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CONSULTA PÚBLICA REACENDE DEBATE SOBRE RESÍDUOS NA SAÚDE Ano XXXII | ed. 361 | Abr | 2015 Aplicação do eSocial preocupa setor Página 4 FEHOESP completa 12 anos em maio Página 10 FEHOESP e SINDHOSP criam Câmara Técnica para enviar contribuições Páginas centrais

DEBATE SOBRE RESÍDUOS NA SAÚDE - sindhosp.com.br · A palestra ministrada pela médica auditora aposentada do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e coordenadora da CTPN da NR

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CONSULTA PÚBLICA

REACENDEDEBATE SOBRE

RESÍDUOSNA SAÚDE

Ano XXXII | ed. 361 | Abr | 2015

Aplicação do eSocial preocupa setorPágina 4

FEHOESP completa 12 anos em maioPágina 10

FEHOESP e SINDHOSP criam Câmara Técnica para enviar contribuiçõesPáginas centrais

Editorial

| Jornal do SINDHOSP | Abr 20152

SINDHOSP - Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo • Diretoria

| Efetivos • Yussif Ali Mere Jr (presidente) • Luiz Fernando Ferrari Neto (1o vice-presidente) • George Schahin (2o vice-presidente) • José Carlos Barbério (1o tesoureiro) • Antonio Carlos de Carvalho (2o tesoureiro)

• Luiza Watanabe Dal Ben (1a secretária) • Ricardo Nascimento Teixeira Mendes (2o secretário) / Suplentes • Sergio Paes de Melo • Carlos Henrique Assef • Danilo Ther Vieira das Neves • Simão Raskin

• Irineu Francisco Debastiani • Conselho Fiscal | Efetivos • Roberto Nascimento Teixeira Mendes • Gilberto Ulson Pizarro • Marina do Nascimento Teixeira Mendes / Suplentes

• Maria Jandira Loconto • Paulo Roberto Rogich • Lucinda do Rosário Trigo • Delegados representantes | Efetivos • Yussif Ali Mere Jr • Luiz Fernando Ferrari Neto | Suplentes • José Carlos Barbério

• Antonio Carlos de Carvalho • Escritórios regionais • BAURU (14) 3223-4747, [email protected] | CAMPINAS (19) 3233-2655, [email protected]

RIBEIRÃO PRETO (16) 3610-6529, [email protected] | SANTO ANDRÉ (11) 4427-7047, [email protected] | SANTOS (13) 3233-3218, [email protected]

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (17) 3232-3030, [email protected] | SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (12) 3922-5777, [email protected] | SOROCABA (15) 3211-6660, [email protected]

JORNAL DO SINDHOSP | Editora – Ana Paula Barbulho (MTB 22170) | Reportagens – Ana Paula Barbulho • Aline Moura • Fabiane de Sá • Rebeca Salgado • Elcio Cabral | Produção gráfica – Ergon Art (11) 2676-3211

| Periodicidade Mensal | Tiragem 15.000 exemplares | Circulação entre diretores e administradores hospitalares, estabelecimentos de saúde, órgãos de imprensa e autoridades. Os artigos assinados não re-

fletem necessariamente a opinião do jornal | Correspondência para Assessoria de Imprensa SINDHOSP R. 24 de Maio, 208, 14o andar, São Paulo, SP, CEP 01041-000 • Fone (11) 3224-7171, ramais 390 e 391

• www.sindhosp.com.br • e-mail: [email protected]

Criada há 12 anos com o objetivo de proporcionar ao setor de saúde uma representatividade mais abrangen-te e uma atuação política mais direta, a Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP) tem trabalhado para ser, cada vez mais, uma referência. Neste mês de maio, aniversário da Federa-ção, não poderíamos deixar de falar sobre o que nos move, e como ela vem trabalhando em conjunto com o SINDHOSP para crescer.

A ideia, basicamente, é tomar emprestado a expertise do Sindicato, de 77 anos de atuação, a fim de alavancar a Federação. Afinal, é ela que nos dá voz a nível nacional, e nos alça à condição de representantes do Estado de São Paulo na Confederação Nacional de Saúde (CNS). Desde 2013, portanto, estamos modernizando sua estrutura, e focando em sua atuação política, que é seu papel preponderante.

Do ponto de vista de sua modernização, a FEHOESP vem realizando um trabalho de fôlego em sua estrutura institucional, ação que se estende a seus sindicatos filiados, inclusive o SINDHOSP. Nossa missão é representar os interesses sindicais e políticos ao mesmo tempo, atribuindo a Sindicatos e Federação suas melhores competências. Assim, reafirmamos o papel da entidade como legítima representante da categoria em nível estadual, capaz não ape-nas de defender as demandas dos nossos representados, prestadores de serviços em saúde, mas também a causa da saúde brasileira, que enfrenta tantos problemas e nos exige desafios diários.

Neste sentido, São Paulo não pode e não deve ficar de fora. Num mer-cado pujante como o da saúde, com quase sete mil hospitais e 2,5 milhões de profissionais especializados, temos uma participação extremamente importante, com 30% de todos os estabelecimentos privados do país, e 44,3% dos beneficiários de planos de saúde.

Os desafios estão colocados. São grandes e difíceis, porém imagina-mos que nos próximos anos o setor evoluirá junto com o país para que, efetivamente, dentro de um tempo mais breve possível, estejamos no rol dos países desenvolvidos.

presidente

Yussif Ali Mere Jr

POR UM SETOR DE SAÚDE MODERNO E CONTUNDENTE

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Representantes de hospitais assistem a palestra da Anvisa

SINDHOSP, FEHOESP E IEPAS PARTICIPAM DE EVENTOS SOBRE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

PALESTRA ESCLARECE SETOR SOBRE A NR 32

Com o objetivo de desmistificar o papel de vilão da vigilância sanitária e instruir os estabeleci-mentos de saúde, o Grupo de Vigilância Sanitária (GVS 1) do município de São Paulo realizou, em 1O e 2 de abril, um ciclo de palestras informativas para gestores de hospitais públicos e privados, no anfiteatro João Yunes, na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Na ocasião, o presidente do SINDHOSP e da FEHOESP Yussif Ali Mere Jr.; o vice-presidente Luiz Fernando Ferrari Neto; e Marcelo Gratão, gestor do IEPAS, estiveram presentes manifestando seu apoio à iniciativa.

As regulações e normas de vigilância sanitária foram apresentadas por profissionais do GVS 1, que explicaram quais as melhores maneiras de cumpri-las. “A meta é fazer com que a gestão da qualidade de um hospital enxergue a GVS e os grupos que compõem a Anvisa como parceiros, não somente como determinadores de normas e fiscalizadores”, explicou Mônica Grau, diretora técnica do Grupo. “A cada ano pensamos em formas de modernizar e qualificar a gestão das ações de regulação sanitária. Buscamos transparência, responsabilidade e chamamos o gestor hospitalar aqui para participar conosco deste processo”.

“O caráter educativo deste evento cumpre um papel fundamental dos órgãos de vigilância. O cumprimento das regras ganha adesão quando há entendimento”, afirmou Yussif. “Ficamos hon-rados com o convite para participar desta iniciativa. Nosso trabalho é voltado às gestões e poder ensiná-las só trará benefícios à saúde de um modo geral”, completou o presidente.. “Parabeniza-mos o Grupo pela iniciativa. De fato, criar uma relação como esta com os hospitais é fundamental hoje em dia”, disse Gratão.

