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www.medpage.cjb.net - Criado por Alysson Barboza Cânovas Página 1 ’UD6tOYLD MORFOLOGIA DO SISTEMA VISUAL I. Olho: órgão de recepção do sinal luminoso O olho pode ser comparado a uma máquina fotográfica. A parte mais importante é a retina, responsável pela focalização e início do sistema visual. O reconhecimento da visão de um objeto é feito pelo cérebro e por isso o cérebro tem como extensão o olho. Há estímulo distal (objeto) e proximal (retina). O estímulo para chegar até a retina tem que passar por diversas estruturas. O sistema óptico tem que ser transparente, refringente (sem distorcer a luz até a retina), e ajustável para qualquer distância. Se isso não existir, não há capacidade de visão confiável. $ 6LVWHPD —SWLFR É a 1 a . camada (membrana). É um lente poderosa, mas não é a 1 a . lente, pois esta é a película lacrimal. A córnea é uma membrana transparente; um dos tecidos avasculares do corpo, daí os índices de sucesso em transplantes serem favoráveis. Toda a inervação do globo ocular e dos anexos é feita pelo 5 o para craniano (trigêmeo), sendo a córnea muito sensível à dor. É revestida por epitélio pavimentoso que é regenerável, porém quando há trauma há dor. Quando o epitélio se regenera não há cicatriz. Abaixo do epitélio há uma membrana elástica (membrana de Bowman), que não se regenera e deixa cicatrizes, perdendo a transparência (leucoma). Atrás dessa membrana há o estroma, formado por 90% de água e 10% de fibras colágenas com disposição regular dando a transparência. Na lesão do estroma há fibrose que desarranja as fibras que diminui a transparência (leucoma). Atrás do estroma há a membrana de Dessemet (mesotélio), que é elástica e tem regeneração. A membrana de Dessemet e o endotélio não são inervados. Abaixo dessa membrana está o endotélio, formado por apenas uma camada celular e por ela passam os nutrientes vindos do humor aquoso. Outra função do endotélio é manter a córnea desidratada (deturgescência da córnea). Quando há lesão do endotélio, há falência da deturgescência da córnea levando à opacidade pelo edema. Às vezes a descompensação pelo trauma pode ser irreversível, já que o endotélio não se regenera. Com o passar dos anos o endotélio o número de céls. Os transplantes ficam melhores quando se tem um maior número de céls. endoteliais, sendo este um dos critério para transplante. Vai da porção posterior da córnea até a íris. A câmara posterior vai da íris até o cristalino (é maior, assim tem maior importância). O líquido (humor aquoso) é produzido posteriormente e alcança o orifício da pupila atingindo a câmara anterior. Serve para nutrir e dar tonicidade ao olho mantendo as estruturas para impedir a distorção da luz (é a precisão intra-ocular). Sua drenagem é feita no ângulo camerular que posiciona-se em toda a extensão da córnea (360 o ). Daí segue o caminho: est. trabeculado canal de Schlenm veias aquosas. A importância maior do humor aquoso é no glaucoma, onde um dos sinais é o da pressão intra-ocular. A fisiopatologia do glaucoma pode se dar por excesso não produção ou drenagem deficiente (trabeculado ou camerular) do humor aquoso.

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MORFOLOGIA DO SISTEMA VISUAL

I. Olho: órgão de recepção do sinal luminoso

O olho pode ser comparado a uma máquina fotográfica. A parte mais importante é a retina, responsável pela focalização e início do sistema visual. O reconhecimento da visão de um objeto é feito pelo cérebro e por isso o cérebro tem como extensão o olho.

Há estímulo distal (objeto) e proximal (retina). O estímulo para chegar até a retina tem que passar por diversas estruturas.

O sistema óptico tem que ser transparente, refringente (sem distorcer a luz até a retina), e ajustável para qualquer distância. Se isso não existir, não há capacidade de visão confiável.

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É a 1a. camada (membrana). É um lente poderosa, mas não é a 1a. lente, pois esta é a película lacrimal. A córnea é uma membrana transparente; um dos tecidos avasculares do corpo, daí os índices de sucesso em transplantes serem favoráveis. Toda a inervação do globo ocular e dos anexos é feita pelo 5o para craniano (trigêmeo), sendo a córnea muito sensível à dor. É revestida por epitélio pavimentoso que é regenerável, porém quando há trauma há dor. Quando o epitélio se regenera não há cicatriz. Abaixo do epitélio há uma membrana elástica (membrana de Bowman), que não se regenera e deixa cicatrizes, perdendo a transparência (leucoma).

Atrás dessa membrana há o estroma, formado por 90% de água e 10% de fibras colágenas com disposição regular dando a transparência. Na lesão do estroma há fibrose que desarranja as fibras que diminui a transparência (leucoma).

Atrás do estroma há a membrana de Dessemet (mesotélio), que é elástica e tem regeneração.

A membrana de Dessemet e o endotélio não são inervados. Abaixo dessa membrana está o endotélio, formado por apenas uma camada celular e por

ela passam os nutrientes vindos do humor aquoso. Outra função do endotélio é manter a córnea desidratada (deturgescência da córnea).

Quando há lesão do endotélio, há falência da deturgescência da córnea levando à opacidade pelo edema. Às vezes a descompensação pelo trauma pode ser irreversível, já que o endotélio não se regenera.

Com o passar dos anos o endotélio ↓ o número de céls. Os transplantes ficam melhores quando se tem um maior número de céls. endoteliais, sendo este um dos critério para transplante.

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Vai da porção posterior da córnea até a íris. A câmara posterior vai da íris até o cristalino (é maior, assim tem maior importância).

O líquido (humor aquoso) é produzido posteriormente e alcança o orifício da pupila atingindo a câmara anterior. Serve para nutrir e dar tonicidade ao olho mantendo as estruturas para impedir a distorção da luz (é a precisão intra-ocular). Sua drenagem é feita no ângulo camerular que posiciona-se em toda a extensão da córnea (360o). Daí segue o caminho: est. trabeculado → canal de Schlenm →veias aquosas.

A importância maior do humor aquoso é no glaucoma, onde um dos sinais é o ↑ da pressão

intra-ocular. A fisiopatologia do glaucoma pode se dar por excesso não produção ou drenagem deficiente (trabeculado ou camerular) do humor aquoso.

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Quando submerso nos meios tem 19 dioptrias. Isolado, tem o poder de 100 dioptrias. Serve como recurso de focalização. É flexível. Formado por fibrilas celulares e envolto por

cápsula que se divide em anterior e posterior. É suspenso por ligamentos chamados zônula que ajudam a ajustar o cristalino.Com a idade o cristalino vai perdendo essa capacidade de acomodação e focalização pela ↓ da elasticidade → é a chamada presbiopia. Na verdade ao nascer já começa a ↓ a elasticidade. Outro fato comum é o envelhecimento ao ponto de se perder a transparência → é a chamada catarata (opacificação do cristalino).

