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Projeto de Ampliação da Capacidade Rodoviária das Ligações com os Países do MERCOSUL BR-101 FLORIANÓPOLIS (SC) - OSÓRIO (RS) CONVÊNIO DNER / IME COMANDO DO EXÉRCITO MINISTÉRIO DA DEFESA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA DE ENGENHARIA RODOVIÁRIA ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) São Paulo Curitiba Florianópolis Barracão Lages Vacaria Uruguaiana São Borja Santa Maria Osório Chuí Uruguai Aceguá Barra do Quaraí Porto Alegre Pelotas Argentina São Miguel D'Oeste Foz do Iguaçu Paraguai Jaguarão Livramento Cruz Alta Passo Fundo União da Vitória Outubro/1999 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA VOLUME 1 Caracterização do Empreendimento Regulamentação Aplicável Planos e Programas

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Projeto de Ampliação da Capacidade Rodoviária das Ligações

com os Países do MERCOSUL

BR-101 FLORIANÓPOLIS (SC) - OSÓRIO (RS)

CONVÊNIO DNER / IME

COMANDO DO EXÉRCITO

MINISTÉRIO DA DEFESA

I N S T I TU TO M I L I TAR DE ENGENHAR IA

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTESDEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM

DIRETORIA DE ENGENHARIA RODOVIÁRIA

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Cruz Alta

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Outubro/1999

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA

VOLUME 1

Caracterização do EmpreendimentoRegulamentação Aplicável

Planos e Programas

CONVÊNIO DNER / IME

COMANDO DO EXÉRCITO

MINISTÉRIO DA DEFESA

I N S T I TU TO M I L I TAR DE ENGENHAR IA

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTESDEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM

DIRETORIA DE ENGENHARIA RODOVIÁRIA

Projeto de Ampliação da Capacidade Rodoviária das Ligações

com os Países do MERCOSUL

BR-101 FLORIANÓPOLIS (SC) - OSÓRIO (RS)

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA

VOLUME 1

Caracterização do EmpreendimentoRegulamentação Aplicável

Planos e Programas

(Revisão 01)

Outubro/1999

i

ÍNDICE GERAL

VOLUME 1

APRESENTAÇÃO

I. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO I-1

I.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR I-1

I.2. DADOS DO EMPREENDIMENTO I-2

I.2.1. Denominação Oficial do Empreendimento I-2

I.2.2. Justificativas para o Empreendimento I-2

I.2.3. Estudo das Alternativas Modais de Transporte I-10

I.3. DESCRIÇÃO TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO I-13

I.3.1. Introdução I-13

I.3.2. Anteprojetos I-13

I.3.3. Características Básicas do Projeto Geométrico I-15

I.3.4. Normas Admissíveis para Melhoria das Estradas Existentes I-15

I.3.5. O Traçado Atual e a Localização do Trecho I-15

I.3.6. Características dos Lotes I-16

I.3.7. Posicionamento da Duplicação da Rodovia em Relação a Pista Existente I-19

I.3.8. Obras de Arte Especiais I-22

I.3.9. Alternativas de Traçado I-28

I.3.10. Interseções I-29

I.3.11. Pontos Críticos do Trecho I-31

I.3.12. Seções Tipo de Projeto I-33

I.3.13. Localização do Material destinado a Execução das Obras I-34

I.4. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E TECNOLÓGICAS I-38

I.4.1. Macro Alternativas Locacionais I-38

I.4.2. Análise das Variantes I-39

I.4.3. Considerações Finais I-45

ii

1.5. PASSIVO AMBIENTAL I-46

1.5.1. Introdução I-46

!.5.2. Identificação dos Passivos por Lote de Projeto I-46

II. REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL II-1

II.1. INTRODUÇÃO II-1

II.2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL II-1

II.2.1. Constituição Federal II-1

II.2.2.Política Nacional do Meio Ambiente II-2

II.2.3.Avaliação de Impactos Ambientais II-2

II.2.4.Licenciamento Ambiental II-4

II.2.5.Águas II-8

II.2.6.Terrenos Reservados II-9

II.2.7.Flora Terrestre II-9

II.2.8. Fauna Silvestre II-13

II.2.9.Patrimônio Cultural II-14

II.2.10.Limitações Administrativas ao Direito de Propriedade e Desapropriação II-15

II.2.11. Destinação de 1% do Valor de Projetos e Obras para Mitigação de Impactos II-17

II.1.12. Gerenciamento Costeiro II-17

II.3. LEGISLAÇÃO ESTADUAL II-22

II.3.1. Estado de Santa Catarina II-22

II.3.2. Estado do Rio Grande do Sul II-25

II.4. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL II-35

II.4.1. Municípios do Estado de Santa Catarina II-35

II.4.2. Municípios do Estado do Rio Grande do Sul II-38

II.5. CONCESSÕES DE SERVIÇOS PÚBLICOS II-40

II.5.1. Considerações Gerais II-40

II.5.2. A Legislação Aplicada à Espécie II-40

iii

II.6. ÁREAS DE USO REGULAMENTADO II-43

II.6.1. Considerações Gerais II-43

II.6.2. Mata Atlântica II-43

II.6.3. Reservas Particulares do Patrimônio Natural II-45

II.6.4. Áreas de Relevante Interesse Ecológico II-46

II.6.5. Reservas Ecológicas II-47

II.6.6. Áreas de Proteção Ambiental II-49

II.6.7. Parques Nacionais, Estaduais e Municipais II-49

II.6.8. Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais II-50

II.6.9. Reservas Biológicas II-50

II.6.10. Estações Ecológicas II-50

II.6.11. Áreas Indígenas II-51

II.6.12. Cavidades Naturais Subterrâneas II-51

II.6.13. Áreas Circundantes das Unidades de Conservação II-52

II.6.14. Corredores Ecológicos II-52

II.7. EXPLORAÇÃO MINERAL II-52

II.8. NORMAS DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM II-55

II.8.1. Introdução II-55

II.8.2. Estudos Preliminares, Anteprojeto e Projeto de Rodovias com Vistas à Preservação Ambiental II-55

II.8.3. Instruções de Proteção Ambiental das Faixas de Domínio e Lindeiras das Rodovias Federais II-59

II.8.4. Manual para Ordenamento do Uso do Solo nas Faixas de Domínio e Lindeiras das Rodovias II-60

II.8.5. Manual Rodoviário de Conservação, Monitoramento e Controle Ambientais II-61

II.8.6. Transporte de Cargas Perigosas II-61

III. PLANOS E PROGRAMAS PÚBLICOS E PRIVADOS III-1

III.1. ESTADO DE SANTA CATARINA III-1

III.2. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL III-3

iv

VOLUME 2 – TOMO A

IV. ÁREAS DE INFLUÊNCIA IV-1

IV.1. ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA - AII IV-1

IV 1.1. Meios Físico e Biótico IV-1

IV.1.2. Meio Sócio Econômico IV-1

IV.2. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA – AID IV-2

IV 2.1. Meios Físico e Biótico IV-2

IV.2.2. Meio Sócio Econômico IV-2

V. ASPECTOS METODOLÓGICOS V-1

V.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS V-1

V.2. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES V-1

V.2.1. Levantamento de Dados do Empreendimento V-1

V.2.2. Levantamento de Planos e Programas Governamentais e da Legislação Ambiental V-1

V.2.3. Elaboração da Base Cartográfica V-3

V.2.4. Levantamento de Dados Secundários V-3

V.2.5. Levantamento de Dados Primários V-4

V.2.6. Caracterização do Empreendimento V-5

V.2.7. Diagnóstico Ambiental V-6

V.2.8. Avaliação dos Impactos Ambientais V-9

V.2.9. Proposição de Medidas Mitigadoras V-10

V.2.10. Programa de Acompanhamento e Monitoramento de Impactos Ambientais V-10

V.2.11. Conclusões e Recomendações V-11

V.2.12. Edição Final do EIA/RIMA V-11

VI. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL VI-1

VI.1. MEIO FÍSICO VI-1

VI.1.1. Área de Influência Indireta VI-1

VI.1.1.1. Geologia VI-1

VI.1.1.2. Geomorfologia VI-18

VI.1.1.3. Clima e Condições Meteorológicas VI-22

VI.1.1.4. Solos e Aptidão Agrícola VI-35

VI.1.1.5. Recursos Hídricos VI-52

VI.1.2. Área de Influência Direta VI-122

VI.2. MEIO BIÓTICO VI-123

VI.2.1. Considerações Gerais VI-123

v

VI.2.2. Área de Influência Indireta VI-124

VI.2.2.1. Ecossistemas Terrestres VI-124

VI.2.2.2. Ecossistemas Aquáticos VI-140

VI.2.2.3. Hierarquização dos Ambientes VI-143

VI.2.2.4. Áreas de Preservação VI-144

VI.2.3. Área de Influência Direta VI-147

VOLUME 2 – TOMO B

VI.3. DIAGNÓSTICO SÓCIO ECONÔMICO VI-148

VI.3.1. Área de Influência Indireta - AII VI-148

VI.3.1.1. Demografia e Dinâmica Populacional VI-151

VI.3.1.2. Uso do Solo e Ocupação Territorial VI-184

VI.3.1.3. Infra Estrutura Básica VI-204

VI.3.1.4. Acidentes Rodoviários VI-234

VI.3.1.5. Cargas Perigosas VI-240

VI.3.1.6. Patrimônio Arqueológico VI-250

VI.3.1.7. Patrimônio Histórico, Cultural e Turístico VI-263

VI.3.1.8. População Indígena VI-271

VI.3.1.9. Estrutura Produtiva e de Serviços VI-290

VI.3.2. Área de Influência Direta - AID VI-306

VI.3.2.1. Introdução VI-306

VI.3.2.2. Municípios do Estado de Santa Catarina VI-306

VI.3.2.3. Municípios do Estado do Rio Grande do Sul VI-332

VI.3.2.4. Pesquisa Sócio Econômica Aplicada VI-338

VI.3.2.5. Organização Social VI-360

VI.3.3. Área de Influência Direta Expandida - AIDE VI-371

VI.3.3.1. Demografia VI-371

VI.3.3.2. Uso do Solo VI-384

VI.3.3.3. Indicadores Econômicos VI-387

VI.3.3.4. Indicadores Sociais VI-389

VI.4. ANÁLISE INTEGRADA VI-393

VI.4.1. Unidades de Paisagem VI-393

VI.4.1.1. Unidades do Meio Físico VI-393

VI.4.1.2. Unidades do Meio Biótico VI-395

VI.4.1.3. Integração das Unidades Físicas, Bióticas e Sócio Econômicas VI-418

VI.4.2. Pontos Notáveis VI-420

VI.4.2.1. Meio Físico VI-420

VI.4.2.2. Meio Biótico VI-436

vi

VOLUME 3

VII. ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS VII-1

VII.1. INTRODUÇÃO VII-1

VII.2. ASPECTOS METODOLÓGICOS VII-2

VII.3. IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS VII-4

VII.4. DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS E PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS VII-7

VII.4.1. Impactos sobre o Meio Físico VII-7

VII.4.1.1. Aumento da Emissão de Ruídos, Poeiras e Gases (1) VII-7

VII.4.1.2. Início e/ou Aceleração de Processos Erosivos (2) VII-8

VII.4.1.3. Carreamento de Sólidos e Assoreamento da Rede de Drenagem (3) VII-9

VII.4.1.4. Interferências com a Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas (4) VII-11

VII.4.1.5. Interferências com Mananciais Hídricos (5) VII-11

VII.4.1.6. Alteração no Desenvolvimento das Atividades Minerarias (6) VII-12

VII.4.1.7. Deposição de Materiais de Descarte (7) VII-14

VII.4.2. Impactos sobre o Meio Biótico VII-16

VII.4.2.1. Supressão da Vegetação Nativa (8) VII-16

VII.4.2.2. Ampliação da Fragmentação dos Ambientes Florestais (9) VII-16

VII.4.2.3. Aumento da Pressão sobre os Recursos Vegetais (10) VII-17

VII.4.2.4. Riscos de Incêndios (11) VII-17

VII.4.2.5. Alteração nos Hábitos da Fauna (12) VII-18

VII.4.2.6. Aumento da Caça Predatória (13) VII-18

VII.4.2.7. Formação de Ambientes Propícios ao Desenvolvimento de Vetores (14) VII-19

VII.4.2.8. Alteração na Estrutura de Taxocenoses Aquáticas (15) VII-19

VII.4.3. Impactos sobre a Sócio Economia VII-21

VII.4.3.1. Redução da Área de Produção Agropecuária (16) VII-21

VII.4.3.2. Alteração no Cotidiano da População (17) VII-22

VII.4.3.3. Alteração no Quadro Demográfico (18) VII-23

VII.4.3.4. Alteração no Nível Atual e na Tendência de Evolução da Taxa de Acidentes (19) VII-24

VII.4.3.5. Possibilidades de Acidentes com Cargas Perigosas (20) VII-25

VII.4.3.6. Aumento da Oferta de Postos de Trabalho (21) VII-31

VII.4.3.7. Aumento da Demanda por Bens e Serviços (22) VII-32

VII.4.3.8. Aumento da Renda Local e das Arrecadações Públicas (23) VII-33

VII.4.3.9. Redução do Consumo de Combustível (24) VII-34

VII.4.3.10. Aumento do Tráfego de Veículos e Máquinas (25) VII-35

vii

VII.4.3.11. Melhoria dos Acessos Vicinais (26) VII-36

VII.4.3.12. Alteração nas Condições de Fragmentação das Áreas Urbanas (27) VII-37

VII.4.3.13. Interferência com Infra-estrutura Viária e de Transmissão (28) VII-38

VII.4.3.14. Alteração do Quadro de Saúde (29) VII-39

VII.4.3.15. Interferência com o Patrimônio Arqueológico (30) VII-40

VII.4.3.16. Interferências com Populações Indígenas (31) VII-41

VII.5. HIERARQUIZAÇÃO DOS IMPACTOS IDENTIFICADOS VII-43

VII.5.1. Análise Global do Trecho VII-43

VII.5.2. Análise Específica por Lote de Projeto VII-46

VII.6. CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS PROPOSTAS POR IMPACTO VII-50

VIII. PROGRAMAS AMBIENTAIS VIII-1

VIII.1. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL VIII-1

VIII.2. PROGRAMA DE SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO-DE-OBRA VIII-2

VIII.3. PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E NATURAL VIII-5

VIII.4. PROGRAMA DE APOIO ÀS COMUNIDADES INDÍGENAS VIII-8

VIII.5. PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO VIII-11

VIII.6. PROGRAMA DE REASSENTAMENTO DA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA VIII-12

VIII.7. PROGRAMA DE CONTROLE DE RUÍDOS, GASES E MATERIAL PARTICULADO VIII-14

VIII.8. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS VIII-16

VIII.9. PROGRAMA DE CONTROLE DE PROCESSO EROSIVOS VIII-17

VIII.10. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DOS PASSIVOS AMBIENTAIS VIII-19

VIII.11. PROGRAMA DE PAISAGISMO VIII-21

VIII.12. PROGRAMA DE PROTEÇÃO DOS CORPOS HÍDRICOS VIII-22

VIII.13. PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA E FLORA VIII-23

VIII.14. PROGRAMA DE REDUÇÃO DO DESCONFORTO E DE ACIDENTES NA FASE DE OBRAS VIII-27

VIII.15. PROGRAMA DE MELHORIA DAS TRAVESSIAS URBANAS VIII-29

viii

VIII.16. PROGRAMA DE COMPENSAÇÕES PARA AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO VIII-32

VIII.17. PROGRAMA DE TRANSPORTE DE CARGAS PERIGOSAS VIII-34

VIII.18. PROGRAMA DE SUPERVISÃO AMBIENTAL VIII-37

VIII.19. PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL VIII-40

VIII.20. PROGRAMA DE ORDENAMENTO TERRITORIAL VIII-41

VIII.21. RELAÇÃO ENTRE IMPACTOS IDENTIFICADOS, AS MEDIDAS RECOMENDADAS E OS

PROGRAMAS AMBIENTAIS

VIII-45

IX. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES IX-1

IX.1. INSERÇÃO REGIONAL IX-1

IX.2. MATRIZ DE CAUSA / EFEITO / SOLUÇÃO IX-2

IX.3. VIABILIDADE AMBIENTAL DO EMPREENDIMENTO IX-11

IX.3.1. A Região Sem o Empreendimento IX-11

IX.3.2. A Região Com o Empreendimento IX-12

IX.3.3. Considerações Finais IX-12

X. GLOSSÁRIO X-1

X.1. MEIO FÍSICO X-1

X.2. SÓCIO-ECONOMIA X-6

XI. BIBLIOGRAFIA XI-1

XII. EQUIPE TÉCNICA XII-1

ix

VOLUME 4

ANEXO I. TABELAS DE RUÍDOS I-1

TABELA VI.4-8 I-2

TABELA VI.4-9 I-7

TABELA VI.4-10 I-12

ANEXO II. BANCO DE DADOS DO MEIO BIÓTICO II-1

FLORA II-2

ICTIOFAUNA II-5

HERPETOFAUNA II-8

AVES II-11

MAMÍFEROS II-21

ANEXO III. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO III-1

BOTÂNICA III-2

POPULAÇÕES INDÍGENAS III-25

PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E TURÍSTICO III-35

ANEXO IV. DESENHOS IV-1

MAPA DE GEOLOGIA – AII CIC.02/98-01

MAPA DE GEOMORFOLOGIA – AII CIC.02/98-02

MAPA DE SOLOS – AII CIC.02/98-03

MAPA DE VEGETAÇÃO E USO ATUAL DOS SOLOS - AII CIC.02/98-04

MAPA GEOLÓGICO E GEOMORFOLÓGICO – AID CIC.02/98-05

MAPA DE VEGETAÇÃO E USO ATUAL DOS SOLOS – AID CIC.02/98-06

MAPA DE PONTOS NOTÁVEIS CIC.02/98-07

ANEXO V. AUSCULTAÇÃO DAS REINVINDICAÇÕES DAS COMUNIDADES V-1

VOLUME 5

PASSIVO AMBIENTAL 5.I-1

AVALIAÇÃO AMBIENTAL DAS ALTERNATIVAS DE TRAÇADO 5.2-1

x

APRESENTAÇÃO

Este documento atende ao exposto no “Capítulo XII, item 1, letra B” do Termo deReferência incluso no Edital de Tomada de Preços No 01/97, do Ministério do Exército,Secretaria de Ciência e Tecnologia, Instituto Militar de Engenharia, Real Academia deArtilharia, Fortificação e Desenho, parte integrante do Termo de Contrato No 01/98,firmado em 30 de janeiro de 1998, entre o Convênio DNER/IME, como Contratante, e aENGEMIN – Engenharia e Geologia Ltda., como Contratada, para elaboração do Estudode Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente(RIMA) decorrente das Obras de Ampliação da Capacidade Rodoviária das Ligações comos Países do MERCOSUL, envolvendo a Rodovia Federal BR-101, entre as Cidades deFlorianópolis (SC) e Osório (RS), ver Mapa de Localização e Divisão PolíticoAdministrativa – Volume 1, Capítulo I.

O objetivo deste documento é apresentar o Estudo de Impacto Ambiental - EIA aoInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA edemais órgãos federais de atuação na área ambiental, aos órgãos de meio ambiente dosEstados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, respectivamente Fundação do MeioAmbiente – FATMA/SC e Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM/RS, eainda aos diversos segmentos da população com interesse no assunto.

O EIA apresenta informações detalhadas a respeito das características do empreendimentoe das características físicas, biológicas, sociais e econômicas da região de influência, emque o empreendimento se insere, em atendimento à Legislação Brasileira, para que oprojeto possa prosseguir em seu desenvolvimento, implantação e operação.

Para efeito de melhor apresentação, o EIA foi subdividido em cinco (05) volumes, cujosconteúdos encontram-se indicados no Índice Geral, reproduzido em todos os volumes.

Neste Volume 1, em particular, incluem-se os seguintes Capítulos:

VOLUME 1Capítulo I – Caracterização do EmpreendimentoCapítulo II – Regulamentação AplicávelCapítulo III – Planos e Programas Públicos e Privados

I-1

I. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

I.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

Nome: Departamento Nacional de Estrada de Rodagem – DNER, ente autárquico federalsupervisionado pelo Ministério dos Transportes.

Número de Registro Legal: CGC/MF no 33.628.777/0001-54

Endereço: Setor de Autarquias Norte, Núcleo dos Transportes, Q-3, L-A, Brasília, DistritoFederal, CEP: 70.040-200.

Telefone: (061) 315-4000Fax: (061) 315-4095

Representantes legais: Dr. Genésio Bernardino de Souza – Diretor GeralDr. Haroldo Augusto Novis Mata – Diretor ExecutivoDr. Rogério Gonzales Alves – Diretor de Engenharia

Pessoas de contato: Engo Cesar Augusto Flores Santos (Florianópolis – SC Fone: (048) 224-4744, fax: (048) 224-4497 Enga Terezinha Barcht dos Santos (Porto Alegre – RS) Fone: (051) 221-8030, fax: (051) 221-8621

I-2

I.2. DADOS DO EMPREENDIMENTO

I.2.1. Denominação Oficial do Empreendimento

Ampliação da Capacidade da Rodovia BR-101, entre as cidades de Florianópolis (SC) eOsório (RS).

I.2.2. Justificativas para o Empreendimento

I.2.2.1. Justificativas Técnico-Econômicas

! Macro Alternativas Locacionais

O Instituto Militar de Engenharia – IME desenvolveu, no período de novembro/96 adezembro/97, um Estudo de Pré-Viabilidade visando à seleção das melhores rotas para aligação rodoviária com os países do Mercosul.

O referido trabalho, elaborado no âmbito do Convênio de Delegação e Cooperação celebradoentre o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER e o IME, abrangeu osistema viário entre Curitiba e Buenos Aires, com destaque para a malha rodoviária existenteentre a capital paranaense e a fronteira sul do Brasil.

Os estudos realizados enfocaram aspectos técnicos, econômicos e ambientais, a partir dadeterminação da demanda atual e futura e da caracterização da oferta de transportes. Com assimulações da operação da rede viária, foram identificadas as intervenções necessárias àadequação do sistema viário, e para estas, feita a Avaliação Técnico-Econômica dosinvestimentos propostos. Simultaneamente, efetuou-se uma Avaliação Ambiental expeditadas rotas analisadas.

O Estudo de Pré-Viabilidade indicou, para as rotas selecionadas, como prioritária a realizaçãode investimentos em ampliação de capacidade na ligação rodoviária Florianópolis/SC –Osório/RS.

! Alternativas Modais de Transportes

O sistema multimodal de transporte de cargas vem observando uma evolução do transportenos modais ferroviário, aquaviário e dutoviário, resultante da desestatização edesregulamentação das ferrovias e portos, propiciadas pelo governo federal, e também emfunção das perspectivas do transporte intermodal na região sul do Brasil, com a integração aoMercosul.Com relação à rodovia BR-101, trecho Florianópolis – Osório, as alternativas em curso nosoutros modais, resultantes principalmente da privatização das ferrovias e portos e construçãodo gasoduto Bolívia – Brasil, podem acarretar tanto uma evasão de fluxo quanto umincremento de tráfego.

Na primeira situação tem-se, no âmbito do trecho em estudo, caracterizada a competiçãomodal e, na segunda, a integração modal ou intermodalidade.

Na primeira situação, uma eventual migração dos fluxos de transporte atualmente realizadospela rodovia BR-l01, trecho Florianópolis - Osório poderá ocorrer em função de:

I-3

• privatização das ferrovias, com conseqüente aumento da eficiência e confiabilidade dosistema e redução dos custos de transportes;

• desregulamentação e privatização da operação nos portos, resultando em agilização dosistema e redução de custos;

• construção do gasoduto Bolívia - Brasil; o gás natural irá modificar a matriz energética emsua área de influência, promovendo a substituição dos produtos energéticos atualmenteutilizados e que são transportados por rodovias.

No Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica do trecho Florianópolis - Osório, no capítuloque trata da Análise do Sistema Multimodal de Transportes na Área de Influência Direta,considerou-se como captáveis pelo sistema ferroviário, os fluxos rodoviários com distância detransporte superior a 400 km e existência de ferrovia entre as zonas de origem e destino.Como captáveis pelo setor portuário e de navegação de cabotagem, os fluxos rodoviários comdistância mínima de transporte de 800 km e existência de portos nas zonas de origem edestino, ou próximas a elas. Para o setor dutoviário não haverá migração de fluxos, mas sim aeliminação do transporte rodoviário de alguns produtos energéticos, devido a sua substituiçãopor gás natural.

Em um setor essencialmente desregulamentado, como é o do transporte de carga, em que deum lado tem-se uma clientela pulverizada, com expectativas e necessidades diferenciadas, epor outro lado uma gama enorme de prestadores de serviço (operadores de transporte), asmodificações nas matrizes de transportes não ocorrem dentro de uma perspectiva "tudo ounada". Em função disso, no estudo realizado introduziu-se um fator de probabilidade, queestima a percentagem da migração possível e resulta em uma migração provável. Obteve-seuma migração provável, de acordo com os critérios estabelecidos nesta análise, de 280caminhões/dia, que correspondem a uma redução de aproximadamente 7,0% do fluxo médiode 3.745 caminhões pesados (de três eixos e articulados), ao longo do trecho em estudo.

Na segunda situação, um eventual incremento aos fluxos de transporte da rodovia BR-l01,trecho Florianópolis - Osório, poderá ocorrer em função do aumento na movimentação decarga nos portos. Esta rodovia BR-101, situa-se na área de influência direta do porto deImbituba e influência indireta dos portos de São Francisco do Sul e Itajaí, todos em SantaCatarina. Como conseqüência, qualquer alteração no volume de cargas movimentado por esteportos repercute diretamente no fluxo de veículos de carga da rodovia. A participação daferrovia Teresa Cristina, na movimentação de cargas do porto de Imbituba, é praticamentenula, em função da limitação da pequena área de influência de seu traçado. Em 1997, o portode Imbituba movimentou, entre operações de exportação e importação, 575.000 toneladas deprodutos. Tendo em vista as contagens de tráfego alocado realizadas na BR-101 em janeiro enovembro de 97 pode-se inferir o volume de tráfego alocado à rodovia, correspondente aonível total de carga movimentado por este porto. Admitindo-se a potencialidade do porto vira movimentar 2.000.000 toneladas/ano de carga, no horizonte em estudo, ter-se-á umincremento de 230 caminhões/dia destinados à movimentação apenas do porto de Imbituba.Considerando-se uma distribuição 7,0% - 3,0% para os tramos norte/sul da BR-101 (emrelação a Imbituba), resultará um aumento máximo de 161 caminhões/dia no tramo maissobrecarregado, que corresponde a 4,3% do fluxo de caminhões pesados na BR-101.

Conclui-se que as alterações em curso nos modais ferroviário, aquaviário(portuário/navegação por cabotagem), e dutoviário terão reduzido impacto no volume detráfego da rodovia em questão. A variação no fluxo de caminhões pesados no trecho emestudo, devido aos outros modais de transporte, deverá se situar na faixa de - 7,5%

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(competição modal) a + 4,3% (integração modal – porto de Imbituba). Esta gama de variaçãono tráfego é relativamente reduzida, dentro da faixa abrangida pelas hipóteses estabelecidasna análise de sensibilidade do referido Estudo de Viabilidade.

! A Necessidade de Duplicação da BR-101, trecho Florianópolis - Osório

As justificativas para o Empreendimento adquirem relevância na medida em que se configura,no estágio atual, a obsolescência do trecho – cujas características técnicas e condiçõesestruturais/ funcionais do pavimento se mostram incompatíveis com a demanda de tráfego, aqual se expande segundo taxas elevadas, em razão da função específica do Trecho. De fato, oTrecho já vem acumulando déficites operacionais crescentes, gravando consideravelmente osusuários em termos de custos operacionais e expondo-os a riscos de acidentes tambémcrescentes, constituindo-se, assim, em fator inibidor ao desenvolvimento sócio-econômico.

O Empreendimento solucionará o problema, porquanto promoverá a ampliação dacapacidade, através da duplicação do trecho, associando-a ainda à execução das obras derecuperação/ restauração do pavimento da pista existente e à incorporação de dispositivosvários, objetivando a segurança viária – incluindo as medidas necessárias ao ordenamento/disciplinamento do tráfego local (veículos e pedestres), buscando eliminar/minimizar osconflitos hoje existentes. Em seqüência, após a execução das obras pertinentes, seráimplantado o sistema de exploração da operação da via, através de concessão à EmpresaPrivada.

Os benefícios auferidos são, assim , evidentes, já que os usuários terão condições de sedeslocar ao longo do Trecho dentro de condições operacionais ideais em termos de custosoperacionais e de segurança, eliminando/minimizando a probabilidade de várias ocorrênciasnocivas – entre as quais os congestionamentos e os choques frontais e abalroamentos lateraisde veículos. Tais benefícios, são objeto de quantificação/avaliação em termos econômico/financeiros, através da aplicação de metodologia já consagrada.

Os subitens a seguir, efetivam a abordagem mais detalhada sobre o tema, enfocando: asCondições Atuais do Trecho, o Projeto de Engenharia do Empreendimento e a AvaliaçãoEconômica do Empreendimento.

As Condições Atuais do Trecho

A ligação Florianópolis – Osório, se estendendo desde o Km 216,5 da Rodovia BR-101/SC(ponto final do Corredor São Paulo – Curitiba – Florianópolis, atualmente em duplicação) aoKm 99,5 da Rodovia BR-101/RS (ponto final da Freeway Porto Alegre – Osório), integra oprincipal eixo viário longitudinal da Região Sul e a via preferencial entre Curitiba e PortoAlegre. Apresenta volumes de tráfego que ultrapassam a média de 12.000 veículos diárioscom um elevado índice de acidentes.A pavimentação existente, concluída no período 1968/71 apresenta, de uma forma geral, pistasimples com 7,00 m de largura e acostamentos pavimentados com 2,50 m e apresentandoextensões descontínuas com acostamentos com larguras reduzidas e/ou não pavimentados.

Ao longo destes 27/30 anos de sua existência, especialmente na década de 80, em razão dodesgaste e da deterioração dos pavimentos, vários segmentos foram recapeados de formadescontínua, oportunidade em que foram efetivados, principalmente em algumas travessiasdos núcleos urbanos que vieram a se instalar ao longo do traçado, melhoramentos localizados

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(extensões descontínuas de terceiras faixas de tráfego, vias marginais e outros melhoramentosoperacionais).

De fato, não obstante as ampliações (localizadas) executadas, a ligação, em função danatureza e do crescimento do tráfego e da modernização da frota de veículos pesados e, ainda,ante situações de restrição operacional em segmentos específicos, notadamente os locaisreferentes a travessias de núcleos urbanos, se encontra presentemente, com sua capacidadeesgotada, gravando consideravelmente os custos de transportes e se constitui em elementoinibidor ao desenvolvimento sócio-econômico das regiões atravessadas.Além dos problemas de capacidade, as condições atuais da ligação refletem um quadro deinsegurança, conforme se verifica nos Relatórios que o DNER sistematicamente elabora. Astabelas que se seguem retratam as magnitudes de volumes de tráfego e de acidentes, referidasrespectivamente aos anos de 1997 e 1996.

AcidentesFlorianópolis - Osório

Volume Médio Diário - BR-101 Florianópolis - Osório

Acidentes comMortes

210 Rodovia Automóveis Ônibus Caminhões Total

Acidentes comFeridos

1.100 BR-101/SC 7.482 401 4.523 12.406

Acidentes semVítimas

2.400 BR-101/RS 1.624* 316 3.552 5.492

Total Geral 3.710Obs.: * Grande parte do tráfego de automóveis se desenvolvepor Rodovia litorânea Estadual

Assim, o trecho em pista singelase torna incompatível paraatender ao volume de tráfegoatual e os problemas de segurançasão gerados, principalmente,pelos próprios problemas decapacidade e pela falta de umdisciplinamento e/ou de viasalternativas para o tráfego local.

Conforme se observa, no mapaesquemático ao lado, os eixos Riode Janeiro – São Paulo, PortoAlegre – Osório e parte do eixoRio de Janeiro – Belo Horizontejá se encontram duplicados eoperando dentro do regime deConcessão de Exploração porEmpresas Privadas, o que, a pardas simplificações e vantagens deordem administrativo/financeiro/econômica para o complexo daatividade rodoviária, contemplamas Rodovias com todos os

SantaCatarina

BR

-10

1

BR

-116

BR-116

BR

-116

BR-101

BR-116

BeloHorizonte

Juiz de Fora

Rio de janeiro

BarraMansa

São Paulo

Curitiba

Garuva

FlorianópolisLage

Vacaria

BR-220PortoAlegre

Rio Grandedo Sul

Paraná

São Paulo

Minas Gerais

Rio de Ja

neiro

BR

- 040

BR-381

BR

-040

Osório

BR-101

BR

-374

BR

-101Santa

Catarina

CONEXÃO ENTRE AS REGIÕES SUDESTE/SUL

Trecho já duplicado/concedidoTrecho em duplicação a ser concedidoTrecho em pista simples

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recursos contemporâneos, inclusive em termos de atendimento ao usuário. Tal condição depista duplicada e concedida, estará contemplando também as ligações Belo Horizonte – SãoPaulo e São Paulo – Curitiba – Florianópolis por volta do ano 2001. Assim, somente aLigação Florianópolis – Osório estará excluída desta condição, criando-se, uma solução decontinuidade na via, e uma sensível queda na qualidade de serviço oferecido em trecho deimportante magnitude de tráfego.

Projeto de Engenharia do Empreendimento

O Empreendimento, que contará com recursos do BID e do J-EXIMBANK, a par decontemplar o MERCOSUL, objetiva, particularmente, eliminar tal solução de continuidade.Para tanto, os Projetos de Engenharia estão definindo os seguintes grupos de serviços:

− Construção, como regra geral, de uma nova pista em paralelo à pista existente (dentro dafaixa de domínio atual) e separando-se as pistas por meio de uma barreira de concreto(separador rígido), capaz de deter veículos desgovernados e evitar que se choquem comveículos em sentido oposto;

− Construção de nova pista, em traçado independente, em segmentos localizados, tais como:- Transposição do Morro dos Cavalos e do Morro Agudo, Travessia de Cabeçuda e deTubarão, no Estado de Santa Catarina; - Construção das Variantes Maquiné e Morro Alto,no Estado do Rio Grande do Sul;

− Construção de novas pontes ou viadutos totalizando cerca de 8.000 m;

− Construção de vários túneis;

− Recuperação e restauração da pista existente em toda a sua extensão;

− Recuperação e alargamento de obras de arte especiais;

− Construção de interseções completas nos entroncamentos com as rodovias transversais,bem como passagens inferiores para acesso, retornos e travessias para pedestres;

− Instalação de dispositivos de segurança rodoviária, compreendendo sinalização horizontale vertical, defensas laterais, separadores rígidos centrais e laterais tipo barreira NewJersey, obras complementares de estabilização de taludes e paisagismo;

− Iluminação de travessias urbanas mais importantes e em pontos específicos, de modo afavorecer a fluidez e segurança ao tráfego;

− Adoção de dispositivos e medidas, em diversos tópicos, relacionadas com a prevenção emitigação do impacto sobre o meio-ambiente.

As obras assim definidas dotarão o trecho considerado de infra-estrutura e recursos capazes deoferecer, permanentemente, um serviço de melhor nível qualitativo, em termos de condiçõesde apoio, conforto, segurança e atendimento, dentro da conceituação mais moderna ecompatível com o nível de renda do Usuário do trecho em foco.

! Avaliação Econômica do EmpreendimentoO impacto econômico decorrente de um investimento rodoviário (como a duplicação de umarodovia) é avaliado através do Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica, no qual é efetivadaa análise comparativa entre os custos envolvidos na execução das obras (incluídas asintervenções de manutenção) e os benefícios auferidos pela sociedade como decorrência doinvestimento em foco.

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Para fins de análise é definido um “período de projeto” durante o qual são estimados ossomatórios de todos os custos e de todos os benefícios decorrentes, existindo váriasmetodologias para tal procedimento.Em termos de custos, a parcela correspondente à execução das obras é a mais elevada e setraduz em um desembolso inicial de grande vulto e as parcelas para a manutenção, de menorvulto, têm lugar ao longo de todo o período definido.Os benefícios compreendem os indiretos (contemplando a sócio-economia da regiãoatravessada - área de influência) e os diretos - auferidos pelo tráfego usuário da rodovia, cujasprincipais parcelas (redução de custos operacionais, redução de tempos de viagens para ascargas e para os passageiros e redução dos acidentes) têm lugar ao longo de todo “período deprojeto” e de forma crescente ano a ano (em função do crescimento do tráfego).

Para fins de análise os somatórios dos benefícios e o somatórios dos custos devem serestabelecidos para um mesmo ano (em geral para o ano inicial do investimento), sendo asvárias parcelas anuais convertidas para este ano de análise através da “taxa de oportunidadede capital” (parâmetro similar a taxa de juros).

No caso, deste Empreendimento (Período de Projeto: 2001/2025) foram adotados:Custos Envolvidos (atualizados ao ano de 1998 – taxa de oportunidade de capital: 12%).Paraexecução das obras foi adotado o valor de US$ 479.600.000 extraído dos Anteprojetos deEngenharia.Para a manutenção da via, compreendendo a Conservação Ordinária e a ManutençãoPeriódica (recapeamento da pista ) foram adotados padrões e valores ordinariamenteutilizados pelo DNER.

Benefícios Estimados (atualizados ao ano de 1998 – taxa de oportunidade de capital: 12%).Valor decorrente da Redução dos Custos Operacionais US$ 480.853.000Valor decorrente da Redução dos Acidentes US$ 178.198.000Valor decorrente da Redução do Tempo de Viagem (passageiros) US$ 107.759.000Valor decorrente da Redução do Tempo de Viagem (cargas) US$ 4.070.000Com base nestes números, os parâmetros econômicos, indicadores/aferidores da viabilidade,se fixaram nos seguintes valores, que caracterizam a viabilidade do Empreendimento.

