DIAGNÓSTICO DO RAMO DA ALIMENTAÇÃO NO RS EM 2017 · os próximos três anos a projeção é de que esses investimentos superem os R$ 215 milhões, conforme levantamento da Associação

DIAGNÓSTICO

DO RAMO DA

ALIMENTAÇÃO

NO RS EM 2017

Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da

Alimentação do Rio Grande do Sul (FTIA/RS)

A diretoria da FTIA/RS é composta hoje por 23 integrantes, sendo que a

atual gestão, iniciada em 2014, vigora até 2018. A entidade possui seis

funcionárias, além das assessorias Jurídica, Contábil, Técnica e de

Imprensa. O informativo da Federação, denominado O Parceiro, é

produzido trimestralmente e distribuído aos 34 sindicatos filiados.

A FTIA/RS representa cerca de 115 mil trabalhadores de 13 setores da

indústria gaúcha: alimentação geral, alimentação animal, arroz, avícola,

carnes e derivados, cervejas e bebidas em geral, laticínios, mate, óleo,

panificação e confeitaria, suínos, trigo e vinícola.

A Federação é filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT),

Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da

Alimentação da CUT (Contac/CUT) e Regional Latinoamericana da

União Internacional dos Trabalhadores na Alimentação (Rel-Uita).

Diretoria Executiva

Valdemir Moreira Corrêa - Presidente

Dori Nei Scortegagna - Secretário Geral

José Luis Reges de Sene - Secretário de Finanças

Silvio Ambrósio - Secretário de Políticas Sociais

João Marcelino da Rosa - Secretário de Formação e Educação Sindical

Paulo Juarez Madeira dos Santos - Secretário de Política Sindical

Mário José Dias dos Reis - Secretário de Saúde do Trabalhador

Marlene Terezinha Santos Gularte - Secretária da Mulher

Suplentes da diretoria

Fátima Maria de Freitas Soares, Arthur Gonçalves Reinoço Filho,

Lucinara Bueno Dias, Oclair Sanchez, Adão José Gossmann e Rogério

Borges Siqueira

Conselho Fiscal

Efetivos - Vera Maria da S. Henquer, Celso Martins e Altair da C. Nunes

Suplentes - Maria Inês L. Vian e Mauro Toniolli

Delegados representantes

Efetivos - Clerice Bertosso e Luciane Ferron

Suplentes - Rafael de Oliveira e Cleto Fernandes da Silva

Contatos:

Rua Jerônimo Coelho, 303 - Centro - Porto Alegre/RS

(51) 3224.2580-2065 / 3225.8547

[email protected] - [email protected]

www.ftiars.org - www.denuncieftiars.com.br

https://www.facebook.com/ftia.alimenta

Diagnóstico da alimentação

Conjuntura econômica: resultados e perspectivas dos

setores de arroz, carnes, laticínios e bebidas

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

(Dieese) realizou um levantamento sobre a atual conjuntura econômica de

alguns dos setores do ramo. Conforme o Departamento, por produzir bens

de consumo não duráveis necessários à subsistência da população, a

indústria da alimentação não apresenta drástica redução de consumo,

mesmo em momentos em que há diminuição do poder de compra.

Indústria de bebidas não alcoólicas no RS

No que tange ao emprego, o Rio Grande do Sul é o terceiro maior estado

em número de trabalhadores na produção de refrigerantes e bebidas não

alcoólicas, com 7,8% do total do setor no Brasil. O Estado é superado

apenas por São Paulo, com 16,7%, e Rio de Janeiro, com 11,0% do

estoque de trabalhadores.

O consumo de refrigerantes no Brasil tem caído, contudo, há um

crescimento do consumo das demais bebidas não alcoólicas. Isto se dá

devido ao interesse maior do consumidor por bebidas com menor teor de

açúcar, como chás e sucos.

Perspectivas de crescimento: as grandes oportunidades de crescimento

estão nas embalagens individuais, nas novas categorias de bebidas não

gasosas e no aumento do consumo per capta.

Sobre a Coca-Cola Brasil: o Sistema Coca-Cola Brasil é o maior

produtor de bebidas não alcoólicas do País. Buscando crescer no

segmento, a Coca-Cola anunciou investimento na ordem de R$ 3,2

bilhões em 2017. Além disso, a empresa vem apostando no “marketing

Bebidas

em tamanhos menores”, assim consegue cobrar mais por menos

refrigerante, garantindo as margens de comercialização.

A CVI Refrigerantes (Coca-Cola de Santa Maria) está entre as 500

maiores empresas da região Sul do Brasil. A empresa ocupa a posição

247 no ranking Grandes & Líderes – 500 Maiores do Sul, realizado

pela Revista Amanhã.

