D3468 - Aspectos penais do Protocolo de São Luís

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    DECRETO No

    3.468, DE 17 DE MAIO DE 2000.

    Promulga o Protocolo de Assistncia JurdicaMtua em Assuntos Penais, assinado emSan Luis, Repblica Argentina, em 25 de

    junho de 1996, entre os Governos daRepblica Federativa do Brasil, da RepblicaArgentina, da Repblica do Paraguai e daRepblica Oriental do Uruguai.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, no uso da atribuio que lhe confere o art. 84, inciso VIII, daConstituio,

    Considerando que o Protocolo de Assistncia Jurdica Mtua em Assuntos Penais foi assinado emSan Luis, Repblica Argentina, em 25 de junho de 1996, pelos Governos da Repblica Federativa doBrasil, da Repblica Argentina, da Repblica do Paraguai e da Repblica Oriental do Uruguai;

    Considerando que o Congresso Nacional aprovou o ato multilateral em epgrafe por meio do DecretoLegislativo n. 03, de 26 de janeiro de 2000.

    Considerando que o Governo brasileiro depositou o Instrumento de Ratificao do referidoProtocolo em 28 de maro de 2000;

    Considerando que o ato em tela entrou em vigor para o Brasil, nos termos de seu art. 28, em 27 deabril de 2000;

    DECRETA :

    Art. 1 O Protocolo de Assistncia Jurdica Mtua em Assuntos Penais, assinado em 25 de junho de1996, entre os Governos da Repblica Federativa do Brasil, da Repblica Argentina, da Repblica doParaguai e da Repblica Oriental do Uruguai, apenso por cpia a este Decreto, dever ser executado ecumprido to inteiramente como nele se contm.

    Art. 2 So sujeitos aprovao do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar emreviso do referido Protocolo, assim como quaisquer ajustes complementares que, nos termos do art. 49,pargrafo I, da Constituio, acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimnio nacional.

    Art. 3 Este Decreto entra em vigor na data de sua publicao.

    Braslia, 17 de maio de 2000; 179 da Independncia e 112 da Repblica.

    FERNANDO HENRIQUE CARDOSOLuiz Felipe Lampreia

    Publicado no D.O. de 18.5.2000

    Obs: O Protocolo de que trata este Decreto est publicado no D.O. de 18.5.2000.

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    Assinado em: So Luiz, ArgentinaData: 25 de junho de 1996Entrada em vigor: 27 de abril de 2000Promulgao: Decreto 3468 de 17 de maio de 2000

    Protocolo de Assistncia Jurdica Mtua em Assuntos Penais (Mercosul)

    Os Governos da Repblica Argentina, da Repblica Federativa do Brasil, da

    Repblica do Paraguai e da Repblica Oriental do Uruguai;

    Considerando que o Tratado de Assuno implica no compromisso dos Estados

    Partes de harmonizar suas legislaes em funo dos objetivos comuns ali

    estabelecidos;

    Conscientes de que esses objetivos devem ser fortalecidos com normas comuns que

    ensejem segurana jurdica no territrio dos Estados Partes;

    Convencidos de que a intensificao da cooperao jurdica em matria penal

    contribuir para aprofundar os interesses recprocos dos Estados Partes no processo

    de integrao;

    Enfatizando a importncia de que se reveste para o processo de integrao a adoo

    de instrumentos que contribuam de maneira eficaz para alcanar os objetivos doTratado de Assuno;

    Reconhecendo que muitas atividades delituosas representam uma grave ameaa e

    se manifestam atravs de modalidades criminais transnacionais nas quais

    freqentemente as provas se situam em diferentes Estados;

    Resolveram concluir um Protocolo de Assistncia Jurdica Mtua nos seguintes

    termos:

    Captulo I

    DISPOSIES GERAIS

    mbito

    Artigo 1

    1 O presente Protocolo tem por finalidade a assistncia jurdica mtua emassuntos penais entre as autoridades competentes dos Estados Partes.

