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DADOS DE COPYRIGHT · 4/3/2009 · Membro do Instituto Iberoamericano de Direito Processual e da Associação Internacional de Direito Processual. Integrou a Comissão Técnica de

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DADOS DE COPYRIGHT

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A presente obra disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros,com o objetivo de oferecer contedo para uso parcial em pesquisas e estudosacadmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fimexclusivo de compra futura.

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"Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e no mais lutandopor dinheiro e poder, ento nossa sociedade poder enfim evoluir a um novo

nvel."

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Rua Henrique Schaumann, 270, Cerqueira Csar So Paulo SPCEP 05413-909 PABX: (11) 3613 3000 SACJUR: 0800 055 7688 De 2 a 6,

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AMAZONAS/RONDNIA/RORAIMA/ACRERua Costa Azevedo, 56 Centro Fone: (92) 3633-4227 Fax: (92) 3633-4782

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8310 Belo Horizonte

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Fax: (91) 3241-0499 Belm

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RIO DE JANEIRO/ESPRITO SANTORua Visconde de Santa Isabel, 113 a 119 Vila Isabel Fone: (21) 2577-9494

Fax: (21) 2577-8867 / 2577-9565 Rio de Janeiro

RIO GRANDE DO SULAv. A. J. Renner, 231 Farrapos Fone/Fax: (51) 3371-4001 / 3371-1467 / 3371-

1567 Porto Alegre

SO PAULOAv. Antrtica, 92 Barra Funda Fone: PABX (11) 3616-3666 So Paulo

ISBN 978-85-02-21817-8

Bueno, Cassio ScarpinellaCurso sistematizado dedireito processual civil :tutelajurisdicional executiva, vol.3 / Cassio ScarpinellaBueno. 7. ed. rev. e atual. So Paulo : Saraiva,2014.Bibliografia.1. Direito processual civil -Brasil 2. Execuo (Direitocivil) - Brasil 3. Tutelajurisdicional executiva -

jurisdicional executiva -Brasil I. Ttulo.CDU-347.922.33:347.952(81)

ndice para catlogo sistemtico:1. Brasil : Tutela jurisdicional executiva : Direito

processual civil 347.922.33:347.952(81)

Diretor editorial Luiz Roberto CuriaGerente editorial Thas de Camargo RodriguesAssistente editorial Poliana Soares Albuquerque

Produtora editorial Clarissa Boraschi MariaPreparao de originais Ana Cristina Garcia / Maria Izabel Barreiros Bitencourt

Bressan / Maria de Lourdes AppasProjeto grfico Lais Soriano

Arte e diagramao Jessica SiqueiraReviso de provas Amlia Kassis Ward / Wilson Imoto / Adriana Barbieri de

OliveiraServios editoriais Kelli Priscila Pinto / Surane Vellenich

Capa Muiraquit Editorao GrficaProduo grfica Marli Rampim

Produo eletrnica Ro Comunicao

Data de fechamento da edio: 4-11-2013

Dvidas?Acesse www.editorasaraiva.com.br/direito

Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida por qualquer meioou forma sem a prvia autorizao da Editora Saraiva.

A violao dos direitos autorais crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 epunido pelo artigo 184 do Cdigo Penal.

http://www.editorasaraiva.com.br/direito

O autor Mestre, Doutor e Livre-docente em Direito Processual Civil pelaFaculdade de Direito da PUCSP. Professor de Direito Processual Civil noscursos de Graduao, Especializao, Mestrado e Doutorado da Faculdade deDireito da PUCSP. Membro e Diretor de Relaes Institucionais do InstitutoBrasileiro de Direito Processual. Membro do Instituto Iberoamericano de DireitoProcessual e da Associao Internacional de Direito Processual. Integrou aComisso Tcnica de Apoio elaborao do relatrio-geral na reviso doprojeto do novo Cdigo de Processo Civil no mbito do Senado Federal eparticipou dos Encontros de Trabalho de Juristas sobre o mesmo Projeto nombito da Cmara dos Deputados. Advogado.

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...Por isso a minha aldeia to grande como outra terra qualquer

Porque eu sou do tamanho do que vejoE no do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida mais pequena

Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro,Na cidade as grandes casas fecham vista chave,

Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o cu,Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que nossos olhos nos podem dar,

E tornam-nos pobres porque a nossa nica riqueza ver.

(Alberto Caeiro)

A Ela, porque realizar preciso (...)

ABREVIATURAS

AASP Associao dos Advogados de So PauloAC Ao CautelarADC Ao Declaratria de ConstitucionalidadeADCT Ato das Disposies Constitucionais TransitriasADI Ao Direta de InconstitucionalidadeAgREsp Agravo Regimental no Recurso EspecialAgRg na MC Agravo Regimental na Medida CautelarAgRg no Ag Agravo Regimental no Agravo de InstrumentoAgRg no AgRg no Ag Agravo Regimental no Agravo Regimental no Agravo

de InstrumentoAgRg no AREsp Agravo Regimental no Agravo em Recurso EspecialAgRg nos EAg Agravo Regimental nos Embargos de Divergncia em AgravoAgRg nos EDcl no AREsp Agravo Regimental nos Embargos de Declarao

no Agravo em Recurso EspecialAgRg no REsp Agravo Regimental no Recurso EspecialAgRg nos EDcl no REsp Agravo Regimental nos Embargos de Declarao no

Recurso EspecialAI Agravo de InstrumentoAI-AgR Agravo Regimental no Agravo de InstrumentoAI-AgR-ED Embargos de Declarao no Agravo Regimental no Agravo de

InstrumentoAI-RG Repercusso Geral em Agravo de InstrumentoANATEL Agncia Nacional de TelecomunicaesANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica

ARE Recurso Extraordinrio com AgravoARE-RG Repercusso Geral no Recurso Extraordinrio com AgravoArt. artigoCC Conflito de CompetnciaCE Corte Especialcoord. coordenaoCP Cdigo Penal (Decreto-lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940)CPC Cdigo de Processo Civil (Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973)CPC/1939 Cdigo de Processo Civil de 1939 (Decreto-lei n. 1.608, de 18 de

setembro de 1939)CPP Cdigo de Processo Penal (Decreto-lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941)CTN Cdigo Tributrio Nacional (Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966)Des. Desembargador(a)DJ Dirio da JustiaDJe Dirio da Justia Eletrnico*

DJE Dirio da Justia Eletrnico*DJU Dirio da Justia da UnioEAg Embargos de Divergncia em AgravoEC Emenda ConstitucionalECT Empresa Brasileira de Correios e TelgrafosEDcl no AgRg no Ag Embargos de Declarao no Agravo Regimental no

Agravo de InstrumentoEDcl no AgRg no CC Embargos de Declarao no Agravo Regimental no

Conflito de CompetnciaEDcl no AgRg no REsp Embargos de Declarao no Agravo Regimental no

Recurso EspecialEDcl no REsp Embargos de Declarao no Recurso EspecialEInf nos EDcl na AR Embargos Infringentes nos Embargos de Declarao na

Ao RescisriaEREsp Embargos de Divergncia em Recurso EspecialHC Habeas CorpusIF Interveno federalINSS Instituto Nacional do Seguro SocialIntMun Interveno em Municpioj .m.v. julgamento por maioria de votosj .un. julgamento unnimeMC Medida CautelarMin. Ministro(a)MS-AgR Agravo Regimental no Mandado de Seguranan. nmeroOAB Ordem dos Advogados do Brasil

p. pginap./ parapp. pginasPUCSP Pontifcia Universidade Catlica de So PauloRcl ReclamaoRcl-AgR Agravo Regimental na ReclamaoRE Recurso ExtraordinrioRE-AgR Agravo Regimental no Recurso ExtraordinrioRE-ED Embargos de Declarao no Recurso ExtraordinrioRE-ED-ED Embargos de Declarao nos Embargos de Declarao no

Recurso ExtraordinrioRE-QO Questo de Ordem em Recurso ExtraordinrioRE-RG Repercusso Geral no Recurso ExtraordinrioRel. Relator(a)Rel. p./acrdo Relator(a) para o acrdoREsp Recurso EspecialRHC Recurso em Habeas CorpusRMS Recurso Ordinrio em Mandado de SeguranaRPV Requisio de Pequeno Valors/ed. sem editorass. seguintesSTF Supremo Tribunal FederalSTJ Superior Tribunal de Justiat. tomoTFR Tribunal Federal de RecursosTJDFT Tribunal de Justia do Distrito Federal e TerritriosTJSP Tribunal de Justia do Estado de So PauloTJRJ Tribunal de Justia do Estado do Rio de Janeirotir. tiragemv. vervol. volume

* O nmero que segue a abreviatura refere-se ao do exemplar do Dirio daJustia e a data a da sua disponibilizao na pgina do Tribunal. Quando noindicado nenhum nmero, a data a da publicao do Dirio da Justia.

NDICE

Abreviaturas

Nota 7 edio

Nota 6 edio

Nota 5 edio

Nota 4 edio

Nota 3 edio

Nota 2 edio

Introduo1. Objeto de estudo2. As fases ideais do procedimento3. O processo de execuo e a ao de execuo

PARTE I ASPECTOS GERAIS DA TUTELA E DA ATIVIDADEJURISDICIONAL EXECUTIVA

Captulo 1 Classificao e princpios da tutela jurisdicional executiva1. Consideraes iniciais2. Classificando a tutela jurisdicional executiva

2.1. Quanto origem do ttulo executivo2.1.1. As regras de reenvio dos arts. 475-R e 598

2.2. Quanto estabilidade do ttulo executivo2.3. Quanto modalidade da obrigao

2.3.1. Quanto origem da dvida2.3.2. Quanto solvabilidade do devedor

2.4. Quanto aos efeitos3. Princpios da tutela jurisdicional executiva

3.1. Do princpio da autonomia ao princpio do sincretismo3.2. Princpio do ttulo executivo3.3. Princpio da patrimonialidade3.4. Princpio da disponibilidade3.5. Princpio da adequao3.6. Princpio da tipicidade dos atos executivos3.7. Princpios do resultado e da menor gravosidade ao executado: a

execuo equilibrada3.8. Princpio da lealdade: os atos atentatrios dignidade da justia

3.8.1.A cobrana das multas ou indenizaes pela litigncia de m-f

3.9. Princpio da responsabilidade

Captulo 2 O chamado processo de execuo1. Consideraes iniciais2. Competncia

2.1. Foros concorrentes para a execuo3.Petio inicial

3.1. Cumulao de pedidos3.2. Elementos da demanda

4. Certido comprobatria do ajuizamento da execuo4.1. O ajuizamento da execuo4.2. Uma faculdade para o exequente4.3. Elementos da certido4.4. Averbao e no registro

4.5. A comunicao da averbao4.6. Cancelamento das averbaes4.7. Fraude execuo4.8. Responsabilizao do exequente4.9. Regulao pelos Tribunais

5. Suspenso das atividades executivas6. Decises7. Recursos8. Procedimento

Captulo 3 A chamada ao de execuo1. Consideraes iniciais2. Legitimidade das partes

2.1. Pluralidade de partes e interveno de terceiros na execuo3. Interesse de agir4. Possibilidade jurdica do pedido5. O mrito e a possibilidade de seu julgamento

Captulo 4 Ttulo executivo1. Consideraes iniciais2. Obrigao certa, exigvel e lquida3. O ttulo executivo como prova de uma obrigao certa, exigvel e lquida