De acordo com Mônica, o principal objetivo é pensar na qualidade dos serviços prestados ao paciente. “Por meio de todas as normas, a regulação sanitária visa diminuir e até mesmo eliminar o risco na área da saúde. É claro que ele sempre existe, somos humanos, passíveis de erros, mas com treinamentos e práticas podemos minimizá-los em nosso dia a dia, garantindo uma prestação de serviço adequada”.

A Comissão Tripartite Permanente Regional do Estado de São Paulo (CTPR-SP) da norma re-gulamentadora (NR) nO 32 promoveu, com o apoio da FEHOESP, do SINDHOSP e do IEPAS, em 2 de abril, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), na capital paulista, uma palestra esclarecedora sobre a NR 32 - Agentes Biológicos.

A referida norma tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como da-queles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. Específica para o setor, foi publicada em novembro de 2005 e atualizada em 2011, mas ainda precisa ser conhecida e melhor esclarecida aos profissionais da área e aos consumidores desses serviços. “Estamos vivendo o mo-

mento em que a norma completa dez anos e as fiscalizações estão sendo mais acirradas. Portanto, cabe ao emprega-dor se prevenir de eventuais problemas, não só com a fiscalização, mas, também, pensar na melhoria da questão da se-gurança do trabalhador e até para fins de pagamento do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)”, comenta a ad-vogada do departamento Jurídico do SINDHOSP e da FEHOESP e represen-tante da bancada patronal na CTPR-SP e na Comissão Tripartite Permanente Nacional (CTPN), Lucinéia Nucci.

As palestras apresentaram a portaria nO 2.616, de 12 de maio de 1998, sobre Controle de Infecção Hospitalar; a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nO 63, de 25 de novembro de 2011, que dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saú-de; bem como a RDC nO 48 de 2 de junho de 2000, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), também conhecida como “Roteiro de Inspeção do Programa de Controle de Infeção Hospitalar”.

Ela também alerta sobre o eSocial (Sistema de Escritura-ção Fiscal Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Tra-balhistas), que será obrigação para as grandes e médias empre-sas, optantes pelo lucro real, com receita anual a partir de R$ 78 milhões, a partir de agosto. “Será um marco divisório para os hospitais e estabelecimentos de saúde em geral reverem seus procedimentos, porque da forma como os documentos estão sendo feitos hoje, pode levar a erro por parte das em-presas e à aplicação online de multas e alterações de impostos e taxas. A questão é muita mais fiscal do que trabalhista.”

A palestra ministrada pela médica auditora aposentada do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e coordenadora da CTPN da NR 32 de 2004 a 2011, Noeli Martins, reuniu au-ditores fiscais, profissionais que atuam nas áreas de Seguran-ça e Saúde Ocupacional, médicos, enfermeiros, engenheiros e técnicos de Segurança do Trabalho, gestores, líderes e en-carregados responsáveis pela gestão das equipes de trabalho.

O evento também contou com o apoio do Sindica-to dos Empregados de Campinas, da Fundacentro e da Febraban/Hospital Edmundo Vasconcelos, e ainda teve a pre-sença do coordenador da CTPR-SP, Albino Martins; da repre-sentante do Sindicato dos Enfermeiros, Ana Lúcia Firmino; e da advogada do SINDHOSP e da FEHOESP, Cristina Polachini.

Para Noeli Martins, setor ainda tem dificuldades para implantar a NR 32

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AÇÃO

PROGRAMA ESOCIAL É ABORDADO COM FREQUÊNCIA EM DEBATES DO SETOR

Profissionais da área da saúde, que atuam como téc-nicos, médicos e engenheiros do Trabalho e no RH e na administração das empresas da área da saúde, reuniram-se no New Empire Business, em São Paulo, no dia 9 de abril, para discutir e sanar dúvidas sobre o Sistema de Escritura-ção Fiscal Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, o eSocial, e as medidas provisórias (MPs) 664 e 665, do governo federal, publicadas em 30 de dezembro de 2014, que tratam das mudanças nas regras de conces-são de benefícios trabalhistas e previdenciários.

O encontro foi realizado pela Pulsar em parceria com o SINDHOSP. Koshiro Otani, médico do Trabalho e sani-tarista, falou sobre a questão da saúde do trabalhador, da

importância da manutenção de um ambiente adequado de trabalho para evitar infortúnios e os prejuízos deles resul-tantes, e como o impacto negativo decorrente dos aciden-tes do trabalho ficarão muito mais evidentes com o eSocial. “Com o novo sistema digital das obrigações fiscais, traba-lhistas e previdenciárias, tudo vai mudar e a relação de tra-balho não pode ser só de compra da mão de obra. É preciso conhecer os colaboradores efetivamente para que se possa contribuir com o presenteísmo e evitar o absenteísmo.”

Otani também comentou que as MPs 664 e 665 afetam a parcela mais vulnerável da população, além de sobrecarregar os empresários. “Essas medidas são preo-cupantes porque abrem a possibilidade de realização de perícias médicas previdenciárias por empresas privadas, mediante acordo de cooperação. O Estado já é incom-petente nisso e com o eSocial tudo será visto. Acredito mesmo que as MPs vão trazer mais problemas, inclusive com o desligamento de funcionários antes dos primeiros 30 dias de afastamento.”

A advogada do departamento Jurídico do SINDHOSP e da FEHOESP, Lucinéia Nucci, deta-lhou os impactos do eSocial para as empresas e alertou principalmente quanto ao preenchimen-to de documentos. “O preenchimento da CAT - Comunicação de Acidente do Trabalho precisa ser feita de maneira correta e com prudência, porque vai gerar o recolhimento do FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador. A empresa precisa fazer a gestão da saúde do trabalhador, pois tudo vai constar no eSocial e o excesso de CATs mostrará que não se está fazendo a prevenção e nem cuidando da saúde do funcionário.”

O eSocial teve seu manual publicado em fevereiro e foram estabelecidas as datas para o cumprimento das obrigações da nova plataforma. Em agosto deste ano, será liberado o ambien-te para testes para todas as empresas; em janeiro de 2016, as empresas com faturamento igual ou acima de R$ 78 milhões farão o envio oficial dos arquivos. Em julho do ano que vem está previsto o envio oficial dos arquivos por empresas com faturamento igual ou acima de 3,6 milhões.

NO GRHOSP

Em 15 de abril, foi a vez do Grupo de Recursos Humanos do SINDHOSP (GRHosp) levar para seu público a palestra “eSocial: Complexidades e Dificuldades”, ministrada pelo consultor de RH da T3 consultoria, Lélio Reinaldo Toccihio. Com explicações obje-tivas sobre o preenchimento das informações, ele destacou a importância de as empre-sas chamarem para si a responsabilidade de abastecer a plataforma.

“O eSocial precisa ser um projeto corporativo e não só de RH. Todos devem estar comprometidos e lembrar que o programa não é somente braço, e sim cérebro. São necessárias várias pessoas para colocá-lo em prática, mas também é preciso de uma cabeça analítica”, afirmou. “Além disso, uma boa vertente do aplicativo é a reflexão do que ele pode trazer sobre os riscos do ambiente de trabalho e como cada empresa pode trabalhar na prevenção de acidentes.”

