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Curso de Pensamento Curso de Pensamento Crítico Crítico Filosofia Prática e Filosofia Prática e Pensamento Crítico Pensamento Crítico FLUP FLUP Tomás Magalhães Carneiro Tomás Magalhães Carneiro [email protected] [email protected]

Curso de Pensamento Crítico

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Curso de Pensamento Crítico. Filosofia Prática e Pensamento Crítico FLUP Tomás Magalhães Carneiro [email protected]. O que significa “Pensamento Crítico”? - escreva uma definição -. Algumas definições. - PowerPoint PPT Presentation

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  • Curso de Pensamento CrticoFilosofia Prtica e Pensamento CrticoFLUP

    Toms Magalhes [email protected]

  • O que significa Pensamento Crtico?

    - escreva uma definio -

  • Algumas definiesJohn Dewey O Pensamento Crtico o estudo activo, persistente e cuidado de uma crena ou de uma suposta forma de conhecimento atravs da anlise dos fundamentos que a apoiam e das concluses para que apontam.

  • Algumas definies

    Robert Ennis O Pensamento Crtico um pensamento razovel e reflectido, preocupado em ajudar-nos a decidir em que acreditar ou o que fazer.

  • Algumas definies

    Michael Scriven O Pensamento Crtico uma interpretao e avaliao activa e competente de observaes, comunicaes, informaes e argumentos.

  • Algumas definies

    Richard Paul O Pensamento Crtico uma forma de pensamento acerca de qualquer assunto ou problema no qual o pensador melhora a qualidade dos seus raciocnios recorrendo a tcnicas que lhe permitem captar as estruturas inerentes ao pensamento e impondo-lhes padres intelectuais elevados.

  • Padres IntelectuaisClareza

    Preciso

    Exactido

    Pertinncia

    Profundidade

  • Padres IntelectuaisClareza

    Como clarificar um argumento?

    1- Pode desenvolver o que disse por outras palavras?

    2 Consegue ilustrar o que disse? (esquema, desenho, analogia, uma metfora, um modelo)

    3 Pode dar-me um exemplo? (ligar o pensamento vida real)

  • Padres IntelectuaisPreciso Acrescenta detalhe e especificidade a essa clareza

    Exemplo: - Queres comer?Sim. uma resposta bastante clara Sim mas nodiz especificamente o que se quer comer.

    Pergunta: Pode dar-me os detalhes?

  • Padres IntelectuaisExactido

    A um bom argumento no basta ser claro e preciso, tambm necessrio que a sua concluso seja verdadeira.

    O contexto da pergunta determina o grau de preciso e exactido relevante da resposta.

  • Padres IntelectuaisPertinncia

    Os nossos argumentos adequam-se ao tipo de problema / pergunta que procuramos responder?

  • Padres Intelectuais deProfundidade

    Sempre que uma pergunta complexa a profundidade da resposta importante. No possvel lidar com uma pergunta complexa de forma superficial.O contexto ajuda-nos a perceber a complexidade da pergunta.Exemplo:Quem s tu? Esta uma pergunta simples ou complexa?

    Somos Livres? simples ou complexa?

  • Competncias e Tcnicas do Pensador Crticoidentificao (anlise) e avaliao dos diferentes elementos presentes num raciocnio (razes, concluses, pressupostos, valores, informaes, explicaes, exemplos, analogias, etc.); clarificao e interpretao de expresses e ideias; avaliao da credibilidade de afirmaes;analisar, avaliar e formular explicaes; analisar, avaliar e tomar decises;concluir correctamente a partir das razes apresentadas;produzir argumentos claros e precisos.

  • Estrutura do Curso

    Mdulo I Anlise de argumentos

    Mdulo II Avaliao de argumentos

    Mdulo III Formulao de argumentos

  • Estruturao do Curso: objectivos gerais de cada um dos mdulos

    Mdulo I Anlise de argumentos.

    No fim deste mdulo os alunos devero conseguir dominar as tcnicas mais bsicas de Pensamento Crtico que lhes permitiro, com alguma facilidade, compreender o significado dos argumentos, identificar e analisar a estrutura dos raciocnios, assim como comear a produzir os seus prprios raciocnios e argumentos de forma mais clara e precisa.

  • Estruturao do Curso: objectivos gerais de cada um dos mdulos

    Mdulo II Avaliao de argumentos.