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    2 As disposies do presente Protocolo no conferem direitos aos particularespara a obteno, supresso ou excluso de provas, ou para se oporem aocumprimento de uma solicitao de assistncia.

    3 Os Estados Partes prestaro assistncia mtua, de conformidade com asdisposies do presente Protocolo, para a investigao de delitos, assim como paraa cooperao nos procedimentos judiciais relacionados com assuntos penais.

    4 A assistncia ser prestada mesmo quando as condutas no constituamdelitos no Estado requerido, sem prejuzo do previsto nos artigos 22 e 23.

    5 O presente Protocolo no faculta s autoridades ou aos particulares doEstado requerente empreender no territrio do Estado requerido funes que,conforme suas leis internas, estejam reservadas s suas Autoridades, salvo na

    hiptese prevista no artigo 17, pargrafo 3.

    Alcance da Assistncia

    Artigo 2

    A assistncia compreender:

    a) notificao de atos processuais;

    b) recepo e produo de provas, tais como testemunhos ou declaraes,realizao de percias e exames de pessoas, bens e lugares;

    c) localizao ou identificao de pessoas;

    d) notificao de testemunhas ou peritos para o comparecimento voluntrio a fim deprestar testemunho no Estado requerente;

    e) traslado de pessoas sujeitas a um processo penal para comparecimento comotestemunhas no Estado requerente ou com outros propsitos expressamente

    indicados na solicitao, conforme opresente Protocolo;

    f) medidas acautelatrias sobre bens;

    g) cumprimento de outras solicitaes a respeito de bens, como por exemplo oseqestro;

    h) entrega de documentos e outros elementos de prova;

    i) apreenso, transferncia de bens confiscados e outras medidas de naturezasimilar;

    j) reteno de bens para efeitos do cumprimento de sentenas judiciais que

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    imponham indenizaes ou multas impostas por sentena judicial; e

    k) qualquer outra forma de assistncia em conformidade com os fins deste Protocolo

    que no seja incompatvel com as leis do Estado requerido.

    Autoridades Centrais

    Artigo 3

    1 Para os efeitos do presente Protocolo, cada Estado Parte designar umaautoridade Central encarregada de receber e transmitir os pedidos de assistnciajurdica mtua. Para esse fim, referidas Autoridades Centrais se comunicarodiretamente entre elas, remetendo tais solicitaes s respectivas autoridades

    competentes.

    2 Os Estados Partes, ao depositar o instrumento de ratificao do presenteProtocolo, comunicaro a designao ao Governo depositrio, o qual darconhecimento aos demais Estados Partes.

    3 A Autoridade Central poder ser substituda em qualquer momento, devendoo Estado Parte comunicar, no menor prazo possvel, ao Estado depositrio dopresente Protocolo, a fim de que d conhecimento, aos demais Estados Partes, damudana efetuada.

    Autoridades Competentes para a Solicitao

    Artigo 4

    As solicitaes transmitidas por uma Autoridade Central com amparo no presenteProtocolo se basearo em pedidos de assistncia de autoridades judiciais ou doMinistrio Pblico do Estado requerente encarregadas do julgamento ou investigaode delitos.

    Denegao de Assistncia

    Artigo 5

    1 O Estado Parte requerido poder denegar a assistncia quando:

    a) a solicitao se refira a delito tipificado como tal na sua legislao militar mas nona legislao penal ordinria;

    b) a solicitao se refira a delito que o Estado requerido considere como poltico ou

    como delito comum conexo com delito poltico ou realizado com finalidade poltica;c) a solicitao se refira a delito tributrio;

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    d) a pessoa em relao a qual se solicita a medida haja sido absolvida ou hajacumprido condenao no Estado requerido pelo mesmo delito mencionado nasolicitao. Contudo, esta disposio no poder ser invocada para negar

    assistncia em relao a outras pessoas; ou

    e) o cumprimento da solicitao seja contrrio segurana, ordem pblica ou aoutros interesses essenciais do Estado requerido.

