”.

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2.6 AS MANIFESTAÇÕES

Segundo Tomazi (2007), os movimentos são sempre de confrontos políticos.

E alguns deles, têm relação com o estado, seja de oposição, de parceria ou de

acordo com seus interesses e necessidades.

Servindo também para pressionar o Governo a resolver problemas

relacionados à segurança, à educação, à saúde e à proteção ambiental. Existem

grupos cujo objetivo é desenvolver a mudança de ideias e valores que proporcionem

a diminuição dos preconceitos e discriminações que prejudicam as relações sociais.

Diante disso, o povo brasileiro vivenciou no ano de 2013, movimentos

conjunturais, ou seja, os que duram alguns dias e podem aparecer depois em outro

momento. No início, os protestos não obtiveram destaque na imprensa, os

questionamentos ocorriam mais entre os universitários e nas redes sociais.

Foi uma injeção de ânimo que acordou o Brasil para a participação

popular na política. Pessoas de todas as faixas etárias foram às ruas protestar em

prol de melhores serviços públicos no país.

Segundo Fernandes e Roseno (2013), os protestos começavam nas

redes sociais, como Facebook, Twitter, Youtube e Instagran e continuava pelas ruas

das cidades brasileiras, repercutindo mundialmente.

Não é possível fazer um movimento sentado atrás do computador. É

necessário que as pessoas deixem o aconchego de suas casas e corram para as

ruas, era o que faltava no Brasil e com um clique manifestações foram marcadas em

vários lugares do país.

A fagulha das manifestações de junho não surgiu do

nada, foram anos de constituição de uma nova geração

de movimentos urbanos – MPL, a resistência urbana, os

movimentos sem-teto, os movimentos estudantis -, que,

entre catracaços, ocupações e manifestações foram se

articulando em redes mais amplas, como os Comitês

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Populares da Copa e sua articulação nacional, a Ancop.

(MARICATO, 2013, p. 09)

A população se encontra indignada com a gestão do país, com serviços

públicos ruins. Educação, saúde, transporte público que têm deixado muito aquém, e

além de serem serviços ruins ainda têm um custo caro para a população, quando

não são acessíveis para a sociedade. Muitas pessoas estão em fila de espera para

ao menos marcar uma consulta em um hospital público, algo que demora até anos,

o que dirá procedimentos mais complexos.

A constituição Federal de 1988, o conjunto de leis que regem o país.

Estabelece a forma de governo, os direitos individuais e sociais e assegura esses

direitos em um sistema definido, determinado com clareza e precisão.

Na nossa constituição de 1988, além da garantia de direitos humanos, a

vida e dignidade, temos a principal delas, a conquista do direito à liberdade de

expressão, o direito de ir e vir com autonomia e segurança.

No artigo IV da constituição consta o seguinte: “é livre a manifestação do

pensamento, sendo vedado o anonimato.”

Segundo Fernandes e Roseno (2013), durante os vários protestos houve

atos de vandalismo e depredação, intensos confrontos policiais com grupos de

manifestantes, saques e incêndios.

Mas no Brasil é impossível dissociar as principais

razões, objetivas e subjetivas desses protestos, da

condição das cidades. Essa mesma cidade que é

ignorada por uma esquerda que não consegue ver ali a

luta de classes e por uma direita que aposta tudo na

especulação imobiliária e no assalto ao orçamento

público. Para completar, falta apenas lembrar que há

uma lógica entre legislação urbana, serviços públicos

urbanos (terceirizados ou não), obras de infraestrutura e

financiamento das campanhas eleitorais. Boas condições

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de vida dependem, frequentemente, de políticas

públicas urbanas – transporte, moradia, saneamento,

educação, saúde, lazer, iluminação pública, coleta de

lixo, segurança. Ou seja, a cidade não fornece apenas o

lugar, o suporte ou o chão para essa reprodução social.

Suas características e até mesmo a forma como se

realizam fazem a diferença. (MARICATO, 2013, p. 19)

.

Entretanto, no artigo 220 da Constituição Federal existe a seguinte

abordagem: A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação,

sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado

o disposto nesta Constituição.

No Inciso segundo é vedado toda e qualquer censura de natureza política,

ideológica e artística.

A indignação com o preço da passagem de transporte coletivo e com o

sucateamento dos ônibus já estava sendo alimentado desde a “Revolta do Buzu”, na

capital baiana no ano de 2003. Diante desse problema em 2005, o Movimento Passe

Livre (MPL) foi fundado na cidade de Porto Alegre, na Plenária do Fórum Social

Mundial.

Nos anos seguintes mais manifestações aconteceram em diferentes

cidades com a participação de universitários e trabalhadores que aderiram à causa.

Em 2011, as reivindicações contra o aumento das tarifas dos transportes públicos e

a favor do passe livre provocaram mobilizações em muitas regiões do Brasil,

destacando-se na cidade de São Paulo, em frente ao Teatro Municipal, com cerca

de quatro mil manifestantes.

No dia 29 de agosto de 2012, cerca de duas mil pessoas protestaram

contra o possível aumento de vinte centavos nas passagens de ônibus, na cidade de

Natal. Porém, neste dia houve repressão por parte da polícia.

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Em março de 2013, o Movimento Passe Livre protestou em Porto Alegre

com cerca de 150 estudantes que bloquearam a Avenida Ipiranga, por quatro horas

no horário de pico. Em pouco tempo as manifestações alcançaram São Paulo,

Belém, Curitiba, Brasília, Rio de Janeiro e Salvador.

Com a conquista da revogação dos preços das passagens de ônibus

outras pautas foram aparecendo, tendo uma proporção cada vez maior.

Os protestos tomaram uma proporção incalculável, mais

de 120 cidades brasileiras se manifestaram e cerca de

1,5 milhão de pessoas saíram às ruas, com dezenas de

reivindicações escritas em faixas e cartazes.

(FERNANDES E ROSENO, 2013, p.21)

Algo que teve uma maior evidência durante as manifestações foram às

táticas dos Black Blocs (bloco negro) recém-chegado no Brasil.