    Neste mdulo espera-se que os alunos j saibam quando esto diante de um raciocnio e que saibam identificar as diferentes partes de um argumento (Mdulo I). Agora procurar-se- iniciar os alunos na rea do Pensamento Crtico propriamente dito incentivando os alunos a avaliar criticamente os argumentos que tm pela frente.

  • Estruturao do Curso: objectivos gerais de cada um dos mdulos

    Mdulo III Formulao de argumentos.

    Neste mdulo procuraremos pr em prtica os ensinamentos dos dois mdulos anteriores. Os alunos sero incentivados a escrever os seus prprios argumentos sobre os mais variados temas, a apresent-los nas aulas e a discuti-los com os seus colegas. Espera-se que os alunos aprendam a exprimir e defender bem as suas ideias.

  • Mdulo I

    1 - Argumentos, Razes e Concluses

    2 - A linguagem do raciocnio

    3 - Pressupostos

    4 - A estrutura dos argumentos - mapas de argumentos

    5 Os cinco passos da anlise

    6 - Exerccios

  • Mdulo I 1 - Argumentos, Razes e Concluses

  • Mdulo I

    1 - Argumentos, Razes e Concluses

    Como sabemos se estamos diante de um argumento?

    Estamos diante de um argumento quando estamos perante um raciocnio que procura atingir uma concluso. Argumentar , por isso, diferente de discutir, descrever alguma coisa, insultar, pedir, perguntar, explicar, etc.

    Por outras palavras, estamos a argumentar quando apresentamos razes para defender uma determinada concluso.

  • Mdulo I

    1 - Argumentos, Razes e Concluses

    O que uma concluso e como a descobrimos num argumento?Uma concluso a mensagem que o argumento quer queaceitemos.

    Descobrimos a concluso de um argumento perguntando:o que que o autor do argumento quis provar?

    Uma concluso pode surgir num argumento na forma deuma recomendao, de uma validao de uma crena,um conselho, um aviso

  • Mdulo I

    1 - Argumentos, Razes e Concluses

    O que uma razo e para que serve?

    As razes (ou razo) so as partes de um argumento que apoiam a concluso, ou seja, so as razes que nos levam a defender determinada concluso.

    ImportanteArgumentar no simplesmente apresentar informaes, apresentar uma concluso baseada em informaes ourazes.Sem concluso no temos argumento.

  • Mdulo I

    1 - Argumentos, Razes e Concluses

    Exerccio_1

    Quais das seguintes passagens so um argumento?

    Se for um argumento indica a sua concluso

  • Mdulo I

    1 - Argumentos, Razes e Concluses

    a) O Joaquim saiu a correr da alfndega, com relgios e diamantes a cairem da sua mala enquanto fugia. Ao chegar paragem de txis esta estava cheia de passageiros. Joaquim correu at ao txi mais prximo e apontou uma arma ao motorista e gritou: Para a baixa, rpido! O txi arrancou e virou para a sada do aeroporto para a auto-estrada.

  • Mdulo I

    1 - Argumentos, Razes e Concluses

    b) Muitos problemas ambientais no podem ser resolvidos por aces individuais ou locais, por exemplo, a poluio provocada pelos automveis um problema escala mundial. Como tal, tais problemas s podem ser resolvidos atravs de uma aco internacional.

  • Mdulo I

    1 - Argumentos, Razes e Concluses

    c) No sculo XVII a cannabis era usada para tratar todo o tipo de doenas, desde espasmos musculares a reumatismo. Agora o seu uso ilegal mesmo para fins medicinais. Foi descoberto que a cannabis pode ajudar a aliviar os sintomas da esclerose mltipla.

  • Mdulo I

    1 - Argumentos, Razes e Concluses

    Importante

    Quando procuramos argumentos estamos procura de razes e de concluses.

    Ou seja estamos procura de razes que apoiem uma concluso e no procura de frases e opinies sem ligao umas com as outras.

  • Mdulo I - Anlise

    1 - Argumentos, Razes e ConclusesExerccio_2

    Para a concluso apresentada escolhe aquela que achasque a melhor razo.

    Concluso: Os dadores de sangue deviam ser pagos.

    1) A recolha de sangue um processo muito caro.

    2) As pessoas que do sangue normalmente fazem-no porque querem ajudar os outros.

    3) Existem muito poucos dadores de sangue e o pagamento iria incentivar mais pessoas a dar sangue.

