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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país REUNIÃO DO COMANDO NACIONAL 10 DE MAIO, EM SÃO PAULO Edição Diária 7188 | Salvador, segunda-feira, 10.04.2017 Presidente Augusto Vasconcelos DESMONTE Trabalhadores desprotegidos com a terceirização total Página 4 O governo Temer quer transformar o Estado em um balcão de negócios. Quem está na mira agora são os bancos públicos, fundamentais para o desenvolvimento do país. O sucateamento já começou com as reestruturações e as reduções de agências e quadro de pessoal. A ordem é meter mão na riqueza nacional. Página 3 Temer mira nos públicos ELEIÇÃO DO SINDICATO. DIAS 9, 10 E 11 DE MAIO. Temer já começou com o processo de desmonte dos bancos públicos. Sindicato faz o enfrentamento MANOEL PORTO

DESMONTE Temer mira nos públicos - bancariosbahia.org.br · Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933 O BANCÁRIO

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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia

Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

REUNIÃO DO COMANDO NACIONAL10 DE MAIO, EM SÃO PAULO

Edição Diária 7188 | Salvador, segunda-feira, 10.04.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

DESMONTE

Trabalhadores desprotegidos com a terceirização totalPágina 4

O governo Temer quer transformar o Estado em um balcão de negócios. Quem está na mira agora são os bancos públicos, fundamentais para o desenvolvimento do país. O sucateamento já começou com as reestruturações e as reduções de agências e quadro de pessoal. A ordem é meter mão na riqueza nacional. Página 3

Temer mira nos públicos

ELEIçÃO DO SINDICATO.DIAS 9, 10 E 11 DE MAIO.

Temer já começou com o processo de desmonte dos bancos públicos. Sindicato faz o enfrentamento

manoel porto

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 10.04.20172 CAIxA

Distribuição deve ser com base no lucro recorrenteAnA bEATriz lEAl [email protected]

joão ubaldo

joão ubaldo

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Sindicato cobra PLR justa. Ação

informativo do Sindicato dos bancários da bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-bA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. MTE 4645 DrT-bA. repórteres: Ana beatriz leal - reg. MTE 4590 DrT-bA e rafael barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Carolina Sales. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

Trabalhadores e estudantes foram ao centro de Salvador, no Dia Mundial da

Saúde, celebrado na sexta-feira, 7 de abril,

protestar em defesa do SUS (Sistema Único de Saúde), que corre sério risco com as medidas

do governo Temer. O governo age para

facilitar a privatização.

Pressão força o governo a recuar. resistência cresceAPóS pressão dos trabalhado-res e dos movimentos sociais e a crescente resistência, o governo

Temer anunciou mudanças na PEC 287, a reforma da Previ-dência. O recuo seria em cinco pontos: a aposentadoria de tra-balhadores rurais, os BPC (Be-nefícios de Prestação Continua-da), as pensões, a aposentadoria de professores e policiais e as regras de transição para o novo regime previdenciário.

Segundo o relator da maté-ria na Câmara Federal, Arthur Maia (PPS-BA), a idade mínima de 65 anos para a aposentado-ria de homens e mulheres será mantida. Apesar das mudanças, a reforma da Previdência ainda é muito danosa e rejeitada pela população. Portanto, a mobi-lização continua. Inclusive, no dia 28 de abril, os trabalhadores fazem greve geral.

O governo quer beneficiar o grande capital e incentivar os planos de previdência priva-da, já que, pelas regras estabe-lecidas pela medida, será im-possível que o trabalhador se aposente. Para receber o valor integral do benefício, o cidadão terá de contribuir com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) por 49 anos.

Debate sobre reforma trabalhista na AssembleiaOS TRAbALhADORES têm uma boa oportunidade para ouvir e participar dos debates sobre o PL 6.787/2016, que ten-ta jogar na lata do lixo a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e promover a pre-carização total do trabalho. Hoje, a Comissão Especial da Reforma Trabalhista realiza discussão, às 9h, na Alba (As-sembleia Legislativa da Bahia).

O encontro terá participa-ções de representantes da Jus-

tiça do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e outras entidades. Entre os absurdos inseridos no projeto está o ne-gociado sobre o legislado, que pode ter como consequência mudanças na jornada de tra-balho e no parcelamento de fé-rias, a ampliação dos contratos temporários e exclusão dos tra-balhadores domésticos dos mí-nimos direitos assegurados aos empregados temporários. Só fa-cada nas relações de trabalho.

A COMISSÃO Executiva dos Empregados da Caixa quer que o banco reveja os valores da segunda parcela da PLR (Par-ticipação nos Lucros e Resulta-dos), paga no último dia 31, e faça uma nova distribuição com base no lucro recorrente, que foi de R$ 4,967 bilhões.

