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Da Sentença Penal

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Da sentença penal

Natureza jurídica:

Goldschmidt observa que a sentença é uma declaração de vontade emitida pelo Juize, também, o resultado de uma atividade mental. Daí se constata que a sentença possui doiselementos, um eminentemente intelectual e o outro a decisão propriamente dita. Nestaúltima o uiz !az atuar a vontade da lei naquele caso concreto. " Juiz trans!unde nasentença a imperatividade que se contém na norma.

Desta !orma constata#se que a sentença representa um ato de inteli$%ncia e outro devontade.

Conceito& é o ato pelo qual o uiz p'e termo ao processo, decidindo ou não o mérito dacausa. (arti$o )*+, )- do /di$o de 0rocesso ivil1. 2 o ato urisdicional por meio doqual se resolve a lide.

CLASSIFICAÇÃO

3nterlocut/rias simples

  3nterlocut/rias mistasou 4erminativasDecis'es com !orça de Não#terminativas

Decis'es de!initivas

5tos urisdicionais penais ondenat/rias  0r/prias

De!initivas 5bsolut/rias  3mpr/prias

4erminativas de mérito

Despachos de e6pediente

Atos jurisdicionais:  pronunciamentos deliberat/rios do uiz no curso do processo que

envolvem, com maior ou menor intensidade, um ul$amento, ou se destinam 7movimentação do procedimento.

Despachos de epediente: disp'em simplesmente sobre o andamento do processo.(3ntime#se a de!esa1. Não comportam recurso, quando muito, correição parcial.

Classi!icaç"o das decis#es ou sentenças e$ sentido a$plo:

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). interlocut/rias simples& solucionam quest'es relativas 7 re$ularidade ou marcha processual, sem que penetrem no mérito da causa (recebimento da denúncia, decretação de prisão preventiva1. Normalmente são irrecorríveis, salvo quando haa e6pressa disposiçãole$al (decisão que arbitra !iança, inciso 8 arti$o 9:)1, ou então, dão mar$em 7 correição parcial se ocasionarem uma inversão tumultu;ria do processo e não houver recurso

oponível <+. interlocut/rias mistas& decis'es com !orça de de!initivas, encerram uma etapa do procedimento processual ou a pr/pria relação do processo, sem o ul$amento do mérito dacausa. =ubdividem#se em&

# 3nterlocut/rias mistas não terminativas& são aquelas que encerram uma etapa procedimental (pronúncia1<

# 3nterlocut/rias mistas terminativas& são aquelas que culminam com a e6tinçãodo processo sem ul$amento do mérito (reeição da denúncia1

>. de!initivas& stricto sensu. =olucionam a lide. 2 o ato pelo qual o uiz encerra o processono primeiro $rau de urisdição, bem como o seu respectivo o!ício. 0odem ser&

# ondenat/rias& quando ul$am procedente, total ou parcialmente, a pretensão punitiva<

# 5bsolut/rias& quando não acolhem o pedido de condenação. =ubdividem#se em&# 0r/prias& não acolhem a pretensão punitiva, nem imp'e qualquer sanção aoacusado<# 3mpr/prias& quando não acolhem a pretensão punitiva, mas reconhecem a pr;tica da in!ração penal e imp'em ao réu medida de se$urança<

# 4erminativas de mérito& se$undo 4ourinho ?ilho, decis'es de!initivas em sentidolato. @ncerram a relação processual, ul$am o mérito, mas não condenam nemabsolvem. (declaração da e6tinção da punibilidade, que declara e6tinta medidade se$urança por decurso de tempo1.

A; ainda outras classi!icaç'es&

@6ecut;veis& podem ser e6ecutadas de imediato< Não e6ecut;veis& das quais pende recurso<ondicionais& cua e6ecução !ica na depend%ncia de um acontecimento incerto ou !uturo(concessão do sursis, do livramento condicional, da remição da pena, etc.1.

=ubetivamente simples& pro!eridas por um sueito apenas, /r$ão monocr;tico ou sin$ular<=ubetivamente plúrimas& decis'es de /r$ão cole$iado homo$%neo, como as pro!eridas por cBmaras, seç'es ou turmas de tribunais<=ubetivamente comple6as& resultantes da decisão de mais de um /r$ão. (4ribunal do Júri1.