Muito provavelmente os manifestantes que formam os

Black Blocks estão 'entre os que menos nutrem ilusões

em relação à natureza do capitalismo e do Estado,

mesmo em sua feição democrática. Seus métodos e

práticas exprimem de alguma forma essa percepção, e,

coincidentemente ou não, recebem por isso a pecha de

"violentos" tanto pela mídia quanto por ONGs, partidos

políticos, capitalistas de esquerda e de direita, liberais,

sejam eles também manifestantes ou não, (Ludd, 2002,

p.9).

Segundo Silva (2013), Os Black Blocs são compostos por jovens de

classe média baixa, com os rostos sempre cobertos (com a clara intenção de

dificultar a identificação) e vestidos de preto, usam de suas estratégias de ataque

aos símbolos do capitalismo. Com uma postura de ataque muito bem montada,

aonde chegam dominam o cenário e ocupam desde cedo o teatro de operações.

Com a vocação anarquista utilizam-se desta forma de protesto para questionar o

sistema vigente.

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Surgida no seio de uma vertente alternativa da esquerda europeia, na

Alemanha, no início da década de 1980, a tática ficou pouco conhecida até o fim do

século XX. Somente com a formação de um Black Bloc durante as manifestações

contra a organização mundial do comércio (OMC) em Seattle, em 1999, que as

máscaras pretas ganharam as manchetes da imprensa mundial.

4 CONTRA-AGENDAMENTO: O TERCEIRO SETOR PAUTANDO A

MÍDIA

Em um leve resumo, este item tem como objetivo explicar o Contra-

Agendamento, que é a incorporação do discurso jornalístico. Partindo desse ponto

de vista, a mídia tem o poder de pautar conforme seus interesses, os diversos

setores da sociedade. Esse discurso é conhecido no meio jornalístico como agenda-

setting. Além disso, existe um outro agendamento, que é o que a sociedade faz para

a imprensa, pode ser de instituições e pessoas comuns falando de suas queixas

para a mídia. Esta forma de pautar é conhecida como contra-agendamento.

4.1 TEORIA DO AGENDA-SETTING: ORIGEM E DESENVOLVIMENTO

Martins (2006) diz que essa inserção de temas privilegiados na pauta da

mídia é conhecida na Teoria da Comunicação como agenda-setting. Elaborada

pelos teóricos McCombs e Shaw (1972), tem como objetivo defender a ideia dos

mass media.

[...] As pessoas tem tendência para incluir ou excluir de

seus próprios conhecimentos aquilo que os mass media

incluem ou excluem do seu próprio conteúdo. Além

disso, o público tende a atribuir àquilo que esse

conteúdo inclui uma importância que reflete de perto a

ênfase atribuída pelos mass media aos acontecimentos,

aos problemas, às pessoas, (SHAW apud WOLF, 2001,

p. 144).

Para os autores, os espectadores tem a tendência de esquecerem os

assuntos que a imprensa coloca em suas agendas. E mais, os telespectadores têm

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uma inclinação de atribuir o que esses temas incluem e refletem na vida das

pessoas.

Agendamento quer dizer a inserção de alguns temas na lista das

comunicações, que deverão ser abordados periodicamente pela mídia. Aos temas

que não conseguem destaque da visão pública, está naturalmente claro que os

meios de comunicação não atingiram o espaço.

Traquina destaca que as pesquisas sobre a teoria do

agendamento tiveram início ainda nas eleições

presidenciais norte-americanas de 1968, como parte de

um estudo feito por MCCombs e Shaw, publicado em

1972,ressalta,entretanto que a gêneses do agendamento

foi sugerida ainda nos anos 20 por Lipmann, quando

este argumentava a que os media seriam o principal elo

entre os acontecimentos do mundo real e a imagem que

as pessoas construíam em suas mentes sobre esses

acontecimentos. Segundo Traquina, essa hipótese,

mesmo que à época fosse uma referência apenas à

imprensa já pressupunha a influência dos meios de

comunicação na formação de uma agenda pública como

um constructo social advindo da relação entre sociedade

e mídia (MARTINS, 2006, p.02).

Traquina destaca que a teoria do agendamento foi iniciada em uma época

e publicada em outra, porém, teve formação bem antes do início de sua publicação,

por um teórico chamado Lipmann. E também supunha-se que nesse período fosse

influenciar apenas os mass media e não a sociedade.

Ao iniciar os estudos nessa área Lipmann então queria entender apenas

as façanhas da publicidade, antes da primeira guerra mundial, os fatos fizeram com

que se pudesse chamar de “Meios de Massa”. Nessa contextura espalharam-se

outras teorias, como por exemplo, a hipodérmica ou bala mágica que atingia o

público indefeso com seus efeitos.

De acordo com Martins (2006), estudos após a década de 40 mostraram que

os meios de comunicação possuíam muito poder que nem acreditavam ter.

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Conforme pesquisas de campanhas eleitorais norte-americanas, mostraram que a

propaganda eleitoral além de mexer com a opinião pública, cristalizou também.

Conforme o teórico Traquina (2000), historicamente a teoria do

agendamento divide-se em quatro fases alternadas. Primeiro, a campanha

presidencial norte-americana queria entender entre a inclusão dos assuntos da

mídia e do público. Segundo, com outros estudos gostariam de repetir uma

suposição básica do agendamento, e encontrar uma explicação psicológica para ela.

Terceiro, queriam expandir a ideia para dois novos campos: a pauta com as

características dos candidatos e as preocupações sociais. E por último, destacaram

as fontes da imprensa.

A hipótese do agenda – setting não defende que os

mass media pretendem persuadir [...]. Os mass media,

descrevendo e precisando a realidade exterior,

apresentam ao público uma lista daquilo que é

necessário ter uma opinião e discutir. O pressuposto

fundamental do Agenda Setting é que a compreensão

que as pessoas tem de grande parte da realidade social

lhes é fornecida, por empréstimo, pelos mass media

(SHAW apud WOLF, 2001, p.145).

