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NOME: JOYCE FREITAS ARAÚJO FIRMINO
CURSO:
INTRODUÇÃO AO SERVIÇO
SOCIAL
2
SUMÁRIO
Plano de Ensino da Disciplina ..................................................................................... 3
Diretriz Curricular do Curso de Serviço Social ............................................................ 6
Apresentação ............................................................................................................ 10
NOTA DE AULA 1 – Contexto histórico do Serviço Social .................................. 12
1.1 A trajetória da profissão no Brasil ........................................................................ 16
1.2 O movimento de reconceituação do Serviço Social no Brasil ............................. 19
NOTA DE AULA 2 – A dimensão político-organizativa do Serviço Social .......... 22
2.1 Os orgãos representativos da profissão .............................................................. 23
NOTA DE AULA 3 – O Projeto Ético-Político do Serviço Social .......................... 37
3.1 O que é o Projeto Ético Político ? ........................................................................ 37
3.2 A trajetória de construção do Projeto Ético-Político ............................................ 38
3.3 O Código de Ética Profissional ............................................................................ 40
NOTA DE AULA 4 – O Serviço Social na contemporaneidade ............................ 45
4.1 O papel do Assistente Social ............................................................................... 45
4.2 Espaços de atuação profissional ......................................................................... 50
4.3 Desafios e profissionais na contemporaneidade ................................................. 51
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 54
IDAAM – MANAUS
3
CURSO : DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
DISCIPLINA TCC
PROFESSORA Angela Vieira
PLANO DE ENSINO – APRENDIZAGEM
CURSO SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINA INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL
PROFESSORA JOYCE FREITAS ARAÚJO FIRMINO
Nº DE CRÉDITOS 04
CARGA
HORÁRIA 60
MARCO REFERENCIAL
PERFIL DO
EGRESSO
Os egressos do curso de Serviço Social deverão apresentar competências profissionais
capazes de responder às demandas sociais, na perspectiva de assegurar direitos,
democratizar o acesso dos usuários às políticas sociais, por meio de práticas profissionais
competentes, com potencial de produzir conhecimentos e propor alternativas para a
transformação da realidade social.
CONTEXTUALIZA
ÇÃO DA
DISCIPLINA
A disciplina Introdução ao Serviço Social visa discutir o contexto histórico-teórico que
configuram a profissão, proporcionando ao aluno conhecer os pormenores que
materializam o exercício profissional dos Assistentes Sociais nos diversos campos de
atuação, dando ênfase ao aparato político-organizativo e os desafios profissionais na
contemporaneidade.
EMENTA Contextualização histórica da profissão. A dimensão político-organizativa do Serviço Social.
O projeto ético-político do Serviço Social. Serviço Social na contemporaneidade.
MARCO OPERACIONAL
OBJETIVO
GERAL DA
DISCIPLINA
Identificar, analisar e aplicar os conhecimentos teóricos da disciplina Introdução ao Serviço Social e suas configurações no contexto profissional contemporâneo.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS DA
DISCIPLINA
✓ Analisar a conjuntura histórica que materializa o Serviço Social como profissão. ✓ Identificar as competências político-organizativas do Serviço Social. ✓ Analisar e aplicar os conceitos teóricos do Serviço Social e sua relação com o
projeto ético-político profissional. ✓ Identificar e analisar os desafios da profissão na contemporaneidade.
4
MÉTODOS
✓ Aulas expositivas e dialogadas para a obtenção de informações relativas aos aspectos da disciplina Introdução ao Serviço Social;
✓ Estudo de textos para obtenção e interpretação crítica de dados; ✓ Estudos Dirigidos para a identificação, obtenção e organização de informações; ✓ Desenvolvimento de estudos de casos para aplicação de modelos de tomadas de
decisão com base nas teorias estudadas; ✓ TEMPESTADE CEREBRAL (brainstorming) em pequenos grupos objetivando aplicar
conhecimentos teóricos pré adquiridos na solução de problemas fictícios; ✓ Seminário para socialização grupal e desenvolvimento de pesquisas e
apresentações.
Recursos Projetor Multimídia (data show); Notebook; Caixa de Som; Recursos de áudio e vídeo;
Passador de Slides; Quadro Branco; Pincel.
UNID ASSUNTO
CONTEÚDO
PROGRAMÁTIC
O
I CONTEXTO HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL 1.1 A trajetória da profissão no Brasil 1.2 O movimento de reconceituação do Serviço Social no Brasil
II A DIMENSÃO POLÍTICO-ORGANIZATIVA DO SERVIÇO SOCIAL 2.1 Os orgãos representativos da profissão
III O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL 3.1 O que é o Projeto Ético Político? 3.2 Trajetória de construção do Projeto Ético-Político 3.3 O Código de Ética Profissional
IV O SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE 4.1 O papel do Assistente Social 4.2 Espaços de atuação profissional 4.3 Desafios profissionais na contemporaneidade
AVALIAÇÃO
a) PARCIAL 1- Seminário em grupo (0-10 pontos). Assunto: Unidade I – Contexto histórico do Serviço Social. b) AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL 1 - Prova individual escrita (0-10 pontos), contendo 5 questões de múltipla escolha e 5 discursivas (critérios descrito na prova). Assunto: Unidades I e II do conteúdo programático. c) PARCIAL 2 – Estudo de caso em grupo (0-10 pontos). Assunto: Código de Ética Profissional e Projeto Profissional do Serviço Social. Unidades: II e III. d) AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL 2 - Prova individual escrita (0-10 pontos), contendo 7 questões de múltipla escolha e 3 discursivas (critérios descrito na prova). Assunto: Unidade IV do conteúdo.
REFERÊNCIAS
BÁSICAS
ALVES, Márcia Oliveira. Desafios históricos do Serviço Social. Curitiba: InterSaberes, 2016.
BARBOSA, Daniela A. de Lima. Introdução ao Serviço Social. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
MEIRELLES, Giselle Ávila Leal de. Serviço Social e “questão social”: das origens à contemporaneidade [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2018.
5
REFERÊNCIAS
COMPLEMENTAR
ES
IAMAMOTO, Marilda V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1999.
NETTO, José Paulo. Ditadura e Serviço Social: Uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64. São Paulo: Cortez, 2001.
SILVA, Maria Ozanira da. O Serviço Social e o Popular: Resgate teórico-metodológico do projeto profissional de ruptura. 2ª Ed. São Paulo: Cortez, 2002.
TEIXEIRA, Joaquina Barata; BRAZ, Marcelo. O projeto ético-político do Serviço Social. In:
Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasílica: CFESS/ ABEPSS,
2009.
MATERIAL
DIGITAL
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). Disponível em: < http://www.abepss.org.br>. Acesso em: 06 de ago. 2018.
BRASIL. Lei nº 8.662, de 07 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá outras providências. Disponível em: <http:// www.cfess.org.br/arquivos/legislacao_lei_8662.pdf>. Acesso em: 04 de ago. 2018.
Código de Ética do Assistente Social. Disponível em: <http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf>. Acesso em: 05 de ago. 2018.
Conselho Federal do Serviço Social (CFESS). Disponível em: <http://www.cfess.org.br>.Acesso em: 05 de ago. 2018.
Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESSO). Disponível em: <https://enessooficial.wordpress.com> .Acesso em: 06 de ago. 2018.
6
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
RESOLUÇÃO CNE/CES 15, DE 13 DE MARÇO DE 2002.(*)
Estabelece as Diretrizes Curriculares
para os cursos de Serviço Social.
O Presidente Câmara de Educação Superior, no uso de suas atribuições
legais e tendo em vista o disposto na Lei 9.131, de 25 de novembro de 1995, e
ainda o Parecer CNE/CES 492/2001, homologado pelo Senhor Ministro de Estado
da Educação em 9 de julho de 2001, e o Parecer CNE/CES 1.363/2001,
homologado em 25 de janeiro de 2002, resolve:
Art. 1º As Diretrizes Curriculares para os cursos de Serviço Social,
integrantes dos Pareceres CNE/CES 492/2001 e 1.363/2001, deverão orientar a
formulação do projeto pedagógico do referido curso.
Art. 2º O projeto pedagógico de formação profissional a ser oferecida pelo
curso de Serviço Social deverá explicitar:
a) o perfil dos formandos;
b) as competências e habilidades gerais e específicas a serem
desenvolvidas;
c) a organização do curso;
d) os conteúdos curriculares;
e) o formato do estágio supervisionado e do Trabalho de Conclusão do
Curso;
f) as atividades complementares previstas.
Art. 3º A carga horária do curso de Serviço Social deverá obedecer ao
disposto em Resolução própria que normatiza a oferta de curso de bacharelado.
Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
ARTHUR ROQUETE DE MACEDO Presidente da Câmara de
Educação Superior
(*) CNE. Resolução CNE/CES 15/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de abril de 2002. Seção 1, p. 33.
7
1. Perfil dos Formandos
Profissional que atua nas expressões da questão social, formulando e
implementando propostas de intervenção para seu enfrentamento, com capacidade
de promover o exercício pleno da cidadania e a inserção criativa e propositiva dos
usuários do Serviço Social no conjunto das relações sociais e no mercado de
trabalho.