3.1. Eficcia abstrata do ttulo executivo4. Ttulos executivos judiciais

4.1. Sentena que reconhece a obrigao de fazer, no fazer, entregar oupagar4.1.1. Outras decises que reconheam a existncia das

obrigaes4.2. Sentena penal4.3. Sentena homologatria de transao4.4. Sentena arbitral4.5. Acordos extrajudiciais homologados judicialmente4.6. Sentena estrangeira

4.7. Formal e certido de partilha4.8. A citao para a execuo

5. Ttulos executivos extrajudiciais5.1. Letra de cmbio, nota promissria, duplicata, debnture e cheque5.2. Escritura pblica ou documento pblico; documento particular e

instrumento de transao5.2.1. Escritura pblica ou documento pblico assinado pelo

devedor5.2.2. Documento particular assinado pelo devedor e por duas

testemunhas5.2.3. Instrumento de transao referendado pelo Ministrio

Pblico, pela Defensoria Pblica ou pelosadvogados dos transatores

5.3. Contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e cauo. Contratosde seguro de vida5.3.1. Contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e

cauo5.3.2. Contratos de seguro de vida

5.4. Crdito decorrente de foro e laudmio5.5. Aluguel e encargos condominiais5.6. Crditos de serventurios da justia5.7. Certido de dvida ativa5.8. A norma de encerramento5.9. Ttulos executivos extrajudiciais estrangeiros

Captulo 5 Liquidao1. Consideraes iniciais

1.1. Ainda a liquidao como fase do processo

1.2. A intimao para a liquidao2. Finalidade3. Liquidao provisria4. Vedao da sentena ilquida em procedimento sumrio5. Limites da liquidao6. A deciso que encerra a liquidao

6.1. Recurso cabvel6.2. Quando a hiptese for de clculos aritmticos6.3. Coisa julgada formal e material6.4. Despesas processuais e honorrios de advogado

7. Identificao do valor por memria de clculo7.1. Clculo aritmtico7.2. Momento de apresentao7.3. Dados em posse do executado ou do terceiro7.4. O contador do juzo7.5. A memria de clculo e a execuo fundada em ttulo extrajudicial7.6. A apresentao de memria de clculo pelo executado7.7. Atualizao monetria

8. Liquidao por arbitramento8.1. Procedimento

9. Liquidao por artigos9.1. Procedimento

Captulo 6 Execuo provisria1. Consideraes iniciais

1.1. Execuo provisria de ttulos executivos judiciais e de ttulosexecutivos extrajudiciais

1.2. A execuo provisria e o sistema recursal: a execuo provisria opelegis e a execuo provisria ope judicis

2. Regime jurdico2.1. A execuo provisria segue no que couber a disciplina da execuo

definitiva2.2. A iniciativa do exequente: a incidncia do art. 475-J na execuo

provisria2.3. A responsabilidade do exequente2.4. Cauo

2.4.1. Dispensa2.4.1.1. Nos casos do inciso I do 2 do art. 475-O2.4.1.2. Nos casos do inciso II do 2 do art. 475-O

3. A documentao da execuo provisria (carta de sentena)4. As consequncias do provimento do recurso5. Execuo provisria de ttulos executivos extrajudiciais

5.1. Recebimento dos embargos com efeito suspensivo5.2. A deciso de improcedncia dos embargos5.3. O art. 587 e a impugnao

PARTE II EXECUO POR Q UANTIA CERTA CONTRA DEVEDORSOLVENTE

Captulo 1 Execuo com base em ttulo judicial1. Consideraes iniciais2. Cumprimento de sentena e execuo3. O prazo de quinze dias para pagamento

3.1. A incidncia da multa3.2. A fluncia do prazo de quinze dias3.3. Execuo provisria e a multa do art. 475-J3.4. A contagem do prazo para pagamento3.5. O valor da condenao3.6. Aspectos prticos da multa3.7. Iniciativa do devedor3.8. Honorrios de advogado3.9. Custas processuais

4. O requerimento do exequente para o incio dos atos executivos5. Penhora de bens

5.1. Avaliao dos bens penhorados5.2. Intimao da penhora

5.2.1. Dificuldades com a avaliao do bem penhorado5.3. Prazo para a impugnao

6. Prescrio6.1. Arquivamento dos autos

Captulo 2 Execuo com base em ttulo extrajudicial

1. Consideraes iniciais2. Petio inicial

2.1. Fixao de honorrios3. Citao

3.1. O mandado de citao, penhora e avaliao3.2. Arresto de bens

3.2.1. Fluncia do prazo para pagamento4. Pagamento5. Penhora e avaliao de bens

5.1. Indicao de bens penhora pelo exequente5.2. Intimao do executado para indicao de bens penhora5.3. Intimao da penhora

5.3.1. No localizao do executado

Captulo 3 Responsabilidade patrimonial1. Consideraes iniciais2. Bens do sucessor a ttulo singular3. Os bens do scio4. Os bens do devedor em poder de terceiros5. Os bens do cnjuge6. Bens alienados ou gravados com nus real em fraude de execuo

Captulo 4 Penhora1. Consideraes iniciais2. Impenhorabilidade absoluta

2.1. Bens inalienveis e no sujeitos execuo2.2. Mveis2.3. Vesturios e pertences de uso pessoal2.4. Valores destinados subsistncia do executado2.5. Bens para o exerccio da profisso2.6. Seguro de vida2.7. Obras em andamento2.8. Pequena propriedade rural

2.9. Recursos pblicos2.10. Depsitos em caderneta de poupana2.11. Recursos pblicos do fundo partidrio2.12. Crdito para aquisio do bem

3. Impenhorabilidade relativa4. A ordem preferencial da penhora

4.1. Dinheiro4.2. Veculos4.3. Bens mveis4.4. Bens imveis4.5. Navios e aeronaves4.6. Aes e quotas sociais4.7. Faturamento de empresa

4.7.1. Procedimento4.7.2. Penhora de empresa e outros estabelecimentos

4.8. Pedras e metais preciosos4.9. Ttulos da dvida pblica4.10. Ttulos e valores mobilirios4.11. Outros direitos

4.11.1. Procedimento4.12. Execuo de crdito com garantia real

5. A realizao da penhora5.1. A penhora on line

5.1.1. A atuao oficiosa do magistrado5.1.2. Os limites das informaes e da indisponibilidade dos ativos5.1.3. As hipteses de impenhorabilidade

5.2. O local da penhora5.3. Penhora de bens imveis5.4. Penhora e meios eletrnicos

6. Depsito dos bens penhorados6.1. Depsito em mos do executado6.2. Depsito de joias, pedras e objetos preciosos

6.3. Priso civil de depositrio judicial infiel7. A substituio dos bens penhorados

7.1. No observncia da ordem legal7.2. Penhora sobre coisa certa7.3. Penhora de bens no foro da execuo7.4. Penhora de bens j penhorados7.5. Penhora de bens de baixa liquidez7.6. Nova penhora pela frustrao de anterior alienao judicial7.7. Falta de cumprimento de deveres pelo executado7.8. Fiana bancria ou seguro7.9. Bem imvel

8. Incidente para substituio do bem penhorado9. Deveres do executado10. Avaliao dos bens penhorados

10.1. Oitiva das partes sobre a avaliao do oficial de justia10.2. Incidente de avaliao10.3. Avaliao e auto de penhora10.4. Avaliao de bem imvel suscetvel de diviso10.5. Nova avaliao10.6. Dispensa de avaliao

11. Novas penhoras12. Atos antecedentes expropriao dos bens penhorados

Captulo 5 Mecanismos expropriatrios1. Consideraes iniciais2. Adjudicao

2.1. Adjudicao de bens imveis e de mveis2.2. Legitimidade para adjudicar

2.2.1. Legitimidade do cnjuge, descendentes ou ascendentes2.2.2. Legitimidade dos scios

2.3. Pressupostos2.4. Adjudicao por conta do crdito e prosseguimento da execuo

2.5. Concorrncia entre credores2.6. Encerramento2.7. Deciso

2.7.1. Auto de adjudicao2.7.2. Carta de adjudicao de mandado de entrega do bem

3. Alienao por iniciativa particular3.1. Procedimento3.2. Documentao3.3. Regulamentao pelos Tribunais

4. Alienao em hasta pblica4.1. Praa e leilo

4.1.1. Deveres do leiloeiro4.1.2. Escolha do leiloeiro

4.2. O edital4.2.1. Descrio do bem penhorado4.2.2. Valor do bem4.2.3. Localizao do bem4.2.4. Dia, local e hora4.2.5. nus existentes, recursos e causas pendentes4.2.6. Segunda convocao4.2.7. Dispensa do edital4.2.8. Publicao do edital

4.3. Intimao pessoal do executado4.3.1. Outras intimaes4.3.2. Intimao dos credores com direito real e com penhora

anterior4.3.2.1. Intimao por qualquer modo idneo4.3.2.2. Especificamente a intimao do exequente

com penhora averbada4.3.2.3. Descumprimento do art. 698

4.4. Adiamento de praa ou leilo4.4.1. Providncias para a nova praa ou leilo

4.5. Alienao judicial em ambiente virtual4.5.1. Regulamentao da regra

4.6. A arrematao4.6.1. Legitimados para a arrematao

4.6.1.1. Legitimidade do exequente4.6.2. Preo vil4.6.3. Finalizao da arrematao4.6.4. Pagamento da arrematao

4.6.4.1. No pagamento ou no prestao da cauo4.6.4.1.1. Sub-rogao do fiador4.6.4.1.2. Pagamento por terceiro

4.6.5. Arrematao de bem imvel4.6.5.1. Alienao de imvel de incapaz4.6.5.2. Alienao antes da nova praa4.6.5.3. Alienao de parte de imvel

4.6.6. O arrematante vencedor4.6.6.1. Desempate entre vrios pretendentes

4.7. Auto de arrematao4.7.1. Ordem de entrega e carta de arrematao4.7.2. Lavratura do auto

4.8. Ineficcia da arrematao4.8.1. Nulidade da arrematao4.8.2. Falta de pagamento ou prestao de cauo4.8.3. Ausncia de meno a nus real ou gravame4.8.4. Apresentao de embargos4.8.5. Arrematao por preo vil4.8.6. Outros casos4.8.7. Formas de questionamento da arrematao4.8.8. Acolhimento dos embargos

4.9. Carta de arrematao4.9.1. Elementos4.9.2. Bens mveis

4.9.3. Imisso na posse dos bens arrematados5. Usufruto de mvel ou imvel

5.1. Natureza jurdica5.2. Pressupostos para concesso

5.2.1. Instante procedimental para instituio5.2.2. Necessidade de iniciativa do exequente5.2.3. Procedimento5.2.4. Nomeao do perito5.2.5. Deciso

5.3. O administrador5.4. Efeitos da instituio

5.4.1. Carta de usufruto5.5. Alienao do bem5.6. Recebimento de aluguis5.7. Locao do bem5.8. Encerramento

6. Remio da execuo

Captulo 6 Pagamento do exequente1. Consideraes iniciais2. A entrega de dinheiro

2.1. Credor singular2.2. Concurso de credores2.3. Quitao do valor levantado2.4. Execuo provisria

3. Suficincia do pagamento ao exequente3.1. Insuficincia do pagamento

4. Concurso singular de credores4.1. Legitimados a participar4.2. Ordem de preferncia4.3. Preferncia entre credores quirografrios4.4. Procedimento

4.5. Prazo4.6. Encerramento

4.6.1. Princpio da fungibilidade4.7. Credores no satisfeitos

5. Extino da execuo

Captulo 7 Execuo de alimentos1. Consideraes iniciais2. Classificao dos alimentos3. Mecanismos executivos