Benefício Liquido: (B-C) = US$ 361.200.000Relação Benefício/Custo (B/C) = 1,9Taxa Interna de Retorno = 21,4

I.2.2.3. Justificativas Sócio Ambientais

Com base nos estudos de viabilidade da duplicação da ligação Rodoviária Florianópolis –Osório, podem ser consideradas as seguintes justificativas sociais e ambientais.

O empreendimento de duplicação da BR-101, inegavelmente, se insere numa área de grandecomplexidade, tanto do ponto de vista do intenso processo de urbanização da margem daestrada, quando do ponto de vista das suas características ambientais, reveladas pela grandeextensão da estrada percorrendo complexos lagunares e estuarinos.

Deve-se destacar, antes de mais nada, a necessidade de dar uma solução aos problemas deuma via que, ao lado de ser o eixo estrutural de transporte do Mercosul, no verão é ocupada

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por carros de passeio e ônibus em busca das praias e balneários que ocupam todo o litoral sulde Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul.

Essa situação se configura na área de estudo numa malha rodoviária relativamente densa,composta pelo leito da BR-101, numa extensão aproximada de 350km, e um conjunto detroncos de rodovias federais, estaduais e municipais, que proporcionam ligações viáriasimportantes para a região, que se manifesta, no trecho entre Florianópolis e a divisa com oRio Grande do Sul, em volumes acima de 10 mil veículos/dia, em média, e de 7.000veículos/dia, no trecho do Rio Grande do Sul.

De acordo com levantamentos realizados em 1996, o número de acidentes gira em torno de1.312 acidentes/ano, sendo 137 com mortes, no trecho Palhoça - Divisa SC/RS, nos quaisestiveram envolvidos 2.037 veículos. No trecho da divisa SC/RS até o início da pista dupla,no município de Osório, ocorreram 288 acidentes, dos quais 23 com mortes, e 457 veículosenvolvidos.

Dessa forma, a duplicação da BR-101, justifica-se em virtude do intenso tráfego que acaracteriza e, principalmente, diante do número elevado de acidentes com prejuízos materiaise riscos crescentes à vida.

A região na qual se insere o trecho a ser duplicado é uma das áreas mais urbanizadas de SantaCatarina, existindo várias sedes de municípios, inúmeros distritos, povoados, pequenosnúcleos habitacionais e mesmo habitações isoladas próximos às margens da rodovia. O trechorodoviário analisado, atravessa dez sedes municipais, das quais sete estão em Santa Catarina(Palhoça, Paulo Lopes, Capivari de Baixo, Tubarão, Araranguá, Santa Rosa do Sul eSombrio) e três no Rio Grande do Sul (Osório, Terra de Areia e Três Cachoeiras). Assim, amargem da rodovia é ocupada por atividades diferenciadas definindo usos residenciais,comércios de vizinhança, serviços de abastecimento de combustível e manutenção deveículos, escolas, igrejas, depósitos, indústrias e shopping centers, o que gera um grande atritolateral às margens do leito da estrada.

A existência desses conflitos de uso com a estrada e a intensa ocupação urbana de suasmargens constituem problemas identificados pelos impactos arrolados no EIA-RIMA, queserão eliminados com o uso de interseções e passagens projetadas adequadamente, previstasno projeto implantação de vias marginais e soluções que atendam às necessidades do tráfego eda população que habita a margem da via. Assim, o projeto constitui uma solução quecertamente não seria adotada por outros meios.

A rodovia BR – 101 atravessa áreas de mananciais constituídas, em Santa Catarina, pelosistema hidrográfico da vertente atlântica, e, no Rio Grande do Sul, pelo sistema lagunar dolitoral norte daquele Estado. No sentido Norte – Sul, a rodovia atravessa o rio Cubatão do Sul,que se constitui no principal manancial da Grande Florianópolis. Mais ao sul destaca-se o rioda Madre, cujas nascentes localizam-se no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Nestaregião tem início o sistema lagunar do sul catarinense, destacando-se as lagoas de Garopaba ede Ibiraquera.

A seguir desenvolve-se o complexo lagunar formado pelas lagoas Mirim, Imaruí e SantoAntônio, receptoras das águas dos rios d’Una, Aratingaúba e Tubarão. Este último constitui-seno principal afluente desse complexo lagunar e tem, seu curso, drenando áreas de mineração ebeneficiamento de carvão.

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Mais ao sul, encontram-se as bacias dos rios Urussanga e Araranguá, drenando,respectivamente, áreas de 580km2 e 3.020km2 . Em seguida vem a bacia do rio Mampituba,que na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, e o sistema lagunar do litoral nortedo Rio Grande do Sul, constituído por lagoas interligadas por canais meandrantes, cujo fluxodirige-se para a lagoa de Tramandaí, de onde deságua no mar, através do rio Tramandaí. Essesistema tem como principais tributários, no trecho em estudo, os rios Três Forquilhas,Maquiné e Sanga Funda, entre outros.

As medidas para proteger os mananciais dos riscos potenciais decorrentes de acidentesenvolvendo cargas perigosas, amplamente debatidas neste EIA, incluindo as medidascompensatórias previstas para cada Lote de Projeto, compõem outro importante grupo dejustificativas ambientais para o empreendimento.

O principal grupo indígena da área sul do Brasil é o grupo dos Guarani. Esse grupo encontra-se disperso por todo o país, principalmente nas margens dos grandes rios, onde levam umavida semi-nômade, alimentando-se da caça e pesca, associada a uma agricultura baseada nocultivo da mandioca e do milho. Os Guarani que vivem no litoral brasileiro junto à MataAtlântica e identificam-se, na área de estudo, como Mbya ou Nhandéva.

Durante o desenvolvimento do diagnóstico, foram identificados 9 pontos com presençaefetiva de populações indígenas, totalizando 334 indivíduos, com destaque para as aldeiasGuarani de Morro dos Cavalos e de Massiambu, ambas no município de Palhoça, e para oacampamento de Barra do Ouro, nos municípios de Riozinho, Maquiné e Santo Antônio daPatrulha, no Rio Grande do Sul.

Esses grupos indígenas vêm sofrendo processos de desculturação e tem seus habitats sobameaça de ocupação. O projeto, prevendo impactos sobre esses grupos étnicos, adotarámedidas apropriadas, melhorando sua perspectiva de vida se comparada com suasperspectivas, sem a adoção do projeto de duplicação.

A trajetória do atual eixo da Rodovia BR-101 corta uma área ricamente povoada deremanescentes arqueológicos oriundos de populações do nosso passado pré-colonial, cujossítios arqueológicos foram evidenciados por várias pesquisas, das quais destaca-se o extensotrabalho desenvolvido pelo Pe. Rohr, que identificou 168 sítios na área em estudo, parteCatarinense, entre os quais 122 sambaqui.

No litoral norte do Rio Grande do Sul há uma grande quantidade de sítios arqueológicos,conforme afirmação unânime de pesquisadores que ali desenvolvem suas pesquisas.

A área de influência das obras de duplicação da BR-101 possui possibilidade de ocorrência desítios arqueológicos em quase toda a sua extensão. Entretanto, pode-se destacar áreas demaior probabilidade de ocupação pré-colonial, sobretudo associadas aos contextos ambientaismais favoráveis à instalação de grupos humanos. As áreas mais atrativas são formadas einfluenciadas por complexos lagunares, cordões de praia com ocorrência de derramesrochosos (costões) e embocaduras de risco, onde a oferta de recursos alimentares é abundante.

Atendendo legislação ambiental específica, o projeto deverá contemplar o levantamento,inventário e o resgate desses sítios arqueológicos, o que assegura ao empreendimento umavantagem adicional do ponto de vista ambiental, já que proporcionará condições para o

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aumento do conhecimento efetivo desse patrimônio. Na hipótese da não-implantação doprojeto de duplicação, acredita-se que esses sítios permaneceriam sujeitos ao processo, hojemuito comum, de depredação ou, na melhor das hipóteses, de descaracterização.

Finalmente, deve-se considerar o conjunto de Passivos Ambientais da rodovia BR-101, notrecho Florianópolis (SC) – Osório (RS), de responsabilidade do DNER, constituído porsituações de interferências sobre o meio ambiente impostas pelas pistas já existentes, durantesua construção ou mesmo ao longo de sua operação.

Essas situações, identificadas e classificadas segundo a metodologia preconizada pelo“Manual Rodoviário de Conservação, Monitoramento e Controle Ambientais”(DNER, 1996),resultaram num montante de 94 passivos do Grupo I (na faixa de domínio e adjacências); 45do Grupo II (áreas de obtenção de materiais de construção fora da faixa de domínio); 78 doGrupo III (interferências de ações de terceiros sobre a rodovia); e 59 do Grupo IV(interferências da rodovia sobre equipamentos urbanos), totalizando 276 Passivos Ambientaisa serem solucionados. A necessidade premente de recuperação ambiental desses passivos,parte integrante dos Projetos de Duplicação dos 14 Lotes, representa mais uma importantejustificativa ambiental para a realização do empreendimento.

I.2.3. Estudos de Alternativas Modais de Transporte

O sistema multimodal de transporte de cargas vem observando uma evolução do transportenos modais ferroviário, aquaviário e dutoviário, resultantes da desestatização edesregulamentação das ferrovias e portos, propiciado pelo governo federal, e aindaperspectivas do transporte intermodal na região sul do Brasil, com a integração ao Mercosul.

Com relação à rodovia BR-101, trecho Florianópolis – Osório, as alterações em curso nosoutros modais, resultantes principalmente da privatização das ferrovias e portos e construçãodo gasoduto Bolívia – Brasil, podem acarretar tanto uma evasão de fluxo quanto umincremento de tráfego.

Na primeira situação tem-se caracterizado a competição modal e, na Segunda, caracteriza-se aintegração modal ou intermodalidade.

Na primeira situação, uma eventual migração dos fluxos de transporte atualmente realizadospela rodovia BR-101, trecho Florianópolis – Osório poderá ocorrer em função de:• privatização das ferrovias, com conseqüente aumento da eficiência e confiabilidade do

sistema e redução dos custos de transportes;• desregulamentação e privatização da operação nos portos, resultando em agilização do

sistema e redução de custos;• construção do gasoduto Bolívia – Brasil; o gás natural irá modificar a matriz energética

em sua área de influência, promovendo a substituição dos produtos energéticos atualmenteutilizados e que são transportados por rodovias.

No estudo considerou-se como captáveis pelo sistema ferroviário, os fluxos rodoviários comdistância de transporte superior a 400 km e existência de ferrovia entre as zonas de origem edestino. Como captáveis pelo setor portuário e de navegação de cabotagem, os fluxosrodoviários com distância mínima de transporte de 800 km e existência de portos nas zonas deorigem e destino, ou próximas a elas. Para o setor dutoviário não haverá migração de fluxos,

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mas sim a eliminação do transporte rodoviário de alguns produtos energéticos, devido a suasubstituição por gás natural.

Em um setor essencialmente desregulamentado, como é o do transporte de carga, em que deum lado tem-se uma clientela pulverizada, com expectativas e necessidades diferenciadas, epor outro lado uma gama enorme de prestadores de serviço (operadores de transporte), asmodificações nas matrizes de transportes não ocorrem dentro de uma perspectiva “tudo ounada”. Em função disso, no estudo realizado introduziu-se um fator de probabilidade, queestima a percentagem da migração possível e resulta em uma migração provável. Obteve-seuma migração provável, de acordo com os critérios estabelecidos nesta análise, de 280caminhões/dia, que correspondem a aproximadamente 7% do fluxo médio de 3.745caminhões pesados (de 3 eixos e articulados), ao longo do trecho em estudo.

Na segunda situação, uma eventual migração dos fluxos de transporte para a rodovia BR-101,trecho Florianópolis – Osório, poderá ocorrer em função do aumento na movimentação decarga nos portos. Esta rodovia BR-101, situa-se na área de influência direta do porto deImbituba e influência indireta dos portos de São Francisco do Sul e Itajaí, todos em SantaCatarina. Como conseqüência, qualquer alteração no volume de cargas movimentado porestes portos repercute diretamente no fluxo de veículos de carga da rodovia. A participação daferrovia Teresa Cristina, na movimentação de cargas do porto de Imbituba, é praticamentenula, em função da limitação da pequena área de influência de seu traçado. Em 1997, o portode Imbituva movimentou, entre operações de exportação e importação, 575.000 toneladas deprodutos. Tendo em vista as contagens de tráfego realizadas na BR-101 em janeiro enovembro de 97 pode-se inferir o volume de tráfego alocado à rodovia, correspondente aonível total de carga movimentado por este porto. Admitindo-se a potencialidade do porto vir amovimentar 2.000.000 toneladas/ano de carga, no horizonte em estudo, teremos umincremento de 230 caminhões / dia destinados à movimentação apenas do porto de Imbituba,que corresponde a aproximadamente a 6% do fluxo médio de caminhões pesados.

Concluímos que as alterações em curso nos modais ferroviário, aquaviário (portuário /navegação por cabotagem), rodoviário e dutoviário podem acarretar tanto uma evasão defluxos quanto um incremento no tráfego de caminhões. A variação no fluxo de caminhõespesados – caminhões de 3 eixos e articulados, no trecho em estudo, devido aos modais detransporte, deve resultar em equilíbrio, sendo esta variação no tráfego reduzida, se comparadacom as hipóteses estabelecidas na análise de sensibilidade do estudo de pré-viabilidaderealizado (ENECON,1997), onde são admitidos variações bem mais amplas de benefícios ecustos.

No âmbito do Mercosul, dentro das principais alternativas e potencialidades de operação dosistema de transporte intermodal, destaca-se como prioridade absoluta a eliminação dospontos críticos nos segmentos rodoviários. Esta eliminação considera o aumento dacapacidade, ou seja, duplicação de determinados segmentos para acomodação dos possíveisimpactos advindos do MERCOSUL, da estabilização econômica, com grandes expectativasde crescimento econômico, além da transferência de cargas para outros modais, mesmo quepossível somente em alguns trechos, tornando o transporte multimodal a opção de maiorcompetitividade dos produtos brasileiros no MERCOSUL, bem como para reduzir oscongestionamentos nas rodovias.

O uso intenso do transporte intermodal é mais uma questão gerencial do que propriamenteoperacional, visto que o valor do frete é um dos fatores determinantes. A criação de empresas

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responsáveis pela transferência de mercadoria, entre a origem e o destino, solucionaria oproblema de gerenciamento, pois o transportador intermodal seria contratado para executaresta operação no prazo determinado, pelo preço justo, sem danos independente da modalidadeutilizada.

Empresas brasileiras estão optando pelo transporte de São Paulo até Buenos Aires porhidrovia (particularmente depois da inauguração das eclusas de Jupiá), utilizando os rios Tietê– Paraná, com transbordo em Foz do Iguaçu (transposição da barragem de Itaipú – ponterodoviária de 40 km). Entretanto a utilização plena da capacidade potencial desta hidrovia,estimada em 35 milhões de toneladas/ano, só é prevista para os próximos 20 anos, sendonecessário uma verdadeira revolução no atual modelo de transporte do país e, em particular,na região.

O modelo atual de transporte, com o uso em demasia do modal rodoviário, cujo custo é maiselevado, deve-se ao processo que o país atravessou nas ultimas quatro décadas. Entretanto, aschances de mudança no modelo atual de transporte são maiores hoje, porém se trata de umprocesso lento, gradual e que necessita de grandes somas para investimentos na infra-estrutura.

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I.3. DESCRIÇÃO TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO

I.3.1. Introdução

Apresenta-se, em seqüência, uma descrição dos Anteprojetos, com informações, elaboradospelas Consultoras de Engenharia, contratadas pelo DNER, para 13 Lotes de Projeto, à exceçãodo Lote 3/RS, cujas informações são ainda do Plano Funcional, totalizando os 14 Lotes emque foi subdividido o trecho.

A exceção do Lote 3/RS, deve-se à necessidade de abertura de picadas em porção de MataAtlântica, para a realização de sondagens no local do futuro túnel, assunto que se encontra emtramitação junto ao IBAMA.

A localização geral do empreendimento encontra-se na Figura I.3-1, a seguir, e a localizaçãodas alternativas, estruturas de apoio às obras e trechos e pontos críticos encontra-se noDesenho No CIC.02/98-07, Mapa de Pontos Notáveis, incluído no Volume IV.

I.3.2. Anteprojetos

Os Anteprojetos, para cada um dos 14 Lotes foram elaborados pelas empresas projetistasabaixo relacionadas, com os seus respectivos lotes e contratos:

Lote 1/SC: Consórcio ENGEVIX / APPE. Contrato: PG-082/98-00

Lote 2/SC: Consórcio IGUATEMI - DYNATEST. Contrato: PG-054/98-00.

Lote 3/SC: Sociedade Técnica de Estudos, Projetos e Assessoria Ltda. Contrato: PG-158/98-00.

Lote 4/SC: PRODEC – Consultoria para Decisão S/C Ltda. Contrato: PG-049/98-00.

Lote 5/SC: VEGA Engenharia e Consultoria Ltda. Contrato: PG-056/98-00.

Lote 6/SC: STE – Serviços Técnicos de Engenharia S.A. Contrato: PG-052/98.

Lote 7/SC: Consórcio IGUATEMI - DYNATEST. Contrato: PG-057/98-00.

Lote 8/SC: PROSUL – Projetos, Supervisão e Planejamento Ltda. Contrato: PG-061/98-00.

Lote 9/SC: ESTEIO Engenharia e Aerolevantamentos S.A. Contrato: PG-074/98-00.

Lote 10/SC: CONTÉCNICA Consultoria Técnica Ltda. Contrato: PG-051/98-00.

Lote 1/RS: ETEL – Estudos Técnicos Ltda. Contrato PRO/DIS-10-004/98.

Lote 2/RS: MAGNA Engenharia Ltda. Contrato PD-10-004/98.

Lote 3/RS: ENECON S/A. Contrato PD-10-001/98

Lote 4/RS: ECOPLAN – Engenharia Ltda. Contrato: PD-10-005/98

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I.3.3. Características Básicas do Projeto Geométrico

Rodovia: Classe IRegião Plana Ondulada Montanhosa

Velocidade diretriz mínima 100 km/h 80 km/h 60 km/hDistância mínima de visibilidade de parada- Desejável 210 m 140 m 85 m- Absoluta 155 m 110 m 75 mDistância mínima de visibilidade de ultrapassagem 680 m 560 m 420 mRaio mínimo de curva horizontal " e = 10% 345 m 210 m 115 mTaxa máxima de superelevação 10,0 % 10,0 % 10,0 %Rampa máxima 3,0 % 4,5 % 6,0 %Valor mínimo de K para curvas verticais convexas- Desejável 107 48 18- Absoluto 58 29 14Valor mínimo de K para curvas verticais côncavas- Desejável 52 32 17- Absoluto 36 24 15Largura da faixa de rolamento 3,6 m 3,6 m 3,6 mLargura mínima do acostamento externo 3,0 m 2,5 m 2,5 mLargura mínima do acostamento interno 2,5 m 2,0 m 2,0 mAfastamento lateral mínimo do bordo do acostamento- Obstáculos contínuos 0,5 m 0.5 m 0,5 m- Obstáculos isolados 1,5 m 1,5 m 1,5 mLargura do canteiro central- Mínimo absoluto (conforme acostamento interno) 3,0 - 7,0 m 3,0 – 7,0 m 3,0 – 7,0 m- Desejável 10,0 m 10,0 m 10,0 mGabarito mínimo vertical 5,5 m 5,5 m 5,5 m

I.3.4. Normas Admissíveis para Melhoria das Estradas Existentes

Baseadas na Portaria 3.602 do DNER, de 24/10/69 – Classe de Rodovia I.

Região Plana Ondulada MontanhosaVelocidade diretriz mínima 100 km/h 80 km/h 60 km/hRaio Horizontal mínimo 340 m 200 m 110 mGreide máximo 3,0 % 4,5 % 6,0%Distância de visibilidade para parada 150 m 100 m 75 mDistância de visibilidade para ultrapassagem 650 m 500 m 350 mLargura do pavimento 7,0 m 7,0 m 7,0 mLargura do acostamento 2,5 m 2,0 m 1,5 mFaixa de domínio 60 m 70 m 80 m

I.3.5. O Traçado Atual e a Localização do Trecho

A BR-101 atual, no trecho em estudo, enquadra-se como rodovia de classe I, em pistasimples, localizada predominantemente em zona plana, com velocidade diretriz e operacionallimitada a 80 km/h, tanto por imposição legal vigente na época da implantação quanto porsuas características físicas.

O volume de tráfego constatado, provoca níveis de serviço inferiores ao nível “C”, o queconstitui, por si só, seguro indicador a balizar a necessidade de duplicação de pistas, a curtoprazo. A disposição geográfica da rodovia, por sua vez, define sua vocação de eixo estrutural

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de transporte para o sul do Brasil e para os países do Mercosul, além do que, no verão, ela seconstitui em uma rota privilegiada de acesso às praias catarinenses e gaúchas, desempenhandorelevante papel no desenvolvimento do turismo regional. Só estes fatos comprovam, de formainequívoca, o valor estratégico dos melhoramentos que se pretende introduzir

O trecho considerado limita-se ao norte, com a cidade de Florianópolis no Estado de SantaCatarina e ao sul com a cidade de Osório no Estado do Rio Grande do Sul. Ao longo dosquase quatrocentos quilômetros que o constituem, atravessa diversas áreas urbanasconsolidadas, além de diversos núcleos esparsos, com densidades variáveis.

A tendência de ocupação lateral do solo por urbanizações que culminam na formação depequenas cidades é perceptível e traduz a urgência de adoção de medidas eficazes namanutenção das condições seguras de tráfego. A intensificação da ocupação lateral da via,atraída para o local pelas facilidades de acesso, é feita totalmente sem planejamento. Essaocupação gera atividades comerciais de vulto significativo e fluxos de tráfego conflitantescom as correntes principais, refletindo-se nos evidentes fenômenos de diminuição decapacidade, agravamento das condições operacionais e incremento nas taxas de acidentes.

Os Planos Funcionais elaborados pretendem estabelecer um modelo de operação que sejaadequado aos volumes e composição, atual e futura, do tráfego que utiliza a rodovia,atentando, igualmente, para a segregação ordenada dos fluxos intervenientes. Ahierarquização das correntes de tráfego e o arranjo geométrico propostos deverão contemplarcomo objetivo maior, o aumento da capacidade e da segurança.

I.3.6. Características dos Lotes

I.3.6.1. Lote 1/SC

Contorno de FlorianópolisExtensão: 51,3 km (distância da variante).Inicio: Rio Inferninho - km 175,0.Término: Contorno sul de Florianópolis - km 226,3.(já no lote 2).Custo da obra (preços de março/98).Alternativa única: 165,53 x 10*3Obras de Arte Especiais: 8 pontes, 5 viadutos e 22 passagens inferiores.Volume de Terraplanagem: 14.121 x 10*3 m3.

I.3.6.2. Lote 2/SC

Extensão: 28,5 km.Inicio: Entroncamento com a BR-282 – km 216,5.Término: Rio da Madre – km 245,0.Custo da obra (preços de março/98).Alternativa mais barata: R$ 99,62 x 10*6.Alternativa mais cara: R$ 116,16 x 10*6.Obras de Arte Especiais: 7 pontes, 8 viadutos, 5 passagens inferiores e 11

passarelas.(alternativa A).7 pontes, 1 túnel, 6 viadutos, 5 passagens inferiores e 11passarelas.(alternativa B).

Volume de Terraplanagem: 1.815 x 10*3 m3.

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I.3.6.3. Lote 3/SC

Extensão: 26,7 km.Inicio: Rio da Madre – km 245,0.Término: Rio Araçatuba – km 271,7.Custo da obra (preços de março/98).Alternativa única: R$ 92,63 x 10*6.Obras de Arte Especiais: 6 pontes, 1 túnel, 8 passagens inferiores e 2 passarelas.Volume de Terraplanagem: 3.200 x 10*3 m3.

I.3.6.4. Lote 4/SC

Extensão: 28,3 km.Inicio: Rio Araçatuba – km 271,7.Término: Proximidade de Itapirubá – km 300,0.Custo da obra (preços de março/98).Alternativa única: R$ 44,50 x 10*6.Obras de Arte Especiais: 3 viadutos, 6 passagens inferiores e 8 passarelas.Volume de Terraplanagem: 1.212 x 10*3 m3.

I.3.6.5. Lote 5/SC

Extensão: 29,9 km.Inicio: Proximidade de Itapirubá – km 300,0.Término: Rio Capivari – km 329,9.Custo da obra – (preços de março/98).Alternativa I – R$ 72,06 x 10*6.Alternativa II – R$ 110,30 x 10*6.Obras de Arte Especiais: 2 pontes, 12 passagens inferiores e 7 passarelas.Volume de Terraplanagem: 2.839 x 10*3 m3.

I.3.6.6. Lote 6/SC

Extensão: 28,6 km.Inicio: Rio Capivari – km 329,9.Término: Rio Sangão – km 358,5.Custo da obra – (preços de março/98)Alternativa única – R$ 88,91 x 10*6Obras de Arte Especiais: 3 pontes, 1 túnel, 7 viadutos, 6 passagens inferiores e 3 passarelas.Volume de Terraplanagem: 1.758 x 10*3 m3.

I.3.6.7. Lote 7/SC

Extensão: 28,5 km.Inicio: Rio Sangão – km 358,5.Término: km 387,0.Custo da obra (preços de março/98).Alternativa única: R$ 65,32 x 10*3.Obras de Arte Especiais: 4 pontes, 8 viadutos, 4 passagens inferiores e 12 passarelas.Volume de Terraplanagem: 3.380 x 10*3 m3.

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I.3.6.8. Lote 8/SC

Extensão: 24,0 km.Inicio: km 387,0.Término: Rio Araranguá – km 411,0.Custo da obra (preços de março/98).Alternativa mais barata: R$ 81,03 x 10*6.Alternativa mais cara: R$ 83,71 x 10*6.Obras de Arte Especiais: 3 viadutos, 5 passagens inferiores e 6 passarelas (alternativa A). 2 viadutos, 8 passagens inferiores e 6 passarelas (alternativa B).Volume de Terraplanagem: 1.592x10*3 m3.

I.3.6.9. Lote 9/SC

Extensão: 26,0 km.Inicio: Rio Araranguá – km 411,0.Término: Rio da Lage – km 437,0.Custo da obra – (março/98): R$ 78,48x10*6.Obras de Arte Especiais: 1 ponte, 1 viaduto, 11 passagens inferiores, 7 passarelas.Volume de Terraplanagem: 1.484x10*3 m3.

I.3.6.10. Lote 10/SC

Extensão: 28,0 km.Inicio: Rio da Lage – km 437,0.Término: Rio Mampituba – km 465,0.Custo da obra(março/98):R$ 39,51 x 10*6.Obras de Arte Especiais: 1 ponte, 1 viaduto, 7 passagens inferiores e 14 passarelas.Volume de Terraplanagem: 1.182 x 10*3.

I.3.6.11. Lote 1/RS

Extensão: 25,2km.Inicio: Rio Mampituba, na divisa de SC/RS – km 00,0.Término: Localidade de Três Cachoeiras – km 25,2.Custo da obra (preços de junho/98).Alternativa mais barata: R$ 63,00 x 10*6.Alternativa mais cara: R$ 65,95 x 10*6.Obras de Arte Especiais: 2 pontes, 4 viadutos, 1 passagem inferior e 3 passarelas.Volume de Terraplanagem: 763 x 10*3.

I.3.6.12. Lote 2/RS

Extensão: 27,0 km.Inicio: Localidade de Três Cachoeiras – km 25,2.Término: Rio Sanga Funda – km 52,2.Custo da obra (preços de abril/98): R$ 77,95 x 10*6.Obras de Arte Especiais: 2 pontes, 4 viadutos, 1 passagem inferior e 3 passarelas.Volume de Terraplanagem: 916 x 10*3.

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I.3.6.13. Lote 3/RS

Extensão: 25 km.Inicio: Rio Sanga Funda.Término: Interseção RS/407, acesso a Capão da Canoa.Custo da obra (preços de abril/98).Alternativa mais barata: R$ 59,12 x 10*6.Alternativa mais cara: R$ 110,34 x 10*6.Obras de Arte Especiais: 2 Pontes, 2 Viadutos e 1 Túnel (alternativa B).Volume de Terraplanagem: 819 x 10*3.

I.3.6.14. Lote 4/RS

Extensão: 22,3 km.Inicio: Interseção RS-407, acesso a Capão da Canoa – km 77,2 .Término: Interseção com a BR-290 – km 99,5.Custo da obra (preços de maio/98): R$ 48,31 x 10*6.Obras de Arte Especiais: 3 viadutos e 5 passarelas.Volume de Terraplanagem: 780 x 10*3.Obs: A Travessia Urbana de Osório entre os km 93,8 ao km 99,5 teve seu projeto elaboradoem caracter prioritário, estando atualmente com as obras contratadas e em andamento.

I.3.7. Posicionamento da Duplicação da Rodovia em Relação a Pista Existente

I.3.7.1. Lote 1/SCKm 175,0 até km 226,3 " construção de duas novas pistas em variante – LE.

I.3.7.2. Lote 2/SCKm 216,5 até km 217,2 " duplicação paralela em ambos os lados.Km 217,2 até km 227,4 " duplicação paralela – LD.Km 227,4 até km 229,8 " duplicação paralela – LE.Km 229,8 até km 231,7 " duplicação paralela – LD.Km 231,7 até km 232,9 " duplicação paralela – LE.Km 232,9 até km 245,0 " duplicação paralela – LD ou variante em uma pista com túnel LE.

I.3.7.3. Lote 3/SCKm 245,0 até km 248,8 " duplicação paralela – LD.Km 248,8 até km 249,2 " duplicação paralela – LE.Km 249,2 até km 255,0 " duplicação paralela – LD.Km 255,0 até km 258,5 " variante em uma pista com túnel – LD.Km 258,5 até km 259,0 " duplicação paralela – LE.Km 259,0 até km 265,0 " duplicação paralela – LD.Km 265,0 até km 271,7 " duplicação paralela – LE.

I.3.7.4. Lote 4/SCKm 271,7 até km 291,0 " duplicação paralela – LE.Km 291,0 até km 293,0 " duplicação paralela – LD.Km 293,0 até km 297,0 " duplicação paralela – LE.Km 297,0 até km 300,0 " duplicação paralela – LD.

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I.3.7.5. Lote 5/SCKm 300,0 até km 311,4 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 311,4 até km 319,0 " duplicação paralela – LD.Km 319,0 até km 322,8 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 322,8 até km 323,9 " duplicação paralela – LD.Km 323,9 até km 324,4 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 324,4 até km 325,8 " duplicação paralela – LD.Km 325,8 até km 329,2 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 329,2 até km 329,9 " duplicação paralela – LD.

I.3.7.6. Lote 6/SCKm 329,9 até km 337,0 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 337,0 até km 338,7 " variante em uma pista com túnel – LD.Km 338,7 até km 345,1 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 345,1 até km 348,4 " duplicação paralela – LD.Km 348,4 até km 349.8 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 349.8 até km 358,5 " duplicação paralela – LD.

I.3.7.7. Lote 7/SCKm 358,5 até km 360,8 " duplicação paralela – LD.Km 360,8 até km 362,6 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 362,6 até km 364,7 " duplicação paralela – LD.Km 364,7 até km 365,6 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 365,6 até km 369,0 " duplicação paralela – LD.Km 369,0 até km 370,6 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 370,6 até km 380,2 " duplicação paralela – LD.Km 380,2 até km 382,7 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 382,7 até km 385,1 " duplicação paralela – LD.Km 385,1 até km 385,7 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 385,7 até km 387,0 " duplicação paralela – LD.

I.3.7.8. Lote 8/SCKm 387,0 até km 390,7 " duplicação paralela – LD.Km 390,7 até km 392,4 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 392,4 até km 398,5 " duplicação paralela – LD.Km 398,5 até km 403,8 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 403,8 até km 411,0 " duplicação paralela – LD ou variante em duas pistas pelo LD.

I.3.7.9. Lote 9/SCKm 411,0 até km 414,9 " variante em duas pistas pelo LD.Km 414,0 até km 437,0 " duplicação paralela para ambos os lados.

I.3.7.10. Lote 10/SCKm 437,0 até km 457,8 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 457,8 até km 463,9 " duplicação paralela – LD.Km 463,9 até km 464,8 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 464,8 até km 465,0 " duplicação paralela – LD.

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I.3.7.11. Lote 1/RSKm 000,0 até km 000,6 " duplicação paralela – LD.Km 000,6 até km 002,2 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 002,2 até km 013,5 " duplicação paralela – LD.Km 013,5 até km 015,8 " duplicação paralela para ambos os lados, ou variante em uma pistapelo LD.Km 015,8 até km 017,4 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 017,4 até km 020,4 " duplicação paralela – LE.Km 020,4 até km 022,1 " duplicação paralela – LD.Km 022,1 até km 025,5 " duplicação paralela para ambos os lados.

I.3.7.12. Lote 2/RSKm 025,0 até km 031,4 " duplicação paralela – LD.Km 031,4 até km 031,7 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 031,7 até km 036,6 " duplicação paralela – LD.Km 036,6 até km 037,4 " duplicação paralela – LE.Km 037,4 até km 045,1 " duplicação paralela – LD.Km 045,1 até km 048,2 " duplicação paralela para ambos os lados.Km 048,2 até km 052,0 " duplicação paralela – LD.

I.3.7.13. Lote 3/RSKm 052,0 até km 063,0 " duplicação paralela – LD.Km 065,0 até km 083,0 " variante (1 ou 2) pistas – LE, (túnel km 67,3 até 69,3).

I.3.7.14. Lote 4/RSrsKm 077,0 até km 081,8 " duplicação paralela – LD.Km 081,8 até km 083,0 " duplicação paralela – LE.Km 083,0 até km 093,8 " duplicação paralela – LD.Km 093,8 até km 099,5 " duplicação paralela para ambos os lados.

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I.3.8. Obras de Arte Especiais

I.3.8.1. Lote 1/SCPonte sobre o rio Inferninho – km 177,9, com 75m.Ponte sobre o rio da Saudade – km 189,6, com 43m.Ponte sobre o rio Três Riachos – km 192.0, com 45m.Ponte sobre o rio Biguaçu – km 194,8, com 90m.Ponte sobre o rio Forquilha – km 204,3, com 55m.Ponte sobre o rio Maruim – km 207,2, com 81m.Ponte sobre o rio Passa Vinte – km 214,0, com 51m.Ponte sobre o rio Cubatão – km 222,0, com 191m. (obs.: também previsto no lote 2).Viaduto de acesso norte à Florianópolis – km 175,7.Viaduto de acesso à rodovia SC-408, Biguaçu – Antônio Carlos - km 196,1.Viaduto de acesso à rodovia SC-407, São José – São Pedro de Alcântara – km 207,1.Viaduto de acesso à rodovia BR-282, Santo Amaro da Imperatriz – BR-101 – km 219,6.Viaduto de acesso sul à Florianópolis – km 225,7.Passagem inferior – km 176,6.Passagem inferior – km 180,9.Passagem inferior – km 181,9.Passagem inferior – km 184,1.Passagem inferior – km 186,5.Passagem inferior – km 188,0.Passagem inferior – km 189,2.Passagem inferior – km 191,1.Passagem inferior – km 192,6.Passagem inferior – km 198,3.Passagem inferior – km 202,8.Passagem inferior – km 206,4.Passagem inferior – km 208,2.Passagem inferior – km 211,2.Passagem inferior – km 213,2.Passagem inferior – km 214,4.Passagem inferior – km 214,9.Passagem inferior – km 215,4.Passagem inferior – km 217,0.Passagem inferior – km 220,4.Passagem inferior – km 223,5.Passagem inferior – km 225,3.

I.3.8.2. Lote 2/SCPonte sobre o rio Aririú – km 218,9 com 61m.Ponte sobre o rio Cubatão – km 220,9 com 292m.Ponte sobre o rio Gambirela – km 224,3 com 30m.Ponte sobre o rio do Neto – km 226,0 com 38m.Ponte sobre o rio do Brito – km 230,0 com 38m.Ponte sobre o rio Massiambú – km 236,1 com 218m.Ponte sobre o rio Madre – km 245,0 com 120m.Viaduto de acesso à rua geral do Aririú Formiga - km 219,6.Viaduto de acesso à estrada geral do Furadinho – km 221,5.Viaduto de acesso à localidade de Praia de Fora – km 227,6.

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Viaduto de acesso ao Canto da Enseada – km 231,6.Viaduto de acesso à Praia do Sonho – km 236,1.Viaduto de acesso à Praia da Pinheira – km 242,3.Passagem inferior de acesso à Santo Amaro da Imperatriz – km 216,5.Passagem inferior de acesso à Barra do Aririú – km 218,5.Passagem inferior de acesso à Praia do Pontal – km 223,3.Passagem inferior de acesso à Enseada do Brito – km 229,1.Passagem inferior de acesso à Massiambu – km 238,1.Passarela km 217,48.Passarela km 218,29.Passarela km 220,34.Passarela km 225,92.Passarela km 228,18.Passarela km 230,03.Passarela km 233,20.Passarela km 236,23.Passarela km 237,42.Passarela km 242,14.Passarela km 243,40.Travessia do Morro do Padre (Morro dos Cavalos).Alternativa A: duplicação paralela.Viaduto no km 232,3 com 280m.Viaduto no km 233,3 com 1.240m.Alternativa B: variante.Túnel em pista única sentido divisa RS/SC – Tijucas no km 233,5 com 1.360m.