De acordo com Wolf (2001), a pauta está relacionada com sua

importância social, nem todo tema pode ser agendado, bem diferente dos que

revelam importância político-social.

Apesar da ideia de agendamento ter sido formulado na década de 60, nos

últimos anos ela evoluiu, e isto motivou os autores Maxwell McCmbs e Donal Shaw,

a publicação em 1993 de um artigo denominado: “A evolução da pesquisa sobre

agendamento: vinte e cinco anos no mercado das ideias”.

Na sua evolução ao longo dos últimos de 25 anos, a

perspectiva teórica do agendamento funcionou como um

guarda-chuva para um conjunto de tradições de

investigação e de conceitos da área de comunicação.

Enquanto as fases iniciais da pesquisa sobre o

agendamento se concentravam na questão “quem

determina a agenda pública – e em que condições?”, a

mais recente fase de trabalho centrou sua atenção na

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pergunta “ quem determina a agenda dos media:”

(TRAQUINA,2000, P.128)

Ainda de acordo com a história da teoria, McCombos e Shaw, citando

Rogers, Dearing e Bregman (1993) comprovaram muitos artigos, ou melhor, mais de

200, referente ao tema do agendamento desde a publicação em 1972. Os anos de

destaque das pesquisas acadêmicas foram 1977, 1981, 1987,1991. Nestes anos, os

teóricos produziram mais ou menos 20 divulgações referentes o estudo do

agendamento.

Tais autores ponderam que a tal teoria tem um longo caminho para

pesquisas, e que deverão ser desenvolvidas em especial para contribuição da área

acadêmica e da inovação conceitual.

4.2 CONTRA-AGENDAMENTO: O TERCEIRO SETOR PAUTANDO A

MÍDIA

De acordo com Martins (2006), a publicação para a melhor qualidade de

vida dos cidadãos está vindo da mídia, pois a sociedade também pauta os meios de

comunicação, em diversas questões.

A atuação da sociedade civil na publicização de

questões que dizem respeito à melhoria de vida dos

cidadãos tem revelado que novas entre mídia e

sociedade vêm sendo estabelecido, o que favorece a

penetração de organizações do terceiro setor numa

arena antes dedicada apenas às questões econômicas,

governamentais, políticas ou sensacionalistas

(MARTINS, 2006, p.5).

Isto implica dizer que essa mobilização social dá condições para que a

mídia possa ser autêntica com outras representações da sociedade. Essa

autenticidade permite a inclusão de tema no campo público para discussão e

debate. Essa relação entre mídia e sociedade é antiga, e está crescendo cada dia

mais. Isto configura uma mudança no sistema de comunicação, e também o início

de democratização do acesso a ferramentas, à sociedade como participante de

questões e interesse social.

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Essa mudança de comportamento vem possibilitando

que alguns temas, até então relegados a um segundo

plano pela grande mídia, se revistam de uma nova

roupagem e se transformem em temas atrativos e

passíveis de integrar o discurso midiático. Se levarmos

em conta, porém, o caráter mercadológico da informação

e o ato de que os meios de comunicação estão inseridos

em um contexto que Adorno e Horkheimer classificam de

indústria cultural, verificaremos quão difícil é para as

ONGs promoverem a inclusão na agenda pública de

temas que a despeito de sua relevância social, não

possuem os valores midiáticos exigidos no processo de

produção das notícias (MARTINS, 2006, p.6).

De acordo com o autor, essa forma de pautar a mídia faz com que traga à

tona até mesmo temas banidos, e tornem-se interessantes para o discurso midiático.

Conforme Adorno e Horkheimer, não é fácil para as ONGs incluírem seus temas na

agenda midiática, mesmo tendo importância social.

Segundo Silva (2005), em artigo publicado por ele: Sociedade, esfera

pública e agendamento, agenda-setting, como uma expectativa de contra-

agendamento.

O contra- agendamento é uma suposição do agendamento que sai da

sociedade para a mídia, o estilo diferente que privilegia a produção de efeitos a partir

do emissor sobre uma audiência massiva.

Isto configura a promoção de pessoas empenhadas em organizações da

sociedade civil com os devidos fins de contribuir com a sociedade de um modo

geral. Estão diretamente conectadas com o poder, essas pessoas conseguem incluir

temas que compreende e advoguem no setor público partindo do seu ponto de vista

e não do poder midiático.

O contra-agendamento compreende um conjunto de

atuações que passam estrategicamente pela publicação

de conteúdos na mídia e depende, para seu êxito, de

forma como o tema-objeto-de-advocacia foi tratado pela

mídia, tanto em termos de espaço, quanto em termos de

sentido produzido. Pode-se então afirmar que o contra-

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agendamento de um tema pode ser parte de uma

mobilização social ou parte de um plano de

enfrentamento de um problema, corporativo ou coletivo

(SILVA, 2005, p.2).

Silva (2005) define o contra-agendamento como estratégia de assuntos

para a imprensa e, para que tenha sucesso os mass media ficam na posição de

advogados, legislando em favor da sociedade.

Ao dedicar-se em pautar a mídia em temas de interesse público, o

terceiro setor busca apoio da sociedade e dos legisladores. A advocacia está

incluída ao contra-agendamento.

Os feitos da legislação têm como objetivo de mobilizar o poder público

para que ele faça políticas públicas em diversos setores, ou para públicos

específicos.

É importante ter em mente que, apesar de

eventualmente serem utilizados como sinônimos, lobby e

advocacy diferem fundamentalmente, em função do

objetivo principal deste estar voltado ao interesse

público, enquanto aquele, pauta suas ações e atividades

na busca pela satisfação de interesses privados. Um

bom exemplo desta distinção de nomenclatura tem-se

em relação às ações contrárias ao desarmamento que,

muito frequente são relacionados ao lobby das armas,

(MARTINS, 2006, p.7).

O autor chama a atenção para que as pessoas saibam o que é defender

interesses particulares e públicos. É importante pautar a mídia com assuntos que

interessem à sociedade de um modo geral, e cita o exemplo que ações relativas ao

desarmamento são de interesses de todos.