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É como uma câmara escura. Há substância gelatinosa composta por água (principalmente), ác. hialurônico e fibras colágenas. A degeneração do ác. hialurônico desarranja a composição do humor vítreo, borrando a substância gelatinosa causando as “moscas volantes”.

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• A úvea anterior é dividida em íris e corpo ciliar, mas são contíguos. • A íris dá coloração aos olhos e faz a proteção contra o excesso de luz (↑ ou ↓ a entrada de

luz de acordo com a intensidade). • Existe o esfíncter e o músculo dilatador da pupila inervados pelo parassimpático. Os

estímulos provocam miose, e a inibição, a midríase. A inervação é feita pelos 2 SNA, mas o predomínio é do parassimpático. Há inervação do trigêmeo também.

• Além da íris existe o corpo ciliar, composto por processos ciliares e músculo ciliar que respectivamente funcionam na produção do humor aquoso e na focalização.

• A luz no objeto mais próximo fica mais convergente. As divergentes são côncavas. • Quando há abaulamento do cristalino, há maior convergência para acomodar a imagem. No

momento da focalização o parassimpático contrai os mm ciliares relaxando as zônulas deixando o cristalino mais convexo (abaulado) dando maios convergência à lente.

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A coróide ou úvea posterior é a extensão do corpo ciliar. Tem como função nutrir a retina (neurônios receptores). São um enovelado de artérias e veias que vem pela art. oftálmica e saem como vv. orticosas e daí como veia oftálmica.

A esclera é camada laminada que envolve o olho e tem como função a proteção. Tem a mesma composição da córnea porém com as fibras desorganizadas. O aspecto esbranquiçado é justamente para manter a câmara escura.

O limbo é a área de transição entre a esclera e a córnea.

II. Estrutura de transformação da luz em sinal neural

Existem regiões periféricas da retina que não tem fotorrecepção (1o neurônio). O que se observa são concentrações pequenas que vão aumentando até o centro e a mácula, principalmente composta por cones. Na retina periférica predominam os bastonetes. • Estímulo luminoso→ bastonetes (rodopscina) + cones (iodopscina) → opscina e

corotenóide. Esses pigmentos transformados vão levar a despolarização dos neurônios levando o

estímulo ao cérebro. Os fotorreceptores mandam o estímulo para as céls. bipolares e dessas para as céls. ganglionares → vias ópticas → cérebro. Essa comunicação é vertical. Também existe a comunicação horizontal, feita por céls. horizontais e amácrinas.

Em uma retina perfeita há vários fotorreceptores para uma céls. ganglionar, daí a visão iscotópica com ↓ limiar de luminosidade pela presença dos bastonetes.

Na visão fotópica, há discriminação melhor de detalhes e cores por causa da ↑ concentração de cones na região macular.

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III. Estruturas de transmissão do sinal neural

As demais células da retina são irrigadas e drenadas pela artéria e veia central da retina. Há uma membrana limitante externa que separa os fotorreceptores da retina, e uma interna

em contato com o corpo vítreo. Forma-se o nervo óptico → quiasma óptico. As fibras temporais vão para o mesmo lado, e

as nasais decussam para o lado oposto. Daí vão para o corpo geniculado, onde há a 1a sinapse. A partir daí formam-se as fibras geniculo-calcarinas, que são as radiações ópticas, que vão para a porção occipital. Pode haver lesões pegando essas radiações levando a hemianopsia.

IV. Estruturas que decodificam os sinais

As radiações vão para áreas de decodificação: áreas 17 e 18 (estriada e paraestriada). Acredita-se que seriam intermediárias para a área 19 (periestriada) sendo assim chamadas de áreas de associação. Outras áreas de associação no lobo parietal: giro-angular, supra-marginal; e algumas áreas do lobo temporal.

As áreas de associação quando são lesadas prejudicam o sistema visual porque o ∆ não reconhece o que vê (agnosia).

Afasia → vê, mas não consegue expressar o pensamento nem ler. Dislexia → quando não consegue ler (parcial). Apraxia → não consegue desenhar, tem ilusões e alucinações. Alexia → nunca consegue ler (interpretar). Vê, mas não reconhece as letras.

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FISIOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DA VISÃO

I. Impressão Visual

É necessário que informação externa seja levada para a retina e daí para o cérebro, mas com todas as estruturas íntegras. Além disso depende também da iluminação do objeto, da transparência do ap. óptico, da informação e decodificação corretas (conhecimento pessoal).

Se o ∆ consegue diferenciar dois pontos, quanto maior o poder de resolução entre os pontos, ou seja, quanto menor a distância entre eles, maior será o poder de visão (maior acuidade visual).

Na visualização com os dois olhos existem dois campos visuais, e é a disparidade entre os dois campos que dá a noção de profundidade. Há fusão dos dois campos visuais.

Visão de espaço → periferia da retina / Campo visual → retina periférica.

II. Desenvolvimento da Visão

Começa quando o ∆ nasce, até os 8 anos de idade. • Fase de maturação visual → qualquer problema nesta fase vai impossibilitar uma

maturação suficiente da visão (ex.: um olho com grau alto → o outro compensa → só descobre aos 8 anos e não corrige mais → leva a malformação da visão - é perfeito anatomicamente, mas foi impossibilitado de formar imagem pelo alto erro de refração). Outro exemplo é o estrabismo, onde há também o uso de um só olho já que o cérebro não aceita a diplopia, anulando a visão do olho estrábico. Assim, estrabismo significa tratamento precoce.

III. Medida da Acuidade Visual

É a distância que corresponde ao poder de resolução do olho. Quanto melhor o poder de visão, menor será o ângulo de visão.

Avalia-se um olho de cada vez, começando sempre pelo direito. Deve anotar a linha que ∆ acertou pelo menos a metade.

Aos 3 anos faz-se o 1o exame oftalmológico com figuras com ou sem sentido. Antes dos 3 anos deve ser feita de acordo com os sintomas.

IV. Medida do Campo Visual

É feita por comparação com o do médico em todos os quadrantes. O paciente toca uma campainha quando percebe o estímulo luminoso. Na emergência do nervo óptico existe a mancha cega → local da retina onde não há

fotorreceptores.

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AMETROPIAS E PRESBIOPIA

I. Sistema Óptico Normal (Emetropia)

O sistema óptico de estar em perfeitas condições para levar as informações. Deve haver perfeita refração da luz que chega aos olhos a fim de que seja focada corretamente na retina. Uma pessoa com sistema refracional perfeito é um acaso.

As pessoas que não usam óculos são compensados em sua maioria, e quem usa não tem tal compensação.

Após a luz incidir sobre a córnea (poder fixo de refração), ela segue para o cristalino (poder de refração variável), e então atinge a retina.

Quando se visualiza uma imagem, existe um correspondente do objeto projetado na retina → são denominados pontos conjugados.