2. Competências e Habilidades
a) Gerais
A formação profissional deve viabilizar uma capacitação teórico-
metodológica e ético- política, como requisito fundamental para o exercício de
atividades técnico-operativas, com vistas à
• compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento
sócio-histórico, nos cenários internacional e nacional, desvelando as possibilidades
de ação contidas na realidade;
• identificação das demandas presentes na sociedade, visando a formular
respostas profissionais para o enfrentamento da questão social;
• utilização dos recursos da informática.
b) Específicas
A formação profissional deverá desenvolver a capacidade de
• elaborar, executar e avaliar planos, programas e projetos na área social;
• contribuir para viabilizar a participação dos usuários nas decisões institucionais;
• planejar, organizar e administrar benefícios e serviços sociais;
• realizar pesquisas que subsidiem formulação de políticas e ações profissionais;
• prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública, empresas
privadas e movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais e à
garantia dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade;
• orientar a população na identificação de recursos para atendimento e defesa de
8
seus direitos;
• realizar visitas, perícias técnicas, laudos, informações e pareceres sobre matéria
de Serviço Social.
3. Organização do Curso
• Flexibilidade dos currículos plenos, integrando o ensino das disciplinas com
outros componentes curriculares, tais como: oficinas, seminários temáticos,
estágio, atividades complementares;
• rigoroso trato teórico, histórico e metodológico da realidade social e do
Serviço Social, que possibilite a compreensão dos problemas e desafios com
os quais o profissional se defronta;
• estabelecimento das dimensões investigativa e interpretativa como princípios
formativos e condição central da formação profissional, e da relação teoria e
realidade;
• presença da interdisciplinaridade no projeto de formação profissional;
• exercício do pluralismo teórico- metodológico como elemento próprio da vida
acadêmica e profissional;
• respeito à ética profissional; e indissociabilidade entre a supervisão
acadêmica e profissional na atividade de estágio.
4. Conteúdos Curriculares
A organização curricular deve superar as fragmentações do processo de
ensino e aprendizagem, abrindo novos caminhos para a construção de
conhecimentos como experiência concreta no decorrer da formação profissional.
Sustenta-se no tripé dos conhecimentos constituídos pelos núcleos de
fundamentação da formação profissional, quais sejam:
• núcleo de fundamentos teórico-metodológicos da vida social, que compreende
um conjunto de fundamentos teórico- metodológicos e ético-políticos para
conhecer o ser social;
• núcleo de fundamentos da formação sócio-histórica da sociedade brasileira,
9
que remete à compreensão das características históricas particulares que
presidem a sua formação e desenvolvimento urbano e rural, em suas
diversidades regionais e locais;
• núcleo de fundamentos do trabalho profissional, que compreende os elementos
constitutivos do Serviço Social como uma especialização do trabalho: sua
trajetória histórica, teórica, metodológica e técnica, os componentes éticos que
envolvem o exercício profissional, a pesquisa, o planejamento e a
administração em Serviço Social e o estágio supervisionado.
Os núcleos englobam um conjunto de conhecimentos e habilidades que se
especifica em atividades acadêmicas, enquanto conhecimentos necessários à
formação profissional. Essas atividades, a serem definidas pelos colegiados, se
desdobram em disciplinas, seminários temáticos, oficinas/laboratórios, atividades
complementares e outros componentes curriculares.
5. Estágio Supervisionado e Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
O Estágio Supervisionado e o Trabalho de Conclusão de Curso devem ser
desenvolvidos durante o processo de formação a partir do desdobramento dos
componentes curriculares, concomitante ao período letivo escolar.
O Estágio Supervisionado é uma atividade curricular obrigatória que se
configura a partir da inserção do aluno no espaço sócio- institucional, objetivando
capacitá-lo para o exercício profissional, o que pressupõe supervisão sistemática.
Esta supervisão será feita conjuntamente por professor supervisor e por
profissional do campo, com base em planos de estágio elaborados em conjunto
pelas unidades de ensino e organizações que oferecem estágio.
6. Atividades Complementares
As atividades complementares, dentre as quais podem ser destacadas a
monitoria, visitas monitoradas, iniciação científica, projeto de extensão, participação
em seminários, publicação de produção científica e outras atividades definidas no
plano acadêmico do curso.
10
APRESENTAÇÃO
apostila aqui apresentada tem por principal finalidade desenvolver-se como
uma ferramenta de estudos para os estudantes de Serviço Social que
desejam conhecer mais a respeito da profissão que futuramente irão
exercer.
Dessa forma, este material foi elaborado como um suporte didático
pedagógico para a disciplina de Introdução ao Serviço Social, pois é fundamental
que os estudantes recém chegados na graduação conheçam os processos
históricos que deram origem a construção do Serviço Social como profissão.
O panorama dos conteúdos desta apostila estão divididos em quatro
respectivas unidades: 1) Conteúdo Histórico do Serviço Social; 2) Dimensão político-
admistrativa do Serviço Social; 3) O Projeto Ético-Político do Serviço Social; 4) O
Serviço Social na Contemporaneidade.
A primeira unidade traz um arcabouço histórico sobre a formação do Serviço
Social desde o contexto mundial, com o surgimento do capitalismo industrial e suas
consequências na sociedade até a trajetória da profissão no Brasil e posteriormente
ressaltando o movimento de Reconceituação do Serviço Social no país.
A segunda unidade abordará sobre as Dimensões político-organizativas do
Serviço Social e como estão organizadas através da esplanação dos órgãos
representativos da profissão: Conjunto CFESS/CRESS; ABEPSS; ENESSO, Centros
e Diretórios Acadêmicos.
O Projeto Ético-Político será debatido na terceira unidade, com o objetivo de
levar ao estudante de Serviço Social uma reflexão sobre a importância do projeto
profissional dos assistentes sociais para o norteamento das ações profissionais no
seu cotidiano de trabalho, mostrando como o Projeto Ético-Político foi construído
pela profissão.
Na quarta e última unidade desta apostila teremos importantes informações
a respeito do papel do assistente social, suas funcionalidades, competências
A
11
privativas, campos de atuação profissional, finalizando com uma reflexão sobre os
principais desafios do assistente social na contemporaneidade.
Considerando a relevância de se compreender a profissão desde sua
gênese até os dias atuais, esse material irá contribuir para a formação acadêmica e
profissional dos estudantes de Serviço Social que estão iniciando sua trajetória de
aprendizado e estudo.
12
NOTA DE AULA 1- Contexto histórico do Serviço Social
Ao analisarmos o contexto mundial, é importante entendermos que o
processo de formação do Serviço Social como profissão ocorreu em um período de
intensas transformações na sociedade capitalista, principalmente, na segunda
metade do século XIX.
O acontecimento histórico que marca esse processo de formação se
estabelece a partir da Revolução Industrial, considerado um marco para o
desenvolvimento e expansão do modo de produção capitalista, transformando em
ritmo acelerado, o modo de vida da população mundial.
Com o surgimento e avanço da indústrialização houve um elevado
crescimento populacional nas grandes centros urbanos da Europa, vários
trabalhadores do campo migraram para a cidade a fim de trabalharem nas fábricas,
formando uma nova classe social: o proletariado.
(Trabalhadores da indústria na Europa / Fonte: infoescola.com)
A Revolução Industrial trouxe muitas mudanças para a humanidade. A vida
nas cidades se tornou mais importante que a vida no campo. O avanço na indústria
trouxe riqueza para os burgueses e miséria aos trabalhadores, pois moravam em
condições precárias e conviviam diariamente com a falta de higiene, isso sem contar
com o constante medo do desemprego e da miséria.
13
A era capitalista industrial termina por promover além do crescimento
econômico, a má distribuição de renda, promovendo processos de exploração e
exclusão social, favorecendo o empobrecimento da classe trabalhadora, privando-a
do acesso às necessidades básicas e aos bens produzidos pelo capital, gerando um
cenário de múltiplas desigualdades sociais.
(Desempregados. Fonte: google imagens)
Para Meirelles (2018), a exploração do trabalho pelo capitalismo
concorrencial a partir do século XIX, intensificou o pauperismo da classe
trabalhadora o conjunto das desigualdades sociais passa a ser denominada pelo
Estado como “questão social”.
Segundo Iamamoto (2008, p. 27), uma das principais autoras do Serviço
Social na contemporaneidade, a questão social pode ser compreendida como:
o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista
madura, que têm uma raiz comum: a produção social é cada vez mais
colectiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a
apropriação dos seus frutos se mantém privada, monopolizada por uma
parte da sociedade.
Analisar como se estabeleceu essa conjuntura nos proporciona uma reflexão
para se entender o processo de criação da Serviço Social. Dessa forma,
14
compreender o passado nos leva a ter subsídios para a dimensão da questão social
hoje e a refletir sobre quais as formas de superação dos problemas sociais da
sociedade em que vivemos.