5 UMA BREVE HISTÓRIA SOBRE A ORIGEM DA INTERNET

A internet surgiu em meio à guerra fria, com o objetivo de manter a

comunicação estadunidense em caso de ataques inimigos que destruísse os meios

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convencionais de comunicação. A missão era facilitar a comunicação de defesa dos

Estados Unidos.

Em meio à supremacia na exploração e tecnologia espacial que a União

Soviética e os Estados Unidos passavam de 1945 a 1991, os Estados Unidos como

estratégia política cria a ARPA (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada) do

Departamento de Defesa dos Estados Unidos).

Conforme Castells (2003, p.13), a história da internet foi a seguinte:

As origens da internet podem ser encontradas na

Arpanet, uma rede de computadores montada pela

Advanced Research projects Agency (Arpa) em

Setembro de 1969. A ARPA foi formada em 1958 pelo

Departamento de Defesa dos Estados Unidos com a

missão de mobilizar recursos de pesquisa,

particularmente do mundo universitário, com o objetivo

de alcançar superioridade tecnológica militar em relação

a União Soviética na esteira do lançamento do primeiro

Sputnick em 1957. A Arpanet não passava de um

pequeno programa surgiu de um dos departamentos da

ARPA, o Information Processing Techniques Office

(IPTO), fundado em 1962 de São Francisco, e

demonstrou-o pela primeira vez em 1968,(CASTELLS,

2003,p.13).

Com o intuito de interligar as bases militares e os departamentos de

pesquisas do governo americano através de um Backbone, rede de transporte, que

passava por baixo da terra, a Arpanet ligava os militares e os investigadores sem ter

um centro definido ou mesmo uma rota única para as informações, tornando-se

quase indestrutível.

Se aproximando o fim da guerra fria e o aumento de usuários

interessados na rede nacional de computadores, Arpanet, a rede passou por uma

configuração perdendo suas características militares. Em 1983 a rede Arpanet foi

dividida com a Milnet que passou a ser responsável pela parte militar e a Arpanet

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para interesses científicos. Já em 1989 a Arpanet é desativada servindo como base

para as redes que surgirão depois disso.

“O tráfico de dados cresceu rapidamente e, entre os

novos usuários, havia pesquisadores universitários com

trabalhos na área de segurança e defesa.” [e trocas de

informações, transferências de arquivos acadêmicos e

científicos], (FERRARI, 2012, p.15),

Várias redes foram criadas após esse período, como a Bilnet (Because

It’s Time Network); CSNET (computer, Science Network e Janet (Conjunto de rede

acadêmica)). Passaram a oferecer acesso aos arquivos compartilhados entre

universidades e organizações de pesquisa, nos Estados Unidos e outros países.

5.1 A CHEGADA DA INTERNET AO BRASIL

A internet no Brasil se desenrolou junto ao meio acadêmico e científico e

somente anos depois foi disponibilizada a usuários domésticos e empresas. O que

possibilitou a chegada da internet ao Brasil foi a Bitnet, uma rede de universidades

fundada em 1981 que ligava a Universidade da Cidade de Nova Iorque (CUNY) à

Universidade Yale, em Connecticut.

No Brasil, a Bitnet conectava a Fundação de Amparo à pesquisa do Estado

de São Paulo (FAPESP) ao Fermilab, laboratório de física especializado no estudo

de partículas atômicas, que ficava em lllinois, nos Estados Unidos.

Ambas as instituições eram ligadas via linha telefônica, por meio de um fio de

cobre dentro de um cabo submarino. Bem primitivo se compararmos com as fibras

ópticas de hoje. A conexão era do tipo ponto a ponto, ela também dispensava a

discagem: a FAPESP estava sempre conectada ao Fermilab.

Em, 1989, por iniciativa da comunidade acadêmica de São Paulo e Rio de

Janeiro, foi criada pelo Ministério de Ciência e tecnologia, a Rede Nacional de

Pesquisas (RNP). Seu objetivo era construir uma infraestrutura nacional de rede

internet no ambiente acadêmico.

A RNP foi responsável por coordenar e disponibilizar serviços de acesso à

internet no Brasil. Em sua primeira rede, em 1992, alcançou 10 estados e o Distrito

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Federal, a RNP dedicou-se a tarefas diversas, tais como divulgar os serviços internet

à comunidade através de seminários, montagem de repositórios temáticos e

treinamentos estimulando a formação de uma consciência acerca de sua

importância estratégica para o país e se tornando referência em aplicações de

tecnologias internet.

Somente no ano de 1995, a internet deixou de ser privilégio das

universidades tendo início a abertura da internet comercial no Brasil. Nesse período

a RPN passou por uma redefinição de seu papel, estendendo os seus serviços de

acesso a todos os setores da sociedade.

A criação da estrutura necessária para a exploração comercial da Internet

ficou a cargo da Embratel e da RNP. No ano de 1994, a Embratel iniciou seu serviço

de acesso à internet em caráter experimental. Alguns meses depois, em maio de

1995, o acesso à internet via Embratel começou a funcionar de modo definitivo.

A comunicação (ou transmissão) de dados no Brasil, que

também era chamada de “Teleinformática”, “Telemática”

ou “Teleprocessamento”, começou como um assunto de

Estado, especificamente do interesse do Ministério das

Comunicações (Minicom) que, através de decreto

emitido em 1975, reservou à estatal Embratel (Empresa

Brasileira de Telecomunicações) o monopólio da

instalação e exploração dos serviços de comunicação de

dados no País, cabendo às empresas (também estatais)

operadoras do sistema Telebrás alguns poucos serviços

de valor agregado, ainda que, no início dos anos 90,

estas também passaram a poder competir com a

Embratel na oferta dos serviços de comunicação de

dados, a nível estadual. (STANTON, 1998 apud

Carvalho, 2003, p.6).