Na opinião de Toccihio, o futuro das informações está em um ambiente comple-tamente informatizado. “Trabalhamos para que em futuro não muito distante, todas as

nossas informações sejam controladas eletronicamente”, explicou. “Não será mais preciso calcu-lar o imposto de renda, porque ele vai chegar em casa já com os valores de pagamento prontos, através de informações cruzadas das empresas e de gastos pessoais, incluindo de operadoras de cartão de crédito”.

É com essa justificativa que trabalham os órgãos que desenvolvem o eSocial, para que a prestação das informações online substitua a entrega das mesmas em outros formulários e declarações.

Em relação às informações relativas a processos que correm na Justiça, parte jurídica, o consultor orientou os gestores que liminares existentes já devem constar no preenchimento do sistema. “Ainda não há campos para processos trabalhistas. Acredito que em mais dois anos no máximo eles também já estejam contemplados como informações essenciais do programa. Mas saliento que as liminares, decisões e pareceres já devem constar.”

De iniciativa do Governo Federal, o eSocial está sendo desenvolvido em conjunto pela Cai-xa Econômica Federal (Caixa), pelo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pelo Ministé-rio da Previdência Social (MPS), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Estão obrigados a utilizar o eSocial todos os empregadores, inclusive aquele que contrata o serviço doméstico, a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, ou contribuinte individual em relação a trabalhadores que lhe prestem serviço.

Lucinéia Nucci chama a atenção para a documentação no novo sistema

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SINDHOSP E FEHOESP PARTICIPAM DE MOVIMENTO NO DIA MUNDIAL DA SAÚDE

Era uma terça-feira chuvosa na cidade de São Paulo. Por volta das nove da manhã do dia 7 de abril, data em que é celebrado o Dia Mundial da Saúde, profissionais, gestores, estudantes e apoiadores da luta em prol de uma saúde pública de qualidade se reuniam no estacionamento da Associação Paulista de Medicina (APM) para um evento emblemático: um manifesto público que pedia o aumento do financiamento para a saúde. Neste ano, o grupo organizou uma caminhada cívica até a catedral da Sé para celebrar a data. O presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr, esteve presente.

Compõem a Frente Democrática em Defesa do Sistema Único de Saúde, organizadora da ca-minhada fundada em novembro de 2014, a APM; o SINDHOSP, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CRM-SP); Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN-SP); Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP); Conselho Regional de Fisiotera-pia e Terapia Ocupacional da 3a Região (CREFITO-3); Sindicato dos Médicos de São Paulo; sociedades de especialidades médicas; Academia de Medicina de São Paulo; Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); partidos políticos, centrais sindicais e associações, assim como conselhos de distintos profissionais da saúde (terapeutas, enfermeiros, dentistas e demais especialistas); Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas (ABCD); entre outros.

”É de suma importância que paremos para refletir sobre como está a nossa saú-de hoje e aonde podemos chegar caso haja mais vontade política para investimentos e melhorias do sistema de saúde público e privado”, afirmou Yussif. Para Florisval Meinão, presidente da APM, o Governo Federal diminuiu sua participação no repasse de recursos ao SUS e não propôs alternativas na saúde. “A participação do governo já está definida em algo em torno de 13,2% da receita líquida para este ano, o que não acrescenta abso-lutamente nada”.

Andando pelas ruas de São Paulo com faixas, apitos e palavras de ordem como “Brasil urgente, queremos SUS decente”, o grupo formado por médicos, enfermeiros, estudantes e gestores se reuniu na sede da Associação Paulista de Medicina (APM), para então prosseguir até a Catedral da Sé, onde, após um minuto de silêncio, em reflexão pelo cenário atual, três mil ba-lões com a inscrição “SOS SUS” foram soltos. Com o ato, a Frente começa uma nova jornada para conscientizar a sociedade sobre o problema do subfinanciamento da saúde pública, iniciada com a Emenda Constitucional 29, de 2000, cuja regulamentação em janeiro de 2012 frustrou as expecta-tivas de estabelecer o patamar de investimento de 10% das receitas correntes brutas da União para

a saúde. Hoje, o Brasil tem um dos mais baixos índices de investimento per capita de saúde do mundo.

Como resposta, distin-tos setores da sociedade civil criaram o movimento Saúde+10, um projeto de iniciativa popular que reco-lheu mais de dois milhões de apoiadores em um abaixo assinado. “O projeto não foi para frente por influência do

governo e agora o orçamento impositivo acabou engessan-do definitivamente o aporte para saúde, que não vai passar de R$ 90 bilhões por ano. Para que o SUS realmente funcio-ne, ele precisa no mínimo mais 40 ou 50 bilhões de reais”, destacou Marun David Cury, diretor adjunto de Defesa Pro-fissional da APM.

A PEC do orçamento impositivo estabelece 15% da re-ceita corrente líquida como investimento mínimo da União em saúde, que será atingido de forma escalonada: 13,2% em 2015, inferior aos 14,2% aplicados pelo governo federal em 2014; 13,7% em 2016; 14,1% em 2017; e 14,5% em 2018, até

atingir 15% em 2019. Para o presidente da APM, a medida, na prática, significa uma redução de R$ 50 bilhões em relação ao montante que se aplica atualmente. Reverter a PEC, no entanto, é tarefa bastante difícil, segundo Meinão, pois se-riam necessários três quintos dos votos dos parlamentares. “Mesmo assim não desistimos”.

“Trabalhar com saúde pública sempre foi um desafio para os gestores. Mas as coisas pioraram nos últimos anos. Tendem a piorar ainda mais com a crise econômica e os cortes de gastos anunciados pelo governo federal. Aconte-ce que precisamos de mais recursos na saúde, e para que consigamos isso, é preciso que o setor seja visto como um pilar estratégico. A gestão federal atual está muito aquém do que a população espera, por isso integramos esta Frente e estamos na luta por melhorias”, destacou Yussif Ali Mere Jr.

Com o objetivo de instruir e evitar o acúmulo de lixo nas ruas de São Paulo, a organização distribuiu adesivos, sa-colas de lixos para carro e o “Guia Saúde Popular – Conheça seus direitos”, de utilidade para a população.

Médicos e representantes do setor vão às ruas em 7 de abril

PRESIDENTE DAS ENTIDADES CAMINHOU POR SP COM PROFISSIONAIS

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Presidente Yussif Ali Mere Jr participa de caminhada pela melhoria do SUS

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Até 80% dos resíduos gerados nos serviços de saúde não são perigosos, mas comuns como os resíduos gerados em residências e escritórios. Por isso, a segregação do que é ou não perigoso é tão importante, e foi estabelecida há 11 anos pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nO 306, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Agora, a resolução está sendo revista, por meio da Consulta Pública nO 20, de 26 de março de 2015. A justificativa do órgão para a revisão é de que a normativa precisa estar em consonância com a “evolução das tecnologias e com a entrada em vigor da Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos”. O prazo para envio de sugestões vai até 5 de junho.

A fim de acompanhar os debates que envolvem o tema, e de participar ati-vamente da elaboração do novo texto, a FEHOESP e o SINDHOSP elaboraram uma Câmara Técnica, com a participação de diversos especialistas em gestão ambiental e de resíduos. Segundo a superintendente Jurídica das entidades, Erie-te Dias Ramos Teixeira, contribuir com a Anvisa será muito importante. “Primeiro porque não tivemos tempo hábil para esta oportunidade quando da elaboração da RDC 306, em 2004. Agora poderemos enviar nossas sugestões, o que abre portas para que, mais tarde, sejamos chamados para audiências públicas e deba-tes que podem nascer acerca do tema”, ressalta.