  • Mdulo I Anlise 2 - A linguagem do raciocnio

  • Mdulo I Anlise

    2 - A linguagem do raciocnioAlgumas palavras indicadoras de razes e de concluses:

    Porque...; Como tal; Portanto...; Alm disso; Acredito que; Pois;Em primeiro lugar; Em segundo lugarE ainda; No entanto; Dessa forma...; Consequentemente...; ; Da concluo que...;Sou forado a admitir que...; ; Temos de aceitar que...; Uma vez que; Dado que...; ; Se aceitarmos estas razes;Temos de concluir que...; Por isso; As razes so; Se ento;

  • Mdulo I - Anlise

    2 - A linguagem do raciocnioExemplo de argumento sem palavras indicadoras

    Comprei o meu bilhete de avio h mais de dois meses. ATAP tem de me pagar uma indemnizao pelos prejuzosque me causou. O hotel que reservei no Brasil para passaras frias j est pago. No tenho culpa da greve de pilotosque me fez perder o avio.

    Exerccio_3

    Encontra as razes e a concluso deste argumento.Re-escreve o argumento de forma clara usando as palavrasindicadoras nos locais adequados:

  • Mdulo I Anlise

    2 - A linguagem do raciocnio

    Argumento com palavras indicadoras

    Comprei o meu bilhete h mais de dois meses e j pagueio hotel que reservei no Brasil para passar as frias. Almdisso no tenho culpa da greve dos pilotos que me fezperder o avio, por todos esses motivos acho que a TAPdeve pagar-me uma indemnizao pelos prejuzos que mecausou.

  • Mdulo I Anlise 3 - Pressupostos

  • Mdulo I Anlise

    3 - Pressupostos

    Na tradio do Pensamento Crtico entende-se por pressuposto uma premissa que no est explcita no argumento, mas que o autor toma por garantida.

  • Mdulo I Anlise

    3 - PressupostosExerccio_4

    Encontra os pressuposto em que autor dos seguintes argumentos tem de acreditar para que as suas concluses sejam verdadeiras:

    1) O crebro das mulheres em mdia mais pequeno que o dos homens, da podemos concluir que as mulheres so menos inteligentes que os homens.

    Pressuposto: o tamanho do crebro de uma pessoa indica o seu grau de inteligncia.

  • Mdulo I Anlise

    3 - Pressupostos2) Como o gelo dos Plos est a derreter, a temperatura do planeta deve estar a aumentar. Por esse motivo de esperar que o nvel das guas do mar continue a subir, inundando muitas das zonas costeiras do planeta.

    Pressuposto A nica explicao para o derretimento do gelo dos plos o aumento da temperatura do planeta.

  • Mdulo I Anlise 3.1 - O que preciso saber sobre pressupostos1) Quando identificamos os pressupostos de um raciocnio/argumento estamos a identificar as ideias que o autor tem de dar por garantidas para que as suas razes apoiem a concluso. Para identificar um pressuposto temos de aprender a ler entre as linhas do argumento.

  • Mdulo I Anlise

    3.1 - O que preciso saber sobre pressupostos

    2) Ao tornarmos visveis as partes invisveis dos argumentos estamos a contribuir para a sua melhor compreenso, i.e., para saber que elementos desse raciocnio os pressupostos apoiam.

  • Mdulo I Anlise 3.1 - O que preciso saber sobre pressupostos

    3) Existem pressupostos factuais (o autor pressupe que algo acontece, aconteceu ou acontecer) e pressupostos valorativos (o autor tem determinados valores dos quais depende a concluso do argumento).

    - ver glossrio

  • Mdulo I Anlise 3.1 - O que preciso saber sobre pressupostos

    4) Existem pressupostos necessrios para as razes serem verdadeiras e pressupostos necessrios para passarmos das razes para as concluses. Ou seja, um pressuposto pode apoiar uma razo, uma concluso intermdia ou a ligao de uma destas para a concluso.

  • Mdulo I Anlise 3.1 - O que preciso saber sobre pressupostos

    5) Depois de identificarmos um pressuposto altura de perguntarmos se verdadeiro ou falso.

  • Mdulo I Anlise 4 - A estrutura dos argumentos

    - mapas de argumentos -

  • Mdulo I Anlise

    4 - A estrutura dos argumentos

    Ao analisarmos as vrias estruturas possveis dos argumentospercebemos que as razes podem apoiar as concluses de diferentesmaneiras. Razes independentes apoiam sozinhas a conclusoRazes conjuntas precisam do apoio de outras razes para apoiarem a concluso Concluses intermdias funcionam ao mesmo tempo como concluso e razo que apoia a concluso principal.