I.3.8.3. Lote 3/SCPonte sobre o rio Paulo Lopes – km 251,1 com 115m.Ponte sobre o ribeirão Cova Triste – km 258,9 com 60m.Ponte sobre o ribeirão Cova Triste II – km 259,4 com 92m.Ponte sobre o ribeirão Cova Triste III – km 260,2 com 40m.Ponte sobre o rio da Penha – km 264,5 com 82m.Ponte sobre o rio Araçatuba – km 271,7 com 180m.Túnel sob o Morro Agudo – km 257,5 com 980m.Passagem inferior de acesso ao Bairro Sorocaba - km 250,5.Passagem inferior de acesso à Paulo Lopes - km 252.8.Passagem inferior de acesso ao Bairro e Morro do Freitas - km 253.9.Passagem inferior de acesso à Vila Morro Agudo - km 256.4.Passagem inferior de acesso à Canto da Penha - km 263,4.Passagem inferior de acesso à Penha - km 265,2.Passagem inferior de acesso à Penha e Vila Penhinha - km 266.8.Passagem inferior de acesso à Vila Penhinha - km 268.6.Passarela km 252,20.Passarela km 265,40.

I-24

I.3.8.4. Lote 4/SCViaduto de acesso à Garopaba – km 273,2.Viaduto de acesso norte à Imbituva e Nova Brasília – km 282,7.Viaduto de acesso sul à Imbituva e Vila Nova – km 288,8.Passagem inferior de acesso à Sambaqui e Bairro Alto - km 276,6.Passagem inferior de acesso à Lagoa de Ibiraquera - km 278,9.Passagem inferior de acesso à Localidade de Mirim - km 284,7.Passagem inferior de acesso à Rua Geral de Guaiuba - km 291,9.Passagem inferior de acesso à Roça Grande - km 295,9.Passagem inferior de acesso à Itapirubá - km 297,2.Passarela km 274,46.Passarela km 275,90.Passarela km 286,50.Passarela km 288,46.Passarela km 290,08.Passarela km 294,74.Passarela km 295,48.Passarela km 296,42.

I.3.8.5. Lote 5/SCPonte sobre o canal das Laranjeiras - km 314,8 com 364,00 m (alternativa I). com 3.360,00 m (alternativa II).Ponte sobre o rio Capivara - km 329,9 com 48,70m.Passagem inferior acesso a moradias – km 300,9.Passagem inferior acesso a moradias – km 303,2.Passagem inferior acesso a Praia do Sol e Caputera/Perrixil – km 305,1.Passagem inferior acesso a Bentos – km 307,5.Passagem inferior acesso a Laguna – km 311,8.Passagem inferior acesso a Cabeçuda – km 312,8.Passagem inferior acesso a Bananal – km 316,6.Passagem inferior acesso a moradias – km 319,6.Passagem inferior acesso a Santiago – km 320,8.Passagem inferior acesso a moradias – km 323,0.Passagem inferior acesso a moradias – km 325,7.Passagem inferior acesso a Capivari de Baixo – km 328,1.Passarela km 310,36.Passarela km 317,78.Passarela km 322,06.Passarela km 322,80.Passarela km 326,34.Passarela km 326,76.Passarela km 327,40.

I.3.8.6. Lote 6/SCPonte sobre o rio Tubarão – km 337,4, com 232,00m.Ponte sobre o rio Correias – km 340,1, com 60,00m.Ponte sobre o rio Cubículo – km 346,7, com 70,00m.Túnel sob o Morro do Formigão – km 338,2, com 440m.Viaduto de acesso a Tubarão – km 332,7.Viaduto de acesso a Tubarão – km 334,9.

I-25

Viaduto de acesso a Tubarão – km 336,4.Viaduto a meia encosta no Morro do Formigão – km 337,8.Viaduto a meia encosta no Morro do Formigão – km 338,0.Viaduto de acesso a 13 de Maio – km 348,2.Viaduto de acesso a Jaguaruna – km 351,3.Passagem inferior km 339,0.Passagem inferior km 340,4.Passagem inferior km 342,5.Passagem inferior km 349,5.Passagem inferior km 353,5.Passagem inferior km 355,1.Passarela km 334,28.Passarela km 336,00.Passarela km 356,48.

I.3.8.7. Lote 7/SCPonte sobre o rio Sangão – km 358,5, com 40,00m.Ponte sobre o rio Urussanga – km 368,1 com 120,00m.Ponte sobre o rio Esperança – km 371,7 com 25,00m.Ponte sobre o rio dos Porcos – km 379,3 com 29,40m.Viaduto de acesso à Sangão - km 358,9.Viaduto EFDTC – km 362,8 com 45,00m.Viaduto de acesso à Campo Grande de Fora e Orvalho - km 364,6.Viaduto de acesso à Morro da Fumaça e Balneário Esplanada - km 370,0.Viaduto de acesso à Vila Esperança - km 374,5.Viaduto de acesso à Içara - km 380,3.Viaduto de acesso à Içara - km 381,5.Viaduto de acesso à Boa Vista e Terceira Linha - km 385,6.Travessia inferior de acesso à Morro Grande e Balneário Campo Bom / Sangão - km 361,1.Travessia inferior de acesso à Morro Grande e Esplanada - km 362,8.Travessia inferior de acesso à Içara, Criciúma e Balneário Praia do Rincão - km 380,9.Travessia inferior de acesso à Sanga Funda e Mineração - km 382,1.Passarela km 359,94.Passarela km 362,34.Passarela km 363,42.Passarela km 365,44.Passarela km 369,35.Passarela km 370,19.Passarela km 371,24.Passarela km 377,64.Passarela km 378,09.Passarela km 382,48.Passarela km 384,49.Passarela km 386,84.

I.3.8.8. Lote 8/SCViaduto de acesso central à Criciúma - km 391,1 .Passagem inferior de acesso Portinari - km 392,2.Passagem inferior de acesso sul à Criciúma - km 395,7.Passagem inferior de acesso à Maracajá - km 398,9.

I-26

Passagem inferior de acesso à Maracajá – km 402,1.Passarela km 391,70.Passarela km 396,70.Passarela km 401,00.Passarela km 401,80.Passarela km 402,52.Passarela km 403,40.Travessia do banhado em Maracajá.Alternativa 1:1 - Passagem inferior no km 410,2.2 - Viaduto no km 404,0 com 1.700m.3 – Viaduto no km 408,5 com 512m.Alternativa 3:1 – Passagem inferior no km 403,4.2 – Passagem inferior no km 406,4.3 – Passagem inferior no km 408,8.4 – Viaduto no km 409,3 com 224m.5 – Passagem inferior no km 411,6.

I.3.8.9. Lote 9/SCPonte sobre o rio Araranguá – km 411,0 com 145m.Viaduto de acesso sul à Araranguá - km 414,9.Passagem inferior de acesso principal à Araranguá - km 411,4.Passagem inferior de acesso à Vila dos Motoristas – km 419,2.Passagem inferior de retorno – km 421,6.Passagem inferior da estrada geral Lagoa do Caveira – km 423,8.Passagem inferior do Trevo de Turvo – km 425,4 (SC-448).Passagem inferior de acesso à Campo d’água – km 428,8.Passagem inferior de acesso à Guarita – km 430,0.Passagem inferior de acesso à Vila Januária– km 432,9.Passagem inferior de acesso à Sombrio, Vila São Pedro – km 433,8.Passagem inferior de acesso à Sombrio, Av. João XXIII – km 434,8.Passagem inferior de acesso principal à Sombrio, Av. Getúlio Vargas – km 435,7.Passarela km 416,40.Passarela km 419,50.Passarela km 419,80.Passarela km 425,00.Passarela km 431,50.Passarela km 434,30.Passarela km 436,20.

I.3.8.10. Lote 10/SCPonte sobre o rio da Laje – km 437,0 com 35,00m.Viaduto de acesso ao Cemitério e retorno - km 437,7.Passagem inferior de acesso à Vila Glorinha - km 442,2.Passagem inferior de acesso à Santa Rosa do Sul – av. Damásio Pires - km 444,8.Passagem inferior de acesso à Vila São Cristóvão - km 449,7.Passagem inferior de acesso à São João do Sul e Vila Bela Vista – km 452,0.Passagem inferior de acesso à Vila Conceição – km 455,1.Passagem inferior dupla de acesso à São João do Sul – SC-450 – km 456,7.

I-27

Passagem inferior de acesso à Passo de Torres – km 464,2.Passarela km 440,90.Passarela km 441,30.Passarela km 441,62.Passarela km 444,28.Passarela km 445,20.Passarela km 446,10.Passarela km 447,20.Passarela km 447,50.Passarela km 449,40.Passarela km 450,20.Passarela km 451,82.Passarela km 452,38.Passarela km 454,18.Passarela km 465,00.

I.3.8.11. Lote 1/RSPonte sobre o rio Mampituba - km 000,0 com 79 m.Ponte sobre o rio Cardoso - km 021,0 com 105 m.Viaduto de acesso à Vila São João - km 001,3.Viaduto de acesso à Torres - km 002,5.Viaduto de acesso à Três Cachoeiras - km 023,2.Viaduto de acesso à Três Cachoeiras – km 024,2.Passagem inferior km 000,3.Passarela km 006,08.Passarela km 022,36.Passarela km 023,48.

I.3.8.12. Lote 2/RSPonte sobre o rio Chimarrão - km 030,8 com 30 m.Ponte sobre o rio Três Forquilhas - km 040,3 com 216 m.Viaduto de acesso à Rota do Sol (Rs/486) - km 043,9.Viaduto de acesso a Terra de Areia - km 045,3.Viaduto de acesso a Terra de Areia - km 046,1.Viaduto de acesso a Terra de Areia - km 046,7.Passagem inferior km 042,5.Passarela km 031,40.Passarela km 044,82.Passarela Km 047,66.

I.3.8.13. Lote 3/RSPonte sobre o rio Sanga Funda - km 52,8 com 40 m.Ponte sobre o rio Maquine - km 64,6.

- Alternativa de traçado A: 130 m.- Alternativa de traçado B: 145 m.

Ponte sobre o braço morto do rio Maquine - km 63,3.- Alternativa de traçado B: 40 m.

Viaduto de acesso a Maquine e Prainha – km 65,5.- Alternativa de traçado B: 60 m.

Viaduto de acesso a Capão da Canoa e Maquine – km 67,0.

I-28

- Alternativa de traçado B: 50 m.Viaduto de acesso a Capão da Canoa – km 71,5.

- Alternativa de traçado B: 60 m.Viaduto de acesso a Capão da Canoa – km 75,7.

- Alternativa A: 180 m.Túnel – km 67,3.

- Alternativa de traçado B: 1.900 m.

I.3.8.14. Lote 4/RSViaduto de acesso à Osório - km 095,7 com 280 m.Viaduto de acesso à Osório - km 097,1 com 280 m.Viaduto de acesso à Osório - km 098,3 com 280 m.Passarela km 082,00.Passarela km 084,60.Passarela km 087,90.Passarela km 097,90.Passarela km 098,80.

I.3.9. Alternativas de Traçado

I.3.9.1. Lote 1/SC- Alternativa única – Construção do novo Contorno de Florianópolis.

I.3.9.2. Lote 2/SC- Travessia do Morro do Padre ( Morro dos Cavalos).

A - Contorno em pista paralela à existente, com a execução de dois viadutos (1.520m.)B - Execução de túnel com 1.360m em pista única, sentido divisa RS/SC – Tijucas,sentido inverso permanece o existente.

I.3.9.3. Lote 3/SC- Alternativa única.

I.3.9.4. Lote 4/SC- Alternativa única.

I.3.9.5. Lote 5/SC- Travessia de Cabeçudas e canal de Laranjeiras.

A - Travessia em pista paralela à existente,B - Contorno pelo Oeste, em pista dupla paralela pela lagoa Imaruí, com execução deponte com extensão de 3.360m.

I.3.9.6. Lote 6/SC- Alternativa única.

I.3.9.7. Lote7/SC- Alternativa única.

I.3.9.8. Lote 8/SC- Travessia do banhado de Maracajá.

I-29

A – Duplicação em pista paralela à existente (1).B – Contorno Oeste ao banhado em pista dupla (3).

I.3.9.9. Lote 9/SC- Alternativa única.

I.3.9.10. Lote 10/SC- Alternativa única.

I.3.9.11. Lote 1/RS– Contorno da gruta no km 14,8.

a- Contorno da gruta pelo leste, junto a lagoa, em pista dupla paralela à existente.b- A pista sentido divisa SC/RS – Osório faz o contorno da gruta pelo oeste, formando

um binário.

I.3.9.12. Lote 2/RS- Alternativa única.

I.3.9.13. Lote 3/RS– Alternativa de traçado para duplicação:

a- Duplicação paralela à pista existente.b- Variante em pista dupla no rio Maquine e túnel do morro Alto com uma redução no

percurso de 10,95 km.

I.3.9.14. Lote 4/RS– Alternativa única.

I.3.10. Interseções

I.3.10.1. Lote 1/SCKm 175,7 " Acesso norte à Florianópolis.Km 182,7 " Poliduto da Petrobrás.Km 196,1 " Rodovia SC-408, Biguaçu – Antônio Carlos.Km 196,6 " Gasoduto da Petrobrás.Km 207,1 " Rodovia SC-407, São José – São Pedro de Alcântara.Km 219,6 " Rodovia BR-282, Santo Amaro da Imperatriz – BR-101.Km 225,7 "Acesso sul à Florianópolis.

I.3.10.2. Lote 2/SCKm 216,5 " Acesso à Santo Amaro da Imperatriz.Km 218,5 " Acesso à Estrada Geral de Barra do Aririú.Km 219,6 " Acesso à rua geral do Aririú Formiga.Km 221,5 " Acesso à estrada geral do Furadinho.Km 223,3 " Acesso à Praia do Pontal.Km 227,6 " Acesso à Praia de Fora.Km 229,1 " Acesso à Enseada do Brito.Km 231,6 " Acesso ao Canto da Enseada.Km 236,1 " Acesso à Praia do Sonho.Km 238,1 " Acesso à Massiambu.Km 242,3 " Acesso à Praia da Pinheira.

I-30

I.3.10.3. Lote 3/SCKm 252,8 " Acesso à Paulo Lopes.Km 265,2 " Acesso à Penha.

I.3.10.4. Lote 4/SCKm 273,2 " Acesso à Garopaba – localidade de Araçatuba.Km 282,7 " Acesso norte à Imbituba – localidade de Nova Brasília.Km 288,8 " Acesso sul à Imbituba – localidade de Vila Nova.

I.3.10.5. Lote 5/SCKm 303,2 " Viaduto de acesso e retorno.Km 305,1 " Acesso à Praia do Sol.Km 307,5 " Acesso à Bentos.Km 311,8 " Acesso à Cabeçudas e Laguna.Km 312,8 " Acesso à Cabeçudas.Km 316,6 " Acesso à Bananal.Km 319,6 " Acesso à localidade.Km 320,8 " Acesso à rua geral de Santiago.Km 323,0 " Acesso à Sertão da Estiva.Km 325,7 " Acesso à Vila Flor - rua Manoel Pedro Flor.Km 328,1 " Acesso à Capivari de Baixo.

I.3.10.6. Lote 6/SCKm 332.7 " Acesso norte à Tubarão – avenida Tancredo Neves.Km 334,9 " Acesso principal à Tubarão – rua Patrício Lima.Km 336,4 " Acesso bairros São João e Morrotes de Tubarão.Km 337,4 " Acesso à Tubarão pela margem direita rio e Termas da Guarda.Km 339,0 " Acesso à Monte Castelo e Sertão dos Correias.Km 340,4 " Acesso Sul à Tubarão.Km 342,5 " Acesso ao Bairro de São Cristóvão.Km 349,3 " Acesso à localidade de 13 de Maio.Km 349,5 " Acesso à vila Costa da Lagoa.Km 351,3 " Acesso à Jaguaruna.Km 353,3 " Acesso à localidade e retorno da rodovia.Km 355,1 " Acesso à Sangãozinho.

I.3.10.7. Lote 7/SCKm 358,9 " Acesso à Sangão, rodovia SC-443.Km 364,6 " Acesso à Campo Grande de Fora e Orvalho.Km 370,0 " Acesso ao Morro da Fumaça e Balneário Esplanada, rodovia SC-445.Km 374,5 " Acesso à Vila Esperança.Km 380,3 " Acesso à Içara.Km 381,5 " Acesso à Içara.Km 385,6 " Acesso à localidade de Boa Vista e Terceira Linha.

I.3.10.8. Lote 8/SCKm 391,0 " Acesso centro à Criciúma.Km 392,2 " Acesso Portinari.Km 395,7 " Acesso sul à Criciúma.Km 398,9 " Acesso norte à Maracajá.

I-31

Km 402,1 " Acesso centro à Maracajá.

I.3.10.9. Lote 9/SCKm 411,4 " Acesso principal à Araranguá.Km 414,9 " Acesso sul à Araranguá.Km 419,2 " Acesso à Vila dos Motoristas.Km 425,4 " Trevo de Turvo (SC-448).Km 433,8 " Acesso secundário à Sombrio – Vila Januária.Km 434,8 " Acesso secundário à Sombrio – Av. João XXIII.Km 435,7 " Acesso principal à Sombrio – Av. Getúlio Vargas.

I.3.10.10. Lote 10/SCKm 437,7 " Acesso à Sombrio (cemitério)Km 442,2 " Acesso à Vila Glorinha.Km 444,8 " Acesso à Santa Rosa do Sul – Av. Damásio Pires.Km 449,7 " Acesso à Vila São Cristóvão.Km 452,0 " Acesso secundário à São João do Sul e Vila Bela Vista.Km 455,1 " Acesso à Vila Conceição.Km 456,7 " Acesso à São João do Sul – Sc-450.Km 464,2 " Acesso à Passo de Torres.

I.3.10.11. Lote 1/RSKm 002,5 " Trevo de acesso a Torres.

I.3.10.12. Lote 2/RSKm 031,5 " Acesso a Fernando FerrariKm 039,7 " Acesso a Três ForquilhasKm 043,9 " Trevo de acesso a Caxias do Sul (Rota do Sol).Km 046,0 " Acesso a Terra de Areia.

I.3.10.13. Lote 3/RSAlternativa A:Km 65,1 " Trevo de acesso secundário a Maquine.Km 66,2 " Trevo de acesso a Maquine.Km 75,7 " Trevo de acesso a Capão da Canoa.Alternativa B:Km 63,0 " Trevo de acesso a Maquine e Prainha.Km 67,0 " Trevo de acesso norte a Capão da Canoa.Km 71,5 " Trevo de acesso sul a Capão da Canoa.

I.3.10.14. Lote 4/RSKm 095,7 " Rotatória travessia urbana de Osório.Km 097,1 " Rotatória travessia urbana de Osório.Km 098,3 " Rotatória travessia urbana de Osório.

I.3.11. Pontos Críticos do Trecho

I.3.11.1. Lote 1/SCKm 175,2 até km 176,2 " Acesso norte à Florianópolis.

I-32

Km 195,6 até km 196,6 " Acesso à rodovia SC-408, Biguaçu – Antônio Carlos.Km 206,6 até km 207,6 " Acesso à rodovia SC-407, São José – São Pedro de Alcântara.Km 219,1 até km 220,1 " Acesso à rodovia BR-282, Santo Amaro da Imperatriz – BR-101.Km 225,2 até km 226,2 " Acesso sul à Florianópolis.

I.3.11.2. Lote 2/SCKm 222,0 até km 225,0 " Travessia Urbana de Furadinho e Pontal.Km 228,0 até km 229,0 " Travessia Urbana de Enseada do Brito.Km 231,0 até km 232,0 " Travessia Urbana de Enseada do Brito e acesso ao Canto daEnseada.Km 232,0 até km 233,0 " Travessia de trecho montanhoso – Morro do Padre.Km 235,0 até km 237,0 " Ponte sobre o rio Massiambú e acesso à Praia do Sonho.Km 242,0 até km 243,0 " Acesso a Praia da Pinheira.

I.3.11.3. Lote 3/SCKm 248,0 até km 249,0 " Travessia urbana do Bairro Sorocaba.Km 251,0 até km 253,0 " Travessia urbana de Paulo Freitas.Km 255,0 até km 256,0 " Travessia do Bairro e Morro do Freitas.Km 257,0 até km 260,0 " Travessia de trecho montanhoso - Morro Agudo.Km 262,0 até km 263,0 " Travessia urbana de Penha de Cima.Km 264,0 até km 269,0 " Travessia urbana da Penha.Km 270,0 até km 271,0 " Travessia urbana da Vila Penhinha.

I.3.11.4. Lote 4/SCKm 273,0 até km 274,0 " Travessia urbana de Araçatuba.Km 275,0 até km 276,0 " Travessia urbana de Alto Arroio.Km 282,0 até km 283,0 " Travessia urbana de Nova Brasília e acesso norte à Imbituva.Km 285,0 até km 286,0 " Travessia da localidade de Mirim e lagoa do Mirim.Km 288,0 até km 289,0 " Travessia urbana de Vila Nova e acesso sul à Imbituva.Km 295,0 até km 296,0 " Travessia urbana de Roça Grande.Km 297,0 até km 298,0 " Travessia urbana de Boa Vista e acesso à Itapirubá.

I.3.11.5. Lote 5/SCKm 303,0 até km 304,4 " Travessia urbana e acesso à Praia do Sol.Km 312,0 até km 313,9 " Travessia urbana de Cabeçudas e acesso à Laguna.Km 313,0 até km 318,1 " Rodovia paralela à ferrovia, com faixa de domínio reduzida noL.E.(10m).Km 320,9 até km 321,9 " Travessia urbana.Km 325,0 até km 328,9 " Travessia urbana de Vila Flor e Capivari de Baixo.

I.3.11.6. Lote 6/SCKm 334,0 até km 339,0 " Travessia urbana de Tubarão.

I.3.11.7. Lote 7/SCKm 358,5 até km 365,3 " Travessia urbana de Morro Grande, com cerca de 35 indústriascerâmicas.Km 368,5 até km 371,5 " Travessia urbana do distrito de Esplanada.Km 380,0 até km 387,0 " Travessia de área urbana e industrial de Vila Nova.

I-33

I.3.11.8. Lote 8/SCLote 8/SC:Km 391,0 até km 392,2 " Acesso à Criciúma.Km 398,5 até km 402,5 " Travessia urbana de Maracajá.Km 409,3 até km 411,0 " Travessia urbana de Araranguá.

I.3.11.9. Lote 9/SCKm 411,0 até km 416,0 " Travessia urbana de Araranguá.Km 425,0 até km 427,0 " Trevo de Turvo (Nova Guarita).Km 435,0 até km 437,0 " Travessia urbana de Sombrio.

I.3.11.10. Lote 10/SCKm 437,0 até km 439,1 " Travessia urbana de Sombrio.Km 440,9 até km 442,5 " Travessia urbana de Vila Glorinha.Km 444,0 até km 446,1 " Travessia urbana de Santa Rosa do Sul.Km 454,0 até km 456,8 " Travessia urbana de Vila Conceição e acesso a São João do Sul.I.3.11.11. Lote 1/RSKm 001,0 até km 002,8 " Travessia urbana de Vila São João.Km 005,0 até km 006,3 " Travessia urbana de Campo Bonito.Km 009,0 até km 009,5 " Travessia urbana da Vila São Bráz.Km 014,0 até km 016,0 " Trecho com índice de acidentes (Ia) superior a 5.Km 018,0 até km 018,7 " Travessia urbana da Vila Santo Anjo da Guarda.Km 019,9 até km 021,0 " Travessia urbana junto ao acesso de Morrinhos do Sul.Km 023,0 até km 025,0 " Travessia Urbana de Três Cachoeiras.

I.3.11.12. Lote 2/RSKm 025,0 até km 025,5 " Travessia urbana de Três Cachoeiras.Km 028,0 até km 028,8 " Trecho com índice de acidentes (Ia) superior a 5.Km 030,8 até km 032,2 " Perímetro urbano de Fernando Ferrari.Km 034,0 até km 035,0 " Trecho com índice de acidentes (Ia) superior a 5.Km 037,0 até km 038,0 " Trecho com índice de acidentes (Ia) superior a 5.Km 043,5 até km 047,5 " Travessia Urbana de Terra de Areia.Km 045,0 até km 046,0 " Trecho com índice de acidentes (Ia) superior a 5.

I.3.11.13. Lote 3/RSKm 51,0 até km 61,0 " Trecho com índice de acidentes (Ia) superior a 5.Km 65,0 até km 67,0 " Trecho com índice de acidentes (Ia) superior a 5.Km 73,0 até km 76,0 " Trecho com índice de acidentes (Ia) superior a 5.

I.3.11.14. Lote 4/RSKm 093,8 até km 099,5 " Travessia Urbana de Osório.

I.3.12. Seções Tipo de Projeto

Seção tipo A: seção ideal.

Largura da faixa de rolamento: 3,75 m.Largura do acostamento interno: 3,00 m.Largura do acostamento externo: 3,50 m.Afastamento lateral mínimo do bordo do acostamento: 1,50 m.

I-34

Largura do canteiro central: 12,00 m.

Seção tipo B: seção de projeto geométrico – região plana.

Largura da faixa de rolamento: 3,60 m.Largura do acostamento interno: 2,50 m.Largura do acostamento externo: 3,00 m.Afastamento lateral mínimo do bordo do acostamento: 1,50 m.Largura do canteiro central: 7,00 m.

Seção tipo C: seção mínima – região montanhosa ou perímetro urbano com limitação de faixade domínio.

Largura da faixa de rolamento: 3,60 m.Largura do acostamento interno: 2,00 m.Largura do acostamento externo: 2,50 m.Afastamento lateral mínimo do bordo do acostamento: 1,50 m.Largura do canteiro central: 3,00 m.

I.3.13. Localização do Material destinado à Execução das Obras

I.3.13.1. Lote 1/SCKm 177,2 " Jazida de solo – 0,4 km LD.Km 178,6 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 180,2 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 180,4 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 180,4 " Jazida de solo – 0,3 km LE.Km 181,6 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 182,2 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 188,4 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 188,8 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 189,1 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 191,0 " Jazida de solo – 0,2 km LD.Km 191,4 " Jazida de solo – 0,2 km LD.Km 192,9 " Jazida de solo – 0,6 km LE.Km 193,0 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 196,0 " Jazida de solo – 0,8 km LE.Km 201,0 " Pedreira – 1,0 km LD.Km 203,5 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 213,2 " Jazida de solo – 0,8 km LD.Km 216,9 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 221,5 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 224,0 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Areal – “Governador Celso Ramos”, não informado localização e distância.

I.3.13.2. Lote 2/SCKm 216,5 " Pedreira – 3,5 km LD.Km 221,7 " Areal – 0,3 km LD.Km 236,1 " Pedreira – 0,5 km LE.Km 236,2 " Areal – 0,6 km LD.

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Km 238,3 " Pedreira – 0,4 km LD.Km 240,4 " Areal – 8,0 km LD.Km 243,7 " Pedreira – 6,3 km LD.Km 249,0 " Pedreira – 8,5 km LD.Jazidas de solo – não informado localização.

I.3.13.3. Lote 3/SCKm 249,0 " Pedreira – 0,7 km LD.Km 252,9 " Areal – 9,0 km LD.Km 270,8 " Areal – 8,0 km LD.Jazida de solo – não informado localização.

I.3.13.4. Lote 4/SCKm 271,4 " Jazida de solo – 2,0 km LD.Km 278,2 " Jazida de solo – 4,0 km LD.Km 282,8 " Pedreira – 5,5 km LE.Km 286,8 " Jazida de solo – 0,4 km LD.Km 286,8 " Jazida de solo – 0,4 km LE.Km 288,7 " Pedreira – 6,5 km LE.Km 296,0 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 335,0 " Areal – 20,0 km LE.

I.3.13.5. Lote 5/SCKm 314,0 " Pedreira – 0,4 km LD.Km 321,2 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 323,5 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 333,0 " Areal – 1,5 km LE.Km 336,6 " Areal – 1,1 km LE.Km 337,6 " Pedreira – 0,5 km LD.Km 337,6 " Areal – 1,6 km LD.Km 339,2 " Areal – 1,6 km LD.

I.3.13.6. Lote 6/SCKm 323,3 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 328,2 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 334,7 " Jazida de solo – 16,2 km LD.Km 334,4 " Areal – 15,2 km LD.Km 334,4 " Areal – 15,2 km LD.Km 337,6 " Pedreira – 0,7 km LD.Km 338,9 " Pedreira – 0,2 km LD.Km 338,9 " Jazida de solo – 0,9 km LD.Km 338,9 " Jazida de solo – 4,2 km LD.Km 338,9 " Jazida de solo – 4,6 km LD.Km 340,3 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 342,6 " Jazida de solo – 3,8 km LD.Km 342,6 " Pedreira – 4,0 km LD.Km 346,3 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 348,2 " Jazida de solo – 2,6 km LD.Km 348,2 " Jazida de solo – 3,7 km LD.Km 348,2 " Jazida de solo – 5,8 km LD.

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Km 348,2 " Areal – 6,9 km LD.Km 349,7 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 351,3 " Jazida de solo – 2,0 km LE.Km 351,3 " Jazida de solo – 2,6 km LE.Km 351,3 " Jazida de solo – 12,0 km LE.Km 352,1 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 354,1 " Jazida de solo – 1,6 km LD.Km 355,1 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 355,4 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 355,7 " Jazida de solo – 0,2 km LD.

I.3.13.7. Lote 7/SCKm 358,9 " Pedreira – 6,5 km LE.Km 361,3 " Jazida de solo – 1,7 km LD.Km 363,6 " Jazida de solo – 0,3 km LD.Km 364,5 " Jazida de solo – 0,4 km LD.Km 365,2 " Jazida de solo – 1,0 km LD.Km 368,8 " Jazida de solo – 0,2 km LD.Km 369,1 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 369,4 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 370,2 " Jazida de solo – 0,6 km LD.Km 370,2 " Jazida de solo – 5,0 km LD.Km 370,2 " Jazida de solo – 6,3 km LD.Km 370,2 " Jazida de solo – 6,6 km LD.Km 370,2 " Areal – 10,0 km LE.Km 380,9 " Jazida de solo – 8,0 km LD.

I.3.13.8. Lote 8/SCKm 393,2 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 397,7 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 398,8 " Jazida de solo – 0,3 km LD.Km 400,4 " Jazida de solo – 0,2 km LD.Km 401,0 " Jazida de solo – 0,2 km LD.Areal – estabelecimento comercial de ”Ilhas”, não informado localização.Areal – estabelecimento comercial de ”Morro da Fumaça”, não informado localização.Pedreira– estabelecimento comercial de “Maracajá”, não informado localização.

I.3.13.9. Lote 9/SCKm 412,0 " Pedreira – 9,0 km LD.Km 415,0 " Jazida de solo – 0,6 km LD.Km 418,0 " Jazida de solo – 3,5 km LD.Km 426,8 " Pedreira – 8,0 km LD.Km 428,0 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 432,0 " Jazida de solo – 0,4 km LE.Km 432,0 " Jazida de solo – 1,5 km LD.Km 432,0 " Jazida de solo – 1,5 km LD.Km 432,0 " Jazida de solo – 3,5 km LD.Km 437,0 " Antiga Pedreira do DNER - LD.Km 437,0 " Jazida de solo – 3,0 km LD.Areal– estabelecimento comercial de “Morro da Fumaça”, 40 km ao norte de Araranguá.Pedreira– estabelecimento comercial de “Maracajá”, 8km ao norte de Araranguá.

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I.3.13.10. Lote 10/SCKm 437,5 " Areal – 5,2 km LE.Km 439,1 " Jazida de solo – 0,3 km LD.Km 439,1 " Pedreira – 2,5 km LD.Km 439,1 " Jazida de solo – 3,5 km LD.Km 445,2 " Jazida de solo – 3,0 km LD.Km 447,9 " Jazida de solo – 0,4 km LD.Km 465,3 " Jazida de solo – 3,5 km LE.

I.3.13.11. Lote 1/RSKm 002,7 " Jazida de solo – 0,1 km LE.Km 002,7 " Jazida de solo – 1,5 km LE.Km 009,3 " Pedreira – 0,7 km LE.Km 009,4 " Jazida de solo – 0,7 km LE.Km 011,2 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 011,5 " Jazida de solo – 0,2 km LD.Km 013,3 " Pedreira – 0,4 km LD.Km 019,5 " Jazida de solo – 1,9 km LD.Areal – estabelecimento comercial distante a 148 km, em Porto Alegre.Areal – distante a 14 km do canteiro de obra; não informado localização.

I.3.13.12. Lote 2/RSKm 009,0 " Pedreira – 0,3 km LD.Km 024,0 " Jazida de solo – 0,5 km LD.Km 024,4 " Pedreira – 0,2 km LD.Km 024,6 " Jazida de solo – 0,9 km LE.Km 025,3 " Areal – 0,3 km LE.Km 026,5 " Areal – 0,2 km LE.Km 027,6 " Areal – 0,2 km LE.Km 036,0 " Pedreira – 0,3 km LD.Km 039,4 " Jazida de solo – 0,1 km LD.Km 039,6 " Jazida de solo – 0,3 km LD.Km 042,5 " Areal – 0,5 km LD.Km 046,6 " Jazida de solo – 2,9 km LD.Km 046,6 " Areal – 3,8 km LE.Km 049,2 " Areal – 0,3 km LD.Km 050,4 " Jazida de solo – 1,4 km LE.Km 051,2 " Pedreira – 4,3 km LD.Km 052,0 " Jazida de solo – 2,9 km LD.Km 054,5 " Pedreira – 0,7 km LD.

I.3.13.13. Lote 3/RSKm 067,0 " Jazida de solo – emboque dos túneis.Km 069,2 " Jazida de solo– emboque dos túneis.Km 071,5 " Areal – 1,3 km LE da pista existente.Km 075,8 " Pedreira – 0,5 km LD da pista existente.

I.3.13.14. Lote 4/RSKm 092,9 " Pedreira – 0,1 km LD.Areal – estabelecimento comercial disponível em Porto Alegre.Jazida de solo – não informado localização.

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I.4. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E TECNOLÓGICAS

I.4.1. Macro Alternativas Locacionais

A infra-estrutura para o transporte multimodal na área de influência da duplicação do trechorodoviário da BR-101 Florianópolis Osório é relativamente modesta e nem sequer existemplanos de expansão, salvo a implantação do Gasoduto Bolívia-Brasil (GASBOL) que naverdade está projetado e em fase de implantação paralelamente ao traçado da BR-101.

Na região existem diversos modais de transporte em funcionamento, desde o aeroviário empequena escala Aeroporto de Cricúma (Forquilinha) e um aeródromo no município deOsório , bem como serviços de cabotagem no Porto de Imbituba e a malha ferroviária isoladada Ferrovia Tereza Cristina voltada para o transporte regional de carvão mineral.

Mesmo com as modalidades viárias existentes na área de influência direta deve-se ressaltarque de longe o sistema rodoviário é o predominante, talvez até por uma questão cultural; pois,o sistema viário brasileiro, em especial na região sul, como um todo está centrado emrodovias sendo que a área em estudo não foge à regra.

Em termos de alternativas modais existem poucas e limitadas possibilidades na região, vistoque os modais existentes são muito pontuais, ou seja eles são restritos em termos deabrangência e volume de movimentação de cargas. Por exemplo, o movimento total de cargado Porto de Imbituba diminuiu de 4.113.000 toneladas em 1986 para apenas 384.000toneladas movimentadas em 1996, ou seja houve uma redução de quase onze vezes.

Estudos desenvolvidos no âmbito do Convênio DNER / IME – Projeto de ampliação dacapacidade rodoviária das ligações com os países do Mercosul, revelam que com relação àrodovia em pauta , as alterações em curso nos outros modais, resultantes dos processos deprivatização das ferrovias e portos e também a construção do gasoduto Bolívia – Brasil,podem acarretar tanto uma evasão de fluxo quanto um incremento de tráfego. Na primeirahipótese tem-se caracterizada a competição modal e na outra, a integração modal ou seja aintermodalidade dos sistemas viários.

No que se refere a desregulamentação e privatização das operações portuárias, os resultadosesperados indicam para uma agilização do sistema e redução dos custos, fatores esses quedeverão influenciar o tráfego rodoviário na região a partir da movimentação de um maiorvolume de carga a partir do porto de Imbituba.

Quanto a construção do gasoduto Bolívia – Brasil é reconhecido que o gás natural irámodificar a matriz energética em sua área de influência, promovendo a substituição de fontesde energia atualmente utilizadas e que são, em parte, transportadas por rodovia. No entanto,essa situação deverá ter reflexos nos custos de energia e na competitividade das indústriasexistentes na região, o que por sua vez deverá contribuir para o incremento do transporte deprodutos manufaturados na área de influência da BR-101.

No contexto de macro alternativas locacionais é praxe, em especial em países emdesenvolvimento que, em geral, ainda possuem malha viária reduzida, optar por projetos deduplicação de trechos rodoviários que sejam implantado paralelo às rodovias existentes,aproveitando-se inclusive a área de domínio do leito já implantado, salvo algumas variantesque se fazem necessárias por questões geológicas, ambientais, econômicas e sociais.

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A alternativa locacional para a duplicação da BR-101, trecho Florianópolis Osório, emconformidade com os estudos de pré-viabilidade, projeto básico e mesmo as investigaçõesambientais já realizadas, indicam a localização junto ao traçado existente dessa rodovia, comalgumas poucas variantes projetadas, como sendo a alternativa de localização mais viável,seja do ponto de vista técnico, econômico, social e ambiental.