A proposta do novo texto, já disponível no site da Anvisa, tem sido objeto de debate entre os membros da Câmara Técnica. Eriete Teixeira destaca que esta pode ser uma oportunidade de unificar a classificação dos resíduos em âmbito nacional. Ela explica que, após a publicação da RDC 306, da Anvisa, o Estado de São Paulo editou norma diferente, que torna a classificação um pouco mais rígida. “A RDC 306 criou uma classificação dos resíduos, que vai do mais perigoso ao descartável. Depois que saiu a norma, o Estado de São Paulo editou uma porta-ria conjunta determinando outra classificação. Portanto, hoje, o que a Anvisa classifica como não muito contaminante, o estado classifica como extremamente contaminante. Vejo nesta Consulta Pública a oportunidade de abrir este debate, porque vão ter pessoas do Estado que vão estar no grupo de debate da norma técnica da Anvisa. Por que não ter uma classificação universal que possa facilitar a vida de todos?”, pondera.

Atualmente, a classificação de resíduos de serviços de saúde é dividida em cinco grupos, de A a E. No grupo A ficam os resíduos potencialmente infectantes, com presença de agentes biológicos que apresentem risco de infecção, como bolsas de sangue contaminado. No grupo B ficam os químicos, que contenham substâncias químicas capazes de causar risco à saúde ou ao meio ambiente, inde-pendente de suas características inflamáveis, de corrosividade, reatividade e toxi-cidade. Por exemplo, medicamentos para tratamento de câncer, reagentes para laboratório e substâncias para revelação de filmes de raio-X. Os rejeitos radioa-tivos ficam no grupo C, que contempla materiais com radioatividade em carga acima do padrão e que não possam ser reutilizados, como exames de medicina nuclear. O grupo D representa os resíduos comuns, ou seja, qualquer lixo que não tenha sido contaminado ou possa provocar acidentes, como gesso, luvas, gazes, materiais passíveis de reciclagem e papéis. No grupo E estão os perfurocortantes, que são os objetos e instrumentos que possam furar ou cortar, como lâminas, bisturis, agulhas e ampolas de vidro.

O técnico Ambiental Flavio Gomes dos Santos, do Hospital Edmundo Vasconcelos, explica que, no município de São Paulo, todos os resíduos infectantes são tratados em Usina de Termo Desinfec-ção, depois são reclassificados e encaminhados para disposição final em aterro sanitário licenciado.

CONSULTA PÚBLICA REACENDE DEBATE SOBRE RESÍDUOS NA SAÚDE

Mas esta, segundo ele, não é a realidade de todas as cidades. “Prefeituras de pequenos municípios utilizam empresas sem qualquer capacitação técnica para realizar o transporte des-ses resíduos, sem qualquer tipo de tratamento. Muitas delas não possuem profissionais capacitados, e o setor é condu-zido por pessoal sem o conhecimento necessário sobre as

políticas publicas a serem atendidas. No Brasil aproximadamente 60% dos resíduos de serviços de saúde vão parar em locais indevidos e inapropriados, trazendo sérios riscos à saúde da população e ao meio am-biente”, denuncia.

A superintendente Jurídica do SINDHOSP concorda. “Mesmo no Estado de São Paulo, essa defasagem acontece. Na capital e em cidades maiores existem aterros, mas se você vai para algumas ci-dades do interior, principalmente as mais

pobres, o que existem são lixões inadequados. E então o hospital faz toda aquela classificação, segrega o lixo, gerencia, compra material específico, treina seu pessoal, e quando o lixo vai para o caminhão, é despejado tudo no mesmo lugar.”

No país, está em vigor deste agosto de 2014 a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que proíbe a destinação dos mesmos em lixões inadequados, e cria mecanismos para que as cidades se adequem à coleta seletiva, gerem me-nos resíduos e destinem de maneira correta seus lixos. As

exigências, no entanto, que tramitaram durante duas décadas no Legislativo, ainda não fazem parte da realidade: segundo o Ministério do Meio Ambiente, somente 2.202 municípios, de 5.570, estabeleceram medidas para garantir a destinação ade-quada do lixo que não pode ser reciclado ou utilizado em compostagem. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), existem ainda no Brasil 3.500 li-xões ativos, em 60,7% das cidades. E o custo para transformá-los em aterros gira

em torno de R$ 70 bilhões. Para Eriete Teixeira, o poder público mostra-se ine-

ficaz quando o assunto é a implantação de aterros. “De que adianta os hospitais fazerem o trabalho de segrega-ção, gerenciamento, capacitação, para no final ir tudo para o lixão? A gente precisa mostrar para a Anvisa que existe

Eriete Teixeira, superintendente Jurídica

Flavio Gomes dos Santos, do Edmundo Vasconcelos

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FEHOESP E SINDHOSP CRIAM CÂMARA TÉCNICA PARA ENVIAR CONTRIBUIÇÕES

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CONSULTA PÚBLICA REACENDE DEBATE SOBRE RESÍDUOS NA SAÚDE

um problema muito maior, que é a destinação. Depois, quando descobrem um saco de lixo que alguém mexeu e foi contaminado, quem responde é o gerador, porque ele tem responsabilidade desde a geração até a disposição final. Mas quem não está conseguindo aplicar a norma é o poder público. Isso desmotiva o gerador também, porque ele tem que investir, mas quando dá um problema na ponta, é ele quem responde. Acho que se o Estado não tem condição de fazer, privatiza”, defende.

Em São Paulo, segundo dados da Companhia Estadual de Saneamento Básico (Cetesb), 75% do lixo produzido no Estado vai para 21 aterros privados.

A RESPONSABILIDADE DO GERADOR

Há 26 anos, uma cápsula com material radiativo encon-trada em uma clínica abandonada provocou o maior aciden-te radioativo do Brasil. O caso do Césio 137 é emblemático e mostra a necessidade do descarte correto dos materiais hospitalares. O acidente contaminou mais de mil pessoas na cidade de Goiânia e foi o maior do mundo fora de usinas nucleares.

Segundo a coalização internacional de hospitais e sis-tema de saúde, “Saúde sem Dano”, é preciso investir na minimização ou eliminação da geração de resíduos na sua origem, através de estratégias como substituição de certos produtos, controle de estoques, mudança de tecnologias e boas práticas de operação. Experiências internacionais, em locais com baixa capacidade de investimento, têm mostrado

que é possível mudar a lógica da geração de resíduos dentro dos serviços de saúde. Nas Filipinas, por exemplo, descobriu-se ser possível reutilizar ou reciclar uma grande quan-tidade de produtos. Além dos materiais recicláveis já conhecidos, como papel e vidro, encontraram-se mercados ou usos secundários para muitos outros produtos, desde os cartuchos de impressoras até as latas de óleo comestível. Na opinião de Adriana Seghesi Elias Gon-çalves, coordenadora de Sustentabilidade do Grupo Fleury, a logística reversa das embalagens com impacto positivo para coleta seletiva e reciclagem ainda não é priorizada no Brasil. “São necessários, ainda, instrumentos e metodologias de sensibilização e mobilização capazes de influenciar vá-rios segmentos da sociedade, inclusive os profissionais da área e a população como um todo. Essa sensibilização se consegue por meio da Educação Ambiental.”, defende. O “Saúde Sem Dano” possui, disponível em seu site, um re-latório chamado “Melhores Práticas nas Filipinas”, acessível em www.saudesemdano.org

No Brasil, a organização começou a atuar em 2013, por meio da Global Green and Health Hospital. Trata-se de uma rede que reúne iniciativas sustentáveis, adotadas por um grupo de pelo menos 40 hospitais, incluindo Sírio-Libanês, Santa Casa de Misericórdia, de São Paulo, e o Instituto de Trauma-tologia e Ortopedia (Into), do Rio.

