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Curso de Pós-Graduação em Direito do Consumidor Módulo II Contratos de Consumo em Espécie Turma 03 Aula: 31 1ª parte Tema: Estudos de Caso Rescisão contratual de aquisição de imóvel PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 1

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Curso de Pós-Graduação em Direito do Consumidor

Módulo II – Contratos de Consumo em Espécie

Turma 03

Aula: 31 – 1ª parte

Tema: Estudos de Caso – Rescisão contratual de aquisição de

imóvel

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

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• 1 – Competência

a) Juízo: Justiça Comum Estadual

b) Foro: Domicílio do Autor

• 2 – Qualificação das partes

Artigo 319 do Código de Processo Civil

Autor: nome completo, nacionalidade, estado civil (existência de união

estável), profissão, RG, CPF/MF, e-mail e endereço.

Réu: Nome completo da empresa, CNPJ, e-mail e endereço.

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• 3 – O fato e os fundamentos jurídicos do pedido.

Narração jurídica dos fatos

• Teses Jurídicas: observar quem deu causa à rescisão contratual

Culpa do vendedor: devolução integral

Culpa do comprador: devolução parcial

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• Artigo 418 do Código Civil

Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-

lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras,

poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução

mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais

regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.

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Súmula nº 543 do C. Superior Tribunal de Justiça: “Na hipótese de

resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel

submetido ao Código de Defesa do consumidor, deve ocorrer a imediata

restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador integralmente,

em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou

parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao

desfazimento.”

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• 4 – Pedido com suas especificações

Ação de Declaratória de Rescisão Contratual cumulada com Devolução das

Parcelas Pagas, incluindo as arras, com juros, correção monetária e

honorários advocatícios.

Se o cliente estiver no apartamento, requerer tutela provisória de urgência

para a rescisão do contrato e que as despesas de água, luz, condomínio e

IPTU sejam de responsabilidade do réu.

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Requerer a multa diária (“astreintes”) com o objetivo de compelir o réu a

cumprir a tutela provisória de urgência – art. 297 do CPC e art. 84, § 3º, do

CDC)

Requerer a inversão do ônus da prova – art. 6º, inc. VIII, do CDC

Requerer, se for o caso, o pedido de gratuidade de justiça – art. 98 do CPC

Opção ou não pela audiência de conciliação ou mediação

Valor da causa (Quantia requerida pelo autor – art. 292, II, do CPC)

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Curso de Pós-Graduação em Direito do Consumidor

Módulo II – Contratos de Consumo em Espécie

Turma 03

Aula: 31 – 2ª Parte

Tema: Contratos bancários

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

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• 4 – Pedido com suas especificações

Ação de Declaratória de Rescisão Contratual cumulada com Devolução das

Parcelas Pagas, incluindo as arras, com juros, correção monetária e

honorários advocatícios.

Se o cliente estiver no apartamento, requerer tutela provisória de urgência

para a rescisão do contrato e que as despesas de água, luz, condomínio e

IPTU sejam de responsabilidade do réu.

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Requerer a multa diária (“astreintes”) com o objetivo de compelir o réu a

cumprir a tutela provisória de urgência – art. 297 do CPC e art. 84, § 3º, do

CDC)

Requerer a inversão do ônus da prova – art. 6º, inc. VIII, do CDC

Requerer, se for o caso, o pedido de gratuidade de justiça – art. 98 do CPC

Opção ou não pela audiência de conciliação ou mediação

Valor da causa (Quantia requerida pelo autor – art. 292, II, do CPC)

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CONTRATOS BANCÁRIOS

1. Conceito de contrato bancário

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• 2. Características do contrato bancário

a) Bilateral

b) Comutativo

c) Oneroso

d) Adesão

e) Sigiloso (Lei Complementar n. 105 de 10 de janeiro de 2001)

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• Art. 3°, § 2º, do CDC

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,

mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de

crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter

trabalhista.

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• Súmula 297 do STJ

O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições

financeiras.

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• Súmula 321 do STJ

O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação

jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes.

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• RECURSO ESPECIAL Nº 292.636 – RJ (AÇÃO CIVIL PÚBLICA)

“O contrato bancário de abertura de crédito (cheque especial)

submete-se à disciplina do Código de Defesa do Consumidor.”

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• REsp nº 213.825-RS

"Tratando-se de empréstimo tomado por consumidor final, a

operação creditícia realizada pelo banco submete-se às disposições do

Código de Defesa do Consumidor, na qualidade de prestador de

serviços especialmente contemplados no art. 3º, § 2º, do citado diploma

legal”.

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• Juros compensatórios (juros remuneratórios)

A celebração de um contrato de financiamento propiciará a

cobrança de juros. Esses juros são os compensatórios

(remuneratórios), isto é, os frutos naturais do capital empregado,

calculados sobre um valor emprestado por um determinado período de

tempo.

