26

Click here to load reader

Demonstrações contábeis dlpa, dmpl, dva e notas explicativas

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

  • 1. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas ExplicativasIntroduo A constituio de uma empresa a formalizao da vontade de um ou mais indivduos que, reunidos, passam a ter objetivos em comum. Do ponto de vista econmico, o objetivo primordial o lucro. Essa formalizao de vontade requer que os scios aportem uma determinada quantidade de bens (dinheiro, imveis, etc.) que formaro o capital inicial da empresa em questo. E o que isso representa? Representa uma dvida que a empresa possui com os scios. Quando ser paga? Partindo da hiptese da continuidade contbil, essa dvida ser paga no longo prazo, ou, ainda, jamais ser paga! Portanto, o capital , fundamentalmente, um financiamento de longo prazo. Diante do objetivo, que examinar as demonstraes financeiras, o tipo societrio que mais nos oferece subsdios a sociedade por aes ou sociedade annima. Do ponto de vista legal ou jurdico, para constituir uma sociedade por aes so necessrios, no mnimo, dois scios, exceto na hiptese de subsidiria integral que ter como nico acionista a sociedade brasileira (Art. 251 da Lei das S/A, Lei 6404/76). O documento de constituio denominado de estatuto social. Todo e qualquer tipo de decises ou alteraes que possam ser relevantes ou, ainda, que estejam previstas no prprio estatuto, devero ser realizadas por meio de assembleias. Existem dois tipos de assembleias: a ordinria e a extraordinria. A Assembleia Geral Ordinria (AGO) versar sobre assuntos que tenham certa previsibilidade e constncia de acontecimentos. Por exemplo: destinao do lucro, distribuio de dividendos e aumento de capital. A Assembleia Geral Extraordinria (AGE) tem o objetivo de deliberar sobre assuntos que no tenham uma frequncia de acontecimentos previsveis. Por exemplo: alterao de artigos estatutrios, abertura ou fechamento de filiais.

2. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas ExplicativasPara formalizar a constituio de uma S/A, a subscrio do capital poder ocorrer reunindo-se os scios em assembleia e produzindo-se uma ata constitutiva ou, de forma opcional, por meio de uma escritura pblica. Um ponto muito importante a ser destacado que caber assembleia avaliar quaisquer bens que sejam destinados subscrio das aes que no sejam dinheiro. Assim, por exemplo, se um ou mais scios aportarem recursos como veculos, imveis, marca ou qualquer outro seno o dinheiro caber assembleia dar um valor, de modo soberano, estipular seus valores. A lei ainda prev a publicao no Dirio Oficial e em outro jornal de grande circulao onde a empresa tenha sua sede. Existem dois tipos de sociedades annimas: capital aberto ou fechado. Para operar como S/A de capital aberto, em suma, operar no mercado de capitais, o primeiro passo a obteno de registro na Comisso de Valores Mobilirios (CVM). Vale ressaltar que as S/A de capital aberto tm suas aes negociadas em mercado aberto (Bolsa de Valores) e tambm no chamado mercado de balco1. J as S/A de capital fechado no operam no mercado aberto, ou de Bolsa de Valores. Suas aes so trocadas sem passar pelas negociaes de volume e preo avaliadas pelos investidores do mercado de capitais.1Mercado de balco a troca de aes entre interessados sem passar pela Bolsa de Valores.Da mesma forma que ocorre com qualquer sociedade personificada, as sociedades annimas podem integralizar todo o seu capital ou deixar uma parte a ser integralizada. Para tanto, o montante a ser integralizado dever constar no estatuto da empresa, devidamente consignado em dinheiro ou em nmero de aes. As aes de uma empresa so divididas em preferenciais, que tm a preferncia na distribuio dos dividendos, e as ordinrias, pois tm direito a votar, deliberar nas assembleias da companhia. Ou seja, esse grupo de aes ordena os destinos da empresa e ainda pode ser dividido em algumas classes que aumentaro ou restringiro alguns direitos ou benefcios (como conversvel em aes preferenciais, por exemplo). As aes preferenciais tambm podem ser divididas em classes, atribuindo-lhes alguns direitos ou privilgios (como o direito de eleger algum membro do Conselho de Administrao, restringindo o voto para essa finalidade especfica). Todavia, o direito clssico a fixao de um dividendo fixo.156 3. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas ExplicativasOutros privilgios que podem ser concedidos aos titulares de aes preferenciais so a prioridade na distribuio de dividendos por meio da fixao de dividendo mnimo, prioridade no reembolso do capital, ou ambos. O montante das aes preferenciais no poder exceder a metade do total das aes emitidas da sociedade, conforme a chamada Nova Lei das S/A, Lei 10.303/2001. Esse breve comentrio sobre as sociedades annimas serve para entender sua complexidade e ao mesmo tempo para mostrar ao leitor o porqu ou qual a razo de emisso de diversos quadros explicativos. Esse captulo, especialmente, vai mostrar as transformaes ocorridas no Patrimnio Lquido, bem como a produo da riqueza. A anlise dos demonstrativos contbeis til tanto para os chamados stakeholders2 quanto aos shareholders3. Portanto, os demonstrativos so preparados para os executivos financeiros para administrarem suas empresas, aos fornecedores, s instituies financeiras, investidores, atuais e potenciais, e tambm a outros interessados, tais como sindicatos de trabalhadores e rgos governamentais. Essa anlise dedica-se ao clculo de ndices, de modo a avaliar os desempenhos passados, presentes e projetados da empresa. Os demonstrativos fornecem um ponto inicial para se compreender uma empresa. Os ndices fornecem uma via rpida para monitorar as condies de uma empresa apesar de permitirem um exame apenas superficial. Com o desenvolvimento e aperfeioamento dos mercados h, inevitavelmente, a necessidade de informaes cada vez mais detalhadas e, em muitos casos, realizadas sob medida para cada classe de interessados. Outras reas de finanas tambm usam a anlise baseada em ndices. Os analistas de ttulos calculam muitos ndices quando preparam uma recomendao de investimento, por exemplo. Os gerentes de crdito analisam a solidez financeira dos clientes potenciais, especialmente a liquidez, antes de conceder uma linha de crdito. Os administradores financeiros das sociedades annimas usam ndices para comparar a empresa com outras semelhantes e identificar tendncias.1572Stakeholders um termo em lngua inglesa muito empregado no jargo empresarial. A traduo mais aproximada seria o termo interessados, ou seja, so stakeholders todos os interessados nas informaes produzidas pela empresa.3 Shareholders um termo em lngua inglesa, tambm muito empregado no discurso empresarial. A traduo seria proprietrios da empresa. 4. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas ExplicativasOs insumos bsicos para a anlise baseada em ndices so a Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE) e o Balano Patrimonial (BP). Todavia, como foi dito anteriormente, a interligao da anlise fundamental para se ter uma ideia completa da situao financeira da empresa. Assim, fundamental verificar a gerao de caixa, a construo do valor e sua devida distribuio e, principalmente, a explicao detalhada das principais contas. Foi a partir desta breve compreenso dos demonstrativos que sero desenvolvidos os prximos tpicos. O objetivo fundamental mostrar aos interessados na anlise mais detalhada das informaes de natureza contbil de uma empresa, a construo e o desenvolvimento de quadros e mapas adicionais. Com tais elementos, o resultado esperado uma viso clara e transparente dos fenmenos de natureza econmica e financeira das organizaes.Demonstrao de Lucros ou Prejuzos Acumulados (DLPA) Segundo a Lei 6.404/76, as empresas obrigadas a publicarem suas demonstraes podero, se preferirem, colocar a Demonstrao de Lucros ou Prejuzos Acumulados na prpria Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido, conforme reza o texto deste diploma legal: Art. 186. 2.. A demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados dever indicar o montante do dividendo por ao do capital social e poder ser includa na demonstrao das mutaes do patrimnio lquido, se elaborada e publicada pela companhia. (BRASIL, Lei 6.404/76)Todavia, o art. 274 do RIR/99 (Regulamento do Imposto de Renda, tambm conhecido por Decreto 3.000/99) enftico ao citar textualmente a DLPA como obrigao das empresas, vejamos: Art. 274. Ao fim de cada perodo de incidncia do imposto, o contribuinte dever apurar o lucro lquido mediante a elaborao, com observncia das disposies da lei comercial, do Balano Patrimonial, da demonstrao do resultado do perodo de apurao e da demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados (BRASIL, Decreto 3.000/99)Assim, segundo o RIR/99, tal mapa de carter obrigatrio para as sociedades limitadas e outros tipos de empresas, sem exceo. Portanto, embora158 5. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas Explicativasa Lei das Sociedades Annimas deixe uma possibilidade, o regulamento do Imposto de Renda claro e no deixa dvida se a DLPA pode ou no ser exigida das empresas. Basicamente, a composio da DLPA dever evidenciar as transformaes ocorridas nos resultados acumulados da entidade estudada. Para tanto, o formato de tal quadro demonstrativo dever ser assim construdo: Quadro 1 DLPA DLPA Saldo Inicial (+/-) Ajustes de Exerccios Anteriores (=) Saldo Ajustado (+/-) Resultado do Exerccio (+) Reverso de Reservas (=) Saldo Disposio (-) Destinao do Exerccio Reserva Legal Dividendos Saldo FinalO saldo inicial sempre estar no ltimo Balano Patrimonial publicado pela empresa. Eventualmente, podero ser considerados ajustes em relao a essa publicao, quer por fora da lei, quer por mudanas nos critrios e normas contbeis em vigor. Se algum desses fatos vier a existir, devero ser lanados diretamente na DLPA para se calcular o saldo ajustado. Na verdade, o saldo ajustado que ser a verdadeira base de clculo inicial desse quadro contbil. A Demonstrao do Resultado do Exerccio, como se sabe, calcula o lucro ou prejuzo produzido pela empresa durante o perodo de apurao, normalmente, de um ano. Se o resultado for lucro, este dever ser somado ao saldo anterior. Caso contrrio, a empresa obteve prejuzo em suas operaes, haver a reduo natural do saldo inicial, uma vez que o prejuzo dever ser deduzido do saldo inicial, propiciando uma diminuio da riqueza da entidade.159 6. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas Explicativas muito comum as empresas constiturem reservas, sobretudo as de contingncias que, no perodo subsequente, no so utilizadas ou somente parte delas de fato consumida pela empresa. Em situaes como essas, realizado um movimento contbil denominado de reverso de reservas, ou seja, o valor que foi subtrado do saldo de lucros acumulados do passado passar a ser adicionado ao lucro acumulado mais recente. Em sociedades annimas, esse procedimento se d por meio de uma deliberao da AGO (Assembleia Geral Ordinria), na qual participam os detentores de aes ordinrias, isto , aquelas aes que oferecem aos seus proprietrios o direito de votar e decidir em assembleias. Finalmente, a empresa decidir o montante do lucro destinado aos acionistas. Essa frao do lucro tem um nome prprio. Trata-se dos dividendos. Dividendos so, ento, a remunerao dos acionistas, uma bonificao oferecida pelo fato de correrem riscos e aplicarem sua poupana em parcelas do capital de uma sociedade annima. E tal como ocorre com a constituio e reverso de reservas, tais deliberaes so realizadas no mesmo frum: a AGO. Para exemplificar todo o conjunto de elementos necessrios para a construo de uma DLPA, vejamos o caso abaixo. Inicialmente, h de se partir do ltimo Balano Patrimonial publicado pela empresa pesquisada. A empresa possui um Capital Social de R$5.000,00, Reserva Legal de R$750,00, Reserva de Contingncia de R$250,00 e Lucros Acumulados de R$3.350,00. No perodo seguinte, a empresa conseguiu um Lucro Lquido de R$6.500,00. Logo aps o conhecimento do Lucro do Exerccio, a empresa chamou seus acionistas para a reunio ordinria (AGO) e foram tomadas as seguintes decises: constituio de Reserva Legal de 5%, conforme artigo 193 da Lei 6.404/76 de R$325,00; reverso da Reserva de Contingncia contida no Balano Patrimonial de X1, pois no se materializaram os problemas pensados poca; pagamento de dividendos de R$2.275,00.160 7. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas ExplicativasTodos esses fatos podem ser vistos na tabela 1, a seguir: Tabela 1 Balano Inicial, DRE e Decises Tomadas Balano Patrimonial - X1 ATIVODRE - X2PASSIVOVendasPATRIMNIO LQUIDOR$45.000,00 R$30.000,00(-) Despesas OperacionaisR$650,00(-) Custos (=) Lucro BrutoPassivo CirculanteR$75.000,00R$20.000,00(=) Lucro Antes do IRR$10.000,00Capital SocialR$5.000,00Reserva LegalR$750,00(-) IR (35%)R$3.500,00Reserva ContingnciasR$250,00(=) Lucro LquidoR$6.500,00Lucros Acumulados R$10.000,00R$3.350,00Decises TomadasR$10.000,00Reserva LegalR$325,00Reverso da Reserva Contin.R$250,00DividendosR$2.275,00Com esses fatos decididos, a empresa publicou sua DLPA, conforme a tabela 2: Tabela 2 DLPA DLPA Saldo InicialR$3.350,00(+/-) Ajustes de Exerccios AnterioresR$(250,00)(=) Saldo AjustadoR$3.100,00(+/-) Resultado do ExerccioR$6.500,00(+) Reverso de Reservas (=) Saldo DisposioR$250,00 R$9.850,00(-) Destinao do Exerccio Reserva Legal Dividendos Saldo FInalR$(325,00) R$(2.275,00) R$7.250,00161 8. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas ExplicativasDemonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido (DMPL) Diferente da DLPA, a Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido muito mais abrangente, uma vez que examina todas as contas do Patrimnio Lquido e no somente a conta de lucros acumulados, objetivo central da DLPA. A construo da DMPL bastante simples. Tanto nas linhas quanto nas colunas as contas tendem a se repetir. O saldo apurado na ltima linha ser o novo total do patrimnio lquido, que ser levado para o Balano Patrimonial. A tabela 3 apresenta a DMPL do Grupo Po de Acar publicado no exerccio de 2008. Se examinssemos o Balano Patrimonial simplesmente, veramos que o total do Patrimnio Lquido da empresa variou de R$4.949.677,00 para R$5.407.716,00 durante todo o ano de 2008, ou seja, houve uma variao de R$458.039,00.162 9. Especial de gioR$517.331,00Dividendos PropostosSaldo em 31/12/08Reservas para Reteno de Lucro R$57.291,00-R$ (54.842,00)R$54.842,00ExpansoR$95,00R$ (6.094,00)R$156.344,00Reteno de LucroR$146.638,00R$235.731,00R$85.386,00TotalR$ (61.851,00)-R$ (85.386,00)R$5.407.716,00-R$ (61.756,00)-R$260.427,00R$19.437,00R$239.931,00--R$ (100.169,00) R$4.949.677,00Lucros AcumuladosR$ (13.021,00)R$13.021,00R$133.617,00LegalReserva LegalR$4.450.725,00R$239.931,00 R$19.437,00R$37.854,00Opes OutorgadasReserva de LucrosR$260.427,00R$4.149.858,00 R$60.936,00R$517.331,00Capital SocialReserva de CapitalLucro Lquido do ExerccioOpes Outorgadas Reconhecidascapital subscritocapitalizao de reservasAumento do CapitalSaldo em 31/12/07Demonstrao das Mutaes do PL Grupo Po de AcarValores em R$1.000,00Tabela 3 DMPL do Grupo Po de Acar em 2008Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas Explicativas163(Disponvel em: .) 10. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas ExplicativasEis uma dvida muito comum ao estudante de Contabilidade. Normalmente, quando se comea a aprender a disciplina, os professores oferecem exemplos de variaes no Patrimnio Lquido patrocinados apenas e to somente pelo efeito do Lucro Lquido. Todavia, quando se solicita ao aluno que estude balanos de empresas, eles ficam absolutamente atnitos, pois se realizarem a mera soma do Lucro do Exerccio com o saldo anterior do Patrimnio Lquido o resultado no bate com o que est publicado. Alguns alunos chegam mesmo a imaginar que se trata de maquiagem de balano. No caso do Grupo Po de Acar, o Lucro do Exerccio foi de R$260.427,00 enquanto houve nova subscrio de capital mais reconhecimento de opes de R$259.368,00 (R$239.931,00 + R$19.437,00) e proposio de dividendos de R$61.756,00. Por essa razo a transformao do Patrimnio Lquido foi diferente da mera soma aritmtica do lucro do exerccio. Enfim, somente com a evidenciao provocada pela DMPL que o analista poder compreender o fenmeno, caso contrrio, informaes detalhadas e no pblicas seriam exigidas da empresa a fim de se esclarecer o porqu da mudana.Demonstrao do Valor Adicionado (DVA) Surgiu na Europa, por influncia da Frana e Alemanha Ocidental, e a Lei 11.638/2007 fixou como obrigatria sua publicao. Est voltada para mostrar os fluxos de valores adicionados aos insumos que adquire. Os objetivos das duas demonstraes (DRE e DVA) so diferentes, a primeira procura verificar no final qual parte da riqueza criada da empresa na forma de lucro lquido e a segunda procura mostrar o total da riqueza criada pela empresa e toda sua distribuio. Conforme Gomes (2001), a seguir so exemplificados os conceitos de cadeia produtiva e a consequente formao do PIB de um determinado setor. A ttulo de exemplo, considere um determinado pas que somente tenha o setor coureiro como alternativa econmica. A cadeia produtiva composta da pecuria de corte (criao de bois para abate e corte), dos curtumes que trabalham o couro e, finalmente, pelas indstrias que confeccionam bolsas, sapatos, casacos e cintos de couro. Assim, h trs etapas muito bem definidas, conforme o esquema a seguir:164 11. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas Explicativas1. Etapa4 Pecuria: venda de couro in natura para os curtumes por R$50.000,00; 2. Etapa Curtume: venda de couro trabalhado para as indstrias por R$80.000,00; 3. Etapa Indstria: venda de produtos de couro para consumidores finais por R$120.000,00. Caso o interesse fosse calcular o produto nacional, talvez a resposta imediata seria de R$250.000,00 (R$50.000,00 + R$80.000,00 + R$120.000,00). A tabela 4 exibe o verdadeiro valor adicionado que foi de R$120.000,00 (R$50.000,00 + R$30.000,00 + R$40.000,00). Tabela 4 Demonstrao do Valor Adicionado EtapasReceita GeradaCusto da ProduoValor AdicionadoPecuriaR$50.000,00CurtumeR$80.000,00R$50.000,000R$30.000,00IndstraR$120.000,00R$80.000,00R$40.000,00SomaR$50.000,00R$120.000,00Tal como diz o ditado popular, de acordo com o qual do boi se aproveita tudo, at mesmo o berro, o exemplo nos mostra que o couro o mesmo desde o pecuarista at a indstria. Como se pode observar na tabela 4, o produto nacional do pas acima seria de R$120.000,00, ou somente a receita da indstria, uma vez que o que a Economia como um todo produziu mesmo foram bolsas, cintos e sapatos e no couro em si. O couro in natura do pecuarista e o couro trabalhado pelo curtume j esto computados como custo dos produtos finais que foram produzidos e destinados aos clientes finais. A soma dos valores adicionados em cada etapa formar o preo dos produtos finais. O valor adicionado pode ser visto, de acordo com o jargo capitalista, como um prmio pago pelo mercado empresa pelo esforo de transformao, inovao, comercializao e tributao. O que a empresa far com a renda outro ponto de vital importncia para a compreenso do fenmeno econmico, denominado valor adicionado. Exemplo: uma empresa apresenta os seguintes valores:1654 A hiptese aqui de que na primeira etapa, pecuria, no haveria custo. Rigorosamente, essa hiptese no ocorre no mundo real, uma vez que existem custos de produo na etapa primria com mo de obra, defensivos agrcolas, entre outros. Optou-se por esse recorte por uma estratgia didtica. 12. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas ExplicativasVendas Brutas .............................................. R$100.000,00 (-) Impostos sobre Vendas ....................... R$20.000,00 (-) CMV ............................................................ R$50.000,00 (-) Salrios e Encargos ............................... R$10.500,00 (-) Comisso .................................................. R$10.000,00 O valor adicionado pela empresa foi a diferena da sua venda bruta em relao ao custo das mercadorias que adquiriu de seus fornecedores. Logo: R$100.000,00 R$50.000,00. Assim, o valor adicionado pela empresa foi de R$50.000,00. O que a empresa realizou com esse valor adicionado? 1. Destinou R$20.000,00 para o governo na forma de impostos (sobram R$30.000,00). 2. Destinou R$10.500,00 para remunerar a mo de obra e encargos (sobram R$19.500,00). 3. Destinou R$10.000,00 para remunerar a fora de vendas (sobram: R$9.500,00). Evidentemente, a sobra final, R$9.500,00, ser destinada para remunerar o capitalista ou empreendedor e, nesse caso, equivalente a 19% do valor adicionado (R$9.500,00/R$50.000,00). Uma questo comum que normalmente surge est relacionada comparao entre a DVA e a DRE geralmente exibida nas publicaes oficiais das organizaes. A DRE se preocupa em exibir os vrios estgios do resultado, porm sempre o enfoque dos proprietrios. por isso que existem vrios tipos de resultados (operacional, no operacional, antes do IR, bruto e lquido). Todavia, com o crescimento intenso das relaes comerciais e financeiras entre as empresas, outros interessados nas informaes contbeis ou financeiras desejam no somente observar o resultado que uma empresa consegue. Eles querem saber sobre a capacidade que as empresas tm em agregar valor aos insumos que adquirem. nesse aspecto que a DVA supera a DRE, uma vez que seu foco est centrado em exibir o valor agregado, etapa por etapa.166 13. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas ExplicativasGenericamente, pode-se definir Valor Adicionado (VA) como: VA = RB CP Onde: VA: Valor Adicionado; RB: Receita Bruta; CP: Consumos do Processo. A equao ainda se encontra muito resumida e no esclarece o que vem a ser consumos do processo. Isso porque consumo do processo diferente de remunerao dos fatores da produo. Tambm importante frisar que a base para elaborao da DVA a DRE. Assim, uma frmula mais precisa e detalhada para apurar o VA seria a seguinte: VAT = {[RB (MC + ST) D - A] + (RF + EP + OR)} Onde: VAT: Valor Adicionado Total; RB: Receita Bruta; MC: Materiais Consumidos; ST: Servio de Terceiros; D: Depreciao do Imobilizado; A: Amortizaes do Diferido; RF: Receita Financeira; EP: Equivalncia Patrimonial; OR: Outras Receitas. Dessa maneira, a DVA ir mostrar trs nveis de adies: valor adicionado bruto, valor adicionado lquido e riquezas no relacionadas atividade.167 14. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas ExplicativasO VAB (Valor Adicionado Bruto) representa a adio primria da empresa, oriunda da atividade produtiva. Logo, O VAB ser obtido da seguinte equao: VAB = RB MC ST A receita bruta (RB) ser o cmputo de todas as vendas brutas, ou seja, com impostos. Por materiais consumidos (MC), entende-se to somente o valor das mercadorias que foram consumidas no processo. Esto excludos, portanto, todo e qualquer custo de mo de obra (direta ou indireta). O custo por absoro, que praticado em muitas empresas, deve sofrer uma mudana radical, assemelhando-se em muito ideia do custeio direto ou at mesmo do conceito da contabilidade de ganhos (throughput accounting). Os servios de terceiros (ST) sero aqueles que pertencem ao processo produtivo, mas que no foram realizados internamente na empresa (usinagem, tratamento trmico, tratamento qumico, corte, vinco, embalagem etc.) ou aps o produto terminado, que, no entanto, so fundamentais para este chegar ao consumidor final (transporte, armazenamento, comisso etc.). Nesse momento, pode-se chegar ao conceito do CP (Consumo do Processo) que foi expresso acima, isto : CP = MC + ST O outro nvel seria o VAL (Valor Adicionado Lquido), onde as depreciaes (D) e amortizaes (A) so retiradas do VAB, logo:VAL = VAB D A Finalmente, o VAT (Valor Adicionado Total) ser acrescido de outras receitas (rendas) que no fazem parte da atividade, mas que aumentam a riqueza. Assim: VAT = VAL + RF + EP + OR As receitas financeiras (RF) sero aquelas obtidas de juros de aplicaes financeiras ou de juros de cobrana de inadimplentes. As receitas 168 15. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas Explicativasobtidas por aplicaes em outras empresas sero reconhecidas pelo mtodo da equivalncia patrimonial (EP). Venda de imobilizado, aluguis e outras que no tenham vnculo com a atividade sero entendidas como outras receitas (OR).DVA Grupo Po de Acar em R$1.000,00 Receitas Venda de mercadorias20082007R$20.822.158,00R$17.635.617,00R$20.856.769,00R$17.642.563,00Baixa de crditosR$ (23.698,00)R$2.138,00Outras operacionaisR$ (10.913,00)R$ (9.084,00)(-) Insumos Adquiridos de Terceiros Custo das Mercadorias Vendidas Materiais, energias, servios e outros (=) Valor Adicionado BrutoR$ (16.519.673,00) R$ (13.982.800,00) R$ (15.163.435,00)R$ (12.627.855,00)R$ (1.356.238,00)R$ (1.354.945,00)R$4.302.485,00R$3.652.817,00R$ (611.963,00)R$ (565.961,00)R$3.690.522,00R$3.086.856,00R$295.086,00R$277.533,00R$2.922,00R$ (28.923,00)R$655,00R$6.708,00(-) Retenes Depreciao e Amortizao (=) Valor Adicionado Lquido (+) Recebido em Transferncia Equivalncia Patrimonial Participao Minoritria Receitas FinanceirasDisponvel em: .A seguir, h a apresentao da DVA publicada pelo Grupo Po de Acar em 2008, de acordo com as recomendaes e procedimentos discutidos at aqui.R$291.509,00R$299.748,00(=) Valor Adicionado a DistribuirR$3.985.608,00R$3.364.389,00Distribuio do valor AdicionadoR$3.985.608,00R$3.364.389,00Pessoal e EncargosR$1.505.745,00R$1.328.426,00Impostos, Taxas e ContribuiesR$1.182.819,00R$967.435,00Remunerao de Capitais de TerceirosR$1.036.617,00R$882.873,00R$198.576,00R$135.571,00R$61.851,00R$50.084,00Reteno de Lucros DividendosA DVA do Grupo Po de Acar apresentada pode ser vista sob trs grandes estgios, a saber: 1. Valor Adicionado Bruto nesse estgio, a DVA mostra aos interessados o montante que uma organizao foi capaz de adicionar valor desde 169 16. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas Explicativasa produo da receita de vendas de mercadorias contra os custos das mercadorias e servios e insumos necessrios para a produo dessas mesmas mercadorias ou servios. Enfim, nesse estgio pode-se medir a eficincia da empresa em gerar valor vis--vis sua relao com seu mercado consumidor; 2. Valor Adicionado Lquido a partir do estgio anterior, a empresa dever reconhecer se gerou valor levando-se em conta a depreciao de seus ativos e amortizao de gastos pr-operacionais realizados. Nesse sentido, enquanto o Valor Adicionado Bruto mede a relao ou eficincia da empresa em produzir valor na sua relao com o mercado, o Valor Adicionado Lquido mede a eficincia da empresa em gerar ou produzir valor face sua estrutura produtiva e/ou de comercializao; 3. Valor Adicionado a Distribuir uma vez determinado o Valor Adicionado Lquido, devero ser levados em considerao os resultados de equivalncia patrimonial (via participao em coligadas e controladas) e as receitas financeiras. Com esse confronto, surgir o Valor Adicionado a Distribuir. E os beneficirios desse montante sero os funcionrios, tributos, investidores e credores, proprietrios e reteno na prpria entidade para reinvestimento ou liquidaes de provises.Notas Explicativas Segundo Marion: Para ser feita a anlise, deve averiguar se tem a posse de todas as Demonstraes Contbeis (inclusive Notas Explicativas). Tambm seria desejvel ter em mo as Demonstraes Contbeis de trs perodos. Com as publicaes em colunas comparativas, tem-se de posse de uma nica publicao, dois perodos: exerccio atual e exerccio anterior. (MARION, 2002, p. 22)Tambm conhecidas como Notas de Rodap, as Notas Explicativas (NE) so destacadas aps as Demonstraes Financeiras, quando publicadas. Seu objetivo evidenciar informaes que no podem ser apresentadas no corpo dos demonstrativos contbeis. A legislao determina que tipos de informaes as NE devero indicar, como algumas abaixo citadas. Principais critrios de avaliao dos elementos patrimoniais. Expressar as principais prticas contbeis da entidade, tais como:170 17. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas Explicativas Estoques; Depreciao; Amortizao e Exausto; Proviso para Encargos; Provises para Riscos; Avaliao de Elementos Patrimoniais. Investimentos em outras sociedades. Quando o investimento, isoladamente em cada sociedade coligada ou controlada, seja igual ou superior a 10% do valor do Patrimnio Lquido da controladora. No conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contbil igual ou superior a 15% do valor do PL da Companhia. O aumento de valor de elementos do Ativo resultante de novas avaliaes. Exemplo: Reavaliao de Ativo Imobilizado. Os nus reais constitudos sobre elementos do Ativo. As garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes. Exemplos: garantias dadas na aquisio de emprstimos e hipotecas de bens financiados. A Taxa de Juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigaes a longo prazo. O nmero, as espcies e as classes das aes do Capital Social. Os ajustes de Exerccios Anteriores. Balleroni (1989) esclarece que As notas explicativas detalham itens relevantes que esto contidos nas demonstraes financeiras. As informaes contbeis que no se enquadram em nenhuma das peas esto explicadas nas notas. Enfim, as notas explicativas so importantssimas para a compreenso detalhada e minuciosa das operaes realizadas por uma empresa. Sem elas, uma srie de questes seria formulada na mente de analistas e investidores e nenhuma resposta objetiva seria obtida.171 18. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas ExplicativasAmpliando seus conhecimentosDemonstrao do Valor Adicionado: uma contribuio da Contabilidade para a mensurao da participao econmica e social da entidade empresarial (OLIVEIRA; GARCIA, 2000)Balano Social e a Demonstrao do Valor Adicionado O Balano Social surgiu na Europa com o objetivo de atender aos movimentos sociais que demandavam por informaes sobre projetos sociais, condies ambientais, informaes para os empregados sob o aspecto do nvel de emprego, condies de trabalho, remunerao e formao profissional. A Demonstrao do Valor Adicionado surgiu por influncia da Frana e da Alemanha como forma de mensurao dessa participao da empresa nesse contexto social. No Brasil o Balano Social surgiu com a campanha do Socilogo Herbert de Souza (1935-1997), o cidado Betinho, pela publicao do Balano Social pelas empresas. Foram promovidos grandes debates em nvel nacional envolvendo entidades como Abrasca (Associao Brasileira de Capital Aberto), PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais) e CVM (Comisso de Valores Mobilirios). Em 1997, as deputadas federais Marta Suplicy, Maria da Conceio Tavares e Sandra Starling, do Partido dos Trabalhadores, apresentaram projeto de Lei obrigando as empresas privadas, pblicas e sociedades de economia mista com mais de 100 empregados a elaborar o Balano Social. Apesar de ainda no ser obrigatrio no Brasil, algumas empresas j publicam o Balano Social como o caso de alguns Bancos, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco Ita e algumas empresas privadas. Como composio do Balano Social apresentada a Demonstrao do Valor Adicionado, que tem como objetivo demonstrar o desempenho econmico da empresa e seu relacionamento com a sociedade.172 19. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas ExplicativasA Demonstrao do Valor Adicionado desenvolve conceito puramente econmico, evidenciando quanto de valor a empresa agrega durante o seu processo produtivo, ampliando, assim, os horizontes de seus usurios. A Demonstrao do Valor Adicionado tem uma funo muito importante na medida em que fornece aos seus usurios a informao sobre a riqueza criada pela empresa e a forma como essa riqueza foi aplicada. Caractersticas bsicas da DVA 1. Fornecer informaes que demonstrem a gerao de riqueza da empresa e seus efeitos sobre a sociedade em que est inserida. 2. Demonstrar o valor adicionado em cada um dos fatores de produo e seu destino, conforme abaixo: dispndio na remunerao dos empregados; gerao de tributos ao governo (municipal, estadual e federal); remunerao do capital de terceiros atravs de juros; remunerao dos acionistas atravs da distribuio de lucros. 3. O somatrio dos valores obtidos nas Demonstraes de Valor Adicionado apresentados pelas unidades produtivas dos mais variados nveis de atividades econmicas que so classificados pelo IBGE, excludas as duplas contagens, pode ser considerado como o prprio PIB do pas. 4. Pode-se efetuar anlise vertical/horizontal dessa demonstrao, com a comparao da participao de cada item da demonstrao em sucessivos exerccios sociais, enfatizando sua evoluo.Demonstrao Contbil do Valor Adicionado A Demonstrao do Valor Adicionado elaborada a partir dos dados contidos na Demonstrao do Resultado do Exerccio. Nessa demonstrao destacado o valor adicionado pela empresa e a distribuio desse valor, indicando a contribuio da empresa para a formao do lucro e para outros itens tais como impostos, taxas e contribuies, pessoal e encargos, juros e aluguis, juros sem capital prprio e dividendos.173 20. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas ExplicativasNa Demonstrao do Resultado do Exerccio so computados como Custo dos Produtos Vendidos todos os gastos referentes produo dos bens vendidos. Inclui-se, portanto, nesse montante, mo de obra, matria-prima e gastos gerais de fabricao. Na DVA esses custos devero estar perfeitamente discriminados, uma vez que parte deles so considerados como insumos adquiridos de terceiros. A depreciao dever ser perfeitamente identificada. Os gastos com pessoal e os encargos so considerados como distribuio do valor adicionado. A Universidade de So Paulo (USP), atravs da FIPECAFI, elaborou o seguinte modelo de Demonstrao do Valor Adicionado utilizado hoje pelas empresas. DESCRIO em milhares de reais 1. LEGISLAO SOCIETRIA % RECEITAS 1.1 Vendas de mercadorias, produtos e servios 1.2 Proviso p/ devedores duvidosos Reverso (Constituio) 1.3 No Operacionais 2. INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui os valores dos impostos ICMS e IPI) 2.1 Matrias-primas consumidas 2.2 Custo das mercadorias e servios vendidos 2.3 Materiais, energia, servios de terceiros e outros 2.4 Perda/recuperao de valores ativos 3. VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 4. RETENES 4.1 Depreciao, amortizao e exausto 5. VALOR ADICIONADO LQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)174 21. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas Explicativas6. VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERNCIA 6.1 Resultado de equivalncia patrimonial 6.2 Receitas financeiras 7. VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) (RIQUEZA CRIADA PELA EMPRESA) 8. DISTRIBUIO DO VALOR ADICIONADO 8.1 Pessoal e encargos 8.2 Impostos, taxas e contribuies 8.3 Juros e alugueis 8.4 Juros s/ capital prprio e dividendos 8.5 Lucros retidos/prejuzos do exerccio 1. RECEITAS (soma dos itens 1.1 a 1.3) 1.1 Vendas de mercadorias, produtos e servios Inclui os valores do ICMS e IPI incidentes sobre essas receitas, ou seja, corresponde receita bruta ou faturamento bruto. 1.2 Proviso para devedores duvidosos Reverso/Constituio Inclui os valores relativos constituio/baixa de proviso para devedores duvidosos. 1.3 No Operacionais Inclui valores considerados fora das atividades principais da empresa, tais como: ganhos ou perdas na baixa de imobilizados, ganhos ou perdas na baixa de investimentos etc. 2. INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (soma dos itens 2.1 a 2.4) 2.1 Matrias-primas consumidas (inclusas no custo do produto vendido). 2.2 Custos das mercadorias e servios vendidos (no inclui gastos com pessoal prprio).175 22. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas Explicativas2.3 Materiais, energia, servios de terceiros e outros (inclui valores relativos s aquisies e pagamentos a terceiros). Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, servios, energia etc. consumidos devero ser considerados os impostos (ICMS e IPI) includos no momento das compras, recuperveis ou no. 2.4 Perda/recuperao de valores ativos Inclui valores relativos a valor de mercado de estoques e investimentos etc. (se no perodo o valor lquido for positivo dever ser somado). 3. VALOR ADICIONADO BRUTO (diferena entre itens 1 e 2). 4. RETENES 4.1 Depreciao, amortizao e exausto Dever incluir a despesa contabilizada no perodo. 5. VALOR ADICIONADO LQ. PRODUZIDO PELA ENTIDADE (diferena entre itens 3 e 4) 6. VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERNCIA (soma dos itens 6.1 e 6.2) 6.1 Resultado de equivalncia patrimonial (inclui os valores recebidos como dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo). O resultado de equivalncia poder representar receita ou despesa; se despesa dever ser informada entre parnteses. 6.2 Receitas financeiras (incluir todas as receitas financeiras independentemente de sua origem). 7. VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (soma dos itens 5 e 6) 8. DISTRIBUIO DO VALOR ADICIONADO (soma dos itens 8.1 a 8.5) 8.1 Pessoal e encargos Nesse item devero ser includos os encargos com frias, 13. salrio, FGTS, alimentao, transporte etc., apropriados ao custo do produto ou resultado do perodo (no incluir encargos com o INSS veja tratamento a ser dado no item seguinte). 176 23. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas Explicativas8.2 Impostos, taxas e contribuies Alm das contribuies devidas ao INSS, Imposto de Renda, contribuio social e todos os demais impostos, taxas e contribuies devero ser includos nesse item. Os valores relativos ao ICMS e IPI devero ser considerados como os valores devidos ou j recolhidos aos cofres pblicos, representando a diferena entre os impostos incidentes sobre as vendas e os valores considerados dentro do item 2 - Insumos adquiridos de terceiros. 8.3 Juros e aluguis Devem ser consideradas as despesas financeiras e as de juros relativas a quaisquer tipos de emprstimos e financiamentos junto a instituies financeiras, empresas do grupo ou outras e os aluguis (incluindo-se as despesas com leasing) pagos ou creditados a terceiros. 8.4 Juros sobre o capital prprio e dividendos Inclui os valores pagos ou creditados aos acionistas. Os juros sobre o capital prprio contabilizados como reserva devero constar do item lucros retidos. 8.5 Lucros retidos/prejuzo do exerccio Devem ser includos os lucros do perodo destinados s reservas de lucros e eventuais parcelas ainda sem destinao especfica.Atividades de aplicao 1. As sociedades annimas so mais complexas que as demais sociedades, pois alm de publicar seus resultados e apresent-los ao mercado, suas decises so tomadas em assembleia. Quais as duas grandes assembleias existentes nas sociedades por aes? 2. A DLPA, segundo a Lei das S/A, pode ser publicada na prpria Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido? 3. Qual a finalidade da DLPA? 4. Se a DLPA mostra a dinmica do lucro acumulado, o que mostra a DMPL? 177 24. Demonstraes contbeis: DLPA, DMPL, DVA e Notas Explicativas5. A DVA um relatrio obrigatrio a partir da nova estrutura de demonstrativos de uma sociedade por aes. Qual a diferena entre a DVA e o DRE? 6. As notas explicativas so fundamentais na anlise detalhada de uma empresa. Qual sua importncia?178