O Serviço Social, enquanto profissão inserida na divisão social e técnica do
trabalho e construída no bojo da reprodução das relações sociais decorrentes do
sistema capitalista, pode ser definido como “uma especialização do trabalho, uma
profissão particular inscrita na divisão social e técnica do trabalho coletivo da
sociedade” (IAMAMOTO, 2008).
No marco do pensamento crítico, o Serviço Social é uma profissão inserida
no processo de produção das relações sociais e sua trajetória histórica é construída
em meio ao contexto das relações capitalistas, sobretudo, pela lógica reprodutiva do
capital e pelas relações sociais geradas nesse contexto.
Podemos afirmar que o Serviço Social é uma profissão que tem como
principal compromisso, responder a uma demanda social concreta advinda de um
processo contraditório e excludente de acumulação de riqueza e pobreza.
Através da riqueza produzida socialmente, ou seja, com os meios de
produção restritos apenas a burguesia, a classe trabalhadora fica sem o acesso aos
bens e riquezas produzidos pelo capital gerando a falta de condições mímimas para
a reprodução da vida (BARBOSA, 2016).
Dessa forma, o capitalismo gera para a classe trabalhadora, condições
humanas e sociais desiguais com a exploração de mão de obra barata e a exclusão,
sem apropriação dos bens e serviços gerados o que contribui para a ampliação das
expressões da questão social.
Segundo Alves (2016), a historicidade do Serviço Social pode ser analisada
através de dois momentos. O primeiro associa o surgimento da profissão à
intervenção da Igreja, baseado no tripé caridade e filantropia e assistencialismo.
O segundo momento, analisa o Serviço Social resultante da relação
contraditória entre capital e trabalho, colocando o Serviço Social como uma
profissão criada para intervir sobre as expressões da questão social.
15
Em sua gênese, o Serviço Social atuava nos ideais assistencialistas por
meio da tríade caridade, bondade e solidariedade, em um período onde as
expressões da questão social atingiam grandes proporções e não havia a
intervenção do Estado ou profissionais que pudessem atuar junto a população.
A grande influência das ações dogmáticas da Igreja trouxe para o início da
trajetória do Serviço Social, um caráter assistencialista e humanitário. A profissão
era exercida majoritariamente por mulheres que pertenciam a classe burguesa, que
fossem enganjadas em ações de filantropia aos mais necessitados, conhecidas
como as “Damas da Caridade”.
Por muitos anos a profissão foi esteriotipada a mera caridade ou ajuda, não
sendo considerada uma forma de trabalho. Além disso, a preferência pela
contratação de mulheres ricas se dava pelo esteriótipo de que a mulher deveria ser
caridoso, cuidar dos filhos, da família e servir ao lar e as ações da Igreja (ALVES,
2016).
O século XIX é considerado como o período de “reorganização da
assistência social”, principalmente pelas entidades particulares. Já a partir do século
XX, formou-se outro tipo de instituições – as Entidades Internacionais, onde tinham
por objetivo levar o consenso sobre a noção de ajuda, e a profissão passa a ser
denominada de Serviço Social.
Em 1922 é criada a União Católica Internacional de Serviço Social por
Mademoiselle Marie Baers com sede em Bruxelas, na Bélgica. Consistia em uma
entidade que reunia escolas católicas de Serviço Social, associações de assistentes
sociais e membros individuais, tendo por finalidade levar aos trabalhos da profissão
a contribuição católica e do humanismo cristão.
Em seguida no ano de 1928, organiza-se a primeira Conferência
Internacional de Serviço Social em Paris por iniciativa de René Sand, cuja principal
preocupação era criar um fórum que debatesse sobre os problemas do bem-estar
social, contando com a contribuição de vários personagens oriundos da classe
burguesa, dentre eles as “Damas da Caridade”.
16
Uma das principais pioneiras da história do Serviço Social foi a norte-
americana Mary Richmond. O seu pensamento social contribuiu para a profissão no
mundo inteiro, lançando a primeira definição do Serviço Social de Casos e
Diagnóstico Social.
(Mary Richmond / Reprodução: google imagens)
Baseado em sua construção histórica, sabemos que o Serviço Social é uma
profissão surgida para atuar diretamente no enfrentamento das expressões da
questão social, que é fruto das desigualdades produzidas pela sociedade capitalista,
sendo a questão social, o objeto de trabalho dos assistentes sociais.
Partindo dos pormenores acerca da história do Serviço Social no contexto
mundial, tendo em vista o teor e a bandeira de luta do Serviço Social, destacaremos
no subcapítulo desta referida unidade, o processo de trajetória da profissão no
contexto brasileiro.
1.1 A trajetória da profissão no Brasil
No Brasil, o Serviço Social surge como profissão a partir de 1930, em um
momento de transição do capitalismo concorrencial para o capitalismo monopolista,
visando responder os males sociais, atuando junto aos desempregados e
marginalizados e “auxiliando o Estado no enfrentamento da questão social”
(BARBOSA, 2014).
17
Considerando o quadro de agravamento das expressões da questão social
no país, o Estado adota uma série de medidas paleativas para acalmar a situação.
Nessa conjuntura, as primeiras assistentes sociais atuavam meramente como
“administradores de conflitos” entre a classe de trabalhadores e a classe
empresarial.
Quanto ao surgimento do Serviço Social como curso de nível superior no
Brasil, pode-se afirmar que expansão da igreja Católica e as práticas de
assistencialismo fortemente religiosas, contribuiram para a fundação das duas
primeiras escolas de Serviço Social no Brasil: a Escola de Serviço Social (PUC-SP)
em São Paulo em 1936 e a Escola de Serviço Social do Rio de Janeiro em 1937.
(Registro da 1ª turma de Serviço Social em visita ao ministro da Educação Gustavo Capanema.
Fonte: google imagens).
O surgimento das primeiras escolas de Serviço Social na América Latina e
no Brasil tem influência dos dogmas da Igreja, baseadaos no assistencialismo, trazia
a formação de profissionais capacitados para atuar nas demandas resultantes dos
conflitos existentes nas sociedades capitalistas (ALVES, 2016).
De 1936 à 1945, a formação dos profissionais pautava-se nos seguintes
eixos: científica, técnica, moral e doutrinária com influência do pensamento
neotomista. Estes eixos, tinham por finalidade a formação dos primeiros
18
profissionais da área no Brasil e levavam em consideração o
contexto e as necessidades da época.
Como curso de nível superior, o Serviço Social foi oficializado
somente em 1953, pela lei nº 1889 do mesmo ano. E somente em 27
de agosto de 1957, a Lei 3252, juntamente com o Decreto 994 de 15 de maio de
1962, o Serviço Social é regulamentado como profissão no país.
A década de 1960 no Brasil se consolida como uma era desenvolvimentista,
devido majoritariamente ao crescimento da industrialização, que traz um cenário de
mudanças para o Serviço Social, possibilitando novos direcionamentos para a
categoria profissional.
No período do Estado Novo (1937-1945) temos o marco da efetiva
consolidação da industrialização no Brasil, a ampliação da legislação social, a
criação de grandes instituições assistenciais e a institucionalização da profissão de
Serviço Social.
Os assistentes sociais passam a integrar os mecanismos de execução das
políticas sociais do Estado e dos setores empresariais, enquanto forma de
enfrentamento da questão social proveniente do processo de desenvolvimento
urbano-industrial.
Nesse período, as escolas de Serviço Social passam a integrar os Centros
Universitários, o que impulsionou uma formação acadêmica voltada as bases
científicas, preparando os futuros profissionais para a execução de projetos e
programas sociais direcionados ao modelo desenvolvimentista do país.
Inserido neste cenário desenvolvimentista, o Serviço Social executava ações
contraditórias, pois, de um lado impulsionava a participação popular nos projetos do
governo e ao mesmo tempo, neutralizava as tensões das contradições e das lutas
de classes (burguesia x proletariado).
No período da ditadura militar, ocorrido de 1964 a 1985, a profissão se
distancia das perspectivas e possibilidades de avanço crítico, adotando uma postura
profissional meramente cientificista e tecnicista (SILVA, 2002). O Estado controla de
maneira intensa a relação capital-trabalho, por meio de institucionalização de
19
políticas salariais, controlando sindicatos, além de assumir todos os setores da
economia do país.
Os assistentes sociais começam a entrar em conflito a partir da reflexão de
suas ações e percebe a insuficiência da proposta desenvolvimentista. Dessa forma,
o Serviço Social propõe-se um novo projeto de transformação societária, que leva ao
questionamento das matrizes profissionais.
As consequências da ditadura militar para o Serviço Social foram sentidas
tanto no Brasil quanto na América Latina. A repreensão generalizada da ditadura
adiou a implementação do novo projeto da categoria profissional embasado em uma
vertente liberdadora e mais democrática (ALVES, 2016).
A repreensão era tamanha que nas universidades, por exemplo, professores
e estudiosos das ciências humanas e sociais eram proibidos de expor opiniões
críticas sobre a realidade social em seus países.