I.4.2. Análise das Variantes

I.4.2.1. Considerações Gerais

Ao longo dos 14 anteprojetos elaborados, visando a duplicação do trecho Florianópolis (SC) –Osório (RS) da Rodovia Federal BR-101, foram propostas variantes de traçado em nove (09)segmentos, em razão de suas particularidades, listadas a seguir:

• transposição do Morro do Padre entre os km 230 + 600 e 235 + 100 no Lote 2/SC;• transposição do Morro Agudo entre os km 255 e 258 + 900 no lote 3/SC;• transposição do grande corte de rocha entre os km 258 + 900 e 261 no Lote 3/SC;• transposição da zona urbana de Cabeçudas e Canal das Laranjeiras entre os km 308 + 300

e 316 + 300 no Lote 5/SC;• transposição do Morro do Formigão entre os km 337 + 200 e 339 + 860 no Lote 6/SC;• transposição do Banhado de Maracajá entre os km 402 + 500 e 411 + 200 no Lote 8/SC;• transposição da zona urbana de Araranguá entre os km 411 + 200 e 415 + 800 no Lote

9/SC;• transposição do Morro da Gruta entre os km 13 + 500 e 15 + 700 no Lote 01/RS;• transposição do Banhado do Maquiné e do Morro Alto nos Lotes 3 e 4/RS.

A proposição de variantes decorreu, diretamente, de necessidades técnicas e/ou das aspiraçõesdas comunidades envolvidas diretamente com o empreendimento.

Com a finalidade de subsidiar a escolha das alternativas a serem levadas a nível de Projeto deEngenharia, foi executada uma avaliação ambiental comparativa entre elas, de acordo com ametodologia exposta a seguir.

Como se tratava de uma "avaliação comparativa", isto é, da escolha das alternativasambientalmente mais adequadas, foram considerados apenas os impactos ambientais"diferenciais", isto é, que apresentam valores significativamente diferentes entre umas eoutras, de modo a permitir assim, hierarquizá-las; os impactos cujas magnitudes eimportâncias pouco diferem nas diferentes alternativas, constam da matriz geral de impactosdo Projeto.

Inicialmente, para facilitar a compreensão dos problemas envolvidos na escolha de umadeterminada alternativa (ainda que a situação ambiental de todo o trecho, incluindo os locaisdas alternativas, conste do Diagnóstico Ambiental e a Descrição do Empreendimentocaraterize cada uma dessas variantes), foram elaborados quadros sinóticos das caraterísticasprincipais e da problemática envolvida em cada caso. Com base nesses quadros, foramelaborados outros que resumem os impactos "diferenciais" que se prevê, sejam causados por

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cada uma das alternativas, incluindo-se um conceito de valor para cada um deles (grande,pequeno, significativo etc.).

Tais valores conceituais foram transformados em numéricos, nos quadros seguintes, a partirda utilização da escala de Delphi que não possui significância absoluta, mas obedece àconvenção de caráter qualitativo abaixo exposta:

- -3 = impacto negativo forte- -2 = impacto negativo moderado- -1 = impacto negativo fraco- 0 = impacto nulo ou desprezível- +1 = impacto positivo fraco- +2 = impacto positivo moderado- +3 = impacto positivo forte

Como, entretanto muitos dos impactos considerados apresentavam temporalidade ereversibilidade bastante diferentes nas várias alternativas, o que poderia falsear os resultadosfinais, adotou-se "Fatores de Correção" para atender a essa condição. Assim estabeleceu-se aseguinte escala de "Fatores de Correção" para os impactos valorados acima:

Impactos permanentes e irreversíveis: Fc = 1,00Impactos permanentes e reversíveis: Fc = 0,75Impactos temporários e irreversíveis: Fc = 0,50Impactos temporários e reversíveis: Fc = 0,25

Com os impactos assim valorados, foi feita uma computação final de valores tanto sem, comocom a correção acima, para cada uma das alternativas.

É importante ter-se em mente que, embora seja, muitas vezes considerado menos importante,a nível ambiental, "custo" representa um impacto negativo, a ser pago pela sociedade que,obviamente, deixa de poder utilizar esse recurso para outra finalidade que pode ser, inclusive,de caráter social, ambiental etc. na mesma ou em outra área. Trata-se, portanto, de umimpacto importante. Em razão desse fato, como mais um elemento a considerar-se, foielaborado, para cada conjunto de alternativas, um quadro com o Impacto "Custos", tal comoestimado pelas Projetistas.

Finalmente, com base em todos esses elementos, concluiu-se pela alternativa considerada amelhor para ser levada ao nível de Projeto de Engenharia.

I.4.2.2. Transposição do Morro do Padre (km 230 + 600 a 235 + 100)

Conforme pode ser visto no Mapa de Pontos Notáveis, as alternativas propostas, para essetrecho, são em número de 5, sendo uma paralela à pista atual (Alternativa A) e 4 em traçadosindependentes (Variantes I a IV).

Dadas as difíceis condições locais, mesmo a Alternativa em paralelo exigiu a utilização deviadutos em boa parte da extensão. Das demais variantes, três incluem túneis (Variantes I, II eIV) e uma (Variante III), viaduto e túnel.

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A Alternativa Paralela situa-se no lado direito da pista atual em sua porção inicial, passandopara o lado esquerdo, na porção final. As variantes I e II, possuem a porção inicial de seutraçado, à esquerda da pista atual, passando, na porção média, para o lado direito eretornando, na porção final, para o lado esquerdo. As variantes III e IV, situam-se, o tempotodo à esquerda da pista atual, sendo que a III situa-se mais à esquerda.

A partir das análises realizadas, indentificou-se a Variante IV, para ser levada ao nível deProjeto de Engenharia.

I.4.2.3. Transposição do Morro Agudo (km 255 a 258 + 900)

Duas alternativas de traçado foram propostas para a duplicação do segmento em tela: umaduplicação em paralelo, denominada "Opção Paralelo 1" e uma em pistas independentes,denominada "Opção Variante 1", apresentadas no Mapa de Pontos Notáveis.

A alternativa paralela inclui um viaduto e a independente, um túnel. A alternativa paralela, emsua porção inicial, ocupa o lado direito da pista atual e em sua porção final, o esquerdo; aopção variante estende-se, todo o tempo, pelo lado direito.

Analisando-se as condições atuais do trecho e das alternativas estudadas para sua duplicação eos impactos "diferenciais" por alternativa e sua valoração conceitual, verificou-se que aOpção Variante 1 é a melhor do ponto de vista ambiental. Finalmente, comparando-se o custodessa alternativa com o da duplicação paralela, verificamos que, ainda que em nívelsimplesmente de "Custo de construção e desapropriação" a Variante 1 tenha um custolevemente maior que a opção Paralelo 1, ao agregar-se o custo operacional, a situação seinverte, mesmo sem levar-se em conta outros custos como o de acidentes, de acréscimo detempo de viagem etc.

Assim sendo, é indicada a Variante IV para ser levada ao nível de Projeto de Engenharia.

I.4.2.4. Transposição do grande corte de rocha (km 258 + 900 a 261)

A Projetista propôs, também, neste caso, duas alternativas de traçado para a duplicação dopresente segmento: uma duplicação em paralelo, denominada "Opção Paralelo 2" e uma empistas independentes, denominada "Opção Variante 2", conforme Mapa de Pontos Notáveis.

A alternativa Variante 2 inclui um viaduto e uma ponte, enquanto a opção em paralelo é todaem terraplenagem normal. A alternativa paralela, em sua porção inicial, ocupa o lado direitoda pista atual e em sua porção final, o esquerdo; a opção variante estende-se, todo o tempo,pelo lado esquerdo.

Segundo análise das condições atuais do trecho e das alternativas estudadas para suaduplicação, dos impactos "diferenciais" e sua valoração conceitual e numérica e doscomparativos de custos, identificamos a Variante 2 como a mais adequada ambientalmente,além de apresentar o menor "Custo de construção".

Assim sendo, recomenda-se que seja ela levada ao nível de Projeto de Engenharia.

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I.4.2.5. Transposição da Zona Urbana de Cabeçudas e Canal das Laranjeiras(km 308 + 300 a 316 + 300)

Neste caso foram propostas 3 alternativas de traçado pela Projetista, conforme demonstradono Mapa de Pontos Notáveis.

A Alternativa 1 consiste na duplicação, em paralelo à pista atual, ao longo de todo osegmento. Na travessia do Canal das Laranjeiras, o aterro atual seria alargado e incluídas 9"aberturas" (pontilhões) de 10 m de extensão, para melhorar a circulação de águas entre aslagunas de Santo Antônio e Imaruí, além da duplicação da ponte existente.

Na Alternativa 2 o traçado é totalmente independente do atual, atravessando a laguna deImaruí em Ponte dupla de 3.280 m de extensão, permanecendo, a atual travessia, como acessoa Laguna, Cabeçudas e Bananal.

A Alternativa 3 é uma híbrida das duas anteriores, estendendo-se em paralelo desde o inícioaté pouco abaixo do acesso a Laguna, afastando-se daí para frente, em ponte de 1.500 m sobrea Laguna do Imaruí e retornando ao paralelismo no final do segmento.

Observando-se as condições atuais do trecho e das alternativas estudadas para sua duplicação;os impactos "diferenciais" e sua valoração conceitual e numérica; e os comparativos decustos, concluímos que a Alternativa 2 é significativamente melhor, do ponto de vistaambiental. No que diz respeito a custos, ainda que o "Custo de Construção" sejasignificativamente maior para esta Alternativa (pouco mais que o dobro), agregando-se o"Custo de Operação", as posições se invertem, mesmo sem considerar os outros custos, comode acidentes, manutenção e outros.

Estes fatos levam a recomendar a Alternativa 2 para ser levada ao nível de Projeto deEngenharia.

I.4.2.6. Transposição do Morro do Formigão (km 337 + 200 a 339 + 860)

Duas alternativas foram propostas pela Projetista: uma duplicação em paralelo, e uma empistas independentes, denominada "Variante", esquematizadas no Mapa de Pontos Notáveis.A alternativa Variante inclui um túnel, enquanto a opção em paralelo propõe um viaduto. Estaúltima se faz pelo lado direito da pista atual, na porção inicial e, pelo lado esquerdo, na porçãofinal; a variante se desenvolve todo o tempo pelo lado direito.

As condições atuais do trecho e das alternativas estudadas para sua duplicação, os impactos"diferenciais" e sua valoração conceitual e numérica e os comparativos de custos, neste caso,indicam a Variante como a mais adequada, ainda que seus custos sejam significativamentemaiores, já que a taxa de retorno do capital investido é alta e, a diferença em termosambientais é, significativa.

Estes fatores levam à recomendação da Variante para ser levada a nível de Projeto deEngenharia.

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I.4.2.7. Transposição do Banhado de Maracajá (km 402 + 500 a 411 + 200)

A Projetista propôs, neste caso, três alternativas de traçado para a duplicação do segmentoconsiderado: uma duplicação em paralelo, denominada "Alternativa 1" e duas com pistasindependentes, denominadas "Alternativa 2" e "Alternativa 3", tal como é esquematizado noMapa de Pontos Notáveis.

A Alternativa 1 inclui dois viadutos e, as outras duas apenas um viaduto cada; todas elas sedesenvolvem pelo lado direito da pista atual, sendo que a Alternativa 3 é a que mais se afasta.Esta última teria duas pistas novas, sendo que a atual permaneceria como ligação local.

Considerando-se as condições atuais do trecho e das alternativas estudadas para suaduplicação, os impactos "diferenciais" e sua valoração conceitual e numérica e oscomparativos de custos, conclui-se que, neste caso, os custos são praticamente equivalentes,com pequena vantagem para a Alternativa 1.

A questão ambiental, entretanto, dá vantagem à Alternativa 3 que é a recomendada para serlevada ao nível de Projeto de Engenharia.

I.4.2.8. Transposição da zona urbana de Araranguá (km 411 + 200 a 415 + 800)

Também neste caso a Projetista propôs três alternativas de traçado: uma duplicação emparalelo, denominada "Alternativa 1" e duas com pistas independentes, denominadas"Alternativa 2" e "Alternativa 3", também esquematizadas no Mapa de Pontos Notáveis.

A Alternativa 1 inclui duas passagens em desnível (viadutos); as Alternativas 2 e 3desenvolvem-se pelo lado direito da pista atual, ocupando o mesmo corredor, masdiferenciando-se porque a 2 contará com duas pistas novas e a 1 com uma só pista nova,formando um binário com pista atual.

Segundo as condições atuais do trecho e das alternativas estudadas para sua duplicação, osimpactos "diferenciais" e sua valoração conceitual e numérica e os comparativos de custos,pode-se concluir que os custos de construção são próximos entre as três altrnativas mas,incluindo-se os custos de "transporte", a Alternativa 1 torna-se a mais barata e a 3, a maiscara.

Em termos ambientais, entretanto, a vantagem é da Alternativa 3 que, por isso mesmo, é arecomendada para ser levada ao nível de Projeto de Engenharia.

I.4.2.9. Transposição do Morro da Gruta (km 13 + 500 a 15 + 700)

Duas alternativas foram propostas pela Projetista: uma duplicação em paralelo, e uma empistas independentes, contornando o Morro da Gruta pela direita, denominada "Variante",esquematizadas no Mapa de Pontos Notáveis.

A alternativa Variante apresenta problemas de instabilização de encostas, para as quais sãopropostas contenções, enquanto que a opção em paralelo, executada pelo lado esquerdo dapista atual, apresenta provável necessidade de aterro na margem da Lagoa Itapeva e,consequentemente, de enrocamento de proteção.

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A partir da análise dos parâmetros citados nas alternativas anteriores, podemos afirmar que,embora os custos da Variante sejam significativamente maiores, a taxa de retorno do capitalinvestido é alta e a diferença em termos ambientais é por tal modo significativa, que levam àrecomendação desta última para ser levada a nível de Projeto de Engenharia.

I.4.2.10. Transposição do Banhado do Maquiné e do Morro Alto (Lotes 3 e 4/RS)

Também para a transposição deste segmento crítico, duas alternativas foram propostas pelaProjetista: uma duplicação em paralelo (Alternativa A) e uma em pistas independentes(Alternativa B). Esta última descola da pista atual no km 63 + 100 (Lote 3), pelo ladoesquerdo desta, vindo a atingi-la novamente, seccionando-a e transpondo-a na altura do km 68+ 300. A partir desse ponto, segue pelo lado direito da mesma, para reencontrá-la no km 83(Lote 4), após atravessar, em túnel, o Morro Alto, conforme esquematizado no Mapa dePontos Notáveis. O segmento km 63 + 100 - km 83 +000 da pista atual, seria incorporado àsrodovias RS-484 e RS-407, fazendo acesso a Maquiné e Capão da Canoa, respectivamente.

Neste caso, os custos de construção são significativamente maiores para a Alternativa B mas,incluindo-se os custos de operação, esta se torna mais vantajosa. Adicionalmente, do ponto devista ambiental, a diferença favorece esmagadoramente a Alternativa B que é, por isso,recomendada para ser levada a nível de Projeto de Engenharia.

I.4.2.11. Hipótese de Não Execução da Obra

A alternativa zero ou seja a não execução da obra de duplicação da BR-101 no trechoFlorianópolis –SC- até Osório –RS- representa a curto prazo a manutenção das condiçõesatuais de precariedade, excesso de fluxo e riscos de acidentes com os respectivos prejuízos eagravantes sobre o problemático sistema rodoviário em pauta.

A não realização do empreendimento penalizará cada vez mais a sociedade em geral e osusuários da rodovia em particular. Nesse contexto pode-se mencionar os efeitos negativossobre:

• custos operacionais dos veículos que trafegam nessa rodovia;• custos do tempo de viagem de passageiros;• custos do tempo de entrega de mercadorias;• custos de acidentes rodoviários com ou sem vítimas;• outros custos.

Só no quesito referente à redução de acidentes com seus efeitos negativos em danoseconômicos, tratamento médico-hospitalar de pessoas acidentadas e perdas de vidas humanaspercebe-se de antemão e claramente que a não realização da obra representaria um ônuselevado a ser absorvido pela população humana direta e indiretamente afetada, no presentecaso melhor dizer beneficiada.

Não ocorrendo a duplicação da rodovia estima-se que a precariedade das condições de tráfegoexistentes devam continuar e, inclusive piorar em função do aumento do fluxo de veículos,crescimento e adensamento da população humana, notadamente nas sedes urbanastranspassadas pela BR-101 e ainda pela deterioração natural das condições da rodovia

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existente cuja qualidade sofrerá cada vez mais em função do aumento do uso intensivo dessarodovia.

Ademais, a não execução da obra implicará em limitações para o desenvolvimento econômicoe social da região longitudinal influenciada pelo empreendimento visto que outras alternativasde transporte nem sequer estão disponíveis ou previstas a serem implantadas.

Portanto, conforme demonstram os estudos técnicos, econômicos, sociais e ambientaisapresentados mais adiante, a não realização da obra torna-se até impensável visto que aimplantação do empreendimento é um pleito fortemente desejado e requerido há muito tempotanto pelos países integrantes do MERCOSUL bem como pelas forças políticas, econômicas esociais dos dois estados diretamente envolvidos pela duplicação da BR-101.

I.4.3. Considerações Finais

As análises efetuadas, à exceção do caso da transposição do Banhado de Maracajá, sãoabsolutamente conclusivas em estabelecer uma das alternativas propostas como a maisvantajosa, tendo sido, em todos os casos, a alternativa "em pistas independentes" a vencedora.

Na exceção acima citada (Banhado de Maracajá), onde a vencedora foi a alternativa paralela,a diferença de pontuação é bastante pequena, quase podendo considerar-se o resultado comoum "empate técnico". Coerentemente, entretanto, e em razão de considerar-se a metodologiade avaliação como suficientemente confiável, considera-se que o resultado obtido deve serlevado à sua conseqüência final, isto é, que a alternativa vencedora seja a que apresenta amelhor pontuação.

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I.5. PASSIVO AMBIENTAL

I.5.1. Introdução

Para efeito de identificação dos Passivos Ambientais os levantamentos seguiram asorientações do “Manual Rodoviário de Conservação, Monitoramento e Controle Ambientais”(DNER – 1996), item “6.2. LEVANTAMENTO DO PASSIVO AMBIENTAL”, às páginas47 a 53, modelos de “CADASTRAMENTO DE ÁREAS DEGRADADAS SEGMENTOSHOMOGÊNEOS”, dividindo os eventos em quatro grupos distintos:

GRUPO I – FAIXA DE DOMÍNIO E ÁREAS ADJACENTES.

GRUPO II – ÁREAS EXPLORADAS(PEDREIRAS, AREAIS, JAZIDAS, EMPRÉSTIMOS E BOTA-FORAS).

GRUPO III – PROBLEMAS DECORRENTES DE AÇÕES DE TERCEIROS.

GRUPO IV – INTERFERÊNCIAS COM AGLOMERAÇÕES URBANAS E/OUEQUIPAMENTOS URBANOS.

I.5.2. Identificação dos Passivos por Lote de Projeto

Na Tabela I.5-1, a seguir, encontram-se os quantitativos de passivos identificados pelasprojetistas, localizados por Lote de Projeto e classificados quanto ao Grupo, segundo oManual Rodoviário de Conservação, Monitoramento e Controle Ambientais do DNER, quepodem ser visualizados no Mapa de Pontos Notáveis.

TABELA I.5-1PASSIVOS AMBIENTAIS

PASSIVOS IDENTIFICADOS (KM)LOTE GRUPO I GRUPO II GRUPO III GRUPO IV01 RS 06 02 --- ---02 RS 01 02 --- ---03 RS 07 02 --- ---04 RS 05 03 06 1401 SC 23 09 30 ---02 SC 11 02 07 0403 SC 08 14 09 ---04 SC 04 --- --- ---05 SC 03 --- 03 1206 SC 16 01 13 1707 SC 07 02 04 0608 SC 02 01 03 ---09 SC 01 04 01 0610 SC --- 05 01 ---

Todos os passivos identificados e classificados encontram-se descritos em RelatórioEspecífico, e serão considerados, quanto a indicação de soluções, nos Projetos de Engenharia.

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II. REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL

II.1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho objetiva oferecer subsídios de ordem legal indispensáveis à elaboração doEstudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental -RIMA, relativos a duplicação da rodovia federal BR-101, trecho compreendido entreFlorianópolis (SC) e Osório (RS).O texto trata da legislação vigente, especialmente das principais disposições legais,compreendendo as respectivas Constituições, Leis, Decretos e demais normas aplicáveis àespécie, federais, estaduais e municipais.

II.2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL

II.2.1. Constituição Federal

Ao tratar do Meio Ambiente, a Constituição Federal, no Art. 225, assevera que: “Todos têmdireito ao ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial àsadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público o dever de defendê-lo e de preservá-lopara as presentes e futuras gerações”.

Para assegurar a efetividade desse direito, diz o § 1º, que incumbe ao poder público, dentreoutras atribuições:∙ preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das

espécies e ecossistemas; (I)∙ exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de

significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que sedará publicidade; (IV)

∙ controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substânciasque comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (V)

∙ proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco suafunção ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.(VII)

A Mata Atlântica, a Serra do Mar, a Zona Costeira, a Floresta Amazônica e o Pantanal Mato-Grossense, são patrimônio nacional e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro decondições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dosrecursos naturais. (Art. 225, § 4º)

CompetênciaAo tratar da organização político-administrativa do Estado, diz no Art. 23, que é competênciacomum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dentre outras:∙ proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; (VI)∙ preservar as florestas, a fauna e a fauna; (VII)∙ proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os

monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; (III)∙ proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; (V)

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Quanto aos poderes para legislar, o Art. 24 estabelece que compete tanto à União, como aosEstados e ao Distrito Federal, legislar concorrentemente sobre:∙ florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos

naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; (VI)∙ proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; (VII)∙ responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor

artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; (VIII)

Na legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais,que na sua falta, deixa para os Estados a competência plena, isto é, cada Estado poderá editarnormas próprias visando atender aos seus interesses e às suas peculiaridades. Havendosuperveniência de norma federal, a estadual perde a eficácia naquilo que lhe for contrária.

No âmbito municipal, além da competência comum antes mencionada, consta no Art. 30, quecompete aos municípios:∙ legislar sobre assuntos de interesse local (I);∙ suplementar a legislação federal e a estadual no que couber (II);∙ promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e

controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano (VIII);∙ promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação

fiscalizadora federal e estadual (IX );

II.2.2. Política Nacional do Meio Ambiente

A Lei 6938 de 31.08.1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA,seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências, diz que a PNMAtem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia àvida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio econômico, aosinteresses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos, dentreoutros, os seguintes princípios e objetivos:∙ ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente

como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vistao uso coletivo;

∙ racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;∙ planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;∙ proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;∙ controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;∙ acompanhamento do estado da qualidade ambiental.

II.2.3. Avaliação de Impactos Ambientais

A Lei 6938/81, diz que a Avaliação de Impactos Ambientais – AIA, destina-se a subsidiar adecisão sobre o licenciamento de obra ou atividade capaz de causar significativa degradaçãodo meio ambiente.

A Resolução 01/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, que dispõe sobreo Estudo de Impacto Ambiental (denominado Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA,pela Constituição Federal), exige o EPIA para licenciamento de construção de estradas derodagem com duas ou mais faixas de rolamento (Art. 2º, I). Nesse mesmo sentido a Resolução237/97, que inclui as rodovias dentre os empreendimentos que dependem de licenciamentoambiental.

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O EPIA deverá ser realizado por profissionais legalmente habilitados, às expensas doempreendedor, observando a legislação ambiental e as diretrizes adicionais que, pelaspeculiaridades do projeto e características ambientais da área, forem julgadas necessáriaspelos órgãos competentes, além de conter:

Diretrizes Gerais∙ contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as

com a hipótese de sua não execução;∙ identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de

implantação e operação da atividade;∙ definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos,

denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a baciahidrográfica na qual se localiza;

∙ considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área deinfluência do projeto, e sua compatibilidade.

Atividades Técnicas∙ diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, o que inclui uma completa

descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo acaracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando:∙ o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a

topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, ascorrentes marinhas, as correntes atmosféricas;

∙ o meio biológico e os ecossistemas naturais, destacando as espécies indicadoras daqualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção,e as áreas de preservação permanente;

∙ o meio sócio-econômico, incluindo o uso e ocupação do solo, os usos da água edemais aspectos relacionados com o tema, destacando os sítios e monumentosarqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependênciaentre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura dessesrecursos.

∙ análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através da identificaçãodos impactos, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveisimpactos relevantes, discriminando-se os impactos positivos e negativos (benéficos eadversos), diretos e indiretos, imediatos e de médio e longo prazos, temporários epermanentes, seu grau de reversibilidade, suas propriedades cumulativas e sinérgicas,assim como a distribuição dos ônus e benefícios sociais.

∙ definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos decontrole e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas.

∙ elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos enegativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.

Proposta de Reparação dos Danos CausadosProposta, projeto ou indicação de possíveis alternativas para implantação de uma unidade deconservação de domínio público e uso indireto, preferencialmente uma Estação Ecológica,conforme critério definido pelo órgão licenciador, ouvido o empreendedor, sendo que omontante dos recursos a serem empregados na área utilizada, bem como o valor dos serviços edas obras de infra-estrutura necessárias, será proporcional à alteração e ao dano ambiental aressarcir e não poderá ser inferior a 0,50% (meio por cento) dos custos totais previstos para

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implantação do empreendimento, dos quais, 15 % (quinze por cento) deverão ser aplicados naimplantação de sistemas de fiscalização, controle e monitoramento da qualidade ambiental doentorno da unidade de conservação. (Res. 02/96)

O Relatório de Impacto Ambiental – RIMA – refletirá as conclusões do EPIA e deverá serapresentado de forma objetiva e adequada à sua fácil compreensão, de modo que se possaentender as vantagens e desvantagens do empreendimento, bem como todas as conseqüênciasambientais de sua implementação, e conterá no mínimo:∙ os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas

setoriais, planos e programas governamentais;∙ a descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para

cada uma delas, nas fases de construção e operação, a área de influência, as matérias-primas e mão de obra, as fontes de energia, os processos e técnicas operacionais, osprováveis efluentes, emissões, resíduos e perdas de energia, os empregos diretos e indiretosa serem gerados;

∙ a síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência doprojeto;

∙ a descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade,considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dosimpactos e indicando métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação,quantificação e interpretação;

∙ a caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando asdiferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a hipótese desua não realização;

∙ a descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactosnegativos, mencionando aqueles que puderem ser evitados, e o grau de alteração esperado;

∙ programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;∙ recomendação quanto a alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem

geral), e quanto a unidade de conservação a ser criada para compensar os danos causadospelo empreendimento.

Finalmente, observa-se que o CONAMA poderá determinar, quando julgar necessário, arealização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetospúblicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem como aentidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impactoambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradaçãoambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional. (Art. 8º, II, comredação determinada pela Lei 8028, de 12 de abril de 1990).

II.2.4. Licenciamento Ambiental

Licenciamento Ambiental é o procedimento pelo qual o órgão ambiental competente licenciaa localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos ou atividadesutilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras oudaquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando asdisposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. (Art. 1º, I, daResolução CONAMA 237/97)

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Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -IBAMA, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades com significativoimpacto ambiental de âmbito nacional ou regional, localizadas ou desenvolvidas em dois oumais Estados. (Art. 4º. II, da Resolução 237/97)

Nesse licenciamento, o IBAMA considerará o exame técnico procedido pelos órgãosambientais dos Estados e Municípios em que se localizar o empreendimento, bem como,quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios envolvidos no processo de licenciamento.

Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabeleceas condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas peloempreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operarempreendimentos ou atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva oupotencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma possam causar degradaçãoambiental. (Art. 1º, II, da Resolução CONAMA 237/97)

Conforme o Art. 19 do regulamento da Lei 6.938/81 combinado com os Arts. 8º e 18 daResolução CONAMA 237/97 , o Poder Público, no exercício de sua competência decontrole, expedirá as seguintes licenças:∙ Licença Prévia (LP), na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou da

atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização,instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso dosolo. O prazo de validade da LP deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma deelaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento, não podendoser superior a 5 (cinco) anos;

∙ Licença de Instalação (LI), autorizando o início da implantação, de acordo com asespecificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo asmedidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. O prazo devalidade da LI deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação doempreendimento, não podendo ser superior a 6 (seis) anos;

∙ Licença de Operação (LO) autorizando, após as verificações necessárias, a operação e ofuncionamento de seus equipamentos de controle da poluição, de acordo com o previstonas Licenças Prévia e de Instalação. O prazo de validade da LO deverá considerar osplanos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo de 10(dez) anos, podendo ser renovada.

A Resolução CONAMA 237, de 19.12.97, promoveu profundas mudanças nas normas paralicenciamento ambiental, cujo procedimento, conforme o Art. 10, deverá obedecer asseguintes etapas:∙ definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos

documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo delicenciamento correspondente à licença requerida;

∙ requerimento de licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos,projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade;

∙ análise pelo órgão ambiental competente, integrante do Sistema Nacional do MeioAmbiente - SISNAMA, dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e arealização de vistorias técnicas, quando necessárias;

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∙ solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente,integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos,projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração damesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sidosatisfatórios;

∙ audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente (ResoluçãoCONAMA 09/87);

∙ solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente,decorrente de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitaçãoquando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;

∙ emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;∙ deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade.

No procedimento deverá constar, obrigatoriamente, certidão da Prefeitura Municipal,declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade coma legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, autorização parasupressão de vegetação e outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos competentes.

O órgão ambiental competente definirá, se necessário, procedimentos específicos para aslicenças ambientais, observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ouempreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas deplanejamento, implantação e operação.

Para identificar os municípios que podem se incorporar ao SISNAMA foram enviadosquestionários a 62 administrações municipais, quando se constatou que 27 municípios contamcom Secretaria ou Departamento voltados para a problemática ambiental. Diante dessasituação, decidiu-se analisar esses municípios excluindo os demais. Três aspectos foramconsiderados na análise: o número de funcionários, independente desses funcionáriosacumularem funções de outra secretaria ou departamento; a existência de sede própria, e se aSecretaria ou Departamento encarava os problemas do meio ambiente como função específicaou se a dividia com outras funções.

Com relação ao número de funcionários, 4 secretarias não possuem funcionários e 5 possuemapenas um funcionário, o titular do órgão. A maioria esmagadora dessas entidades não possuisede própria, funcionando nos prédios da prefeitura ou de outras entidades da administraçãopública (Tabela II.2-1). Apenas 11 entidades responderam que o meio ambiente constitui suafunção específica ou exclusiva, enquanto que as demais acumulam essa função com outra,provavelmente de maior relevância, especialmente as atividades voltadas para a agricultura.

Com base nessas variáveis, fez-se um primeira exclusão dos municípios cuja entidade nãodeclarou a existência de funcionários ou de apenas um funcionário, excluindo-se, assim, 8municípios, pois manteve-se Porto Alegre. O segundo critério foi excluir os municípios emque a problemática ambiental está no órgão responsável pelas obras públicas, o que é o casode dois municípios, dos quais um já havia sido excluído em virtude da inexistência defuncionários. Assim, dos 27 municípios que declararam possuir Secretaria ou Departamentovoltado para a problemática ambiental, exclui-se esses nove, permanecendo como aptos paraenquadrar-se no SISNAMA aqueles constantes na Tabela II.2-2.

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TABELA II.2-1Relação dos Municípios que contam com Secretaria de Meio Ambiente

na Área de Influencia do Empreendimento

Municípios Número deFuncionários

Sedeprópria

Específica

Araranguá 7 N Secretaria de ObrasBiguaçu 10 N Secretaria da AgriculturaCriciuma 13 S Departamento da AgriculturaFlorianópolis 22 S SimGaropaba 7 N SimIçara N Secretaria de ObrasImbituba 2 S Secretaria da AgriculturaLaguna 12 S SimPalhoça 8 N SimPasso de Torres 1 N SimSão José 1 S SimTubarão 5 N SimOsório 1 N Departamento de AgriculturaPorto Alegre S SimTerra de Areia 1 N Secretaria da SaúdeTurvo 2 N Secretaria da AgriculturaTramandaí 12 S SimXangri-lá 4 N SimBraço do Norte 2 S Secretaria da AgriculturaCocal do Sul Sem func. esp. S SimForquilhinha 1 N Secretaria da AgriculturaImaruí 9 S Secretaria da AgriculturaJacinto Machado 2 S Secretaria da AgriculturaMorro Grande 2 S Secretaria da AgriculturaOrleans 5 S Secretaria da AgriculturaPedras Grandes N Secretaria da AgriculturaSanta Rosa de Lima 6 N Secretaria da Agricultura

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TABELA II.2-2Municípios Aptos a se Enquadrar no SISNAMA

BiguaçuCriciumaFlorianópolisGaropabaImbitubaLagunaPalhoçaTubarãoPorto AlegreTurvoTramandaíXangri-láBraço do NorteImaruíJacinto MachadoMorro GrandeOrleansSanta Rosa de Lima

II.2.5. Águas

A Constituição Federal estabelece que são bens da União, dentre outros: “os lagos, rios equaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um estado,sirvam de limites com outros países ou se estendam a território estrangeiro ou deleprovenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais.” (Art. 20, III).

Nesse sistema os rios e lagos públicos pertencem à União ou ao estado-membro, conforme oterritório em que se localizem. Aos municípios nada pertence, seja fluvial ou lacustre.O regime jurídico das águas é estabelecido pelo Decreto 24.643/34 o denominado“Código de Águas”, e sua classificação é feita pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente -CONAMA.

A Resolução CONAMA 20/86 enquadrou as águas doces, salobras e salinas em nove classes,obedecendo não necessariamente o seu estado atual, mas os níveis de qualidade que deveriampossuir para atender as necessidades humanas e o equilíbrio ecológico aquático.Com esse objetivo foram fixados parâmetros e limites de contaminação, permitindo aosórgãos de controle ambiental a fixação de outros mais restritivos, a fim de atender ascondições locais.

As águas contaminadas por ação humana são denominadas nocivas. A ninguém é lícitoconspurcar ou contaminar águas em território nacional. Os infratores responderão por perdas edanos e pelas multas que lhes forem impostas, sem prejuízo da responsabilidade criminal(Arts. 109 e 110 do Código de Águas).

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Aos órgãos de controle ambiental cabe a fiscalização do cumprimento da legislação, bemcomo a aplicação das penalidades.

A Política Nacional de Recursos Hídricos é definida pela Lei 9.433 de 08.01.97, baseada nosseguintes fundamentos:∙ a água é um bem de domínio público;∙ a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;∙ em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a

dessedentação de animais;∙ a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;∙ a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de

Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;∙ a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do

Poder Público, dos usuários e das comunidades.

II.2.6. Terrenos Reservados

Terrenos reservados são os que, banhados pelas correntes navegáveis, fora do alcance dasmarés, vão até a distância de 15 metros para a parte da terra, contados desde o ponto médiodas enchentes ordinárias (Art. 14 do Código de Águas).

Ficaram assim, afetadas com servidão administrativa, as faixas de domínio particular,marginais aos rios, lagos e canais públicos.

“Tal servidão, entretanto, não tem sido entendida corretamente por muitos dos nossos juristas,que a consideram como transferência da propriedade particular para o domínio público. Oequívoco destes intérpretes é manifesto, pois as terras particulares atingidas por essa servidãoadministrativa não passaram para o domínio público, nem ficaram impedidas de ser utilizadaspor seus proprietários, desde que nelas não façam construções ou quaisquer outras obras, queprejudiquem o uso normal das águas públicas, ou impeçam o seu policiamento pelos agentesda administração.

Interpretar a reserva dessas faixas como transferências de domínio é desconhecer a natureza efinalidade da servidão que as onera, e que visa, única e exclusivamente, deixar livre asmargens das águas públicas para o policiamento pelos agentes da Administração. Por issomesmo, em caso de desapropriação, indenizam-se também as terras reservadas. Nem poderiaa lei despojar a propriedade particular sem indenização. Se o legislador assim agisse praticariaum confisco vedado pela Constituição” (in Direito Administrativo Brasileiro, Hely LopesMeirelles, RT, 16ª Ed., p. 456).

II.2.7. Flora Terrestre

Pela Constituição é dever da União, dos estados, do distrito federal e dos municípios preservaras florestas, fauna e flora existentes em seus territórios (Art. 23, VII).

Pelo Código Civil, as florestas são bens imóveis (Art. 43, I) e seguem a sorte das terras queaderem.

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O Código Florestal, instituído pela Lei 4771, de 15.09.65, considera as florestas e demaisformas de vegetação, bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se osdireitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente o Códigoestabelecem.

Considera-se uso nocivo da propriedade as ações ou omissões contrárias às disposições doCódigo Florestal, no tocante à utilização e exploração das florestas.

Com relação às florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente, oCódigo Florestal estabelece:

“Art. 2º - Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demaisformas de vegetação natural situadas

a) ao longo dos rios ou de quaisquer cursos d’água desde o nível mais alto em faixa marginal cujalargura mínima seja:

1) de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;

2) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 200 (duzentos) metrosde largura;

3) de 100 (cem) metros para os cursos d’água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos)metros de largura;

4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos)metros de largura;

5) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d água que tenham largura superior a 600(seiscentos) metros.

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d água naturais ou artificiais;

c) nas nascentes, ainda que intermitentes, e nos chamados “olhos d’água”, qualquer que seja a suasituação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura;

d) no topo dos morros, montes, montanhas e serras;

e) nas encostas ou parte destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maiordeclividade;

f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadora de mangues;

g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nuncainferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;

h) em altitude superior a 1.800 ( mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação.

Parágrafo Único: No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetrosurbanos definidos em lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todoo território abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso desolo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo”.

Quanto às florestas e demais formas de vegetação natural situadas ao redor das lagoas, lagos,reservatórios naturais ou artificiais, no topo dos morros, montes, montanhas e serras, nasencostas ou partes destas, nas restingas como fixadoras de dunas ou estabilizadoras demangues, aplica-se o disposto na Resolução CONAMA 04/85, que dispõe sobre as ReservasEcológicas.As Reservas Ecológicas são constituídas pelas florestas e demais formas de vegetação naturalde preservação permanente relacionadas no art. 2º do Código Florestal, e pelos pousos dasaves de arribação protegidos por convênios, acordos ou tratados assinados pelo Brasil comoutras nações. (Art. 18 da Lei 6938/81)

O Decreto 89336/84, que dispõe sobre essas Reservas diz que elas poderão ser públicas ouparticulares, de acordo com a sua situação dominial.

