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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país DIA DE MOBILIZAÇÃO EM DEFESA DA CAIXA E DA FUNCEF - 18 DE OUTUBRO Edição Diária 7305 | Salvador, quinta-feira, 28.09.2017 Presidente Augusto Vasconcelos DESMONTE Acordo garante direitos até 2018 Página 4 Diante das ameaças de desmonte do governo Temer, os bancários intensificam a mobilização em defesa dos bancos públicos, essenciais para o desenvolvimento do Brasil. Além de manifestações nas agências, o Sindicato participa de audiência pública, na Assembleia Legislativa, dia 9. Página 3 A ameaça aos públicos FOTOS: MANOEL PORTO O desmonte dos bancos públicos, capitaneado pelo governo Temer, prevê fechamento de agências, descomissionamentos e prejuízos à população. Contra a medida neoliberal, o Sindicato tem feito uma série de iniciativas para defender o patrimônio público, os empregados e os clientes

DESMONTE A ameaça aos públicos - bancariosbahia.org.br · defender o patrimônio público, os empregados e os clientes . o bancário 2 ECONOMIA Salvador, ... noite, pela 1ª Turma

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

DIA DE MOBILIZAÇÃO EM DEFESA DA CAIXA E DA FUNCEF - 18 DE OUTUBRO

Edição Diária 7305 | Salvador, quinta-feira, 28.09.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

DESMONTE

Acordo garante direitos até 2018Página 4

Diante das ameaças de desmonte do governo Temer, os bancários intensificam a mobilização em defesa dos bancos públicos, essenciais para o desenvolvimento do Brasil. Além de manifestações nas agências, o Sindicato participa de audiência pública, na Assembleia Legislativa, dia 9. Página 3

A ameaça aos públicosfotos: Manoel porto

O desmonte dos bancos públicos, capitaneado pelo governo Temer, prevê fechamento de

agências, descomissionamentos e prejuízos à população. Contra a medida neoliberal, o

Sindicato tem feito uma série de iniciativas para defender o patrimônio público, os empregados

e os clientes

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 28.09.20172 ECONOMIA

Clientes desavisados são surpreendidos com cobranças nos extratosFABiAnA [email protected]

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Bancos camuflam tarifas. Fique atento

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CeP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTe 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTe 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTe 4590 DRT-BA e Rafael Barreto - Reg. SRTe-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

TEMAS & DEBATES

Fora das noitadasRose Lima*

O caso tem sido motivo de piada nas redes sociais. E não é para menos. Depois de ser gravado fazendo amea-ça de morte e cobrando propina de R$ 2 milhões à JBS, o senador tucano Aé-cio Neves foi apenas afastado do exer-cício do mandato e proibido de sair à noite, pela 1ª Turma do Supremo Tri-bunal Federal.

Detalhe. Há muito tempo que o tucano já não ia ao Senado Fede-ral. Depois do escândalo da JBS, só apareceu uma vez. O afastamento, portanto, não significa muita coisa. Apenas as noitadas é que vão fazer falta. Como dizem por aí, a decisão mais parece castigo de pai e mãe, quando o filho tira nota baixa na escola.

Na Lava Jato, pior ainda. Citado em diversas delações e acusado de tentar obstruir a Justiça, o senador sequer foi chamado para depor pelo juiz Sérgio Moro, com quem já foi fo-tografado em conversa bem amigável.

O caso Aécio Neves pode ser con-siderado aberrante para muita gente. E realmente é. Mas, na prática, é bem comum para a elite brasileira. Não é de hoje que o Judiciário é permissivo com o topo da pirâmide social. São muitos os exemplos de como é injusto e classista.

Bastam dois fatos. Em abril deste ano, o catador de material reciclável Rafael Braga foi condenado em pri-meira instância a 11 anos e três me-ses de reclusão por supostamente ter sido encontrado com 0,65 gramas de maconha, 9,3 gramas de cocaína e um rojão, em uma favela do Rio de Janeiro.