  • Mdulo I Anlise

    4 - A estrutura dos argumentos mapas de argumentos

    Uma forma de tornarmos visvel aestrutura de um argumento atravs dodesenho de um mapa do argumento.

  • Mdulo I Anlise

    4 - A estrutura dos argumentos mapas de argumentosExerccio_5Encontra a estrutura e desenha o mapa dos seguintes argumentos:

    1) As pessoas deviam poder fumar em todo o lado. Fumar no ilegal e, alm disso, milhes de pessoas tm muito prazer em fumar.

    A estrutura deste argumento a seguinte:

    Concluso - As pessoas deviam poder fumar em todo o ladoRazo 1 - Fumar no ilegal. Razo 2 () milhes de pessoas tm muito prazer em fumar

  • Mdulo I Anlise 4 - A estrutura dos argumentos mapas de argumentos

    Desenha o mapa da estrutura dos seguinte argumentos:

    As pessoas deviam poder fumar em todo o lado (C). Fumar no ilegal (R1) e, alm disso, milhes de pessoas tm muito prazer em fumar (R2). R1 R2 C Este um exemplo de um mapa de argumento com razes independentes em que cada uma das (duas) razes capaz de, por si s, apoiar a concluso.

  • Mdulo I Anlise A estrutura dos argumentos mapas de argumentosExerccio_6

    A poluio nos nossos rios est a aumentar a cada ano que passa (R1). Quanto mais poludo for um rio, mais danos so causados aos animais que nele vivem.(R2) Como tal, a menos que se faa algo em relao poluio dos rios o nmero de animais que vivem nos rios ir diminuir drasticamente (CI). Contudo, no existem planos para diminuir a poluio dos nossos rios (R3). Por isso muitos dos animais que vivem nos nossos rios iro morrer (C). R1 + R2 CI + R3 CEste um mapa de argumento com duas razes conjuntas (R1 e R2) e uma concluso intermdia que, aliada a uma terceira Razo (R3) deforma tambm conjunta conduz concluso principal.

  • Exerccio_7 - Desenhar um argumento com pressupostosComo o gelo dos Plos est a derreter (R), a temperatura do planetadeve estar a aumentar (CI). Por esse motivo de esperar que o nveldas guas do mar continue a subir, inundando muitas das zonascosteiras do planeta (C).

    Press: A nica explicao para o derretimento do gelo dos plos o aumento da temperatura do planeta.

    Assim, o mapa deste argumento o seguinte: R + [Press] CI C

    Na verdade podemos encontrar ainda outro pressuposto neste argumento.Onde?

  • Mdulo I Anlise

    5 Os cinco passos da anlise

  • Mdulo I Anlise 5 Os cinco passos da anlise 1 Encontrar o Tema e a Concluso Principal do argumento.

    2 Quais so as Razes apresentadas?

    3 Que palavras ou frases so ambguas / vagas?

    4 O argumento depende de algum pressuposto? Qual?

    5 Qual a estrutura do argumento? Desenha o Mapa do Argumento.

  • Mdulo I Anlise

    6 - Exerccios

  • Mdulo I Anlise 6 - Exerccios1 - L os seguintes argumentos.2 - Sublinha e indica as Razes e as Concluses dos argumentos. 3 - Constri um mapa do argumento e encontra os seus pressupostos. 4 Indica a funo que esse pressuposto desempenha no argumento: uma razo adicional ou uma concluso intermdia?

  • Mdulo I Anlise Exerccio_8 (5 min.)O boxe o nico desporto cujo objectivo deixar os adversrios inconscientes. Na verdade o nico desporto em que um atleta tem autorizao para lesionar o outro. Deve ser, como tal, o desporto mais perigoso de todos. J foram propostas algumas solues para estes problemas uso obrigatrio de luvas e capacetes mas nenhuma delas eliminaria o perigo de leses graves. Por todos estes motivos o boxe devia ser proibido.

  • Mdulo I Anlise Exerccio_9 (5 min.)Na China comum as crianas comearem a trabalhar em fbricas e nos campos, muitas vezes ainda antes de comearem a andar. Alguns governos ocidentais tm feito presso com o governo chins no sentido de este acabar com estas situaes. No entanto esta uma questo cultural do povo chins. H centenas de anos, se no mesmo h milhares de anos, que comum as crianas trabalharem para ajudarem os seus pais. Os governos ocidentais no tm o direito de criticar o governo Chins

  • Mdulo I Anlise Exerccio_10 (20 min.)Anlise Crtica dos argumentos

    de

    1) So Toms de Aquino2) Spinoza 3) Bergson4) Nietzsche

    - ver anexos -

  • Mdulo II Avaliao de argumentos.