O sistema óptico é dito normal quando se faz leitura de tabelas a fim de quantificar o poder de visão da pessoa. No ∆ emétrope (perfeito - exceção) consegue-se distinguir letras a 5m de distância. Aparentemente quem é normal pode não ser emétrope, por ter algum problema de refração compensado.

II. Ametropias (Erros de Refração)

Os erros de refração mais comuns são: miopia e hipermetropia. Na hipermetropia, na distância de 5m o foco está atrás do olho, e para correção usa-se lente

positiva (lente convergente)(lente convexa). Na miopia é o contrário. O foco está antes da retina, daí se usa lente negativa (lente

divergente) (lente côncava) para a correção (para focar mais atrás). Cada um desses distúrbios podem ter duas formas:

• problema no eixo ântero-posterior → axial. • problema de acomodação do cristalina → refracional.

Os dois tipos são corrigidos com lentes biconvexas ou bicôncavas, não sendo necessário classificar o tipo de variante do distúrbio inicial para se fazer a correção.

III. Refratometria

É feita jogando-se luz no olho examinado e estudando o comportamento do reflexo luminoso na retina. O aparelho é denominado retinoscópio.

Existem faixas contra e a favor dos movimentos feitos pelo examinador. • se forem faixas a favor → usa-se lentes positivas (hipermetropia) • se forem contra → usa-se lentes negativa (miopia) (porque os raios são convergentes)

No ponto neutro é o infinito para começar a usar as lentes. Ao atingir esse ponto, faz-se a leitura da medida dada no aparelho. Desconta-se 1,5 do total que seria o equivalente aos 6m de distância onde deveria estar o examinador. Assim tem-se o grau de lente (+ ou -) que cada olho deve usar.

A refratometria estuda o comportamento dos reflexos. Na zona de neutralidade se encontra os erros de refração.

IV. Astigmatismo

Com a refratometria estuda-se os meridianos perpendiculares, mostrando o grau de inclinação de um em relação ao outro. Se os dois meridianos estudados são neutralizados com o mesmo valor, o ∆ tem miopia ou hipermetropia e emétrope (sem astigmatismo). Assim o astigmatismo é determinado pela diferença entre os valores neutralizados dos dois meridianos estudados.

Alguns exemplos de astigmatismo:

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• astigmatismo miópico composto → 2 meridianos principais míopes. • astigmatismo misto → 1 meridiano míope e outro hipermétropico.

É a diferença de curvatura da córnea que faz com que haja a doença. O meridiano com curvatura maior é míope, e o com curvatura menor é emétrope ou hipermétrope.

V. Acomodação e Presbiopia

O olho muda do poder refracional para focar objetos próximos por um processo chamado acomodação visual. A partir do nascimento começa a haver ↓ da acomodação, e quando passa dos 40 anos há dificuldade de leitura → presbiopia.

VI. Anisometropia

É a diferença de erros de refração entre os dois olhos. Acima de 3 ou 4 graus de qualquer erro de refração já é considerado anisometropia. O cérebro não aceita bem a diferença de imagem. Às vezes é necessário usar lentes de contato porque o contato com da lente corretiva com a lente natural (córnea) aumenta o poder de correção.

VII. Tratamento das Ametropias

O uso de lentes de contato, óculos e as cirurgias refrativas (excimer laser) que só são indicadas para miopia e astigmatismo.

VIII. Prognóstico

Por volta dos 21-22 anos o olho pára de crescer, daí o diagnóstico de miopia axial em crianças ter tendência de aumentar o grau até um ponto de estabilidade nessa idade, podendo ser indicada a cirurgia.

A hipermetropia é o contrário. Com o crescimento do olho o foco tende a ir para frente e diminuir o grau. Às vezes diminui tanto que ultrapassa o ponto certo da retina e torna-se uma miopia.

O astigmatismo tem comportamento variável. A presbiopia tem comportamento progressivo, podendo o indivíduo chegar aos 60 anos sem

acomodas nada.

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VISÃO BINOCULAR E ESTRABISMO

I. Definição

É o desvio manifesto dos olhos não controlado pela visão binocular. A finalidade dos 2 olhos é a superposição dos campos visuais. Nos humanos há a

anteriorização dos campos visuais, e é essa superposição de campos que dá a noção de profundidade, diferente do que ocorre nos animais inferiores.

Quando um ∆ adulto perde um olho, ele já tem o conhecimento de profundidade. Assim, uma pessoa que sofre um acidente e perde um olho pode até tirar carteira de motorista. • Estereopsia → é a noção espacial tridimensional de profundidade.

II. Diplopia

Se os dois olhos estiverem paralelos existe uma visão única. Mas qualquer alteração no eixo visual ocasiona visão dupla (ocorre quando se verifica áreas diferentes num mesmo campo).

Quando a criança desenvolve o estrabismo, as regiões dos campos não são correspondentes, daí ocorrer a visão dupla que é a diplopia.

O adulto diabético ou vítima de traumatismo pode desenvolver diplopia (estrabismo adquirido). O tratamento é feito com lente fosca para o ∆ não ter sensação de visão dupla.

III. Supressão

Quando ocorre diplopia na infância, o cérebro faz a supressão do estímulo, ou seja, não mais interpreta a visão do olho desviado, somente a do olho com imagem macular. Isso faz com que a visão não se desenvolva, daí ocorrer a ↓ da acuidade visual (ambliopia).

IV. Ambliopia

O que se sabe é que há anatomia perfeita, mas não há boa visão (↓ da acuidade visual sem doença orgânica).

- Alterações sensoriais: diplopia → supressão → ambliopia.

V. Musculatura

Os músculos do globo ocular são inervados pelo 3o par craniano (oculomotor). Músculos: retos superior e inferior, retos lateral e medial, oblíquos lateral e medial, m.

troclear e m. abducente, m. elevador da pálpebra.

VI. Leis de Inervação

• Therington → no mesmo olho quando um contrai o antagonista relaxa (ex.: contrai o reto lateral e relaxa o reto medial).

• Hering → comparação entre um olho e outro (ao movimentar os 2 olhos na mesma direção, os músculos agonistas correspondentes recebem inervação similar).

Levo-versão e dextro-versão Os retos horizontais e verticais são responsáveis principalmente pelos movimentos de

lateralidade e de elevação e abaixamento. Os oblíquos são principalmente responsáveis pelos movimentos nas diagonais, porém a complexidade desses movimentos exige mais que só esse tipo muscular.

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Quando há trauma com fratura do assoalho da órbita, há restrição de movimento no sentido de elevação dos olhos porque ocorre encarceramento dos retos inferiores impedindo os olhos de subirem.

Na criança com muito grau em um pode ocorrer o estrabismo, e quando há algum desvio que impeça a visão pode ocorrer o exodesvio.

VII. Torcicolos

Até prove o contrário, posições persistentes de cabeça podem ser causa de estrabismo em crianças. Isto ocorre porque ela tenta a posição para não ter desvio.

Crianças que fecham um dos olhos no sol também podem ter estrabismo.