A internet se popularizou e em 1996 foram lançados grandes portais e

provedores de conexão à rede no Brasil e, em 1998, o país já ocupava o 19º lugar

em número de hosts no mundo e o liderava o pódio na América do Sul. No

continente americano, ficava atrás apenas dos Estados Unidos e Canadá.

5.2 A CRIAÇÃO DO WORLD WIDE WEB

A Word Wide Web é uma função da internet que junta, em um único e imenso

hipertexto ou hiperdocumento (compreendendo imagens e sons), todos os

documentos e hipertextos que a alimentam.

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Segundo Castells (2003), Tim Berners-Lee, um físico britânico, cientista

da computação e professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology) criou a

Word Wide Web, no português significa uma rede aberta, uma rede de abrangência

mundial, baseada em hipertextos e sistemas de recursos para internet.

Tim Berners-Lee havia criado um servidor para publicar este tipo de

documento (chamado hipertexto) bem como um programa para lê-lo, que ele havia

chamado de “World Wide Web”. Tim Berners-Lee estava trabalhando em um sistema

de gerenciamento de informação, no qual o texto poderia conter links e referências

para outros trabalhos, permitindo o leitor a pular rapidamente de um documento para

outro.

Além disso, ele passou cerca de dois anos desenvolvendo também

algumas bases desse sistema de navegação por cliques, que são: o HTTP e o

HTML. O HTTP é o protocolo de transferência de hipertexto que permite a

comunicação entre os sites.

Ela funciona passando de um texto a outro a partir de uma referência,

como os hiperlinks em palavras, imagens ou vídeos. Já o HTML permite a criação de

páginas na web através do sistema de etiquetas (tags, em inglês), que formam os

comandos de formatação da página.

A partir disso, surgiram os sites também conhecidos como páginas da

internet com diversas informações, sendo acessível através do computador ou de

outro meio eletrônico. Nos anos de 1990, Tim Berners-Lee teve a colaboração de

Robert Cailliau na elaboração do Browser, termo inglês para navegador. Programa

de computador que habilita seus usuários a interagirem com documentos virtuais da

Internet. Os navegadores mais conhecidos são: o Internet Explorer, Mozila Firefox,

Google Chrome, Safari e o Opera.

Foi Berners- Lee, porém, que transformou todos esses

sonhos em realidade, desenvolvendo o programa

Enquire que havia escrito em 1980. Teve, é claro, a

vantagem decisiva de que a internet já existia,

encontrando apoio nela e se valendo de poder

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computacional descentralizado através de estações de

trabalho: agora utopias podiam se materializar. Ele

definiu e implementou o software que permitia obter e

acrescentar informação de e para qualquer computador

conectado através da internet: HTTP,MTML E URI ( mais

tarde chamado URL). Em colaboração com Robert

Caillilau, Berners-Lee construiu um programa

navegador/editorem dezembro de 1990 e chamou de

sistema de hipertexto de Word Wide Web, a rede

mundial. O software do navegador da web foi lançado na

Net pelo CERN em agosto de 1991. (CASTELLS, 2003,

p.18)

No mais, todos os desenvolvimentos tecnológicos decisivos que levaram

à internet tiveram lugar em torno de instituições governamentais e importantes

universidades e centros de pesquisas. A internet não teve origem no mundo dos

negócios porque era uma tecnologia ousada demais. Um projeto caro que precisava

de dinheiro para ir à frente, além de ser uma iniciativa arriscada demais para ser

assumida por organizações que trabalham com lucros.

5.3 ORIGEM DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS

Segundo Gutemberg (2013, p. 2), desde o aparecimento da internet, há

aproximadamente 25 anos, a comunicação entre as pessoas vem se alterando de

uma forma rápida e contínua. O número de pessoas conectadas não para de crescer

no mundo todo.

(...) A internet é um meio de comunicação que permite,

pela primeira vez, a comunicação de muitos com muitos,

num momento escolhido, em escala global. Assim como

a difusão da máquina impressora no ocidente criou o que

Mcluhan chamou de a “galáxia de Gutenberg”,

ingressamos agora num novo mundo de comunicação: a

“galáxia da internet”. O uso da internet como sistema de

comunicação e forma de organização explodiu nos

últimos anos do segundo milênio. (...) A influência das

redes baseadas na internet vai além do número de seus

usuários: diz respeito também à qualidade do uso.

Atividades econômicas, sociais, políticas e culturais

essenciais por todo o planeta estão sendo estruturadas

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pela internet e em torno dela, como por outras redes de

computadores. De fato, ser excluído dessas redes é

sofrer uma das formas mais danosas de exclusão em

nossa economia e em nossa cultura. (CASTELLS, 2003,

p.8)

Com a participação das pessoas nessas redes sociais, via internet,

percebem-se mudanças em seus comportamentos culturais, padrões de consumo e

até posições políticas. A forma de comunicação virtual, que antes se limitava ao

envio e recebimento de e-mails, desloca-se para postagens de músicas,

informações, conhecimentos, imagens e comentários sobre os mais diversos

assuntos e interesses comuns, que podem ser lidos ou vistos por todas as pessoas

que em qualquer lugar do mundo façam parte da mesma rede.

O nosso mundo está em processo de transformação

estrutural há duas décadas. É um processo

multidimensional, mas está associado à emergência de

um novo paradigma tecnológico, baseado nas

tecnologias de comunicação e informação, que

começaram a tomar forma nos anos 60 e que se

difundiram de forma desigual por todo o mundo. Nós

sabemos que a tecnologia não determina a sociedade: é

a sociedade. A sociedade é que dá forma à tecnologia

de acordo com as necessidades, valores e interesses

das pessoas que utilizam as tecnologias. Além disso, as

tecnologias de comunicação e informação são

particularmente sensíveis aos efeitos dos usos sociais da

própria tecnologia. A história da Internet fornece-nos

amplas evidências de que os utilizadores,

particularmente os primeiros milhares, foram, em grande

medida, os produtores dessa tecnologia, (CASTELLS,

2005, p.17).