O tratamento dos resíduos é uma das premissas para fazer parte da rede, que inclui mais nove objetivos estabelecidos em uma agenda global, como redução do consumo de água e energia, redução da prescrição considerada desnecessária de medicamentos e substituição de mercúrio.

“Percebemos que não adianta se preocupar apenas com os problemas ambientais, mas, sim, no quanto o sistema de saúde impacta no meio ambiente”, ressalta Vital Ribeiro, presidente do Projeto Hospitais Saudáveis, uma organização criada em 2010 para tornar “saudável” o setor e que atua como parceiro da Organização Não Governamental (ONG) “Saúde sem Dano”.

LIXÃO X ATERROLixão é uma área de disposição final de resíduos sólidos sem nenhuma preparação anterior do solo. Não tem nenhum sistema de tratamento de efluentes

líquidos - o chorume (líquido preto que escorre do lixo). Este penetra pela terra levando substancias contaminantes para o solo e para o lençol freático. Moscas, pássaros e ratos convivem com o lixo livremente no lixão a céu aberto, e pior ainda, crianças, adolescentes e adultos catam comida e materiais recicláveis para vender. No lixão, o lixo fica exposto sem nenhum procedimento que evite as consequências ambientais e sociais negativas.

Já o aterro controlado é uma fase intermediária entre o lixão e o aterro sanitário. Normalmente é uma célula adjacente ao lixão que foi remediado, ou seja, que recebeu cobertura de argila, e grama (idealmente selado com manta impermeável para proteger a pilha da água de chuva) e captação de chorume e gás. Esta célula adjacente é preparada para receber resíduos com uma impermeabilização com manta e tem uma operação que procura dar conta dos impactos negativos tais como a cobertura diária da pilha de lixo com terra ou outro material disponível como forração ou saibro. Tem também recirculação do chorume que é coletado e levado para cima da pilha de lixo, diminuindo a sua absorção pela terra ou eventualmente outro tipo de tratamento para o chorume como uma estação de tratamento para este efluente.

Mas a disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos é o aterro sanitário, que antes de iniciar a disposição do lixo teve o terreno preparado previamen-te com o nivelamento de terra e com o selamento da base com argila e mantas de PVC, esta extremamente resistente. Desta forma, com essa impermeabili-zação do solo, o lençol freático não será contaminado pelo chorume. Este é coletado através de drenos de PEAD, encaminhados para o poço de acumulação de onde, nos seis primeiros meses de operação é recirculado sobre a massa de lixo aterrada. Depois desses seis meses, quando a vazão e os parâmetros já são adequados para tratamento, o chorume acumulado será encaminhado para a estação de tratamento de efluentes. A operação do aterro sanitário, assim como a do aterro controlado, prevê a cobertura diária do lixo, não ocorrendo a proliferação de vetores, mau cheiro e poluição visual.

Fonte: lixo.com.br

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8 | Jornal do SINDHOSP | Abr 2015

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DIMINUIÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS

* ALESSANDRO BARRETO BORGES

A despeito da possibilidade de as clínicas po-derem, desde 1O de janeiro de 2015, sujeitar-se a tri-butação com base no regime do Simples Nacional (anexo VI da LC nO 123/2006), muitos contribuintes do setor, seja por desconhecimento, seja por não vislumbrarem efetiva vantagem tributária nesta sistemática – principalmente nas faixas mais altas de faturamento – continuaram optando pelo lucro presumido.

Neste contexto, mantém-se para essas empre-sas a oneração tradicional do custo da mão de obra, seja de forma direta, por meio da contribuição pre-videnciária patronal de 20% incidente sobre a folha e da contribuição adicional de 10% ao FGTS devido nas demissões sem justa causa, ou indireta, como no caso da contribuição previdenciária de 15% inciden-te sobre os valores pagos às cooperativas de trabalho.

Ocorre que as incidências tributárias em desta-que têm sido objeto de contestações variadas no Poder Judiciário, sendo que algumas delas já foram, inclusive, julgadas de forma definitiva a favor dos contribuintes.

No tocante à contribuição previdenciária patro-nal, restou decidido definitivamente pelo Superior Tribunal de Justiça, em abril de 2014, por meio de re-

curso repetitivo (RE 1.230.957), cujo efeito é vincula-tivo para os Tribunais Regionais Federais (2a instância do Poder Judiciário) e para o CARF (tribunal adminis-trativo do Ministério da Fazenda), que a referida con-tribuição não deve incidir sobre verbas trabalhistas relativas a aviso prévio indenizado, auxílio doença/acidente (15/30 dias de afastamento) e 1/3 de férias gozadas, visto que possuem caráter indenizatório.

Diante deste cenário, abriu-se a possibilidade de os contribuintes, administrativa ou judicialmen-te, não só desonerarem as apurações vincendas da contribuição previdenciária, parte empresa, como também recuperar, pela via da compensação tribu-tária, os montantes indevidamente recolhidos nos últimos cinco anos, atualizados pela taxa Selic.

Da mesma forma para os tomadores de servi-ços cooperados, o STF, coincidentemente em abril de 2014, afastou de forma definitiva, por meio de recurso afetado pelo instituto da repercussão ge-ral, e também de forma vinculativa aos TRF’s e ao CARF, a incidência da contribuição previdenciária de 15% que recaía sobre os valores pagos às coope-rativas de trabalho, criando-se, portanto, mais uma possibilidade de desoneração futura/recuperação tributária de valores indevidamente pagos, aos con-tribuintes afetados por essa decisão.

No tocante ao adicional de 10% da contribui-ção ao FGTS, o que se discute é a extinção da finali-dade desta contribuição social devida pelos empre-gadores em caso de despedida de empregado sem justa causa, uma vez que a própria Caixa Econômica Federal emitiu comunicado oficial, confirmando que a contribuição atingiu sua finalidade legal em julho de 2012, não podendo, consequentemente, continuar havendo sua cobrança pelo Governo.

Referida ilegalidade é objeto de duas ADIn’s que tramitam no STF desde outubro de 2013, sendo que inúmeros contribuintes têm proposto ações individuais não só refutar a incidência do adicional nas apurações futuras, mas também para garantir o direito de restituição dos valores pagos, no mínimo, desde agosto de 2012.

No atual cenário, em que cada vez mais o go-verno federal tenta resolver seu problema de caixa por meio de ajustes fiscais e aumento desarrazoado da carga tributária, cabe ao contribuinte insurgir-se contra este afã arrecadatório, fazendo uso das fer-ramentas que o direito e a legislação lhes oferecem, de forma a atenuar o efeito da carga tributária em suas atividades econômicas.