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Estrabismos horizontais: • Enotropia ou esotropia ou endodesvio → desvio para dentro (convergente) • Exotropia ou exodesvio → desvio para fora (divergente)

Estrabismos verticais:

• Hipertropia → desvio para cima • Hipotropia → desvio para baixo

Esses desvios podem ser por acometimento motor ou por dificuldade de acomodação. A criança quando corrige o grau que força a conversão elimina o desvio. Isso é usado para

corrigir o estrabismo que é corrigido até a idade adulta. Quando o problema é motor → faz-se cirurgia. Se o ∆ estiver fazendo desvios de 40-50 dioptrias ou mais, a ambliopia é maléfica e deve ser

feito acompanhamento desde criança.

VIII. Tratamento Precoce

Fazer tampão no olho sadio para estimular o olho amblíope. Deve-se tapar todo o olho. A correção vai até os 8-9 anos.

O tratamento é mais eficiente quanto menor for a criança.

IX. Forias ou Estrabismo Latente

É um desvio não manifesto. Geralmente é comum. Mantém o paralelismo pela fusão dos campos visuais. Quando se faz o exame quebrando a fusão, o estrabismo aparece.

Dá sintomas quando o ∆ lê muito, porque a pessoa tem que forçar a conversão. O teste é com a caneta para ver se há ou não estrabismo, porque vai havendo conversão

dos campos visuais. Até os 6 meses a criança tem incoordenação motora. A partir dos 6 meses se perceber

algum desvio deve-se encaminhar para um oftalmologista.

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PATOLOGIAS DOS ANEXOS OCULARES

I. Pálpebras

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Fenda palpebral menor uni ou bilateral. Só é maléfica quando atinge crianças menores de 8 anos impedindo a formação da visão porque está no eixo visual. Se não houver → desenvolve a visão.

O problema está mais relacionado à estética. Na correção cirúrgicas faz-se a retração do m. elevador da pálpebra.

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Pode ser traumática promovendo uma maior exposição do globo ocular. Faz enxerto se houver ressecamento da córnea (não fecha o olho completamente).

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Se dá em pessoas com paralisia do facial (há piscadas em menor número, ou dificuldade para piscar voluntariamente → sinal de Bell).

É de origem paralítica do nervo orbicular → que é ramo do facial. Usa-se lágrimas artificiais porque o ∆ não lubrifica a córnea pela dificuldade de piscar.

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É o espasmo das pálpebras. Fechamento involuntário. Usa-se BOTOX para ↓ temporariamente a contração da musculatura (injeções ao redor do orbicular). O tempo de atividade do BOTOX é de 6 meses.

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É quando a pálpebra roda para fora.

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É quando a pálpebra roda para dentro. É pior que o anterior porque os cílios podem entrar em contato com a córnea e lesá-la. Tem indicação de cirurgia precoce.

Os dois problemas tem correção cirúrgica. Podem ocorrer nas duas pálpebras (superior e

inferior). A pele vai ressecando, daí a ectropia em idosos.

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Pode existir sem a entropia. Foi encontrada no tracoma (conjuntivite folicular por Trachomatis), que quando cicatrizava, a pálpebra superior rodava os cílios para dentro em direção à córnea.

O tracoma não levava à cegueira, os problemas eram suas conseqüências. A cicatriz fazia os cílios virarem e daí a triquíase. A córnea ficava opaca o depois ulcerava.

A triquíase pode ser cicatricial ou traumática.

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São os cílios supranumerários. Normalmente há uma fileira só de cílios. Na distiquíase são várias fileiras.

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É um condição rara onde há incoordenação das posições dos cílios.

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Pode ser acometido por qualquer germe. Quando por vírus, a maior incidência é por Herpes zoster e simples. O H. zoster acompanha o trajeto dos nervos com vesículas.

Tratamento: - em pálpebras se encaminha para o dermatologista (usa Zovirax) Por bactérias, as glândulas ao redor das pálpebras podem ser infectadas e colonizadas

(glândula sudoríparas → de Mall; e sebáceas → de Zeiss). Quando pega as glândulas sudoríparas ou sebáceas → forma o tersol ou ordéolo externo. Quando a infecção é em glândula profunda (intratarsal) → forma o ordéolo interno (neste não se verifica o ponto de infecção).

Tratamento: - calor local → dilata a glândula → faz a drenagem das bactérias. Pomadas de ATB e corticóide.

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CA basocelular e espinocelular incidem mais na pálpebra inferior e geralmente para a região interna. Não tem muitas metástases, daí só a ressecção já resolve.

II. Órbita

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Infecção na órbita, posterior ao septo. A drenagem venosa da órbita vai para o seio cavernoso, daí poder haver infecção, abscesso intracerebral ou trombo por causa desse celulite.

Necessita internar o paciente e dar grandes doses de ATB EV e fazer TC para avaliar o abscesso. É mais perigosa em idosos. Há febre, dor e aumento do volume local dos olhos.

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Doença que cursa com hipertireoidismo. Geralmente há proptose (olho saltado) unilateral na maioria das vezes. Essa reação de proptose é autoimune e não por causa do hormônio.

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A que mais ocorre é a de assoalho da órbita com encarceramento do reto inferior → ∆ não

eleva os olhos.

III. Vias Lacrimais

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Em 30% das crianças que nascem ocorre obstrução lacrimal. Geralmente por uma membrana embrionária na região baixa.

Pode haver obstruções traumáticas com laceração do canais lacrimais. Se o trauma é alto → prótese; se for baixo → dacriocistorinostomia - abre o saco lacrimal direto na mucosa nasal.

Quando laceração é no canal superior, o inferior consegue compensar a drenagem. Mas quando a laceração for no canal inferior haverá epífora (lacrimejamento contínuo).

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Quando há obstrução baixa, há refluxo de lágrima pelos orifícios em função da estase no saco lacrimal. Nessas obstruções baixas existem as dacriocistites (infecção e inflamação), causando dor e podendo eliminar material purulento.

Em crianças com grandes secreções, até provem o contrário, há necessidade de verificar se há ou não obstrução (em infecções de repetição)

Usa-se ATB local e massagem para amolecer a membrana. É mais comum dacriocistite em adultos → usa-se ATB e anti-inflamatórios.

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DOENÇAS OCULARES EXTERNAS

I. Olho Vermelho

As principais doenças que deixam o olho vermelho são: ceratites, iridociclites, glaucoma agudo, conjuntivites, episclerites, hemorragias conjuntivais e blefarites.

Quando se examina o olho se verifica: • Acuidade visual: apenas para ter uma noção, porque o exame é grosseiro. • Integridade da córnea: teste com fluoreceína → verifica se há solução de continuidade; se

houver lesão, ela se cora. • Câmara anterior: com foco de luz se verifica a distância entre a córnea e a íris. • Pupila: com foco de luz verifica se está reagente ou não. • Exame bidigital: para ver se a pressão ocular está alta (aperta o olho com um dedo, e o

outro é para sentir). Na pressão alta não há o rechaço, é duro e daí se suspeitar de glaucoma.