3.1. Desconto em folha3.2. Cobrana de aluguis e outros rendimentos3.3. Execuo por quantia certa

3.3.1. Priso civil4. Os alimentos indenizativos

4.1. Constituio de capital4.2. Formas de constituio de capital4.3. Substituio da constituio de capital4.4. Alterao da garantia prestada4.5. Salrio mnimo como indexador do valor da prestao4.6. Liberao das garantias4.7. Outros mecanismos executivos e alimentos indenizativos

5. Defesas do executado

Captulo 8 Execuo contra a Fazenda Pblica1. Consideraes iniciais

1.1. A Lei n. 11.232/2005 e a Fazenda Pblica2. A Fazenda Pblica para os fins do art. 7303. Obrigaes de natureza alimentar4. Execuo por ttulo judicial ou extrajudicia5. Reexame necessrio6. Trnsito em julgado7. Requisio de pagamento

8. Precatrio complementar8.1. A vedao do precatrio complementar

9. Obrigaes de pequeno valor10. Preterio na ordem de pagamento11. No pagamento ou falta de incluso no oramento11-A. Outras inovaes da EC n. 62/200912. Os arts. 78, 86 e 97 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias

PARTE III EXECUO DAS OBRIGAES DE FAZER E NO FAZER

Captulo 1 Execuo com base em ttulo judicial1. Consideraes iniciais2. Obrigaes de fazer e no fazer no plano material3. O art. 461 como forma de obteno de ttulo executivo judicial4. Mecanismos de efetivao da tutela especfica ou da obteno do resultado

prtico equivalente (medidas de apoio)4.1. Multa4.2. Priso

5. Intimao para cumprimento6. Perdas e danos7. Antecipao dos efeitos da tutela jurisdicional

7.1. O cumprimento da tutela jurisdicional antecipada8. O art. 461 e o direito processual pblico9. A defesa do executado e o art. 461

Captulo 2 Execuo com base em ttulo extrajudicial1. Consideraes iniciais2. Execuo de fazer

2.1. Petio inicial e citao do executado2.2. Comportamentos do executado2.3. Cumprimento por terceiro2.4. Perdas e danos2.5. Defesa do executado

3. Execuo de no fazer3.1. Petio inicial, citao e comportamentos do executado3.2. Defesa do executado

PARTE IV EXECUO DAS OBRIGAES DE ENTREGA DE COISA

Captulo 1 Execuo com base em ttulo judicial1. Consideraes iniciais2. Obrigaes de dar coisa no plano material3. Obrigaes de dar coisa no plano processual

3.1. Escolha pelo credor3.2. Escolha pelo devedor

4. Entrega da coisa5. No entrega da coisa6. Mandado de busca e apreenso ou imisso na posse7. Subsidiariedade do art. 4618. Intimao para cumprimento9. Perdas e danos10. O art. 461-A e o direito processual pblico11. A defesa do executado e o art. 461-A

Captulo 2 Execuo com base em ttulo extrajudicial1. Consideraes iniciais2. Execuo de dar coisa certa

2.1. Petio inicial e comportamentos possveis do executado2.2. A no entrega da coisa2.3. Converso em perdas e danos2.4. Defesa do executado

3. Execuo de dar coisa incerta3.1. O incidente de individualizao da coisa3.2. Aplicao subsidiria da disciplina da execuo de dar coisa certa3.3. Defesa do executado

PARTE V DEFESAS DO EXECUTADO

Captulo 1 Impugnao1. Consideraes iniciais

1.1. A impugnao como defesa do executado2. Fundamentos

2.1. Falta ou nulidade de citao2.2. Inexigibilidade do ttulo2.3. Penhora ou avaliao incorreta2.4. Ilegitimidade das partes2.5. Excesso de execuo2.6. Causas impeditivas, modificativas ou extintivas da obrigao

supervenientes sentena2.7. Incompetncia do juzo, suspeio ou impedimento do juiz2.8. A impugnao e o princpio da concentrao da defesa

3. Procedimento3.1. Prazo na diversidade de executados3.2. Indeferimento liminar

4. Efeito suspensivo4.1. Prosseguimento da execuo

4.1.1. Cauo suficiente e idnea4.2. Carta de impugnao

4.2.1. Peas de instruo5. Resposta do exequente e fase instrutria6. Deciso e recursos7. Coisa julgada8. Honorrios de advogado e despesas processuais

Captulo 2 Embargos execuo1. Consideraes iniciais2. Natureza jurdica3. Apresentao dos embargos execuo

3.1. Competncia

3.2. Legitimidade3.3. Prazo

3.3.1. Litisconsrcio passivo na execuo3.3.2. Execuo por carta precatria3.3.3. Pluralidade de advogados

4. Rejeio liminar4.1. Embargos intempestivos4.2. Petio inicial inepta4.3. Embargos manifestamente protelatrios4.4. Outros casos4.5. Deciso

5. Efeito suspensivo5.1. Atribuio5.2. Prvia oitiva do exequente5.3. Efeito suspensivo parcial5.4. Reviso da deciso concessiva5.5. Efeito suspensivo e pluralidade de embargos5.6. Penhora e avaliao de bens

6. Fundamentos6.1. Nulidade da execuo6.2. Penhora incorreta ou avaliao errnea6.3. Excesso de execuo ou cumulao indevida de execues6.4. Embargos por reteno de benfeitorias6.5. Outros fundamentos

6.5.1. Embargos execuo e reconveno6.6. Incompetncia relativa, suspeio e impedimento

7. Procedimento8. Julgamento

8.1. Embargos protelatrios9. Recurso10. Coisa julgada

Captulo 3 Moratria1. Consideraes iniciais2. Consolidao da dvida e depsito inicial3. Deferimento4. Descumprimento5. Moratria e embargos parciais6. Aplicao execuo de ttulo judicial

Captulo 4 Embargos de segunda fase1. Consideraes iniciais2. Procedimento3. Desistncia da aquisio4. Embargos protelatrios

Captulo 5 Embargos execuo contra a Fazenda Pblica1. Consideraes iniciais2. Natureza jurdica3. Fundamentos4. Procedimento5. A defesa da Fazenda nas execues de obrigao de fazer, no fazer e dar

coisa

Captulo 6 Outros mecanismos de defesa do executado1. Consideraes iniciais2. Exceo e objeo de pr-executividade

2.1. Procedimento3. Outras medidas

Apndice 1 Pequeno glossrio de direito processual civil

Apndice 2 Uma breve incurso no novo Cdigo de Processo Civil

Bibliografia consultadaSites consultados

NOTA 7 EDIO

extremamente recompensador redigir a nota, ainda que breve, que abrea 7 edio do volume 3 do meu Curso sistematizado de direito processual civil.

De pronto, agradeo e muito os comentrios com relao ao trabalhoque tm chegado a mim por variadas formas; seja em uma conversa depois dealguma palestra ou aula em algum lugar do Brasil, um e-mail ou um bate-papona sala de professores na minha querida PUCSP com meus carssimos colegasde magistrio. Agradeo no s os elogios, mas tambm as crticas que,sobretudo quando negativas, fazem-me pens-lo e repens-lo, aperfeioando-o,esclarecendo-o e complementando-o. Transformando-o, por isso mesmo, emum livro vivo que, felizmente, vem ganhando a cada ano uma nova ediosempre com algo mais a ser dito, debatido ou analisado. Incentivos como estesseriam o bastante para justificar uma nova edio.

desejvel, contudo, ir alm. Tambm a justifica a necessidade de inserirnovas e interessantes decises dos nossos Tribunais que querem, sempre, ilustrara matria exposta ao longo do volume. Com relao aos acrdos do SuperiorTribunal de Justia, quis deixar mais claros os casos que foram julgados (ou estoprontos para o serem) como Recursos Especiais Repetitivos, j que, para eles,em rigor, deve ser aplicada a disciplina constante do art. 543-C do Cdigo deProcesso Civil, exposta pelo n. 4.4 do Captulo 11 da Parte I do volume 5 desteCurso. No obstante as observaes crticas l tecidas mormente quanto duvidosa possibilidade de lei delegar competncia constitucionalmente fixadapara julgamento do Recurso Especial , o destaque relevantssimo justamentepor causa do regime diferenciado de observncia da deciso tomada pelo STJquando adotada aquela tcnica de julgamento pelos demais Tribunais.

Com relao ao Projeto de Novo Cdigo de Processo Civil, o Apndicerespectivo traz breves comentrios comparativos aos Projetos aprovados no

Senado Federal (PLS n. 166/2010) e na Comisso Especial da Cmara dosDeputados (PL n. 8.046/2010) sem veicular, contudo, os textos respectivos. Aefetiva comparao entre o Projeto a ser aprovado no Plenrio da Cmara dosDeputados que vem sendo chamado de Emenda Aglutinativa SubstitutivaGlobal e o Projeto aprovado no Senado Federal, com os respectivos textos, tarefa que desenvolvo em outro trabalho meu especialmente dedicado a tanto:Projetos de novo Cdigo de Processo Civil: comparados e anotados SenadoFederal (PLS 166/2010) e Cmara dos Deputados (PL 8.046/2010), no prelo daEditora Saraiva.

Para c e neste momento, sem a concluso dos trabalhos legislativos,justifica-se a mesma ressalva que fechou a Nota Introdutria da edio anterior:tal circunstncia no e nem pode ser bice para o estudo do direitoprocessual civil vigente. Ainda tempo de e para estudar o Cdigo de ProcessoCivil em vigor, sistematizando-o, como aqui se prope, desde o modeloconstitucional do direito processual civil.

A finalidade do Apndice, por isso mesmo, esgota-se em informar o leitora respeito das propostas centrais do Projeto de Novo Cdigo de Processo Civil,tendo presente o que j foi aprovado no Senado em dezembro de 2010 e o que,ao tempo de fechamento desta edio, ainda pendia de aprovao no Plenrio daCmara dos Deputados a partir do que foi aprovado na Comisso Especial,instituda para debater o Projeto naquela Casa Legislativa.

O Curso como um todo tem objetivo diverso. Ele quer, como sempre quis,ir alm: ele quer formar um pensamento contemporneo (neoconcretista) dodireito processual civil brasileiro desde os primeiros momentos em que oestudante de Direito tem contato com a matria. Um pensamento que no secontenta (e no se conforma) com a mera informao, to fcil e disponvel naatualidade, mas que a trabalha (e a retrabalha) para permitir uma adequadaformao dos futuros profissionais do Direito.

Assim, e s assim, melhores dias para o direito processual civil e para opapel que ele deve desempenhar em um Estado Constitucional viro. Inclusive e nem poderia ser diferente na gerao de mais pensamento crtico sobre astantas questes que ele apresenta e, como tambm no poderia deixar de ser, noexerccio diuturno e responsvel de cada uma das funes essenciais Administrao da Justia.

Cassio Scarpinella Bueno

4 de novembro de 2013

NOTA 6 EDIO

muito gratificante redigir a breve nota que abre a 6 edio do volume 3deste Curso Sistematizado de Direito Processual Civil.

Esta nova edio, a exemplo das dos outros volumes do Curso, vem revistapelas mais recentes decises do Superior Tribunal de Justia sobre os temas aquienfrentados, inclusive pelas respectivas novas smulas daquele Tribunal.Tambm importantes decises do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal deJustia do Estado de So Paulo e do Tribunal Regional Federal da 3 Regio somencionadas, todas elas com o intuito de ilustrar a exposio, ofertando ao leitorum quadro bastante fiel (e atual) das discusses existentes sobre os variadosassuntos aqui tratados.

