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Diário de Bordo

Diário de Bordo da Nau de Vasco da Gama

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Trabalho de escrita segundo técnicas e modelos das turmas de 9º ano do AGECC em 2008/2009

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Diário de Bordo

18 de Maio de 1498

Amável diário de bordo

Agora conheço melhor Vasco da Gama, a minha opinião dele

foge drasticamente ao retrato oficial que anteriormente tivera.

Confio perfeitamente nele e admiro-o como pessoa.

A solidão, a tristeza, a saudade, a aflição e o medo de perder a

vida, já predominaram mais do que esperava. Agora avisto de

longe uma terra maravilhosa, repleta de árvores tropicais e

águas claras. Só agora a linha do Horizonte se concretizou

verdadeiramente em belíssimas imagens, que reflectem a

coragem e o esforço, que nós marinheiros já passámos pois

ouço agora o desejo merecido da verdade.

Na nossa embarcação já nos habituámos à instabilidade deste

mar cruel que após vários sacrifícios ainda nos atormenta. Hoje

à noite iremos festejar a vitória perante a tempestade mas

também a futura chegada a um novo local, novas culturas, o

que irá permitir uma renovação do comércio, novas rotas tudo

enfim para satisfazer o nosso povo português que espera com

ansiedade notícias desta maravilha que temos a sorte de

observar.

Aguardando mais novidades para te contar,

Tiago

Diário de Bordo, 1448

A vida na nau está díficil. A saudade que sinto de casa, da minha mulher e filhos! Nunca pensei dizer isto mas sinto falta de terra firme, daquele plano imóvel. Ao longo desta viagem várias emoções afloram em mim. Um ano e meio, um longo e perigoso ano e meio no oceano. Apesar de tudo tenho a certeza que irá valer a pena. A luta conra o sono, o cansaço e os tumultuosos Ventos de Neptuno darão frutos como riqueza e prosperidade para a minha amada Pátria. Horizonte, lindo e majestoso Horizonte! Sonho com este dia, desde o glorioso momento em que pisei o convés. Vivo intensamente esta experiência cujo único objectivo é descobrir como desembarcar nesta longínqua e abstracta Linha. A felicidade brota na minha pele, seguida pelo nervosismo e ânsia, visto que, mesmo sonhando com tal momento, sabia no meu subconsciente que a busca pelo Porto da Riqueza seria difícil, sabia que podia ter morrido. Mesmo tendo tido tal ideologia o meu nervosismo e ânsia são felizes, esperançosos. Tais sentimentos nunca vou esqueçer, tal como esta viagem. Assim sei que a minha vida foi enriquecida como nunca poderia ter sido.

Alexandre Castro (Joana)

1498…

Aqui estou eu, sentado no meu lugar habitual, a escrever num

banco feito com pedaços de nau, à espera que um milagre

aconteça. Eu e todos os meus companheiros, juntamente com o

chefe, estamos de caminho para a terra tão desejada. Só espero

que nos corra tudo bem, que tenhamos uma boa viagem,

sempre com comida e bom tempo, que para já está a ser

cumprido, com um grande raio solar a bater-me na cara.

Estão todos tão ansiosos, mas ao mesmo tempo assustados, pois

sabemos que só chegaremos a terra com a ajuda dos Deuses. Mas

apesar disso estamos muito confiantes e remaremos a até ao

ultimo das nossas forças.

Para já, todas as tempestades por que passamos não nos

causaram muito dano. A verdade é que temos um grande líder,

Vasco da Gama, que nos ajuda quando estamos mais assustados

e nos dá força para passar este perigoso mar.

Já estivemos mais longe, e só de pensar que serei um marco na

história, juntamente com os outros marinheiros, por ser o

primeiro a chegar à tão desejada terra, fico sem palavras. E

quando lá chegar, vai ser o dia mais feliz da minha vida, vou

cantar, pular, gritar, claro, se me derem permissão.

Fernando

3/4/1497

Querido diário

Hoje quase morri! Estava um dia calmo como

tantos outros céu azul, mar calmo e sol quente

quando apareceram umas grandes nuvens negras

que começaram a aproximar-se.

Era uma tempestade das piores que eu já vira o

barco começou a ficar alagado, o mastro principal

partiu-se ao meio e o capitão, desesperado ajoelhou-

se a pedir ajuda aos deuses. Enquanto estava no

meio daquela enorme tempestade só pensava na

minha família que tinha deixado em terra, que nem

me tinha despedido e no objectivo que tinha aquela

viagem chegar à tão desejada Índia.

A deusa Vénus veio em nosso auxílio e pediu as

ninfas para acalmarem os ventos. A tempestade logo

acalmou e todos ficamos muitos aliviados.

Este dia fez-me pensar nos perigos que ainda

estavam para vir até chegar ao nosso destino e se

algum dia voltaria para ao pé da minha família.

Até amanhã!

Beatriz G

Diário de marinheiro

O dia acabara de nascer e eu acordara de uma profunda sesta com o som estridente

de um apito, dando início a outro dia.

Ao ajudar os meus companheiros a içar a vela, observava as gaivotas que

apresentavam um comportamento estranho, tinha a sensação de que o dia seria

diferente, mas marcante.

Subitamente, o sol sucumbe as gaivotas desaparecem assim como a alegria e

vontade de trabalhar.

O vento esse cresce assim como nuvens escuras das quais este mesmo, nasce,

criando ondas enormes.

Tempestade! Tempestade! Gritavam os meus companheiros.

Rapidamente colhemos a vela.

O céu não era o mesmo, este gemia e gritava, nisto a nau gota a gota enche.

No ar sentia medo, receio e acima de tudo impotência correndo bombordo,

estibordo, bombordo, estibordo, tudo o que podia fazer era dar á bomba coisa que

sentia não dar fruto algum.

Os meus companheiros caíam no convés, forte era o mar que de balançar a nau se

ocupava.

O mastro havia sido partido a meio tal era a força dos ventos, raios caíam como

chuva que se intensificava.

No meio de tudo isto observei meu capitão fazendo uma súplica a Deus.

Nesse momento senti-me forte e pedia a Deus para ouvir as preces do meu capitão.

Passaram várias horas até que uma estrela que cintilava diante do sol, nos trazia a

sensação que o inferno estava para acabar.

Momentos após desta visão, o vento parecia acalmar assim como as ondas.

Deus haveria ouvido nossas preces.

Assim a tripulação juntou-se e partimos rumo á Índia, esta horas depois era

alcançada pela visão do nosso guia.

Já em Calecut, e pisando terra firme fazia-se festa e acima de tudo o meu capitão

dava graças a Deus por este feito concretizado.

Hélder

continua….