CVI Refrigerantes Ltda. – Santa Maria – 2015

Fonte: Revista Amanha – 500 maiores do Sul/ Nov 2016

O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de leite do Brasil, sendo

responsável por cerca de 15% do leite produzido no País. Segundo a Scot

Consultoria, a produção nacional de leite cresceu 2,2% de janeiro a

outubro de 2017, por conta do clima favorável e da queda nos custos de

produção, em função da cotação do milho e do farelo de soja. Para 2018,

a projeção é de alta de 1,8% na produção.

A Cooperativa Piá, localizada em Nova Petrópolis, é a empresa líder na

região Sul no segmento de iogurtes, segundo dados da Nielsen, com

18,2% do mercado. Levando em conta só o Rio Grande do Sul, ela detém

33%.

Pequenos laticínios projetam investimentos de R$ 215 milhões nos

próximos três anos (01/11/2017): os pequenos laticínios do Rio Grande

do Sul investiram nos últimos 12 meses mais de R$ 44,710 milhões. Para

Receita Líq. R$ Milhões 397,65

Variação de receita % 0,76

Lucro Líquido R$ Milhões 25,93

Faturamento Cooperativa Piá

2015 673 milhões

2016 708 milhões

Crescimento 5,20%

Laticínios

os próximos três anos a projeção é de que esses investimentos superem os

R$ 215 milhões, conforme levantamento da Associação das Pequenas

Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS), tomando por

base 26 indústrias. A entidade ressaltou a importância das pequenas

agroindústrias para a economia dos municípios na geração de emprego e

renda, mantendo a integração dos produtores de leite e suas comunidades.

O cenário para 2018 é positivo, segundo o panorama apresentado em

outubro de 2017 pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do RS

(Sindilat/RS). O crescimento será puxado pelo aumento do poder de

consumo das famílias, o que deve elevar a rentabilidade da atividade

leiteira para produtores e indústria.

O arroz, juntamente com o feijão, constitui o principal alimento do povo

brasileiro. Os brasileiros consomem cerca de 25 quilos de arroz por

ano, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O

consumo de arroz nos próximos anos deve crescer 0,1% ao ano.

Os dados de produção e área plantada para 2017 mostram que tanto o

Brasil quanto o Rio Grande do Sul registram crescimento, conforme

último levantamento sistemático de Produção de Arroz do IBGE.

Levantamento Sistemático IBGE – Out 2017

O processo de beneficiamento de arroz é altamente concentrado no

Estado. Levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) com

174 empresas mostra que, no ano passado, as 10 principais indústrias do

2016 2017 Variação %

BR 10.622.189 12.327.039 16,05%

RS 7 493 431 8 733 110 16,05%

2016 2017 Variação %

BR 2 004 644 2 026 531 1,10%

RS 1 088 566 1 104 732 1,50%

Produção (toneladas)

Área Plantada

INDICADORES DO ARROZ

Arroz

setor responderam por 45% do processamento do cereal. Só pelas três

primeiras (Camil, Josapar e Pirahy), passou 25% do produto.

A partir desse ranking das empresas de beneficiamento de arroz nota-se

que a Camil (diversas marcas) que beneficia 14.951.219 sacos de 50 kg,

participa com 12,5% deste mercado e a Josapar (marca Tio João) que

beneficia 9.695.405 sacas de 50 kg, participa com 8,13% desse.

Em relação ao desempenho das duas maiores empresas do setor, registra-

se que, no ano de 2016, o lucro da Camil aumentou em 81,9%, chegando

a R$ 201 milhões. No caso da Josapar, no mesmo ano o lucro líquido foi

de R$ 131 milhões, um aumento de 27,5% frente a 2015.

Desempenho das empresas selecionadas:

No caso do segmento de carnes, espera-se alta no consumo interno per

capita e aumento nas exportações.

Frango

A receita de exportações de frango (considerando todos os produtos, entre

in natura e processados) no acumulado do ano de 2017(janeiro a outubro)

alcançaram US$ 6,158 bilhões, 7,2% maior comparado a igual período de

2016 (com US$ 5,747 bilhões em 2016), segundo a Associação Brasileira

de Proteína Animal (ABPA). Outro fator positivo é a queda do custo de

JOSAPAR 2015 2016 Variação%

Receita Liquida com

Vendas 1.056.831 1.172.311 10,9%

Ebtida (Lucro antes de

juros, impostos,

depreciação e

amortização)

103.146 131.524 27,5%

CAMIL 2015 2016 Variação%

Receita Liquida com

Vendas4.228.949 4.947.730 17,0%

Lucro líquido 110.776 201.531 81,9%

Carnes

produção em 2017. O preço médio da saca de milho passou de R$ 45,20

em 2016 para R$ 30,30 em 2017, recuo de 33%.