II. Sinais de Gravidade

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Ocorre ao redor da córnea, onde está o corpo ciliar. Na área do limbo se houver congestão é porque é de maior gravidade. Geralmente cursa com ceratites, glaucoma agudo e iridociclites, que são os mais temidos.

%�� &RQWLQXLGDGH�GR�(SLWpOLR�

Se corar o colírio é ceratite. Pode-se suspeitar quando aparece úlcera de córnea

&�� 7DPDQKR�H�)RUPD�GD�ÌULV�

Qualquer alteração é sinal de gravidade. No glaucoma agudo → semi-midríase (não reage). A forma não é bem redonda → na iridociclite, que pode ter midríase sem paralisia.

'�� 3UHVVmR�,QWUD�RFXODU�

↑ da PIO: iridociclite pode ↑ pelo fechamento do ângulo córneo-escleral impedindo a drenagem do humor aquoso (também ocorre no glaucoma agudo).

III. Sintomas de Gravidade

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Na ceratite porque há descontinuidade do epitélio. Na iridociclite e glaucoma agudo em função do edema de córnea. As outras não dão.

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Ceratite cursa com dor em agulhada. Iridociclite causa dor no globo ocular. Glaucoma causa dor muito intensa (absurda) no globo ocular.

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&�� )RWRIRELD�

A ceratite deixa expostas as terminações nervosas. A iridociclite e o glaucoma pela própria inflamação do globo ocular.

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Visão turva e enxerga arco-íris quando olho para a luz. (glaucoma agudo).

IV. Sinais de Menor Gravidade

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Pode ser conjuntivite (mais difusa); episclerite (hiperemia localizada); hemorragias conjuntivais (extravasamento de sangue venoso) → é localizado e não há problemas, pode ser por coçar o olho ou fazendo força em infecções bacterianas. Blefarites → inflamação das pálpebras (Stafilo principalmente ou dermatite seborréica → pelo ↑ da produção de secreção das glândulas sebáceas).

%�� 6HFUHomR�

Verifica-se em conjuntivites bacterianas, e secreção mucóide em conjuntivite alérgica. Infecção viral não dá.

&�� $XPHQWR�GD�JOkQGXODV�SHUL�DXULFXODUHV�

Em conjuntivites virais.

V. Sintomas de Menor Gravidade

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Em conjuntivites virais.

%�� 3UXULGR�

Em conjuntivites alérgicas e blefarites.

VI. Tratamento

• Ceratites, iridociclites e glaucoma agudo → encaminhar para o oftalmologista. • Conjuntivites bacterianas → usar ATB e anti-inflamatórios. • Conjuntivites virais → paliativo. • Episclerite → colírios com corticóides. • Hemorragias conjuntivais → não deve fazer nada. • Blefarites → pomada com ATB, corticóide para ↓ a inflamação. • Dermatite seborréica → tem períodos de melhora e de piora.

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GLAUCOMA

I. Conceito

Definição: alteração de pressão + alteração de nervo óptico + alteração de campo visual. Há casos que a pressão é diminuída e tem os outros sintomas e então daí apresenta o glaucoma de pressão baixa.

10% da população tem pressão duvidosa, ou seja, maior que os padrões da normalidade e só 1% destes desenvolvem glaucoma.

Fisiopatologia : quando há o desequilíbrio entre a pressão e o escoamento aparece o

glaucoma. Ocorre aumento da pressão, que diminui a irrigação e circulação no nervo óptico (a entrada de irrigação está dificultada). Pode-se levar a morte do nervo óptico.

Se a pressão for danosa, causa morte do nervo óptico. Os limites de normalidade são de 10 a 20. Pessoas com 22 podem viver bem e por outro

lado com 17 tem dano da visão.

II. Semiologia

Para se fazer o diagnóstico, tem que apresentar a tríade: 1. Verificar a PIO (pressão intra ocular) 2. Visualizar o nervo óptico 3. Campimetria – verificar como está o campo visual 1 – Usa-se o tonômetro de aplanação (que é o mais preciso) – ele exerce uma pressão

sobre o olho, que achata o cone e causa visão de 2 semiluas; se ficam superpostas as córneas estão achatadas. A pressão exercida é a pressão do olho.

2 – Fundoscopia – aspecto escavado ou não. Verifica-se o tamanho da parte neural e se a escavação se verticaliza (patológica), porque quando é fisiológica há uma escaração redonda.

3 – Campimetria – às primeiras alterações, aparece uma mancha cega que é a imagem do nervo óptico quando ele não apresenta fotorreceptores. A mancha cega é mais nasal. Sempre ocorre como alteração primordial a depressão nasal, depois o escotoma arqueado que vai da área da mancha superior até a central. O paciente vê tubularmente. A visão central é a que vai diminuir e daí o indivíduo como não usa, demora para procurar o tratamento.

III. Classificação

No geral o problema é o escoamento no glaucoma. O que significa ângulo aberto e fechado? No glaucoma de ângulo fechado, no seio camerular ocorre a drenagem do humor aquoso e pode ocorrer uma diminuição do ângulo da câmara anterior (câmara anterior rasa – Membrana de Decemet e Membrana anterior da íris muito perto uma da outra) que impede a passagem do humor aquoso pela obstrução da superfície de reabsorção do humor aquoso. As vezes a íris se abre demais. É um glaucoma com crises de dor. Exemplo: quando está em lugar escuro, ocorre midríase e então crise de dor.

Quando há o problema na rede trabecular (geralmente uma obstrução) e o ângulo camerular é normal, o paciente apresenta o glaucoma de ângulo aberto.

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a) Fatores de Risco

1. Miopia 2. Idade (idosos) 3. Corticóide pode aumentar a PIO – quando a pessoa tem maior tendência ao aumento da

PIO, pode levar ao glaucoma. 4. Raça negra 5. Pessoas que já tiveram oclusões venosas – profilaticamente se usa um colírio para

diminuir a PIO, fim de evitar desenvolvimento de glaucoma.

b) Quadro clínico

A maioria das vezes é assintomático. Verifica-se pela semiologia. A presença de escotomas mostram que há maior sensibilidade do nervo à altas pressões.

c) Tratamento

��� &OtQLFR

Tópico, não é indicado o tratamento sistêmico. PILOCARPINA – 2 a 4 % - facilita o escoamento β bloqueadores – maleato de timolol e β tonolol Inibidores da anidrase carbônica (cetazolamina – DIAMOX) – tópica, age diminuindo a

produção de humor aquoso.

��� &LU~UJLFR

Trabeculectomia – retira-se um porção do trabeculado e o humor aquoso é drenado diretamente embaixo da conjuntiva daí ser absorvido por vasos conjuntivais e episclerais.