*Por Alessandro Barreto Borges, advogado do Benício Advogados Associados

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SETOR PRECISA DE AJUSTES PARA CONTINUAR A SER SUSTENTÁVEL

Esta afirmação foi feita pelo superintende Corporativo do Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Ve-cina Neto, no II Fórum Planisa de Gestão da Saúde, que reuniu 250 líderes, gestores e representan-tes de players do setor, no dia 14 de abril, na capital paulista. O evento abordou a sustentabilidade econômico-financeira das organizações de saúde, e suscitou debates e reflexões de como atingir eficiência lucrativa diminuindo custos e mantendo a qualidade dos serviços ofertados aos pacientes num cenário nacional tão desfavorável. “Desde a década de 1990 o Brasil sofre um desfinanciamen-to da saúde. Perdemos recursos. Gastamos pouco e mal. Além disso, em 20 anos, a carga tributária saltou de 29% para 36% - uma das maiores do mundo. E os gastos com a previdência social ultra-passaram os 44%”, destacou Vecina, ao falar sobre a situação e as tendências para a saúde no Brasil.

O executivo traçou paralelos da situação atual do setor, bem como questões macroeconômi-cas que o país enfrenta. “Teremos dois anos muito difíceis financeiramente. Iremos pagar preços mais elevados, algo que não acontecia em um passado recente, e vamos ter que passar por esse período com muita saúde financeira”, analisou.

O mesmo ponto de vista tem o diretor-técnico executivo da Planisa, Sérgio Lopez Bento, que afirmou que 2015 e 2016 serão, particularmente para o setor da saúde, muito difíceis economi-camente, e essa dificuldade terão reflexos bastante complicados nas receitas dos prestadores de serviços. Por causa do ajuste fiscal, na opinião de Bento, vai ser reduzida a disponibilidade da receita dos hospitais que atendem ao SUS. No lado da saúde suplementar, o provável aumento no nível do desemprego deve reduzir a quantidade de beneficiários dos planos de saúde. “Isso dificultará o reajuste proposto pelas operadoras que, como não irão reajustar as mensalidades pagas pelos usuários aos planos de saúde na medida de suas necessidades, terão suas receitas afetadas.”

Quanto aos custos, o diretor vê dois impactos importantes. A inflação elevada que reflete no reajuste salarial - o principal componente de custo do prestador de serviços, e a desvalorização cambial, que afeta muito os custos dos insumos (material, medicamentos e materiais especiais) - segundo componente elevado nos gastos dos hospitais. “O cenário é de pressão no setor como um todo”, alertou.

As prováveis soluções para tantas dificuldades e para se alcançar a meta de ter eficiência lu-crativa são, para Vecina, fomentar a inclusão social e ajudar no desenvolvimento do país. “Para en-frentar a crise econômica, necessitamos aumentar a eficiência lucrativa das instituições de saúde. Este é o desafio mais importante, porque nosso setor desprezou olimpicamente esta questão ao longo dos anos.”

OUTROS DESAFIOSPara o diretor-presidente da Planisa, Afonso José de Matos, os problemas vão além, já que a

maioria das empresas de saúde tem dificuldades em lidar com lucratividade e sustentabilidade. “O segmento ainda não sabe como viabilizar as organizações de saúde. Sabemos que elas ainda têm um grande problema com a carência de gestão. O que queremos e precisamos é, acima de tudo, de conhecimento e novas dimensões de gestão, porque o setor precisa de profissionalismo. Os problemas são os mesmos há algum tempo.”

O superintendente do Sírio-Libanês também sugeriu que é necessário remodelar o sistema de saúde para que se consiga criar sistemas articulados para o setor. “Não se tem estrutura gerencial na maioria dos hospitais e secre-tarias, o que nos impede de termos eficiência lucrativa”, relembrou, citando a delicada situação econômica brasileira. “Para posicionar o setor da saúde será preciso encarar as dificuldades econômico-financeiras a curto e médio prazos. Teremos pela frente o desafio do crescimento e desenvolvimento do país. Crescer é uma necessidade que temos que enfrentar, porque daqui a dois anos teremos uma economia melhor. Dentro desse período, é preciso pensar em construir um projeto.”

A inclusão social é uma barreira a ser encarada por todos, e indo mais além, Vecina listou que é necessário que se cobre e se tenha cada vez mais transparência entre os negócios realizados pelo poder público. “Se formos ca-

pazes de aumentar a eficiência lucrativa das organizações; de criar um modelo assistencial mais adequado para enfrentar as doenças demográficas que hoje temos; de crescer ade-quadamente às necessidades da sociedade, mantendo a saú-de econômico-financeira das nossas organizações; e termos mais transparência do Estado com a sociedade, teremos um futuro melhor. Não faço previsão do futuro, mas o setor da saúde terá de fazer ajustes para continuar sustentável.”

A garantia da sustentabilidade das organizações de saú-de em longo prazo, justificou o secretário adjunto de Saúde do Estado de São Paulo, Wilson Modesto Pollara, somente será alcançada com a adoção de instrumentos de planeja-mento fundamentados na gestão estratégica e nos corres-pondentes recursos gerenciais que assegurem o compro-metimento de todos os níveis de gestão. Ele defendeu que é preciso ter critérios de excelência que possibilitem a integra-ção do planejamento com as diferentes faces da gestão, em especial, relacionadas aos processos, mercado e recursos hu-manos. “Com a implementação dos instrumentos especiali-zados na gestão dos recursos planejados para todas as fases envolvidas na execução, teremos indicadores de resultado alinhados com a manifestação da alta administração no pla-nejamento estratégico das instituições de saúde”, concluiu.

Várias autoridades do setor estiveram no evento, que ainda abordou a melhora na qualidade da informação de custos nas instituições filantrópicas de São Paulo, gestão de pessoas como diferencial para o sucesso nas organizações, planejamento estratégico como ferramenta de gestão e cases de sucesso na apuração e gestão de custos em institui-ções de saúde. O presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr, esteve no fórum ao lado do presidente do IEPAS, José Carlos Barbério; do gestor do Instituto, Marcelo Gratão; do presidente em exercício da Confederação Na-cional de Saúde (CNS), Tércio Egon Kasten; do presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), Francisco Balestrin; do presiden-te do SINDHRio, Fernando Boigues, entre outros.

A partir da esq.: Matos, Tegon, Pollara, Yussif, Boigues e Barbério

| Jornal do SINDHOSP | Abr 2015

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FEHOESP COMPLETA 12 ANOS NA DEFESA DO SETOR SAÚDE

O cenário atual da saúde é complexo. A cada dia in-veste-se menos e cobra-se mais pela prestação de serviços de qualidade, preços aplicados justos e igualdade de atendi-mento. O setor clama ano após ano por melhorias e, foi com este objetivo, que em 12 de maio de 2003, surgiu a Federa-ção dos Hospitais do Estado de São Paulo (FEHOESP), enti-dade que, em conjunto ao Sindicato dos Hospitais do Estado de São Paulo (SINDHOSP), visa à ampliação das negociações e discussões políticas e sociais da saúde.

A Federação possibilitou ao Estado mais rico do país ter assento na Confederação Nacional de Saúde (CNS), entidade de terceiro grau que representa a categoria em nível federal, e viu nascerem com ela cinco novos sindicatos distribuídos em todo o território estadual que, somados ao SINDHOSP, formam os braços representativos regionais da categoria. São eles: SINDHOSPRU, em Presidente Pru-dente e região; SINDRIBEIRÃO, em Ribeirão Preto e região; SINDJUNDIAÍ, em Jundiaí e região; SINDMOGI, em Mogi das Cruzes; e SINDSUZANO, em Suzano.