Fonte: CEPEA/ESALQ/USP

Suínos

Em relação à carne suína, a receita de exportações no ano registra alta de

14%, totalizando US$ 1,252 bilhão, contra US$ 1,099 bilhão obtido entre

janeiro e outubro de 2016. Segundo o Centro de Estudos Avançados em

Economia Aplicada (CEPEA), o embargo russo (ocorrido em novembro

de 2017) não vai afetar o mercado de suínos. Conforme a entidade, as

vendas internas da carne costumam aumentar significativamente nesse

período, por conta da maior procura para as festas de final de ano.

Ademais, cumpre destacar que a suinocultura atingiu recordes nos

últimos anos. O setor manteve competitividade, em parte, pela

manutenção da desoneração da folha de pagamento, mas também pela

alta do câmbio que permite ampliar a participação no mercado, o que

resultou, inclusive, que se ultrapassasse a marca de 15kg per capita/ano.

Bovinos

A receita de exportações de carne bovina aumentou 10% de janeiro a

outubro de 2017, frente a igual período de 2016, segundo a Associação

Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (ABIEC). O produto in

natura responde por 83% das exportações, sendo que Hong Kong e China

foram os principais destinos.

Para o setor de carne espera-se um 2018 menos turbulento, após os

episódios da Carne Fraca, restrição de mercados e queda de preços. Para

entidades do setor, a perspectiva é que as exportações continuem fortes.

A expectativa de recuperação, ainda que lenta, na economia, também

anima o setor, que espera um aumento no consumo interno.

Jan a Nov 2016 R$ 45,20

Jan a Nov 2017 R$ 30,30

Variação % -33,0%

Saca de Milho (60 kg)

Maiores empresas por setor

Avícola:

Empresa Base sindical N° de trabalhadores

BRF Lajeado 3.000

BRF Marau 2.767

JBS Montenegro 2.200

Minuano Lajeado 1.800

Agrosul São Sebastião do Caí 1.508

BRF Serafina Corrêa 1.488

Aurora Erechim 1.290

Nicolini Serafina Corrêa 1.276

Nicolini Caxias do Sul 1.119

JBS/Seara perus Caxias do Sul 1.034

Mais Frango Miraguaí 711

JBS aves Caxias do Sul 709

JBS Roca Sales 423

Suínos


Alibem Santa Rosa 1.900

Dália Encantado 1.890

Seara Frederico Westphalen 1.550

Aurora Erechim 1.280

JBS Caxias do Sul 1.050

Adelle Foods Frederico Westphalen 900

Coop. Languiru Montenegro 600

Alibem Santo Ângelo 580

Alimentação geral


Conservas Oderich São Sebastião do Caí 965

Yoki Serafina Corrêa 517

Carnes e derivados


Frigorífico Silva Santa Maria 911

Laticínios


Coop. Santa Clara Caxias do Sul 841

Piá São Sebastião do Caí 768

Lactalis Santa Rosa 300

Trigo e cereais


Tondo Caxias do Sul 833

Cotrisel Santa Maria 799

Camnpal Santa Maria 449

Balas e chocolates


Peccin Erechim 703

Florestal Lajeado 663

Óleos vegetais


Bianchini Rio Grande 483

Panificação

Europan Rio Pardo 480

Arroz


Camil Itaqui 451

Pirahy São Borja 433

Josapar Itaqui 300

Cervejas e bebidas


CVI Refrigerantes Santa Maria 429

Bebidas Fruki Lajeado 298

Números do ramo

Trabalhadores: 115.689

Homens: 71.782 (62%)

Mulheres: 43.907 (38%)

Sindicalizados: 37.288 (32%)

Inorganizados: Além dos associados aos sindicatos filiados, a FTIA/RS

representa cerca de 1.500 trabalhadores que atuam nas indústrias do ramo

em mais de 70 municípios gaúchos que não integram bases organizadas.