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Curso de Pós-Graduação em Direito do Consumidor

Módulo II – Contratos de Consumo em Espécie

Turma 03

Aula: 31 – 3ª Parte

Tema: Contratos bancários

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• RECURSO ESPECIAL Nº 292.636 – RJ (AÇÃO CIVIL PÚBLICA)

“O contrato bancário de abertura de crédito (cheque especial)

submete-se à disciplina do Código de Defesa do Consumidor.”

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• REsp nº 213.825-RS

"Tratando-se de empréstimo tomado por consumidor final, a

operação creditícia realizada pelo banco submete-se às disposições do

Código de Defesa do Consumidor, na qualidade de prestador de

serviços especialmente contemplados no art. 3º, § 2º, do citado diploma

legal”.

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• Juros compensatórios (juros remuneratórios)

A celebração de um contrato de financiamento propiciará a

cobrança de juros. Esses juros são os compensatórios

(remuneratórios), isto é, os frutos naturais do capital empregado,

calculados sobre um valor emprestado por um determinado período de

tempo.

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1. Mora

Haverá mora quando o devedor ainda puder cumprir a obrigação,

possibilitando o credor receber a prestação que lhe interessa.

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Art. 394 do Código Civil – Conceito de mora

Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o

credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a

convenção estabelecer.

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2. Configura-se a mora do devedor quando este não cumprir, por culpa

sua, a prestação devida na forma, tempo e lugar devidos em razão de

lei ou contrato.

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3. Elementos da mora do devedor

a) Objetivo: a não realização do pagamento no tempo, local e modo

convencionados.

b) Subjetivo: inexecução culposa por parte do devedor.

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A mora do devedor manifesta-se sob dois aspectos:

a) Mora ex re: mora decorrente de lei, resultando do próprio fato do

descumprimento da obrigação, independendo, portanto, de provocação

do credor.

Exemplo: obrigações positivas e líquidas que não foram cumpridas no

seu termo. (Artigo 397 do CC)

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Art. 397 do Código Civil

O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo,

constitui de pleno direito em mora o devedor.

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b) Nas obrigações negativas, o devedor é tido como inadimplente, o

devedor é tido como inadimplente, desde o dia em que executar o ato

que se devia abster (art. 390 do CC)

Art. 390 do CC

Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o

dia em que executou o ato de que se devia abster.

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c) Nas obrigações provenientes de ato ilícito, que se considera o

devedor em mora desde que o pratico (Artigo 398 do CC), de forma que

desde o instante em que cometeu o ilícito, em decorrência de violação

de lei penal ou civil, correrão os riscos da coisa devida exclusivamente

por conta do devedor, independentemente de qualquer interpelação.

Art. 398 do Código Civil

Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em

mora, desde que o praticou.

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2. Mora ex persona: quando não houver estipulação de termo certo para

a execução da relação obrigacional. O credor deverá cientificar

formalmente o devedor da inadimplência por meio de notificação

extrajudicial.

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A mora ex persona requer a intervenção do credor na defesa de seu

direito creditório, cientificando o devedor. Se o devedor cientificado

quedar-se inerte, não cumprindo a prestação devida, produzir-se-ão os

efeitos da mora.

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Curso de Pós-Graduação em Direito do Consumidor

Módulo II – Contratos de Consumo em Espécie

Turma 03

Aula: 31 – 4ª Parte

Tema: Contratos bancários

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• RECURSO ESPECIAL Nº 292.636 – RJ (AÇÃO CIVIL PÚBLICA)

“O contrato bancário de abertura de crédito (cheque especial)

submete-se à disciplina do Código de Defesa do Consumidor.”

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• REsp nº 213.825-RS

"Tratando-se de empréstimo tomado por consumidor final, a

operação creditícia realizada pelo banco submete-se às disposições do

Código de Defesa do Consumidor, na qualidade de prestador de

serviços especialmente contemplados no art. 3º, § 2º, do citado diploma

legal”.

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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

• Juros compensatórios (juros remuneratórios)

A celebração de um contrato de financiamento propiciará a

cobrança de juros. Esses juros são os compensatórios

(remuneratórios), isto é, os frutos naturais do capital empregado,

calculados sobre um valor emprestado por um determinado período de

tempo.

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1. Requisitos da mora do devedor

a) Exigibilidade imediata da obrigação: existência de dívida positiva,

líquida e vencida.

b) Inexecução total ou parcial da obrigação por culpa do devedor.

c) Interpelação extrajudicial do devedor.

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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

2. Efeitos jurídicos da mora do devedor

a) Responsabilidade do devedor pelos prejuízos causados pela mora

ao credor mediante o pagamento de juros moratórios legais ou

convencionais, além do lucro cessante, isto é, daquilo que o credor

deixou de ganhar em razão da mora, compreendendo os frutos e

rendimentos que poderia ser tirado da coisa devida. Deverá ainda

pagar ao credor as despesas efetuadas para cobrar o devedor,

satisfação da cláusula penal e pagamento de honorários advocatícios.