Este cenário histórico foi um dos principais motivos que levaram a categoria
a repensar o rompimento com a prática tradicional e tecnicista e pensar em uma
nova postura profissional voltada ao compromisso com as classes trabalhadoras e
os movimentos sociais.
Esse período fica conhecido na história do Serviço Social como movimento
de reconceituação. A categoria passa a se posicionar com uma leitura mais crítica
da realidade, se desvinculando dos interesses das classes dominantes. Na mesma
proporção em que percebe-se a urgência de se reformular as bases teórico-
metodológica, ético-política e técnico-operativa da profissão.
1.2 O movimento de reconceituação do Serviço Social no Brasil
De acordo com Netto (2001), podemos resumir o processo de reconceituação
do Serviço Social no Brasil em três momentos. O primeiro momento compreende a
segunda metade da década de 1960, caracterizado por uma perspectiva
modernizadora, voltada a adequar a profissão às exigências do pós-64.
20
Os principais símbolos do movimento de reconceituação do Serviço Social
foram os documentos dos Seminários de Araxá e Teresópolis. O elemento central
desta perspectiva atribui a profissão, um caráter interveniente, dinamizador e
integrador no processo de desenvolvimento e busca resolver instrumentalmente as
demandas que se apresentam.
O segundo momento do processo de reconceituação configura-se nos anos
70 e foi constituído pelo significado de resistência da profissão, através de um
processo de reatualização do conservadorismo, conduzido pela retomada dos
componentes da herança histórica da profissão, tendo uma visão microscópica e
subordinada, direcionada ao retorno do tradicionalismo profissional.
E finalmente, o terceiro e último momento do processo de renovação da
profissão constitui-se em meados dos anos 1980, sendo para Netto (2001) um
momento que propõe uma intenção de ruptura com o tradicionalismo profissional
tendo como primeiras ações uma reflexão crítica acerca da prática profissional e das
matrizes teóricas, metodológicas e ideológicas do Serviço Social.
Na primeira metade dos anos 1980 este novo posicionamento no bojo da
profissão dá o direcionamento aos debates profissionais, deixando a ideia de que
detém a hegemonia no universo profissional. Essa repercussão na profissão se
deve, sobretudo, as condições de trabalho da massa da categoria profissional, o
novo público em que se recrutam (classe subalterna e trabalhadora), a
efervescência política nas universidades e o quadro sociopolítico e ideológico.
(Fonte: google imagens)
21
Praticando
1- A análise do significado social do Serviço Social no processo de reprodução das
relações sociais salienta o caráter contraditório da profissão. Ela reproduz, pela
mesma atividade, interesses contrapostos que convivem em tensão – demandas do
capital e do trabalho – e só pode fortalecer um ou outro pólo pela mediação de seu
oposto. De que decorre esse caráter contraditório da atuação profissional?
(A) Da intencionalidade do Assistente Social.
(B) Da condução da atuação profissional.
(C) Da pressão dos empregadores.
(D) Da relação de classes.
(E) Das demandas dos usuários.
2- É hoje consensual que, no Brasil, o Serviço Social se origina no seio do
movimento católico, mas seu processo de profissionalização e legitimação está
vinculado à expansão das grandes instituições assistenciais em um período histórico
marcado pelo aprofundamento do corporativismo do Estado e por uma política
econômica industrializante. A expansão do proletariado urbano cria a necessidade
política de controlar e absorver este contingente. O Estado, incorporando parte das
reivindicações populares, amplia a base legal da cidadania, mediante uma intensa
legislação social e sindical. Este período da história brasileira refere-se:
(A) à República Velha (1889-1930).
(B) à Segunda República (1930-1937).
(C) ao Estado Novo (1937-1945).
(D) à Quarta República (1945-1964).
(E) à transição democrática (1985-1988).
22
NOTA DE AULA 2 – A dimensão político-organizativa do Serviço Social
A dimensão político-organizativa do Serviço Social pode ser compreendida
como uma dos elementos constitutivos do Projeto Ético-Político do Serviço Social, a
partir de um conjunto de componentes que dão materialidade a profissão
(TEIXEIRA; BRAZ, 2009).
Os elementos que formam a dimensão política-organizativa do Serviço
Social possuem um caráter consultivo e deliberativo, compreendendo tanto os fóruns
de deliberação, quanto órgãos representativos que dão legitimidade a profissão.
Os orgãos representativos da profissão, por sua vez, envolvem as
organizações sindicais, associações profissionais e, fundamentalmente, as
entidades constituídas por três pilares fundamentais: fiscalização do exercício
profissional, ensino e pesquisa e pelos movimentos estudantis.
Esses três pilares são compostos, respectivamente, pelo conjunto
CFESS/CRESS (Conselho Federal e Conselhos Regionais de Serviço Social);
ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social); CAs e
Das (Centros e Diretórios Acadêmicos), além da ENESSO (Executiva Nacional de
Estudantes de Serviço Social).
(Fonte: própria, 2018).
23
2.1 Os orgãos representativos da profissão
Conjunto CFESS/CRESS
O Conselho Federal de Serviço Social e os Conselhos Regionais de Serviço
Social juntos compõem o conjunto CFESS/CRESS. São as entidades
representativas que atuam no eixo da fiscalização do exercício profissional,
representando em juízo e fora dele, os interesses individuais e coletivos da classe
dos assistentes sociais.
O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) é
regulamentado pela atual Lei de Regulamentação da Profissão de nº
8662/93 que o caracteriza como uma autarquia pública federal que tem
a atribuição de orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o
exercício profissional do/a assistente social no Brasil, em conjunto com os
Conselhos Regionais de Serviço Social – CRESS (CFESS, 2018).
De acordo com o portal do CFESS, a fundação e o exercício dos Conselhos
de fiscalização das profissões no Brasil iniciou-se a partir dos anos 1950, no
momento em que o Estado passa a regulamentar profissões consideradas liberais.
Nesse período, essas entidades serviam apenas para exercer o controle político do
Estado sobre os profissionais, por isso, tinham uma atuação de caráter corporativista
e conservadora, sem nenhum tipo de autonomia.
A concepção conservadora que caracterizou essas entidades nas primeiras
décadas, refletia a perspectiva vigente da prática dos profissionais, com base em
pressupostos neotomistas e positivistas, que balizavam os antigos instrumentos
normativos da profissão, como o Código de Ética Profissional de 1948 a 1975.
A partir da primeira Lei de Regulamentação, a Lei nº 3.252, de 27 de agosto
de 1957 e do Decreto 994 de 15 de maio de 1962, ficou decretado que a disciplina e
fiscalização do exercício profissional caberia ao Conselho Federal de Assistentes
Sociais (CFAS) e aos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS), hoje
denominados, CFESS e CRESS (BARBOSA, 2016).
24
Com a aprovação da Lei 8662/93, o conjunto CFESS e CRESS, rompendo
com as práticas conservadoras passa por uma renovação em suas diretrizes,
definindo possibilidades mais concretas de intervenção ao exercício da fiscalização
profissional.
O CRESS é uma autarquia com personalidade jurídica de direito público
vinculado ao Conselho Federal de Serviço Social atuando em âmbito regional. Nos
CRESS, os assistentes sociais podem buscar resplado político e legal para asseguar
os requisitos para uma prática profissional de qualidade inserida em movimentos e
lutas de defesa dos direitos conquistados pela profissão (CFESS, 2018).
Atualmente existem no Brasil, vinte e seis Conselhos Regionais de Serviço
Social e a Seccional de Base Estadual em Roraima. No Amazonas, o Conselho
Regional de Serviço Social é representado pelo CRESS 15ª Região, que também
compreende o estado de Roraima.
Normatizado por meio do art. 7º da Lei de Regulamentação do Serviço
Social, nº 8.662/1993 o conjunto CFESS e CRESS são caracterizados por uma
entidade com personalidade jurídica e forma federativa, com o objetivo básico de
disciplinar e defender o exercício da profissão de Assistente Social em todo o
território nacional (BRASIL, 1993).
Na qualidade de órgão normativo, compete ao Conselho Federal de Serviço
Social (CFESS), o exercício das seguintes atribuições:
I - orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício da
profissão de Assistente Social, em conjunto com o CRESS;
II - assessorar os CRESS sempre que se fizer necessário;
25
III - aprovar os Regimentos Internos dos CRESS no fórum máximo de
deliberação do conjunto CFESS/CRESS;
IV - aprovar o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais
juntamente com os CRESS, no fórum máximo de deliberação do conjunto
CFESS/CRESS;
V - funcionar como Tribunal Superior de Ética Profissional;
VI - julgar, em última instância, os recursos contra as sanções impostas
pelos CRESS;
VII - estabelecer os sistemas de registro dos profissionais habilitados;
VIII - prestar assessoria técnico-consultiva aos organismos públicos ou
privados, em matéria de Serviço Social.