Com relao ao Projeto de Novo Cdigo de Processo Civil, cabe dizerque, poca em que foi fechada esta edio, os trabalhos de reviso perante aCmara dos Deputados no estavam, ainda, concludos, sendo prematura, poristo, a veiculao do Relatrio-Geral at ento elaborado.

A ausncia da concluso dos trabalhos legislativos sobre um novo Cdigode Processo Civil, contudo, no e nem pode ser bice para o estudo dodireito processual civil vigente. este, e no aquele, o objetivo do presentetrabalho, que vem sendo perseguido pelas edies anteriores e, como suareceptividade parece demonstrar, tem conseguido alcanar.

Em suma: ainda tempo (e necessrio e indispensvel) de e para estudaro Cdigo de Processo Civil em vigor, sistematizando-o, como aqui se prope,desde o modelo constitucional do direito processual civil.

Cassio Scarpinella Bueno

NOTA 5 EDIO

A cada novo ano uma nova edio. com esse pensamento que vem apblico a 5 edio do volume 3 deste Curso sistematizado de direito processualcivil, dedicado ao exame da tutela jurisdicional executiva.

Ainda tempo de pensarmos, todos, no Cdigo de Processo Civilreformado, no Cdigo de Processo Civil vigente. O Projeto do novo Cdigo deProcesso Civil tramita na Cmara dos Deputados sob o nmero 8.046/2010 eainda no vejo razo para tratar do direito projetado, sem o perigo de confundir oleitor, estudante ou estudioso do direito processual civil, sobre o que de lege latae o que de lege ferenda. At porque a funo exercida pela Cmara dosDeputados para os fins do caput do art. 65 da Constituio Federal no parecequerer ser meramente homologatria dos trabalhos desenvolvidos pela Comissode Juristas que elaborou o Anteprojeto do novo Cdigo de Processo Civil e dosubstitutivo que, em seu lugar, foi aprovado pelo Senado Federal (PLS n.166/2010). As notcias a respeito da tramitao do Projeto, em especial aquelasdisponibilizadas por aquela prpria Casa Legislativa, do conta de intenso debateentre os parlamentares responsveis pela conduo dos trabalhos, a Comisso deespecialistas nomeada, a exemplo do que ocorreu no Senado Federal, paraauxiliar nos trabalhos legislativos, e os mais diversos setores do Estado e dasociedade civil. E mais: modificado o Projeto no mbito da Cmara dosDeputados, seu retorno para o Senado Federal impositivo em funo dopargrafo nico do art. 65 da Constituio Federal. Tudo para que o processolegislativo seja o devido, em consonncia com o modelo constitucionalrespectivo.

Por isso, temos, ainda aqui, de nos concentrar no direito vigente e nanecessidade de sua sistematizao. Evidentemente que esse comportamento noexclui a necessidade de efetiva participao no processo legislativo, iniciativa

que, no exato limite das minhas possibilidades e capacidade, tenho tido aoportunidade e o privilgio de vir tomando. O que quero destacar, apenas e tosomente, que no acho oportuno mesclar duas frentes de trabalho que semostram bastante diferentes. Decididamente no a proposta deste Curso.Suficiente, por isso, o Apndice 2, que passou a incorporar o volume desde a 4edio, e que deve ser lido para matar a sede informativa; no, contudo, aformativa. Querero saciar as edies futuras deste Curso, na exata medida emque o processo legislativo seja concludo e, evidentemente, em que o carssimoleitor mostre interesse em saber o que este Curso ter a dizer a respeito danecessria sempre necessria e indispensvel sistematizao de um novoCdigo de Processo Civil.

Essa nova edio vem enriquecida, em consonncia com a pertinnciados temas aqui discutidos, com as Smulas do Tribunal de Justia do Estado deSo Paulo e com recentes decises do Superior Tribunal de Justia e do SupremoTribunal Federal. Tambm a Lei n. 12.431/2011 ganhou o espao devido noexame da execuo contra a Fazenda Pblica porque regulamenta a (discutvel)compensao prevista nos 9 e 10 do art. 100 da Constituio Federal, aps aredao que lhes deu a Emenda Constitucional n. 62/2009. Tudo para ilustrarmais adequadamente a exposio facilitando a sua compreenso.

Cassio Scarpinella Bueno

novembro de 2011

NOTA 4 EDIO

O ano de 2010 viu a 3 edio do vol. 3 deste Curso sistematizado de direitoprocessual civil esgotar-se rpida e completamente. A Editora Saraiva solicitou-me, por isso, a preparao de uma nova edio, a 4, que agora vem a pblico.

Ela traz novos julgados, novas Smulas do Superior Tribunal de Justia eas menes cabveis Lei n. 12.322/2010, buscando, com a iniciativa, atualizar eilustrar a exposio feita, seguindo, no particular, o norte das edies anteriores.

Nessa nova edio o que vem sendo chamado de novo Cdigo deProcesso Civil trazido como um Apndice. Entendo que prematuro para umtrabalho que quer, antes de tudo, lidar com o direito processual vigente,analisando-o e sistematizando-o a partir do modelo constitucional do direitoprocessual civil, expor o que ser, oportunamente, um novo Cdigo de ProcessoCivil brasileiro. o caso de esperarmos, todos, participando dele, evidentemente,a concluso do processo legislativo. At l, no h outra postura, para trabalhocom o propsito deste, que no a de (ainda) voltarmos a nossa ateno ao direitovigente, querendo tirar dele o seu melhor, realizando e concretizando o topropalado modelo constitucional. Ir alm parece querer especular com aspropostas que esto sendo debatidas no foro adequado. Longe de orientar,desorientam; longe de informar, desinformam e, pior, no formam; traem,portanto, o objetivo de um Curso, qualquer que seja ele.

Que a escolha retratada pelo pargrafo anterior no soe fora de seucontexto. No se trata de criticar o Anteprojeto apresentado pela Comisso deJuristas presidida pelo Ministro Luiz Fux e relatado pela Professora Teresa ArrudaAlvim Wambier, nem de querer ser indiferente a ele; tambm no se trata dedeixar de levar em conta as discusses travadas a seu respeito no Senado Federale as modificaes l introduzidas, que culminaram na aprovao do PLS166/2010 por aquela Casa Legislativa em meados de dezembro de 2010 como

Substitutivo. Trata-se, apenas, de enaltecer a importncia do debate, institucionalinclusive, daquela proposta na tramitao que uma lei, qualquer lei, deve ter emnosso modelo constitucional. Processo, vale insistir, sobre o que este Curso,desde o princpio, fez e faz questo de tratar no n. 1 do Captulo 3 da Parte III dovol. 1, no algo exclusivo do Poder Judicirio, do exerccio da funojurisdicional pelo Estado-juiz. algo inerente atuao de todo o Estado; aomenos de modelos de Estado como o nosso, democrtico e de direito.

O clamor por um novo e imediato Cdigo de Processo Civil talvezmostre o quanto estamos, todos ns, desacostumados com o processolegislativo; talvez habituados demais e de forma perigosamente indiferente s constantes edies de Medidas Provisrias sobre os mais variados temas,inclusive sobre o direito processual civil*. Menos mal que no so mais reediesde reedies de medidas provisrias, graas ao art. 1 da Emenda Constitucionaln. 32/2001. Mas, mesmo assim, nem sempre h relevncia e urgncia a justificara edio de diversos daqueles atos com fora de lei; no passado, no presente e,certamente, tambm no futuro. Objetivamente falando, no h nenhumarelevncia e menos ainda urgncia na aprovao de um novo Cdigo deProcesso Civil. Deixemos as nossas duas Casas Legislativas falarem a seurespeito a partir do excelente Anteprojeto que foi apresentado ao Senado Federal.Ouamos a sociedade, ouamos as Instituies, jurdicas ou no. Ouamos aacademia. E tenhamos conscincia de que, nesse meio tempo, mesmo com aaprovao do Substitutivo pelo Senado Federal, o melhor a fazer compreenderadequadamente o direito posto, tal qual vigente, que tem que ser lido, construdo ecompreendido para ser aplicado, desde a Constituio Federal. At para que,desse prisma de anlise, possamos contribuir, de alguma forma pensada erefletida para um novo Cdigo de Processo Civil sem desconsiderar o, perdoem arepetio, processo legislativo.

No momento oportuno ser o caso de sistematizar tambm um novoCdigo de Processo Civil. No esse, vale a nfase, o momento para umtrabalho com a misso e com o papel que este Curso quer desempenhar e, graasao bom leitor, vem desempenhando, nos ltimos anos e nas suas sucessivasedies.

Como decorrncia do quanto consta dos pargrafos anteriores, duasmedidas mostram-se mais que suficientes para permitir que este Curso e asistematizao nele proposta dialoguem suficientemente com o que est emdiscusso no Congresso Nacional: a primeira a exposio, com a necessriabrevidade, dos pontos centrais propostos pelo Substitutivo ao Anteprojeto do novoCdigo de Processo Civil, tal qual aprovado pelo Senado Federal, que dizemrespeito matria tratada ao longo do volume; a segunda transcrever osrespectivos dispositivos daquele mesmo Substitutivo. Para uma e para outra,volta-se o j anunciado Apndice 2.

Quero agradecer, uma vez mais, a todos aqueles que, direta ouindiretamente, dedicaram alguma considerao ou alguma palavra ao trabalho.Que esta 4 edio seja to bem recebida quanto a anterior e como os demaisvolumes deste Curso sistematizado de direito processual civil, que, neste ano de

2011, chega, finalmente, sua verso completa, tal qual idealizada, com os seus7 volumes, cada um deles voltado, nica e exclusivamente, misso de tornarmais eficiente o exerccio da funo jurisdicional civil, lida, pensada, entendida esistematizada a partir do modelo constitucional de direito processual civil.

Tanto mais importantes, sinceras e cabveis as palavras do pargrafoanterior diante da escolha que os formandos da Faculdade de Direito da PUCSPno ano de 2010 fizeram ao escolher o meu nome para Patrono de sua Turma.No posso e no quero deixar de retribuir aquela homenagem: querohomenagear aqui aqueles que me homenagearam. Vocs foram os primeiros aestudar direito processual civil por este Curso. Vocs, mais que todos, viram eexperimentaram a construo de cada um desses volumes e cada uma das ideiasneles contidas. Muito obrigado a todos vocs pelo reconhecimento do meutrabalho; ao completar a elaborao de todos os volumes do Curso, no poderiaquerer experimentar, com vocs, outra sensao; no poderia querer coisadiversa. Que vocs possam, ao seguir o seu prprio caminho, colher frutos eflores das sementes que plantamos juntos, ainda melhores do que aqueles queagora vocs me do. E que vocs sejam, a partir do que conversamos nestesltimos quatro anos, instrumentos decisivos na realizao do Direito. Instrumentosafinadssimos ao diapaso constitucional, aptos a tocar no s a mais bela dasmelodias mas, tambm, seno principalmente, a bem harmoniz-la. Sejamfelizes sempre.

Cassio Scarpinella Bueno

janeiro de 2011

NOTA 3 EDIO

O desejo de incluir os mais recentes julgados do Supremo TribunalFederal e do Superior Tribunal de Justia, e suas mais recentes Smulas sobre osdiversos temas tratados ao longo desse volume, bem como o advento da EmendaConstitucional n. 62, de 9 de dezembro de 2009, que d nova disciplina execuo contra a Fazenda Pblica, e institui regime especial de pagamento deprecatrios pelos Estados, Distrito Federal e Municpios, e da Lei n. 12.153, de 22de dezembro de 2009, que dispe sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pblicano mbito dos Estados, Distrito Federal, Territrios e Municpios, foramsuficientes para justificar a preparao de uma nova edio do presente volume.