O médico Dante Ancona Montagnana foi o respon-

sável pela criação da Federação, entidade que presidiu até a data de seu falecimento, em dezembro de 2012. Um dos maiores líderes do setor, Montagnana criou também o pró-prio sistema sindical patronal da saúde no Estado de São Paulo. Presidiu, ainda, o SINDHOSP por mais de 15 anos e, sob sua gestão, o Sindicato se transformou na maior enti-dade representativa do setor privado de saúde na América Latina. “A importância do doutor Dante Montagnana é ines-timável, tanto para nossas entidades como para todo o setor da saúde brasileira. Incansável que foi em suas convicções, nos deixou um campo fértil para que pudéssemos hoje al-çar a Federação ao status que lhe é de direito, como legítima representante da categoria em São Paulo”, destaca o atual presidente das entidades, Yussif Ali Mere Junior.

A atual situação política e econômica de dificuldades exige uma atuação mais incisiva como entidade representativa de toda uma categoria. Pensando nisso, a FEHOESP iniciou, em sua nova gestão, mudanças pontuais visando reafirmar e consolidar este papel. A nova diretoria, empossada no início de 2013, definiu como suas prioridades a ênfase na modernização de sua estrutura e o foco em sua atuação política.

No segundo semestre de 2014 a Federação inaugurou nova sede, além de renovar sua mar-ca e iniciar o processo de transição de departamentos estratégicos do SINDHOSP. “Mesmo o SINDHOSP, com toda sua história e importância, necessita avaliar seus processos e aperfeiçoar sua atuação, a fim de atender as demandas atuais impostas pelo mercado e o próprio setor de saúde. Estamos nos reestruturando, junto com a nossa Federação, para representar ainda melhor a categoria, de uma forma mais moderna e contundente”, confirma Luiz Fernando Ferrari Neto, vice-presidente do SINDHOSP e diretor da FEHOESP.

O departamento de Saúde Suplementar, que negocia diretamente as ações da Agência Nacio-nal de Saúde Suplementar (ANS), em Brasília, sob a coordenação de seu gerente Danilo Bernik, foi um dos primeiros a ter seu know-how transferido para a Federação. Em seguida, ampliaram-se os trabalhos da gerência de Operações Regionais, coordenado por Erik Von Eye, e mais recentemente o núcleo de Saúde Mental teve sua estrutura firmada na Federação, com a supervisão do diretor das entidades, Ricardo Mendes. “Hoje temos como missão representar os interesses sindicais e po-líticos da categoria privada de saúde com fins lucrativos, fortalecendo e estimulando nossos sindi-catos filiados e, consequentemente, a Confederação, buscando melhor organizar este segmento”, explica Yussif. “Estamos unindo esforços e buscando aproximar cada vez mais nossos profissionais com a realidade de nossos representados”.

O número de cursos e eventos realizados no interior também vem aumentando gradativa-mente. O Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde (IEPAS), mantido pelo Sindicato e pela Fe-deração, fechará o primeiro semestre de 2015 com 70 cursos realizados, abrangendo temas como gestão, faturamento, recursos humanos, atendimento e questões jurídicas, além de levar para todo o Estado de São Paulo os projetos Bússola e Instruir, que visam a acreditação para clínicas e labora-tórios de diagnóstico por imagem e a orientação de dúvidas contábeis, respectivamente.

“Através da gerência de Operações Regionais conseguimos ampliar o atendimento pelo Es-tado. Hoje buscamos não somente fidelizar o nosso associado, como também prestigiá-lo com um serviço de qualidade”, explica Von Eye. “Neste ano temos também a parceria com a Feira Hospitalar como destaque, onde todos os nossos representantes regionais estarão presentes, auxiliando em novos negócios e participando ativamente dos congressos e workshops realiza-dos pela nossa instituição”.

Outra vertente da Federação é a participação em campanhas estratégicas que visam melho-rias na saúde. Em 2014, durante o Manifesto Nacional em Prol do Laboratório Clínico, impulsio-nado pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), o SINDHOSP e a FEHOESP se mani-festaram publicamente contra a falta de reajuste dos valores pagos por procedimentos, através da distribuição de materiais como camisetas e panfletos. “O que nós queremos é que ao menos sejam pagos valores justos pelos procedimentos. Estamos vendo laboratórios fechando, tendo prejuízos e com isso o atendimento começa a ser prejudicado”, comentou Yussif. “Essa luta é de todos nós, por isso fazemos questão de fornecer materiais para que nossos laboratórios associa-dos façam parte desta luta.”

O presidente também participou ativamente do Movimento pela Ética na Saúde, idealizado pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Confederação Nacional de Saúde (CNS) e a Revista Diagnóstico, com o apoio do Instituto Ethos. A campanha é fruto de uma mobilização conjunta do setor, lançada durante o Brasil Compliance Healthcare, evento realizado em novembro do ano passado, ocasião na qual ocorreu a assinatura do Pacto pela Ética na Saúde. O documento tem como objetivo ratificar o comprometimento do setor médico-hospitalar brasileiro com práticas saudáveis de mercado e de propagação da ética no setor.

MAIOR ENTIDADE DA CATEGORIA NO ESTADO REAFIRMA SEU PAPEL

Yussif e Luiz Fernando celebram a inauguração da nova sede da Federação

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SÍRIO-LIBANÊS DUPLICA ÁREA FÍSICA

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O Hospital Sírio-Libanês realizou, em 23 de abril, cerimônia de entrega das novas torres de seu complexo localizado no bairro da Bela Vista, em São Paulo. Além de duplicar a capacidade de atendimento e a estrutura física da instituição, o evento é um marco importante dentro do projeto de expansão e modernização do hospital.

“É possível dizer que o nosso projeto de expansão começou em 1921, quando um grupo de mulheres fundou a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês. Desde então, esse projeto nunca parou. Mas foi a partir de 2005, com a adoção de um novo modelo de governança e um novo planejamento estratégico, que iniciamos esse crescimento vivido atualmente pela institui-ção”, afirma Gonzalo Vecina Neto, superintendente Corporativo do Hospital Sírio-Libanês.

Dentro desse escopo, a construção das novas torres teve início em 2009, com investimento de aproximadamente R$ 1,4 bilhão, que também incluiu a modernização e ampliação de estrutu-ras já existentes, como Pronto Atendimento e Centro de Diagnósticos – e a abertura de unidades externas – duas em São Paulo, nos bairros do Itaim e Jardins, e mais duas em Brasília, dedicadas à oncologia clínica e radioterapia. Com recursos adicionais a esse investimento, uma terceira unidade está sendo construída na capital federal, com início de operação previsto para 2016.

Para Paulo Chapchap, superintendente de Estratégia Corporativa do Hospital Sírio-Libanês, “o grande desafio de todo esse processo foi o crescimento do hospital, mantendo a essência da pres-tação de um serviço de qualidade, humanizado, alinhado às áreas de ensino, pesquisa e filantropia”.

No caso da sede da Bela Vista, as novas torres duplicam o tamanho do hospital, que passa a ter 166,8 mil metros quadrados de área construída. Dois edifícios – com 20 e 14 andares – foram erguidos sobre a estrutura já existente. A outra torre – de 16 pavimentos – foi construída ao lado do prédio em operação.