De acordo com Castells (2005), a primeira rede social digital surgiu em

1995, com o nome de Classmates.com, com o propósito de realizar um encontro

entre os amigos de faculdade, escola, etc. Em 1997 surge a American On-line

Instant Messenger (Aolinstant Messenger), um dos primeiros provedores da internet,

na categoria bate papo e, também, o Sixdegrees, nome que faz referência aos seis

graus de amizade, ou seja, um conhecido conceito de que a cada seis pessoas que

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conhecemos, temos um amigo em comum. Na sequencia várias redes sociais foram

criadas.

Em 2004, Com a chegada da web 2.0 surge como um fenômeno de

popularidade tanto no Brasil quanto no mundo o Orkut e o Facebook. O Orkut foi

criado com o objetivo de possibilitar aos usuários a criação de novas amizades. Em

seu lançamento o público alvo foi os americanos, no entanto a rede fez sucesso

mundial e principalmente no Brasil e na Índia.

No mesmo ano outra rede social foi criada, o Facebook, no início

funcionava de forma restrita somente para os estudantes de Havard, com o passar

do tempo se expandiu para outros campos estudantis e somente em 2006 foi aberto

para qualquer pessoa acima dos 13 anos de idade. Em seguida foi lançada a rede

social Twitter, considerada a mais inovadora, em relação à velocidade da

informação. O termo twitter foi inspirado no som de um pássaro que emite sons para

comunicar os demais.

A emergência da internet, como um novo meio de

comunicação esteve associada a afirmações conflitantes

sobre a ascensão de novos padrões de interação social.

Por um lado, a formação de comunidades virtuais,

baseadas, sobretudo em comunicação on-line, foi

interpretada como a culminação de um processo

histórico de desvinculação entre localidade e

sociabilidade na formação da comunidade: novos

padrões seletivos de relações sociais substituem as

formas de interação humanas territorialmente limitadas.

Por outro lado críticos da internet e reportagens da

mídia, por vezes baseando-se em estudos de

pesquisadores acadêmicos, sustentam que a difusão da

internet está conduzindo ao isolamento social, a um

colapso da comunicação social e da vida familiar, na

medida em que os indivíduos, sem face, praticam uma

sociabilidade aleatória, abandonando ao mesmo tempo

interações face a face em ambientes reais. Além disso,

dedicou-se grande atenção a intercâmbios sociais

baseados em identidades falsas e representação de

papéis. Assim, a internet foi acusada de induzir

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gradualmente as pessoas a viver suas fantasias on-line,

fugindo do mundo real, numa cultura cada vez mais

dominada pela realidade virtual, (CASTELLS, 2003,

p.98).

5.4 CIBERESPAÇO E CIBERATIVISMO

Com a multiplicação de grupos de discussão na Usenet e nas BBs, sigla

para o termo em inglês Bulletin Board System. Um sistema de comunicações do tipo

comunitário, baseado em computadores conectados através da rede telefônica. Os

BBs chegam ao Brasil em meados dos anos 80 e eram como provedores da web

(com fóruns, servidor de e-mail, bate- papo e dowload de arquivos), funcionando de

forma isolada. Foi da BBs que as atuais redes sociais se originaram.

De acordo com Malini e Antoum (2013), a Arpanet se torna um dispositivo

de produção de relações, de afetos, de cooperação e de trocas de conhecimentos

micropolíticos, e não apenas um meio de transporte de informações científicas,

financeiras e militares.

Em 1984 não houve só o rompimento moral da internet, mas sim a

primeira rede, a militar, como bélica e a segunda, científica, como a difusão da

cooperação social. Assim a internet ganha vida, por um lado eles focam nos

interesses financeiros e científicos, mas de outro aparecem os haqueadores da rede;

fazendo dela um dispositivo de conversação e relações sociais, onde cada um tem

sua própria voz sem precisar de intermediação de instituições.

Daí em diante a internet só foi se aprimorando, com a invenção do

modem e, posteriormente a criação de códigos de programação para rodar

programas de computador em cima possibilitando à informação circular na linha

telefônica. Um desses softwares foi à rede Usenet, primeira plataforma popular de

conversação online na história da rede e fundadora da rede muitos-muitos, ou seja,

a informação transmitida para todos ao mesmo tempo.

Em 1979, três estudantes da Universidade de Duke e da

Universidade da Carolina do Norte – não participantes da

Arpanet – criaram uma versão modificada do protocolo

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Unix que possibilitou a ligação de computadores por

meio da linha telefônica. Usaram-na para iniciar um

fórum de discussões online sobre os computadores, o

Usenet, que logo se tornou um dos primeiros sistemas

de conversa eletrônica em larga escala (MALINI apud

ANTOUM 2013, p.19).

Antes dos grupos de debates da Usenet e da Bulletin Board System BBS,

a internet era um espaço de estudo sem nenhum atrativo. Com a expansão do

ciberespaço, ambientes comunitários e participativos dos grupos de discussões, a

comunicação virtual passou a ter uma série de ativismos que vai da distribuição de

hacks à articulação de ações coletivas contra sistemas totalitários; de campanhas de

adesão para determinadas causas sociais ao trabalho e debate intelectual através

de um fluxo constante de replies, respostas pela rede, ligados a uma discussão

teórica. 1984 foi o ano no qual surgiu o ciberativismo como sinônimo de ações

coletivas coordenadas se mobilizadas coletivamente através da comunicação

distribuída em rede interativa.

Na história da luta política, a internet possibilita para os grupos de

discussão a política de vazamento como modus operandi a fim de chegar aos

diferentes usuários de todo o mundo informações privilegiadas sobre a situação

social de regimes políticos fechados. Além de criticas a poderes econômicos e

políticos ou mesmo ser à base de sustentação da articulação política de movimentos

feministas, ambientalistas, estudantis entre outras.

O aparecimento do ciberativismo – numa versão hacker

e comunitária – rompe com o próprio ativismo social que

se realizava até então no campo da comunicação social.