    2 Se o Estado requerido denega a assistncia, dever informar ao Estadorequerente, por intermdio da Autoridade Central, as razes em que se funda adenegatria, ressalvado o disposto no artigo 15, alnea "b".

    Captulo II

    Cumprimento da Solicitao Forma e Contedo da Solicitao

    Artigo 6

    1 A solicitao de assistncia dever formular-se por escrito.

    2 Se a solicitao for transmitida por telex, fac-smile, correio eletrnico ou meioequivalente, dever ser confirmada por documento original firmado pela autoridaderequerente dentro dos 10 (dez) dias seguintes a sua formulao, de acordo com o

    estabelecido por este Protocolo.3 A solicitao dever conter as seguintes indicaes:

    a) identificao da autoridade competente requerente;

    b) descrio do assunto e natureza do procedimento judicial, incluindo os delitos aque se refere;

    c) descrio das medidas de assistncia solicitadas;

    d) motivos pelos quais se solicitam ditas medidas;e) texto das normas penais aplicveis; e

    f) identidade das pessoas sujeitas a procedimento judicial, quando conhecidas.

    4 Quando for necessrio e, na medida do possvel, a solicitao devertambm incluir:

    a) informao sobre identidade e domiclio das pessoas cujo testemunho se desejaobter;

    b) identidade e domiclio das pessoas a serem notificadas e sua relao com osprocedimentos;

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    c) informao sobre identidade e paradeiro das pessoas a serem localizadas;

    d) descrio exata do lugar a inspecionar, identificao da pessoa a ser submetida a

    exame e os bens que tenham de ser acautelados;

    e) o texto do interrogatrio a ser formulado para a recepo da prova testemunhal noEstado requerido, assim como, se necessrio, a descrio da forma em que deverser recebido e registrado qualquer testemunho ou declarao;

    f) descrio das formas e dos procedimentos especiais com que se dever cumprir asolicitao, se assim forem requeridos;

    g) informao sobre o pagamento das despesas com a pessoa cuja presena sesolicite ao Estado requerido;

    h) qualquer outra informao que possa ser de utilidade ao Estado requerido para osefeitos de facilitar o cumprimento da solicitao;

    i) quando for necessrio, a indicao da autoridade do Estado requerente queparticipar no processamento no Estado requerido.

    5. A solicitao dever ser redigida no idioma do Estado requerente e seracompanhada de uma traduo no idioma do Estado requerido.

    Lei Aplicvel

    Artigo 7

    1 O processamento das solicitaes ser regido pela lei do Estado requerido ede acordo com as disposies do presente Protocolo.

    2 A pedido do Estado requerente, o Estado requerido cumprir a assistncia deacordo com as formas ou procedimentos especiais indicados na solicitao, a menosque esses sejam incompatveis com sua lei interna.

    Processamento

    Artigo 8

    A Autoridade Central do Estado requerido tramitar com presteza a solicitao etransmitir autoridade competente para seu processamento.

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    Prazos ou Condies para o Cumprimento

    Artigo 9

    A autoridade competente do Estado requerido poder adiar o cumprimento dasolicitao, ou sujeit-la a condies nos casos em que haja interferncia emprocedimento penal em curso no seu territrio.

    Sobre essas condies, o Estado requerido far a consulta ao requerente porintermdio das Autoridades Centrais. Se o Estado requerente aceita a assistnciasujeita a condies, asolicitao ser cumprida de conformidade com a formaproposta.

    Carter Confidencial

    Artigo 10

    A pedido do Estado requerente, ser mantido o carter confidencial da solicitao ede sua tramitao. Se a solicitao no puder ser cumprida sem infringir esse carterconfidencial, o Estado requerido informar esse fato ao Estado requerente quedecidir se insiste na solicitao.

    Informao sobre o Cumprimento

    Artigo 11

    1 A pedido da autoridade Central do Estado requerente, a Autoridade Centraldo Estado requerido informar, dentro de prazo razovel, sobre o andamento dotrmite referente ao cumprimento da solicitao.