A reivindicação foi feita em reunião ocorrida na sexta-feira, em Brasília. Segundo o presi-

dente do banco, Gilberto Occhi, a instituição obteve lucro líqui-do de R$ 4,1 bilhões em 2016, queda de 41,8% em relação a 2015. Em setembro passado foi projetado lucro anual de R$ 6,7 bilhões, que serviu de base para calcular a antecipação da PLR.

Para a Comissão, o lucro me-nor do que o esperado não tem relação com o resultado ope-racional da empresa que, na comparação com 2015, subiu cerca de 271%. Por isso a reivin-dicação pela revisão do valor da PLR. Assim pode ser ampliada a margem para pagamento da re-gra básica, da parcela adicional e da PLR social. Mais informações em www.bancariosbahia.org.br.

Sindicato presente na reunião com a Caixa para discutir revisão da Plr

Temer quer o fim da aposentadoria

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 10.04.2017 3DESMONTE

Governo já fechou agênciase reduziu quadro de pessoal. A resistência é decisivarOSE liMA [email protected]

manoel porto

Bancos públicos sob forte ataque

CORTE do quadro de pessoal, fechamento de agências, chantagem para que os bancos estaduais sejam vendidos. Diferentemente dos países desenvolvidos, que protegem as empresas nacionais, o governo Temer ata-ca abertamente as instituições financeiras. Quem perde com a ofensiva é a população.

Os exemplos são muitos. Os bancos pú-blicos são responsáveis por 56% de todo o crédito concedido no Brasil. Também fi-nanciam o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que leva para a mesa dos brasileiros mais de 70% dos alimentos consumidos no país e emprega 12 milhões de pessoas.

A maioria dos investimentos da indústria e da construção da infraestrutura no país é procedente de financiamento dos bancos públicos. Portanto, enfraquecer as empre-sas significa menos investimentos, mais de-semprego e o fim dos programas de inclu-

são social. Com o desmonte, Michel Temer transforma o país em um grande balcão de negócios de banqueiros, multinacionais e rentistas. É a agenda neoliberal.

Assembleia sobre anuênio do BBAMANhà tem assembleia geral, às 18h30, no auditório do Sindicato dos Bancários da Bahia, nas Mercês, com os empregados e ex-empregados do Banco do Brasil que in-tegram a segunda ação coletiva de anuênio.

Na pauta, informações sobre o anda-mento da ação, autorização para o Sindica-to realizar acordo, deliberar sobre honorá-rios advocatícios/periciais e o que ocorrer.

A participação de todos é fundamental.

Comando define calendário de lutas. Muitas açõesO COMANDO Nacional dos Bancários continua a se articular para intensificar as manifestações e protestos contra as refor-

mas da Previdência e trabalhista. Além da greve geral do dia 28 de abril, em que cada entidade se prepara para participar do ato

nacional, o calendário dos bancários inclui os congressos dos bancos públicos, entre 30 de junho e 2 de julho, as Conferências esta-duais, de 14 a 16 de julho, e a Conferência Nacional, em São Paulo, que acontece entre os dias 28 e 30 de julho. A próxima reunião do Comando será no dia 10 de maio.

As atividades são de suma importância para organizar a luta bancária contra os desrespeitos impostos pelo governo Temer e aliados no caso das instituições públicas e os abusos aplicados pelos banqueiros do setor privado, amplamente favorecidos pelo neoliberalismo vigente.

AssembleiaO Sindicato da Bahia convoca os bancá-

rios para assembleia no próximo dia 17, a partir das 18h30, no Ginásio de Esporte, na ladeira dos Aflitos, para deliberar as formas de participação do dia 28.

Em pauta, plano no SantanderAS MUDANçAS do plano de saúde dos funcionários do Santander, ocor-ridas de forma unilateral, serão de-batidas em reunião, na quarta-feira, às 18h, no auditório do Sindicato dos Bancários da Bahia, localizado na ave-nida Sete de Setembro, Mercês.

Desde a alteração do Saúde Brades-co para SulAmérica, a COE (Comis-são de Organização dos Empregados) já sentou com o banco no intuito de cobrar garantia das condições anterio-res e minimizar os prejuízos causados pelas mudanças.