  • Mdulo II - AvaliaoEstrutura do Mdulo IIOs trs focos da avaliao

    Cinco perguntas da avaliao

    Resumo dos Mdulos I e II

    Exerccios

  • Mdulo II - Avaliao Sntese

    Depois de termos compreendido bem o argumento e dissecado a sua estrutura, agora altura de perguntarmos se um argumento um bom argumento, altura de avaliarmos o argumento.

  • Mdulo II - Avaliao Os trs focos de avaliao

    I Avaliar as razes

    II Avaliar o raciocnio

    III Avaliao Final

  • Mdulo II - AvaliaoAs cinco perguntas da avaliao

    I Avaliar as razes1 Concordas com as razes apresentadas?2 Aceitas os seus pressupostos (factuais ou valorativos)?

    II Avaliar o raciocnio3 Existem falcias no raciocnio?4 Que outras concluses so possveis?

    III Avaliao final5 Qual a avaliao final do argumento?

  • Mdulo II Avaliao

    I Avaliar as razes

    1 Concordas com as razes apresentadas?As razes apresentadas no argumento so verdadeiras?; provveis?; plausveis?; verosmeis?; credveis?; duvidosas?

    O seu contexto importante?; A fonte credvel?; Precisamos de ouvir um perito?; So compatveis com o nosso conjunto de crenas?

    Aceitas as razes? Quais? Todas? S algumas? Nenhumas?

  • Mdulo II Avaliao

    I Avaliar as razes2 Aceitas os seus pressupostos?

    Os pressupostos do argumento so pressupostos de valor ou factuais?

    At que ponto concordas com os pressupostos doargumento?

    Podes confirmar a sua veracidade?

    Que papel desempenham no argumento e queconsequncias tem a sua rejeio para a concluso final?

  • Mdulo II Avaliao

    II Avaliar o raciocnio

    Vimos que ao avaliarmos um argumento temos decomear por saber se:

    I - as razes apresentadas no argumento so verdadeiras?eII - das razes apresentadas podemos chegar concluso do argumento?

    Importante - Para um argumento ser bom a resposta a essas duasperguntas tem de ser sim!

    Agora vamos preocupar-nos com II:

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

  • Mdulo II Avaliao

    II Avaliar o raciocnio

    3 Existem falcias no raciocnio?

    claro que extremamente importante avaliarmos as razes de um argumento para descobrirmos se bom ou mau. Se as razes forem ms o argumento tambm ser mau. Mas por vezes acontece que as Razes apresentadas so verdadeiras e plausveis e, mesmo assim, a Concluso a que o autor chega no verdadeira ou provvel. Quando isto acontece o autor pode estar a cometer uma Falcia.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    Exerccio 11

    1) Quem faz musculao regularmente tem os msculos bem desenvolvidos.O meu amigo Miguel todo pele e osso, no tem msculos, por isso quando ele diz que faz musculao quase todos os dias h mais de 3 anos s pode estar a mentir. a) Quais so as razes e a concluso deste argumento?

    b) Vamos partir do princpio que as razes so verdadeiras. A Concluso tambm verdadeira?

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    Exerccio 12

    2) Quem faz musculao regularmente tem os msculos bem desenvolvidos.Assim, se o Miguel tem msculos bem desenvolvidos porque faz regularmente musculao.a) Encontra as razes e a concluso deste argumento.b) Mais uma vez imagina que as razes so verdadeiras. Parece-te que as razes apoiam a concluso? Porqu?

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    Exerccio 13E quanto a este argumento? Faz uma avaliao seguindo os mesmo passos a) e b).3) Todos os grandes pensadores tinham uma coisa em comum. Olhem para pinturas e fotografias de Plato, Galileu Galilei, Karl Marx, Darwin e Freud. Todos eles tinham longas barbas. Como tal a sua genialidade e grandeza foi devida s suas barbas.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    O argumento 1) um bom argumento (assumindo que as razes so verdadeiras).J os argumentos 2) e 3) so falcias. Podem, h primeira vista, parecer bons argumentos (sobretudo 2), mas se os leres com mais ateno vs que a partir das suas razes no podes chegar sua conclusoEm 2) mesmo que a razo seja verdadeira e que quem faz musculao regularmente tem os msculos bem desenvolvidos, da no podemos concluir que o Miguel vai regularmente ao ginsio s porque tem msculos bem desenvolvidos. O Miguel podia muito bem ter ganho esses msculos noutro stio qualquer que no o ginsio de musculao, como por exemplo na natao, no remo, no rugby ou na construo civil.