    2 A Autoridade Central do Estado requerido informar com brevidade oresultado do cumprimento da solicitao e remeter toda a informao ou prova

    obtida Autoridade Central do Estado requerente.3 Quando no possvel cumprir a solicitao, no todo ou em parte, a AutoridadeCentral do Estado requerido far saber imediatamente Autoridade Central doEstado requerente e informar as razes pelas quais no foi possvel seucumprimento.

    4 As informaes sero redigidas no idioma do Estado requerido.

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    Limitaes no Emprego da Informao ou Prova Obtida

    Artigo 12

    1 Salvo consentimento prvio do Estado requerido, o Estado requerentesomente poder empregar a informao ou a prova obtida, em virtude do presenteProtocolo, na investigao ou no procedimento indicado na solicitao.

    2 A autoridade competente do Estado requerido poder solicitar que ainformao ou a prova obtida em virtude do presente Protocolo tenha carterconfidencial, de conformidade com as condies que especificar. Nesse caso, oEstado requerente respeitar tais condies. Se no puder aceit-las, comunicar orequerido, que decidir sobre a prestao da cooperao.

    Custos

    Artigo 13

    O Estado requerido ter a seu encargo os gastos de processamento da solicitao.O Estado requerente pagar os gastos e honorrios correspondentes s percias,tradues e transcries, gastos extraordinrios decorrentes do emprego de formasou procedimentos especiais e os custos de viagem das pessoas referidas nos artigos18 e 19.

    Captulo III

    Formas de Assistncia Notificao

    Artigo 14

    1 Caber Autoridade Central do Estado requerente transmitir a solicitao denotificao para comparecimento de uma pessoa ante a autoridade competente do

    Estado requerente, com razovel antecedncia data prevista para o mesmo.

    2 Se a notificao no se realizar, a autoridade competente do Estadorequerido dever informar autoridade competente do Estado requerente as razespelas quais no pode diligenciar, por intermdio das Autoridades Centrais.

    Entrega de Documentos Oficiais

    Artigo 15

    Por solicitao da autoridade competente do Estado requerente, a autoridadecompetente do Estado requerido:

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    a) proporcionar cpia de documentos oficiais, registros ou informaes acessveisao pblico; e

    b) poder proporcionar cpias de documentos oficiais, registros ou informaes noacessveis ao pblico, nas mesmas condies pelas quais esses documentos sedisporiam a suas prprias autoridades. Se a assistncia prevista nesta alnea denegada, a autoridade competente do Estado requerido no estar obrigada aexpressar os motivos da denegao.

    Devoluo de Documentos e Elementos de Prova

    Artigo 16

    O Estado requerente dever, logo que possvel, devolver os documentos e outroselementos de prova fornecidos em cumprimento do estabelecido no presenteProtocolo, quando solicitado pelo Estado requerido.

    Testemunho no Estado Requerido

    Artigo 17

    1 Toda pessoa que se encontre no Estado requerido qual se solicite prestartestemunho, apresentar documentos, antecedentes ou elementos de prova emvirtude do presente Protocolo, dever comparecer, em conformidade com as leis doEstado requerido, ante a autoridade competente.

    2 O Estado requerido informar com suficiente antecedncia o lugar e a data emque ser recebida a declarao da testemunha ou os mencionados documentos,antecedentes ou elementos de prova. Quando seja necessrio, as autoridadescompetentes se consultaro, por intermdio das Autoridades Centrais, para efeitosde fixar uma data conveniente para as autoridades requerente e requerida.

    3 O Estado requerido autorizar a presena das autoridades indicadas nasolicitao durante o cumprimento das diligncias de cooperao, e lhes permitirformular perguntas se tal estiver autorizado pelas leis do Estado requerido e emconformidade com essas leis. A audincia ter lugar segundo os procedimentosestabelecidos pelas leis do Estado requerido.