=entença suicida& denominação dada por autores italianos, em que h; uma contradição entrea parte dispositiva e a !undamentação, que são nulas ou podem ser corri$idas por meio deembar$os de declaração.=entença vazia& decis'es de!initivas passíveis também de anulação por !alta de!undamentação.

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=e$undo Cirabete no 0rocesso 0enal ainda e6istem as sentenças&Declarat/rias& as que ul$am e6tinta a punibilidade, as que anulam o processo, as pronúnciae impronúncia e as absolut/rias (declarativas ne$ativas1.onstitutivas& sentenças que concedem a reabilitação.

S%N&%NÇA A'SOL(&)*IA

"corre quando se ul$a improcedente a acusação e ocorre nas hip/tesesmencionadas no arti$o >:*.

3 estar provada a ine6ist%ncia do !ato& o !ato no qual a denúncia é embasada, nuncae6istiu. (a vítima de um homicídio aparece sem nenhum dano a sua inte$ridade !ísica1.33 não haver prova da e6ist%ncia do !ato& o !ato criminoso pode ter sucedido, mas não seesclareceu devidamente a sua ocorr%ncia. (em um !urto não se comprovou ter havido asubtração da coisa1.333 não constituir o !ato in!ração penal& o !ato apesar de ter ocorrido não é típico. (vítimade sedução ; tinha mais de ): anos na época do !ato1.38 # estar provado que o réu não concorreu para a in!ração penal<8 não e6istir prova de ter o réu concorrido para a in!ração penal& ine6iste a prova daautoria ou da participação do acusado.83 e6istirem circunstBncias que e6cluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. +E, +),++, +>, +* e )o do art. +:, todos do /di$o 0enal1, ou mesmo se houver !undada dúvidasobre sua e6ist%ncia& re!ere#se a lei 7s causas e6cludentes da antiuridicidade ou ilicitude(usti!icativas1 e 7s causas e6cludentes da culpabilidade (dirimentes1. (arti$os +>, +E, +),++, +* e +: do /di$o 0enal Frasileiro1. =e !or um caso de aus%ncia de imputabilidade,!ala#se na sentença absolut/ria impr/pria, pois o uiz deve aplicar uma medida dese$urança. 

=e !or o caso de inimputabilidade de réu menor de ): anos não h; absolvição, massim anulação do processo ab initio por !alta de le$itimidade passiva.

833 não e6istir prova su!iciente para a condenação& o princípio do in dubio pro reu.(le$ítima de!esa em caso de les'es corporais recíprocas1.

"s incisos 33, 8 e 833 tratam de hip/teses de !alta de provas e dão enseo aoauizamento na es!era cível, de ação de reparação de dano. Não possibilitam a ação dere$resso ao trabalho do !uncion;rio público.

J; os demais incisos possuem importantes repercuss'es na es!era cível porqueimpossibilitam o auizamento de ação civil ex delicto para reparação do dano e dão enseo 7ação de re$resso ao trabalho de !uncion;rio público.

" réu pode apelar de sentença absolut/ria a !im de que sea mudado o !undamentole$al de sua absolvição.%F%I&OS DA S%N&%NÇA A'SOL(&)*IA

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=ão aqueles previstos no arti$o >:*, par;$ra!o único do /di$o de 0rocesso 0enal&

I # mandar;, se !or o caso, pr o réu em liberdade<II + ordenar; a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas<III # aplicar; medida de se$urança, se cabível. (=úmula H++ do =4?, 5 absolvição criminal

não preudica a medida de se$urança, quando couber, ainda que importe privação daliberdade.1

4ransitada em ul$ado a sentença deve ser levantada a medida assecurat/riaconsistente no seqIestro (arti$o )+91 e na hipoteca le$al (arti$o )H)1. 5 !iança deve ser restituída.

5 decisão também impede que se ar$ua a e6ceção da verdade nos crimes contra ahonra (0 arti$o )>:, >-, inciso 333< 00, arti$o 9+>1.