Aos CRESS, em suas respectivas áreas de jurisdição, na qualidade de
órgão executivo e de primeira instância, compete o exercício das seguintes
atribuições:
I - organizar e manter o registro profissional dos Assistentes Sociais e o
cadastro das instituições e obras sociais públicas e privadas, ou de fins filantrópicos;
II - fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão de Assistente Social na
respectiva região;
III - expedir carteiras profissionais de Assistentes Sociais, fixando a
respectiva taxa;
IV - zelar pela observância do Código de Ética Profissional, funcionando
como Tribunais Regionais de Ética Profissional;
V - aplicar as sanções previstas no Código de Ética Profissional;
VI - fixar, em assembléia da categoria, as anuidades que devem ser pagas
pelos Assistentes Sociais;
26
VII - elaborar o respectivo Regimento Interno e submetê-lo a exame e
aprovação do fórum máximo de deliberação do conjunto CFESS/CRESS.
O Conselho Federal de Serviço Social e os Conselhos Regionais tem a
bandeira de luta direcionada a defesa de uma cultura política com direção
emancipatória e respeito à diversidade, além de sensibilizar o cotidiano profissional,
para conhecer as reais condições de vida da população e buscar formas de intervir
contra todos os processos de degradação da vida humana (TEIXEIRA; BRAZ,
2009).
Para conhecer mais sobre a história de criação do Conselho Federal de
Serviço Social (CFESS), notícias de eventos, encontros, seminários, cursos de
capacitação, acesse a plataforma do CFESS na internet pelo link:
http://www.cfess.org.br.
(Fonte: CFESS, 2018).
27
ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social)
A ABEPSS é uma entidade civil sem fins lucrativos constituída pelas
Unidades de Ensino do Serviço Social. Como o próprio nome sugere, é uma
instituição responsável pelo eixo do ensino e pesquisa em Serviço Social.
Foi criada em 1946 uma década depois da inauguração da primeira escola
de Serviço Social, a Escola de Serviço Social da PUC/São Paulo. Nesse período a
ABEPSS era era denominada, até então, de Associação Brasileira de Escolas de
Serviço Social.
O grande marco na história da ABEPSS foi em 1979, através do episódio
que ficou conhecido dentro do Serviço Social como Congresso da Virada, quando
esta passa a ser responsável pela coordenação e articulação do projeto de formação
profissional, mudando de nome para Associação Brasileira de Ensino de Serviço
Social.
A década de 1980 foi considerado um período fértil para o campo de ensino
e pesquisa em Serviço Social, potencializado pelo surgimento de vários programas
de pós-graduação e pela criação do Centro de Documentação e Pesquisa em
Poltíticas Sociais e Serviço Social – CEDEPSS.
Com a necessidade de ampliar a natureza científica através da criação de
grupos temáticos da entidade e a urgência em defender a articulação entre
pesquisa, ensino e extensão, ocorre em 1996 sua mudança de nome para
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS),
permanecendo até os dias de hoje.
Em linhas gerais, a ABEPSS possui um compromisso com os sujeitos que
compõem a formação profissional, sejam docentes, discentes, supervisores de
campo e/ou faculdades que possuem o curso de graduação em Serviço Social.
Nessa direção, o principal desafio da ABEPSS está pautada na formulação e
acompanhamento da implantação das Diretrizes Curriculares dos cursos de Serviço
Social, bem como, na fiscalização da Política Nacional de Estágio (PNE) em um
28
cenário de regressão de direitos, com a participação do capitalismo financeiro na
educação, o que tem promovido um desmonte nas políticas educacionais do país e
um ampla precarização nos processos de formação e trabalho profissional.
Os fóruns de debate e os espaços formativos são medidas estratégicas
elaboradas pela ABEPSS visando garantir que os conteúdos curriculares do curso
de Serviço Social não sejam fragmentados e que o Estágio Supervisionado se
fortaleça como espaço formativo e reflexivo para o estudante com o devido
acompanhamento dos supervisores de campo conforme prevê a PNE.
Essas competências são efetivadas por meio de um acompanhamento
sistemático realizado pelas diretorias da ABEPSS geridas e organizadas em âmbito
nacional e por direções regionais, materializadas através de oficinas regionais e
nacional de graduação e pós-graduação, fóruns locais, regionais, estaduais e
nacional de Estágio, Projeto ABEPSS Itinerante, pesquisas realizadas pela entidade
ou pelos membros dos Grupos Temáticos de Pesquisa (GTPs) (ABEPSS, 2018).
Atualmente, os GTPs são compostos pelas seguintes linhas de pesquisa:
(Fonte: própria, 2018).
Ética, Direitos Humanos e
Serviço Social
Relações de gênero, raça/etnia,
gerações e sexualidade
Questões agrária, urbana,
ambiental e Serviço Social
Movimentos sociais e Serviço
Social
Fundamentos, Formação e
Trabalho Profissional
Política Social e Serviço Social
Trabalho, Questão Social e
Serviço Social
Grupos de Temáticos
de Pesquisa (GTP’s)
29
O Estágio Supervisionado, o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e as
Atividades Complementares também compõem o processo de formação acadêmica
dos estudantes de Serviço Social, pois são requisitos obrigatórios para a conclusão
da graduação.
Pela proposta das Diretrizes Curriculares de 1999, o Estágio
Supervisionado, o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e as Atividades
Complementares deverão ser realizados no decorrer do processo de formação dos
estudantes a partir do desdobramento das matérias e de seus componentes
curriculares, paralelamente ao período letivo acadêmico.
O Estágio Supervisionado é uma atividade curricular obrigatória que se
caracteriza pela inserção do acadêmico no espaço sócio-institucional, objetivando
capacitá-lo para o exercício profissional, necessitando de supervisão sistemática,
que poderá ser realizada pelo professor supervisor e pelo profissional do campo,
baseados em planos de estágio elaborados pelas unidades de ensino e instituições
que oferecem o estágio.
O Trabalho de Conclusão de Curso é uma exigência curricular para a
obtenção do diploma de bacharel em Serviço Social. É considerado um momento de
expressão da totalidade da formação profissional, um trabalho onde o aluno possa
sistematizar o conhecimento gerado no decorrer da graduação e no campo de
estágio, devendo ser realizado dentro das exigencias metodológicas e acadêmico-
científicas, elaborado sob orientação de um professor e avaliado por banca
examinadora.
As atividades complementares, dentre as quais podem ser destacadas a
monitoria, visitas monitoradas, iniciação científica, projeto de extensão, participação
em seminários, publicação de produção científica e outras atividades definidas no
30
plano acadêmico do curso, devem corresponder a até 5% da carga estágio
elaborados em conjunto pelas unidades de ensino e organizações que oferecem
estágio.
Podemos observar no quadro abaixo, algumas das principais disciplinas
obrigarórias para a formação de bacharéis em Serviço Social, baseada nas
Diretrizes Curriculares de 1999:
Disciplina Conteúdo abordado
Sociologia Pensamento sociológico de Marx, Weber, Durkheim:
classes, movimentos e instituições sociais.
Economia política Mecanismos de regulação social e análise sobre o
sistema capitalista na perspectiva liberal, marxista,
keynesiana e neoliberal.
Filosofia Correntes filosóficas do século XX e suas
contribuições para o Serviço Social.
Psicologia Teorias que abordam as relações entre e indivíduo e
sociedade além de trabalhar a questão da
subjetividade na reprodução da vida social.
Formação sócio-histórica
do Brasil
Abordagem sobre o contexto socio-histórico em que
foi construído o processo de formação da sociedade
brasileira (República Velha, Estado Novo, Pós-64).
Direito e Legislação social Noções sobre os direitos fundamentais da
cidadania, a organização do Estado e as legislações
sociais: LOAS, SUS, ECA, CLT.
Classes e movimentos
sociais
Classes sociais, subalternas, manifestações
ideopolíticas, socioculturais, direitos humanos e
sociais. Relações de classe, gênero e ético-raciais.
Serviço Social e processos
de trabalho
Questão social, políticas, espaços ocupacionais do
assistente social no setor público e privado,
instrumentos de trabalho, supervisão e estágio.
Ética profissional Fundamentos ontológicos da ética e moral e sua
influencias na ética do Serviço Social, questões
éticas contemporâneas e Código de Ética
Profissional.
(Fonte: própria, 2018).
31
Para saber maiores informações ou fazer o download de arquivos como as
Diretrizes Curriculares e o Estatuto da ABEPSS na íntegra, acesse o site da
entidade representativa através do link: http://www.abepss.org.br.
(Fonte: ABEPSS).
CAs e DAs (Centros e Diretórios Acadêmicos de Serviço Social)
As entidades de representação dos estudantes de cursos de graduação no
Brasil, incluindo o curso de Serviço Social, fica a cargo dos Centros e Diretórios
Acadêmicos dentro do eixo movimento estudantil.
Os Centros e Diretórios Acadêmicos são espaços fundamentais para a
participação política e democrática dos acadêmicos dentro das Universidades e, por
32
meio do Conselho de Centros e Diretórios Acadêmicos (Concada) podem ser
discutidos e votados diversos assuntos de interesse da comunidade estudantil.
É papel dessas entidades representativas coordenar a mobilização política
dos estudantes em torno de pautas particulares de cada instituto ou mais amplas,
que afetam todas e todos estudantes e a sociedade, seja em conjunto com outros
CAs e Das, Diretório Central de Estudantes (DCE) e movimentos sociais.