    4 Se a pessoa referida no pargrafo 1 alega imunidade, privilgio ouincapacidade segundo as leis do Estado requerido, essa alegao ser resolvidapela autoridade competente do Estado requerido antes do cumprimento dasolicitao e comunicada ao Estado requerente por intermdio da AutoridadeCentral.

    Se a pessoa referida no pargrafo 1 alega imunidade, privilgio ou incapacidadesegundo as leis do Estado requerente, a alegao ser informada por intermdio das

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    respectivas Autoridades Centrais, a fim de que as autoridades competentes doEstado requerente resolvam a respeito da alegao.

    5 Os documentos, antecedentes e elementos de prova entregues pelatestemunha ou obtidos como resultado de sua declarao ou por ocasio da mesma,sero enviados ao Estado requerente junto com a declarao.

    Testemunho no Estado Requerente

    Artigo 18

    1 Quando o Estado requerente solicitar o comparecimento de uma pessoa aoseu territrio para prestar testemunho ou oferecer informaes, o Estado requerido

    convidar a testemunha ou perito a comparecer ante a autoridade competente doEstado requerente.

    2 A autoridade competente do Estado requerido registrar por escrito oconsentimento da pessoa cujo comparecimento solicitado no Estado requerente einformar de imediato Autoridade Central do Estado requerente sobre a resposta.

    3 Ao solicitar o comparecimento, a autoridade competente do Estadorequerente indicar os gastos de traslado e estada a seu encargo.

    Traslado de Pessoas Sujeitas a Procedimento Penal

    Artigo 19

    1 A pessoa sujeita a procedimento penal no Estado requerido, cujocomparecimento ao Estado requerente seja necessrio em virtude da assistnciaprevista no presente Protocolo, ser trasladada com esse fim ao Estado requerente,sempre que essa pessoa e o Estado requerido consintam nesse traslado.

    2 A pessoa sujeita a procedimento penal no Estado requerente da assistncia ecujo comparecimento ao Estado requerido seja necessrio, ser trasladada aoEstado requerido, sempre que o consinta essa pessoa e ambos os Estados estejamde acordo.

    3 Quando um Estado Parte solicitar a outro, de acordo com o presenteProtocolo, o traslado de uma pessoa de sua nacionalidade e sua Constituioimpea a entrega de seus nacionais, a qualquer ttulo, dever informar o contedodessas disposies ao outro Estado Parte, que decidir acerca da convenincia dosolicitado.

    4 Para os efeitos do presente artigo:

    a) o Estado receptor dever manter a pessoa trasladada sob custdia, a menos queo Estado remetente indique o contrrio;

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    b) o Estado receptor devolver a pessoa trasladada ao Estado remetente to prontoquanto as circunstncias o permitam e com sujeio ao acordado entre asautoridades competentes de ambos os Estados, sem prejuzo do estabelecido no

    pargrafo anterior;

    c) com respeito devoluo da pessoa trasladada, no ser necessrio que oEstado remetente promova um procedimento de extradio;

    d) o tempo decorrido sob custdia no Estado receptor ser computado para efeitosde cumprimento da sentena que se lhe impuser;

    e) a permanncia dessa pessoa no Estado receptor no poder exceder 90(noventa) dias, a menos que a pessoa e ambos os Estados consintam em prorrog-la;

    f) em caso de fuga no Estado receptor da pessoa trasladada que esteja sujeita a umamedida restritiva de liberdade no Estado remetente, este poder solicitar ao Estadoreceptor o incio de um procedimento penal para esclarecimento do fato bem como ofornecimento de informao peridica.

    Salvo-conduto

    Artigo 20

    1 O comparecimento ou traslado da pessoa que consinta declarar ou dartestemunho, segundo o disposto nos artigos 18 e 19, estar condicionado a que oEstado receptor conceda um salvo-conduto sob o qual, enquanto se encontre nesseEstado, este no poder:

    a) deter ou julgar a pessoa por delitos anteriores a sua sada do territrio do Estadoremetente; b) convoc-la para declarar ou dar testemunho em procedimento noespecificado na solicitao.