Quatro anos antes, mais preci-samente em 2013, a Polícia Federal apreendia, em Minas Gerais, um he-licóptero com 450 kg de pasta base de cocaína. A aeronave pertencia à em-presa do deputado e amigo íntimo de Aécio Neves, Gustavo Perrella, filho do senador e ex-presidente do Cru-zeiro, Zezé Perrella (PTB-MG). Até hoje, ninguém foi punido e o caso caiu no esquecimento da Justiça e da grande mídia, que, diga-se de passa-gem, nunca deu muito destaque ao assunto. Prova de que o Judiciário e a imprensa estão a serviço dos donos do poder. E assim sempre foi, desde o Brasil Colônia.

* Rose Lima é jornalista Texto com, no máximo, 1.900 caracteres

OS CONSUMIDORES devem ficar ligados. Muitas tarifas pouco conhecidas causam o maior espanto quando aparecem nos ex-tratos bancários. O abuso dos bancos não tem limite. Para cobrir saldo insuficiente na conta, por exemplo, chegam a cobrar R$ 50,00, o mesmo valor de um pacote dife-renciado de serviços.

É só fazer as contas para saber bem o ta-manho do abuso. Se o cliente tem R$ 99,00 na conta corrente e precisa pagar um boleto de R$ 100,00, o banco pode cobrir o R$ 1,00 que falta de saldo. Mas cobra R$ 50,00 pelo serviço. Fora os juros do cheque especial. O nome da tarifa é “concessão de adiantamen-to ao depositante”.

As informações são do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), que alerta ainda sobre outra tarifa desconhecida pelos clientes: a taxa por pagamento de con-tas em cartão de crédito. Essa operação pode custar R$ 25,00 ao bolso do consumidor.

Ainda na movimentação do cartão de crédito, a consulta para aumentar o limi-te de compra também é uma despesa que pesa e pode ser de até R$ 30,00. A pouca concorrência, decorrente da grande con-centração bancária, não ajuda o cidadão, que fica nas mãos de poucos bancos. O go-verno também dá uma mãozinha, pois não cria mecanismos de fiscalização para im-pedir os abusos.

Procura por crédito cresce 9,9%SEM saída, os brasileiros recorrem ao cré-dito para tentar driblar os reflexos da crise

econômica. De acordo com dados da Serasa Experian, o índice de consumidores que pe-diram empréstimos cresceu 9,9% em agosto deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2016. Já no acumulado do ano, a taxa atin-giu a marca de 4,3%.

A análise também mostra que a busca por empréstimos subiu em todas as faixas de renda, porém a maior alta foi para os consumidores que ganham até R$ 500,00 mensais, 23,4% entre agosto de 2016 e ju-lho de 2017.

Entre as regiões brasileiras, durante o mes-mo período, o Nordeste apresentou a maior demanda por empréstimos (17,6%), seguido pelas regiões Norte (15,9%) e Sudeste (10%). nordeste registrou maior demanda por empréstimos

Bancos abusam da cobrança de taxas e tarifas

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quinta-feira, 28.09.2017 3DESMONTE

Manifestação alerta população sobre intenção do governoROSe LiMA [email protected]

joão ubaldo

Resistência pelos públicos

BANCáRIOS de todo o país aumentam as mobilizações em defesa dos bancos públicos. Em Salvador, além das manifestações nas agências e conversas diárias com a população, está programa-

da uma audiência pública, na As-sembleia Legislativa da Bahia, no dia 9 de outubro, a partir das 9h.

O objetivo é chamar a atenção da sociedade para a agenda do governo Temer, que desmonta as estatais, fundamentais para o desenvolvimento do país, com a intenção de vendê-las. Inclusive, nesta semana, o economista do PSDB Gustavo Franco, entregou o jogo.

Disse que “o Banco do Brasil está pronto para ser privatizado”.

Gustavo, ex-presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso, defendeu ain-da a abertura de capital da Caixa para a iniciativa privada.

Mas, os bancários alertam. A privatização dos bancos públi-cos vai aprofundar a crise, en-fraquecer o mercado interno, aumentar o desemprego e aca-bar com a infraestrutura social que fez o Brasil avançar nos úl-timos anos. Diante da real ame-aça, a resistência deve crescer.