�� ÇQJXOR IHFKDGR

A pressão aumenta muito

a) Fatores de risco

1. Hipermétropes 2. Idade (idosos)

b) Quadro clínico

Dor intensa até náusea e vômito. Irradia a dor para a cabeça. Há hiperemia limbar (ao redor da córnea – esclera), semi-midríase e pouco de reação a luz na pupila.

A digitopressão, o tônus está endurecido. Com a lanterna há o estreitamento da câmara (câmara anterior rasa).

c) Tratamento

É um tratamento de emergência. Inibidores da anidrase carbônica por VO, se com vômitos usar o manitol (60 gotas por

minuto), glicerol (1 ml por kg) Instila-se pilocarpina de hora em hora. 2 comprimidos de DIAMOX na primeira hora. Às vezes, pode-se fazer pressão com cotonete para tentar facilitar o escoamento. Se não

conseguir, fazer IRIDECTOMIA – abre íris para o humor aquoso ser drenado para a câmara anterior)

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�� &DXVDV

a) Cristalino

Fase pré-intumescente (pré catarata) – pode ser esfoliação do cristalino – fecha o ângulo.

b) Inflamação Ocular

Células e proteínas podem fechar o ângulo.

c) Cortisônico

Não se sabe como ocorre. Acredita-se em edema pelo corticóide (VO ou tópico).

d) Pigmentar

e) Vascular

Quando há o sofrimento geral do olho. Forma-se neovasos na íris. É difícil o tratamento porque é um estágio terminal. Às vezes, trata-se somente a dor.

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Sintoma de fotofobia, blefaroespasmo, lacrimejamento e aumento do diâmetro da córnea em crianças (RN).

Tratamento: cirúrgico – São feitos todos os exames (fundoscopia e tonometria) Goniotomia e Trabeculectomia – aumenta da córnea. Às vezes é chamado de buftalmo

(olho de boi – no glaucoma congênito).

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OPACIFICAÇÕES DE MEIO - I

I. Córnea

É o primeiro meio ocular, fica sempre no estado levemente desidratado, quando ela se edemacia, ela perde sua transparência. Num glaucoma há diminuição da função do endotélio que desidrata a córnea. Com o aumento da pressão ou cirurgia, ocorre um espessamento da córnea por líquido.

Outro tipo além do edema são as nubéculas e os leucomas, onde é perdida a transparência da córnea irreversivelmente. Quando rompe a membrana de Bowman, ocorre a opacificação.

Se ainda existe alguma transparência, chama-se nubécula. O olho está todo branco, chama-se leucoma.

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II. Câmara Anterior

A câmara anterior pode, por hemorragias, traumas ou aumento de células e proteínas opacificar-se.

HIFEMA – quando no trauma, aparece coleção de sangue. HIPÓPIO – quando um processo inflamatório faz uma deposição de células na câmara

anterior. Todos dependendo da quantidade pode ser reversível. (espontâneo ou cirúrgico). Às vezes, quando ocorre hemorragia na câmara anterior, ocorre um grande aumento de

pressão no olho por estase sangüínea no seio camerular. Nas uveítes também pode ter aumento de pressão por inflamação intra-ocular – que aumenta as células inflamatórias, ocorrendo a turvação.

Às vezes, para fazer a limpeza, necessita cirurgia.

III. Cristalino

A opacificação é devido a catarata (é uma degeneração do cristalino e ele perde a transparência e trona-se opaco)

Podem ser nucleares e subcorticais. O único tratamento ainda é cirúrgico; deve ser retirado e substituído o próprio meio.

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Devem ter tratamento o mais precoce possível porque pode levar a ambliopia. É indicado a retirada o mais precoce possível e fazer o estímulo visual. Se unilateral, usa-se

o tampão (oclusão). A maioria é bilateral. A má nutrição materna pode causar as congênitas assim como as

infecções.

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Causadas por traumas. Um trauma que encoste no cristalino. Causas:

�� 2FXODUHV

a) Descolamento de retina

b) Uveíte

c) Trauma

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a) Tóxicas

Uso de corticoesteróides, tópico ou sistêmico

b) Endócrinas

Diabético tem maior chance, hipoparatireoidismo.

c) Radiológicas

As radiações como Raio-X, infra vermelho. Ultra violetas atingem o cristalino se for da forma B. Se for da forma A atinge a córnea e se

for da forma C atinge a retina.

&�� 6HQLV�

Acima de 65 anos, 95% das pessoas já tem um certo grau de opacificação do cristalino. Antigamente a cirurgia retirava todo o cristalino e usava-se óculos muito grossos (muitas

dioptrias). No tratamento atual, a cirurgia denomina-se faco emulsificação (abertura de 3 mm e é

triturado o núcleo, depois é lavado e implanta-se uma lente – retira-se todo o cristalino).

IV. Vítreo

A incidência é igual a do humor aquoso Causas: discrasia sangüínea, hipóxia. Estas causas provocam a formação de novos vasos devido geralmente a obstrução (na

retinopatia diabética) e estes rompem-se mais facilmente levando o sangue para a câmara posterior

Tem como tratamento a troca de todo o humor vítreo.

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Estas causas impedem a luz de passar pelo humor vítreo.

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OPACIFICAÇÕES DE MEIO - II

I. Vítreo

O vítreo quando perde sua transparência, que se dá por alterações do colágeno, água, e outras substâncias, geralmente é porque houve um acometimento da úvea.

O humor vítreo pode se degenerar – moscas volantes – Não ocorre uma alteração visual só que incomoda a pessoa. As moscas volantes são causadas porque o ácido hialurônico forma lacunas e depois estas lacunas formam grumos. Há referência de moscas volantes em todas as idades. Deve tomar cuidado quando as degenerações das moscas volantes se coalescem e pode fazer retração.

Existe duas patologias: • Persistência do vítreo primário • Persistência da artéria hialóide (que passa num equador do olho, horizontalmente e começa

no centro do cristalino. Se tiver hemorragia, geralmente é de outros tecidos.

II. Retina

Patologias próprias que não são devidas às doenças sistêmicas.

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Ocorre em prematuros. É também chamada de fibroplasia retrolental (atrás do cristalino). Diziam que ela ocorria

pela presença de oxigênio em encubadoras. A quantidade de oxigênio está ligada a alterações na retina. O prematuro tem hipóxia de retina, e as membranas começam a formar fibrose no humor vítreo. Tem prognóstico ruim se tiver descolamento de retina.

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Existe em pessoas com arteriosclerose, e no local da papila pode ter a oclusão (ou na lâmina crivosa) ou uma compressão da veia pela artéria que faz a oclusão. Hemorragias no “tapete da retina”.

Na papila, ocorre oclusão da veia central. Apresenta exsudato e edema de papila e quadro hemorrágico. É uma patologia de retina que dá déficit visual. Ele ocorre em conseqüência da oclusão

venosa. Em pessoas idosas, quadros anêmicos Sem tratamento – tratamento espectante

&�� '06�

Degeneração macular senil. Principal causas de cegueira em pessoas idosas. Existe na histologia uma formação de nódulos. Diminuição da visão pela formação de halo. Estas pessoas tem visão subnormal.