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Art. 395 do Código Civil

Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa,

mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices

oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

b) Possibilidade de o credor exigir a satisfação das perdas e danos,

rejeitando a prestação, se devido à mora ela se tornou inútil (artigo

395, parágrafo único do CC) ou perdeu seu valor.

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Lembrando a classificação dos juros:

a) Juros compensatórios (juros-frutos ou juros remuneratórios):

decorrem de uma utilização consentida do capital alheio, pois estão,

em regra, preestabelecidos no título constitutivo da obrigação, no qual

contraentes fixam os limites de seu proveito, enquanto durar o

negócio jurídico.

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b) Juros moratórios:

Os juros moratórios constituem pena imposta ao devedor pelo atraso

no cumprimento da obrigação, atuando como se fosse uma indenização

pelo retardamento no adimplemento da obrigação.

Os juros moratórios poderão ser:

a) convencionais: as partes estipulam os juros no caso de atraso no

cumprimento da obrigação;

b) legais: taxa fixada pela lei quando houver mora no pagamento.

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CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. Abertura de crédito rotativo em conta corrente e empréstimos.Admissibilidade da capitalização dos juros em cédula de crédito bancário. Lei n. 10.931/04 (artigo 28, §1º, I). Aplicação das Súmulas 539 e 541, do Superior Tribunal de Justiça. Preservação da taxa de jurosremuneratórios convencionada, inclusive para o período de renovação automática e sucessiva dosajustes. Abusividade da elevação dos juros remuneratórios no período de inadimplemento, aplicando-sea taxa de juros convencionais estipulada para o período de normalidade contratual, acrescida de juroslegais de mora e de multa contratual de 2% sobre o débito, nas cédulas representativas de abertura decrédito em conta corrente e de empréstimos. Consideração de que foram emitidas cédulas de créditobancário representativas de abertura de crédito em conta corrente e de mútuo, bem como firmadocontrato de seguro de vida, com cláusulas devidamente especificadas, celebrados os ajustes eminstrumentos apartados e independentes. Venda casada não configurada. Renovação do seguro de vida[não se cuida de seguro prestamista] por vários anos. Pedido inicial julgado parcialmente procedente.Sentença reformada em parte. Recurso parcialmente provido. Dispositivo: deram parcial provimento aorecurso. (TJSP; Apelação Cível 0040683-49.2013.8.26.0576; Relator (a): João Camillo de Almeida PradoCosta; Órgão Julgador: 19ª Câmara de Direito Privado; Foro de São José do Rio Preto - 3ª Vara Cível; Datado Julgamento: 14/11/2019; Data de Registro: 14/11/2019)

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AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO – CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO – TAXA DE JUROS REMUNERATÓRIOS –Alegação de cobrança de juros abusivos. INADMISSIBILIDADE: Juros pactuados expressamente pelas partes quesão inferiores à taxa média do mercado. Súmula 382 do STJ. SEGURO – Pretensão do autor de afastamento dacobrança. ADMISSIBILIDADE: A cláusula que prevê a cobrança de seguro é de adesão e abusiva, uma vez quenão foi permitido ao contratante optar com qual Seguradora pretendia contratar, ensejando verdadeira vendacasada. A questão já foi pacificada pelo STJ nos Recursos Repetitivos nos 1.639.259 – SP e 1.639.320 - SP.Sentença reformada neste ponto. TARIFA DE CADASTRO – Alegação da parte autora de abusividade.INADMISSIBILIDADE: A Súmula nº 566 do C. STJ pacificou a questão da tarifa de cadastro. Essa tarifa é admitidadesde que cobrada uma única vez no início do contrato e o valor não seja abusivo. É o caso em questão. TARIFADE AVALIAÇÃO DO BEM – Alegação de abusividade. OCORRÊNCIA: Sem a prestação de serviço é ilegal acobrança dessa tarifa, considerando-se o entendimento do E. STJ em recurso repetitivo. Ônus do banco, do qualnão se desincumbiu – Art. 373, II CPC. Sentença reformada neste ponto. TARIFA DE REGISTRO – Insurgênciacontra a cobrança da referida tarifa. INADMISSIBILIDADE: É legal a cobrança da mencionada tarifa,considerando-se o entendimento do C. Superior Tribunal de Justiça em recurso repetitivo, uma vez que o valorcobrado não é abusivo e existe comprovação de que o serviço foi prestado. RESTITUIÇÃO DE VALOR REFLEXORELATIVO AO IOF – Pretensão de recálculo do Imposto depois de deduzidos do valor financiado os encargosconsiderados abusivos. ADMISSIBILIDADE: Em razão do princípio da reparação integral (art. 6º, inciso VI doCPC), a restituição dos valores indevidamente pagos deve incluir também o I.O.F., mas somente sobre elesincidente. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSP; Apelação Cível 1022207-61.2019.8.26.0405; Relator(a): Israel Góes dos Anjos; Órgão Julgador: 18ª Câmara de Direito Privado; Foro de Osasco - 1ª Vara Cível; Datado Julgamento: 14/06/2016; Data de Registro: 23/03/2020)