    J 3) um simples caso de uma generalizao abusiva.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    Exerccio 14

    4) Fiquei chocada com o Senhor Joaquim por ele ter defendido publicamente que as bebidas alcolicas deviam pagar menos impostos. claro que ele defende isso, toda a gente sabe que ele um grande bbado. As bebidas alcolicas devem pagar mais impostos.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    5) Joo Eu sou contra o aborto porque acredito que um feto um ser humano com direito vida, tal como qualquer um de ns.Mariana claro que tu tens de dizer isso, tu s padre.Joo Mas... e quanto razo que eu apresentei a defender a minha posio?Mariana Essa razo no conta para nada. Tu s padre e, como tal, s dizes aquilo que o Papa diz para tu dizeres.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    Os textos 4) e 5) que acabmos de ler contm um tipo de falcia muito comum em discusses e argumentos. Esta falcia tem o nome de ad hominem (que em grego quer dizer ao homem Aristteles foi o primeiro a catalogar as diversas falcias).

    A razo porque esta falcia tem este nome porque ataca o autor do argumento e no o argumento em si. Ora num argumento normalmente no importa o autor do argumento (o seu carcter, o que ele faz, etc.) mas sim o que ele diz, ou seja, as razes que ele apresenta. Assim, ao atacar o homem (o autor do argumento) em vez de se atacar o que o homem diz (o argumento) est-se a cometer uma falcia.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    claro que, por vezes, uma informao sobre o carcter de determinada pessoa pode ajudar-nos a decidir se devemos ou no acreditar nela.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    6) O nosso chefe prometeu que este ano iria subir o salrio a todos os empregados da empresa, no entanto o ano passado ele disse a mesma coisa e no o cumpriu. Fez o mesmo h dois anos atrs. E, se bem me lembro, h trs anos atrs tambm. Por isso, uma vez que j estamos habituados s suas mentiras, de esperar que este ano ningum seja aumentado.7) O nosso chefe prometeu que este ano iria subir o salrio a todos os empregados da empresa, no entanto nos ltimos dois anos ele j foi apanhado a conduzir com lcool no sangue. Por isso de esperar que este ano ningum seja aumentado.

    a) Qual dos dois te parece conter uma falcia ad hominem?

    b) Qual destes ataques pessoa te parece relevante para a concluso? Porqu?

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    Exerccio 15

    8) A televiso da Francisca deixou de dar. Ela levantou-se e deu-lhe um murro. Logo a seguir a televiso comeou a dar. Essa a prova que possvel arranjar a televiso com um simples murro.

    9) O Henrique tinha j h alguns anos um grande cravo num dos dedos da mo. Uma tia-av do Henrique aconselhou-o a descascar uma batata e enterr-la no jardim numa noite de lua cheia. Trs meses depois o cravo desapareceu. No h dvida que foi a batata que o curou. 10) A nica forma de reduzir o nmero de crimes permitir que os cidados andem armados. No estado do Texas, desde que em 1980 se legalizou o uso de armas de defesa pessoal o nmero de crimes violentos baixou cerca de 10%.

    O que tm em comum todos estes argumentos?

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    Os argumentos 8), 9) e 10) tm uma coisa em comum, todos eles concluem que um determinado acontecimento foi a causa de outro acontecimento. Assim, concluiu-se em 8) que o concerto da televiso foi o murro da Francisca;em 9) que o desaparecimento do cravo foi causado pela batata enterrada na noite de lua cheia;e em 10) que mais armas nas mos das pessoas ajuda a prevenir crimes.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    Todos estes argumentos so falaciosos, uma vez que as suas concluses no so apoiadas pela fora das suas razes, mas apenas pelo facto de essas razes terem acontecido antes daquilo que se quer provar. Ora, o simples facto de uma coisa anteceder temporalmente outra no prova que uma a causa de outra A este tipo de falcia d-se o nome latim de post hoc (ergo propter hoc) a sua traduo algo como Depois disto, como tal por causa disto. Cometer uma falcia post hoc , basicamente, retirar uma concluso precipitada.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    Como evitar cair numa falcia Post Hoc Quando nos deparamos com este tipo de argumentos temos de procurar saber se essa relao de causa/consequncia existe de facto, ou se uma mera coincidncia.