    2 O salvo-conduto previsto no pargrafo anterior cessar quando a pessoaprolongar voluntariamente sua estada no territrio do Estado receptor, por mais de10 (dez) dias, a partir do momento em que sua presena no for necessria nesseEstado, de conformidade com a comunicao ao Estado remetente.

    Localizao ou Identificao de Pessoas

    Artigo 21

    O Estado requerido adotar as providncias necessrias para averiguar o paradeiroou a identidade das pessoas individualizadas na solicitao.

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    Medidas Acautelatrias

    Artigo 22

    1 A autoridade competente do Estado requerido diligenciar a solicitao decooperao acautelatria, se esta contiver informao suficiente que justifique aprocedncia da medida solicitada. Essa medida ser efetivada de acordo com a leiprocessual e substantiva do Estado requerido.

    2 Quando um Estado Parte tiver conhecimento da existncia dos instrumentos,do objeto ou dos frutos do delito, no territrio do outro Estado Parte, que possam serobjeto de medidas acautelatrias, segundo as leis desse Estado, informar Autoridade Central do referido Estado. Esta remeter a informao recebida a suasautoridades competentes para os efeitos de determinar a adoo das medidascabveis. Referidas autoridades atuaro de conformidade com as leis de seu pas ecomunicaro ao outro Estado Parte, por intermdio das Autoridades Centrais, asmedidas adotadas.

    3 O Estado requerido resolver, segundo sua lei, qualquer solicitao relativa proteo dos direitos de terceiros sobre os objetos que sejam matria das medidasprevistas no pargrafo anterior.

    Entrega de Documentos e outras Medidas de Cooperao

    Artigo 23

    1 A autoridade competente diligenciar a solicitao de cooperao no que serefere a inspees e entrega de quaisquer objetos, compreendidos, entre outros,documentos ou antecedentes, se esta contiver informao que justifique a medidaproposta. Essa medida ser efetivada de acordo com a lei processual e substantivado Estado requerido, sem prejuzo do estabelecido no artigo 15, alnea "b" e artigo22, pargrafo 3.

    2 Os Estados Partes se prestaro assistncia, de conformidade com suasrespectivas leis, nos procedimentos referentes a medidas assecuratrias,indenizao das vtimas de delitos e cobrana de multas impostas por sentenajudicial.

    Custdia e Disposio de Bens

    Artigo 24

    O Estado Parte que tiver sob sua custdia os instrumentos, o objeto ou os frutos do

    delito, dispor dos mesmos de conformidade com o estabelecido em sua lei interna.Na medida em que o permitam suas leis e nos termos que se considerem

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    Artigo 29

    A adeso por parte de um Estado ao Tratado de Assuno implicar, de plenodireito, a adeso aopresente Protocolo.

    Artigo 30

    O presente Protocolo no restringir a aplicao das Convenes que sobre amesma matria tenham sido subscritas anteriormente, entre os Estados Partes,quando forem mais favorveis cooperao.

    Artigo 31O Governo da Repblica do Paraguai ser o depositrio do presente Protocolo e dosinstrumentos de ratificao e enviar cpias dos mesmos, devidamente autenticadas,aos Governos dos demais Estados Partes.

    Da mesma forma o Governo da Repblica do Paraguai notificar aos Governos dosdemais Estados Partes a data de entrada em vigor do presente Protocolo e a data dodepsito dos instrumentos de ratificao.

    Feito em So Luiz, Repblica Argentina, aos 25 dias do ms de junho de 1996, em

    um original nos idiomas espanhol e portugus, sendo ambos os textos igualmenteautnticos.

    Pela Repblica ArgentinaGuido Di Tella

    Ministro de Relaes Exteriores

    Pela Repblica Federativa do BrasilLuiz Felipe Lampreia

    Ministro das Relaes Exteriores

    Pela Repblica do ParaguaiRubn Melgarejo Lanzoni

    Ministro de Relaes Exteriore

    Pela Repblica Oriental do Uruguailvaro Ramos

    Ministro de Relaes Exteriores