Que esta 3 edio seja to bem recebida quanto a anterior e como osdemais volumes deste Curso sistematizado de direito processual civil.

Cassio Scarpinella Bueno

janeiro de 2010

NOTA 2 EDIO

Considerando a boa acolhida da 1 edio do vol. 3 deste Cursosistematizado de direito processual civil, entendi ser importante preparar umanova edio no s para, revisando o texto, deixar algumas ideias, noes econcluses mais claras, mas tambm e principalmente para desenvolvermais demoradamente alguns pontos, acrescentar outros e introduzir novosjulgados, sobretudo do STF e do STJ, que, desde o fechamento editorial anterior,chegaram a meu conhecimento e que se mostraram importantes para ilustrarmelhor a exposio dos temas tratados ao longo do volume e as concluses nelealcanadas.

A atualizao do texto justificou-se, outrossim, em funo do advento dealguns atos normativos, dentre eles a Lei n. 11.694, de 12 de junho de 2008, quetrata da impenhorabilidade dos recursos pblicos do fundo partidrio recebidospor partido poltico (art. 649, XI, do CPC) e a Lei n. 11.719, de 20 de junho de2008, que, ao modificar o Cdigo de Processo Penal, traz importantes questesquanto quantificao do dano derivado da condenao criminal (art. 475-N, II,do CPC).

Tambm quis incorporar nova edio a rica vivncia diria, confesso dos resultados veiculados pela edio anterior na sua aplicao no exerccio domagistrio, a partir, sobretudo, das turmas de Graduao e de Ps-Graduao daFaculdade de Direito da PUCSP, onde tenho tido o privilgio de colocar prova ametodologia e as concluses aqui expostas em um ambiente acadmico que semostrou e tem se mostrado extremamente recompensador.

De outra parte, a intensa atividade acadmica que tive a honra dedesenvolver ao longo do ano de 2008 em outras instituies de ensino por todo oBrasil, em cursos de Graduao, Especializao, Mestrado e Doutorado viabilizouuma maior e melhor reflexo sobre muitos dos pontos de vista aqui expostos. A

reviso do texto, espero, ter condies de espelhar este amadurecimento.Por ora, s me resta agradecer a todos aqueles que dedicaram alguma

considerao ou alguma palavra ao trabalho. Todas elas foram recebidas comoverdadeiro incentivo para aprimorar, sempre e cada vez mais, este Curso, que squer tornar menos complicado e mais efetivo o exerccio da funo jurisdicionalcivil.

Cassio Scarpinella Bueno

janeiro de 2009

INTRODUO

1. OBJETO DE ESTUDOO presente volume do Curso sistematizado de direito processual civil volta-

se ao estudo da tutela jurisdicional executiva.A expresso deve ser compreendida como os efeitos externos ao processo,

a realizao concreta e sensvel, de uma especfica classe de tutela jurisdicional,assim entendida aquela de que trata o n. 8.5.6 do Captulo 1 da Parte III do vol. 1.Para alcanar o plano exterior ao processo, a tutela jurisdicional executivadepende da prtica de diversos atos jurisdicionais no plano do processo, atosjurisdicionais que, em ltima anlise, buscam a satisfao do exequente, emconformidade com o direito que retratado no ttulo executivo,independentemente de sua origem, isto , seja ele judicial ou extrajudicial. Taisatos so chamados, ao longo do volume, de atividade jurisdicional executivapara destacar que a sua prtica correlata efetivao da espcie de tutelajurisdicional aqui examinada.

No esta perspectiva da tutela jurisdicional executiva que aborda o vol.2, tomo I, do Curso. L, a nfase do estudo repousa nos atos jurisdicionais que sopraticados para o reconhecimento do direito e, portanto, para que algum faajus tutela jurisdicional executiva; no sua satisfao. Os atos jurisdicionaisexaminados naquela sede buscam a constituio, isto , a formao de um ttuloexecutivo que, graas sua origem, judicial.

Um aspecto do direito processual civil analisar como fazer jus quelaclasse de tutela jurisdicional, que significa, em ltima anlise, o transporte de umconflito de direito material para o plano do processo para que o Estado-juizreconhea, em conformidade com o modelo constitucional do direito processualcivil, quem tem e quem no tem direito, assim entendido quem faz jus, ou no,

tutela jurisdicional. o objeto do vol. 2, tomo I. Outro, atuar para obterconcretamente a tutela jurisdicional, para tir-la do plano do processo e atu-lano plano material, atuar em busca da percepo sensvel dos seus efeitos, do tipode proteo que ela apta a produzir; atuar para realizar concretamente umdireito j suficiente e previamente reconhecido como existente. o que dizrespeito ao desenvolvimento deste volume.

Quando o direito j suficiente e previamente reconhecido peloordenamento jurdico independentemente da prvia atuao do Estado-juiz, que o que ocorre no caso dos ttulos executivos extrajudiciais, a primeira (emborano nica) preocupao que se pe a busca da satisfao do direito lreconhecido, isto , a prtica dos atos jurisdicionais executivos, voltados satisfao do exequente. No se trata de saber quem faz, ou quem no faz, jus tutela mas, pressupondo a resoluo desta questo no prprio ttulo executivo,atuar para prest-la quele que destinatrio de seus efeitos.

As regras relativas ao procedimento comum (ordinrio e sumrio) noso regras de efetivao da tutela, de sua realizao concreta, no plano externoao processo, mas, bem diferentemente, de verificao de quem faz jus suaprestao; so regras relativas ao reconhecimento, pelo Estado-juiz, de quemdeve ser tutelado jurisdicionalmente, de que faz jus proteo jurisdicional sobredireito seu. So, neste sentido, atos precipuamente intelectuais, de cognio dodireito. At porque pode ocorrer de o Estado-juiz tutelar suficientemente algumindependentemente da produo de quaisquer efeitos externos ao processo, assimnos casos em que este Curso chama de tutelas jurisdicionais no executivas (v.n. 8.5.6 do Captulo 1 da Parte III do vol. 1).

Nos casos, contudo, em que a proteo a ser dada ao jurisdicionado no secircunscreve ao reconhecimento jurisdicional da existncia de seu direito, faz-seindispensvel o exame dos atos jurisdicionais que se podem fazer necessriospara satisfazer aquele direito no plano exterior ao processo, para efetivar a tutelajurisdicional executiva, atos, destarte, precipuamente materiais, de realizao dodireito.

Como, por definio, a tutela jurisdicional executiva precisa sercomplementada, pe-se a necessidade de estudar os atos que a complementam,que a externam, que a realizam no plano exterior ao processo; que transformamem ser o dever-ser retratado no ttulo executivo. Assim, a atividadejurisdicional executiva viabiliza, em ltima anlise, a materializao da tutelajurisdicional executiva, como verdadeira relao de causa e efeito. Este volumeanalisa uma e outra, atividade e tutela, embora a nfase recaia no resultado daatividade, na implementao da tutela, portanto, na proteo efetiva, concretadaquele que tem direito.

Como se trata de atividade jurisdicional, mesmo quando o reconhecimentodo direito d-se independentemente dela, inegvel analis-la da perspectiva danecessidade da atuao jurisdicional. Se o direito, tal qual reconhecido, forsatisfeito independentemente da atuao do Estado-juiz, no h lugar para osproblemas enfrentados ao longo do volume. No cabe confundir, contudo, astcnicas que a lei processual civil reconhece ao magistrado de compelir o

devedor/executado a satisfazer o direito tal qual reconhecido no ttulo executivocom aquele cumprimento, espontneo, que independe de qualquer atividadejurisdicional.

Pode ocorrer que uma ordem judicial seja acatada e que a obrigao,suficientemente reconhecida no ttulo executivo, seja adimplida, mesmo sem aparticipao direta e imediata do Estado-juiz. A hiptese bem diversa daretratada pelo pargrafo anterior. Aqui, o acatamento de uma ordem judicialdeve ser entendido como tcnica executiva, assunto que diz respeito atuaojurisdicional e, consequentemente, assunto para o qual se volta o presentevolume. tanto mais importante fazer o destaque na medida em que muitas dasmais profundas modificaes trazidas pelas Reformas do CPC (v. n. 2. 7 doCaptulo 2 da Parte I do vol. 1) valem-se de verdadeiras tcnicas coercitivas paracompelir o executado, por ato seu, no por ato jurisdicional substitutivo da suavontade, sub-rogatrio, a cumprir a obrigao. A hiptese referida, ao longodeste Curso, como cumprimento voluntrio, expresso que difere documprimento espontneo, justamente em funo deste elemento, dejurisdicionalizao do cumprimento, de determinao judicial para que algumpague o valor devido, que faa o que deve fazer, que no faa o que no devefazer ou para que entregue a coisa devida.

Tradicionalmente, toda a temtica relativa execuo atrela-se nica eexclusivamente a sentenas e acrdos ou, quando menos, a determinadosatos ou fatos a eles equiparados expressamente pelo legislador, os ttulosexecutivos extrajudiciais do art. 585. Depois das profundas modificaes pelasquais passou o Cdigo de Processo Civil por fora das Reformas, fundamental entender a execuo como fenmeno mais amplo, que digarespeito a qualquer deciso jurisdicional, mesmo que no seja final, isto , queno seja tutela jurisdicional ulterior (v. n. 8.2 do Captulo 1 da Parte III do vol.1) ou tutela jurisdicional definitiva (v. n. 8.3 do Captulo 1 da Parte III do vol.1).

A realizao concreta de uma deciso interlocutria que defere pedido deantecipao dos efeitos da tutela jurisdicional ou que defere uma providnciacautelar (dentro ou fora do chamado processo cautelar), por exemplo,merece tambm ser tratada como um caso de execuo, de prtica de atosjurisdicionais para a concretizao da tutela jurisdicional executiva. Nessesentido, alis, expresso o art. 273, 3, quando disciplina a efetivao da tutelaantecipada. E se l se refere a efetivao e no a execuo, a justificativarepousa na necessidade sentida pelo legislador de ampliar consciente ecorretamente a realidade jurdica que o dispositivo de lei quer regular, de realizarconcretamente um direito suficientemente reconhecido como tal.

Ademais, a palavra execuo, empregada no desenvolvimento destevolume, deve ser entendida de forma mais ampla do que lhe emprestacomumente a doutrina tradicional. No h por que, com os olhos voltados aosistema processual civil hoje vigente, atrelar os efeitos executivos a umadeterminada e especfica classe de decises jurisdicionais, as chamadascondenatrias, porque tambm uma deciso mandamental ou executiva

lato sensu pode ser objeto de execuo. Todas elas carecem de atividadejurisdicional que lhes complemente, mesmo que por tcnicas diferenciadas. esta a razo pela qual este Curso quer agrup-las sob uma classe comum (v. n.8.5.6 do Captulo 1 da Parte III do vol. 1), estudando, neste volume, quais so astcnicas e os atos jurisdicionais que viabilizam a sua concretizao.

Execuo significa, para o volume, produo de efeitos para fora doplano do processo; significa efetivao, concretizao, realizao; significa, emltima anlise, a necessidade da atuao jurisdicional para a satisfao de umdireito j suficientemente reconhecido (tenha, ou no, origem judicial) e apto aproduzir seus regulares efeitos: prtica de atividade jurisdicional (executiva)com vistas concretizao da tutela jurisdicional (executiva).