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Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando assim declaradas por ato do PoderPúblico (Federal, Estadual ou Municipal), as florestas e demais formas de vegetação naturaldestinadas a atenuar a erosão das terras, fixar dunas, formar faixas de proteção ao longo dasrodovias e ferrovias, auxiliar a defesa do território nacional, proteger sítios de excepcionalbeleza ou valor científico ou histórico, asilar exemplares da fauna e da flora ameaçados deextinção, manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas, e a assegurarcondições de bem-estar público (Art. 3º).

Quanto à supressão destas, o Código Florestal silencia, prevendo tão somente a possibilidadedisso ocorrer em relação àquelas assim declaradas por ato do Poder Público, quando“necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ouinteresse social”, conforme dispõe o parágrafo único do Art. 3º.

Diante disso, indaga-se se seria possível a supressão da vegetação constante do Art. 2º, que sópelo efeito da Lei, é considerada de preservação permanente. A questão é ainda bastantepolêmica. Todavia, é evidente que toda intervenção no meio ambiente natural acarreta danode maior ou menor intensidade ao meio.

A interpretação literal do dispositivo do Código Florestal, está a nos dizer que seria vedadosuprimir qualquer vegetação, de maior ou menor porte, de preservação permanente, assimclassificada pelo Art. 2º.

Entretanto, observe-se que as florestas e demais formas de vegetação natural relacionadas noArt. 2º do Código Florestal foram transformadas em Reservas Ecológicas por determinaçãodo Art. 18 da Lei Ambiental Brasileira nº 6938/81.

Essa mesma Lei atribui poderes ao CONAMA para “estabelecer normas, critérios e padrõesrelativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao usoracional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos” (Art. 8º, VII).

Recursos ambientais são: “a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, osestuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora” (Art.3º, V, com as alterações impostas pela Lei 7803/89)

Dúvida não há de que a legislação ambiental, editada posteriormente ao Código Florestal,quando obriga a realização de avaliação de impactos ambientais para a construção de obras ouinstalação de atividades capazes de causar significativa degradação ambiental, pretendeusuprir a omissão do Código Florestal. Sem essa previsão, seria impossível, sem autorizaçãoconcedida por lei, a execução de qualquer empreendimento, inclusive de utilidade pública,tais como: hidrelétricas, linhas de transmissão, rodovias, ferrovias, etc. Note-se que hoje,tanto a Constituição Federal como a Estadual, exigem para construção ou instalação de obrasou atividades a elaboração de estudo prévio de impacto ambiental.Finalmente, é de ser observado que também são de preservação permanente as florestas edemais formas de vegetação existentes nas nascentes dos rios, numa área denominadaParalelograma [sic] de Cobertura Florestal. (Lei 7754/89)

Mata AtlânticaComo observado anteriormente, dentre os bens considerados patrimônio nacional, está aMata Atlântica. Em razão disso, sua utilização far-se-á na forma da lei e dentro de condições

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que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto aos usos dos recursosnaturais (C.F. Art. 225, § 4º)

Dentre as características da Mata Atlântica está a de ser “recordista mundial” embiodiversidade e a segunda floresta mais ameaçada de extinção do mundo. Por isso mesmo, éconsiderada a grande prioridade para a conservação de biodiversidade em todo o continenteamericano.

A riqueza é tão significativa que os dois maiores recordes mundiais de diversidade de plantaslenhosas foram registrados nessa região 454 espécies em um único hectare do sul da Bahiae 476 espécies em amostra de mesmo tamanho no norte do Espírito Santo. As estimativasindicam ainda que essa floresta abriga 261 espécies de mamíferos, 620 espécies de pássaros,260 de anfíbios, além de aproximadamente 20.000 espécies de plantas vasculares, das quaismais da metade restritas à Mata Atlântica. A maioria dos animais e plantas ameaçados deextinção no Brasil estão na Mata Atlântica, habitat das sete espécies brasileiras consideradasrecentemente extintas.

A Mata Atlântica significa também abrigo para várias populações tradicionais e garantia deabastecimento de água e qualidade de vida para mais de 100 milhões de pessoas. Mesmoassim, segundo dados recém divulgados pelo INPE e pela SOS Mata Atlântica, o ritmo dodesmatamento no Estado do Espírito Santo, aumentou em 80% entre 1990 e 1995.

A falta de ação do governo federal e as tentativas de afrouxar a legislação federal em vigor,estão estimulando a aprovação de legislações estaduais nocivas à conservação da MataAtlântica, como já aconteceu em Santa Catarina e no Paraná. O projeto de Lei Federal daMata Atlântica, para definir uma política efetiva de proteção desta floresta, tramita há cincoanos no Congresso, submetido a pressões e tentativas de redução do âmbito de aplicação dalei.” (Rede Verde, Notícias do Meio Ambiente, dezembro de 1997, “Ambientalistas apelamao Presidente para salvar a Mata Atlântica”, Curitiba, PR)

O Decreto Federal 750/93, considera Mata Atlântica as formações florestais e ecossistemasassociados, com as respectivas delimitações estabelecidas pelo Mapa de Vegetação do Brasil,IBGE 1988: Floresta Ombrófila Densa Atlântica, Floresta Ombrófila Mista, FlorestaOmbrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual,manguezais, restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais doNordeste.

Pelo Decreto está proibida a exploração da Mata Atlântica quando esta tenha “a função deproteger espécies da flora e fauna silvestres ameaçadas de extinção, formar corredores entreremanescentes de vegetação primária ou em estágio avançado e médio de regeneração, ouainda de proteger o entorno de unidades de conservação, bem como a utilização das áreas depreservação permanente, de que tratam os artigos 2º e 3º da Lei 4.771/65” (Art. 7º).A exploração poderá ocorrer quanto ausentes tais funções, desde que observadas as seguintescondições impostas para os casos:∙ floresta primária ou em estágio avançado e médio de regeneração, a supressão poderá ser

autorizada quando necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos deutilidade pública ou interesse social, mediante aprovação de estudo de relatório de impactoambiental e decisão motivada do órgão estadual competente, com anuência prévia doIBAMA, informando-se ao CONAMA (Art. 1º, § 1º). Neste caso, poderá também serefetuada exploração seletiva de determinadas espécies nativas desde que observados os

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seguintes requisitos: I - não promova a supressão de espécies distintas das autorizadasatravés de práticas de roçadas, bosqueamento e similares; II - elaboração de projetos,fundamentados, entre outros aspectos, em estudos prévios técnico-científicos de estoques ede garantia de capacidade de manutenção da espécie; III - estabelecimento de área e deretiradas máximas anuais; IV - prévia autorização do órgão estadual competente, de acordocom as diretrizes e critérios técnicos por ele estabelecidos. Também poderá ocorrerexploração eventual de espécies da flora por populações tradicionais, utilizadas paraconsumo em suas propriedades ou posses (Art. 2º e parágrafo único);

∙ secundária nos estágios médio e avançado de regeneração, o parcelamento do solo ouqualquer edificação para fins urbanos só serão admitidos quando de conformidade com oplano diretor do Município e demais legislações de proteção ambiental, mediante préviaautorização dos órgãos estaduais competentes e desde que a vegetação não apresentequalquer das seguintes características: I - ser abrigo de espécies da flora e fauna silvestresameaçadas de extinção; II - exercer função de proteção de mananciais ou de prevenção econtrole de erosão; III - ter excepcional valor paisagístico (Art. 5º).

Os parâmetros básicos para análise e caracterização dos estágios de sucessão da mataencontram-se discriminados nas Resoluções/CONAMA 10/93, 03/96, 04/94 e 33/94, estasduas últimas específicas para os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul,respectivamente. Os termos técnicos empregados, são objeto de glossário aprovado pelaResolução 12/94.

Vale observar que por imposição do § 4º do Art. 225 da Constituição Federal, a exploração daMata Atlântica far-se-á na forma que dispuser a Lei e dentro de condições que assegurem apreservação do meio ambiente, inclusive quanto aos usos dos recursos naturais.

Entretanto, até o momento a matéria não foi regulamentada na forma exigida pelaConstituição, ou seja, através de Lei, existindo todavia os projetos de lei: nº 2200, de 1989, deautoria do Dep. Uldurico Pinto, e nº 3285, de 1992, de autoria do Deputado Fábio Feldmann(com o polêmico substitutivo do Dep. Paulo Bornhaunsen), além do mais recente Anteprojetode Consolidação das Leis Ambientais Brasileiras (que também trata da matéria), objeto doestudo anexo a este trabalho.

Enquanto isso aplicam-se de forma legalmente discutível, diga-se , as regras impostaspelo Decreto Federal 750/93 e pelas Resoluções do CONAMA.

II.2.8. Fauna Silvestre

A Lei 5197, de 03.01.67, se apresenta hoje como uma das mais importantes na legislaçãofederal, pois especifica e estabelece normas de proteção à fauna silvestre, dando premissasbásicas de defesa à vida animal.São considerados silvestres os animais de quaisquer espécies e em quaisquer fases do seudesenvolvimento, que vivem naturalmente fora de cativeiro, bem como os seus ninhos,abrigos e criadouros naturais (Art. 1º).

Uma grande inovação que se apresentou nesta Lei foi a determinação de que tais animaispassaram à propriedade do Estado. Tendo a fauna silvestre se incorporado ao patrimônio doEstado, resulta que, a proibição da caça e a regulamentação da pesca deixaram de constituirlimitação administrativa ao direito de propriedade consubstanciado na apanha das coisas

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que, segundo o Código Civil eram sem dono, sujeitas à apropriação dentro dos limitesterritoriais da propriedade imóvel para se tornarem atividades sujeitas à permissão efiscalização do Poder Público.

A competência para legislar sobre fauna é concorrente entre a União, os Estados e o DistritoFederal (Art. 24, IV).

A Lei da Fauna, autoriza o Poder Público (Federal, Estadual e Municipal) a criar ReservasBiológicas, onde as atividades de utilização, perseguição, caça, apanha, ou introdução deespécimes da fauna e flora silvestres e domésticas, bem como modificações do meio ambientea qualquer título, são proibidas, ressalvadas as atividades científicas devidamente autorizadaspela autoridade competente (Art. 5º, “a”). Faculta, também, a instituição de Parques de Caça(Federal, Estadual e Municipal), não tendo sido, entretanto, até o momento criada nenhumaunidade dessa modalidade de área.

II.2.9. Patrimônio Cultural

Na seção dedicada à Cultura, a Constituição Federal prescreve:

“Art. 216 - Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomadosindividualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentesgrupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: ...VI - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,ecológico e científico.

§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio culturalbrasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formasde acautelamento e preservação.”

A competência para proteger documentos, obras e outros bens de valor histórico, artístico ecultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos écompartilhada pela União, estados, distrito federal e municípios.

O Decreto-lei 25, de 30.11.37, que organiza a proteção do patrimônio histórico e artísticonacional, preceitua:

“Art. 1º. Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes noPaís e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história doBrasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.

§ 1º - Os bens a que se refere o presente artigo só serão considerados parte integrante do patrimônio histórico eartístico brasileiro, depois de inseridos separada ou agrupadamente num dos quatro livros do Tombo, de quetrata o Art. 4. desta lei.

§ 2º - Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são também sujeitos a tombamento osmonumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe conservar ou proteger pela feição notávelcom que tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana.”

Os monumentos arqueológicos e pré-históricos estão também sob a proteção do PoderPúblico, pela Lei Federal 3924, de 20.07.61, que estabelece:

“Art. 2º - Consideram-se monumentos arqueológicos ou pré-históricos:

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a) as jazidas de qualquer natureza, origem ou finalidade, que representem testemunhos da cultura dospaleoameríndios do Brasil, tais como sambaquis, montes artificiais, ou tesos, poços sepulcrais, jazigos,aterrados, estearias e quaisquer outras não especificadas aqui, mas de significado idêntico, a juízo daautoridade competente;b) os sítios nos quais se encontram vestígios positivos de ocupação pelos paleoameríndios, tais como grutas,lapas e abrigos sob a rocha;c) os sítios identificados como cemitérios, sepulturas ou locais de pouso prolongado ou de aldeamento,“estações” e “cerâmios”, nos quais se encontrem vestígios humanos de interesse arqueológico oupaleoetnográfico;d) as inscrições rupestres ou locais como sulcos de polimentos de utensílios ou outros vestígios de atividade dospaleoameríndios.”

Essa mesma Lei, no Art. 3º, proíbe o aproveitamento econômico, a destruição ou mutilaçãodas jazidas arqueológicas ou pré-históricas conhecidas como sambaquis, casqueiros,concheiros, birbigueiras ou sernambis, bem como dos sítios, inscrições e objetos enumeradosnas alíneas “a”, “c” e “d”, supra, antes de serem devidamente pesquisados.

Compete ao órgão encarregado do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional manter umcadastro dos monumentos arqueológicos, no qual estão registradas todas as jazidasmanifestadas, bem como das jazidas que se tornarem conhecidas por qualquer via.

Nesse campo, merece ser mencionada a Convenção Relativa à Proteção do PatrimônioMundial, Cultural e Natural, de 1972, promulgada pelo Decreto 80978, de 12/12/77, quedefine Patrimônio Cultural e Natural; dispõe sobre a proteção nacional e internacional dessesmesmos patrimônios; cria o Comitê Intergovernamental da Proteção do Patrimônio Mundial,Cultural e Natural; e prevê as modalidades de assistência internacional.

II.2.10. Limitações Administrativas ao Direito de Propriedade e Desapropriação

Limitação administrativa, é toda imposição geral, gratuita, unilateral e de ordem pública,condicionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares às exigências dobem-estar social. Derivam, comumente, do poder de polícia inerente e indissociável daAdministração, e se exteriorizam em imposições unilaterais e imperativas, sob tríplicemodalidade positiva (fazer), negativa (não fazer) ou permissiva (deixar de fazer).

Essas limitações não são absolutas, nem arbitrárias. Encontram seus lindes nos direitosindividuais assegurados pela Constituição e devem expressar-se em forma legal. Só sãolegítimas quando representem razoáveis medidas de condicionamento do uso da propriedade,em benefício do bem-estar social (Const. da Rep., Art. 170, III), e não impedem sua utilizaçãosegundo a sua destinação natural.

Além disso, para que sejam admissíveis as limitações administrativas sem indenização, comoé de sua índole, hão de ser gerais, isto é, dirigidas a propriedades indeterminadas, masdetermináveis no momento de sua aplicação.” (in Direito Administrativo Brasileiro - HelyLopes Meirelles, 16 ª ed., 1991, RT, SP, p. 530).Ao tratar dos direitos e deveres individuais e coletivos, a Constituição Federal prescreve noArt. 5º que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo aosbrasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, àliberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

O Código Civil explicita no Art. 530 que a propriedade imóvel é adquirida pela transcrição dotítulo de transferência no Registro de Imóveis, pela acessão, pelo usucapião e pelo direito

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hereditário. Da mesma forma, enuncia a perda da propriedade imóvel pela alienação, pelarenúncia, pelo abandono, pelo perecimento do imóvel (Art. 589) e mediante desapropriaçãopor necessidade ou utilidade pública.

A desapropriação por utilidade pública é regulada pelo Decreto-lei 3365, de 21/06/41 e, a porinteresse social, pela Lei 4132, de 10.09.1962.

Mediante declaração, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, estados, distritofederal e municípios. Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráterpúblico ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promoverdesapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato. Pode também oPoder Legislativo tomar a iniciativa da desapropriação, cumprindo ao Executivo, neste caso,praticar os atos necessários à sua efetivação.

A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou ser intentada judicialmente dentro decinco anos no caso de utilidade pública, e de dois anos no caso de interesse social, contadosda data da expedição do respectivo decreto, e findo os quais, este caducará. Neste caso,somente decorrido um ano, poderá o mesmo bem ser objeto de nova declaração.

Ao Poder Judiciário é vedado, no processo de desapropriação, decidir se estão presentes ounão casos de utilidade pública ou interesse social. Se o expropriante alegar urgência edepositar a quantia arbitrada, o juiz mandará imití-lo na posse do bem, desde que a requeirano prazo máximo de cento e vinte dias.

A imissão de posse poderá ocorrer independentemente da citação do réu, mediante depósitodo valor cadastral do imóvel rural, caso esse valor tenha sido atualizado no ano fiscalimediatamente anterior. Não tendo havido a atualização, o juiz fixará, independentemente deavaliação, a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixadooriginariamente o valor cadastral, e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel.

A sentença que fixar o valor da indenização quando este for superior ao preço oferecido,condenará o expropriante a pagar honorários de advogado sobre o valor da diferença.

Decorrido o prazo superior a um ano a partir da avaliação, o juiz ou tribunal, antes da decisãofinal, determinará a correção monetária do valor apurado, conforme índice fixado pelo PoderPúblico. “Em desapropriação, é devida a correção monetária até a data do efetivo pagamentoda indenização, devendo proceder-se à atualização do cálculo ainda que por mais de uma vez”(Súmula 561, do STF).

Os juros de mora serão devidos na base de seis por cento ao ano, calculados a partir dotrânsito em julgado da sentença que fixa a indenização (Súmula 70, do TFR), e os juroscompensatórios correrão desde a antecipada imissão de posse ordenada pelo Juiz por motivode urgência (Súmula 164 do STF), na base de doze por cento ao ano, (Súmula 618, do STF),calculados até a data do laudo, sobre o valor simples da indenização, desde então, sobrereferido valor corrigido monetariamente (Súmula 74, do TFR).

Finalmente, merece registro a Súmula 142, do Tribunal Federal de Recursos - TFR, que isentade desapropriação as faixas “non aedificandi” existentes ao longo das estradas de rodagem:“A limitação administrativa “non aedificandi” imposta aos terrenos marginais das estradas de

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rodagem, em zona rural, não afeta o domínio do proprietário, nem obriga a qualquerindenização.

II.2.11. Destinação de 1% do Valor de Projetos e Obras Federais para Mitigação de

Impactos

O Decreto nº 95.733, de 12.02.88, impõe que no planejamento de projetos e obras, de médio egrande porte, executados total ou parcialmente com recursos federais, serão considerados osefeitos de caráter ambiental, cultural e social, que esses empreendimentos possam causar aomeio considerado. (Art. 1º)

Identificados efeitos negativos de natureza ambiental, cultural e social, os órgãos e entidadesfederais incluirão, no orçamento de cada projeto ou obra, dotações correspondentes, nomínimo, a 1% (um por cento) do mesmo orçamento destinadas à prevenção ou à correçãodesses efeitos. (Parágrafo primeiro).

Os projetos e obras já em execução ou em planejamento, deverão ser revistos a fim de daratendimento à determinação (Art. 2º). Tais recursos deverão ser repassados aos órgãos ouentidades públicas responsáveis pela execução das medidas preventivas ou corretivas, quandonão afeta ao responsável pela obra ou projeto. (Art. 3º).

Vale observar que essas imposições legais justificam-se pelo fato de que a execução de algunsprojetos e a construção de obras federais, podem causar impactos de natureza ambiental,cultural e social que exijam medidas corretivas por parte do Poder Público, envolvendo, emmuitos casos, os Estados e Municípios onde se situam esses empreendimentos, considerandoque nem sempre as Administrações Estaduais e Municipais dispõem de recursos einfra-estrutura necessários para agir prontamente no sentido de evitar esses impactos, e que aexecução desses empreendimentos visa ao desenvolvimento, à melhoria das condições domeio e à elevação do nível de vida das comunidades envolvidas, não sendo justo que osreflexos negativos deles decorrentes causem efeitos contrários ao objetivado pelo Governo,bem como, que a execução de projetos e a construção de obras federais devem procurarmanter o equilíbrio entre o avanço que imprimem ao meio e o bem-estar da população local,para que esta se beneficie dos resultados a serem alcançados.

II.2.12. Gerenciamento Costeiro

O Brasil possui 7.367 km de linha costeira, sem levar em conta os recortes litorâneos (baías,reentrâncias, golfões etc.), que ampliam significativamente essa extensão, elevando-a paramais de 8,5 mil km.

O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro - PNGC, instituído pela Lei nº 7.661, de16.05.88, como parte integrante da Política Nacional para os Recursos do Mar e da PolíticaNacional do Meio Ambiente, visa orientar a utilização racional dos recursos na ZonaCosteira, de forma a contribuir para elevar a qualidade da vida de sua população e a proteçãodo seu patrimônio natural, histórico, étnico e cultural.

A Lei instituidora estabelece que o PNGC será elaborado e executado observando normas,critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente,estabelecidos pelo CONAMA, que contemplem entre outros, os seguinte aspectos:

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urbanização; ocupação e uso do solo, do subsolo e das águas; parcelamento e remembramentodo solo; sistema viário e de transporte; sistema de produção, transmissão e distribuição deenergia; habitação e saneamento básico; turismo, recreação e lazer; patrimônio natural,histórico, étnico, cultural e paisagístico. (Art. 5º)

O Plano será aplicado com a participação da União, dos Estados, dos Territórios e dosMunicípios, através de órgãos e entidades integradas ao Sistema Nacional do Meio Ambiente- SISNAMA. (Art. 4º, § 2º)

Os Estados e Municípios poderão instituir, através de lei, os respectivos Planos Estaduais eMunicipais de Gerenciamento Costeiro, observadas as normas e diretrizes do Plano Nacionale o disposto nesta Lei, e designar os órgãos competentes para a execução desses Planos. (Art.5º, § 1º)

Normas e diretrizes sobre o uso do solo, do subsolo e das águas, bem como limitações eutilização de imóveis podem ser estabelecidas nos Planos de Gerenciamento Costeiro,Nacional, Estadual e Municipal, prevalecendo sempre as disposições de natureza maisrestritiva (Art. 5º, § 2º).

Zona Costeira, como definida pela Lei, compreende o espaço geográfico de interação do ar,do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa marítimae outra terrestre, que serão definidas pelo Plano (Art. 2º, Parágrafo único), que será objeto dezoneamento, visando disciplinar os usos e atividades, dando prioridade à conservação eproteção, entre outros, dos seguintes bens (Art. 3º):

I - recursos naturais, renováveis e não renováveis; recifes, parcéis e bancos de algas; ilhascosteira e oceânicas; sistemas fluviais, estuarinos e lagunares, baías e enseadas; praias;promontórios, costões e grutas marinhas; restingas e dunas; florestas litorâneas, manguezais epradarias submersas;II - sítios ecológicos de relevância cultural e demais unidades naturais de preservaçãopermanente;III - monumentos que integrem o patrimônio natural, histórico, paleontológico, espeleológico,arqueológico, étnico, cultural e paisagístico.

Todavia, embora o PNGC tenha dado critérios para o estabelecimento da zona costeira,deixou a exata definição de zona costeira aos Planos Estaduais, obedecidas as seguintescondições:I - não fragmentação da unidade natural dos ecossistemas costeiros;II - para a linha externa da faixa terrestre, a linha de cristas da configuração topográfica dolitoral, ou no caso de planícies costeiras muito extensas, o ponto até onde se faz sentir ainfluência do mar;III - para o limite externo da faixa marítima, o espaço submerso até onde ocorrammovimentos (ondas, correntes e marés). Adotou também as linhas de base: a) para a faixamarítima, 5 milhas a partir da linha da costa; b) para a faixa terrestre, 20 quilômetros sobreuma perpendicular, contados também a partir da Linha de Costa.

Entretanto os Planos Estaduais de Gerenciamento Costeiro podem aumentar esses limites,segundo suas peculiaridades.

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Para evitar a degradação ou o uso indevido dos ecossistemas, do patrimônio e dos recursosnaturais da Zona Costeira, o PNGC poderá prever a criação de unidades de conservaçãopermanente, na forma da legislação em vigor (Art. 9º)O PNGC, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e daAmazônia Legal (MMA), prevê três instrumentos de ação:I - a criação de um Sistema Nacional de Informações do Gerenciamento Costeiro(SIGERCO), composto de um banco de dados georeferenciado, em fase de implantação, e daconstituição de uma rede informatizada, articulando todos os dezessete estados litorâneos àcoordenação nacional, provendo informações de qualidade e constantemente atualizadas, queapóiem os diversos setores de governo e sociedade que atuam na zona costeira, no processode tomada de decisões;II - a implementação de um programa de zoneamento costeiro, executado de formadescentralizada pelos órgãos estaduais de meio ambiente e de planejamento. Este zoneamentoé baseado em processo participativo, politicamente legitimado, onde se obtém umlevantamento do uso atual nos diversos setores estaduais, consolidado em diagnósticos sócio-ambientais, que apóiam a elaboração de cenários prospectivos para a delimitação de propostade uso futuro, em bases sustentáveis, que oriente os critérios para a implementação deinstrumentos legais de ordenamento da ocupação de cada uma das regiões zoneadas;III - a elaboração, também descentralizada e participativa, de planos de gestão e programas demonitoramento, incluindo-se neste contexto, a esfera municipal.

Além desses, outros instrumentos foram inseridos pela Resolução nº 005, de 3.12.97 daComissão Interministerial para os Recursos do Mar, como será visto adiante.

Os planos de gestão visam o planejamento de ações articuladas de governo e sociedade,direcionadas à solução de problemas considerados prioritários, buscando identificarresponsabilidades e conjugar esforços voltados à obtenção de metas ambientais, podendo serutilizados na implantação das propostas obtidas no zoneamento, nos locais onde este estejaconcluído. Os programas de monitoramento visam acompanhar a evolução do processo deocupação e sua gestão, buscando atualizar as informações disponíveis, a partir da definição deindicadores e de responsabilidades referentes à sistemática de coleta de dados.

Para fins do gerenciamento, considera-se praia a área coberta e descoberta periodicamentepelas águas, acrescida da faixa subseqüente de material detrítico, tal como areias, cascalhos,seixos e pedregulhos, até o limite onde se inicie a vegetação natural, ou, em sua ausência,onde comece outro ecossistema (Art. 10, § 3º), e salienta-se que as praias são consideradasbens públicos de uso comum do povo, sendo assegurado, sempre, livre e franco acesso a elase ao mar, em qualquer direção e sentido, ressalvados os trechos considerados de interesse desegurança nacional ou incluídos em áreas protegidas por legislação específica (Art. 10), nãosendo permitida a urbanização ou qualquer forma de utilização do solo que impeça oudificulte o acesso (§ 1º)

O licenciamento para parcelamento e remembramento do solo, construção, instalação,funcionamento e ampliação de atividades, com alterações das características naturais da ZonaCosteira, deverá observar, além do disposto na Lei 7.661/88, as demais normas específicasfederais, estaduais e municipais, respeitadas as diretrizes dos Planos de GerenciamentoCosteiro (Art. 6º), sendo que a falta ou o descumprimento, mesmo parcial das condições dolicenciamento serão sancionados com interdição, embargo ou demolição, sem prejuízo dacominação de outras penalidades previstas em lei (§ 1º).

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Embora a Lei tenha estabelecido que seu regulamento seria editado no prazo de 180 dias desua publicação na imprensa oficial, até agora, a matéria foi objeto somente da Resolução nº 01da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), de 21.12.90 instituídapelo Decreto n° 96.660, de 6.09.88, com composição e funcionamento disciplinado peloDecreto nº 1.540, de 27.06.95 , aprovada na 25ª Reunião Ordinária do Conselho Nacionalde Meio Ambiente (CONAMA).

Em 1997, a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar baixou a Resolução nº 005, de03.12.97, aprovando o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro II (PNGC II), elaboradopelo Grupo de Coordenação definido no Dec. 1.540/95, supra referido, submetido à audiênciado CONAMA em sua 48º Reunião Ordinária.

De acordo com essa Resolução, que contém definições dos termos nela empregados (AnexoA), a área de abrangência do PNGC compreende:I – Zona costeira – o espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seusrecursos ambientais, abrangendo as seguintes faixas:

I.1 - Faixa Marítima – é a faixa que se estende mar afora distando 12 milhas marítimas dasLinhas de Base, estabelecidas de acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre oDireito do Mar, compreendendo a totalidade do Mar Territorial;I.2 - Faixa Terrestre – é a faixa do continente formada pelos municípios que sofreminfluência direta dos fenômenos ocorrentes na Zona Costeira, a saber:

a) os municípios defrontantes com o mar, assim considerados em listagem desta classe,estabelecida pelo IBGE;b) os municípios não defrontantes com o mar que se localizem nas regiões metropolitanaslitorâneas;c) os municípios contíguos às grandes cidades e às capitais estaduais litorâneas, queapresentem processo de conurbação;d) os municípios próximos ao litoral, até 50 km da linha da costa, que aloquem, em seuterritório, atividades ou infra-estruturas de grande impacto ambiental sobre a Zona Costeira,ou ecossistemas costeiros de alta relevância;e) os municípios estuarinos-lagunares, mesmo que não diretamente defrontantes com o mar,dada a relevância destes ambientes para a dinâmica marítimo-litorânea; ef) os municípios que, mesmo não defrontantes com o mar, tenham todos seus limitesestabelecidos com os municípios referidos nos itens anteriores.

Além dos instrumentos de gerenciamento ambiental previstos no art. 9 º da Lei nº 6.938/81,que trata da Política Nacional do Meio Ambiente, serão considerados para o PNGC, osseguintes instrumentos de gestão:I – O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro – PEGC, legalmente estabelecido, deveexplicitar os desdobramentos do PNGC, visando a implementação da Política Estadual deGerenciamento Costeiro, incluindo a definição da responsabilidade e procedimentosinstitucionais para a sua execução;II - O Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro – PMGC, legalmente estabelecido,deve explicitar os desdobramentos do PNGC e do PEGC, visando a implementação daPolítica Municipal de Gerenciamento Costeiro, incluindo as responsabilidades e osprocedimentos institucionais para a sua execução territorial e outros pertinentes aoplanejamento municipal;III – O Sistema de Informações do Gerenciamento Costeiro – SIGERCO – componente doSistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (SINIMA), se constitui em umsistema que integra informações do PNGC, proveniente de banco de dados, sistema de

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informações geográficas e sensoriamento remoto, devendo propiciar suporte e capilaridadeaos subsistemas estruturados/gerenciados pelos Estados e Municípios;IV- O Sistema de Monitoramento Ambiental da Zona Costeira – SMA-ZC, se constitui naestrutura operacional de coleta de dados e informações, de forma contínua, de modo aacompanhar os indicadores de qualidade sócio-ambiental da Zona Costeira e propiciar osuporte permanente dos Planos de Gestão;V – O Relatório de Qualidade Ambiental da Zona Costeira – RQA-ZC, consiste noprocedimento de consolidação periódica dos resultados produzidos pelo monitoramentoambiental e, sobretudo, de avaliação de eficiência e eficácia das medidas e ações da gestãodesenvolvidas. Esse Relatório será elaborado, periodicamente, pela Coordenação Nacional doGerenciamento Costeiro, a partir dos Relatórios pelas Coordenações Estaduais;VI – O Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro – ZEEC se constitui no instrumentobalizador do processo de ordenamento territorial necessário para a obtenção das condições desustentabilidade ambiental do desenvolvimento da Zona Costeira, em consonância com asdiretrizes do Zoneamento Ecológico-Econômico do território nacional;VII – O Plano de Gestão da Zona Costeira – PGZC compreende a formulação de umconjunto de ações estratégicas e programáticas, articuladas e localizadas, elaboradas com aparticipação da sociedade, que visam orientar a execução do Gerenciamento Costeiro. Esseplano poderá ser aplicado nos diferentes níveis de governo e em variadas escalas de atuação.

Ainda, de acordo com a citada Resolução, o PNGC tem como finalidade primordial, oestabelecimento de normas gerais visando a gestão ambiental da Zona Costeira, lançandobases para a formulação de políticas, planos e programas estaduais e municipais.

As atribuições e competências na execução do PNGC, estão assim distribuídas:I – Nível Federal:a) o MMA coordenará a implementação do PNGC, estabelecendo estreita articulação com osórgãos e colegiados existentes nos três níveis de governo, cujas atribuições tenham vinculaçãocom as atividades do Plano, dentre outras;b) o IBAMA, com as atribuições de executar a parte federal do controle e manutenção daqualidade do ambiente costeiro, em estrita consonância com as normas estabelecidas peloCONAMA, dentre outras;II – Nível EstadualOs Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, planejarão eexecutarão suas atividades de Gerenciamento Costeiro em articulação intergovernamental,com os municípios e com a sociedade, especialmente, elaborar, implementar executar eacompanhar o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro, obedecidas as normas legaisfederais e o PNGC;III – Nível MunicipalOs Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, planejarão eexecutarão suas atividades de Gerenciamento Costeiro em articulação intergovernamental ecom a sociedade, devendo elaborar, implementar, executar e acompanhar o Plano Municipalde Gerenciamento Costeiro, observadas as diretrizes do PNGC e do Plano Estadual deGerenciamento Costeiro.

Finalmente, os municípios abrangidos pela faixa terrestre da Zona Costeira, de interesse destetrabalho, conforme Anexo B, publicado no D.O.U, de 14.01.98, são, por Estados, osseguintes: I - Santa Catarina

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Itapoá, São Francisco do Sul, Joinville, Araquari, Balneário Barra do Sol, Barra Velha,Imaruí, Piçarras, Penha, Navegantes, Itajaí, Balneário Camboriú, Camboriú, Itapema, PortoBelo, Tijucas, Governador Celso Ramos, Biguaçu, Florianópolis, São José, Palhoça, PauloLopes, Garopaba, Imbituba, Laguna, Jaguaruna, Içara, Araranguá, Sombrio, São João do Sul,Bombinhas, Guaruva, Passo de Torres, Santa Rosa do Sul, Balneário Arroio do Silva eBalneário Gaivota.II - Rio Grande do SulTorres, Arroio do Sal, Três Cachoeiras, Três Forquilhas, Maquiné, Capão da Canoa, Terra daAreia, Xangrilá, Osório, Imbé, Tramandaí, Cidreira, Palmares do Sul, Viamão, Mostardas,Barra do Ribeiro, Tapes, Tavares, Camaquã, Arambé, São José do Norte, São Lourenço doSul, Rio Grande, Pelotas, Arroio Grande, Jaguarão e Santa Vitória do Palmar.

II.3. LEGISLAÇÃO ESTADUAL

II.3.1. Estado de Santa Catarina

Constituição

A Constituição do Estado de Santa Catarina, no Art. 181 , impõe ao Poder Público e a todosos cidadãos, o dever de defendê-lo e preservá-lo, cabendo ao Poder Público, dentre outrasatribuições (Art. 182):∙ preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das

espécies e ecossistemas; (I)∙ proteger a flora e a fauna, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função

ecológica, provoquem extinção de espécie ou submetam animais a tratamento cruel; (III)∙ definir, em todas as regiões do Estado, espaços territoriais e seus componentes a serem

especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através delei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquemsua proteção; (IV)

∙ exigir, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativadegradação do meio ambiente, estudos prévios de impacto ambiental, a que se darápublicidade. (V)

Cumpre observar que por imposição do Art. 184, a Mata Atlântica, a Serra Geral, a Serra doMar e a Serra Costeira, bem como as faixas de proteção de águas superficiais, sãoconsideradas áreas de interesse ecológico, cuja utilização, preservados seus atributosespeciais, dependerá sempre de autorização prévia da Assembléia Legislativa.

Lei Ambiental

A Lei 5.793, de 15.10.80, dispõe sobre a proteção e melhoria da qualidade ambiental noEstado de Santa Catarina. Com essa finalidade, fixa, dentre outras, diretrizes visando:∙ a compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a proteção, preservação e

melhoria da qualidade ambiental;∙ a definição de áreas prioritárias de ação governamental, relativas à qualidade ambiental;∙ o estabelecimento de critério e padrões de qualidade ambiental, de normas relativas aos

recursos naturais e ao uso e ocupação do solo;∙ a fixação de critérios baseados em área disponível e infra-estrutura existente, para aferição

e grau de saturação;∙ a fiscalização do cumprimento dos padrões e normas de proteção ambiental.

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Com o objetivo preservacionista, a Lei autoriza o Poder Executivo a criar áreas de proteçãoespecial e zonas de reserva ambiental, especificadas adiante.Nas áreas de proteção especial, o uso e ocupação do solo, bem como de zonas de reservaambiental serão objeto de regulamentação, ouvidos os Municípios interessados.

No mais, a Lei impõe aos órgãos e entidades da Administração Pública e aosempreendimentos privados, a compatibilização dos planos, programas e projetos deinvestimentos às diretrizes por ela fixadas; autoriza o Poder Executivo a instituir, organizar eregulamentar o Fundo Especial para preservação, proteção e melhoria de qualidade do MeioAmbiente, e penalidades aos infratores.

O Decreto 14.250, de 05.06.81, que a regulamenta, além de conter diversas conceituações,estabelece critérios de classificação das águas interiores segundo seus usos preponderantes,proíbe lançamentos, estabelece padrões de qualidade e de emissão; dispõe sobre a proteção dosolo e o controle de resíduos sólidos; dispõe sobre a proteção atmosférica e controle de sons eruídos.

Observa-se que o enquadramento dos cursos d’água do Estado é feito pela Portaria 24 de19.09.77, do Secretário Chefe do Planejamento e Coordenação Geral.

O Decreto 14.250/81 considera, como Áreas de Proteção Especial (Art. 42), os locaisadjacentes a:∙ parques estaduais;∙ estações ecológicas ou reservas biológicas;∙ rodovias cênicas (assim consideradas as estradas que cortam região com atributos

ambientais relevantes);∙ bens tombados pelo Governo do Estado e pela Secretaria de Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional;∙ promontórios, as ilhas fluviais, e as ilhas costeiras e oceânicas, estas quando cedidas pelo

Governo Federal, onde é proibido o corte raso da vegetação nativa, a exploração depedreiras e outras atividades que degradem os recursos naturais e a paisagem, numa faixade até 2.000 (dois mil) metros de extensão, a partir da ponta mais avançada; (c.c Art. 47)

∙ áreas de formações vegetais defensivas à erosão de encostas e de ambientes de grandecirculação biológica, especialmente os mangues, assim entendida a região sensível aodesgaste natural onde a cobertura vegetal preserva permanentemente o solo;

∙ estuários e as lagunas;∙ mananciais de água, as nascentes dos rios e as fontes hidrominerais; e∙ sítios de interesse recreativo, cultural e científico.