Não existe tratamento

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Descolamento de retina. Pode ter um rasgão(acúmulo de líquido na parte posterior da retina) ou não (auto-míope).

1. Regmatogênica – tem um rasgão na retina. 2. Tracional – problemas de vítreo coaslescendo e tracionando a retina

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3. Exsudativo – líquido entre epitélio pigmentar e as células neurosensoriais. É sempre cirúrgico e deve ser recente. Passa cinta e faz crio ou fotossensibilização ( diminui

o tamanho do olho e faz com que ela se aproxime do olho)

III. Uveíte

$�� ,ULGRFLFOLWHV�

São mais anteriores, acomete corpo ciliar e íris. Na câmara anterior apresenta processo exsudativo – células e proteínas boiando na câmara anterior. Pode apresentar uma hiperemia em limbo, dor e aumento da PIO.

Tratamento – corticoesteróides.

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Tem difícil diagnóstico. Tem também tratamento específico e com corticoesteróides. Tem perda da visão.

&�� &RULRUHWLQLWHV�

Acomete a parte posterior e sempre acomete a retina juntamente. É mais acometida pelo Toxoplasma gondii. Existe várias células no vítreo devido a exsudação. Onde tem a lesão, apresenta exsudação,

com lesão esbranquiçada. E na resolução faz bordos alargados.

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TRAUMATOLOGIA OCULAR

Nos EUA, por ano, existem 2,5 milhões de acidentes envolvendo o olho e 40% leva a deficiência visual. Metade dos traumatismo, ocorre em pessoas com menos de 25 anos, principalmente crianças. As seqüelas às vezes são irreversíveis.

Ao examinar o paciente traumatizado.

I. Exame do olho

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Examinar se estão limpas, hemorragias, laceração

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Principalmente a transparência. Instila a fluoresceína, que cora as áreas com lesão (solução de continuidade).

&�� &kPDUD�DQWHULRU�

Testar se consegue ver a íris

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Descentrada – perfuração, como se fosse um pingo.

(�� &ULVWDOLQR�

O trauma pode fazer uma formação imediata de catarata.

II. Mecânicas

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Pode ter ou não corpo estranho. História de um paciente que estava martelando e um estilhaço pode entrar e o médico não ver a porta de entrada.

Nas perfurantes é indicado fazer sutura e depois encaminhar a especialização. Existe cortes de córnea com folha de papel, cana, pólvora. Ocorre coleção de pus dentro da

câmara anterior. Na lesão penetrante existe saída do conteúdo intra ocular (pode sair a íris e a coróide). Geralmente o prognóstico é ruim.

Tipos de lesão perfurante: • lesão penetrante do globo • leso perfurante com corpo estranho intra-ocular • perfuração corneal • perfuração dupla com uma partícula estranha

�� 6OLGHV

Iridodiálise – a íris perde a inserção, pelo trauma, ela não movimenta mais e precisa de trat. cirúrgico.

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Corpo estranho em córnea – funileiro que mexe com esmeril, e o estilhaço entra no olho e forma um halo de ferrugem. O ideal é a retirada no primeiro dia.

Abrasão – retirada de epitélio, a primeira camada da córnea. A córnea é o tecido com maior sensibilidade do corpo.

Laceração de pálpebra – ocorre problemas na cicatrização com blefaroptoses. Contusão ocular – ocorre um hifema (coleção de sangue na câmara anterior – pode levar a

um glaucoma e normalmente o sangue é reabsorvido). Na contusão, deve fazer um grande período de observação.

Erosão – por corte com papel.

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Pode ocorrer rotura de todo o globo ocular.

III. Não mecânicas – queimaduras

Queimadura por ácido – ocorre perda da transparência. A perda da transparência é definitiva. Qualquer produto, tem como primeira conduta, a lavagem. Depois a anestesia (colírio). No caso de cal, se o indivíduo fecha o olho o cal vai penetrando até atingir a córnea. A cal é muito grave.

Queimadura total , perda da transparência

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IV. Tratamento

Lavagem Laceração de córnea – a conduta é a oclusão por 24 horas e pomadas. Queimadura por ultra violeta – mexe com solda elétrica – O epitélio perde a aderência, após

5 ou 6 horas. Queimaduras por temperaturas acontece muito raramente. Nos traumas penetrantes, faz curativo não compressivo e oclusivo.

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MANIFESTAÇÕES OCULARES DE DOENÇAS SISTÊMICAS

O exame de fundo olho faz diagnóstico ou estadiamento. Algumas dessas patologias tem muito haver com os olhos.

I. Diabetes Mellitus

Faz um acúmulo de lipídio no olho – xantelasma Na conjuntiva ocorre um vasodilatação maior, fluxo mais lento. Na córnea, às vezes, ocorre a dobra da membrana de Deceme No cristalino, ocorre presença de catarata. Porque ocorre uma flutuação de refração. No humor vítreo, ocorre os corpúsculos asteróides. Eles brilham. Na nervo óptico, raramente, tem atrofia de nervo óptico. Na retina – a Retinopatia Diabética –

$�� 5HWLQRSDWLD�GLDEpWLFD�

A maioria das alterações acima não leva a cegueira. A nível de microcirculação, na retina, ocorre uma alteração na membrana basal dos vasos,

ocorrendo um espessamento, e assim, ocorre diminuição dos periciclos, alterando a permeabilidade dos vasos, ocorre extravasamento de líquido e ocorrendo edema. Diminui o aporte sangüíneo e então leva a hipóxia. A hipóxia desencadeia a produção de um fator neo vasogênico. Então aparece novos vasos para suprir a hipóxia. Consequentemente, os neo vasos são frágeis, que se rompem facilmente, trazendo sangue para o vítreo, fibrose, retração e descolamento de retina.

�� (YROXomR

Existe duas fases de evolução: Antes dos neo vasos – fase não proliferativa Depois dos neo vasos – fase proliferativa Na primeira, aparece pequenas hemorragias de retina, microaneurisma de vasos, exsudatos

na retina. A partir da hora que se tem a proliferativa, são todas as alterações mais os neo

vasos.(vasos que sofreram gênese).

II. HAS

O oftalmoscópico ajuda para diagnosticar se é uma hipertensão aguda ou crônica ou crônica com agudização.

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A fase crônica, ocorre um estreitamento arteriolar. Pode ser focal ou generalizado. Elas vão ficando um pouco mais estreitas. Pode ter alteração da coloração. Ocorre aumento de calibre das veias e tortuosidade

As alterações crônicas, em fio de prata, estreitamento arteriolar, transformando-se e dando o aspecto de fio de prata. (arteríolas em fio de cobre e fio de prata).

Outro achado de alteração vascular. Cruzamento patológico (a veia passa em cima da artéria).

• estreitamento arteriolar • aumento do calibre das veias e tortuosidades • arteríolas em fio de cobre (altera a cor)

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Alterações da crônica com hemorragias e exsudatos.