Na época, a “guerrilha midiática” acontecia com a

produção de contrainformação usando o meio da

radiodifusão (rádio, especialmente). Com a invenção do

ciberespaço, a guerra de informação ocorre de modo

subterrâneo, entre aqueles que possuem centrais de

comunicação mediadas por computador. (MALINI apud

ANTOUN, 2013, p.21)

Segundo Malini e Antoun (2013), os grupos de discussão e as

comunidades hackers abrem em 1984 o entendimento sobre o ativismo midiático,

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conhecido também como, midialivrismo, ou seja, uma mídia livre. Por um lado, o

midialivrismo de massa reúne experiências de movimentos sociais organizados que

produzem mídias comunitárias e populares, de dentro do paradigma da radiodifusão,

se afirmando como práticas da sociedade civil alternativas e antagonistas em

relação ao modo de se fazer comunicação dos conglomerados empresariais

transnacionais e nacionais de mídia (que controlam a opinião pública desde o nível

local até o internacional).

Um exemplo disso no Brasil é a Mídia Ninja, que de uma forma livre passa

a notícia como de fato aconteceu sem cortes e sem edições. A todo o momento o

cidadão recebe notícias do que está acontecendo nas ruas.

O midialivrista de massa origina-se na política radical

dos novos movimentos sociais (urbanos, estudantis,

sindicais, operários, etc.) que realizam também uma

atividade transversal de luta pela democratização em

países tais como o Brasil.(MALINI apud ANTOUN, 2013,

p.23).

5.5 SITES E BLOGS: ONDE A HISTÓRIA SE REGISTRA

Sites e blogs são mantidos exatamente com a função de acolher

denúncias de violações de direitos, e de propagar informes sobre o surgimento ou

agravamento de conflitos que marcam essa conquista das regiões alvos pelos

capitalistas e pelo Estado a eles associado, e especialmente, com a missão de

testemunhar as manifestações de resistência do povo.

Segundo Oswaldo Sevá (2013) alguns numerosos fascículos envolvendo

grupos e movimentos sociais, étnicos e de vizinhança em dezenas de localidades

nos Estados amazônicos, e ultimamente em regiões de outros Estados.

6 METODOLOGIA

Para escrevermos a primeira edição da revista, “Conectados”, foi

necessário realizar diversas entrevistas, com pessoas ligadas aos movimentos

sociais. Por isso, nos últimos seis meses, tivemos que conversar com cientistas

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políticos, historiadores, ativistas políticos, jornalistas e analista de mídias sociais.

Além disso, entramos em contato com órgãos públicos, como a Polícia militar,

Polícia Federal, Ministério do Turismo e com as assessorias de comunicação de

alguns movimentos sociais. Em alguns casos a entrevista foi feita pessoalmente,

mas, em outros a interação teve que ser conduzida por e-mails ou telefone, por

conta da distância de algumas fontes oficiais ou por questões burocráticas.

O desenvolvimento deste Trabalho de Conclusão de Curso foi realizado por

meio de pesquisa bibliográfica, metodologia de suma importância para a elaboração

do relatório técnico. Tal método é visto por Stumpf (2010) como a um conjunto de

procedimentos, que tem por finalidade identificar e selecionar documentos

importantes e relacionados ao assunto estudado por discentes que, por sua vez,

devem interpretar e redigir o projeto acadêmico.

A metodologia adotada para elaborar o relatório técnico foi a de pesquisa

bibliográfica, que contribuiu bastante na realização deste trabalho de conclusão de

curso. O método é visto pelo autor Stumpf (2010) como a junção de procedimentos,

que tem por função identificar e selecionar documentos importantes e relacionados

ao assunto estudado por discentes, que, devem interpretar e elaborar o projeto

acadêmico.

Pesquisa bibliográfica, num sentido amplo, é o

planejamento global inicial de qualquer trabalho de

pesquisa que vai desde a identificação, localização e

obtenção da bibliografia pertinente sobre o assunto, até

a apresentação de um texto sistematizado, onde é

apresentada toda a literatura que o aluno examinou, de

forma a evidenciar o entendimento do pensamento dos

autores, acrescido de suas próprias ideias e opiniões.

(STUMPF, 2010, pg. 51)

7 MEMORIAL DESCRITIVO DA REVISTA

O PRODUTO

7.1 A MARCA: CONECTADOS

Essa marca foi escolhida pelo motivo de que quando as redes sociais

chegaram ao Brasil, todos os movimentos que antes eram feitos boca a boca e por

panfletos, passaram a ter uma visibilidade bem maior pelas redes sociais. Pelo fato

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40

de que quando é publicado um evento e assim sendo compartilhado chega a ser

alcançado por um grande público.

7.2 O TEMA

A revista conectados é um meio de comunicação que traz para os seus

leitores assuntos que são de interesse da comunidade política e do cidadão que

almeja conhecer mais sobre os movimentos sociais e o que eles representam.

7.3 PÚBLICO-ALVO

Público amplo de jovens a adultos dos 18 aos 55 anos, engajados em

lutas sociais, participantes ou simpatizantes de movimentos sociais.

7.4 PROJETO GRÁFICO

O projeto gráfico é o que diferencia uma revista da outra, sendo

assim é a identidade da revista. Dar ao texto a devida estrutura visual objetivando

tornar a leitura rápida e agradável, fazendo com que o leitor fique na espera por

outras edições.

A revista Conectados foi criada a fim de contribuir para uma melhor

compreensão dos Movimentos Sociais. O primeiro exemplar possui um formato

moderno e descontraído.

FORMATO: 200 x 260 mm

COLUNAS:três

MEDIANIZ: 5 mm

MARGENS

SUPERIOR: 20 mm

INFERIOR:15 mm

INTERNA: 10 mm

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EXTERNO: 15 mm

NÚMERO DE PÁGINAS – 72 páginas, sendo 4 páginas de capa e 68 de miolo.

FORMATO DOS ANÚNCIOS –2de páginas duplas e 5 de página simples, por ser

mais limpo e atrativo visualmente.

