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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE CRUZEIRO
(Núcleo de Pós-Graduação)
Desenvolvimento Cognitivo
Por Patrícia Nogueira
Mestre em Linguística Aplicada (UNICAMP)Especialista em Psicologia Clínica (PUC-RJ)Graduada em Psicologia (UNISAL – Lorena)
Julho de 2013.
Desenvolvimento Cognitivo
Aula 2
Entrega da atividade individual: parte 3, em sala. A epistemologia genética de Piaget O interacionismo e os estágios de desenvolvimento Atividade, em grupo, em sala de aula: video aula
Unesp/Univesp Inteligência e desejo de saber O sujeito epistêmico e o sujeito do desejo
Desenvolvimento Cognitivo
Entrega da atividade individual: parte 3, em sala.
Agora, respondam à 3ª questão: Por que escolheu esse tipo de inteligência para pesquisar?
Desenvolvimento Cognitivo
A epistemologia genética de Piaget
Os estudos psicogenéticos visavam a responder aos “interrogantes epistemológicos” de Jean Piaget (LÀJONQUIÈRE, p.36)
Psicologia Genética: refere-se à origem e à formação dos fenômenos psicológicos durante o desenvolvimento humano (BARROS, p.42)
Epistemologia, no dicionário Aurélio: Estudo crítico dos princípios, hipóteses e resultados das ciências já constituídas; teoria da ciência.
Interesse nos “erros”: “o projeto epistemológico piagetiano passou a ser guiado e comandado por um decidido interesse em dar conta da formação progressiva das condições psicológicas que possibilitam a (re)construção dos conhecimentos” (LÀJONQUIÈRE, p.37)
Desenvolvimento Cognitivo
Teoria psicogenética: contribuiu para a renovação do ensino, mesmo que não fosse o seu objetivo
As questões epistemológicas: relativas ao conhecimento e seu processo de construção (conhecer é atuar e a atuação diante da realidade é uma atividade interna, mental)
Preocupação de Piaget: não tanto na aquisição/incorporação de informações específicas – aprendizagem no sentido restrito – mas nas mudanças cognitivas/qualitativas que comportavam uma nova maneira de organizar os esquemas, uma nova forma de estruturar a realidade – aprendizagem no sentido amplo”
O “erro”: lugar central na teoria genética, é a manifestação do ponto de vista de um sujeito (COLL, p.253-255); resultado visível de um processo dinâmico que dirige todo o desenvolvimento - a tendência ao equilíbrio, denominada equilibração.
Desenvolvimento Cognitivo
“a interação constante entre o sujeito e a realidade – realizada por meio da assimilação e da acomodação – permite, ao mesmo tempo, construir novos esquemas – o sujeito dota-se de novos instrumentos de compreensão – e permite, de modo simultâneo, construir a realidade – o sujeito atribui à realidade significados diferentes”
esquemas de ação: “totalidades organizadas e relacionadas entre si, permitindo ao sujeito atribuir um significado à realidade e modificando-se com o tempo”
a interação entre o sujeito e o mundo é um intercâmbio que se dá pela assimilação (processo de interpretação e significação da realidade) e acomodação (a modificação e o ajustamento dos esquemas às propriedades do objeto) (COLL, p.251-255)
Desenvolvimento Cognitivo
Interacionismo/estágios de desenvolvimento
Piaget: “Defendia que o conhecimento vai sendo construído – não é inato – e que, nessa construção, o indivíduo tem um papel essencial – o seu conhecimento não é simplesmente uma cópia da realidade” – o interacionismo (COLL, p.249)
Diferente do behaviorismo (E-R), Piaget aposta na interação do sujeito com o objeto de conhecimento e em sua ação sobre ele
Desenvolvimento Cognitivo Estágios do desenvolvimento para Piaget
Estágio sensório-motor (0-2 anos) – inteligência prática; a evolução dos esquemas permite a organização da realidade (espacial, temporal...)