2. AS FASES IDEAIS DO PROCEDIMENTOA apresentao da matria neste volume, diferentemente do que se deu no

vol. 2, tomo I, no toma como base as diversas fases do procedimento.Para o melhor estudo das atividades jurisdicionais executivas voltadas

prestao da tutela jurisdicional executiva, pareceu mais adequado e maisdidtico descrever pormenorizadamente os prprios atos (a prpria atividade) decada um dos procedimentos que o Cdigo de Processo Civil reconhece para asatisfao do direito reconhecido ao exequente, consoante as modalidadesobrigacionais inadimplidas, independentemente da descrio, em cada um deles,de fases ideais, assim uma fase de proposio, uma fase de instruo euma fase de entrega do produto, para fazer referncia proposta de EnricoTullio Liebman em seu clssico Processo de execuo, esp. pp. 60-61 e 118, paraas execues por quantia certa contra devedor solvente.

Convm enfatizar: no existe, em se tratando da atividade jurisdicionalexecutiva, um procedimento padro a ser observado em todo e em qualquercaso. O Cdigo de Processo Civil disciplina diversos procedimentos voltados prestao da tutela jurisdicional executiva, que variam consoante amodalidade de obrigao que impe a atuao jurisdicional para a suasatisfao. A circunstncia de um procedimento, consoante as vicissitudesocorridas no plano material e no plano processual, converter-se em outro noabala esta constatao; pelo contrrio, confirma-a.

A nfase do estudo, destarte, recai nos prprios procedimentosdisciplinados pelo Cdigo de Processo Civil para cada uma das execues neleprevistas e no exame das tcnicas, isto , nas medidas executivas que, com maiorou menor preciso, so nele reguladas com vistas satisfao do exequente. esta a razo pela qual as Partes II, III e IV voltam-se ao exame dosprocedimentos executivos destinados realizao jurisdicional de obrigaes depagar, fazer e no fazer e entregar coisa, respectivamente.

A Parte I, pretendendo fornecer o material que ser desenvolvido eaplicado ao longo do volume, ocupa-se com as consideraes gerais sobre aatividade e a tutela jurisdicional executiva,

A Parte V, por fim, descreve os comportamentos defensivos que podemser assumidos pelo executado e que podem (e devem) ser entendidos como fasesde um mesmo processo, de uma mesma e contnua manifestao necessria daatuao do Estado-juiz.

3. O PROCESSO DE EXECUO E A AO DE EXECUOCabe um necessrio destaque acerca da ltima observao do nmero

anterior.As Reformas do CPC, que alteraram intensamente o sistema processual

civil desde 1994 demonstrao que, a partir da construo da teoria geral dodireito processual civil, ocupa todo o vol. 1 , mostram que muitas vezes possvel e desejvel, luz, inclusive, do modelo constitucional do direitoprocessual civil, a atuao jurisdicional a partir de e sobre diversos direitosconcomitantemente.

o que se d, apenas para ilustrar a afirmao, com a liquidao dosarts. 475-A a 475-H; a impugnao do art. 475-L e com o seu efeito suspensivoregulado pelo art. 475-M, caput, e 1; a prestao de cauo nos moldes do art.475-O, III; a cobrana de multas e indenizaes com base no art. 739-B; osembargos execuo nos termos do art. 736 e ss., inclusive no que diz respeitoao pedido de efeito suspensivo, tal qual disciplinado pelo art. 739-A, 1.

Se, tradicionalmente, cada uma daquelas situaes deveria ser tratadacomo sinnimo do exerccio do direito de ao, a exigir, muitas vezes, processoprprio e procedimentos especficos e isto , sempre foi, e continua a ser muitomais do que qualquer determinao legal ou prtica judiciria de autuar estaou aquela manifestao em apenso ou em apartado , hoje elas merecemtratamento como desdobramentos de um s direito de ao, originria esuficientemente exercido quando da provocao inicial do Estado-juiz, rompendosua inrcia com vistas pacificao dos litigantes, e exercitvel ao longo do(mesmo) processo.

O volume busca insistentemente enfrentar o problema, em busca de umdireito processual civil no s mais sistemtico e funcional mas, tambm, menoscomplexo no sentido formal e, nem por isto, menos tcnico e menoscomprometido com o atingimento de suas finalidades impostas desde seumodelo constitucional.

Parte IASPECTOS GERAIS DA TUTELA E DA ATIVIDADE JURISDICIONAL

EXECUTIVA

CAPTULO 1

CLASSIFICAO E PRINCPIOS DA TUTELA JURISDICIONALEXECUTIVA

1. CONSIDERAES INICIAIS

O objetivo da Parte I no o de traar uma teoria geral da tutelajurisdicional executiva. Menos do que isso, sua finalidade a de apresentaraspectos gerais que dizem respeito quela modalidade de tutela jurisdicional eaos atos que se fazem necessrios para realiz-la concretamente, isto , aatividade jurisdicional executiva, e que permitem um melhor conhecimento doassunto sobre o qual se desenvolve todo o volume.

Sua principal preocupao, por isto mesmo, sinalizar para os pontosgenricos da tutela jurisdicional executiva e da atividade jurisdicional que sejustifica para a sua realizao concreta, aplicando os temas relativos teoriageral do direito processual civil, objeto de exame do vol. 1 do Curso.

2. CLASSIFICANDO A TUTELA JURISDICIONAL EXECUTIVA

Importa apresentar, de plano, algumas classificaes usualmenteencontradas na doutrina sobre a tutela jurisdicional executiva e sobre a atividadejurisdicional executiva. A doutrina tradicional, certo, nem sempre distingue,com nitidez, estes dois planos, o da tutela jurisdicional executiva (o resultado) eo da atividade jurisdicional executiva (os meios para alcan-lo), o que, dequalquer sorte, no interfere na exposio dos nmeros seguintes.

Para evitar, contudo, discusses menos relevantes do que as queinteressam ao estudo do direito processual civil este o objeto a ser estudado e,consequentemente, classificado , forte nas consideraes do n. 1 da Introduo,a palavra execuo empregada para albergar, indistintamente, a tutelajurisdicional e a atividade jurisdicional, fazendo, cada um dos nmeros daexposio, as ressalvas ou as consideraes especficas sobre uma e outra luz

dos critrios classificatrios.Sobre isto, alis, como si ocorrer em se tratando de classificaes,

importa destacar qual o critrio empregado para a classificao sugerida efrisar que a sua nica razo de ser a de conhecer melhor o objeto em estudo,criando condies de, por intermdio de suas partes, viabilizar uma melhorcompreenso do todo.

2.1. Quanto origem do ttulo executivoQuanto origem do ttulo executivo, as execues podem ser

classificadas em execues que se baseiam em ttulos judiciais e execues quese baseiam em ttulos extrajudiciais.

O atual Cdigo de Processo Civil recuperou gradativamente, desde oadvento da Lei n. 8.952/1994, passando pelas Leis n. 10.444/2002 e n. 11.232/2005e chegando Lei n. 11.328/2005, dicotomia que existia de forma bastanteacentuada no Cdigo anterior, de 1939, e que ele, na sua forma original, haviasuperado em larga escala, residindo a distino, entre um e outro caso, apenas namatria a ser alegada pelo executado nos seus embargos execuo. Adicotomia hoje existente reside no s na resistncia do executado execuo,formal e substancialmente considerada, mas tambm nos prprios atosexecutivos que sero praticados a partir dos ttulos judiciais ou dos ttulosextrajudiciais.

No sistema atual do Cdigo de Processo Civil faz diferena, desde a formade provocao inicial da jurisdio, apresentar-se ao Estado-juiz munido de ttuloexecutivo judicial, cuja referncia o art. 475-N, ou munido de ttulo executivoextrajudicial, que encontra no art. 585 seu rol bsico. No se trata s de umadistino entre quais so os ttulos judiciais e extrajudiciais, de que se ocupa oCaptulo 4, mas dos prprios atos processuais que podero ser praticados, em ume em outro caso, pelo exequente e pelo executado.

A distino aqui enunciada fundamenta, em cada instante dodesenvolvimento deste volume, as solues dadas para um e para outro caso pelodireito processual civil vigente.

2.1.1. As regras de reenvio dos arts. 475-R e 598A dualidade a que faz referncia o nmero anterior no quer significar

que haja uma total distino entre a disciplina das execues fundadas em ttulosjudiciais e extrajudiciais. H pontos de contato entre ambas, no que so expressosos arts. 475-R e 598.

De acordo com aqueles dispositivos, a disciplina relativa aos chamadosprocesso de conhecimento e processo de execuo, Livros I e II do Cdigode Processo Civil, respectivamente, deve ser entendida conjuntamente naquiloque for necessrio. esta a melhor interpretao a ser dada aos arts. 475-R e598, segundo os quais as regras do Livro I se aplicam ao Livro II e vice-versa.

Embora muito da disciplina relativa s execues dos ttulos judiciais

esteja no Livro I do Cdigo de Processo Civil, ela no completa. Ele no traz,com efeito, todas as regras procedimentais suficientes para que o credorsatisfaa integralmente o direito reconhecido no ttulo.

A recproca verdadeira: o Livro II do Cdigo de Processo Civil no exaustivo a respeito da disciplina dos ttulos executivos extrajudiciais.

Assim, a aplicao subsidiria do Livro I (do processo deconhecimento) ao Livro II (do processo de execuo), e vice-versa, essencial para que o Cdigo de Processo Civil possa ser adequada esuficientemente interpretado e aplicado. A comunicao e o inter-relacionamentodestes dois Livros de forma mais clara: destes dois grandes blocos de regrasconstantes do Cdigo de Processo Civil que querem ser compostos por normasque se afinam mais a uma especfica atividade judicial irrecusvel, mesmoque no houvesse, como h, e como os dispositivos destacados deixam claro queh, regras de reenvio de um para o outro.

importante destacar, contudo, que, no obstante a posio ocupada,dentro do Cdigo de Processo Civil, pelo art. 475-R, a aplicao subsidiria dasregras do processo de execuo deve verificar-se para o cumprimento dequalquer ttulo judicial e no, apenas, para aquela que condena ao pagamento dedeterminada quantia em dinheiro, interpretao que poderia decorrer,equivocadamente, da leitura do caput do art. 475-I. Toda atividade executivafundada em quaisquer ttulos judiciais, mesmo que no se trate de obrigao depagar quantia, deve ter como guia subsidirio, isto , deve ser complementadapelo que dispem as regras constantes do Livro II do Cdigo de Processo Civil. Aesta demonstrao, tendo presentes as obrigaes de fazer e no fazer e deentrega de coisa, voltam-se as Partes III e IV.

2.2. Quanto estabilidade do ttulo executivoQuanto estabilidade do ttulo executivo, a execuo pode ser classificada

em definitiva e em provisria.Execuo definitiva aquela que se fundamenta em ttulo executivo

que no aceita mais qualquer alterao, que pressupe, destarte, a estabilidade doprprio ttulo. Consequncia de uma execuo definitiva que inexiste, na lei,qualquer restrio aos atos que sero praticados em prol da satisfao doexequente, isto , a efetiva prestao da tutela jurisdicional executiva. Os atosexecutivos so praticados com vistas prestao integral da tutela jurisdicionalexecutiva e, consequentemente, integral satisfao do exequente.