ENCADERNAÇÃO – Canoa, que vem com papel dobrado e grampeado, já que tem

apenas 72 páginas, sendo papel couchê (135g para a capa e 90g para o miolo da

revista).

DISTRIBUIÇÃO E VENDA–A revista Conectados será um periódico mensal com

distribuição nacional e será comercializado no valor de R$ 14,90 (valor praticado nas

bancas). Após sua comercialização a revista será disponibilizada livremente por

meio do site, blog, Twitter e comunidade do Facebook.

FONTES, CORPO E TAMANHOS

TÍTULO

Bold, corpo acima de 35 pt Fonte Arial

SUTIÃ

Regular, sem serifa, corpo entre 14 e 30 pt Fonte Arial 18 e 30

TEXTO

Regular, corpo 11, com capitular com 4 linhas e recuo de 5mm Fonte Arial 11

EDITORIA

Bold, corpo 12, cor preta Fonte Arial

OLHO

Bold, corpo 14 Fonte Arial

RODAPÉ

Nº da pág e nome da revista,corpo 8 Fontes: Arial

CRÉDITOS

Sem serifa, condensada, corpo 10 Fonte Arial Black 8

AUTOR

Regular, corpo 10 Fonte Arial

LEGENDA

Sem serifa, bold, corpo 12 Fonte Arial

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42

7.5 EDITORIAS

Carta do editor: Estamos falando sobre as matérias abordadas na revista e a

importância de passarmos à população a história sobre os movimentos sociais e as

manifestações, que foram feitas de uns tempos para cá pelas redes sociais.

Cartas dos leitores: Este é um espaço livre para os leitores expressarem as suas

opiniões sobre as matérias da revista.

Política: Esta editoria abordará assuntos sobre os partidos políticos que apoiam os

movimentos sociais, a relação das Diretas Já! e dos partidos com as manifestações

de junho de 2013.

Economia: Fala sobre os gastos excessivos na copa e os investimentos feitos para

a área da saúde, educação e segurança no Brasil.

Ciência e Tecnologia: Aborda o assunto das redes sociais, como influência a

sociedade, o uso durante as manifestações. A matéria de capa é sobre

Ciberativismo que explica a história da internet e o uso das manifestações através

da mesma.

Brasil: Esta editoria fala sobre a história e o estudo dos movimentos sociais, fala

sobre a importância de alguns movimentos, conta a história da Mídia Ninja e dos

Black Blocs, as manifestações de junho de 2013 e a análise de cientistas políticos.

Cultura: Nesta iremos falar sobre o filme JUNHO, que foi lançado em 2014 em

comemoração a um ano das manifestações. E indicação de livros que abordam

assuntos de extrema importância para a população. Além de resenhas dos livros

Protesta Brasil, Cidades Rebeldes e a Internet e a Rua.

Segurança: Fala sobre a tática usada pela polícia durante os jogos e após eles. E

sobre o curso que a imprensa fez para se proteger na hora de cobrir protestos.

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Artigo: espaço reservado para artigos e crônicas de colaboradores, no caso dessa

primeira edição o artigo ficou por conta de Luiz Reis que escreve um pouco sobre os

Movimentos Sociais e as novas perspectivas para a democracia; da Kelly Cristina

que falou um pouco sobre o greenpeace e o da Fabiana Teixeira que abordou sobre

a manifestação que provocou mudanças no país.

8 Cronograma

Fases J

Junh

J

Julh

A

Ago

S

Set

O

Out

N

Nov

D

Dez

Leitura e

Pesquisa

_

____

_

_____

Definir as

pautas

_

_____

_

_____

Escrever

Matérias

_

____

_

____

_

_____

_

_____

Entrevistas _

_____

_

_____

_

____

Tirar fotos _

_____ _____

_

_____

Diagramar

_

_____

Relatório de

pesquisa

_

_____

_

_____

_

_____

_

____

Entrega do

TCC e do

Relatório

_

____

Apresentação

do TCC

_

____

Custos

A impressão de seis revistas ficou R$ 367,22

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9 Conclusão

Por meio deste trabalho, concluiu-se que a revista “Conectados” tem um

papel importante para os envolvidos nos movimentos sociais. Devido à necessidade

de entender como e porque os movimentos, que começaram nas redes sociais,

conseguem movimentar tantas pessoas em todo o país, sem uma liderança definida.

Além do mais, os movimentos sociais existem justamente para apresentar

novas demandas e permitir que a democracia se renove ao receber continuamente

influências diversas em que os partidos não querem ou não são capazes de ouvir.

Os movimentos Sociais criam oportunidades para as minorias se

expressarem e reivindicarem direitos e visibilidades. Estes podem estar em busca de

mudanças, a transição ou mesmo uma revolução de uma realidade adversa a certo

grupo ou classe social.

Ao longo da revista, pudemos conhecer alguns dos principais movimentos

sociais: suas causas, características, história e toda a conjuntura das manifestações

ocorridas a partir das redes sociais na atualidade.

As manifestações populares estão sendo iniciadas por jovens, através

das redes sociais no qual tem provocado uma interatividade entre pessoas de toda a

parte do mundo o que tem possibilitado reunir indivíduos com interesses comuns e

objetivos compartilhados entre usuários da rede.

As manifestações de junho de 2013, por exemplo: não nasceram no

Brasil, são frutos da crescente insatisfação de jovens por todo o mundo em relação

às crises do capitalismo, com uma inflação em alta, o desemprego e os baixos

salários.

Porém, o que ficou evidente das manifestações é que o cidadão eleitor

chegou ao limite da aceitação do descaso político com a população do Brasil.

A dificuldade maior foi na elaboração das matérias em relação às fontes,

muitas de difícil acesso e que colocaram barreiras se tornando um obstáculo para a

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elaboração desta revista. No entanto, a curiosidade pessoal em relação a este tema

foi suprida e com o anseio de continuar em uma próxima edição.

A revista conectados tem a missão de divulgar os movimentos sociais

assim como é através dos meios de comunicação que as mobilizações ganham

força.

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