    Depois devemos procurar explicaes alternativas para as consequncias apresentadas.

    Tenta arranjar uma explicao alternativa para cada uma das razes dos trs argumentos acima.

  • Explicaes

    ImportanteAs explicaes no so argumentos, mas as explicaes podem servir de razes em argumentos.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    Exerccio 16

    11) Se no estiveres em boa forma fsica no consegues ganhar um jogo de tnis que chegue aos 5 sets. Mas tu ests em melhor forma que o teu adversrio, por isso vais ganhar o jogo.Este argumento um mau argumento pois apesar de ser necessrio eu estar em boa forma fsica para ganhar um jogo de tnis to longo, isso no uma suficiente para eu ganhar o jogo. Tambm necessrio que eu jogue bem tnis, ou pelo menos to bem quanto o meu adversrio.

    Esta falcia tem o nome de falcia das condies necessrias e suficientes

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    Exerccio 17 - Encontra as falcias dos prximos argumentos

    12) Se ganhares o euromilhes ficars multimilionrio. Mas tu nunca jogas no euromilhes, como tal nunca ficars milionrio.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    13) H muitos anos que os cientistas perguntam quem tero sido os primeiros homens a cozinhar alimentos. Uma vez que cozinhar alimentos requer calor, os primeiros cozinheiros devem ter usado o fogo. At muito recentemente pensava-se que foram os Homo sapiens que inventaram o fogo h cerca de 200 mil anos. Mas agora alguns cientistas descobriram que uns antepassados dos Homo sapiens, os Homo sapiens heidelbergensis j faziam fogueiras h 400 mil anos. Por isso esses antepassados dos Homo sapiens j cozinhavam alimentos h muito mais tempo que estes.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    14) As diferenas que existem entre homens e mulheres no nascem connosco, mas so o resultado de educaes diferentes dadas aos rapazes e s raparigas. Como tal, os comportamentos dos seres humanos algo que ensinado e no algo que nasce connosco.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    15) No concordo com a lei que probe fumar em locais fechados. Se proibirem primeiro o fumo em locais fechados, depois vo proibir o fumo em espaos abertos e depois o fumo em casa das pessoas. E no s, se comearem aqui, no tarda nada esto tambm a proibir os churrascos por fazerem muito fumo

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    16) Os jovens que cometam pequenos crimes deviam ser punidos com mais severidade que os adultos que cometam pequenos crimes. Uma vez que um jovem cometa um pequeno crime, como roubar num supermercado, est aberta uma porta para cometer outro crime maior, como roubar um banco. E daqui o jovem passa facilmente para outro ainda maior, como matar. Como tal, se queremos evitar que os jovens delinquentes se tornem grandes criminosos, temos de punir severamente os primeiros crimes dos jovens.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    17) Se subirmos o preo do tabaco o nmero de pessoas que fuma diminuir. O preo do tabaco tem subido ao longo dos anos e o nmero de fumadores tem descido.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    18) A maior parte das pessoas poderia ser um gnio musical se estas trabalhassem bastante para isso. Um psiclogo estudou a vida de 70 compositores e concluiu que a maioria deles tinha estudado arduamente durante pelo menos dez anos, antes de se tornarem compositores de gnio. Mozart, por exemplo, foi obrigado pelo seu pai a estudar horas a fio obras de msica e tcnicas de composio antes de compor a sua primeira obra de gnio aos 12 anos.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    19) Tm sido cometidos imensos crimes por variadssimas pessoas em noites de lua cheia. O que se pode concluir daqui que quando a lua est cheia no devemos confiar em absolutamente ningum.

  • 3 Existem falcias no raciocnio?

    20) claro que eu acredito que Deus existe. Temos duas alternativas para explicar a existncia do mundo. Ou foi Deus que fez tudo isto nossa volta, ou ento tudo no universo surgiu por mero acaso. Todos os tomos se juntaram e, de repente, surgiram as estrelas, os planetas, as pessoas e os animais. Acho que mais fcil ganhar mil vezes seguidas no euromilhes que ser verdade que o universo tenha surgido por mero acaso. Tudo na natureza funciona na perfeio, como o mecanismo de um relgio. Como bvio que um relgio precisa de um relojoeiro, tambm bvio que Deus existe.

  • 4 Que outras concluses so possveis?

  • Mdulo II Avaliao

    4 Que outras concluses so possveis?Pensa em concluses alternativas s apresentadas no argumento que pretendes avaliar.

    Problematiza o argumento; procura falhas, outras interpretaes possveis, outro significado para os seus conceitos

    altura de seres criativo e pensar o impensvel (ver glossrio) por forma a testar todas as possibilidades do argumento.