Para efeito de proteção, este mesmo decreto considera (Art. 44):∙ faixa de terra de 500 (quinhentos) metros de largura em torno dos parques estaduais e das

estações ecológicas ou reservas biológicas;∙ limite visual até 5.000 (cinco mil) metros de largura, a partir da faixa de domínio das

rodovias cênicas; e∙ faixa razoável que objetiva preservar o entorno dos bens arqueológicos, paisagísticos e

arquitetônicos tombados.

A competência para execução do controle da proteção ambiental pertence à Fundação doMeio Ambiente - FATMA (Art. 81), que baixará as normas técnicas operacionais

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complementares (Art. 121), e poderá celebrar convênios com órgãos dos governos federal,estaduais e municipais com vista a execução e fiscalização de serviços. (Art. 120).O Decreto 2286, de 03.08.92, aprova a Tabela de Preços dos serviços prestados pela FATMA,compreendendo análise de licenças ambientais e de Estudo de Impacto Ambiental erespectivo Relatório, entre outros.

As atividades consideradas potencialmente causadoras de degradação ambiental, onde estãoincluídas as construções viárias, canais para drenagem, retificação de cursos d’água,dragagem e diques, constam do anexo à Portaria Intersetorial nº 01, de 21 de agosto de 1981.

Política Florestal

A Política Florestal do Estado de Santa Catarina, regida pela Lei 10472, de 12.08.97, tem porprincípios:∙ proteger a biodiversidade e as espécies de flora e fauna através de:

∙ preservação de formações representativas e significativas dos ecossistemasoriginais através da implantação e manutenção de unidades de conservaçãoambiental públicas ou privadas;

∙ qualquer árvore ou associação vegetal relevante poderá ser declarada imune acorte mediante ato do Poder Público, por motivo de sua localização, raridade,beleza, condição de porta-semente e importância histórica, científica ou cultural

∙ manutenção da vegetação de preservação permanente, recomposição da mataciliar e da reserva legal, nas propriedades rurais;

∙ incrementar a conservação e a utilização sustentável das florestas dentro do contexto de:∙ manejo sustentável;∙ aproveitamento de solos com pouca aptidão agropastoril;∙ zoneamento ecológico das espécies florestais;∙ extração seletiva nos demais remanescentes florestais nativos;∙ reflorestamento com espécies nativas ou exóticas visando complementar a

demanda da matéria-prima florestal e evitar a pressão sobre as florestas naturais.

A Lei dedica uma seção à Mata Atlântica estadual, onde é preconizado que a utilização ouextração de espécies de áreas cobertas por florestas primária ou secundária dependerá deautorização da FATMA, obedecidas as exigências constantes do Art. 18.

A supressão e corte raso de espécies da Mata Atlântica é permitida apenas no estágio inicialde regeneração natural (Art. 19), mas excepcionalmente, poderá ser permitida pela FATMA,com anuência prévia do IBAMA, quando necessária à execução de obras ou atividades deutilidade pública ou interesse social, mediante aprovação de estudo e relatório de impactoambiental. (Parágrafo único)

Vale observar que, face a necessidade de definir a vegetação primária e secundária nosestágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica, em cumprimento aodisposto no artigo 6º do Decreto Federal 750, de 10 de fevereiro de 1993, e naResolucão/CONAMA/nº 10, de 01 de outubro de 1993, e a fim de orientar os procedimentosde licenciamento de atividades florestais no Estado de Santa Catarina, o CONAMA baixou aResolução 04/94, considerando:∙ vegetação primária, aquela de máxima expressão local, com grande diversidade biológica,

sendo os efeitos das ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetar significativamentesuas características originais de estrutura e de espécies, onde são observadas área basal

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média superior a 20,00 metros quadrados por hectare, DAP médio superior a 25centímetros e altura total média superior a 20 metros.

∙ vegetação secundária ou em regeneração: aquela resultante dos processos naturais desucessão, após supressão total ou parcial da vegetação primária por ações antrópicas oucausas naturais, podendo ocorrer árvores remanescentes da vegetação primária.

A referida Resolução define também os estágios inicial (Art. 3º, I), médio (idem, II) eavançados de regeneração (idem, III), aplicáveis exclusivamente para o Estado de SantaCatarina.

II.3.2. Estado do Rio Grande do Sul

Constituição

O meio ambiente, tutelado por todos os órgãos do Estado, é considerado bem de uso comumdo povo e a manutenção de seu equilíbrio é essencial à sadia qualidade de vida.

Na esteira da Constituição Federal, a do Rio Grande do Sul, assegura a todos os cidadãos odireito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo à toda a coletividade o deverde preservá-lo e restaurá-lo (Art. 251), e para assegurar a efetividade desse direito, o Estadodesenvolverá ações permanentes de proteção, restauração e fiscalização do meio ambiente,incumbindo-lhe primordialmente, dentre outros: (§ 1º)∙ prevenir, combater, e controlar a poluição e a erosão em qualquer de suas formas; (I)∙ preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais, obras e monumentos artísticos,

históricos e naturais, e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas, definindoem lei os espaços territoriais a serem protegidos; (II)

∙ exigir estudo de impacto ambiental com alternativas de localização, para a operação deobras ou atividades públicas ou privadas que possam causar degradação ou transformaçãodo meio ambiente, dando a esse estudo a indispensável publicidade; (V)

∙ proteger a flora, a fauna e a paisagem natural, vedadas as práticas que coloquem em riscosua função ecológica e paisagística, provoquem extinção de espécie ou submetam osanimais à crueldade; (VII)

∙ definir critérios ecológicos em todos os níveis do planejamento político, social eeconômico; (VIII)

∙ promover o gerenciamento costeiro para disciplinar o uso de recursos naturais da regiãolitorânea e conservar as praias e sua paisagem típica; (X)

∙ fiscalizar, cadastrar e manter as florestas e as unidades públicas estaduais de conservação,fomentando o florestamento ecológico e conservando, na forma da lei, as florestasremanescentes. (XII)

As unidades estaduais públicas de conservação são consideradas patrimônio públicoinalienável, sendo proibida ainda sua concessão ou cedência, bem como qualquer atividade ouempreendimentos público ou privado que danifique ou altere as características naturais, regrado Art. 259.

Na Seção que trata dos índios, estabelece que o Estado promoverá e incentivará aautopreservação das comunidades indígenas, assegurando-lhes o direito a sua cultura eorganização social (Art. 264).

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Sistema Estadual De Proteção Ambiental – SISEPRA

Instituído pela Lei 10.330, de 27.12.94, o SISEPRA tem como atribuições o planejamento,implementação, execução e controle da Política Ambiental do Estado, o monitoramento e afiscalização do meio ambiente, visando preservar o seu equilíbrio e os atributos essenciais àsadia qualidade de vida, bem como promover o desenvolvimento sustentável. (Art. 1º).

É constituído pelos órgãos e entidades do Estado e dos Municípios, as Fundações instituídaspelo Poder Público responsáveis pela pesquisa em recursos naturais, proteção e melhoria daqualidade ambiental, pelo planejamento, controle e fiscalização das atividades que afetam omeio ambiente e pela elaboração e aplicação das normas a ele pertinentes e as organizaçõesnão-governamentais, e atuará com o objetivo de organizar, coordenar e integrar as ações dosdiferentes órgãos e entidades da administração pública, direta e indireta, estaduais emunicipais.

Compõem o Sistema Estadual de Proteção Ambiental:∙ Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA, como órgão superior, de caráter

deliberativo e normativo, responsável pela aprovação e acompanhamento daimplementação da Política Estadual do Meio Ambiente, bem como dos demais planosafetos à área;

∙ a Secretaria de Estado responsável pelo meio ambiente, como órgão central;∙ as Secretarias de Estado e organismos da administração direta e indireta, bem como as

instituições governamentais e não governamentais com atuação no Estado, cujas açõesinterferirão na conformação da paisagem, nos padrões de apropriação e uso, conservação,preservação e pesquisa dos recursos ambientais, como órgãos de apoio;

∙ os órgãos responsáveis pela gestão dos recursos ambientais, preservação e conservação domeio ambiente e execução da fiscalização das normas de proteção ambiental, como órgãosexecutores.

O Fundo Estadual do Meio Ambiente, instituído pela Lei, visa carrear recursos para aproteção e conservação do meio ambiente (Art. 21), e destiná-los aos órgãos estaduaisexecutivos da política ambiental, às organizações não governamentais, consórcios demunicípios e comitês de bacia.

Avaliação de Impacto Ambiental

A Lei 7990, de 19.04.85 obriga o desenvolvimento de pesquisa de caráter científico para finsde avaliação de impacto ambiental e inventário de flora e fauna como condição prévia para ainstalação de complexos industriais de grande porte, barragens, estradas ou outrasintervenções que impliquem em consideráveis alterações do meio ambiente.

As pesquisas devem ter o propósito de gerar informações tanto para a seleção do local maisapropriado para a instalação de obras quanto para a definição de normas, diretrizes erecomendações para o correto manejo da área tendo em vista a proteção do meio ambiente(Art. 1º, Parágrafo único), ficando a cargo de instituições oficiais de reconhecida capacitação,com base em seu corpo técnico-científico (Art. 2º), e os recursos financeiros de seu custeiodeverão constar expressamente dos orçamentos relativos a cada obra, não podendo nuncaserem inferiores a 0,1% do valor total do investimento. (Art. 3º)

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Licenciamento

A Lei 9202, de 11.01.91, diz que depende de prévio licenciamento do Poder Público Estaduale de aprovação pela Assembléia Legislativa, a construção, a instalação, a ampliação e ofuncionamento dos empreendimentos e ou atividades que, efetiva ou potencialmente, possam,significativa ou irreversivelmente, alterar a qualidade de vida ambiental, causar desequilíbrioecológico, impedir ou dificultar a regeneração natural do meio ambiente de uma região oucomunidade, onde se enquadra, dentre outros, a construção de estradas de rodagem com duasou mais pistas de rolamento. (Art. 1º, III)

Exige que, para licenciamento de empreendimento e ou atividade e aprovação da AssembléiaLegislativa, a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental, sem prejuízo de outras exigênciasfixadas em lei, ou regulamento, e do procedimento de licenciamento estabelecido pelosmunicípios.

Código Florestal

A Política Florestal traçada pela Lei 9.519, de 21.01.92, que institui o Código Florestal doEstado, tem por fim o uso adequado e racional dos recursos florestais com base nosconhecimentos ecológicos, visando à melhoria da qualidade de vida da população e àcompatibilização do desenvolvimento sócio-econômico com a preservação do ambiente e doequilíbrio ecológico, com os seguintes objetivos específicos, dentre outros: (Art. 3º)∙ facilitar e promover o desenvolvimento e difusão de pesquisas e tecnologias voltadas à

atividade florestal;∙ monitorar a cobertura florestal do Estado com a divulgação de dados de forma a permitir o

planejamento e a racionalização das atividades florestais;∙ exercer o poder de polícia florestal no território estadual, quer em áreas públicas ou

privadas;∙ facilitar e promover a proteção e recuperação dos recursos hídricos, edáficos e da

diversidade biológica;∙ promover a recuperação de áreas degradadas, especialmente nas áreas de preservação

permanente e reserva legal, bem como proteger as áreas ameaçadas de degradação;∙ identificar e monitorar as associações vegetais relevantes, espécies raras ou endêmicas e

ameaçadas de extinção, objetivando sua proteção e perpetuação;∙ planejar e implantar ações que permitam encontrar o equilíbrio dinâmico entre a oferta e a

procura de matéria-prima florestal em níveis regional e estadual.

É proibida a supressão parcial ou total das matas ciliares e da vegetação de preservaçãopermanente definida em lei, salvo quando necessário à execução de obras, planos ou projetosde utilidade pública ou interesse social, mediante a elaboração prévia do EIA / RIMA, elicenciamento do órgão competente e Lei própria (Art. 23), devendo ser compensada com apreservação de ecossistema semelhante em área que garanta a evolução e a ocorrência deprocessos ecológicos (Parágrafo único).

Ao tratar da Mata Atlântica, o Art. 23 (com a redação dada pela Lei 10.688, de 09.01.96),veda o corte e a respectiva exploração da vegetação nativa em área de Mata Atlântica, queserá delimitada pelo Poder Executivo. Excepcionalmente, a supressão da vegetação primáriaou em estágio avançado e médio de regeneração, poderá ser autorizada mediante decisãomotivada do órgão competente, quando necessária à execução de obras, planos, atividades ou

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projetos de utilidade pública ou interesse social, através de aprovação de estudo e respectivorelatório de impactos ambientais.Vale lembrar que a Resolução CONAMA nº 33/94 define os estágios sucessionais dasformações vegetais que ocorrem na região de Mata Atlântica no Estado do Rio Grande do Sul,do seguinte modo:∙ vegetação primária: é a vegetação de máxima expressão local com grande diversidade

biológica, sendo os efeitos das ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetarsignificativamente suas características originais de estrutura e de espécies. (Art. 1º);

∙ vegetação secundária ou em regeneração, considera-se aquelas formações herbáceas,arbustivas ou arbóreas decorrentes de processos naturais de sucessão, após supressão totalou parcial da vegetação original por ações antrópicas ou causas naturais. (Art. 2º)

A referida Resolução define também os estágios inicial (Art. 2º, parág. único, I), médio (idem,II) e avançados de regeneração (idem, III), aplicáveis exclusivamente para o Estado do RioGrande do Sul.

Finalmente, vale observar que a área de Mata Atlântica existente no território estadual édelimitada pelo Decreto 36.636, de 03.05.96.

Sistema Estadual de Recursos Hídricos

A Lei nº 10.350, de 30.12.1994, que institui o Sistema Estadual de Recursos Hídricos,regulamentado o artigo 171 da Constituição Estadual, está estruturada em quatro capítulos:

I - da Política Estadual de Recursos Hídricos;II - do Sistema de Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul;III - do Planejamento dos Recursos Hídricos;IV - dos Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos;V - das Infrações e Penalidades, e,VI - das Disposições Finais e Transitórias.

O Capítulo I, dispõe sobre os objetivos e princípios e das diretrizes específicas da PolíticaEstadual de Recursos Hídricos;O Capítulo II, diz dos objetivos do Sistema de Recursos Hídricos, institui o Conselho deRecursos Hídricos, cria o Departamento de Recursos Hídricos, instituí Comitês deGerenciamento da Bacia Hidrográfica e Agências de Bacias.O Capítulo III dispõe sobre o Plano Estadual de Recursos Hídricos e sobre Planos deBacias Hidrográficas, e,O Capítulo IV, sobre a outorga, cobrança pelo uso, e rateio de custo de obras e proteção dosRecursos Hídricos. O Capítulo V especifica as infrações e penalidades, e o VI) as DisposiçõesFinais e Transitórias.

Política Estadual de Recursos HídricosPara efeitos legais, os recursos hídricos são considerados na unidade do ciclo hidrológico,compreendendo as fases aérea, superficial e subterrânea, e tem a bacia hidrográfica comounidade básica de intervenção.A lei considera a água um recurso natural de disponibilidade limitada, dotado de valoreconômico que, enquanto bem público de domínio do Estado, terá sua gestão definida atravésde uma Política de Recursos Hídricos.

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O objetivo da política consiste em promover a harmonização entre os múltiplos ecompetitivos usos dos recursos hídricos e sua limitada e aleatória disponibilidade temporal eespacial, de modo a:

I - assegurar o prioritário abastecimento da população humana e permitir acontinuidade e desenvolvimento das atividades econômicas;II - combater os efeitos adversos das enchentes, e da erosão do solo;III - impedir a degradação e promover a melhoria da qualidade e o aumento decapacidade de suprimento dos corpos d’água superficiais e subterrâneas a fim de queas atividades humanas se processem em um contexto de desenvolvimentosócio-econômico que assegure a disponibilidade dos recursos hídricos aos seususuários e às gerações futuras, em padrões quantitativa e qualitativamente adequados.

A Política Estadual de Recursos Hídricos, reger-se-á por princípios diversos, dentre os quais,a de que a gestão dos recursos hídricos processar-se-á no quadro do ordenamento territorial,visando a compatibilização do desenvolvimento econômico e social com a proteção do meioambiente, e os benefícios e os custos da utilização da água devem ser eqüitativos, através departicipação dos afetados. Os recursos gerados pela cobrança do uso da água, financiarão asintervenções de proteção dos recursos hídricos e ao incentivo da sua correta utilização.

A Política Estadual tem as seguintes diretrizes:- descentralização da ação do Estado por regiões e bacias hidrográficas;- participação comunitária;- compromisso de apoio técnico do Estado através da criação de Agências de RegiãoHidrográfica, incumbidas de subsidiar os Comitês de Gerenciamento de Bacias;- integração do gerenciamento de recursos hídricos e do gerenciamento ambientalatravés de Estudos de Impacto Ambiental, com abrangência regional já na fase deplanejamento;- articulação do Sistema Estadual de Recursos Hídricos com o Sistema Nacional ecom Sistemas Estaduais;- compensação financeira aos Municípios que sofram prejuízos decorrentes deindenização de áreas por reservatórios ou restrições decorrentes de leis de proteção aosmananciais, e incentivos financeiros quando afetados por áreas de proteção ambientalde interesse para os recursos hídricos.

Sistema de Recursos HídricosOs objetivos do Sistema consistem na execução e atualização da Política Estadual deRecursos Hídricos; proposição, execução e atualização do Plano Estadual e dos Planos deBacias Hidrográficas; instituição de mecanismos de coordenação e integração doplanejamento e execução das atividades públicas e privadas, e, compatibilização da PolíticaEstadual com a Política Federal.

Planejamento de Recursos HídricosOs objetivos, princípios e diretrizes da Política Estadual serão discriminados no PlanoEstadual e nos planos de Bacias Hidrográficas

Plano Estadual de Recursos HídricosO Plano Estadual deverá ser instituído por Lei própria até o dia 1.1.1996, com planejamentopara doze anos e atualizações periódicas, aprovadas até o final do segundo ano de mandato doGovernador do Estado, abrangendo o território estadual e detalhamento por bacia

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hidrográfica, elaborado com base em propostas dos Comitês de Gerenciamento de BaciaHidrográfica.

Os Planos de Bacia Hidrográfica, elaborados pelas Agências, têm a finalidade deoperacionalizar as disposições do Plano Estadual, compatibilizando os aspectos quantitativose qualitativos, de modo a assegurar que as metas e usos previstos pelo Plano Estadual sejamalcançados simultaneamente com melhorias sensíveis e contínuas dos aspectos qualitativosdos corpos de água, observados, na sua elaboração, os elementos constitutivos enunciados noart. 27.

Planos de Bacia HidrográficaTêm a finalidade de operacionalizar as disposições do Plano Estadual, compatibilizando osaspectos quantitativos e qualitativos, de modo a assegurar que as metas e usos previstos sejamalcançados simultaneamente com melhorias sensíveis e contínuas dos aspectos qualitativosdos corpos de água.

Os Planos de Bacia são elaborados pelas Agências e aprovados pelos respectivos Comitês, eseus elementos constitutivos serão:

- objetivos de qualidade a serem alcançados em horizontes de planejamento nãoinferiores ao estabelecido no Plano Estadual;- programas de intervenções estruturais e não-estruturais e sua especialização;- esquemas de financiamento dos programas através de determinação dos valorescobrados pelo uso da água, rateio dos investimentos de interesses comuns e previsãodos recursos complementares alocados pelos orçamentos públicos e privados na bacia.

Integram o Sistema, o Conselho de Recursos Hídricos, o Departamento de Recursos Hídricos,os Comitês de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas, as Agências de Região Hidrográfica eo órgão ambiental do Estado.

Órgãos de Coordenação e de Gerenciamento de Recursos Hídricos

Conselho de Recursos HídricosO Conselho, como instância deliberativa superior do Sistema de Recursos Hídricos éintegrado por Secretários de Estado cujas atividades se relacionem com a gestão de recursoshídricos, com o planejamento estratégico e com a gestão financeira do Estado; por trêsrepresentantes dos Comitês de Gerenciamento de Bacia de cada região hidrográfica, e aconvite do Governador, um representante do Sistema Nacional do Meio Ambiente e um doSistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.Compete ao Conselho:

- propor alterações e opinar sobre qualquer proposta de alteração da Política Estadual;- aprovar os regimentos dos Comitês de Gerenciamentos, os critérios de outorga douso da água e os relatórios anuais sobre a situação dos recursos hídricos;- decidir sobre conflitos de uso de água em última instância;- representar o Governo do Estado junto aos órgãos federais e entidades internacionaisque tenham interesse relacionado aos recursos hídricos do Estado.

Comitês de Gerenciamento de Bacia HidrográficaEm cada bacia hidrográfica é instituído um Comitê, cabendo-lhe a coordenação programáticadas atividades dos agentes públicos e privados, relacionados com os recursos hídricos,

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compatibilizando as metas do Plano Estadual com a crescente melhoria da qualidade doscorpos de água.

Os Comitês, que serão criados até o dia 1º de dezembro de 1996, serão constituídos naproporção de: 40% para representantes dos usuários de água; 40% dos representantes dapopulação da bacia, seja diretamente provenientes dos poderes legislativos municipais ouestaduais, seja por indicação de organizações e entidades da sociedade civil; e, 20% dosrepresentantes de diversos órgãos da administração direta federal e estadual, atuantes naregião e que estejam relacionados com os recursos hídricos.

Terão assento nos Comitês, e participarão nas suas deliberações, porém sem direito a voto, osrepresentantes dos órgãos e entidades federais, estaduais e municipais que, na baciahidrográfica, exerçam atribuições relacionadas à outorga de uso da água ou licenciamento deatividades potencialmente poluidoras.

Os Comitês têm as seguintes atribuições: I) aprovar: a) o Plano da respectiva baciahidrográfica e acompanhar sua implementação; b) os valores a serem cobrados pelo uso daágua; c) os programas anuais e plurianuais de investimento em serviços e obras, com base norespectivo Plano; II) apreciar: a) o anteprojeto de lei do Plano Estadual; b) o relatório anualsobre a situação dos recursos hídricos do Estado; III) propor: a) enquadramento dos corpos deágua da bacia hidrográfica em classes de uso e conservação; IV) compatibilizar os interessesdos diferentes usuários da água, dirimindo em primeira instância, os eventuais conflitos.

Os Comitês instituídos anteriormente à promulgação da Lei nº 10.350, de 30.12.1994, ousejam, o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos1, o Comitê deGerenciamento da Bacia do Rio Gravataí2 e o Comitê de Gerenciamento da Bacia do RioSanta Maria3, deverão adaptar-se ao disposto na Lei 10350/94 no prazo de 90 dias, a contar dapublicação do Decreto que instituir os novos Comitês nela previstos.

Agências de BaciaAs Agências de Região Hidrográficas, instituídas por Lei, integram a Administração Indiretado Estado. Cabe-lhes prestar apoio técnico ao Sistema Estadual de Recursos Hídricos e aosComitês na elaboração de proposições relativas ao Plano Estadual de Recursos Hídricos, esubsidiar:

I - os Comitês com estudos necessários à fixação dos valores de cobrança pelo uso daágua e o rateio de custos de obras de interesse comum da bacia e na proposição deenquadramento dos corpos de água na bacia em classes de uso e conservação;II - o Departamento de Recursos Hídricos na elaboração do relatório anual sobre asituação dos recursos hídricos do Estado e do Plano Estadual de Recursos Hídricos.

Às agências, compete também, manter e operar os equipamentos e mecanismos de gestão dosrecursos hídricos, e arrecadar e aplicar os valores correspondentes à cobrança pelo uso daágua, de acordo com o Plano de cada bacia hidrográfica.

1 Criado pelo Decreto nº 32.774, de 17.03.19882 Criado pelo Decreto nº 33.125, de 15.2.19893 Criado pelo Decreto nº 35.103, de 1.2.1994

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Departamento de Recursos HídricosCriado na Secretaria de Planejamento Territorial e Obras, o Departamento de recursosHídricos, tem as atribuições de assistir tecnicamente o Conselho de Recursos Hídricos,coordenar e acompanhar a execução do Plano Estadual de Recursos Hídricos, especialmente;

- elaborar o anteprojeto de lei do Plano Estadual de Recursos Hídricos, através dacompatibilização das propostas dos Comitês com os planos e diretrizes setoriais doEstado;- propor ao Conselho critérios para a outorga do uso da água e expedir as respectivasautorizações de uso;- regulamentar a operação e uso dos equipamentos e mecanismos de gestão dosrecursos hídricos, tais como redes e banco de dados hidrometeorológicos e cadastrosde usuários de águas;- elaborar o relatório anual sobre a situação dos recursos hídricos para apreciação pelosComitês, com vistas à divulgação pública.

Instrumentos de GestãoConstituem instrumentos de gestão dos recursos hídricos: a) a outorga de uso; b) a cobrançapelo uso; c) o rateio de custo de obras de uso e proteção dos recursos hídricos.Para fins de gestão, o Estado fica dividido nas seguintes Regiões Hidrográficas, podendo sersubdividas por Decreto:

I - da Bacia do Rio Uruguai, compreendendo as áreas de drenagem do Rio Uruguai edo Rio Negro;II - da Bacia do Guaíba, compreendendo as áreas de drenagem do Guaíba;III - das Bacias Litorâneas, compreendendo as áreas de drenagem dos corpos de águanão incluídos nas Regiões Hidrográficas definidas nos incisos anteriores.

Outorga de UsoQualquer empreendimento ou atividade que altere as condições das águas superficiais ousubterrâneas, depende de outorga de uso da água, condicionada às prioridades de usoestabelecidas no Plano Estadual e no Plano de Bacia, dispensada, todavia, no caso de usos decaráter individual para satisfação das necessidades básicas da vida.

Quando a alteração for quantitativa, a licença ou autorização de uso será emitida peloDepartamento de Recursos Hídricos, e quando qualitativa, pelo órgão ambiental estadual.

Cobrança pelo uso dos recursos hídricosO valor da cobrança será estabelecido nos planos das Bacias, obedecidas as seguintesdiretrizes gerais:

- pela derivação da água, serão considerados o uso a que se destina, o volume captadoe seu regime de variação, o consumo efetivo e a classe de uso preponderante em queestiver enquadrado o corpo de água;- pelo lançamento de efluentes, serão consideradas a natureza da atividade, a carga

lançada, sendo ponderados na sua caracterização, parâmetros físicos, químicos,biológicos e toxidade, a classe de uso preponderante do corpo de água, e o regimede variação quantitativa e qualitativa do receptor, não desobrigando osresponsáveis pelo lançamento do cumprimento das normas ambientais.

A implantação da cobrança pelo uso da água será feita de forma gradativa, atendidas asseguintes providências:

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- desenvolvimento de programa de comunicação social sobre a necessidadeeconômica, social, cultural e ambiental da utilização racional e proteção da água, comênfase para a educação ambiental;- implantação de um sistema de informações hidrometeorológicas e de cadastro dosusuários da água;- implantação do sistema integrado de outorga do uso da água, que abrangerá os usosexistentes, devidamente correlacionados de licenciamento ambiental e metropolitano.

Rateio de Custos de Obras de Uso e Proteção dos Recursos HídricosAs obras de uso múltiplo, ou de interesse comum ou coletivo, terão seus custos rateados,direta ou indiretamente, segundo os critérios fixados em Regulamento, atendidos os seguintesprocedimentos:

- prévia negociação, realizada no âmbito do Comitê de Gerenciamento de Bacia, parafins de avaliação do seu potencial de aproveitamento múltiplo e conseqüente rateio decustos entre os possíveis beneficiários;- previsão de formas de retorno dos investimentos públicos ou justificadacircunstancialmente a destinação de recursos a fundo perdido;- concessão de subsídios somente no caso de interesse público relevante e naimpossibilidade prática de identificação de beneficiados para o conseqüente rateio decustos

Infrações e PenalidadesPelas infrações a seus dispositivos, a lei prevê penalidades de advertência, intervençãoadministrativa, embargo definitivo, e multa simples ou diária, que varia de 100 a 1.000 vezeso valor da UPF/RS, levando em consideração, neste caso, a capacidade econômico-financeirado infrator, bem como sua escolaridade, e, ocorrendo reincidência, será aplicada pelo valorcorrespondente ao dobro da anteriormente imposta.

Hierarquização das Drenagens do Rio Grande do SulVale observar que, Ortiz Porto4, em excelente trabalho, demonstra a necessidade de instituirno âmbito estadual, um sistema de hierarquização da Bacias Hidrográficas e um banco dedados hidro-climatológicos, visando atingir os seguintes objetivos:

- a melhor alternativa de ordenamento e hierarquização das drenagens, comdelimitação das várias unidades hidrográficas;- a determinação da área de cada uma dessas unidades hidrográficas;- uma estimativa da disponibilidade de água superficial;- o nível de máximo ordenamento e hierarquização (qual a unidade hidrográficamínima que será considerada);- uma codificação das drenagens naturais que permita acoplar todas as informaçõesdisponíveis a nível de cada unidade hidrográfica.

Resumo das Disposições da Lei Nº 10.350/94

O Sistema Estadual de Recursos Hídricos, visa a execução e atualização da PolíticaEstadual de Recursos Hídricos, implementação do Plano Estadual e dos Planos das BaciasHidrográfica, instituição de mecanismos para execução das atividades no setor.

4 Rogério Ortiz Porto (1992): Hierarquização das Drenagens no Rio Grande do Sul. Secretaria da Agricultura doEstado do RS

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A Política Estadual de Recursos Hídricos tem a finalidade de promover a harmonizaçãoentre os múltiplos e competitivos usos dos recursos hídricos e sua limitada e aleatóriadisponibilidade temporal e espacial. Rege-se por princípios diversos, dentre os quais ade que a gestão de recursos hídricos processar-se-á no quadro do ordenamento territorial,visando a compatibilização do desenvolvimento econômico e social com a proteção do meioambiente, e os benefícios e os custos da utilização da água devem ser eqüitativos, através daparticipação dos afetados. Suas principais diretrizes são a descentralização da ação do Estadopor regiões e por bacias hidrográficas, com participação comunitária.

Os instrumentos de gestão consistem na outorga e cobrança de uso, rateio de custos de obrasde uso e penalidades de advertência e multa simples ou diária.

O Plano Estadual de Recursos Hídricos, que deverá ser instituído por lei específica, teráabrangência estadual, e conterá detalhamento por bacia hidrográfica, elaborado com base empropostas dos Comitês de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica.

Os Planos de Bacias Hidrográficas têm a finalidade de operacionalizar o Plano Estadual,compatibilizando os aspectos quantitativos e qualitativos, de modo que as metas e usosprevistos sejam alcançados simultaneamente.

Como órgãos de Coordenação e Integração Participativa e de Gestão, existem o Conselho deRecursos Hídricos, os Comitês de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica, as Agências deRegião Hidrográfica e o Departamento de Recursos Hídricos.

Ao Conselho de Recursos Hídricos, como instância superior do Sistema, compete proporalterações e opinar sobre a Política Estadual, aprovar os regimentos dos Comitês deGerenciamento, os critérios de outorga de uso da água, e decidir sobre os conflitos do uso daágua.

Os Comitês de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica, que serão criados até 1.12.96, terãocompetência para coordenar as atividades dos agentes públicos e privados relacionados comos recursos hídricos, aprovar o plano da bacia e acompanhar sua implementação, proporo enquadramento os corpos d’água em classes de uso e conservação, apreciar o anteprojetode lei do Plano Estadual, dentre outras.

As Agências de Bacia serão instituídas por Lei, com a incumbência de prestar apoio técnicoao Sistema Estadual e aos Comitês na elaboração do Plano Estadual, além de subsidiar osComitês com estudos para fixação dos valores de cobrança pelo uso da água, para o rateio decustos de obras de interesse comum da bacia, e para enquadramento dos corpos de água nabacia em classes de uso e conservação.

Cabe-lhes, também, arrecadar e aplicar os valores correspondentes à cobrança pelo uso daágua, e, subsidiar o Departamento de Recursos Hídricos na elaboração do relatório anualsobre a situação dos recursos hídricos e do Plano Estadual.

Ao Departamento de Recursos Hídricos compete assistir tecnicamente o Conselho Estaduale coordenar e acompanhar a execução do Plano Estadual de Recursos Hídricos, proporcritérios para a outorga do uso da água e expedir as respectivas autorizações de uso,regulamentar a operação e o uso dos equipamentos de gestão.

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II.4. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

No âmbito municipal, além da competência comum mencionada no item dedicado àcompetência constante da Constituição Federal, consta no Art. 30, que aos municípioscompete:∙ legislar sobre assuntos de interesse local (I);∙ suplementar a legislação federal e a estadual no que couber (II);∙ promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e

controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano (VIII);∙ promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação

fiscalizadora federal e estadual (IX ).

A Constituição Federal deu ainda aos municípios o poder para editar a sua própria leiorgânica, nos seguintes termos:

“Art. 29. O município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo dedez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidosos princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo estado e os seguintespreceitos:..”

Durante os esforços de levantamentos de campo, foram visitados e solicitados, a todos osmunicípios relacionados à Área de Influência Direta – AID do empreendimento, seusdispositivos legais relacionados à matéria ambiental.

Daqueles que possuem “Leis Orgânicas”, os Municípios de Araranguá, Capivari de Baixo,Palhoça, Paulo Lopes, Santa Rosa do Sul, Sombrio, e Tubarão, do Estado de Santa Catarina, ede Osório, Terra da Areia e Três Cachoeiras, no Estado do Rio Grande do Sul, mantêmbastante semelhança, especialmente nos capítulos dedicados ao meio ambiente, todos dentrodos títulos dedicados à ordem social, como será visto resumidamente adiante.

Os demais municípios pesquisados não possuem ou encontram-se ainda desenvolvendo taldispositivo.

II.4.1. Municípios do Estado de Santa Catarina

Município de AraranguáLei Orgânica de 03 de abril de 1990Capítulo VII - Do Meio Ambiente - Arts. 204 a 219, donde destaca-se:

“Art. 204 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum dopovo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público municipal e à coletividade odever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º - O Município, em articulação com a União e o Estado, observadas as disposições pertinentes doart. 23 da Constituição Federal, desenvolverá as ações necessárias para o atendimento do previstoneste capítulo.

§ 2º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

....

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora designificativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se darápublicidade.

...

II-36

Art. 210 - Consideram-se (...) de preservação permanente, as dunas existentes na orla marítima, nosespaços geográficos compreendido na profundidade de 33 metros, medidos para a parte de terras, doponto em que passava a linha do preamar-médio de 1831.

Parágrafo único - Ficam tombadas, como patrimônio paisagístico, as dunas e a vegetação natural,compreendidas no espaços geográficos dos balneários Arroio Silva, Ilhas, Meta, Praia da Caçamba eMorro dos Conventos.

Art. 211 - Consideram-se de preservação permanente, como patrimônio histórico-cultural, as furnasexistentes nas falésias do Morro dos Conventos.

Parágrafo único - Ficam proibidas escavações nos locais de que trata o “caput”, sem autorização doPoder Público.

...

Art. 214 - Os rios do Município são considerados para fins de classificação das águas interiores naclasse II ou equivalente, que implica uso humano após tratamento, balneabilidade, recreação e pesca.

....

Art. 216 - Ficam declaradas Reservas Biológicas, as Lagoas, do Caverá, lagoa da Serra e do Bicho.

Art. 217 - Os Lagos e Lagoas localizadas no Balneário Arroio do Silva são consideradas ParqueMunicipal Ecológico.:

Município de Capivari de BaixoLei Orgânica de 14 de dezembro de 1993Capítulo III - Do Meio Ambiente - Arts. 158 a 163, donde destaca-se:

“Art. 158 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado....

§ 2º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe, ao Poder Público Municipal:

...

III - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora designificativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se darápublicidade;

...

VI - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua funçãoecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade;

...

Art. 160 - Os rios que cortam os Municípios são considerados para fins de classificação das águasinteriores, na classe II ou equivalente, que implica uso humano, após tratamento, balneabilidade,recreação e pesca.

Art. 161 - Os rios que cortam o Município devem ter suas margens preservadas, numa extensãocorrespondente a um quarto de sua largura.

Art. 162 - Os topos de morros e as fontes nele localizadas deverão ter suas áreas verdes preservadas.

Município de PalhoçaLei Orgânica de 05 de abril de 1990Capítulo II - Da Política Social - Seção VI - Da Política Ambiental - Arts. 133 a 146

“Art. 138 O Poder Público estabelecerá taxa sobre utilização dos recursos naturais, correspondentes aoscustos de investimentos necessários à recuperação e à manutenção dos padrões de qualidade ambiental.

Parágrafo único - A incidência da taxa de que trata este artigo terá por base o tipo, a intensidade e alesividade da utilização dos recursos ambientais.

...

Art. 144 - São áreas de preservação ecológica e ambiental permanente:

I - O Morro da Pedra Branca;

II - O Morro do Cambirela;

III - os manguezais;

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IV - as dunas.”

Município de Paulo LopesLei Orgânica de 05 de abril de 1990Capítulo X - Das Políticas Municipais - Seção VII - Da Política do Meio Ambiente, dondedestaca-se:

“Art. 209 - O Município deverá atuar mediante planejamento, controle e fiscalização das atividades,publicas ou privadas, causadoras efetivas de alterações significativas no meio ambiente.

...

Art. 214 - O Município assegurará a participação das entidades representativas da comunidade noplanejamento e na fiscalização de proteção ambiental, garantindo o amplo acesso dos interessados àsinformações sobre as fontes de poluição e degradação ao seu dispor.