S%N&%NÇA COND%NA&)*IA

" uiz ul$a procedente o jus puniendi, a!irmando a responsabilidade do acusado ein!li$indo#lhe a  sanctio juris. @6i$e#se que a imputação ao acusado, proveniente dadenúncia e de seu eventual aditamento, tenha !icado comprovada, se$undo o princípio dacorrelação.

5 sentença condenat/ria tem um duplo conteúdo& em primeiro lu$ar, declarae6istente o direito de punir emanado da violação do preceito prim;rio da norma penal< emse$undo lu$ar, !az vi$orar para o caso concreto as !orças coativas latentes da ordem urídica, mediante aplicação da sanção adequada.

Deve ser baseada no arti$o >: do c/di$o de processo penal&

Art, -./ # " uiz, ao pro!erir sentença condenat/ria&

I # mencionar; as circunstBncias a$ravantes ou atenuantes de!inidas no C0di1o 2enal, ecua e6ist%ncia reconhecer<II # mencionar; as outras circunstBncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado emconta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 9K e *E do Decreto#Lei n o

+.:H:, de de dezembro de )KHE # /di$o 0enal<III # aplicar; as penas de acordo com essas conclus'es<I3 # !i6ar; valor mínimo para reparação dos danos causados pela in!ração, considerando os preuízos so!ridos pelo o!endido<3  # atender;, quanto 7 aplicação provis/ria de interdiç'es de direitos e medidas dese$urança, ao disposto no &ítulo 4l deste Livro<3I # determinar; se a sentença dever; ser publicada na ínte$ra ou em resumo e desi$nar; o ornal em que ser; !eita a publicação (art, /-5 6 785 do C0di1o 2enal1.

" uiz deve realizar a tríplice operação prevista no arti$o *: do c/di$o penal.

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Dessa !orma o uiz !i6ar; a denominada pena#base, tendo em vista apenas ascircunstBncias udiciais (culpabilidade, antecedentes, etc.1. @m se$uida o uiz deve levar emconta as circunstBncias atenuantes e a$ravantes, diminuindo e aumentando a pena emquantidade que !ica a seu prudente arbítrio e dando %n!ase 7s circunstBncias preponderantes, que pela lei penal são as que resultam dos motivos determinantes do crime,

da personalidade do a$ente e da reincid%ncia (arti$o * do c/di$o penal1. Na pra6e !orensea cada circunstBncia atenuante e a$ravante corresponder; apro6imadamente )M* (um se6to1da pena.

@ por !im, sobre o resultado da se$unda operação deve o uiz aplicar as diminuiç'ese aumentos previstos na 0arte Geral e @special do /di$o 0enal, nas proporç'es previstasnos respectivos dispositivos le$ais, inclusive a redução re!erente 7 tentativa, o aumento doconcurso !ormal ou crime continuado, etc.

  5 pena não pode transpor os limites do mínimo e do m;6imo le$al, se assim o !izer ser; nula, como também é nula aquela sentença que não discrimina a pena imposta a cadaum dos delitos imputados ao réu no caso de concurso material de crimes.

0ena de multa arti$o *E.

%F%I&OS DA S%N&%NÇA COND%NA&)*IA

). ecorrível arti$o >K>, inciso 3, com as ressalvas dos arti$os >+), >++ e 9KH do00<

5p/s o trBnsito em ul$ado&

  ol dos culpados, arti$o >K>, inciso 33<  3mpedir a naturalização (arti$o )+, 33, b da ?1<  =uspensão dos direitos políticos enquanto durarem os e!eitos da condenação

(art. )9, 333, ?1<  =uspensão da habilitação ou proibição de se obter permissão ou habilitação

 para diri$ir veículo automotor (arti$os >E+, >)+, +K> e +K9 do /di$o de4rBnsito Frasileiro1<

  erteza da obri$ação de reparar o dano resultante da in!ração (00, art. *><0, arts. 9:H, 33, 9:*, )- e *E>1<

  0erda de instrumentos ou do produto do crime (arti$o K), 33 do /di$o0enal1<

  " doador pode pleitear a revo$ação da liberalidade (arti$o )):> do 1<  ?ora a reincid%ncia<  asos de revo$ação do sursis e do livramento condicional em decorr%ncia da

sentença condenat/ria.  "s casos previstos no arti$o K+ do /di$o 0enal Frasileiro.  