ENESSO (Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social)
(Símbolo da ENESSO/Reprodução: google imagens).
Ao longo desta unidade, temos visto a importância da representatividade em
uma categoria profissional, aos assistentes sociais, como também aos acadêmicos e
futuros profissionais da área para que tenham possibilidades de representação nos
espaços para além das universidades.
A Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social é uma das principais
entidades representativas dos estudantes de Serviço Social. A sua criação contribui
para uma maior autonomia perante a União Nacional dos Estudantes (UNE), além
disso, sua história se entrelaça ao processo histórico de fundação da UNE.
A história da UNE no Brasil inicia em 1937, momento que em os movimentos
estudantis se intensificam por todo o país atuando de forma mais ampla,
fortalecendo e unificando suas lutas a nível nacional em busca de maior
representatividade e democracia. No decorrer dos anos, a UNE vai traçando uma
história de luta e manifestações, todavia, com o Golpe de 1964 essa trajetória acaba
sendo interrompida.
33
A ditadura nos países da América Latina, como no Brasil, caracteriza-se
como um período de grande repreensão e violência generaliza visto que não se
permitia questionar a ordem vigente.
O movimento estudantil foi um dos principais protagonistas da luta contra o
regime militar no Brasil. Inconformados com o autoritarismo e a repressão, muitos
estudantes tiveram a coragem de enfrentar as forças repressoras, mostrando uma
grande capacidade de mobilização social, chegando a se articularem muitas vezes,
com outros segmentos da sociedade.
(Reprodução: google imagens)
Os estudanres lutavam por um mundo melhor e mais justo, para tornar
realidade seus sonhos revolucionários, defendiam a liberdade e os direitos
humanos, por meio de manifestações, passeatas, atos públicos, debates e
congressos dentro e fora das Universidades.
Com o aumento das manifestações de rua, principalmente nas grandes
cidades do país, o movimento estudantil passa a ser considerado uma ameaça para
o regime militar, que começa a massacrar estudantes ou qualquer um que
simpatizasse com ideias consideradas subversivas.
34
(Reprodução: google imagens)
Os estudantes tiveram que atuar na clandestinidade. Muitos foram
brutalmente reprimidos pela ditadura, massacrados, presos, torturados, feridos e
mortos em confrontos com os militares, como os demais envolvidos em movimentos
de oposição.
Vários dos líderes estudantis acabaram se enveredando pela luta armada,
na tentativa de depor o governo. Outros foram obrigados a se exilar. Eram vistos
pelo regime como uma ameaça à segurança nacional, como um mal a ser cortado
pela raiz.
Após ter a sede criminosamente incendiada por grupos de extrema direita.
Após esse episódio, os militares alegam ilegalidade a UNE e todas as entidades de
representação estudantil, fazendo com que alguns de seus diretores deixassem o
país.
Em meio a reconstruação da União Nacional dos Estudantes em 1979, no
ano de 1978 na cidade de Londrina – Paraná, realiza-se o I Encontro Nacional de
Estudantes de Serviço Social (ENESS). Esse encontro deu o ponta pé inicial para se
debater a formação profissional e o projeto de reformulação do currículo do curso de
Serviço Social.
35
Acompanhando o movimento de democratização do país, O ENESS vai se
consolidando gradativamente ao longo dos anos, sendo realizado anualmente, com
uma temática específica em cada um.
O ENESS foi articulando-se a outras entidades estudantis do Serviço Social
como o Movimento Estudantil de Serviço Social (MESS), o Conselho Nacional de
Entidades Estudantis de Serviço Social (CONESS) e com a Subsecretaria de Serviço
Social na UNE (SESSUNE).
O ano de 1993 se caracteriza como um marco para a ENESS, pois se
realiza em São Leopoldo – Rio Grande do Sul, o XV Encontro Nacional de
Estudantes de Serviço Social, muda sua nomenclatura para ENESSO – Executiva
Nacional de Estudantes de Serviço Social, assim, sua criação representa maior
autonomia perante a UNE.
Você pode ficar por dentro de mais informações sobre a trajetória dos
movimentos sociais estudantis pela página da ENESSO na internet, através do link:
https://enessooficial.wordpress.com.
(Fonte: ENESSO)
36
Praticando
1- Compete ao Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), na qualidade de
órgão normativo de grau superior, o exercício das seguintes atribuições, salvo:
a) Aprovar o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais juntamente com
os CRESS, no fórum máximo de deliberação do conjunto CFESS/CRESS.
b) Orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício da profissão de
Assistente Social, em conjunto com os CRESS.
c) Julgar, em única instância, os procedimentos administrativos disciplinares
instaurados por violação de norma ético-profissional.
d) Aplicar as sanções previstas no Código de Ética Profissional.
e) Estabelecer os sistemas de registro dos profissionais habilitados.
2 - Julgue os itens abaixo, de acordo com a legislação que regulamenta o Serviço
Social. Compete ao Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) funcionar como
Tribunal Superior de Ética Profissional.
(a) Certo
(b) Errado
37
NOTA DE AULA 3 - O projeto ético-político do Serviço Social
3.1 O que é o Projeto Ético Político?
O Serviço Social é uma profissão inserida nas relações sociais, na dinâmica
das classes sociais antagônicas, a medida que intervem em diversas demandas
contemporâneas, reflexo das consequências das expressões da questão social
advindas do modo de produção capitalista.
A intervenção profissional dos assistentes sociais, em quaisquer área de
atuação, deve ser norteada pelo nosso projeto profissional, denominado de Projeto
Ético Político, que tem como plano de fundo um projeto societário democrático,
voltado ao reconhecimento da liberdade como valor central, ou seja, um projeto de
sociedade transformador.
O Projeto Ético Político pode ser definido como um projeto de
transformação da sociedade (TEIXEIRA; BRAZ, 2009). Dessa forma, é o projeto
profissional que baliza os compromissos coletivos dos assistentes sociais com a
autonomia, a emancipação e a plena expansão dos direitos sociais.
Nas últimas décadas, o Projeto Ético Político do Serviço Social vem sendo
alvo de intensas discursões pela categoria profissional, principalmente no momento
de grande discussão acerca da ruptura com o conservadorismo, pois, os assistentes
sociais almejavam um novo projeto profissional direcionado às novas demandas
sociais vivida pelos sujeitos.
Para Teixeira e Braz (2009), os elementos que constituem o atual Projeto
Ético Político do Serviço Social são os princípios e valores ético-políticos, a matriz
teórico-metodológica e a crítica a ordem social vigente, os quais se expressam a
partir de componentes construídos pelos profissionais como as dimensões político-
organizativas e jurídico políticas.
Como vimos no módulo anterior, as dimensões político-organizativas do
Serviço Social (Conjunto CFESS/CRESS; ABEPSS, ENESSO). Segundo Barbosa
38
(2016) essas entidades representativas são responsáveis pela aplicabilidade do
Projeto Ético Político do Serviço Social.
Já a dimensão jurídico política do Projeto Ético Político é constituída pelo
aparato legal que envolve um conjunto de leis, resoluções, documentos e textos
políticos consagrados no bojo da profissão.
Os componentes da dimensão jurídico política estão representados pelo
Código de Ética Profissional, pela Lei de Regulamentação da Profissão (8.662/93),
pelas Diretrizes Curriculares de 1996, além do conjunto de leis sociais amparados
pela Constituição Federal de 1988, reconhecidos e aprovados por meio do
engajamento dos assistentes sociais através de uma trajetória de lutas.
3.2 Trajetória de construção do Projeto Ético-Político
A construção do Projeto Ético Político inicia na década de 1970 no momento
em que a sociedade brasileira passa por um processo de redemocratização, plano
de fundo para a renovação do Serviço Social que rompe com todas as formas
tradicionalistas que imperavam na profissão, apresentando como centralidade o
compromisso com a classe trabalhadora.
Para uma melhor compreensão sobre a trajetória de construção do Projeto
Ético-Político do Serviço Social, iremos observar o contexto em que foi traçado a
partir da seguinte linha do tempo:
(Fonte: própria, 2018)
39
Pela linha do tempo, podemos observar que a construção e consolidação do
Projeto Ético Político do Serviço Social se desenvolve em meio a acontecimentos
antecessores e sucessores ao movimento de reconceituação do Serviço Social,
começando pela criação em 1946 da ABESS.
Em 1957 a profissão dá um importante passo com a criação da primeira Lei
de Regulamentação da profssão e o surgimento do Conselho Federal de Assistência
Sociais (CFAS), hoje denominado de Conselho Federal de Serviço Social (CFESS).
No ano de 1979, na cidade de São Paulo, é realizado o III Congresso
Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), um evento conhecido como Congresso da
Virada, pois, a categoria consegue desbancar uma mesa composta por oficiais da
ditadura por representantes do movimento dos trabalhadores e decide assumir um
compromisso ético-político e profissional com as lutas sociais da classe trabalhadora
e com a emancipação humana.