A chamada execuo provisria, diferentemente, aquela que sebaseia em ttulo executivo em que, direta ou indiretamente, aceita ulterioralterao ou confirmao pelo Estado-juiz e que, consequentemente, impe aoexequente, em regra, alguma limitao aos atos de satisfao de seu direito. Apossibilidade de alterao do ttulo pode-se dever pela existncia de recursointerposto da deciso que autoriza a execuo nos casos de ttulos judiciais, isto ,da deciso que, em ltima anlise, cria o ttulo executivo (arts. 475-I, 1, e 521)ou, em se tratando de ttulo executivo extrajudicial, da pendncia de recurso

interposto da improcedncia dos embargos execuo que tenham sidorecebidos com efeito suspensivo (art. 587). Mesmo que, nestes casos, o ttuloexecutivo, em si mesmo considerado, no seja provisrio, a pendncia derecurso que, pelo menos em tese, tem o condo de afetar a produo de seusregulares efeitos ou dos atos executivos a serem praticados com base nele, levouo legislador a impor restries aos atos tendentes satisfao do exequente.

O regime jurdico da execuo provisria encontra-sefundamentalmente no art. 475-O, para o qual se volta o Captulo 6.

2.3. Quanto modalidade da obrigaoO critrio de classificao aqui estudado leva em considerao o plano do

direito material, em pertinente aplicao de uma das premissas fundantes desteCurso, da qual trata o n. 2.1 do Captulo 2 da Parte I do vol. 1.

Consoante seja a modalidade da obrigao retratada no ttulo executivo,h, de acordo com a lei processual civil, regras apropriadas para a realizaoconcreta do direito nele retratado, isto , variam as atividades jurisdicionais quesero praticadas para a realizao da tutela jurisdicional.

Assim, em se tratando de obrigaes de fazer e no fazer, a sua execuodar-se- de acordo com os arts. 461 e 632 a 645, consoante sejam elas retratadaspor ttulos executivos judiciais ou extrajudiciais, respectivamente. Seu exame feito pela Parte III.

Em se tratando de obrigaes de dar coisa que no seja dinheiro, a suaexecuo dar-se- de acordo com os arts. 461-A e 621 a 631, consoante elassejam retratadas por ttulos executivos judiciais ou extrajudiciais,respectivamente. a Parte IV que se volta sua anlise.

Por fim, sendo obrigaes de dar dinheiro obrigaes de pagar , a suaexecuo dar-se- de acordo com os arts. 475-J e 646 a 724, consoante elassejam retratadas por ttulos executivos judiciais ou extrajudiciais,respectivamente. So os casos geralmente nominados de execuo por quantiacerta contra devedor solvente, objeto de estudo pela Parte II.

O art. 475-I , no particular, bastante claro quanto distino indicada nospargrafos anteriores, tendo presente os ttulos executivos judiciais. Um meroexame no Livro II do Cdigo de Processo Civil, por sua vez, revela a mesmadistino, fundada nos mesmos motivos de direito material, para os casos dettulos executivos extrajudiciais.

2.3.1. Quanto origem da dvidaA execuo das obrigaes de pagar comporta duas subclassificaes.

A primeira delas, a que interessa para o nmero presente, leva em consideraoa origem da dvida. Em ambos os casos, o Cdigo de Processo Civil cria regrasdiferenciadas, verdadeiros procedimentos especiais para a prtica dos atosexecutivos.

Se a dvida que se pretende executar tem origem alimentar, h normas

especiais do Cdigo de Processo Civil (arts. 475-Q e 732 a 735) e da legislaoprocessual civil extravagante, a Lei n. 5.478/1968, a serem necessariamenteobservadas.

Por outro lado, se a dvida tem como origem alguma obrigao ou deverlegal em que participe a Fazenda Pblica, a sua forma de cobrana tambm diferenciada. Quando a Fazenda Pblica , desde o plano material, devedora, oplano processual reserva para ela, desde o art. 100 da Constituio Federal,regras diferenciadas que, no Cdigo de Processo Civil, encontram-se nos arts.730, 731 e 741. Trata-se de um dos procedimentos jurisdicionaisconstitucionalmente diferenciados (v. n. 5 do Captulo 2 da Parte II do vol. 1),cujo exame feito pelo Captulo 8 da Parte II. Se, no plano material, a FazendaPblica for credora da obrigao, os meios processuais de recuperao de seucrdito tambm so diferenciados, regidos por uma lei extravagante de direitoprocessual civil, a Lei n. 6.830/1980, que disciplina a chamada execuo fiscal,excepcionando-se a aplicao desta Lei quando a origem do crdito da Fazendaestiver no prprio processo jurisdicional, quando a Fazenda far uso do dispostono art. 475-J (v. n. 1.1 do Captulo 8 da Parte II).

2.3.2. Quanto solvabilidade do devedorO Cdigo de Processo Civil tambm faz distino, tendo em conta as

obrigaes de pagar, entre as execues dirigidas a devedores solventes einsolventes.

A disciplina indicada no n. 2.3.1, supra, diz respeito s execues dirigidasao devedor solvente, isto , aquele cujo patrimnio responde suficientementepelo pagamento de suas dvidas. Diferentemente, nos casos em que o patrimniodo devedor no se mostra capaz de responder por todas as dvidas dele, a hiptese de execuo por quantia certa contra devedor insolvente, a insolvncia civil,que disciplinada pelos arts. 748 a 786-A, hiptese que no se confunde com aregida pela Lei n. 11.101/2004, que trata da recuperao judicial, extrajudicial ea falncia do empresrio e da sociedade empresria.

A distino fundamental que reside entre a execuo promovida em facedo devedor solvente e aquela promovida em face do devedor insolvente seja ocaso de insolvncia civil, regulada pelo Cdigo de Processo Civil, ou de falncia,regulada pela lei j mencionada que as execues contra devedoresinsolventes so verdadeiras execues coletivas, isto , concursais. Busca-se,com sua promoo, no a satisfao do crdito de um nico credor mas, bemdiferentemente, de todos e quaisquer credores de um mesmo devedor. A maiorpreocupao das regras que delas se ocupam, consequentemente, com aarrecadao de todo o patrimnio do devedor e a verificao de todos aquelesque, pelos mais variados motivos, so credores do devedor comum para aconstatao das condies efetivas da satisfao dos crditos existentes. Trata-sede situao, destarte, rigorosamente oposta quela das execues direcionadas adevedores solventes, para as quais tem plena aplicao o disposto no art. 612.

Este Curso no se ocupa, por ora, do exame da execuo por quantia certa

contra devedor insolvente e da falncia.

2.4. Quanto aos efeitos bastante comum a distino da tutela jurisdicional executiva pelos seus

efeitos ou, o que o mesmo, pela sua adequao. Trata-se de critrioclassificatrio que busca distinguir as diferentes formas de prestao da tutelajurisdicional executiva (e, por isto mesmo, dos atos que so praticados para darsatisfao ao exequente) e que distingue os chamados efeitos condenatriosdos efeitos executivos lato sensu dos efeitos mandamentais.

Para este Curso todos estes efeitos residem no propriamente no planoou no mbito da tutela jurisdicional mas sim nas diferentes tcnicas que o Estado-juiz pode ou deve usar para a satisfao daquele que faz jus tutela jurisdicional.Como aqueles efeitos residem no plano exterior do processo, sua distino nopode dar-se dentro do processo, quando ainda significam a necessidade de que oEstado-juiz atue para a realizao concreta, efetiva, do direito. At porque oreconhecimento do direito pode dar-se sem que o Estado-juiz reconheapreviamente, ele prprio, a existncia do direito. o que ocorre com os ttulosexecutivos extrajudiciais.

A possvel distino entre aquelas classes de efeitos da tutela jurisdicional exposta suficientemente pelo n. 8.5 do Captulo 1 da Parte III do vol. 1. O quevale sublinhar para o momento presente da exposio que aquela distinonunca gerou maior consenso na doutrina e, mais do que isto, assume, luz doatual sistema processual civil, cada vez menos importncia. O que cabe verificar quais os limites e as abrangncias das tcnicas processuais que podem serpraticadas pelo Estado-juiz para a prestao concreta da tutela jurisdicional quais as atividades jurisdicionais que podem ou no ser prestadas para arealizao da tutela jurisdicional e no os nomes que podem ser dados quelasmesmas tcnicas, em inverso dogmtica que deve ser, vez por todas, repudiadapela doutrina do direito processual civil.

At porque, com a evoluo do direito positivo processual civil brasileiro,fica cada vez mais incuo verificar qual o nome que pode ser dado ao prazode quinze dias que o executado tem para pagar nos termos do caput do art. 475-Je, passados aqueles dias, o nome a ser dado para designar as atividadesjurisdicionais executivas que, a pedido do exequente, podem ter incio, ou podeser o mesmo do anterior. A partir de uma concepo tradicional, a descrio doprimeiro fenmeno como mandamental e o segundo como condenatrioapresentava-se como de rigor. Seu emprego na atualidade, contudo, podeconduzir o estudioso do direito processual civil a indesejvel sincretismometodolgico porque, bem pensada, a razo de ser da distino no tomavacomo pano de exposio a prpria prestao da tutela executiva mas,diferentemente, a atividade desempenhada pelo Estado-juiz para reconhecer odireito e admitir, de acordo com um padro razoavelmente fixo, os atosjurisdicionais a serem praticados, a partir daquele reconhecimento do direito,para a satisfao do exequente. E mais: atividades jurisdicionais aquelas, de

reconhecer o direito aplicvel e de aplic-lo concretamente, que no poderiamrealizar-se concomitantemente e, nem mesmo, em um mesmo processo (v. n.8.5.6 do Captulo 1 da Parte III do vol. 1).

No sistema processual civil vigente, importa mais, de acordo com aspremissas adotadas por este Curso, verificar em que condies os modelosexecutivos desenhados abstratamente pelo legislador podem (ou devem) sermodificados pelo magistrado luz das necessidades de cada caso concreto. Deque maneira a tipicidade dos atos executivos pode, legitimamente, sempre emconformidade com o modelo constitucional do processo civil, dar lugar prtica de atos atpicos para a prestao efetiva da tutela jurisdicional. desteprisma de anlise que as diversas tcnicas que podem e que no podem serempregadas pelo Estado-juiz devem ser analisadas. Os nomes a serem dados aestas tcnicas se que h necessidade de d-los so consequncia e nocausa do estudo. At porque, como se d com qualquer nome, eles so diferentesporque pretendem descrever objetos suficientemente distintos entre si. Se osobjetos alteram-se e tm-se alterado substancialmente com as Reformas doCPC, seria, quando menos de discutvel acerto, insistir em adotar acriticamenteos mesmos nomes e os mesmos critrios classificatrios usados (e, mesmo assim,sem consenso, vale a nfase) para descrever realidades substancialmentediversas.

3. PRINCPIOS DA TUTELA JURISDICIONAL EXECUTIVA

Como nos demais temas do direito processual civil, tambm no que dizrespeito tutela jurisdicional executiva, h princpios especficos que devem serlevados em conta sem prejuzo dos princpios genricos de todo o direitoprocessual civil, sejam os decorrentes do modelo constitucional do processocivil ou do modelo infraconstitucional.

Os nmeros seguintes voltam-se exposio dos princpiosinfraconstitucionais da tutela jurisdicional executiva, dando destaque especialqueles que so geralmente aceitos pela doutrina, recuperando, desenvolvendo eampliando a exposio feita pelo n. 7 do Captulo 2 da Parte IV do vol. 1. Naapresentao e anlise dos diversos temas que ocupam este volume, eles serosempre lembrados e utilizados para auxiliar a uma melhor e mais coesainterpretao com vistas criao de um verdadeiro sistema processual civil.