Estágio pré-operatório (2-6 anos) – inteligência representativa; egocentrismo, pensamento intuitivo
Estágio das operações concretas (6-11 anos) – inteligência operatória; pensamento mais lógico; as operações organizam a realidade de modo mais estável (conservação)
Estágio das operações formais (11-15 anos) – inteligência formal aplicada a qualquer conteúdo; capacidade de pensar em várias combinações e variantes; pensamento hipotético-dedutivo (COLL, p.252)
Desenvolvimento Cognitivo
“Como o desenvolvimento da criança forma sua visão do mundo” (Nicolas Montigneaux)
Capítulo 1 do livro – Público-alvo: crianças. A força dos personagens e do marketing para falar com o consumidor infantil
Usa a bibliografia piagetiana e destaca as fases de desenvolvimento cognitivo para analisar e entender o discurso da marca junto aos jovens consumidores
Desenvolvimento Cognitivo
Cognição e afetividade: vídeo Unesp/Univesp Acesso em http://www.youtube.com/
Desenvolvimento Cognitivo
Atividade em grupo...
Em grupos de 5 pessoas, discutam as ideias apontadas no vídeo.
Anotem e reflitam sobre 2 pontos que chamaram a atenção do grupo, para posterior apresentação para a classe.
Desenvolvimento Cognitivo
Inteligência e desejo de saber: o sujeito epistêmico e o sujeito do desejo
Ideias de Leandro de Lajonquière (Professor Titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo).
Fonte: De Piaget a Freud: para repensar as aprendizagens. A (psico)pedagogia entre o conhecimento e o saber. Petrópolis, RJ: Vozes, 1992, 315 p.
Desenvolvimento Cognitivo
Equilibração majorante O desenvolvimento cognitivo não pode ser acelerado: as vicissitudes
estão pautadas pelo “tempo” de equilibração majorante” (LAJONQUIÈRE, p.89)
as (re)equilibrações desencadeadas pelos conflitos: “motor” para a construção dos conhecimentos
o erro: “seu aparecimento-desaparecimento insinuam que cada um utiliza procedimentos mais ou menos singulares para resolver os problemas propostos” (p.90)
Ambiente -> Desequilíbrio -> Adaptação -> Equilibração
AssimilaçãoAcomodação
Desenvolvimento Cognitivo Erro: vicissitude inerente a todo processo cognitivo
(LAJONQUIÈRE, p.102) -> Vicissitude, no Aurélio: Substantivo feminino. Mudança ou variação de coisas que se sucedem.
O erro: determinado por carência cognitiva, mas, pertencente à ordem da inibição freudiana; “alguma coisa da ordem do freudiano saber inconsciente relança o processo cognitivo de (re)equilibração”
Processo de aprendizagem: “processo endógeno, espontâneo e inconsciente da equilibração majorante” (p.102); implica na singularidade desejante de um sujeito e não de um organismo
“todo sujeito, no limite, reconstrói numa dimensão micro o conhecimento socialmente compartilhado e já (re)construído pelos outros”; “o sujeito e os conhecimentos se (re)constroem simultaneamente” (p.97)
Desenvolvimento Cognitivo Inteligência e desejo de saber “o pensamento é o produto de um entrelaçamento sutil entre a
inteligência e o desejo ou, sob outro ângulo, um composto entrelaço de conhecimento e saber” (LAJONQUIÈRE, p.105)
Piaget, Psicologia da Inteligência, 1947: “a conduta supõe dois aspectos essenciais e estreitamente interdependentes: um afetivo, outro cognitivo” (p.121)
Piaget, em entrevista, 1978: “Meu problema está no conhecimento, eu não tenho razões para me ocupar de problemas afetivos, mas não é por discordar, é por distinção, diferenciação de interesses, não é meu domínio, e de uma maneira geral, eu tenho vergonha de dizer, eu me interesso pouco pelos indivíduos, pelo individual, eu me interesso pelo que é geral no desenvolvimento da inteligência e do conhecimento, enquanto que a psicanálise é, por essência, uma análise das situações individuais, dos problemas individuais” (p.120-121)