A ocupação dos novos espaços está sendo gradual e já ocorre desde meados de 2014. Atual-mente, o Hospital Sírio-Libanês conta com 439 leitos operacionais, sendo 57 de UTI, além de 19 salas cirúrgicas. Até 2017, o hospital terá um total de 650 leitos, sendo 102 de UTI e 33 salas cirúrgicas.

RESPEITO AO MEIO AMBIENTE Todo o projeto das três novas torres foi con-

cebido dentro das especificações ambientais de um Green Building, na categoria Gold. Com isso, o impacto das novas instalações, desde o período de obras e durante a sua operação, é reduzido.

O plano de contingência para questões hídricas, por exemplo, foi executado com a im-plantação de uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) para águas cinzas e de uma ETA (Es-tação de Tratamento de Água) com possibilidade de armazenar 750 metros cúbicos de água em seus reservatórios.

As novas torres contam, ainda, com características como telhados ecológicos, torneiras que visam redução de consumo e bacias sanitárias que são abastecidas com água de reuso. A fachada em vidro permite melhor aproveitamento da iluminação natural e, ao mesmo tempo, redução do calor interno, o que otimiza o uso do ar condicionado. Somados à utilização de lâmpadas de LED, esses itens reduzem sensivelmente o consumo de energia. As paredes ainda possuem isolamentos térmico e acústico, que garantem mais conforto aos pacientes.

A Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês (SBSHSL) é uma instituição filan-trópica fundada em 1921 e que está baseada em três pilares: o Hospital Sírio-Libanês (HSL), o Insti-tuto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP/HSL) e a área de Responsabilidade Social.

Em 2014 o hospital obteve a certificação da Comission on Acreditation of Rehabilitation Facilities (CARF) e a recertificação da Joint Comission International. Os processos para a acreditação Canadense e implantação da ISO 14001 e OHSAS deverão ser concluídos em 2015.

Na área de Responsabilidade Social, a SBSHSL também atua como parceira do Ministério da Saúde, por meio de uma série de projetos dentro do Programa de Apoio ao De-senvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), nas áreas de ensino, pesquisa e assistência em saúde. Nesse sentido, apenas no triênio 2012-2014, foram capacitados mais de 21 mil profissionais da rede pública, de todas as regiões do Brasil. As iniciativas também permitiram o desenvolvimento de novos procedimentos como, por exemplo, uma técnica inédita para o tratamento da fissura labiopalatal, com o uso de células-tronco da polpa do dente de leite.

A atuação na área de Responsabilidade Social também inclui o Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL), que possui contratos com as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde de São Paulo, para a gestão de unidades públicas de saúde. Estão sob esse tipo de administração o Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, nove equipes do Programa de Saúde da Família – dentro das Unidades Bási-cas de Saúde Nossa Senhora do Brasil, Humaitá e Cambu-ci – e três AMAs municipais. No âmbito estadual, o IRSSL é responsável pela gestão do Hospital Geral do Grajaú e AME Interlagos, na cidade de São Paulo, da unidade da Rede Lucy Montoro, em Mogi Mirim, e do Hospital Regional de Jundiaí.

INVESTIMENTOS FORAM DE R$ 1,4 BILHÃO

Até 2017, o hospital terá um total de 650 leitos

Novas torres duplicam capacidade de atendimento

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MUSEU DA SAÚDE REABRE COM APOIO DA FEHOESP E DO SINDHOSP

O Museu da Saúde Pública Emílio Ribas (Musa) fica ins-talado numa construção grandiosa da Capital paulista, que por décadas abrigou o Desinfectório Central de São Paulo. O prédio foi inaugurado em 1893 para realizar funções do serviço sanitário, tal como remoção de doentes para hospi-tais de isolamento, remoção de cadáveres de pessoas vitima-das por doenças infectocontagiosas e combate a epidemias.

Para manter a rica história do edifício, nada mais justo que transformá-lo em museu. Foi o que aconteceu em 2013, após iniciativa da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH), que foi abraçada pelo Instituto Nacio-nal de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH). Hoje, o Musa tem a missão de registrar fatos, coletar acervos, reunir bens culturais e preservar a história da saúde brasileira.

No início de abril foi inaugurada a exposição “A Saúde no Brasil Colonial”, que é baseada no livro “A Saúde no Brasil – Retrospectiva Histórica a partir do Descobrimento”, da histo-riadora luso-brasileira Sônia Maria de Freitas, e que foi lança-do no ano passado durante a Feira+Fórum Hospitalar 2014.

Um dos apoiadores da mostra é a Federação dos Hospi-tais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Aná-lises Clínicas de São Paulo (FEHOESP). Durante a abertura da exibição, Yussif Ali Mere Junior, presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, ressaltou a necessidade de valorizarmos a memó-ria e a cultura nacional: “As pessoas têm que conhecer os gran-

des nomes que contribuíram para a medicina, como o do legista Oscar Freire de Carvalho, que veio da Bahia a São Paulo para montar o Instituto Médico Legal, o Roberto Jorge Haddock Lobo, que foi o primei-ro a realizar anestesia no Brasil”, afirmou. “O museu deve ter atividades que fomente nas pessoas a von-tade de aprender”, completou o presidente. Também participaram da inauguração o vice-presidente do SINDHOSP e diretor da FEHOESP Luiz Fernando Ferrari Neto; o presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa na Área de Saúde (IEPAS), José Carlos Barbério; bem como o gestor do IEPAS, Marcelo Gratão.

A exposição “A Saúde no Brasil Colonial”, vigente até 25 de junho, foi dividida em cinco mó-dulos: Choque entre Dois Mundos; O Novo Mundo; A Assistência por Fé: As Primeiras Instituições Hospitalares do Brasil; A Influência dos Jesuítas; e Contribuições Africanas. Ela é composta por qua-se 30 paineis que contam, usando textos e imagens, sobre as práticas da saúde no período

Segundo a gerente de projetos do INDSH e coordenadora do Musa, Márcia Mariani, o objetivo é levar a exposição para outras cidades brasileiras. “Nosso propósito é expandir o Musa para que ele seja um verdadeiro catalizador da memória da saúde brasileira e de valorização de seus pioneiros e grandes personalidades”, afirma Márcia. As datas e locais serão definidos em breve.

Atualmente, o Musa também abriga a mostra “As Grandes Epidemias”, realizada pelo Instituto Butantan e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, apoiadas pela FEHOESP e pelo SINDHOSP. A entrada no museu é gratuita.

MOSTRA “A SAÚDE NO BRASIL COLONIAL” ACONTECE ATÉ 25 DE JUNHO

Fotos: DIVULGAÇÃO

Exposição “A Saúde no Brasil Colonial” fica até 25 de junho

Da esquerda para a direita: Barbério, Yussif, Luiz Fernando e Gratão

SERVIÇOMUSEU DE SAÚDE PÚBLICA EMÍLIO RIBAS FUNCIONAMENTO: de terça a quinta-feira, entre as 10h e 16h. Até 25 de junho.Visitas de grupos de escolas e de empresas devem ser agendadas pelo telefone (11) 2627-3880 ou pelo e-mail [email protected]ÇO: Rua Tenente Pena, no 100, no Bom Retiro, em São Paulo – SP - ENTRADA FRANCAhttp://indsh.org.br/Musa.asp