Tanto mais importante a enunciao e a aplicao dos princpios relativos tutela jurisdicional executiva por fora das to profundas quanto numerosasreformas que o Cdigo de Processo Civil recebeu, nos ltimos anos, na suadisciplina relativa execuo. Cumprem, os princpios, assim, a sua funoprimordial, colocada em relevo desde o n. 2 do Captulo 1 da Parte II do vol. 1deste Curso.

O que chama bastante a ateno na exposio dos diversos princpios que, em boa parte deles, a sua formulao tradicional tende a ceder espao a

outra, muitas vezes em sentido diametralmente oposto, fruto da evoluo e datransformao do direito positivo brasileiro e da nova conformidade do sistemaprocessual civil. A exposio seguinte pretende capturar, destacando, estefenmeno, indicando, como no pode deixar de ser, que a compreenso dosprincpios jurdicos, quaisquer que sejam eles, tende a modificar-se consoante sealtere (e possa alterar-se) o direito positivo vigente.

3.1. Do princpio da autonomia ao princpio do sincretismoTradicionalmente a doutrina refere-se ao princpio da autonomia da tutela

jurisdicional executiva no sentido de que a atividade jurisdicional desenvolvidapara realiz-la exige um processo prprio, chamado de processo deexecuo, que no se confunde nem pode ser confundido com outrasmodalidades de processo, em especial com o chamado processo deconhecimento.

O princpio da autonomia, assim compreendido, desempenhou papelimportante at o advento das mais recentes Reformas do CPC. Trata-se deprincpio de forte justificao doutrinria e terica que busca distinguir, comnitidez, as atividades jurisdicionais voltadas ao reconhecimento do direito e asatividades jurisdicionais voltadas realizao daquele mesmo direito.

No Cdigo de Processo Civil atual, no h mais espao para entender aaplicao rgida daquele princpio. Pelo contrrio, importa colocar em relevo sercada vez mais frequente que as atividades jurisdicionais voltadas aoreconhecimento do direito desenvolvam-se sucessivamente e, muitas vezes,concomitantemente, s atividades direcionadas realizao do direito. No equivocado, por isto mesmo, dar destaque a um princpio oposto ao daautonomia, que norteia, em grau crescente, a tutela jurisdicional executiva, oprincpio do sincretismo. Sincretismo no sentido de que um mesmo processoadmite que atividades jurisdicionais cognitivas e executivas realizem-se semsoluo de continuidade, soluo que, de resto, afina-se ao modeloconstitucional do direito processual civil, assunto ao qual se voltasuficientemente o n. 8.5.6 do Captulo 1 da Parte III do vol. 1.

Mas no s s atividades jurisdicionais cognitivas e executivas referem-seos princpios aqui examinados. Tambm as respectivas tutelas jurisdicionaiscognitivas e executivas (com as ressalvas feitas pelo n. 8.4 do Captulo 1 da ParteIII do vol. 1) podem conviver em um mesmo processo e, luz das mais recentesReformas do CPC, inegvel que, cada vez mais, elas atuam, lado a lado, parauma melhor, mais racional e mais eficiente prestao da tutela jurisdicional.

Embora o princpio do sincretismo seja ainda mais agudo nos casos emque a execuo se fundamenta em ttulo executivo judicial, no menos certoque, nos casos de execuo baseada em ttulo executivo extrajudicial, a reunio,em um mesmo processo, de atividades executivas e cognitivas e de tutelasexecutivas e cognitivas no pode ser olvidada. ter presente a grande aceitao,doutrinria e jurisprudencial, mesmo antes dos movimentos da Reforma, daschamadas excees e objees de pr-executividade, assunto ao qual se

dedica o n. 2 do Captulo 6 da Parte V.

3.2. Princpio do ttulo executivoDe acordo com o princpio do ttulo executivo, a tutela jurisdicional

executiva depende sempre de sua prvia definio em um ttulo executivo,tenha ele origem judicial (art. 475-N) ou extrajudicial (art. 585), consoante adistino exposta pelo Captulo 4. Sem ttulo executivo, no h execuo: o queatesta antigo aforismo latino: nulla executio sine titulo.

O direito processual civil brasileiro acolhe o princpio, sendo prova maisque suficiente os dois mencionados dispositivos que indicam em rol taxativo, deacordo com a doutrina tradicional, forte na aplicao do princpio aquiexaminado quais so os ttulos executivos. A funo do ttulo executivo, nestascircunstncias, sem prejuzo das consideraes que, a respeito, faz o n. 2 doCaptulo 6, a de definir a certeza (objetiva e subjetiva), a exigibilidade e aliquidez de um direito e autorizar, consequentemente, luz desta mesmadefinio, a prtica de atos jurisdicionais executivos, isto , atos voltados satisfao daquele que indicado no ttulo como credor da obrigao.

O que ocorre, contudo, que, como todo princpio jurdico, impensvelsustentar que a formulao tradicional do princpio aqui examinado tenha aptidode manter-se inclume a tantas e to profundas alteraes experimentadas peloCdigo de Processo Civil. A este Curso no parece que a noo fundamental doprincpio possa, ainda hoje, ser colocada em dvida. Destarte, sua atualcompreenso impe leitura mais ampla e sistemtica dos precitados dispositivospara verificar que os ttulos executivos nele previstos no so os nicos alegitimar a prestao da tutela jurisdicional executiva.

Assim, na linha do que j foi sustentado pelo n. 7 do Captulo 2 da Parte IVdo vol. 1, importa colocar em relevo que o conceito de ttulo executivo no podemais ficar vinculado ao que arrolam os arts. 475-N e 585, como se a prpria leiprocessual civil no pudesse criar outros ttulos executivos, de acordo com asopes polticas predominantes em cada momento histrico. No se trata, apenase to somente, de admitir que a lei processual civil, extravagante inclusive, possacriar tambm ttulos executivos. A prtica comunssima e no h discussoquanto a isto, mais ainda diante do que expressamente dispe o inciso VIII do art.585 (v. n. 5.8 do Captulo 4). Cuida-se, bem diferentemente, de admitir que outrastcnicas utilizadas para a definio de direitos tambm podem e devem sertratadas como ttulos executivos para os mesmos fins de legitimar a realizaoda tutela jurisdicional executiva.

Exemplo marcante desta realidade normativa diz respeito s decisesinterlocutrias que veiculam tutelas jurisdicionais preventivas, antecipadas eprovisrias assim, por exemplo, uma deciso que antecipa os efeitos da tutelajurisdicional, com base no art. 461, 3, para a tutela imediata de uma obrigaode fazer ou no fazer (v. n. 7 do Captulo 1 da Parte III) e que, neste sentido epara este fim, so inegavelmente ttulos executivos. E mais: so ttulos executivosjudiciais, porque so decises judiciais, sendo de todo indiferente que elas no

constem do art. 475-N ou, o que importa para a formulao tradicional doprincpio em exame, que ela ainda dependa de ulterior confirmao ao longo doprocesso. Expresso nesse sentido: STJ, 1 Turma, REsp 885.737/SE, rel. Min.Francisco Falco, j .un. 27.2.2007, DJ 12.4.2007, p. 246.

Nestas condies, pertinente ampliar o conceito de ttulo executivo paraque o plano infraconstitucional do direito processual civil no fique aqum domodelo constitucional do processo civil.

A no se entender a questo da forma proposta pelos pargrafosanteriores, a nica soluo que se apresentaria seria admitir execues semttulo e, consequentemente, um total rompimento ao princpio aqui enunciado,alternativa que no deveria causar qualquer questionamento doutrinrio, porque adoutrina jurdica tem que ser aderente ao direito positivo que descreve, devendoser ajustada s mudanas de seu objeto de estudo.

O que parece mais acertado para este Curso, de qualquer sorte, que, porfora das consideraes expostas, com a invocao das vnias de estilo, entenda-se que as Reformas do CPC alteraram profundamente o que pode sercompreendido por ttulo executivo e no a compreenso, esta ainda vigente eatualssima, de que o Estado-juiz, para praticar atos executivos voltados prestao da tutela jurisdicional executiva, depende de um ttulo que legitime oseu agir, ttulo que preexista, mesmo que perfunctoriamente, sua atividade. H,portanto, execues fundadas em ttulos executivos que vo alm dacompreenso tradicional das listas que hoje ocupam os arts. 475-N e 585 masque, mesmo assim, ainda atestam suficientemente o que importa mais de pertopara o princpio aqui exposto, o que seja, que a atividade jurisdicional executivapressupe sempre e em qualquer caso o prvio e suficiente reconhecimentodo direito. Se o sistema processual civil admite, em ritmo crescente, apossibilidade de este reconhecimento do direito dar-se por outras formas que noas constantes daqueles dispositivos, o princpio deve ser repensado para albegartambm aquelas hipteses.

Consequncia palpvel deste entendimento negar acerto aoentendimento de que as enunciaes dos arts. 475-N e 585 sejam taxativas nosentido usualmente empregado pela doutrina. H, vale a nfase, outros ttulosexecutivos dispersos pelo Cdigo de Processo Civil e, mais amplamente, pelosistema processual civil.

3.3. Princpio da patrimonialidadeOutro princpio usualmente lembrado pela doutrina como regente da tutela

jurisdicional executiva o princpio da patrimonialidade, por vezes tambmtratado como princpio da realidade da execuo. Patrimonialidade no sentidode que, no direito processual civil da atualidade, a execuo recai sobre opatrimnio (as coisas, por isto, realidade) do executado e no na sua pessoa,como ocorreu em determinados momentos da histria do direito processual civil.

O Cdigo de Processo Civil brasileiro expresso quanto a este princpio,como se verifica de seu art. 646: A execuo por quantia certa tem por objeto

expropriar bens do devedor a fim de satisfazer o direito do credor (art. 591). Oart. 591, de sua parte, dispe que todos os bens do devedor, a no ser osexcepcionados pela lei, respondem pelo cumprimento das obrigaes por eleassumidas (v. n. 1 do Captulo 3 da Parte II).

O que se verifica mais recentemente, contudo, que as Reformas doCPC tm buscado mitigar o princpio aqui examinado admitindo a prtica deatos jurisdicionais executivos voltados no ao patrimnio do executado mas,diferentemente, sua vontade, buscando criar para o executado uma situao talque lhe parea melhor cumprir as determinaes judiciais do que submeter-se prtica de atos sub-rogatrios praticados pelo magistrado e por seus agentes, dizer, de atos que substituam a sua vontade e o seu comportamento.

So exemplos destas medidas as multas expressamente admitidas pelos 4 a 6 do art. 461 (para as obrigaes de fazer e no fazer fundadas em ttuloexecutivo judicial); a multa do caput do art. 475-J (para as obrigaes de pagarquantia fundadas em ttulo executivo judicial); a reduo, pela metade, doshonorrios de advogado do pargrafo nico do art. 652-A (para as obrigaes depagar quantia fundadas em ttulo executivo extrajudicial) e as multas paracompelir o executado a entregar a coisa devida impostas pelo pargrafo nico doart. 621 (para as obrigaes de dar coisa fundadas em ttulo executivoextrajudicial). Estas medidas, sem prejuzo de tantas outras espalhadas peloCdigo de Processo Civil, buscam atuar sobre a vontade do executado, sobre suapsique mesmo, buscando, com isto, o acatamento da determinao judicial ou,mais amplamente, do comando estampado no ttulo executivo por ato seu, por atovoluntrio (v. n. 1 da Introduo). Trata-se, por isto mesmo, de medidasinegavelmente coercitivas, histor