Trabalhadores por setor

Avícola/ suínos: 35.826

Panificação: 16.307

Alimentação geral: 14.487

Bovino, pescado e derivados: 11.342

Laticínios: 7.128

Cervejas e bebidas: 6.958

Arroz: 5.896

Rações (alim. animal): 5.112

Trigo: 3.835

Óleos vegetais: 3.775

Vinho: 2.822

Fumo: 2.201

Fonte: RAIS 2016 / Ministério do Trabalho

Dados dos sindicatos filiados

S.T.I. Alimentação de Bento Gonçalves

3.016 trabalhadores / 1.652 homens e 1.364 mulheres

528 associados (RAIS 2016) / Não repassou as demais informações

S.T.I. Alimentação de Cachoeira do Sul

661 trabalhadores / 561 homens e 100 mulheres


S.T.I. Alimentação de Carazinho e Sarandi

2.560 trabalhadores / 1.787 homens e 773 mulheres


S.T.I. Alimentação de Caxias do Sul

9.461 trabalhadores / número de mulheres superior ao de homens

2.027 associados / 4 dirigentes liberados, 17 funcionários

Assessorias Contábil e Jurídica / informativo trimestral

S.T.I. Alimentação de Encantado e Região

2.452 trabalhadores / 1.352 homens, 1.100 mulheres

1.400 associados / 3 dirigentes liberados, 1 funcionário

Assessorias Contábil e Jurídica

S.T.I. Alimentação de Erechim e Gaurama



Assessorias Contábil e Jurídica / informativo bimestral

S.T.I. Carnes e Soja de Frederico Westphalen




S.T.I. Alimentação de Getulio Vargas



S.T.I Alimentação de Ijuí


1.610 associados (RAIS 2016) / Não repassou as demais informações

S.T.I. Alimentação de Itaqui

960 trabalhadores / 910 homens, 50 mulheres

620 associados / 2 dirigentes liberados, 1 funcionário

Assessoria Contábil e Jurídica

S.T.I. Alimentação de Lajeado e Região

7.361 trabalhadores / aproximadamente 60% de mulheres


Assessorias Contábil, Jurídica e de Imprensa / informativo trimestral

S.T.I. Alimentação de Marau




S.T.I. Alimentação de Miraguaí


300 associados / 1 dirigente liberado, 1 funcionário


S.T.I. Alimentação de Montenegro e Região

3.300 trabalhadores / 1.100 associados

4 dirigentes liberados, 3 funcionários


S.T.I. Alimentação de Porto Alegre



S.T.I. Cooperativas e Agroindústrias da Alimentação de Rio Grande

1.500 trabalhadores / 1.050 homens, 450 mulheres

674 associados / 5 dirigentes liberados, 2 funcionários


S.T.I. Alimentação de Rio Pardo

1.300 trabalhadores / 780 homens, 520 mulheres

540 associados / 1 dirigente liberado, 0 funcionários

Assessoria Jurídica

S.T.I. Carnes de Roca Sales



Assessoria Contábil

S.T.I. Alimentação de Rosário do Sul



S.T.I. Alimentação de Sananduva

934 trabalhadores / 589 homens e 345 mulheres (RAIS 2016)

Não repassou as demais informações

S.T.I. Alimentação de Santana do Livramento

400 trabalhadores / 138 associados - 136 homens, 2 mulheres

2 dirigentes liberados, 0 funcionários


S.T.I. e Cooperativas da Alimentação de Santa Maria e Região

4.726 trabalhadores / 4.234 homens, 492 mulheres



S.T.I. Alimentação de Santa Rosa

3.000 trabalhadores / cerca de 2.000 homens e 1.000 mulheres



S.T.I. Alimentação de Santo Ângelo e Região



Assessorias Contábil e Jurídica / informativo sem periodicidade definida

S.T.I. Alimentação de Santo Antônio da Patrulha



Assessorias Contábil, Jurídica e Imprensa / informativo trimestral

S.T.I. Alimentação de São Borja

1.091 trabalhadores / 978 homens, 113 mulheres

761 associados / 1 dirigente liberado, 1 funcionário

Assessorias Contábil e Jurídica / informativo semestral

S.T.I. Alimentação de São Luiz Gonzaga



S.T.I. Alimentação de São Sebastião do Caí e Região

4.328 trabalhadores / 2.186 mulheres, 2.142 homens


Assessoria Jurídica

S.T.I. Alimentação de Serafina Corrêa

5.222 trabalhadores / aproximadamente 50% homens e 50% mulheres


Assessorias Contábil e Jurídica / informativo anual

S.T.I. Alimentação de Tapejara



S.T.I. Alimentação de Trindade do Sul

800 trabalhadores / 160 associados


S.T.I. Alimentação de Uruguaiana



S.T.I. Alimentação de Vacaria



Assessoria Contábil

S.T.I Alimentação de Venâncio Aires


1.309 associados (RAIS 2016) / Não repassou as demais informações

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DIAGNÓSTICO DO RAMO DA ALIMENTAÇÃO NO RS EM 2017 · os próximos três anos a projeção é de que esses investimentos superem os R$ 215 milhões, conforme levantamento da Associação