Ontem, a manifestação foi no BB do Shopping da Bahia e na Caixa do Capemi. Os direto-res do Sindicato denunciaram o desmonte e destacaram a im-portância dos bancos públicos para o desenvolvimento econô-mico e social do país.

As mobilizações fazem par-te da campanha internacional da Federação Sindical Mundial, em defesa da soberania nacio-nal dos países em desenvolvi-mento e das empresas públicas.

Comissão da Caixa cobra soluções para a FuncefA CEE/CAIXA (Comissão Exe-cutiva dos Empregados) cobrou do presidente da Funcef, Car-los Antonio Vieira, soluções urgentes para os problemas da Fundação. Os bancários reivin-dicaram, por exemplo, a manu-tenção do processo democráti-co para a eleição de diretores e conselheiros eleitos e o fim do voto minerva.

Durante a reunião, que acon-teceu na terça-feira, em Brasília, a representação dos empregados reforçou a necessidade de cria-ção de uma comissão tripartite para tratar do contencioso e o equacionamento da Funcef.

No encontro, que contou com a presença do presiden-te da Federação dos Bancá-

rios da Bahia e Sergipe, Ema-noel Souza, a CEE também entregou o documento com as resoluções do 33º Conecef (Congresso Nacional dos Em-pregados da Caixa) sobre as demandas da Fundação.

Outras demandas No período da tarde, a Co-

missão se reuniu para discutir outras questões como o Saúde Caixa, a verticalização, o caixa minuto e a reestruturação, que propõe fechamento de agên-cias com prejuízos aos traba-lhadores e à população.

Ficou acertada ainda a rea-lização, em 18 de outubro, de um dia de mobilização em de-fesa do banco e da Funcef.

Avança o debate sobre segurançaOS BANCáRIOS sugeriram aos bancos a criação de medidas que ampliem a segurança nas agên-cias, o que inclui a alteração da cláusula 33-C da CCT (Conven-ção Coletiva de Trabalho).

Entre as reivindicações trata-das na reunião da Comissão Bi-partite de Segurança Bancária com representantes dos bancos, ocorrida na terça-feira, a possi-bilidade de vítimas de sequestro se realocarem para outra agên-cia ou posto de atendimento bancário. A demanda agora se-gue para debate entre o Coman-do Nacional dos Bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos).

Os trabalhadores debateram também a retirada dos vigilan-tes durante as obras que ocor-rem após um ataque a banco.

Os bancos reduzem terminaisSEgUNDO o Banco Central, no primeiro semestre de 2017, o número de terminais próprios do Itaú, BB e Santander regis-trou queda em relação ao mes-mo período de 2016.

No Itaú, são menos 814 má-quinas, o Banco do Brasil di-minuiu 4.539 equipamentos enquanto o Santander, 517. Ao todo, segundo o BC, houve re-dução de 6.431 máquinas no primeiro semestre deste ano ante o mesmo período de 2016.

O único que apresentou crescimento foi o Bradesco. No entanto, a elevação ocorreu de-vido à incorporação dos caixas do HSBC.

houve extinção de 6.431 caixas

empregados querem comissão tripartite para tratar de contencioso da Funcef

Mais segurança é demanda antiga

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 28.09.20174

SAQUE

DIREITO DO BANCáRIO

em meio à crise, categoria garante cláusulas do acordo RAFAeL [email protected]

Conquistas da CCT mantidas

DISTINÇÃO Hoje, Ciro Gomes mete mais medo às elites do que Lula. Bem mais. Enquanto o presidenciável do PDT prome-te, se eleito, revogar imediatamente todas as reformas aprova-das por Temer, por considerá-lo ilegítimo e sem autoridade para fazê-las, o petista anuncia a convocação de uma Constituinte para reavaliá-las. Quer dizer, nova oportunidade para o grande capital comprar parlamentares corruptos e reafirmar o projeto neoliberal. Diferença gritante.

NOVAMENTE Acusado de negligência diante do golpe ju-rídico-parlamentar-midiático do ano passado, o Supremo Tri-bunal Federal volta a decepcionar a nação. Ao julgar o terceiro pedido de prisão de Aécio Neves (PSDB), flagrado em obstrução da Justiça, cobrança de propina e plano para assassinato, o STF limitou-se a cassar o mandato do senador tucano e proibi-lo de ir para as baladas à noite. Indignação em todo o país.