Governo quer viabilizar privatização das estatais

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 10.04.20174

SAQUE

RETROCESSO

Oito em cada 10 terceirizados foram vítimas de acidentesbárbArA AGUiAr [email protected]

Sofrentes da terceirização

PEÃO Considerado um jurista com atuação também na Ciência Política, Pedro Serrano afirma que “o autoritarismo mudou de discurso para manter a capacidade de produzir regimes de exce-ções com cara de democracia”. A afirmação foi feita durante seminário sobre os impactos da Lava Jato na sociedade brasileira. Ele diz que a operação comandada pelo juiz Sérgio Moro é “apenas um peão” em uma estrutura muito maior, de dimensão internacional.

ESTAMENTO Para o jurista Pedro Serrano, no Brasil pós golpe os principais agressores da de-mocracia são justamente aqueles que deveriam defender a Constituição. “O discurso do combate à corrupção e à violência para salvar a política nacional e, consequentemente, a economia e serviços públicos, deu poder a um estamento formado por membros do Judiciário, verdadeiros responsá-veis por gerenciar o atual Estado de exceção”.

CORRERIA As perturbações ao Estado democrático de direito no Brasil pós golpe preocupam até mesmo o sociólogo Demetrio Magnoli, tido como um intelectual de direita. Ele critica a veloci-dade das tentativas dos setores ultraconservadores para inabilitar o ex-presidente Lula e adverte o juiz da Lava Jato. "Não corra, Moro! Não tome o lugar dos eleitores. Inexiste saída fora da política: aquilo que começou numa eleição só terminará em outra".

RACISMO Está certíssima a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), quando cobra posicionamento da Câmara Federal sobre mais um absurdo cometido por Jair Bolsonaro (PSC-RJ). A declaração de que acabará com todas as reservas indígenas e quilombolas se for eleito presidente da República, feita no Clube Hebraica, semana passada, provocou profundo desconforto e irritação. Afinal, os judeus foram vítimas do nazismo, um sistema político totalitário, intolerante. Já passou da hora de o Parlamento tomar uma atitude contra Bolsonaro, em nome da dignidade da própria instituição.

ExPLICADO A Prefeitura de Salvador ocupa posição de destaque entre os 500 maiores deve-dores da Previdência Social. Deve cerca de R$ 320 milhões. Está explicado o motivo de o prefeito ACM Neto (DEM) defender fervorosamente a reforma proposta pelo governo Temer, que na práti-ca acaba com a aposentadoria.

INTOLERÂNCIA A descompostura do Itaú, ao demitir um gerente apenas por ter postado uma foto, em férias, beijando o noivo, só faz reafirmar os valores retrógrados e a intolerância que pre-dominam nas elites do sistema financeiro, disparadamente o setor mais lucrativo da economia nacional. O funcionário batia todas as metas e era considerado acima da média. Nada disso valeu. A justificativa oficial foi “postura inadequada”. Tem razão, mas com certeza por parte do banco.

OS gOLPES do governo Temer contra os trabalhadores parece m inesgotáveis. A lei da terceiri-zação, por exemplo, é originária de um projeto de 1998, que es-tava parado no Congresso Na-cional desde 2002. Ou seja, re-trocesso em 19 anos dos direitos trabalhistas.

Dados do Dieese de 2015 re-velam que um em cada quatro trabalhadores brasileiros é ter-

ceirizado, com salários 30% menores do que o ganho pelos demais. Além disso, trabalha 7,5% a mais do que os contra-

tados diretos. Tem mais. Oito em cada 10 terceirizados fo-ram vítimas de acidentes labo-rais. Só exploração.

O Ministério Público do Tra-balho realiza neste mês a cam-panha Abril Verde, em referên-cia ao Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidente de Tra-balho - 28 de abril. Em 2015, o Brasil registrou 612.632 aciden-tes, com 2.502 mortes, segundo o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Segundo o MPT, o ideal é que medidas preventivas sejam ado-tadas porque não existe nada que possa reparar um trabalha-dor falecido, mutilado – física ou mentalmente – por condi-ções de trabalho que exaltam a produtividade em detrimento das normas de saúde e seguran-ça vigente no país.

Acidentes nos bancosA SAúDE dos trabalhadores está prejudicada com a terceiri-zação irrestrita sancionada pelo presidente Temer. Nos bancos, que tiveram 19,38% do total de registros de CAT (Comuni-cado de Acidente de Trabalho) relacionados às doenças ocupa-cionais em 2016, a prática pode aprofundar ainda mais a triste realidade. É preciso lutar.

Segundo o MPT (Ministé-rio Público do Trabalho), a ten-dência é que os números de aci-dentes de trabalho aumentem, pois os terceirizados estão su-jeitos às piores e mais insegu-ras condições de trabalho. Ter-ríveis dados que não são levados em consideração pela avalanche neoliberal de Michel Temer. Só pelo povo, que sofre na pele as consequências dos abusos.

A terceirização agrava doenças