FO*9A DA S%N&%NÇA

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" arti$o >:) do /di$o de 0rocesso 0enal de!ine os requisitos !ormais da sentença, batizados por Aélio 4orna$hi como parte intrínseca da sentença.

7, %posiç"o5 relat0rio ou hist0rico: De!inido no arti$o >:), incisos 3 e 33. Dispensado noJuizado @special. Aist/rico do processo com o resumo da marcha do procedimento e seus

incidentes mais importantes.2 nula a sentença que não consi$na o nome dos interessados. " erro no nome que

não impeça a identi!icação não anula o !eito. 5 lei também não e6i$e a colocação do nomeda vítima.

" !undamento urídico doutrin;rio que alicerça a decretação da nulidade da sentença por de!eito do relat/rio é o de que a decisão udicial não pode i$norar as ale$aç'es das partes.

,9oti;aç"o ou !unda$entaç"o: arti$o >:), inciso 333. @mbora amparado pelo princípiodo livre convencimento deve o uiz e6teriorizar o desenvolvimento de seu raciocínio parache$ar 7 conclusão, ou sea, !ornecer as raz'es que o levam 7 decisão, possibilitando quedela tomem conhecimento as partes e o tribunal em apreciação de eventual recurso. " livreconvencimento não si$ni!ica !alta de motivação le$al. 4rata#se de verdadeira $arantia de!undamentação das decis'es udiciais.

5 !undamentação abran$e matérias urídicas e de !ato, pois a conclusão ser; aaplicação do direito ao caso.

-, Conclus"o ou decis"o: arti$o >:), inciso 38 e 8. decisão propriamente dita, em que o uiz ul$a o acusado em decorr%ncia do raciocínio l/$ico desenvolvido durante a motivaçãoem que disp'e no processo. Deve#se indicar os arti$os de lei, se não o !izer $era nulidadeinsan;vel.

2('LICAÇÃO

0ara se tornar um ato processual completo, devidamente !ormalizado, a sentençadeve adquirir publicidade< enquanto ela não é publicada é ela mero trabalho intelectual do uiz. 5 publicação da sentença ocorre no momento em que o escrivão a recebe no cart/rio.

Ouando a sentença é pro!erida em audi%ncia, ela se torna pública a medida que vaisendo ditada pelo uiz. 5 sentença penal como ato urisdicional pronto e acabado s/ seaper!eiçoa com a publicação em mãos do escrivão, ou quando assinado o termo em que !oi pro!erida.

IN&I9AÇÃO

=/ pode ser e!etuada depois da publicação da sentença. 2 o ato pelo qual se d;conhecimento 7s partes da decisão que !oi pro!erida.

4rata#se de ato de suma importBncia, pois é a partir dela que começa a !luir o prazo para a interposição do recurso.

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C0 obri$atoriamente pessoal. (arti$o >KE1

Ouerelante ou 5ssistente do C0 pessoalmente ou na pessoa do advo$ado ou então por edital nos termos do arti$o >K).

éu& arti$o >K+.

). =e estiver preso pessoalmente. @m virtude da limitação de comunicação do réu, a urisprud%ncia tem entendido que se deve também mandar intimar o advo$ado, sea eledativo ou constituído.

+. quando se livrar solto, ou, sendo a!ianç;vel a in!ração, tiver prestado !iança& ao réu pessoalmente ou ao de!ensor por ele constituído.

>. se a!ianç;vel ou não a in!ração, e6pedido o mandado de prisão, não tiver sido encontradoe assim o certi!icar o o!icial de ustiça& ao de!ensor constituído pelo réu.

H. não sendo encontrado o de!ensor ou se o réu não tendo constituído de!ensor, não !or encontrado, e assim o certi!icar o o!icial de ustiça& intimação por edital.