O Congresso da Virada simboliza um novo direcionamento para a prática
dos assistentes sociais e para materializar o processo de renovação do Serviço
Social, reflete-se sobre a necessidade da construção de um novo Projeto Ético
Político, capaz de reafirmar o compromisso selado pelos assistentes sociais.
O avanço do Projeto Ético Político acontece em meados de 1980 em virtude
da promulgação do Código de Ética de 1986, trazendo uma nova roupagem para a
categoria profissional.
Desse modo entende-se que, o Projeto Ético-Político do Serviço Social,
implica compromisso com uma nova ordem social na qual busca-se competências
profissionais que visem formação permanente e constante postura investigativa.
Torna-se pertinente o conhecimento pleno do projeto ético-político por parte dos
profissionais, para que possam pautar suas ações interventivas de forma concreta
nos espaços sócio-ocupacionais.
Nesse sentido conclui-se, que conhecer o projeto Ético-Político é dever de
cada profissional, tendo em vista que o projeto é homogêneo, ou seja, aceito dentro
da profissão, portanto deve nortear atendimentos, planos de trabalho, projetos e
40
demais intervenções comprometidas com questões éticas que garantam a qualidade
dos atendimentos.
O Projeto Ético-Político do Serviço Social em conjunto com as outras
dimensões ético-políticas da profissão, como a Lei de Regulamentação e o Código
de Ética Profissional, materializam e legalizam a prática dos Assistentes Sociais em
todas as áreas de atuação.
3.3 O Código de Ética Profissional
As idéias, a moral e as práticas de uma sociedade se modificam no
desenrolar do processo histórico. De acordo com as configurações em que esta se
articula para produzir, seu governo, suas instituições e sua moral.
O Brasil no atual momento histórico impõe transformações profundas em
todos os processos da produção e reprodução do ser social. Nas lutas
encaminhadas por organizações nesse processo de mudança, um novo projeto de
sociedade se descortina, se constrói e se difunde uma nova ideia.
Inserido neste processo, o Assistente Social passa a repensar uma nova
ética que espelhe uma vontade coletiva, superando a perspectiva ahistórica e
acrítica, onde os valores são tidos como universais e acima dos interesses de
classe.
A nova ética é resultado da inclusão da categoria nas lutas da classe
trabalhadora e, portanto, de uma nova visão da sociedade brasileira. Assim, a
categoria através de suas mobilizações fazem uma opção por uma prática
profissional interligada aos interesses desta classe.
O Código de Ética Profissional do Serviço Social é resultado de um amplo
processo de trabalho conjunto, desencadeado a partir de 1983. Seu conteúdo
expressa princípios e diretrizes norteadores da prática profissional determinados
socialmente, e traz o carimbo da conjuntura atual da sociedade brasileira. Constitui-
41
se um norte para o profissional se posicionar diante da realidade, efetivando a
prática no sentido de dar garantia à nova proposta.
Os princípios e diretrizes norteadores da prática profissional estão expressos
neste código sob a forma e direitos, deveres e proibições, agrupadas em títulos e
capítulos. Com caráter introdutório, serão destacados aqueles que dão indicações
de uma nova ética, tendo como referência o encaminhamento da prática profissional
articulada às lutas da classe trabalhadora.
Agora tome nota de alguns dispositivos do Código de Ética Profissional do
Serviço Social que norteiam a conduta e a atuação dos assistentes sociais.
Sobre os Direiros e deveres:
Art.2º Constituem-se direitos do Assistente Social:
a) Garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas estabelecidas na Lei de
Regulamentação da Profissão;
b) Livre exercício das atividades inerentes à profissão;
c) Livre acesso aos usuários de seus serviços;
d) Participação na elaboração das Políticas Sociais e na formulação de
programas sociais;
e) Inviolabilidade do domicílio, do local de trabalho e respectivos arquivos e
documentação;
Art.3º Constituem deveres do Assistente Social:
42
a) Desempenhar suas atividades profissionais, com observância da legislação
em vigor;
b) Devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos sujeitos
sociais envolvidos, no sentido de que estes possam usá-los para o
fortalecimento dos interesses da classe trabalhadora;
c) Democratizar as informações disponíveis no espaço institucional, como um
dos mecanismos indispensáveis à participação social dos usuários;
d) Aprimorar de forma contínua os seus conhecimentos, colocando-os a serviço
do fortalecimento dos interesses da classe trabalhadora;
e) Denunciar, no exercício da profissão, às organizações da categoria, às
autoridades e aos órgãos competentes, qualquer forma de agressão à
integridade física, social e mental, bem como abuso de autoridade individual
e institucional;
f) Utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da profissão.
Sobre o sigilo profissional:
Art.4º - O Assistente Social deve observar o sigilo profissional, sobre todas as
informações confiadas e/ou colhidas no exercício profissional.
§ 1º- A quebra do sigilo só é admissível, quando se tratar de situação cuja gravidade
possa trazer prejuízo aos interesses da classe trabalhadora.
§ 2º - A revelação será feita dentro do estritamente necessário, quer em relação ao
assunto revelado, quer ao grau e número de pessoas que dele devam tomar
conhecimento.
Art. 27º - É dever de todo Assistente Social cumprir e fazer cumprir este Código.
Art. 28º - O Assistente Social deve denunciar ao Conselho Regional de Assistentes
Sociais, através de comunicação fundamentada, qualquer forma de exercício
43
irregular da profissão, infrações a princípios e diretrizes deste Código e da legislação
profissional.
Art. 29º - Cabe aos Assistentes Sociais docentes e supervisores informar, esclarecer
e orientar os estudantes, quanto aos princípios e normas contidas neste Código.
Sobre as penalidades:
Art. 30º - As infrações a este Código de Ética Profissional acarretarão penalidades,
desde a advertência à cassação do exercício profissional, na forma dos dispositivos
legais e/ou regimentais.
Art. 31º - Constituem infrações disciplinares:
a) Transgredir preceito do Código de Ética;
b) Exercer a profissão quando impedido, ou facilitar o seu exercício por quem
não esteja devidamente habilitado;
c) Participar de sociedade que tendo como objeto o Serviço Social, não esteja
regularmente inscrito no Conselho;
d) Não pagar regularmente as anuidades.
Art. 32º - São medidas disciplinares aplicáveis pelos Conselhos Regionais;
a) Multa;
b) Advertência em aviso reservado;
c) Advertência pública;
d) Suspensão do exercício profissional;
e) Eliminação dos quadros.
44
Praticando
1- Com base no projeto ético-político do serviço social, na Lei de Regulamentação
da Profissão (Lei n.º 8.662/1993) e no Código de Ética do(a) Assistente Social
(1993), julgue os itens a seguir:
O processo de construção do projeto ético-político do serviço social é contínuo e
edificado sobre os pilares de realidades contraditórias.
a) Certo
b) Errado
2 - Para Joaquina Barata e Marcelo Braz (2009), não há dúvidas de que o projeto
ético-político do serviço social brasileiro está vinculado a um projeto de
transformação da sociedade. Os autores identificam como um dos elementos
constitutivos desse projeto ético-político o que consta em qual alternativa?
a) A produção do conhecimento no interior do Serviço Social.
b) As instâncias político-organizativas da profissão.
c) A explicitação de princípios e valores ético-políticos.
d) A dimensão jurídico-política da profissão.
3 - Com base no Código de Ética do Assistente Social, julgue os itens subsecutivos.
Qualquer indivíduo que, em decorrência da atuação profissional do assistente social,
se sentir lesado em seus direitos poderá denunciar as infrações ao órgão
competente.
a) Certo
b) Errado
45
Nota de aula 4 - O Serviço Social na contemporaneidade
4.1 O papel do assistente social
O assistente social é um profissional liberal de nível superior devidamente
habilitado com graduação em Serviço Social, podendo ser realizada em qualquer
universidade pública ou particular que seja reconhecida pelo Ministério da Educação
(MEC) e para o pleno gozo do exercício, o profissional deve possuir registro ativo no
Conselho Regional de Serviço Social no estado em que trabalha.
A prática profissional dos assistentes sociais é orientada pelos princípios e
direitos firmados no Código de Ética Profissional, na Lei de Regulamentação e nas
elegislações complementares da Constituição de 1988, referente às políticas sociais
e aos direitos da população (CFESS, 2018). Vejamos agora, as perguntas mais
frequentes sobre o Serviço Social e o trabalho dos Assistentes Sociais.
O que faz o (a) Assistente Social?
(Fonte: própria, 2018).
46
Os (as) assistentes sociais também executam as seguintes funções:
Analisam, elaboram, coordenam e executam planos, programas e projetos para
viabilizar os direitos da população e seu acesso às políticas sociais, como a saúde, a
educação, a previdência social, a habitação, a assistência social e a cultura.
Verificam as condições de vida da população e orientam as pessoas ou grupos sobre
como ter informações, acessar direitos e serviços para atender às suas necessidades
sociais.
Elaboram laudos, pareceres, estudos sociais e realizam avaliações, analisando
documentos e estudos técnicos e coletando dados e pesquisas.