Município de Santa Rosa do SulLei Orgânica de 05 de abril de 1990Capítulo VIII - Do Meio Ambiente - Arts. 127 a 132, donde destaca-se:

“Art. 128 - Incumbe ao Município, através de seus órgãos de administração direta e indireta:

I - preservar e restaurar os processo ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies eecossistema e principalmente:

...

II - proteger a flora e a fauna, reprimindo práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquemextinção de espécie ou submetem animais a tratamento cruel

III - exigir, na forma da Lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativadegradação ambiental, estudos prévios de impacto ambiental, cabendo:

a) instituir, sob coordenação do órgão competente, equipe técnico-multidisciplinar para definição doscritérios e prazos destes estudos com a participação de outras instituições oficiais de forma integrada;

b) definir formas de participação das comunidades interessadas;

c) dar ampla publicidade, inclusive através de audiências públicas, de todas as fases do empreendimento edos estudos de impacto ambiental de interesse da coletividade;

...

VII - estabelecer a política fiscal visando a efetiva prevenção de danos ambientais e o estímulo aodesenvolvimento e implantação de tecnologia de controle e recuperação ambiental, vedada a concessão deestímulos fiscais às iniciativas que desrespeitem as normas e padrões de preservação ambiental;

...

IX - proteger e recuperar os documentos e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentose paisagens naturais notáveis, bem como os sistemas arqueológicos.”

Município de SombrioLei Orgânica de 06 de abril de 1990Capitulo VIII - Do Meio Ambiente - Arts. 126 a 131, donde destaca-se:

“Art. 126 - Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao Poder Público eà coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo direito e indireta (sic) o seguinte:

...

II - proteger a flora e a fauna, reprimindo práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquemextinção de espécies ou submetam animais a tratamento cruel

III - fiscalizar e estabelecer penalidades aos causadores de poluição ou degradação ambiental;

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativadegradação ambiental, estudos prévios de impacto ambiental, cabendo:

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a) instituir, sob coordenação do órgão competente, equipe multi-disciplinar para definição dos critérios eprazos destes estudos com a participação de outras instituições oficiais na questão ambiental, que oanalisarão e aprovarão de forma integrada;

b) definir formas de participação das comunidades interessadas;

c) dar ampla publicidade, inclusive através de audiências públicas, de todas as fases do empreendimento edos estudos de impacto ambiental de interesse da coletividade;

...

X - proteger e recuperar documentos e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos epaisagens naturais notáveis, bem como os sistemas arqueológicos.

...

Art. 128 - As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores às sanções penais eadministrativas definidas em lei.

...

Art. 131 - O Conselho Municipal de Defesa e Preservação do Meio Ambiente terá atribuições e composiçãodefinidos em Lei, com base na legislação ambiental federal, Estadual e Lei Orgânica Municipal.”

Município de TubarãoLei Orgânica de 04 de abril de 1990Capítulo V - Do Meio Ambiente - Arts. 202 a 207, donde destaca-se:

“Art. 202 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado...

...

§ 2º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público Municipal:

...

III - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativadegradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

...

VI - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua funçãoecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade;

...

§ 4º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoasfísicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente de obrigação de reparar osdanos causados.

...

Art. 294 - O rio Tubarão é considerado, para fins de classificação das águas interiores, na classe II ouequivalente, que implica uso humano, após tratamento, balneabilidade, recreação e pesca.

Art. 205 - Os rios que cortam o Município devem ter suas margens preservadas, numa extensãocorrespondente a um quarto de sua largura.

...

§ 2º - Fica o Poder Público Municipal, juntamente com as entidades representativas do meio rural, obrigadoa controlar todas as atividades que, localizadas, às margens dos rios, possam vir a poluí-los.

Art. 206 - Os topos dos morros e as fontes nele localizados, deverão ter suas áreas verdes preservadas.”

II.4.2. Municípios do Estado do Rio Grande do Sul

Município de OsórioLei Orgânica de 30 de março de 1990Capítulo XI - Do Meio Ambiente - Arts. 193 a 211, donde destaca-se:

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“Art. 194 - Ressalvada a legislação específica, as lagoas, rios e demais cursos d’água de caráterpermanente, assim como as paleodunas e banhados, são considerados patrimônio ecológico do Município.

...

Art. 197 - São áreas de interesse ecológico, cuja utilização dependerá de prévia autorização dos órgãoscompetentes, “Ad Referendum” da Câmara Municipal, preservados os seus atributos especiais:

a) a Mata Atlântica;

b) a Serra Geral;

c) os topos de morro;

d) a faixa costeira;

e) as vertentes da serra;

f) as cachoeiras;

g) as encostas passíveis de deslizamentos.

...

Art. 199 - O morro fronteiro à cidade de Osório, constitui Reserva Biológica, cuja denominação, delimitaçãoe administração serão definidos em lei.”

Município de Três CachoeirasLei Orgânica de 03 de abril de 1990Capítulo V - Do Meio Ambiente - Arts. 143 a 146, donde destaca-se:

“Art. 143 - O meio ambiente é bem de uso comum e a manutenção de seu equilíbrio é essencial à sadiaqualidade de vida.

Art. 144 - A tutela do meio ambiente é exercida por todos os órgãos da administração municipal.

...

Art. 146 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.......

§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, o Município desenvolverá ações permanentes de proteção,restauração e fiscalização do meio ambiente, incumbindo-lhes, primordialmente:

I - prevenir, combater e controlar a poluição e a erosão em qualquer de suas formas;

...

IV - obrigar a conservação da mata nativa ou exigir o reflorestamento:

...

b) no cume das elevações com mais de vinte graus de aclive e nas áreas sujeitas à erosão;

...

V - preservar árvores centenárias, como figueiras, impedindo a sua derrubada;

....

VII - proteger a flora e a fauna, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua funçãoecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade;

§ 2º - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora designificativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade.”

Município de Terra da AreiaLei Orgânica de 03 de abril de 1990Capítulo I - Do Meio Ambiente - Arts. 134 a 138, donde destaca-se:

“Art. 136 - Fica expressamente proibido o desmatamento junto às nascentes e mananciais d’água, bem comodos leitos dos arroios, riachos, córregos, rios e lagoas, especialmente nas encostas dos morros, em todo oterritório do Município.

§ 1º - Obrigatoriamente deverá ser preservada uma faixa de florestas ciliares de no mínimo três (sic) metrosde largura, ao longo das margens e nascentes dos arroios, riachos, córregos, rios e lagoas;

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...

Art. 138 - É dever do Município garantir a preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado,protegendo as espécies da fauna e da flora.”

II.5. CONCESSÕES DE SERVIÇOS PÚBLICOS

II.5.1. Considerações Gerais

Com o propósito de redistribuir encargos de gestão da malha viária e superar os problemas dedegradação das estruturas físicas e a perda de eficiência operacional, a nova política nacionalde concessão de serviços públicos conta com a participação da iniciativa privada na operação,manutenção e ampliação da infra-estrutura rodoviária, e coloca em prática medidas deprivatização e concessão dos serviços públicos afetados pela redução da capacidade deinvestimentos.

Os diversos programas de concessão de rodovias contemplam trechos com volume suficientepara, mediante cobrança de pedágio, gerar recursos suficientes para que as empresasconcessionárias executem, além da manutenção das rodovias, as obras para aumento dacapacidade e segurança do tráfego, envolvendo duplicação de segmentos, terceiras faixas,correções geométricas localizadas, melhorias em interseções, contornos de cidades, viasmarginais, pontes, acostamentos, sistemas de drenagem, sinalização e restauração depavimentos.

II.5.2. A Legislação Aplicável à Espécie

Ao tratar dos princípios gerais da atividade econômica, a Constituição Federal exige do PoderPúblico a prestação de serviços públicos, diretamente ou sob regime de concessão oupermissão, sempre através de licitação (Art. 175).

A Lei Federal nº 8.987 de 13.02.95 que disciplina a matéria com adições e alteraçõesimpostas pela Lei nº 9074, de 07.07.95 , define:

• poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cujacompetência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obrapública, objeto de concessão ou permissão;

• concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poderconcedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídicaou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por suaconta e risco e por prazo determinado;

• concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção,total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquerobras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, namodalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas quedemonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que oinvestimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante aexploração do serviço ou da obra por prazo determinado;

• permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, daprestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física oujurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

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Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será objetode prévia licitação na forma da legislação própria, sendo obrigatório que no seu julgamento,sejam considerados critérios de: menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado ou amaior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga de concessão, ou acombinação desses dois critérios, sempre com previsão prévia no edital.

As licitações ocorrerão sempre na modalidade de concorrência pública, que não poderá serdispensada, salvo, casos de: guerra, grave perturbação da ordem ou calamidade pública;emergência, quando caracterizada a urgência de atendimento de situação que possa ocasionarprejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outrosbens, públicos ou privados; ou, quando não acudirem interessados à licitação e esta,justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, nestecaso, as condições pré-estabelecidas.

Dentre as principais características das concessões e permissões, destacam-se aobrigatoriedade do poder concedente publicar previamente ato consubstanciado justificando aconveniência do procedimento; formalizar a contratação nos termos da lei, e exercer afiscalização dos serviços com a cooperação dos usuários.

A partir de 8 de abril de 1995, por imposição do art. 2º da Lei nº 9.074, tornou-se obrigatóriaprévia autorização por lei, para que o Poder Público (Federal, Estadual ou Municipal),conceda ou permita a execução de obras ou serviços públicos.Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao plenoatendimento dos usuários.

Serviço adequado é aquele que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência,segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

De acordo com a política tarifária das concessões de serviços públicos, estabelecida pela Leinº 8.987/95, ficam autorizados os seguintes procedimentos:

• as tarifas poderão ser revistas durante a execução do contrato, a fim de manter-se oequilíbrio econômico-financeiro;

• para atender às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedenteprever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outrasfontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou deprojetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer amodicidade das tarifas;

• as tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e doscustos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos deusuários.

No mais, a legislação define os direitos e obrigações dos usuários, os encargos do poderconcedente e da concessionária, os requisitos para a celebração dos contratos, os casossujeitos à intervenção e sua extinção.

Em relação aos usuários, é garantido o direito de receber serviço adequado, obter e utilizaresse mesmo serviço com liberdade de escolha e denunciar as irregularidades e atos ilícitospraticados.

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O poder concedente tem atribuições para regulamentar, fiscalizar e aplicar as penalidades,intervir ou extinguir a concessão nos casos legalmente previstos, homologar reajustes eproceder à revisão das tarifas, cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares, zelarpela boa qualidade do serviço, apreciar reclamações dos usuários, declarar diretamente ouatravés da concessionária, mediante outorga de delegação, a utilidade ou necessidade públicapara fins de desapropriação ou constituição de servidão administrativa, necessárias à execuçãodo serviço ou da obra pública; estimular o aumento da qualidade, da produtividade, dacompetitividade, da preservação e conservação do meio ambiente, e a formação deassociações de usuários.

A fiscalização do serviço será feita sistematicamente por intermédio do órgão técnico dopoder concedente ou por entidade com ele conveniada, e periodicamente, por comissãocomposta de representantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários. Tambémos Estados poderão ser credenciados mediante convênio de cooperação, a realizarematividades complementares de fiscalização e controle dos serviços prestados nos respectivosterritórios

A concessionária deverá, basicamente, prestar o serviço adequado, cumprir e fazer cumprir asnormas pactuadas, captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação doserviço, prestar contas da gestão não apenas ao concedente, mas também aos usuários, zelarpela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, e responder pelos prejuízos quecausar.O contrato de concessão que não poderá estipular prazo superior a 25 anos , deveráconter obrigatoriamente cláusulas relativas: ao objeto, à área e ao prazo de concessão, aomodo, forma e condições da prestação do serviço, aos critérios, indicadores, fórmulas eparâmetros definidores da qualidade do serviço, ao preço e aos critérios e procedimentos parareajuste e à revisão das tarifas, aos direitos e deveres dos usuários, aos bens reversíveis, e ascondições de sua prorrogação quando for o caso, dentre outras.

Sempre que for necessário assegurar a adequação da prestação do serviço, bem como o fielcumprimento das normas contratuais e legais, o poder concedente poderá intervir naconcessão, mediante decreto, que conterá a designação do interventor, o prazo da intervençãoe os objetivos e limites da medida.

A extinção da concessão ocorrerá sempre que expirar o prazo contratual, ou medianteencampação, caducidade, rescisão ou, anulação do contrato, falência ou extinção da empresaconcessionária.

A encampação consiste na retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo daconcessão por motivo de interesse público, mediante lei específica e após prévio pagamentoda indenização.

A caducidade da concessão poderá ser declarada após verificação da inadimplência daconcessionária em processo administrativo, em que lhe será assegurada ampla defesa.

Por outro lado, a concessionária também poderá tomar a iniciativa da rescisão mediante açãojudicial especialmente intentada para esse fim, sempre que houver descumprimento dasnormas contratuais por parte do poder concedente, embora tal ocorrência não autorize ainterrupção ou paralisação dos serviços até o trânsito em julgado da decisão judicial.

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II.6. ÁREAS DE USO REGULAMENTADO

II.6.1. Considerações Gerais

A Constituição Federal, no Art. 225, III, diz que incumbe ao Poder público definir, em todasas unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmenteprotegidos, sendo que sua alteração e supressão serão permitidas somente através de lei, sendovedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem suaproteção.

Vale mencionar que a criação da grande maioria das Áreas de uso regulamentado têm sido deexclusiva alçada do Poder Público (Federal, Estadual ou Municipal) pois a legislação quedisciplina a matéria deixa pouca opção aos particulares para exercerem tal direito, exigindotodavia a anuência daquele Poder para legitimá-las.A dominialidade das áreas ambientalmente protegidas, conforme características, objetivos egraus de restrição próprios, será:

• pública, nos casos de Parques e Florestas Nacionais, Estaduais ou Municipais,Estações Ecológicas, Reservas Biológicas, Reservas Extrativistas e CavidadesNaturais Subterrâneas, o mesmo ocorrendo com as Reservas Indígenas. Áreasparticulares porventura existentes nos limites dessas categorias de manejos deunidades de conservação ficarão sujeitas à desapropriação, na forma da legislaçãoem vigor;

• particular, nas hipóteses de Reserva Particular do Patrimônio Natural, BensNaturais Tombados, Mata Atlântica, Áreas de Proteção Ambiental, Áreas Especiaisde Interesse Turístico, Reserva Legal, Áreas com vegetação de PreservaçãoPermanente, Reservas Ecológicas e Áreas de Relevante Interesse Ecológico; ou

• mista, isto é pública e particular, que pode ocorrer nos casos de Mata Atlântica,Áreas de Proteção Ambiental, áreas com florestas e demais formas de vegetaçãonatural de Preservação Permanente, Reservas Ecológicas, Áreas Especiais deInteresse Turístico e Reservas Legais, dentre as mais comuns.

II.6.2. Mata Atlântica

Dentre os bens ambientais protegidos constitucionalmente, e para esse fim classificadoscomo patrimônio nacional, está a Mata Atlântica, juntamente com a Serra do Mar, a ZonaCosteira, a Floresta Amazônica e o Pantanal Matogrossense.

Em razão disso, sua utilização far-se-á na forma da lei e dentro de condições que assegurem apreservação do meio ambiente, inclusive quanto aos usos dos recursos naturais (C.F. Art. 225,§ 4º).

Dentre as características da Mata Atlântica está a de ser “recordista mundial embiodiversidade e a segunda floresta mais ameaçada de extinção do mundo. Por isso mesmo, éconsiderada a grande prioridade para a conservação de biodiversidade em todo o continenteamericano.

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A riqueza é tão significativa que os dois maiores recordes mundiais de diversidade de plantaslenhosas foram registrados nessa região 454 espécies em um único hectare do sul da Bahiae 476 espécies em amostra de mesmo tamanho no norte do Espírito Santo. As estimativasindicam ainda que essa floresta abriga 261 espécies de mamíferos, 620 espécies de pássaros,260 de anfíbios, além de aproximadamente 20.000 espécies de plantas vasculares, das quaismais da metade restritas à Mata Atlântica. A maioria dos animais e plantas ameaçados deextinção no Brasil estão na Mata Atlântica, habitat das sete espécies brasileiras consideradasrecentemente extintas.

O projeto de Lei Federal da Mata Atlântica, para definir uma política efetiva de proteção destafloresta, tramita há cinco anos no Congresso, submetido a pressões e tentativas de redução doâmbito de aplicação da lei.” (Rede Verde, Notícias do Meio Ambiente, dezembro de 1997,“Ambientalistas apelam ao Presidente para salvar a Mata Atlântica”, Curitiba, PR).

O Decreto Federal 750/93, considera Mata Atlântica as formações florestais e ecossistemasassociados, com as respectivas delimitações estabelecidas pelo Mapa de Vegetação do Brasil,IBGE 1988: Floresta Ombrófila Densa Atlântica, Floresta Ombrófila Mista, FlorestaOmbrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual,manguezais, restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais doNordeste.

Pelo Decreto está proibida a exploração da Mata Atlântica quando esta tenha “a função deproteger espécies da flora e fauna silvestres ameaçadas de extinção, formar corredores entreremanescentes de vegetação primária ou em estágio avançado e médio de regeneração, ouainda de proteger o entorno de unidades de conservação, bem como a utilização das áreas depreservação permanente, de que tratam os artigos 2º e 3º da Lei 4.771/65” (Art. 7º).

A exploração poderá ocorrer quanto ausentes tais funções, desde que observadas as seguintescondições impostas para os casos de floresta:

• primária ou em estágio avançado e médio de regeneração, a supressão poderáser autorizada quando necessária à execução de obras, planos, atividades ouprojetos de utilidade pública ou interesse social, mediante aprovação de estudo derelatório de impacto ambiental e decisão motivada do órgão estadual competente,com anuência prévia do IBAMA, informando-se ao CONAMA (Art. 1º, § 1º).Neste caso, poderá também ser efetuada explotação seletiva de determinadasespécies nativas desde que observados os seguintes requisitos: I - não promova asupressão de espécies distintas das autorizadas através de práticas de roçadas,bosqueamento e similares; II - elaboração de projetos, fundamentados, entre outrosaspectos, em estudos prévios técnico-científicos de estoques e de garantia decapacidade de manutenção da espécie; III - estabelecimento de área e de retiradasmáximas anuais; IV - prévia autorização do órgão estadual competente, de acordocom as diretrizes e critérios técnicos por ele estabelecidos. Também poderá ocorrerexplotação eventual de espécies da flora por populações tradicionais, utilizadas paraconsumo em suas propriedades ou posses (Art. 2º c\c parágrafo único);

• secundária nos estágios médio e avançado de regeneração, o parcelamento dosolo ou qualquer edificação para fins urbanos só serão admitidos quando deconformidade com o plano diretor do Município e demais legislações de proteçãoambiental, mediante prévia autorização dos órgãos estaduais competentes e desdeque a vegetação não apresente qualquer das seguintes características: I - ser abrigo

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de espécies da flora e fauna silvestres ameaçadas de extinção; II - exercer função deproteção de mananciais ou de prevenção e controle de erosão; III - ter excepcionalvalor paisagístico (Art. 5º).

Os parâmetros básicos para análise e caracterização dos estágios de sucessão da mataencontram-se discriminados em Resoluções do CONAMA, específicas para cada Estado. Ostermos técnicos empregados, são objeto de glossário aprovado pela Resolução 12/94.

Vale finalmente observar, que conforme imposição do § 4º do Art. 225 da ConstituiçãoFederal, a exploração da Mata Atlântica far-se-á na forma que dispuser a Lei e dentro decondições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto aos usos dosrecursos naturais.

Entretanto, até o momento a matéria não foi regulamentada na forma exigida pelaConstituição, ou seja, através de Lei, existindo todavia os projetos de lei: nº 2200, de 1989, deautoria do Dep. Uldurico Pinto, e nº 3285, de 1992, de autoria do Deputado Fábio Feldmann(com o polêmico substitutivo do Dep. Paulo Bornhaunsen), além do mais recente Anteprojetode Consolidação das Leis Ambientais Brasileiras, que também trata da matéria. Enquanto issoaplicam-se de forma legalmente discutível, diga-se , as regras impostas pelo DecretoFederal 750/93 e Resoluções do CONAMA.

II.6.3. Reservas Particulares do Patrimônio Natural

O Decreto 1.922/96, que dispõe sobre a matéria, diz que Reservas Particulares do PatrimônioNatural - RPPNs, são áreas de domínio privado a serem especialmente protegidas poriniciativa de seu proprietário, mediante reconhecimento do Poder Público, quandoconsideradas de relevante importância pela sua biodiversidade ou pelo seu aspectopaisagístico, ou ainda, por suas características ambientais que justifiquem ações derecuperação (Art. 1º).

As RPPNs têm por objetivo a proteção dos recursos ambientais representativos de uma região,visando o desenvolvimento de atividades de cunho científico, cultural, educacional, recreativoe de lazer.

As atividades deverão ser licenciadas ou autorizadas pelo órgão ambiental e executadas demodo a não comprometer o equilíbrio ecológico ou colocar em perigo a sobrevivência daspopulações das espécies existentes, observada a capacidade de suporte da área, a ser previstano plano de utilização.

Na visão do IBAMA, o “programa foi criado para estimular a preservação de áreasparticulares que apresentem paisagens de grande beleza, sejam significativas para a proteçãoda diversidade ou reuna condições que justifiquem ações de recuperação ambiental, capazesde promover a conservação de ecossistemas frágeis ou ameaçados. Não existe limite detamanho para as RPPNs. A menor RPPN existente tem 1 ha e a maior chega a mais de 40 milha. A propriedade também pode ser reconhecida em sua totalidade ou apenas em parte. Oreconhecimento e registro dessas áreas como Reservas Particulares não acarretam, aos seusproprietários, prejuízo do direito de propriedade mas, ao contrário, asseguram-lhes o mesmoapoio e proteção dispensados, pelas autoridades públicas, às unidades de preservaçãopermanente” (...)

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Vantagens:• isenção de pagamento do ITR;• prioridade na análise e concessão de recursos do FNMA - Fundo Nacional de Meio

Ambiente;• maior facilidade de acesso ao crédito agrícola nos bancos oficiais;• maior reconhecimento do ambiente natural da propriedade, através do contato

freqüente com instituições de pesquisa científica;• proteção contra queimada, caça e desmatamento, pois a RPPN estará incluída entre

as Unidades de Conservação preservadas de forma integral e permanente;• apoio e orientação do IBAMA quanto ao manejo e gerenciamento da RPPN;• oportunidade de ganhos financeiros extras, através do desenvolvimento do turismo

ecológico, lazer, recreação e educação ambiental;• apoio, cooperação e respeito das entidades ambientalistas.”

(in http://www.ibama.gov.br/atuacao/uc/sanvis/latua4.htm)

Ao proprietário da RN caberá:• assegurar a manutenção dos atributos ambientais da RN e promover sua divulgação

na região, mediante, inclusive, a colocação de placas nas vias de acesso e noslimites da área, advertindo terceiros quanto à proibição de desmatamentos,queimadas, caça, pesca, apanha, captura de animais e quaisquer outros atos queafetem ou possam afetar o meio ambiente;

• submeter à aprovação do órgão responsável pelo reconhecimento o zoneamento e oplano de utilização da Reserva;

• encaminhar, anualmente e sempre que solicitado, ao órgão responsável peloreconhecimento, relatório de situação da Reserva e das atividades desenvolvidas.

Para o cumprimento dessas atribuições, o proprietário poderá solicitar a cooperação deentidades ambientalistas devidamente credenciadas pelo Cadastro Nacional de EntidadesAmbientalistas - CNEA, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.

Os documentos necessários para obtenção de reconhecimento oficial e registro de umaReserva Particular do Patrimônio Natural, são os seguintes:

• requerimento ao órgão ambiental solicitando o reconhecimento da ReservaParticular

• título de propriedade registrado em cartório• cópia da cédula de identidade autenticada ou ato de designação de representante,

quando se tratar de pessoa jurídica;• prova de quitação do ITR;• planta de situação do imóvel, indicando os limites e confrontantes da propriedade e

da área a ser reconhecida;• planta de localização do imóvel no município ou região, indicando acessos;• Termo de compromisso, conforme modelo previsto no Decreto 1922/96, fornecido

pelo Ibama;

II.6.4. Áreas de Relevante Interesse Ecológico

Previstas no Decreto 89336, de 31.01.84, as ARIEs são áreas que possuem característicasnaturais extraordinárias ou abriguem exemplares raros da biota regional, exigindo cuidadosespeciais de proteção por parte do Poder Público. Serão assim declaradas, preferencialmente,

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quando tiverem extensão inferior a 5.000 hectares e houver pequena ou nenhuma ocupaçãohumana (Art. 2º).

Nelas são proibidas quaisquer atividades que possam pôr em risco a conservação dosecossistemas, a proteção especial aos componentes localmente raros da biota e a harmonia dapaisagem, sendo permitido, todavia, entre outras atividades não predatórias, o exercício depastoreio equilibrado e a colheita limitada de produtos naturais, desde que devidamentecontrolados pelos órgãos competentes (Resolução CONAMA 012/89).

II.6.5. Reservas Ecológicas

As Reservas Ecológicas, conforme dispõe o artigo 18 da Lei 6938/81, são constituídas pelasflorestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente relacionadas noart. 2º do Código Florestal, e os pousos das aves de arribação protegidos por convênios,acordos ou tratados assinados pelo Brasil com outras nações.

O Decreto 89.336/84, que a regulamenta a Lei, diz que são consideradas reservas ecológicasas áreas de preservação permanente mencionadas no artigo 16 da Lei nº 6938, de 31 de agostode 1981, bem como, as que forem estabelecidas por ato do Poder Público, acrescentando,indevidamente, diga-se, aquilo que a lei não previu.

A Resolução CONAMA 04, de 18/09/85, que dispõe sobre a matéria (adequada às alteraçõesdo artigo 2º do Código Florestal impostas pela Lei 7803/89) diz textualmente:

“Art. 3º - São Reservas Ecológicas:

a) - os pousos das aves de arribação protegidos por Convênios, Acordos ouTratados assinados pelo Brasil com outras nações;

b) - as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

I - ao longo dos rios ou de outro qualquer corpo d'água, em faixa marginalalém do leito maior sazonal medida horizontalmente, cuja largura mínimaserá:

- de 30 (trinta) metros para os cursos d'água com menos de 10 (dez) metros delargura;

- de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50(cinqüenta) metros de largura;

- de 100 (cem) metros para todos os cursos d'água que tenham de 50(cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

- de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;

- de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largurasuperior a 600 (seiscentos) metros;

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II - ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais,desde o seu nível mais alto medido horizontalmente, em faixa marginal cujalargura mínima será:

- 30 (trinta) metros para os que estejam situados em áreas urbanas;

- de 100 (cem ) metros para os que estejam em áreas rurais, exceto os corposd'água com até 20 hectares de superfície, cuja faixa mínima será de 50(cinqüenta) metros;

- de 100 (cem) metros para as represas hidrelétricas;

III - nas nascentes permanentes ou temporárias, incluindo os olhos d'água everedas, seja qual for sua situação topográfica, com uma faixa mínima de 50(cinqüenta) metros e a partir de sua margem, de tal forma que proteja, emcada caso, a bacia de drenagem contribuinte;

IV - no topo dos morros, montes e montanhas, em áreas delimitadas a partirda curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima daelevação em relação à base;

V - nas linhas de cumeada, em área delimitada a partir da curva de nívelcorrespondente a 2/3 (dois terços) da altura em relação à base, do pico maisbaixo da cumeada, fixando-se a curva de nível para cada segmento da linha decumeada equivalente a 1000 (mil) metros;

VI - nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 100% (cem porcento) ou 45 (quarenta e cinco graus) na sua linha de maior declive;

VII - nas restingas, em faixa mínima de 300 (trezentos) metros a contar dalinha de preamar máxima;

VIII - nos manguezais, em toda a sua extensão;

IX - nas dunas, como vegetação fixadora;

X - nas bordas de tabuleiros ou chapadas, em faixa com largura mínima de100 (cem) metros;

XI - em altitude superior a 1.800 (mil oitocentos) metros, qualquer que seja asua vegetação.

Art. 4º - Nas montanhas ou serras, quando ocorrem dois ou mais morros cujoscumes estejam separados entre si por distâncias inferiores a 500 (quinhentos)metros, a área total protegida pela Reserva Ecológica abrangerá o conjuntode morros em tal situação e será delimitada a partir da curva de nívelcorrespondente a 2/3 (dois terços) da altura, em relação à base do morro maisbaixo do conjunto.”

O Decreto 89.336/84, que dispõe sobre Reservas Ecológicas e Áreas de Relevante InteresseEcológico, diz que ambas poderão ser públicas ou particulares, de acordo com a sua situaçãodominial.

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Indispensável observar que a Lei 7.754/89 que dispõe sobre a proteção das florestasexistentes nas nascentes dos rios , considera de preservação permanente as florestas edemais formas de vegetação existentes numa área denominada Paralelograma [sic] deCobertura Florestal, onde é obrigatória a reposição original com espécies nativas da região.

Oportuno também é dizer que nas áreas urbanas, definidas em lei municipal, nas regiõesmetropolitanas e aglomerações urbanas, observar-se-á o disposto nos respectivos planosdiretores e leis de uso de solo, respeitados os princípios e limites constantes no art. 2º doCódigo Florestal (Parágrafo único).

II.6.6. Áreas de Proteção Ambiental

São unidades de conservação destinadas a proteger e conservar a qualidade ambiental e ossistemas naturais nela existentes, visando a melhoria da qualidade de vida da população locale também objetivando a proteção dos ecossistemas regionais (Art. 1º, da ResoluçãoCONAMA 010/88).

Conforme faculdade prevista na Lei 6902/81, as APAs serão criadas por decreto do PoderPúblico que conterá sua denominação, limites geográficos, principais objetivos, as proibiçõese restrições de uso dos recursos ambientais nela contidos, além da entidade que asupervisionará e a fiscalizará.

Visando atender aos seus objetivos, as APAs terão sempre um zoneamento ecológico-econômico, que estabelecerá normas de uso de acordo com as condições bióticas, geológicas,urbanísticas, agro-pastoris, extrativistas, culturais e outras.

Não são permitidas atividades de terraplanagem, mineração, dragagem e escavação quevenham a causar danos ou degradação do meio ambiente e/ou perigo para pessoas ou para abiota. Tais atividades, num raio mínimo de 1.000 metros no entorno de cavernas, corredeiras,cachoeiras, monumentos naturais, testemunhos geológicos e outras situações semelhantes,dependerão de prévia aprovação de estudos de impacto ambiental e de licenciamento especial,pela entidade administradora da APA (Art. 6º).

As instituições federais de crédito e financiamento darão prioridade a pedidos destinados àmelhoria do uso racional do solo e das condições sanitárias e habitacionais das propriedadessituadas nas Áreas de Proteção Ambiental (Dec. Fed. 99244/90, Art. 32).

II.6.7. Parques Nacionais, Estaduais e Municipais

Compreendem áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturaisexcepcionais, objeto de preservação permanente, submetidas a condição de inalienabilidade eindisponibilidade em seu todo. Seu objetivo principal é a preservação dos ecossistemasnaturais englobados contra quaisquer alterações que os desvirtuem. Destinam-se a finscientíficos, culturais, educativos e recreativos, e são criados e administrados pelo PoderPúblico Federal, Estadual ou Municipal.

Sua criação está prevista no art. 5º do Código Florestal. O Regulamento baixado com o Dec.80017, de 21.09.79, estabelece normas que definem e caracterizam os Parques Nacionais.

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Devem possuir Plano de Manejo, indicando o zoneamento da área total, elaborado com afinalidade de compatibilizar a preservação dos ecossistemas protegidos com a utilização dosbenefícios deles advindos.

II.6.8. Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais

São criadas por ato do Poder Público, em terras de seus domínios, com fins econômicos,técnicos ou sociais (Código Florestal, Art. 5º, b).

Constituem bens públicos de uso comum e como tal, possuem prerrogativas deinalienabilidade, impenhorabilidade e imprescritibilidade.

II.6.9. Reservas Biológicas

As Reservas Biológicas têm sua instituição prevista tanto no Código Florestal como na Lei deProteção à Fauna (Art. 5º, alínea “a”, em ambos). Sua dominialidade deverá ser públicaporque as restrições impostas pela legislação pertinente, impossibilitam a existência depropriedade particular no seu interior.

O Código Florestal estabelece que essas Reservas “têm a finalidade de resguardar atributosexcepcionais da natureza, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezasnaturais com a utilização para objetivos educacionais, recreativos e científico.” (Art. 5º, “a”).

A Lei de Proteção à Fauna proíbe nas Reservas Biológicas quaisquer “atividades deutilização, perseguição, caça, apanha, ou introdução de espécimes da fauna e flora silvestres edomésticas, bem como modificações do meio ambiente a qualquer título, ressalvadas asatividades científicas devidamente autorizadas pela autoridade competente.” (Art. 5º, “a”).

Assim, como a Lei de Proteção à Fauna, além de mais recente é mais rígida ou limitante, naprática, as Reservas Biológicas estão destinadas apenas à preservação e para fins científicosregulamentados; não se destinando nem mesmo à proteção de belezas cênicas que trariamcomo pressuposto o desenvolvimento de atividades recreativas, neste caso proibidas.

II.6.10. Estações Ecológicas

Previstas na Lei 6.902, de 27.04.81, as Estações Ecológicas são constituídas por áreasrepresentativas de ecossistemas brasileiros destinadas à realização de pesquisas básicas eaplicadas de Ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educaçãoconservacionista.

São criadas por decreto do Poder Público em territórios de seu domínio, que “definirá os seuslimites geográficos, a sua denominação, a entidade responsável por sua administração e ozoneamento a que se refere o Art. 1º, § 2º, da Lei número 6.902, de 27 de abril de 1981.” (Art.25, § 1º, do Regulamento editado pelo Decreto 99274, de 06.06.1990).

Essa Lei já proibia a redução da área desse tipo de Unidade de Conservação (Art. 7º),antecipando-se à disposição da Constituição Federal de 1988, que estendeu tal vedação paraos demais espaços territoriais e seus componentes especialmente protegidos, excetuados casosautorizados através de Lei (Art. 225, § 1º, III).

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Do total da área da Estação Ecológica, no mínimo 90%, será destinada em caráter permanenteà preservação integral da biota. Na área restante, desde que haja um plano de zoneamentoaprovado, poderá ser autorizada a realização de pesquisas ecológicas que venham acarretarmodificações do ambiente natural.

II.6.11. Áreas Indígenas

Conforme o Art. 26 da Lei nº 6001, de 19.12.73, a União poderá estabelecer, em qualquerparte do território nacional, áreas destinadas à posse e ocupação pelos índios, onde possamviver e obter meios de subsistência, com direito ao usufruto e utilização das riquezas naturaise dos bens nelas existentes, respeitadas as restrições legais.

As florestas que integram o Patrimônio Indígena estão sujeitas ao regime de preservaçãopermanente, pois destinam-se a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas(Art. 2º, § 3º, c/c Art. 2º, alínea “g”, do Código Florestal).

As áreas reservadas podem organizar-se sob uma das seguintes modalidades:a) reserva indígena;b) parque indígena;c) colônia agrícola indígena.

O corte de madeira nas florestas de áreas indígenas, consideradas em regime de preservaçãopermanente, de acordo com a letra "g" e § 2º, do Art. 3º, do Código Florestal, estácondicionado à existência de programas ou projetos para o aproveitamento das terrasrespectivas na exploração agropecuária, na indústria ou no reflorestamento (Art. 46).

II.6.12. Cavidades Naturais Subterrâneas

Entre os bens da União, relacionados no Art. 20 da Constituição Federal constam: “ascavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos ou pré-históricos” (inciso X).

Pelo Decreto Federal 99556, de 01/10/90, as cavidades naturais subterrâneas existentes noTerritório Nacional constituem patrimônio cultural brasileiro, e, como tal, serão preservadas econservadas de modo a permitir estudos e pesquisas de ordem técnico-científica, bem comoatividades de cunho espeleológico, étnico, turístico, recreativo e educativo (Art. 1º).

A utilização da caverna, assim como da sua área de influência, definida por estudos técnicosespecíficos caso a caso, deve fazer-se consoante à legislação específica e somente dentro decondições que assegurem sua integridade física e a manutenção do respectivo equilíbrioecológico.

É obrigatória a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental, as ações ou os empreendimentosde qualquer natureza, ativos ou não, temporários ou permanentes, previstos em áreas deocorrência de cavidades naturais subterrâneas ou de potencial espeleológico, os quais, demodo direto ou indireto, possam ser lesivos a essas cavidades, ficando sua realização,instalação e funcionamento condicionados à aprovação pelo órgão ambiental competente dorespectivo relatório de impacto ambiental, regra do Art. 3º.

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II.6.13. Áreas Circundantes das Unidades de Conservação

Pela Resolução CONAMA nº 13/90, num raio de dez quilômetros das áreas circundantes dasUnidades de Conservação, qualquer atividade que possa afetar a biota deverá serobrigatoriamente licenciada pelo órgão ambiental competente.

II.6.14. Corredores Ecológicos

O Projeto Corredores Ecológicos das Florestas Tropicais Brasileiras pretende tornar as áreasprotegidas menos isoladas, restaurando os intercâmbios genéticos entre ecossistemas naAmazônia e na Mata Atlântica.

Os corredores ecológicos representam uma nova estratégia de conservação que leva emconsideração as necessidades humanas e clama pela participação e compreensão de toda asociedade brasileira.