&�� $JXGD�

Se tiver hemorragias e exsudatos.

III. AIDS

Ocorre uma microangiopatia. A grande maioria tem uma certa microangiopatia que não altera a visão.

Sarcoma de Kaposi – pode aparecer tanto em pálpebra quanto em conjuntiva – é de cor violácea. Em homem pode aparecer retinite, uveíte, poliretinite.

Não é uma metástase que aparece na conjuntiva e sim outro tumor Retinite causada por Citomegalovírus – quando aparecer, deve investigar. Vírus Herpes zoster – este vírus compromete a visão. Pode ter uma necrose aguda de retina

ou corioretinites que podem ser por dois agentes (Pneumocystus carinii e Criptococus neoformans)

Estes agentes geralmente causam infecções sistêmicas.

IV. Doenças Reumáticas

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Geralmente referem ardência nos olhos. Ligada a conjuntivite seca e episclerite. Ocorre boca seca e olho seco. Ocorre um comprometimento imunológico.

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Retinopatia por exsudatos.

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Causa iridociclite

V. Doenças Nutricionais

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Nas B ocorre distrofias de córnea Hipovitaminose A – secura dos olhos e a cegueira noturna

VI. Doenças Dermatológicas

Mycobacterium leprae – Hanseníase – queda de sobrancelhas, aumento da PIO, episclerite, iridociclite, catarata.

VII. Doenças Endócrinas

Doenças de Graves – Edema de pálpebra - proptose

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TERAPÊUTICA CLÍNICA DOS PROBLEMAS OCULARES

I. Vias de administração

São quatro as vias de administração no olho. A primeira é a tópica que são os colírios. Na parte anterior, a administração tópica tem melhor concentração.

Subconjuntival – embaixo da conjuntiva. Por algum problema não dá para pingar o colírio normalmente. Algumas uveítes tem que usar a subconjuntival.

Retro bulbar – atinge o polo posterior. Não é usada para a terapêutica e sim para a cirurgia. Usa-se a marcaína para a injeção retro bulbar. Ocorre anestesia da parte retro bulbar. Uso: cirurgias de catarata, de retina. A anestesia possibilita a mobilidade do globo ocular. (Músculo retro bulbar)

Via sistêmica - é usada quando quer atingir o pólo posterior dos olhos (coróide). E quando quer atingir a parte de órbita (via sangüínea e acesso mais rápido a parte posterior).

II. Parassimpatolíticos (ACT)

São colírios que fazem duas ações: Provocam a midríase e também a diminuição da acomodação – diminui a movimentação da

musculatura ciliar. Drogas:

$�� $WURSLQD�

Era usada antigamente; só usada em casos mais severos de infecções intra ciliares. Era usada em criança e dá um efeito por 3, 5 a 10 dias. É muito potente. Foi abolida para este exame.

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Cicloplégico – dá boa diminuição de acomodação. Efeitos colaterais: onde tem pouco ventilação, são alucinações. Pode apresentar rubor, aumenta a temperatura do corpo.

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Midryacyl – tem um efeito não muito bom na acomodação e sim na midríase. Quase que sem efeitos colaterais.

O mais tóxico é a atropina e diminui até o tropicamida.

III. Parassimpatomiméticos

$�� 3LORFDUSLQD�

Provocam a miose, basicamente e também diminuem a produção do humor aquoso. Não se sabe a maneira como diminui o humor aquoso. São usados para tratamento de glaucoma. Existe a pilocarpina que age fazendo a miose e facilita o escoamento pelo ângulo camerular.

Pilocarpina (pilocarpina) – 2% Às vezes num glaucoma agudo (ângulo fechado) – também se usa Efeitos colaterais – diminuição do campo e dor de cabeça.

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Não esta a venda no comércio. O efeito é o mesmo da pilocarpina.

IV. Simpatomiméticos

São usados para midríase e também agem no humor aquoso (diminuição do humor aquoso).

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É mais potente para a midríase que a epinefrina – aqui usa-se 10% e a instilação de fenilefrina pode causar hipertensão e palpitação.

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Era usado no tratamento do glaucoma - antigamente

V. Simpatolíticos

São os beta bloqueadores seletivos – usado para o glaucoma crônico. Diminuem a produção do humor aquoso.

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Nome Comercial (NC) – Timolol e timoptol (0,25% e 0,5%)

%�� %HWD[RORO�

NC – Betoptic (0,5%) e Betoptic S (0,25%)

VI. Anestésicos

Os tópicos tem como função anestesia de córnea e porção anterior. A anestesia tópica está sendo usada para cirurgias, hoje em dia. Para qualquer exame para diminuir a dor usa o anestésico tópico.

Hoje instila-se o anestésico tópico para catarata e para retirada de corpo estranho. Quando você quer diferenciar na córnea ou intra ocular – se for córnea o anestésico tópico

melhora a dor e se for intra ocular não diminui. O anestésico tem como EC (efeito colateral) a diminuição da adesão do epitélio e ocorre

uma soltura do epitélio piorando o caso de trauma por solda.

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VII. Corantes

Usa para suspeita de descontinuidade de epitélio, ou células mortas.

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Usa-se para suspeita de descontinuidade de epitélio da córnea. Se trauma, o cora onde tem descontinuidade do epitélio.

Causa susceptibilidade a Pseudomonas.

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Usada para ver células mortas, no estudo de filme lacrimal. Causa muito ardor.

VIII. Corticóides

Função – Antiinflamatórios A e B são só corticóides. Uso em inflamações do olho. EC pode ter aumento da PIO. 30%

da população pode aumentar a PIO. Pode ter um aumento de 10 a 30 acima do normal.

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NC - Predforte

%�� 'H[DPHWDVRQD�

NC - Maxidex

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NC - Flumex

IX. Agentes antiinfecciosos

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Colírio ou ungüento (pomada) NC – cloranfenicol Dexafenicol (com corticóide)

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Colírio ou ungüento Ciloxam e Amotil Oflox (ofloxacina)

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Tobrex (tobramicina) Gentamicina (gentamicina)

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Tetraciclina (tetraciclina) Só em ungüento

X. Antifúngicos

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Usada na suspeita de úlcera corneana por fungos

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XI. Vírus

Herpes simples – ceratite podendo levar a leucoma de córnea e até a cegueira. Acliclovir – para herpes zoster – Zovirax Idoxiuridina – (Idu) – Citomegalovírus – oportunista em pessoas com HIV (Ganciclovir) – uso sistêmico.

XII. Agentes Hipotensores sistêmicos

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Uso em glaucoma crônico com pressão resistente ao uso tópico Acetazolamida (Diamox) - Uso em crise de glaucoma agudo.

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Age em crise de glaucoma agudo, Manitol – 60 a 80 gotas por minuto (rapidamente passa). O paciente geralmente tem dor. Glicerol – 1 ml por kg – pouco usado.