Trabalham com o planejamento, organização e administração dos programas e
benefícios sociais fornecidos pelo governo, bem como na assessoria de órgãos
públicos, privados, organizações não governamentais (ONG) e movimentos sociais.
Podem tarabalhar ainda, como docentes nas faculdades e universidades que
oferecem o curso de Serviço Social.
(Dados: CFESS/ Fonte: própria, 2018).
Você sabe qual a diferença entre Serviço Social, Assistente Social,
Assistência Social e Assistencialismo?
(Fonte: Cartilha do CRESS/AM, 2005).
47
A assistência social e o assistencialismo são dois conceitos que ainda são
sinônimos de muita confusão quanto aos seus significados. A diferença entre
assistência social e assistencialismo são distintas, por isso, se faz necessário
compreender cada uma delas.
Ao contrário do que o senso comum divulga, o conceito de assistência social
não se vincula a ideia de ajuda ou benesse. A assistência social constitui-se, como
uma política de proteção social, sendo um dos pilares da seguridade social,
juntamente com a previdência e a saúde.
Em 1993, a assistência social foi regulamentada em lei e a partir de então,
ficou instituído que todos possuem direito ao benefício. Portanto, a assistência social
é uma política pública de atenção e defesa dos direitos sociais e coletivos da
população.
A assistência social extrapola o sentido do assistencialismo que, por sua
vez, atende alguém com a prática da doação de algo por meio de voluntariado. Em
contrapartida, a assistencia social atua de forma integrada às políticas setoriais,
visando o enfretamento das contingências sociais e a garantia de um padrão social
mínimo dos sujeitos, intervindo através de planejamento, coordenação e formulação
de programas e políticas sociais.
Neste momento, iremos tomar nota sobre as competências e atribuições
privativas dos assistentes sociais conforme os artigos 4º e 5º da Lei 8.662/1993:
Art. 4º Constituem competências do assistente social:
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos
da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações
populares;
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que
sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil;
48
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos,
grupos e à população;
IV - (Vetado);
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido
de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de
seus direitos;
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a
análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais;
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública
direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias
relacionadas no inciso II deste artigo;
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria
relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos
e sociais da coletividade;
X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de
Unidade de Serviço Social;
XI - realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de
benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e
indireta, empresas privadas e outras entidades.
Art. 5º Constituem atribuições privativas do assistente social:
I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas,
planos, programas e projetos na área de Serviço Social;
II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de
Serviço Social;
III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e
indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social;
49
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e
pareceres sobre a matéria de Serviço Social;
V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação
como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e
adquiridos em curso de formação regular;
VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço
Social;
VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de
graduação e pós-graduação;
VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de
pesquisa em Serviço Social;
IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões
julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou
onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social;
X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados
sobre assuntos de Serviço Social;
XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e
Regionais;
XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou
privadas;
XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira
em órgãos e entidades representativas da categoria profissional.
50
4.2 Espaços de atuação profissional
OS assistentes sociais são profissionais liberais, e como qualquer outro, são
trabalhadores assalariados, com jornada de trabalho predominante de 40 horas
semanais. Possui uma ampla diversidade de campos de atuação no mercado de
trabalho, em virtude de sempre surgir novas demandas que movimentam a práxis
dos profissionais.
Os profissionais de Serviço Social lidam diretamente no campo das políticas
sociais e públicas com o objetivo de viabilizar os direitos da população. Dentre os
espaços socio-ocupacionais de atuação profissionais incluem-se os setores:
➢ Públicos;
➢ Privados;
➢ Empresas;
➢ ONG’s (Organizações Não-Governamentais);
➢ Saúde;
➢ Habitação;
➢ Sistema judiciário e prisional;
➢ Previdência Social
➢ Assistência Social
➢ Movimentos Sociais
De acordo com uma pesquisa promovida pelo Conselho Federal de Serviço
Social (CFESS) com base no ano de 2004, verificou-se que cerca 78,16% dos
51
profissionais atuam em instituições públicas de natureza estatal, onde desse total,
40,97% atuam nos âmbito municipal, 24% no estadual e 13,19 % no federal.
O segundo maior empregador dos assistentes sociais são as empresas
privadas abrangendo cerca de 13,19% seguido do Terceiro Setor (ONG’s,
Associações, Cooperativas) com 6,81%.
(Fonte: própria, 2018).
4.3 Desafios profissionais na contemporaneidade
Como vimos no decorrer desta unidade, os assistentes sociais são
profissionais que estão conquistando seu espaço no mercado de trabalho, sendo
requisitado para atuar em diversos setores tanto públicos (maior empregador,
principalmente na área da assistência social), quanto as empresas privadas.
52
O mercado de trabalho na contemporaneidade traz uma gama de demandas
e desafios para os profissionais de Serviço Social que está diante das novas
configurações do mundo do trabalho e da sociedade, frutos da consolidação do
capitalismo selvagem.
Considerando os desafios da sociedade contemporânea, o assistente social
deve ser um profissional articulado para intervir a essas novas demandas em deixar
de realizar a leitura crítica da realidade, devendo articular sua competência
profissional a três dimensões: ético-política, teórico-metodológica e técnico-
operativa.
Competência ético-política: o Assistente Social não deve ser um profissional
“neutro”. É fundamental que tenha posicionamento político frente a realidade social
apresentada, sendo capaz de articular sua intervenção aos interesses dos setores
majoritários da sociedade.
Competência teórico-metodológica: deve ser qualificado para conhecer a
realidade social, política, econômica e cultural com a qual trabalha. Para isso, faz-se
necessário um intenso rigor teórico e metodológico, que lhe permita enxergar a
dinâmica da sociedade para além dos fenômenos aparentes.
Competência técnico-operativa: deve conhecer e se apropriar de um aparato
de habilidades técnicas a fim de desempenhar as ações profissionais junto à
população usuária e às instituições contratantes que possa intervir nas demandas
colocadas tanto pelos empregadores, quanto pelos objetivos estabelecidos pelos
profissionais e pela dinâmica da realidade social.
As três competências supracitadas não podem ser realizadas de forma
separada, pois deve haver a articulação entre teoria e prática, investigação e
intervenção, pesquisa e ação, ciência e técnica, colocando assim, como o principal
desafio para os assistentes sociais na contemporaneidade.
53
Praticando
1 - Em relação a espaços sócio-ocupacionais, observa-se uma gama variada de
inserção dos (as) assistentes sociais. Algumas áreas da política social são
destaque em termos de demanda por recrutamento desses profissionais.
Assinale a alternativa que identifica os dois principais campos de atuação que
empregam o (a) assistente social.
a) Previdência social e serviço social.
b) Saúde e assistência social.
c) Saúde e previdência social.
d) Assistência social e educação.
e) Habitação e previdência social.
2- Conforme a Lei de Regulamentação da Profissão em seu artigo 5º, inciso VI,
institui-se como atribuição privativa do assistente Social:
a) Treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social
b) Planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais.
c) Encaminhar providências e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à
população.
d) Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam
do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil;
e) Aprovar os Regimentos Internos dos CRESS no fórum máximo de deliberação do
conjunto CFESS/CRESS.
54
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
A BIBLIOGRAFIA ABAIXO VOCÊ ENCONTRA NA BIBLIOTECA VIRTUAL
ALVES, Márcia Oliveira. Desafios históricos do Serviço Social. Curitiba:
InterSaberes, 2016.
BARBOSA, Daniela A. de Lima. Introdução ao Serviço Social. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2014.
MEIRELLES, Giselle Ávila Leal de. Serviço Social e “questão social”: das origens
à contemporaneidade [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2018.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e
formação profissional. 15ª Ed. São Paulo, Cortez, 2008.
NETTO, José Paulo. Ditadura e Serviço Social: Uma análise do Serviço Social no
Brasil pós-64. São Paulo: Cortez, 2001.
SILVA, Maria Ozanira da. O Serviço Social e o Popular: Resgate teórico-
metodológico do projeto profissional de ruptura. 2ª Ed. São Paulo: Cortez, 2002.
TEIXEIRA, Joaquina Barata; BRAZ, Marcelo. O Projeto Ético-Político do Serviço
Social. CFESS, ABEPSS. Serviço Social: direitos sociais e competências
profissionais. CEAD/UnB. Brasília. 2009.
MATERIAL DIGITAL
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS).
Disponível em: < http://www.abepss.org.br>. Acesso em: 06 de ago. 2018.
BRASIL. Lei nº 8.662, de 07 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de
Assistente Social e dá outras providências. Disponível em: <http://
www.cfess.org.br/arquivos/legislacao_lei_8662.pdf>. Acesso em: 04 de ago. 2018.
55
Código de Ética do Assistente Social. Disponível em:
<http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf>. Acesso em: 05 de ago.
2018.
Conselho Federal do Serviço Social (CFESS). Disponível em:
<http://www.cfess.org.br>.Acesso em: 05 de ago. 2018.
Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESSO). Disponível
em: <https://enessooficial.wordpress.com> .Acesso em: 05 de ago. 2018.