O Projeto Corredores Ecológicos está programado para duas fases, cada uma com duraçãoprevista de cinco anos. Através desta iniciativa, o Brasil espera fazer uma contribuiçãopositiva para a implementação da Agenda 21 e a Convenção da Biodiversidade estabelecidapela Reunião das Nações Unidas no Rio em 1992.”(in http://www.ibama.gov.br/atuacao/uc/corredor.htm)

Fazendo uma ilação entre Corredores Ecológicos e RPPNs, Milano, 1991, referindo-se aestas, assevera: “De um ponto de vista estratégico, podem ser fundamentais para a proteção dabiodiversidade e elemento chave para a eficiência do conceito de Unidade de Conservação,uma vez que podem funcionar como corredores para fluxo genético ou compor zonas tampão"

(http://www.lsi.usp.br/econet/snuc/rns.htm)

II.7. EXPLORAÇÃO MINERAL

As Constituições de 1934, 1937, 1964, 1967, a Emenda de 1969 prescreviam e a de 1988,nessa mesma linha, também prescreve que a exploração das riquezas minerais depende deautorização ou concessão federal, na forma da lei.

Vejamos o que diz a vigente Constituição Federal sobre a matéria:

“Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e ospotenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da dosolo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem àUnião, garantida ao concessionário a propriedade do produto dalavra.§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dospotenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão serefetuados mediante autorização ou concessão da União, no interessenacional, por brasileiros ou empresa brasileira de capital nacional, naforma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essasatividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas.

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§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dospotenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão serefetuados mediante autorização ou concessão da União, no interessenacional, por brasileiros ou empresa brasileira de capital nacional, naforma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essasatividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas.§ 2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultadosda lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, eas autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão sercedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência dopoder concedente.§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento dopotencial de energia renovável de capacidade reduzida.”

Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei (Art.225, § 2º).

Os recursos minerais, inclusive os do subsolo, são bens da União, conforme regra estabelecidano artigo 20, IX, da Constituição Federal, sendo assegurado aos Estados, ao Distrito Federal eaos Municípios, e aos órgãos da administração direta da União, a participação no resultado daexploração no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômicaexclusiva, ou compensação financeira por essa exploração (§ 1º).

As jazidas em lavra ou não, e demais recursos minerais constituem propriedade distinta dosolo, para efeito de exploração, garantida ao concessionário o produto da lavra, e somentepoderão ser explorados mediante autorização da União, no interesse nacional, por brasileirosou empresa brasileira de capital nacional, na forma da lei, sendo assegurada a participação doproprietário do solo nos resultados da lavra. A autorização não poderá ser cedida outransferida sem prévia anuência do poder concedente.

A Resolução CONAMA nº 10/88, veda atividades de terraplanagem, mineração, dragagem eescavação nas Áreas de Proteção Ambiental, que venham a causar danos ou degradação domeio ambiente e/ou perigo para pessoas ou para a biota (art. 6º).

Quando já outorgadas autorizações ou concessões, é certo que a União como poderconcedente, pode revogar tais atos desde que interesse público superveniente exija taldecisão, como é certo, também, que "quando o ato revogado tem valor econômico oupropicia renda ao seu titular, é necessária a indenização dos prejuízos ocasionados aoparticular" (Estudos e Pareceres de Direito Público, Hely Lopes Meirelles, RT, SP, Vol II, p.192).

É verdade também, que tal revogação, quando o ato haja gerado direito em favor de terceiros,só deverá ser levado a efeito mediante indenização.

"A revogabilidade e a anulabilidade dos atos administrativos têm a sua razão de ser, comoaliás, todos os direitos ou poderes de que se investe a administração, no interesse público.Uma vez apurado que certo procedimento fere o interesse comum, impõe-se ao poderadministrativo o seu cancelamento. Daí dizer Rafael Bielsa que a administração exerce, em

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tais casos, 'um poder de polícia incidente sobre os seus próprios atos'. É porque se constata uminteresse público ulterior, mais ponderável ou significativo do que o anteriormentereconhecido, que se revoga determinado ato da administração.

Não se confunda a revogabilidade, pura e simples, com a possibilidade sempre existente daAdministração Pública de declarar nenhuma a concessão, respondendo por perdas e danos.Ela se coloca, neste caso, em situação equivalente à do particular, que, preferindo responderpelo inadimplemento de obrigação, deixa de cumprí-la; rompe o vínculo da concessão,retomando a execução do serviço, porque acha que, destarte, atende ao interesse público, maso faz certa de acarretar com ônus do seu procedimento” (in Revogação do AtoAdministrativo, Seabra Fagundes, Revista de Direito Administrativo, vol. 3, 1946, p. 5).

Tal entendimento se harmoniza amplamente com os princípios que regem a revogação dosatos administrativos em geral, com fundamento em motivos de conveniência e oportunidade,tendo em vista a prevalência de interesse público sobre o interesse particular.

Em face, pois, dos princípios legais aplicáveis à espécie e desde que configurada a hipótese deser a lavra considerada prejudicial ao bem público ou capaz de comprometer interesses quesuperem a utilidade de sua exploração industrial, a juízo do governo, lícito será ao poderconcedente tomar as providências capazes de pôr termo a tal situação, nos seguintes casos:

a) para pedidos de pesquisa em curso, o seu indeferimento;b) para as autorizações de pesquisa com os trabalhos em curso, a sua revogação;c) para as autorizações, com relatórios de pesquisa aprovados, a recusa da concessão de lavra;d) para as concessões de lavra em vigor, a sua revogação.

Finalmente, cabe acrescentar que a revogação das concessões de lavra já concedidasacarretaria ao poder concedente a obrigação de indenizar aos seus titulares os prejuízos que,em decorrência, vierem a sofrer.

Não obstante sejam estas medidas que poderão ser adotadas na espécie, sob o ponto de vistalegal e jurídico, desde que configurados os pressupostos do Código de Mineração, há aacrescentar que o problema envolve interesse econômico na utilização de um bem mineral,além de que acarretará ônus ao poder concedente no que diz respeito às indenizações, casonão se venha a encontrar uma solução capaz de resguardar os direitos dos interessados.

Com relação à autorização dos pedidos de pesquisa em curso ou que porventura venham a serformulados, o assunto não comportaria maiores dificuldades, pois o poder concedente estariaà vontade para indeferí-los daqui por diante, se este for o caso.” (Coletânea de Pareceres sobreAplicação da Legislação Minerária, Ed. revisada, Vol. 1, 1981, Ministério de Minas eEnergia)

Acrescenta-se que em relação aos pedido de novas autorizações ou concessões, as autoridadesestaduais e municipais serão ouvidas preliminarmente à decisão do Poder Público Federal,conforme determina a Resolução 10/88, oportunidade em que manifestarão sua concordânciaou não em relação ao pedido.

Por derradeiro, o Decreto Federal nº 7.597, de 13.2.89, que dispõe sobre o licenciamento deatividade mineral, estatui logo no art. 1º, que as atividades, individual ou coletiva, querealizam extração mineral em depósitos de colúvio, elúvio ou aluvião, nos álveos (placeres)

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de cursos d'água ou nas margens reservadas, bem como nos depósitos secundários, chapadas,vertentes e altos dos morros utilizando equipamentos tipo dragas, moinhos, balsas, pares debombas (chapadeiras), bicas ("cobra fumando") e quaisquer outros equipamentos queapresentem afinidades, deverão ser licenciados pelo órgão ambiental competente.

O § 1º do art. 2º do mesmo decreto, veda as atividades descritas no art. 1º, em mananciais deabastecimento público e seus tributários e em outras áreas ecologicamente sensíveis, a critériodo órgão ambiental competente.”

II.8. NORMAS DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM

II.8.1. Introdução

As principais normas do DNER aplicáveis ao projeto em estudo, são as seguintes:

• Norma DNER-PRO 212/94, que fixa as condições exigíveis nos procedimentos aserem adotados quando da elaboração dos estudos preliminares, de anteprojeto eprojeto de rodovias com vistas à preservação do ambiente;

• Instruções de Proteção Ambiental das Faixas de Domínio Lindeiras das RodoviasFederais (1996);

• Manual para Ordenamento do Uso do Solo nas Faixas de Domínio e Lindeiras dasRodovias Federais (1996);

• Manual Rodoviário de Conservação, Monitoramento e Controle Ambientais (1996);

II.8.2. Estudos Preliminares, Anteprojeto e Projeto de Rodovias com vistas à

Preservação do Ambiente

A norma DNER-PRO 212/94 fixa as condições para elaboração de estudos preliminares,elaboração de anteprojeto e de projeto de rodovias com vistas à preservação do ambiente,formula recomendações para as fases de construção e operação com idêntico objetivo eestabelece as condições exigíveis nos procedimentos a serem adotados quando da elaboraçãodos estudos preliminares, da elaboração de anteprojeto e projeto de rodovias, com vistas àpreservação do meio ambiente, a saber:

• estudo de impacto ambiental (EIA) e elaboração do relatório de impacto ambiental(RIMA);• anteprojeto de condicionamento ambiental;• anteprojeto paisagístico;• projeto de condicionamento ambiental;• projeto paisagístico.

Contém, também, exemplo de roteiro para Estudo de Impacto Ambiental e Relatório deImpacto Ambiental (Anexo Normativo “A”), e Interação dos estudos e projetos relativos àconstrução rodoviária e ao condicionamento ambiental, inclusive paisagismo (AnexoNormativo “B”), e exemplo de relacionamento de causas com efeitos na área de domíniodireto da estrada (Anexo “C”).

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II.8.2.1. Estudos Preliminares

Na elaboração dos estudos preliminares, inicialmente deve ser verificado a existência ou nãode Plano de Desenvolvimento Regional. Havendo Plano, deve o mesmo ser verificado quantoà confiabilidade e completeza, e, se for o caso, ser objeto de sugestão ao órgão governamentalpara complementação, atualização ou correção. Não havendo, deve ser solicitado a elaboraçãodo mesmo à autoridade governamental competente. Os estudos somente devem ser iniciadosapós disponibilidade deste Plano, elaborado pelas autoridades competentes.

II.8.2.2. Estudo de Impacto Ambiental

Na elaboração do EIA devem ser observadas basicamente as disposições contidas naResolução CONAMA nº 237/97 e o roteiro constante do Anexo A, da Norma DNER-PRO212/94.

Havendo duas alternativas de traçado equivalentes sob os pontos de vista técnico (rodoviário ede impacto ambiental) e econômico, deve ser submetida à consulta popular para instruirdecisão final.

No EIA devem ser consideradas as seguintes áreas de influência da rodovia:• área de domínio privado;• área de influência direta;• área de influência indireta.

O Diagnóstico Ambiental deve levar em conta o estado atual dos conhecimentos em termosde ecologia e mesologia e deve servir de ponto de partida para o desenvolvimento do estudode impacto ambiental, que deve ser feito de forma sistemática, relacionando-se causa comefeitos.

Devem ser considerados, entre outros, os efeitos da implantação de cada uma das alternativasde traçado sobre: a água potável. a biota, o relevo, as rochas, os solos, as riquezas minerais, oscorpos d’água (lagos, lagoas, etc.), o miniclima, o uso da terra, os sítios históricos earqueológicos, o potencial cênico, a atmosfera (poeria, gases, etc.), o conforto acústico, ascaracterísticas das propriedades adjacentes (residências, áreas de recreação, praças de esporte,creches, escolas, templos, hospitais, sanatórios, asilos, cemitérios, etc.) a segurança dospedestres, a liberdade dos movimentos dos pedestres, a integridade de comunidades urbanas,principalmente no que se refere às áreas residenciais, de trabalho, de abastecimento degêneros e de escolas, os monumentos, as edificações tombadas e as árvores centenárias(subitem 4.2.9).

Quanto ao traçado da rodovia, deve ser observado na sua definição, alternativas depreservação dos parques (nacionais, estaduais e municipais), das bacias de acumulação, dasreservas indígenas e das reservas biológicas, além de sugeridos os lugares e condições deacessos à rodovia e, quando necessário, recomendadas condições para travessia de animaispela faixa de domínio.

Quando se tratar de substituição ou melhoramentos de rodovia existente, e já houver um certodesenvolvimento nas áreas marginais, devem os estudos prever providências que, na medidado possível, melhorem ou restaurem o ambiente, inclusive com o aproveitamento da faixa de

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domínio para reflorestamento, dotando-a de árvores frutíferas regionais, de modo a melhorproteger a fauna.

Entre as conclusões do EPIA, devem constar:• diagnóstico ambiental;• efeitos do impacto para cada uma das alternativas de traçado da rodovia;• análise comparativa dos efeitos do impacto para cada uma das alternativas de traçado darodovia;• enfoque dos benefícios sócio-econômicos e dos custos ambientais decorrentes daimplantação e operação da rodovia;• recomendação quanto à opção entre as alternativas de traçado em estudo.

O resultado dos estudos preliminares devem instruir a opção entre as alternativas de traçado,bem como as condições básicas da rodovia a ser objeto do anteprojeto.

II.8.2.3. Condicionamento Ambiental

O Condicionamento Ambiental (inclusive paisagismo) para efeitos da Norma em estudo, éentendido como a ação exercida sobre o meio ambiente (inclusive rodovia), a fim de mitigaros efeitos do impacto ambiental.

As decisões concernentes a condicionamento ambiental devem basear-se nos resultados dosestudos preliminares e compreender as áreas de influência da rodovia.

O anteprojeto deve ser elaborado por equipe multidisciplinar, e no que se refere às áreas deinfluência indireta, em colaboração com os organismos governamentais competentes, no quese refere às áreas de influência direta, ouvindo os proprietários das afetadas.

Devem também ser definidos os acessos às áreas marginais e propostas alternativas senecessárias, considerando sempre a localização dos núcleos populacionais estabelecidos noplano de desenvolvimento regional.

Deve ser escolhida a diretriz da rodovia entre as variantes propostas, consideradas suaclassificação e condições básicas recomendadas na fase preliminar.

Considerando os efeitos da implantação de cada uma das alternativas de traçado da rodoviasobre a água potável. a biota, o relevo, as rochas, os solos, as riquezas minerais, os corposd’água (lagos, lagoas, etc.), o miniclima, o uso da terra, os sítios históricos e arqueológicos, opotencial cênico, a atmosfera (poeria, gases, etc.), o conforto acústico, as características daspropriedades adjacentes (residências, áreas de recreação, praças de esporte, creches, escolas,templos, hospitais, sanatórios, asilos, cemitérios, etc.) a segurança dos pedestres, a liberdadedos movimentos dos pedestres, a integridade de comunidades urbanas, principalmente no quese refere às áreas residenciais, de trabalho, de abastecimento de gêneros e de escolas, osmonumentos, as edificações tombadas e as árvores centenárias, devem ser feitas as seguintesanálises:

• padrão técnico da rodovia (Classe I, II, III e IV), principalmente nas regiões de topografiapesadas;• padrão técnico da rodovia (expressa, arterial com semáforo, etc.) nas travessias urbanas;• tratamentos específicos requeridos.

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Devem ser feitas recomendações relativas à faixa de domínio, que deve ter a sua vegetaçãopreservada, inclusive no que se refere a arvores, salvo o caso em que estas, por seu tamanho,possam afetar a segurança da estrada. É recomendado preservar as árvores seculares e outras,devido a sua localização, raridade, beleza ou condição de porta-semente, assim comocomplementar a flora da faixa de domínio, em pontos estratégicos, com espécies frutíferasperfeitamente adaptáveis à região.

A vegetação existente na faixa de domínio deverá ser preservada sempre que possível. Otrabalho deverá conter recomendações de preservação das árvores seculares, frondosas,decorativas, frutíferas, etc, considerando sua localização, raridade, beleza ou condição deporta-semente, e de complementação em pontos estratégicos, com espécies frutíferasperfeitamente adaptadas à região. Ficam fora dessa regra, somente as árvores que por seutamanho possam afetar a segurança da estrada.

O detalhamento do projeto de Condicionamento Ambiental, deverá conter basicamente:

• estabelecimento, com precisão, dos serviços e providências requeridas para aintegração da estrada no ambiente;

• projeto de arborização e paisagismo deve sempre adotar espécies regionais ou quejá tenham se aclimatado;

• detalhamento deverá ser minucioso na disciplina que os serviços de terraplanagemdevem obedecer, sendo recomendado a utilização de equipamentos e métodosadequados, de modo que os cortes, aterros, botas-fora, empréstimos, jazidas, etc,não provoquem erosão além da inevitável;

• adoção de normas técnicas do DNER com opção de alternativas admitidas queproporcionem o menor dano e menor alteração das condições ecológicas da região;

• condicionamento ambiental deve ser considerado na classificação técnica da via econter análises do padrão técnico da rodovia;

• a geometria da rodovia, com o objetivo de promover sua integração com a natureza,conformando o traçado e de forma que este procure fazer parte integrante doambiente em que está inserido

• a pavimentação, que deverá ser estudada considerando no seu custo a natureza e aintensidade do tráfego, a conservação e a disponibilidade de material derevestimento e de base, principalmente onde esse material for difícil e sua extraçãoacarretar danos ao meio ambiente.

II.8.2.4. Paisagismo

Dentro ainda do Condicionamento Ambiental, ou, da ação exercida sobre o meio ambiente(inclusive rodovia), a fim de mitigar os efeitos do impacto ambiental, deverá ser feito umanteprojeto paisagístico na forma recomendada da faixa de domínio, dos canteiros centrais,das áreas de lazer e das áreas remanescentes desapropriadas e não necessárias ao leito daestrada.

O anteprojeto deverá conter:• levantamento dos recursos paisagísticos, visando identificar, preservar e melhorar osprincipais valores naturais;

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• cadastro pedológico e vegetal da(s) faixa(s) ao longo do(s) traçado(s) escolhido(s),compreendendo ervas, arbustos e árvores, como indicação das espécies mais adequadasà proteção vegetal do corpo estradal• indicação de fontes de aquisição de espécies vegetais, quantidades disponíveis à épocade plantio;• descrição das características da(s) alternativa(s) selecionadas compreendendo:

- listagem de ocorrências significativas (nascentes, cursos d’água, florestas,bosques, sítios históricos, dentre outros;- diagnose das necessidades de apoio ao usuário e indicação de programa a serdesenvolvido na fase do projeto;- indicação de locais mais adequados a áreas de camping, estacionamentos,mirantes, postos de polícia e de serviços;

• desenvolvimento de anteprojetos especiais de urbanização, etc.;• arborização paisagística;• localização das áreas de estacionamento, repouso e/ou recreação;• tratamento corretivo das escavações e caixas de empréstimo existentes;• esboço dos projetos arquitetônicos de praças, belvederes, equipamento de apoio aousuário e de edifícios da administração rodoviária;• indicação dos locais mais adequados para postos de abastecimento, motéis e outros;• tratamentos especiais;• orçamento.

O anteprojeto de paisagismo deve constar de relatório contendo:• planta geral de situação da rodovia, onde se assinalam, relacionando-se aoestaqueamento, os acidentes notáveis de interesse para o projeto, tais como: cidades,praias, rios, nascentes, locais de vistas panorâmicas, sítios históricos, etc, bem como adivisão em trechos para arborização, vegetação a ser preservada, as áreas escolhidaspara repouso e/ou recreação, as jazidas, as escavações para empréstimo etc. Pode serapresentada por meio de diagrama na escala `/10.000;• desenhos elucidativos de tratamento corretivo de jazidas, escavações e bota-foras;• desenhos elucidativos da arborização ao longo dos trechos indicados na planta geralde situação;• listagem das espécies vegetais a empregar, com respectivas quantidades erecomendações sobre fontes de aquisição e distância de transporte;• justificativas adotadas.

II.8.3. Instruções de Proteção Ambiental das Faixas de Domínio e Lindeiras das

Rodovias Federais

Ao desenvolver o Programa de Avaliação e Ordenamento das Faixas Lindeiras das RodoviasFederais, financiado pelo BIRD, o DNER propõe recomendações através das Instruções deProteção Ambiental – IPA, objetivando solucionar muitos dos problemas que produzemimpactos de natureza negativa sobre as faixas de domínio e lindeiras.

Assim, com esse objetivo, o DNER baixou as seguintes IPA’s:• IPA-01/96, sobre o tratamento paisagístico e ambiental das faixas de domínio e

lindeiras das rodovias federais, mediante a implantação de arborização adequada eharmoniosa, onde constam as formas de arborização e a seleção de espécies;

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• IPA-02/96, sobre a orientação e implantação de hortos florestais no preparo deespécies para a reposição da cobertura vegetal das faixas de domínio e lindeiras dasrodovias, contendo as espécies vegetais recomendadas;

• IPA03/96, sobre as queimadas, visando proteger ou atenuar, do ponto de vistaambiental, os efeitos físicos, biológicos e antrópicos adversos, causados pelaqueimada na cobertura vegetal das faixas lindeiras e de domínio das rodovias,contendo a classificação e causas principais, os tipos de impactos ambientaisresultantes, execução de medidas de proteção e técnicas de combate ao fogo;

• IPA-04/96, sobre travessias urbanas, visando a mitigação ou eliminação dasadversidades geradas pelo conflito espaço viário versus espaço urbano;

• IPA-05/96, sobre Aterros Sanitários, a seleção de áreas adequadas, os aterrosexistentes nas áreas lindeiras, o transporte de lixo e entulho e a descarga de entulho.

O objetivo da Instrução de Serviço é o tratamento paisagístico e ambiental das faixas dedomínio e lindeiras das rodovias federais, mediante a implantação de arborização adequada, aqual harmoniza o campo visual e colabora para que a rodovia se integre na paisagem etransmita conforto e segurança aos usuários

II.8.4. Manual para Ordenamento do Uso do Solo nas Faixas de Domínio e Lindeiras das

Rodovias Federais

Entre as iniciativas realizadas pelo DNER, objetivando consolidar seu Corpo NormativoAmbiental, ocupa posição relevante o Programa de Avaliação e Ordenamento do Uso do Solonas Faixas Lindeiras das Rodovias Federais, o qual deu origem às Instruções de ProteçãoAmbiental – IPA e ao Manual para Ordenamento do Uso do Solo nas Faixas de Domínio eLindeiras das Rodovias Federais.

Das considerações sobre as faixas de domínio e lindeiras, extrai-se deste manual: “Asrodovias integrantes da Rede Ferroviária Federal que atravessam áreas rurais, ao seremprojetas, têm suas faixas de domínio dimensionadas em função das condições de relevo, deacordo com as normas vigentes. Nas situações em que a rodovia atravessar áreas urbanas,onde houver necessidade de definir acessos e travessias, deverão ser elaborados planosfuncionais que indicarão com detalhamento minucioso indicando os principais tipos de uso dosolo, os tipos de travessia e suas interseções, além das medidas relativas a controle de acessos.

Em decorrência das pressões de natureza sócio-econômicas que atuam nestas áreas próximasaos centros urbanos e dos conflitos decorrentes, urge que sejam repensadas as largurasespecificadas nos projetos para as faixas de domínio. Para tanto, recomenda-se que se procedaa modificações mediante a introdução de critérios mais flexíveis, os quais deverão considerarestes fatores ambientais referidos.

Atualmente estas dimensões são fornecidas pelas Instruções de Serviço, integrantes doManual de Serviços de Consultoria para Estudos e Projetos Rodoviários – DNER, 1978, quelevam em conta, exclusivamente o tipo de relevo atravessado pela rodovia.

Aliás, a Instrução de Serviço nº 64, do referido Manual, aborda no item 3.6 O Impacto sobre oMeio Ambiente, recomendando que sejam tomadas medidas, ou adotados critérios,objetivando minimizar os impactos sobre o meio ambiente, mesmo que exijam trabalhos

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adicionais, os quais deverão ser incluídos nos custos de implantação da rodovia. Estesimpactos ambientais referidos abrangem ‘a população sonora e atmosférica decorrente dotráfego intenso, a segurança e movimento dos pedestres, a degradação de propriedadesadjacentes à via, os efeitos de rompimento de comunidades urbanas, os efeitos dedesmatamento e de influência sobre a fauna e a flora’, os quais são fatores que deverão seranalisados em nível de anteprojeto, tanto em relação aos aspectos quantitativos comoqualitativos.”

Com esse propósito, o Manual estabelece orientações para a arborização da faixa de domínio,implantação de Hortos Florestais, prevenção à queimadas, problemas com travessias urbanas,faixa “non aedificandi”, favelização e reassentamento, painéis de anúncio e propaganda,acessos à áreas lindeiras, instalações de serviço, mirantes, áreas de lazer, parada de ônibus,aterros sanitários, remoção de vestígios de canteiros de obras, redes de serviços públicos eprivados, estacionamentos diversos.

II.8.5. Manual Rodoviário de Conservação, Monitoramento e Controle Ambientais

O estudo do passivo ambiental de algumas rodovias federais permitiu verificar a freqüência ea importância de impactos gerados pelas rodovias sobre sua vizinhança e, assim, permitiu quefossem destacados os principais conjuntos de causa-efeito merecedores da atenção dosgerenciadores de recursos para construção e conservação rodoviárias, sempre tendo em mentea segurança (de tráfego, do usuário, de vizinhos) e a economia (proteção do capital investidopelo DNER e por terceiros). A partir desses dados o DNER decidiu gerar, em 1996, a primeiraversão deste Manual, reunindo em um só volume as diversas implicações deempreendimentos rodoviários.

Em seus sete capítulos, estão contemplados a terminologia utilizada, o gerenciamentoambiental e suas diretrizes, o monitoramento em fase de obras e de operação, e proposta demétodo de trabalho para gerenciamento do passivo ambiental de malhas viárias.

II.8.6. Transporte de Cargas Perigosas

O Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito, estáassentado na Convenção de Basiléia, adotada sob a égide da Organização das Nações Unidas.Em 22 de março de 1989, em Basiléia, Suíça, foi promulgada pelo Governo Brasileiro, peloDecreto nº 875, de 19 de julho de 1993, preconizando que o movimento transfronteiriço deresíduos perigosos e outros resíduos, seja reduzido ao mínimo compatível com aadministração ambientalmente saudável e eficaz desses resíduos e que seja efetuado demaneira a proteger a saúde humana e o meio ambiente dos efeitos adversos que possamresultar desse movimento.

O Decreto nº 1.797, de 25.01.1996, dispõe sobre a execução do Acordo de Alcance Parcialpara a Facilitação do Transporte de Produtos Perigosos, entre Brasil, Argentina, Paraguai eUruguai, de 30.12.1994.

As multas a serem aplicadas por infrações à regulamentação para a execução do serviço detransporte rodoviário de cargas ou produtos perigosos está disciplinada no Decreto-Lei nº2.063, de 06.10.1983, que impõe que as mesmas serão aplicadas e arrecadadas pelaautoridade com jurisdição sobre a via pública ou rodovia na qual a infração seja cometida e

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terão seu valor dobrado na reincidência, sendo cumulativas com as estabelecidas sobre otrânsito.

De acordo com esse Decreto, poderão ser aplicadas também aos infratores as penalidades de:• suspensão temporária do exercício da atividade de transporte de cargas ou produtos

perigosos, por prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias; e• cancelamento do registro de que trata a Lei nº 7.092, de 19 de abril de 1983.

A Portaria n.º 204/MT, de 20.05.1997, aprova as Instruções Complementares aosRegulamentos dos Transportes Rodoviários e Ferroviários de Produtos. (DOU n.º 98, de26.05.1997).

A classificação das cargas perigosas constam da NBR 7.502, de dezembro de 1983, e aterminologia pertinente é objeto da NBR 7501, ambas da Associação Brasileira de NormasTécnicas.

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III. PLANOS E PROGRAMAS PÚBLICOS E PRIVADOS

III.1. ESTADO DE SANTA CATARINA

Um dos principais programas de investimento em infra-estrutura na área de estudo, no trechode Santa Catarina, é a consolidação da Zona de Processamento de Exportação - ZPE deImbituba, cuja área administrativa é controlada por órgão alfandegário, com investimentoprevisto da ordem de 80 milhões de dólares, que se encontra nas margens da BR-101, a 4 kmdo Porto de Imbituba (Balanço Anual 1997 - Gazeta Mercantil - Santa Catarina). A adequaçãoe consolidação da ZPE irá contribuir para a consolidação do sistema intermodal detransportes, através do fomento do comércio exterior.

O governo de Santa Catarina está incentivando sobremaneira o Pólo de Criação de Software,onde já se verifica a existência de mais de 500 empresas (aproximadamente 5 mil empregos)da área concentrada principalmente em Florianópolis, Blumenau e Joinville. Esse setor estásendo fortemente incentivado tanto pela área pública como pela área privada.

No setor rodoviário o governo de Santa Catarina planeja estadualizar cerca de 670quilômetros de rodovias federais para, com outros 970 quilômetros de estradas do estado, darprosseguimento ao projeto de privatização dos corredores rodoviários. Para fazer frente aesses programas estão previstos investimentos de R$ 600 milhões em todo o Estado. O pontorodoviário crucial, compreendido pelo trecho de 216 quilômetros da BR-101 entre Garuva ePalhoça, elo de ligação entre o sistema portuário estadual (São Francisco do Sul, Itajaí eImbituba), estados vizinhos, com o Sudeste do País e com os países do Mercosul, deverá estartotalmente duplicado até meados de 1999. Adicionalmente encontram-se em andamento osestudos técnicos e ambientais para a duplicação do restante do trecho da BR-101, que vai daárea metropolitana de Florianópolis até Osório no Rio Grande do Sul.

No que se refere ao setor privado, o próprio governo catarinense está interessado emincentivar as potencialidades de investimento, de um lado com o apoio aos setorestradicionais da economia estadual e, de outro lado, com a atração de empresas estrangeiras emesmo nacionais de outros estados.

O Pólo Cerâmico da região de Criciúma, que produziu 75 milhões de metros quadrados decerâmica em 1997, e emprega cerca de 4.700 funcionários, deverá receber novo impulsoprincipalmente com a viabilização do gasoduto Bolívia-Brasil, hoje já em fase inicial de obrasna região, com a vantagem de oferecer gás natural para as indústrias cerâmicas e outras,reduzindo os custos com energia. Nesse sentido, as lideranças locais já estão trabalhando parapromover um maior volume de exportações, com a otimização do porto de Imbituba. Oincremento das exportações será benéfico para a economia local, mas deverá aumentar otráfego rodoviário da região.

Para o Porto de Imbituba está previsto um programa de investimentos em ampliações emodernização de infra-estrutura, super-estrutura e novos módulos dentro do complexoportuário e industrial de Imbituba, que deverá envolver recursos na ordem de 62 milhões dereais, nos próximos dois anos.

III-2

Também está em andamento a recuperação das instalações do porto de Laguna, no sul doEstado, cujos trabalhos incluem a retificação e prolongamento dos molhes da barra e adragagem da bacia de evolução (local onde atracam os barcos), para atender às necessidadespesqueiras do local. Com a retificação e o prolongamento dos molhes, a profundidade do caispassará de seis para dez metros, o que possibilitará a entrada de embarcações de médio egrande portes, contribuindo para o aumento do movimento portuário, com reflexos sobre otráfego de veículos na rodovia BR-101. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 3,9milhões. O processo das obras encontra-se em fase de licitação (Julho, 1998).

A região litorânea sul do estado de Santa Catarina vive uma nova era com diversasoportunidades de negócios sendo discutidas e implantadas em conjunto com os setorespúblico e privado. Pois, segundo divulgado pelo Jornal Gazeta Mercantil (**) a AssociaçãoComercial e Industrial de Criciúma (Acic), através do Fórum de Desenvolvimento Regional,discute 19 projetos que abrangem desde obras de infra-estrutura, fomento deempreendimentos e cuidados com o meio ambiente.

A economia dos municípios da região de Criciúma terá novo impulso em breve, espera-se queisso aconteça já até o final do ano com a entrada em atividade do Gasoduto Bolívia-Brasil(Gasbol), que deverá oferecer energia com preço mais competitivo, favorecendoparticularmente as inúmeras indústrias cerâmicas existentes na região. O segmento deplásticos da região, que emprega cerca de 4.500 pessoas, também deverá ser beneficiado coma entrada em operação do gasoduto.

O Fórum também exige a duplicação da BR-101 trecho Florianópolis – Osório, cujoempreendimento irá proporcionar melhores condições para o transporte de mercadoriasproduzidas na região. Ainda no setor viário, outra proposta é a implantação de um anelrodoviário para evitar o trânsito de caminhões no centro de Criciúma.

Entre as obras de infra-estrutura necessárias para a implantação ou ampliação de novasindústrias está a construção da barragem do Rio São Bento. Essa represa exige uminvestimento de R$ 25 milhões, mas ela é essencial para evitar que empresas sejam impedidasde se implantar ou ampliar suas capacidades produtivas em função da falta de água, cujoabastecimento está no limite na região.

Em termos de planos na área privada também é importante ressaltar que na região derizicultura de Araranguá, que por sinal é uma das maiores áreas produtoras de arroz do Brasile o principal centro produtor de Santa Catarina a Cooperativa Regional Agropecuária SulCatarinense (Coopersulca) em cooperação com a Empresa de Pesquisa Agropecuária eExtensão Rural (Epagri-SC) apoia e desenvolve com os seus associados um programaintegrado de piscicultura e cultivo orgânico de arroz. (Jornal Gazeta Mercantil 8-7-99, B-20).

(**) Relatório – Gazeta Mercantil – Dossiê Santa Catarina no século 21. 25-05-1999.

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A técnica dotada consiste em substituir os agrotóxicos pela introdução de peixes (carpashúngaras, capim e prateada, além da tilápia). Pois, os peixes fazem um trabalho conjunto decombate às pragas e também de limpeza do terreno e preparação do solo que dispensa o usode inseticida e herbicida.

A experiência é vista como promissora no contexto da produção de arroz ecologicamentecorreto, eliminação da contaminação ambiental por agrotóxicos e, também pelo incrementosignificativo da renda dos produtores rurais da região de Araranguá.

III.2. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Um dos principais programas públicos do governo do Rio Grande do Sul é o Pró-Guaíba -Programa para o Desenvolvimento Racional, Recuperação e Gerenciamento Ambiental daBacia Hidrográfica do rio Guaíba. Por essa bacia, formada pelas águas de sete grandes rios eseus afluentes, circulam 86% do PIB estadual, envolvendo uma área em torno de 30% doestado (Gazeta Mercantil, Relatório Rio Grande do Sul, 19-12-97).

O Pró-Guaíba abrange, inclusive, o município de Osório, integrante da área de estudo daduplicação da BR-101, trecho Florianópolis - Osório.

Na área de transportes, o governo gaúcho está empenhado em concluir a privatização do portode Rio Grande e pretende licitar a concessão de aproximadamente 2,6 mil quilômetros deestradas, correspondentes a 26% da malha rodoviária do Rio Grande do Sul. A previsão deinvestimentos privados das empresas concessionárias é da ordem de R$ 1 bilhão (BalançoAnual Rio Grande do Sul - 1997, Gazeta Mercantil).

O governo do Estado criou nove pólos rodoviários, cinco dos quais já foram licitados e serãoadministrados por consórcios. O polo rodoviário metropolitano modifica e melhora o sistemaviário da Grande Porto Alegre, principalmente com o envolvimento da BR-116, uma das maisproblemáticas da região.

A BR-290, conhecida como “free-way”, que liga Porto Alegre ao litoral do Estado,finalizando na cidade de Osório, com ligação com a BR-101, objeto do presente estudo, foi aprimeira rodovia federal a ser privatizada no Rio Grande do Sul, e mesma continua recebendoinvestimentos em sua melhoria, além dos 26 milhões de reais já aplicados na obra.

No setor eletroenergético o Estado, tradicional gerador de energia, possui um amplo programade investimentos, inclusive com a participação da iniciativa privada em algunsempreendimentos. Os principais investimentos previstos estão resumidos na Tabela III.2-1,apresentada a seguir.

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TABELA III.2-1INVESTIMENTOS NO SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA NO RIO GRANDE DO SUL

OBRA CAPACIDADE(MW)

INVESTIMENTO(US$ MILHÕES)

ESTÁGIO PREVISÃODE

OPERAÇÃOHIDRELÉTRICAS

Dona Francisca 125 137 Contrato assinado dez/2001Machadinho 1.040 650 Contrato assinado dez/2000

Itá 1.450 850 Em construção dez/1999Monte Claro 130 100 Projeto básico fev/2001

Passo do Meio 30 25 Projeto básico set/2000Campos Novos 880 450 Em licitação fev/2002

TERMELÉTRICASCandiota III 350 240 Licitação em

preparojul/2000

Uruguaiana 600 230 Contrato assinado dez/1998Jacuí I 350 250 Em contratação out/1999Seival 250 270 Projeto básico jul/2000

CONVERSORASGarabi 1.000 250 Em licitação abr/1999

Livramento 70 30 Contrato assinado abr/1999Total das novas 6.275 3,482Total existente 1.400

Total geral 7.675FONTE: CEEE. In: Gazeta Mercantil, Relatório Rio Grande do Sul, 19-12-97. P.3.

No que se refere aos investimentos privados, o Rio Grande do Sul possui vários setoreseconômicos que estão sendo implantados e/ou ampliados, os quais influenciam diretamente nademanda sobre a infra-estrutura em geral e o sistema rodoviário em particular. Os principaisinvestimentos privados em andamento estão relacionados na Tabela III.2-2, a seguir.

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TABELA III.2-2PRINCIPAIS INVESTIMENTOS PRIVADOS NO RIO GRANDE DO SUL

INDÚSTRIA SETOR INVESTIMENTOR$ MILHÕES

Pólo petroquímico Petroquímica 1.100,0Ford Automóveis 1.000,0

Souza Cruz Cigarros 860,0General Motors Automóveis 640,0

Refinaria Pasqualini Petróleo 600,0Grupo Gerdau Siderurgia 540,0

OPP Resinas 293,1Philip Morris Cigarros 227,0

Casa Blanca Forest Painéis de madeira 205,0Agrale/Navistar Caminhões 200,0

Pirelli Pneus 190,0Goodyar Pneus 180,0Brahma Cervejas 150,0

DHB Autopeças 84,8Souza Cruz Fumo 82,0

SLC/John Deere Tratores 70,0Universal Leaf Tobacos Fumo 42,0

Coca-Cola Refrigerantes 37,0Outros Diversos 1.748,8Total 8.256,1

FONTE: Gazeta Mercantil. 19-12-97. Suplemento Rio Grande do Sul