ABUSIVIDADE Lula condenado sem provas e José Dirceu com pena de 30 anos de prisão, em uma sentença classificada como de grande severidade. No entanto, Aécio Neves (PSDB), cheio de flagrantes periculosos, permanece livre para continuar a obstruir a Justiça e fazer conspirações golpistas. Tudo com o aval do STF, cuja função constitucional é justamente garantir o cumprimento das leis e defender a democracia. Como dizia Ruy Barbosa, “a pior ditadura é a do Judiciário”.

EXCEÇÃO "Prisões provisórias que se projetam no tempo, denúncias baseadas apenas em delações de corréus, vazamen-tos seletivos de dados processuais, exposição de acusados ao es-cárnio popular, condenações a penas extravagantes, conduções coercitivas, buscas e apreensões ou detenções espalhafatosas indubitavelmente ofendem o devido processo legal em sua di-mensão substantiva, configurando, ademais, inegável retrocesso civilizatório". Do ministro do STF, Ricardo Lewandowski, para quem o Brasil vive um Estado de exceção.

BESTIALIDADE É o retrato da estupidez que toma conta do Brasil pós golpe. Uma tal Stefanny Papaiano, ativista da extre-ma direita, chegou ao absurdo de apresentar sugestão ao Senado, com 15 mil assinaturas, para ser transformada em proposta le-gislativa, a fim de revogar a lei que tornou Paulo Freire patrono da educação no Brasil. A obra do educador brasileiro, na qual se destaca Pedagogia do Oprimido, é considerada patrimônio da humanidade. É muita imbecilidade.

IDIOTICE No rastro da total idiotice que predomina hoje no Brasil, o prefeito ACM Neto perde um tempo precioso, que po-deria dedicar a Salvador, cheia de problemas, para ficar papari-cando Luciano Huck. Quer convencê-lo a se filiar ao DEM, a fim de disputar a presidência da República na eleição do próximo ano. A direita está no desespero.

O ACORDO bianual dos ban-cários 2016/2018, que garantiu reajuste salarial de 2,75% em 2017, foi essencial para garantir as conquistas em um período de fortes retrocessos e demis-sões nas empresas. Por conta da convenção os trabalhadores terão todos os direitos manti-dos até 1º de setembro de 2018, data-base da categoria.

Debate sobre o ponto eletrônico no BNBUM gRUpO de trabalho será criado para discutir a renova-ção de acordo do ponto eletrô-nico do BNB. O prazo para con-clusão dos trabalhos termina no fim de outubro.

A Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Nor-deste deve fazer a sistematiza-ção das sugestões enviadas e criar um documento, com obje-tivo de realizar ajustes no pon-to eletrônico para ser discuti-do com os representantes da

empresa. Além disso, cobra da instituição o acesso ao acompa-nhamento da jornada, prevista em cláusula do acordo aditivo dos funcionários.

Diante das ameaças da nova legislação trabalhista, que entra em vigor em novembro, os ban-cários do BNB também entre-garam à direção da empresa um termo de compromisso visan-do garantir os direitos conquis-tados na campanha salarial de 2016, que tem vigência até 2018.

Vale a pena destacar os itens assegurados. PLR (Participação nos Lucros e Resultados), inclu-sive com isenção ou valor me-nor do imposto de renda sobre o benefício, licença-paternidade de 20 dias e maternidade de 180 dias, abono-assiduidade, verba de requalificação e os vales (ali-mentação, refeição e 13ª cesta).

Tudo isso somado às prote-ções trabalhistas sobre jorna-da de trabalho, salários, saúde ocupacional, segurança e com-bate ao assédio moral. As con-quistas garantidas após 31 dias de greve nacional em 2016 são importantes, sobretudo diante do atual cenário de retrocesso.

O resultado das campanhas salariais deste ano mostra o quanto o trabalhador é penali-zado com as políticas do gover-no Temer. Apenas 38 categorias

tiveram ganho real entre 0,51% e 1%, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-econômicos).

Acordo fruto da campanha de 2016 garante aumento real para aos bancários

joão ubaldo - aRquivo