  • 5 Qual a avaliao final do argumento

  • Mdulo II Avaliao

    5 Qual a avaliao final do argumentoCom todos estas dados na mo agora sim sers capaz de dizer de forma competente e crtica se aceitas ou no o argumento.

    Poders querer modific-lo nalgumas partes, melhorar as suas razes, sublinhar uma dvida. Podes aceit-lo em parte ou ento, rejeit-lo completamente.

  • Resumo dos Mdulos I e II

    1) Anlise - encontrar a estrutura do argumento e, se necessrio, resumir por palavras nossas esse argumento.

    2) Avaliao avaliao do argumento; para avaliar correctamente um argumento preciso:

    a) avaliar cada uma das razes e pressupostos do argumento;

    b) avaliar o raciocnio e procurar falcias por trs do argumento; ser imaginativo e procurar alternativas tanto s razes como concluso;

    c) avaliao final. S no fim de todo este processo estars preparado para fazer a tua avaliao do argumento. aqui que decides se aceitas ou no a sua concluso.

  • 6 - Exerccios

  • Mdulo II - AvaliaoExerccio de AnliseExerccio 18

    A maior parte dos pais, se pudesse escolher, preferia ter filhos rapazes. Assim, se devido aos avanos da medicina os pais puderem escolher o sexo dos seus filhos provvel que comecem a nascer mais meninos que meninas. Isto pode trazer problemas sociais muito srios, como tal devemos proibir o uso de tcnicas que permitam que as pessoas escolham o sexo dos seus filhos.

    1 ) Anlise do argumento Segue os cinco passos da anlise e desenha o mapa doargumento.

    1 - Encontra o Tema e a Concluso Principal do argumento.2 - Quais so as Razes apresentadas?3 Que palavras ou frases so ambguas / vagas?4 O argumento depende de algum pressuposto? Qual?5 Qual a estrutura do argumento? Desenha o Mapa do Argumento.

  • Mdulo II - Avaliao Exerccio de AvaliaoExerccio 19A maior parte dos pais, se pudesse escolher, preferia ter filhos rapazes. Assim, se devido aos avanos da medicina os pais puderem escolher o sexo dos seus filhos provvel que comecem a nascer mais meninos que meninas. Isto pode trazer problemas sociais muito srios, como tal devemos proibir o uso de tcnicas que permitam que as pessoas escolham o sexo dos seus filhos.

    2) Avaliao do argumentoa) Avaliao de cada uma das razes do argumentob) Avaliao do raciocnio Encontras alguma falcia neste argumento? Imaginas concluses alternativas ao argumento apresentado?c) Avaliao final Faz uma breve avaliao final deste argumento.

  • Mdulo II - Avaliao

    Exerccio de Anlise e AvaliaoExerccio 20

    Anlise e Avaliao Crtica dos argumentosde 1) So Toms de Aquino2) Spinoza3) Bergson4) Nietzsche

    - ver anexos -

  • 1 ) Anlise do argumento Segue os cinco passos da anlise e desenha o mapa do argumento.

    1 - Encontra o Tema e a Concluso Principal do argumento.2 - Quais so as Razes apresentadas?3 Que palavras ou frases so ambguas / vagas?4 O argumento depende de algum pressuposto? Qual?5 Qual a estrutura do argumento? Desenha o Mapa do Argumento.

    2) Avaliao do argumento

    1) Avaliao de cada uma das razes do argumento

    2) Avaliao do raciocnio Encontras alguma falcia neste argumento? Imaginas concluses alternativas ao argumento apresentado?3) Avaliao final Faz uma breve avaliao final deste argumento.

  • Bibliografia Critical Reasoning a practical introduction, Anne Thomson, ed. Routledge Critical Thinking an introduction, Alec Ficher, ed. Cambridge Univ. Press Asking the Right Questions A Guide to Critical Thinking, M. N. Browne and S.M.Keeley, ed. Prentice Hall Critical Thinking for Students, Roy van den Brink-Budgen, ed. Howtobooks How to think about weird things Critical Thinking for a new age, T. Schick, Jr. and L.Vaughn, ed. McGraw Hill A Arte de Argumentar, Anthony Weston, ed. Gradiva

  • Fim!

    Toms Magalhes Carneiro

    [email protected]

    http://filosofiacritica.wordpress.com/