Desenvolvimento Cognitivo O sujeito epistêmico e o sujeito do desejo Sujeito epistêmico: “aquilo que há de comum em todos os sujeitos
de um mesmo nível de desenvolvimento, independentemente das diferenças individuais” (Piaget, citado por LAJONQUIÈRE, p.122)
O sujeito epistêmico de Piaget (Nova Escola) Piaget, em foto no seu escritório, em 1976 Reuniu a Biologia, a Psicologia e a Filosofia “As coordenações de todos os sistemas de ação,traduzem, assim, o que há de comum em todos ossujeitos e se referem, portanto, a um sujeitoUniversal, ou seja, sujeito epistêmico”Épistémologie Mathématique et Psychologie
Desenvolvimento Cognitivo Sujeito epistêmico X sujeito do desejo: não podem ser costurados;
dois conceitos específicos, que implicam em dois aportes teóricos (psicologia genética e psicanálise) (LAJONQUIÈRE, p.131-132)
Não há articulação teórica na proposta de Lajonquiére, mas o que ele chama de “trabalho de importação conceitual”
A complexidade da aprendizagem é pensada de modo diverso pelas disciplinas, da mesma maneira que um suposto fator interveniente no processo (equilibração/desejo)
Intenção do estudo do autor: “reconsiderar o caráter não-padronizável e sempre imprevisível das (re)estruturações inteligentes produtoras de conhecimento” (p.134); e trazer para a discussão o (próprio) atravessamento por uma reflexão psicanalítica
o conceito de desejo, na psicanálise, difere da noção clássica de afeto
Desenvolvimento Cognitivo
Afeto, para a psicanálise, é o que afeta o sujeito (ELIA, Luciano. O conceito de sujeito. RJ: Zahar, 2004, p. 32)
Desejo, na psicanálise:algo que é insistente, que não tem representação psíquica e que move o sujeito
Sujeito do desejo: é o sujeito do inconsciente, feito e efeito de linguagem. “No viés psicanalítico, o sujeito é heterogêneo, cindido, constituído no e pelo Outro. Esse sujeito é barrado pelo simbólico, dividido pela linguagem e desejante, de maneira que seu desejo é desconhecido por ele e impossível de ser realizado. Sendo assim, o sujeito psicanalítico está marcado pela falta, pela incompletude e pelo desamparo, fontes constitutivas de sua angústia e de sua condição de ser falante” (NOGUEIRA, p.8)
Desenvolvimento Cognitivo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Célia. Psicologia e construtivismo. São Paulo: Ática, 1996, p. 39-65. COLL, César & Cols. Desenvolvimento psicológico e educação. Psicologia do
Ensino. Tradução Cristina de Oliveira. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000, p.249-257.
FREUD, Sigmund. Algumas reflexões sobre a psicologia do escolar (1913). In: Obras Completas, vol. XIII. 1 CD-ROM.
GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Tradução Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994, 340 p.
PIAGET, Jean. A epistemologia genética. In: Os pensadores. São Paulo: Editora Abril, 1983, 293 p.
____. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 1975, 387 p.
LAJONQUIÈRE, Leandro. De Piaget a Freud: para repensar as aprendizagens. A (psico)pedagogia entre o conhecimento e o saber. Petrópolis, RJ: Vozes, 1992, 315 p.
RAPPAPORT, Clara. Modelo Piagetiano. In: RAPPAPORT; FIORI; DAVIS. Teorias do desenvolvimento: conceitos fundamentais. V.1. São Paulo: EPU, 1981, p. 51-75.
VOLTOLINI, Rinaldo. Resenha - Infância e ilusão (psico)pedagógica: escritos de psicanálise e educação. In: Revista Brasileira de Educação. n.13, jan-abr 2000, p. 142-143.